RESISTÊNCIA E IDENTIDADE: A PRESERVAÇÃO DA CULTURA AKWẼ-XERENTE EM UM CONTEXTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202505311113


Samuel Marques Borges1 / Neila Barbosa Osório2 / Valter Henrique da Silva Santos3 / Claudiany Silva Leite Lima4 / Leila Cardoso Machado5 / Orcimar Sousa Gomes de Amorim6 / Antonia Raquel Lima Camargo Zottos7 / Patricia Oliveira Menezes8 / Ana Élita Gomes dos Santos9 / Joselma dos Reis Gouveia10 / Genivaldo Rodrigues Trindade11 / Dalâyne Lopes dos Santos12 / Matheus Sousa da Silva Marques13 / João Antônio da Silva Neto14 / Nair Gonçalves Rech15


RESUMO

Este trabalho explora o simbolismo de gênero e seu impacto na preservação cultural do povo Akwẽ-Xerente, destacando como a divisão entre o espaço público e o privado molda os papéis de homens e mulheres na comunidade. A análise investiga se a restrição do feminino ao espaço doméstico limita a resistência cultural em tempos de transformações socioambientais. Com uma abordagem qualitativa e bibliográfica, o estudo se aprofunda nas dinâmicas culturais e nas práticas femininas que sustentam a identidade Akwẽ-Xerente, mesmo em meio a pressão externa. Uma pesquisa sugere que a valorização do conhecimento feminino pode fortalecer a resiliência cultural, promovendo uma adaptação que respeite as tradições e enriqueça a comunidade com novas perspectivas. A discussão oferece insights sobre a importância de reavaliar estruturas simbólicas de gênero para ampliar as estratégias de preservação cultural e fortalecer a identidade coletiva.

Palavras-chave: Gênero, Cultura Akwẽ-Xerente, Resiliência

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho explora o simbolismo de gênero e sua relação com a preservação cultural do povo Akwẽ-Xerente, uma comunidade indígena brasileira localizada na Amazônia Legal que enfrenta profundas transformações socioambientais. O tema surge da observação das dinâmicas culturais de gênero, nas quais o masculino e o feminino ocupam papéis simbólicos e específicos dentro da sociedade Akwẽ-Xerente. O masculino é predominantemente associado à esfera pública e cerimonial, enquanto o feminino permanece ligado ao espaço doméstico, educacional, artesanal e privado, desempenhando um papel crucial, não mais invisível, na sustentação e continuidade da identidade cultural. Esse simbolismo de gênero não apenas define as funções de cada membro da comunidade, mas também cria uma estrutura de poder simbólica que afeta a resiliência cultural do grupo em tempos de mudanças externas intensas.

O problema investigado neste trabalho está relacionado à forma como essa divisão simbólica de papéis limita ou limitava a atuação feminina em espaços de representatividade pública e, consequentemente, influencia a capacidade de adaptação cultural do povo Akwẽ-Xerente. A análise propõe-se entender o simbolismo de gênero, que marginaliza ou marginalizava o papel feminino na esfera pública, prejudica a resistência e a adaptação cultural da comunidade. Ao mesmo tempo, questiona-se se é possível reavaliar essas estruturas simbólicas de forma a incluir as práticas e saberes femininas nos esforços de preservação cultural sem comprometer o equilíbrio tradicional da sociedade Akwẽ-Xerente.

A metodologia adotada é qualitativa e bibliográfica, uma vez que o estudo se baseia em uma análise profunda de textos e documentos que abordam a cultura Akwẽ-Xerente, suas práticas tradicionais e as transformações pelas quais têm passado nas últimas décadas. A abordagem qualitativa permite uma análise interpretativa e reflexiva sobre os dados encontrados, valorizando a compreensão das dinâmicas simbólicas e culturais em vez de estatísticas ou dados quantitativos. A pesquisa bibliográfica, por sua vez, facilita uma análise fundamentada e embasada nas principais obras e estudos etnográficos existentes sobre o tema, incluindo textos que discutem as relações de gênero, a organização social e os desafios enfrentados pelos Akwẽ-Xerente em um contexto de interação com o mundo externo.

A escolha pela metodologia qualitativa e bibliográfica se justifica pela necessidade de aprofundamento teórico e cultural no tema abordado, uma vez que o simbolismo de gênero e suas implicações na resiliência do envolvimento cultural aspectos subjetivos e complexos, que vão além das observações diretas ou de dados empíricos isolados . Além disso, esta abordagem permite uma interpretação mais rica e contextualizada das fontes, o que é essencial para compreender as nuances culturais e sociais da sociedade Akwẽ-Xerente. A análise qualitativa dos textos possibilita, portanto, um mergulho interpretativo nas práticas e simbologias que compõem a identidade cultural do grupo.

Justifica-se este estudo pela relevância de entender como o simbolismo de gênero interfere na preservação e adaptação cultural do povo Akwẽ-Xerente, especialmente em um momento em que as comunidades indígenas brasileiras enfrentam pressões ambientais e sociais. Essas pressões, originadas de políticas governamentais, interesses externos e mudanças climáticas, ameaçam diretamente a autonomia e a continuidade das práticas culturais. Compreender as dinâmicas internas de organização social e a divisão de papéis é essencial para elaborar estratégias que promovam a resiliência cultural e a preservação da identidade do grupo diante dessas adversidades.

Além disso, o estudo oferece uma nova perspectiva sobre a importância do papel feminino nas estratégias de resistência cultural, destacando como as práticas e saberes das mulheres Akwẽ-Xerente, mesmo mantidas à margem da esfera pública, são fundamentais para a continuidade da cultura. O papel muitas vezes invisível das mulheres, onde garante a transmissão dos saberes tradicionais no espaço privado, sustenta a base cultural do grupo e oferece uma resistência implícita às transformações externas. No entanto, a falta de representatividade feminina nas decisões públicas limita o potencial de adaptação e inovação cultural, uma vez que o conhecimento mantido pelas mulheres poderia enriquecer as estratégias de preservação cultural.

O trabalho também se propõe a contribuir para uma discussão mais ampla sobre a inclusão de saberes femininos em contextos de preservação cultural, questionando as limitações impostas por estruturas simbólicas que associam a ordem e a cultura pública ao masculino. A revisão do simbolismo de gênero na sociedade Akwẽ-Xerente pode oferecer um caminho para fortalecer a resiliência cultural, ampliando a valorização das práticas femininas como parte integrante do patrimônio cultural coletivo. Assim, este estudo se insere em uma discussão contemporânea que busca reinterpretar o valor da tradição e se adaptar às demandas de uma sociedade em constante transformação.

Ao abordar as especificidades do povo Akwẽ-Xerente, o estudo oferece questões importantes sobre a importância de equilibrar tradição e inovação, de forma que a cultura possa responder aos desafios sem comprometer sua essência. Essa compreensão é fundamental para a formulação de políticas públicas e iniciativas de preservação que considerem a diversidade cultural brasileira e valorizem os saberes locais na construção de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa com a diversidade.

Desta feita, pretende-se contribuir com o campo dos estudos de gênero e etnologia, ao iluminar as complexas relações de poder simbólicas que permeiam a sociedade Akwẽ-Xerente. Uma análise das práticas culturais, a partir da perspectiva de gênero, revela a profundidade das dinâmicas sociais e a importância de uma abordagem que integra o conhecimento feminino na preservação da identidade cultural. Este é um passo para que o povo Akwẽ-Xerente possa fortalecer sua capacidade de resistência e adaptação, promovendo uma visão inclusiva e enriquecedora de sua própria cultura.

2. DINÂMICAS CULTURAIS DE GÊNERO E PRESERVAÇÃO DA IDENTIDADE AKWẼ-XERENTE EM FACE ÀS MUDANÇAS SOCIOAMBIENTAIS

Podemos encontrar esses arranjos uma forma de operação de oposição, público x privado, cerimonial x doméstico. O mundo masculino encarrega-se de apresentar o todo, completo e unificado. O mundo feminino, onde são determinantes como relações privadas, domésticas, encarrega-se de dar uma contribuição parcelar dessa mesma unidade (Farias, 1990, p. 101).

A construção cultural do povo Akwẽ-Xerente revela dinâmicas profundamente enraizadas de papéis de gênero, onde o espaço masculino e feminino não apenas se opõem, mas complementam-se em uma estrutura simbólica intrincada. Ao explorar a dicotomia entre o público e o privado, e entre o cerimonial e o doméstico, encontramos um sistema de organização que, em essência, reflete e fortalece a identidade coletiva. O papel dos homens, voltado para a representação pública e unificada da cultura, remete ao simbolismo de uma ordem centralizadora, onde a coesão e a continuidade da tradição são mantidas e apresentadas de maneira global. Nesse contexto, o espaço público masculino atua como uma guarda da totalidade cultural, posicionando-se como o pilar de uma sociedade que, apesar das pressões externas, permanece coesa e resistente a influências disruptivas.

No universo feminino, a casa e o privado emergem como espaços de sustentação e reprodução cultural, onde as contribuições, embora fragmentadas e parciais, especificamente a base da própria unidade cultural. Esta configuração, conforme destacada por Farias (1990), oferece uma perspectiva em que a cultura é construída e mantida a partir de interações íntimas, curiosidades, ainda que menos visíveis, são essenciais à preservação da identidade Akwẽ-Xerente. As relações familiares e domésticas tecem, assim, uma rede de apoio e continuidade, na qual o valor simbólico da mulher reside na perpetuação e cuidado com os aspectos centrais da vida cotidiana, que, em última análise, sustentam e complementam a representação cultural masculina.

A oposição entre o público e o privado transcende uma simples divisão de espaços; ela enraíza-se nas definições de função e simbolismo de cada gênero na sociedade Akwẽ-Xerente. A dicotomia entre o cerimonial e o doméstico, portanto, é mais do que uma separação de atividades; ela representa um sistema de valores onde cada papel assume uma dimensão culturalmente definida e mutuamente necessária. Esse equilíbrio, como dito pelo autor (Farias, 1990), é onde o “todo” apresentado pelo masculino encontra no feminino a sua base de sustentação, oferecendo uma unidade cultural que, ainda que dividida em esferas, permanece coesa em sua essência. A resistência da identidade Akwẽ-Xerente, frente às transformações ambientais e sociais, encontra força justamente nessa complementaridade, onde o “público” e o “privado” se fundem para formar um sistema cultural completo e resiliente.

Esses arranjos culturais não apenas refletem, mas também protegem a identidade Akwẽ-Xerente em um cenário de transformações socioambientais que poderiam, de outra forma, ameaçar as estruturas internas da comunidade. A preservação da cultura, portanto, não ocorre de maneira fragmentada, mas através de uma colaboração tácita entre o espaço público e o privado, onde o mundo feminino, na esfera doméstica, atua silenciosamente para manter e transmitir elementos fundamentais da tradição. Essa continuidade reflete a resistência silenciosa e, ao mesmo tempo, poderosa do povo Akwẽ-Xerente, na qual as contribuições femininas, embora sejam parte de um universo privado, são indispensáveis ​​para o fortalecimento e preservação do conjunto cultural frente às mudanças impostas pelo ambiente.

O fato dos homens, ao contrário das mulheres, poderem estar associados à cultura, reflete um outro aspecto das definições culturais das mulheres. Estudos recentes da cultura simbólica sugeriram que, por mais que viole o sentido de ordem da sociedade, ela será vista como ameaçadora, sórdida, desordenada (Rosaldo, 1979, p. 48).

A visão cultural que associa o masculino à preservação da ordem e da totalidade cultural coloca o homem em uma posição centralizada, legitimando sua presença nos espaços públicos e cerimoniais enquanto guarda da tradição e da coesão social. Essa centralidade masculina, ao alinhar-se à cultura e à representação pública, reitera a percepção de que a ordem e a organização cultural são derivadas de suas ações e do seu domínio sobre o espaço coletivo. Em contrapartida, a posição feminina, confinada ao espaço doméstico e privado, muitas vezes é interpretada como menos associada à cultura, o que reflete um sistema de valores que prioriza as contribuições masculinas como sendo responsáveis ​​pela “ordem” da sociedade.

Essa definição cultural, conforme desenvolvida por Rosaldo (1979), cria um contraste notável: enquanto o masculino é visto como o eixo estruturante da sociedade, o feminino tende a ser percebido como uma presença que, se manifestada de forma pública, poderia violar e ameaçar essa mesma ordem. A interpretação da mulher como ambientes “sórdida” ou “desordenada” quando atravessa o espaço público indica uma visão que não apenas limita a atuação feminina na esfera privada, mas também sugere que uma mulher, ao sair do seu espaço designado, representa uma violação no equilíbrio simbólico da sociedade. O papel feminino, assim, é essencialmente reservado à margem do simbolismo público, sendo avaliado como uma força que, por mais que contribua à sua maneira, pode ser interpretada como desestabilizadora da ordem social imposta.

Dentro dessa perspectiva, as definições culturais das mulheres tornam-se um reflexo do esforço que permeiam a sociedade Akwẽ-Xerente, em que o feminino é mantido em uma dualidade: enquanto garante a continuidade cultural no espaço privado, não pode se integrar completamente à cultura pública sem suscitar percepções de ameaça à estabilidade social. Este aspecto se destaca nas transformações culturais e ambientais contemporâneas, que desativam uma resposta conjunta da comunidade. A figura feminina, assim, carrega um simbolismo de ambiguidade: ela é, ao mesmo tempo, uma sustentadora da vida cotidiana e uma potencial disruptiva da unidade pública. Esse paradoxo contribui para uma dinâmica complexa em que a preservação da identidade cultural Akwẽ-Xerente exige um delicado balanço entre os papéis masculino e feminino, onde cada um deve permanecer em seu domínio para evitar o “desordenamento” que as opiniões simbólicas associam à presença feminina na esfera público.

A resistência e a preservação da identidade Akwẽ-Xerente, portanto, passam por essa constante negociação simbólica. A cultura simbólica da comunidade define a mulher como um elemento essencial, ainda que seu papel permaneça invisível aos olhos da esfera pública. Esse “invisível” feminino, enquanto essencial para a continuidade da cultura, acaba sendo excluído da dimensão cerimonial e ordenada do mundo público, reforçando a percepção de que o poder cultural e a responsabilidade pela unidade da comunidade pertencem ao universo masculino. Tal dinâmica, conforme o argumento de Rosaldo (1979), é uma reflexão dos próprios limites que uma sociedade impõe às figuras femininas, as quais, apesar de fundamentais, são mantidas como agentes discretos e privados da cultura, cujo valor é, paradoxalmente, fundamental e oculto.

3. O PAPEL INVISÍVEL DO FEMININO NA RESILIÊNCIA CULTURAL AKWẼ-XERENTE DIANTE DAS TRANSFORMAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS

Embora muitas vezes invisível aos olhos do observador externo, a presença feminina na cultura Akwẽ-Xerente, constitui um dos alicerces fundamentais para a resiliência cultural desse povo, especialmente em tempos de intensas transformações socioambientais. O papel da mulher Akwẽ-Xerente não é meramente secundário ou subordinado ao masculino; ele configura um espaço de sustentação cultural, que se manifesta de forma tácita e se estende para além do domínio doméstico. A invisibilidade desse papel, no entanto, contribui para a perpetuação de uma estrutura de poder simbólica onde uma mulher, apesar de fundamental, não recebe o devido reconhecimento na esfera pública. A dinâmica cultural Akwẽ-Xerente reflete essa dualidade, onde as contribuições femininas permanecem essenciais, embora sejam mantidas à margem da esfera pública (Braggio; Sousa Filho, 2006).

As práticas culturais associadas ao feminino se manifestam através do cuidado com a saúde, a alimentação e as tradições orais, que são transmitidas entre gerações, contribuindo diretamente para a coesão e a continuidade cultural. No entanto, a sociedade Akwẽ-Xerente, marcada pela dicotomia entre o público e o privado, mantém essas atividades relegadas ao espaço doméstico, o que limita a valorização social do papel da mulher. Essa estrutura patriarcal não se reflete apenas em um posicionamento simbólico, mas também em práticas concretas, que dificultam a plena integração das mulheres em papéis de visibilidade cultural, mesmo em momentos de grande transformação e necessidade de adaptação (Schmidt, 2010).

A resistência cultural Akwẽ-Xerente, ancorada em seus valores e práticas tradicionais, enfrenta desafios intensos diante das mudanças socioambientais que ocorreram nas últimas décadas. Em contextos de contato solicitados com o mundo externo, como nas negociações de terras e recursos naturais, a voz feminina é frequentemente restaurada, e o impacto disso na preservação da identidade cultural Akwẽ-Xerente é substancial. A ausência feminina nas decisões políticas e cerimoniais prejudica as estratégias de resistência cultural, uma vez que uma perspectiva feminina, centrada na continuidade e na reprodução cultural, poderia oferecer caminhos alternativos para lidar com essas mudanças (Heck, 2015).

A divisão dos papéis de gênero no povo Akwẽ-Xerente é um reflexo de um sistema simbólico que atribui ao masculino o papel de intermediário entre a cultura tradicional e as exigências impostas pelo contato com a sociedade externa. Isso é especialmente relevante nos tempos atuais, onde o impacto das políticas governamentais e a expansão de interesses econômicos sobre os territórios indígenas ameaçam a autonomia e a identidade dos povos Akwẽ-Xerente. A marginalização das mulheres nos processos de resistência coloca em risco a riqueza cultural preservada no âmbito doméstico, que, apesar de invisível, possui um valor intrínseco para a comunidade (Farias, 1990).

Os estudos etnológicos demonstram que, na sociedade Akwẽ-Xerente, a mulher é vista como um pilar de estabilidade cultural, especialmente no que tange à preservação de saberes alimentares, medicinais e rituais cotidianos. Esse papel, embora essencial para a sobrevivência cultural, é culturalmente interpretado como secundário, refletindo uma visão simbólica que associa uma mulher a uma “ordem privada” que deve ser mantida fora da esfera pública. Esse fato ressalta o paradoxo da posição feminina: embora seja vital para a coesão cultural, a mulher Akwẽ-Xerente é considerada desordenada e até ameaçadora quando extrapola os limites do espaço privado, reforçando uma estrutura que limita sua participação plena na vida pública (Nimuendaju, 1942).

Em um contexto de transformações socioambientais, o papel feminino no interior da cultura Akwẽ-Xerente é ainda mais relevante, pois são as mulheres que mantêm práticas fundamentais para a identidade coletiva, como os conhecimentos agrícolas, alimentares e as práticas medicinais. Essas práticas, muitas vezes realizadas longe dos olhos externos, são o que conferem à cultura Akwẽ-Xerente sua singularidade e resiliência. A exclusão das mulheres das publicações públicas sobre adaptação cultural, portanto, não apenas ignora a importância dessas práticas, mas também fragiliza o processo de resistência cultural em tempos de mudança (Schroeder, 2006).

O processo de exclusão feminina, ao silenciar vozes importantes dentro da cultura Akwẽ-Xerente, afetando a resiliência cultural de maneira profunda. A resistência Akwẽ-Xerente não pode ser compreendida sem levar em contato com o papel das mulheres, que perpetuam a cultura através de atividades invisíveis aos olhos externos, mas que são essenciais para a continuidade do grupo. A manutenção dessa invisibilidade é uma forma de perpetuar um sistema de valores que limita a adaptabilidade cultural do povo Akwẽ-Xerente, uma vez que as contribuições femininas são desconsideradas na esfera pública (Reis, 2001).

Ao tratar do simbolismo de gênero, a cultura Akwẽ-Xerente perpetua uma visão que associa a mulher a práticas vistas como secundárias, enquanto o homem é responsável pelas questões de ordem pública e cerimonial. Esse sistema, que privilegia o papel masculino, tem implicações diretas na maneira como a cultura Akwẽ-Xerente lida com desafios externos, como a exploração de recursos naturais e a imposição de políticas governamentais. Ao manter as mulheres à margem, o povo Akwẽ-Xerente limita o potencial de suas próprias estratégias de resistência cultural (Queiroz, 1976).

A marginalização das mulheres no contexto das transformações socioambientais é um reflexo de um sistema cultural que prioriza o masculino em detrimento do feminino, subestimando a importância das práticas culturais domésticas. As mulheres Akwẽ-Xerente, ao fazerem a gestão das decisões públicas, têm suas contribuições subvalorizadas, o que prejudica a resiliência da comunidade. Essa invisibilidade das mulheres nas práticas culturais públicas compromete a continuidade da cultura Akwẽ-Xerente, especialmente em tempos de grande transformação (Paula, 2000).

A resiliência cultural Akwẽ-Xerente, ancorada nas práticas de transmissão oral e nos saberes restritos pelas mulheres, enfrenta obstáculos em um cenário de mudanças socioambientais. O sistema simbólico que associa o feminino ao privado perpetua uma exclusão que afeta diretamente a capacidade da comunidade de adaptar-se e resistir. A ausência feminina nas esferas públicas e cerimoniais resulta em uma resistência cultural fragmentada, onde as práticas mantidas pelas mulheres são subvalorizadas no esforço coletivo de preservação cultural (Braggio, 1999/2000).

Na medida em que as transformações socioambientais intensificam a necessidade de adaptação cultural, a invisibilidade feminina dentro da cultura Akwẽ-Xerente representa um desafio significativo. A exclusão das mulheres da esfera pública limita a resistência cultural do grupo, uma vez que priva a comunidade da rica contribuição dos saberes tradicionais mantidos pelas mulheres. Esse paradoxo, onde a mulher é essencial para a cultura, mas a restauração da representatividade pública, prejudica a coesão cultural do povo Akwẽ-Xerente (Tum, 2010).

4. SIMBOLISMO DE GÊNERO E SUSTENTAÇÃO DA IDENTIDADE AKWẼ-XERENTE EM TEMPOS DE MUDANÇA

Nesse cenário, o masculino ocupa um lugar de representatividade pública, condicionado aos ritos e à preservação de uma ordem coletiva que sustenta a identidade do grupo. O homem é visto como o defensor do espaço cerimonial, aquele que apresenta uma cultura de maneira coesa e simbólica. Esse papel, no entanto, não poderia existir sem o universo feminino, cujas práticas, embora menos visíveis, são o alicerce que sustenta a continuidade da tradição Akwẽ-Xerente, especialmente em tempos de mudanças intensas que desafiam a estabilidade social e cultural da comunidade (Braggio; Sousa Filho, 2006).

A mulher Akwẽ-Xerente, embora associada ao espaço doméstico e privado, desempenha uma função central na preservação dos saberes culturais, como o conhecimento de ervas medicinais, a preparação dos alimentos e a criação de um ambiente que promove a transmissão da língua e dos valores do grupo. A esfera feminina, ainda que menos celebrada nas cerimônias, é onde os primeiros laços culturais são estabelecidos e estabelecidos, formando uma base sólida para a identidade coletiva. Este simbolismo, no entanto, limita a participação feminina nos espaços públicos e rituais, pois a cultura Akwẽ-Xerente, como muitas outras sociedades tradicionais, associa o feminino à desordem e ao perigo quando fora do seu espaço convencional. Essa dinâmica cria uma estrutura simbólica de gênero que, paradoxalmente, depende do feminino para sustentar o próprio tecido cultural (Schmidt, 2010).

Em tempos de transformações socioambientais, essas dinâmicas de gênero ganham uma relevância ainda maior, pois é no espaço privado, sob a condução feminina, que a comunidade encontra um refúgio para manter a coesão cultural. O simbolismo que associa a mulher ao espaço doméstico transforma as mulheres em guardiãs silenciosas da cultura, que resistem às mudanças externas não com ações públicas, mas com a reprodução dos saberes antigos e da língua nativa dentro de suas casas. Esse papel é essencial para a resiliência cultural do povo Akwẽ-Xerente, pois permite que, mesmo diante de pressões externas, o grupo conserve elementos fundamentais de sua identidade, transmitidos de forma implícita através da convivência diária e das práticas culturais mantidas no ambiente doméstico (Farias, 1990).

Ao mesmo tempo, a Restrição do papel feminino à esfera privada é uma restrição para a adaptação cultural da comunidade Akwẽ-Xerente. O simbolismo de gênero que associa o homem à ordem e à autoridade cultural pública impede que as vozes femininas sejam ouvidas nas decisões importantes, como nas discussões sobre o uso dos recursos naturais ou nas negociações com o governo e empresas externas. Essa exclusão enfraquece a resistência cultural do grupo, uma vez que priva a sociedade Akwẽ-Xerente de uma perspectiva rica em conhecimento tradicional, que poderia contribuir para soluções mais eficazes e sensíveis aos desafios contemporâneos (Nimuendaju, 1942).

Essas dinâmicas culturais, no entanto, não são fixas; elas estão em constante transformação, especialmente à medida que as mulheres Akwẽ-Xerente buscam redefinir suas posições dentro e fora da comunidade. Ainda que uma sociedade tradicional como limitada ao espaço privado, muitas mulheres encontram maneiras de expandir sua influência para além dos limites estabelecidos, participando discretamente de decisões comunitárias ou transmitindo saberes em espaços que, de alguma forma, escapam ao olhar público. Esta resistência simbólica, que se estende na esfera doméstica, é uma forma de reconfigurar o simbolismo de gênero sem confrontar diretamente as normas tradicionais, mas ampliando o campo de ação feminina para garantir a continuidade da identidade cultural Akwẽ-Xerente em tempos de adversidade (Heck, 2015 ).

A manutenção da identidade Akwẽ-Xerente em tempos de mudança exige, portanto, uma nova leitura do simbolismo de gênero, onde a esfera feminina possa ser integrada ao espaço público de forma que contribua para a resiliência do grupo sem romper o equilíbrio cultural. Esse simbolismo, ao mesmo tempo que restringe, pode também abrir portas para uma renovação cultural, onde as práticas tradicionais das mulheres sejam reconhecidas como parte essencial da resistência Akwẽ-Xerente. A presença feminina pode, então, ser vista como uma força sutil mas vital para a coesão e adaptação da comunidade, uma vez que o conhecimento mantido pelas mulheres é frequentemente o que permite ao grupo sobreviver e resistir às pressões externas de maneira coesa e sustentável ( Paulo, 2000).

O desafio para a cultura Akwẽ-Xerente, nesse sentido, é encontrar uma forma de integrar o simbolismo de gênero à realidade contemporânea, onde as mudanças ambientais e sociais exigem um esforço conjunto de homens e mulheres. A inclusão do conhecimento feminino no espaço público poderia fortalecer a resiliência do grupo, permitindo que a comunidade desenvolva respostas culturais mais amplas e dinâmicas. No entanto, para que isso ocorra, será necessário um processo de reavaliação das estruturas simbólicas que definem o papel de cada gênero na sociedade Akwẽ-Xerente, de modo que as contribuições femininas possam ser valorizadas e integradas ao esforço coletivo de preservação cultural (Queiroz, 1976) .

Esse equilíbrio, contudo, não é fácil de alcançar, pois envolve uma reinterpretação das bases culturais que sustentam a identidade Akwẽ-Xerente. O simbolismo de gênero, profundamente enraizado na tradição, representa uma fonte de estabilidade, mas também de resistência às mudanças que poderiam fragilizar a união do grupo. É nesse ponto que o simbolismo se transforma em uma faca de identidade de duas gengivas: ele protege a cultura ao preservar os papéis tradicionais, mas também limita o potencial adaptativo da comunidade ao restringir o papel das mulheres. Para que o povo Akwẽ-Xerente consiga enfrentar as mudanças contemporâneas, será essencial que esse simbolismo seja reinterpretado, permitindo uma flexibilidade que não comprometa a identidade cultural, mas que integre o papel feminino como elemento vital da resiliência coletiva (Schroeder, 2006).

A resistência da identidade Akwẽ-Xerente, nesse contexto, passa pela valorização do conhecimento feminino, que, embora muitas vezes invisível, é uma fonte de força cultural que sustenta a comunidade em tempos de transformação. A capacidade de adaptação da cultura Akwẽ-Xerente depende da habilidade de harmonizar o simbolismo de gênero com as necessidades atuais, permitindo que a mulher se expresse de maneira que contribua para o coletivo sem comprometer as tradições. Esta é uma tarefa complexa, mas essencial para a preservação da cultura Akwẽ-Xerente, pois somente uma visão inclusiva e ampliada do simbolismo de gênero permitirá que a comunidade enfrente os desafios contemporâneos sem perder de vista suas raízes culturais (Reis, 2001).

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Uma análise dos resultados da pesquisa sobre o simbolismo de gênero e sua relação com a preservação cultural entre os Akwẽ-Xerente indica uma interdependência crucial entre as esferas masculina e feminina, evidenciando que o valor da contribuição feminina, embora muitas vezes invisível na esfera pública, é essencial para a coesão e resiliência cultural do grupo. A interpretação dos dados revela que a cultura Akwẽ-Xerente, ao associar o masculino à ordem pública e o feminino ao espaço privado, configura uma dualidade que, embora sustentadora, também impõe limitações à atuação feminina em espaços de representatividade. Esse contraste, conforme discutido por Braggio e Sousa Filho (2006), demonstra uma estrutura de poder simbólica que subvaloriza a participação feminina, mesmo em processos culturais fundamentais para a identidade coletiva.

No âmbito das práticas culturais, os resultados mostram que o papel feminino é decisivo na transmissão de saberes e valores, especialmente no que diz respeito aos cuidados com a saúde, alimentação e práticas rituais cotidianas. Esses elementos, ainda que restritos ao espaço doméstico, compõem um universo simbólico vital para a continuidade cultural, algo que Heck (2015) menciona como essencial para a manutenção das tradições e o fortalecimento da resistência cultural. Essa resiliência, sustentada em práticas que escapam ao domínio público, permite ao povo Akwẽ-Xerente enfrentar transformações socioambientais sem perder sua identidade, mantendo aspectos vivos fundamentais da cultura por meio do simbolismo feminino.

A análise crítica dos dados aponta que, embora o sistema simbólico valorize o papel masculino na ordem pública, é no espaço doméstico que a resistência cultural Akwẽ-Xerente se concretiza de forma mais significativa. A presença das mulheres na manutenção do cotidiano, longe dos olhares externos, revela uma estratégia de preservação cultural que opera por meio da continuidade das práticas diárias, das histórias contadas e dos saberes compartilhados entre as gerações. Farias (1990) observa que essa estrutura silenciosa, ainda que invisível, constitui uma força de sustentação que permite ao povo Akwẽ-Xerente se adaptar às mudanças sem comprometer a sua essência cultural.

Os resultados demonstram ainda que essa estrutura de gênero, ao criar limitada o papel feminino ao privado, barreiras à participação das mulheres em decisões de relevância pública, especialmente aquelas relacionadas ao enfrentamento das mudanças socioambientais. Isso resulta em uma lacuna nas estratégias de adaptação, uma vez que os saberes fechados pelas mulheres são frequentemente ignorados em contextos que exigem uma visão mais inclusiva e colaborativa. A exclusão feminina dos processos decisórios enfraquece a resistência cultural e limita a capacidade do grupo de lidar com os impactos externos, conforme exposto por Nimuendaju (1942), que enfatiza a importância da inclusão feminina para uma adaptação mais coesa.

A presença feminina é, portanto, paradoxalmente, a Alicerce invisível que dá sustentação à cultura Akwẽ-Xerente, embora o simbolismo de gênero oculte seu valor na esfera pública. Os dados sugerem que as práticas culturais realizadas por mulheres, ainda que relegadas ao espaço privado, são determinantes para a continuidade e resiliência cultural, como observa Schroeder (2006), que associa a transmissão de saberes ao papel central das mulheres na comunidade. Essa transmissão silenciosa, mas constante, de conhecimentos é o que permite à cultura Akwẽ-Xerente resistir às pressões externas e manter sua coesão interna.

Ao discutir o impacto do simbolismo de gênero na resistência cultural, fica claro que a visão tradicional, ao associar o masculino à cultura pública e cerimonial, limita a contribuição feminina. Essa limitação, no entanto, não apaga o valor da contribuição privada feminina, que permanece como um pilar de sustentação cultural. Os resultados apontam que, embora o sistema simbólico perpasse uma divisão de espaços, ele não elimine a centralidade do feminino na preservação cultural, algo que Reis (2001) destaca como fundamental para a continuidade cultural, visto que as práticas domésticas preservadas pelas mulheres são a base da identidade do grupo.

Os dados revelam que, em tempos de intensas transformações socioambientais, essa dualidade simbólica enfrenta desafios substanciais, pois as práticas culturais precisam se adaptar a novas realidades. O papel feminino, ao sustentar o conhecimento tradicional, mostra-se necessário para a adaptação cultural, porém, sua exclusão da esfera pública é um descompasso entre o valor simbólico e a necessidade prática de uma visão inclusiva. Braggio (1999/2000) observa que essa exclusão é uma barreira para a resistência cultural, uma vez que priva a comunidade de um conhecimento essencial para enfrentar as mudanças.

A análise dos resultados sugere que, para uma adaptação mais eficiente, é necessário compensar a estrutura simbólica que limita a atuação feminina, permitindo que as práticas culturais femininas sejam valorizadas na esfera pública. Isso ampliaria o potencial de resistência do povo Akwẽ-Xerente ao integrar perspectivas diversas nas estratégias de preservação cultural. Paula (2000) argumenta que a valorização do papel feminino na esfera pública seria um passo interessante para fortalecer a resistência cultural, ampliando o espectro de conhecimentos necessários nas tomadas de decisão.

Esses resultados revelam, portanto, um paradoxo: embora a cultura Akwẽ-Xerente dependa do papel feminino para sua continuidade, a valorização simbólica desse papel permanece restrita. O desafio contemporâneo, então, é encontrar maneiras de integrar essa contribuição no espaço público, sem comprometer o equilíbrio cultural. Isso exigia uma reinterpretação das bases simbólicas, onde a mulher pudesse ocupar um espaço de representatividade que refletisse sua real importância para a identidade coletiva. Queiroz (1976) sugere que tal mudança permitiria uma resistência cultural mais inclusiva e adaptativa, essencial para enfrentar os desafios modernos. Os dados indicam, ainda, que a inclusão do conhecimento feminino nas discussões públicas poderia fortalecer a comunidade, permitindo que as mulheres contribuíssem com sua expertise em questões de saúde, alimentação e rituais cotidianos, enriquecendo a resiliência cultural do grupo. Esse processo exigia uma reconfiguração simbólica para que a mulher fosse reconhecida como uma força cultural ativa. 

CONCLUSÃO

A análise mostra que, enquanto o masculino ocupa a esfera pública e cerimonial, as mulheres sustentam uma identidade coletiva por meio de práticas domésticas e privadas, garantindo a continuidade dos saberes culturais essenciais. Esse dualismo gera uma estrutura para a mulher, apesar de invisível, é indispensável para a coesão cultural, mas também enfrenta limitações que podem dificultar a resiliência cultural do grupo diante de novas exigências.

A contribuição feminina, embora mantida à margem da representatividade pública, é o Alicerce da continuidade cultural Akwẽ-Xerente. No entanto, as restrições impostas a essa atuação feminina na esfera pública criam uma tensão entre a necessidade de adaptação e a preservação da tradição. O sistema simbólico tradicional, ao associar a ordem pública ao masculino, não permite cumprir plenamente o valor das práticas femininas, o que impede uma resistência cultural mais integrada e inclusiva. A revisão desse simbolismo se apresenta, portanto, como um passo essencial para fortalecer a capacidade de adaptação do povo Akwẽ-Xerente, promovendo um reconhecimento mais amplo do papel feminino.

Para que a comunidade Akwẽ-Xerente possa enfrentar as pressões contemporâneas sem comprometer sua identidade, é essencial um movimento que permita uma maior visibilidade e valorização do conhecimento feminino na esfera pública. Tal mudança não implica uma ruptura com as tradições, mas sim uma adaptação inteligente e necessária que considere as contribuições femininas como parte integrante das estratégias de preservação cultural. A inclusão desse saber não apenas fortaleceria a identidade coletiva, mas também ampliaria as perspectivas e soluções culturais frente aos desafios atuais.

Dessa forma, a reinterpretação do simbolismo de gênero surge como uma oportunidade de enriquecer a resistência cultural Akwẽ-Xerente, integrando o feminino de maneira que suas práticas e conhecimentos possam ser reconhecidos como forças ativas na continuidade e adaptação da cultura. O futuro da resiliência cultural Akwẽ-Xerente depende, em grande parte, de um equilíbrio entre tradição e inovação, onde o feminino possa coexistir com o masculino em espaços de decisão e representação, reforçando a unidade e adaptabilidade da identidade coletiva em um contexto de constantes transformações.

REFERÊNCIAS

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1Mestrando em Educação. Universidade Federal do Tocantins. E-mail: samuelbiologo11@gmail.com
2Pós-Doutora em Educação. Universidade Federal do Tocantins. E-mail: neilaosorio@uft.edu.br
3Mestre em Ciências Florestais e Ambientais. Universidade Federal do Tocantins. E-mail: valteranalista01@gmail.com
4Mestre em Biotecnologia. Universidade Federal do Tocantins. E-mail: claudianymilk@gmail.com
5Mestre em Linguística Aplicada. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. E-mail: leila.machado@uems.br
6Especialista em Educação Matemática. Universidade Federal do Tocantins. E-mail: orcimar.amorim@professor.to.gov.br
7Especialista em Serviço da Família. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul E-mail: antonia.zottos@uems.br
8Especialista em Neuropsicopedagogia. ITPAC- Instituto Presidente Antônio Carlos. E-mail: patriciaolivmenezes@gmail.com
9Especialista em Orientação Educacional. Graduada em Pedagogia. E-mail: anagomes@professor.to.gov.br
10Especialista em Orientação Educacional. SEDUC-TO E-mail: joselmareisgouveia689@gmail.com
11Especialista em Gestão Escolar. Universidade Federal do Tocantins. E-mail: genivaldorcc@gmail.com
12Graduada em Pedagogia. Universidade Federal do Tocantins. E-mail: dalaynelopesdossantos@gmail.com
13Graduado em Geografia. Universidade Estadual do Pará. E-mail: matheus.mar@gmail.com
14Bacharel em Psicologia. Universidade Federal do Tocantins. E-mail: joaonetosat@gmail.com
15Graduada em Filosofia. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. E-mail: treinamentosnr@gmail.com