REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202507080902
Dieneson Toldo de Barros
Orientadora: Profa Dra Lídia Barreto
Orientadora: Profa Dra Denise Lima Belisario
Resumo
A presença de colônias de Apis melífera em áreas urbanas tem se intensificado nos últimos anos, representando um desafio para a segurança pública e para a preservação ambiental. Este artigo apresenta uma abordagem técnica sobre o manejo e a remoção segura dessas colônias, com base em legislação ambiental vigente, normas de segurança ocupacional (NR 33 e NR 35) e práticas operacionais adotadas por profissionais da área na cidade de Passo Fundo – RS. A metodologia empregada inclui revisão de literatura, análise documental e pesquisa aplicada com apicultores experientes. Os resultados obtidos, apoiados em dados coletados por meio de questionário, permitem compreender os principais padrões de ocorrência, técnicas utilizadas e percepções práticas sobre o tema. O estudo reforça a importância da atuação especializada, do uso de equipamentos adequados e do cumprimento das normas legais para garantir operações seguras e ambientalmente responsáveis.
Palavras-chave: Apis mellifera scutellata; Saúde Urbana; Remoção de Colmeias; Segurança do Trabalho; Apicultura + Saúde Urbana.
Abstract
The presence of Apis mellifera colonies in urban areas has increased significantly in recent years, posing challenges to public safety and environmental preservation. This article presents a technical approach to the safe management and removal of these colonies, based on current environmental legislation, occupational safety regulations (NR 33 and NR 35), and operational practices adopted by professionals in the field in Passo Fundo – RS city. The methodology includes a literature review, document analysis, and applied research through a questionnaire answered by experienced beekeepers. The results provide insights into the main occurrence patterns, removal techniques, and practical perceptions regarding the issue. The study highlights the importance of specialized intervention, the use of appropriate equipment, and compliance with legal standards to ensure safe and environmentally responsible operations.
Keywords: Apis mellifera scutellata; Urban Health; Hive Removal; Occupational Safety; Urban Beekeeping.
1 INTRODUÇÃO
A intensificação da urbanização nas últimas décadas tem favorecido o surgimento frequente de colônias de Apis mellifera em ambientes urbanos, com registros crescentes de instalação em cavidades estruturais, árvores, postes, forros, caixas d’água e edificações residenciais e comerciais. Essa realidade representa um desafio duplo: de um lado, coloca em risco a segurança de pessoas e animais, especialmente quando ocorre em locais de grande circulação, como escolas, hospitais e áreas residenciais; de outro, exige medidas de manejo que respeitem o papel ecológico fundamental das abelhas na polinização e manutenção da biodiversidade (LORIMER, 2020; PRADO; BEZERRA, 2021).
A presença de colônias em áreas urbanizadas demanda intervenções técnicas cuidadosas, conduzidas por profissionais capacitados, com domínio sobre o comportamento da espécie, normas de segurança do trabalho e legislação ambiental vigente. A correta identificação da situação — um enxame em migração ou de uma colônia permanentemente instalada — é essencial para definir a estratégia de remoção mais adequada. As técnicas adotadas devem priorizar tanto a segurança da população quanto a preservação das abelhas, alinhando-se aos princípios da conservação ambiental (FAO, 2018).
Neste cenário, observa-se uma lacuna entre a prática cotidiana das remoções e o respaldo técnico e legal que deveria orientar tais intervenções, especialmente em contextos urbanos. A falta de padronização de procedimentos, a atuação de profissionais sem formação específica e a inexistência de políticas públicas voltadas ao manejo seguro e sustentável de abelhas em áreas urbanas agravam a situação.
Diante disso, este trabalho justifica-se pela necessidade de compreender e sistematizar as práticas, desafios e percepções dos profissionais que atuam na remoção de colônias de Apis mellifera no meio urbano, contribuindo com dados que possam subsidiar a criação de protocolos técnicos, programas de capacitação e políticas públicas voltadas à segurança, à sustentabilidade e ao reconhecimento da atividade. Assim, o presente artigo tem como objetivo analisar as práticas adotadas por apicultores e manejadores na remoção de colônias de abelhas em áreas urbanas, identificando os principais riscos envolvidos, os recursos técnicos utilizados, os critérios de avaliação empregados, os procedimentos operacionais adotados e os aspectos legais que regulam a atividade. Pretende-se, com isso, oferecer subsídios técnicos que colaborem para o aprimoramento das intervenções e para a valorização profissional dos agentes envolvidos.
2 REVISÃO DE LITERATURA
A urbanização acelerada e a consequente fragmentação dos habitats naturais têm provocado mudanças significativas nos ecossistemas urbanos, incluindo a crescente presença de colônias de Apis mellifera em áreas residenciais, comerciais e públicas. Cavidades em edificações, árvores, postes, caixas d’água e estruturas abandonadas passaram a ser ocupadas por enxames que encontram nas cidades abrigo e condições mínimas de sobrevivência. Essa realidade representa um duplo desafio: de um lado, a proteção da população, especialmente em locais de grande circulação como escolas e hospitais; de outro, a necessidade de preservar uma espécie de grande importância ecológica, sobretudo no que se refere à polinização e ao equilíbrio ambiental (BICHARA et al., 2012; PORTO et al., 2013).
Diante desse cenário, a remoção de colônias em áreas urbanizadas deve ser conduzida com base em critérios técnicos e legais bem definidos. A literatura especializada ressalta que o manejo inadequado dessas colônias pode representar riscos significativos não apenas às pessoas envolvidas, mas também às próprias abelhas, podendo resultar em danos irreversíveis à biodiversidade local. A correta identificação da situação — se trata-se de um enxame transitório ou de uma colônia estabelecida — é um ponto crucial, pois determina o tipo de abordagem a ser utilizada. Equipamentos apropriados, como caixas de captura, aspiradores com sugador de abelhas e EPIs, aliados ao conhecimento técnico do comportamento da espécie, são indispensáveis para garantir uma remoção segura, eficiente e não letal (FAO, 2018; MAPA, 2017; IBAMA, 2018).
No entanto, grande parte das remoções realizadas em áreas urbanas envolvem condições operacionais adversas, como trabalho em altura ou em espaços confinados. Essas situações ampliam os riscos envolvidos e exigem que os profissionais estejam capacitados conforme normas específicas de segurança do trabalho. A NR-35, por exemplo, regulamenta as atividades realizadas acima de dois metros de altura e exige treinamentos, análises de risco, uso de equipamentos e autorização formal para execução da tarefa (BRASIL, 2012a). Já a NR-33 estabelece os requisitos para atuação em espaços confinados, como caixas subterrâneas, forros ou dutos, prevendo medidas rigorosas de ventilação, monitoramento de gases, resgate e comunicação (BRASIL, 2006). No entanto, estudos apontam que há uma lacuna entre essas exigências legais e a realidade da apicultura urbana, marcada muitas vezes pela informalidade e pela ausência de formação técnica adequada (LIMA; SOUZA; FERREIRA, 2019).
Além das questões operacionais, o manejo de abelhas em meio urbano também se insere em um contexto jurídico-ambiental que ainda carece de regulamentações específicas em muitos municípios brasileiros. Embora a Resolução CONAMA nº 496/2020 estabeleça diretrizes para o manejo e transporte de fauna silvestre, incluindo abelhas, sua aplicação prática é limitada quando não há respaldo municipal, deixando apicultores e gestores públicos em situação de insegurança jurídica. Prado e Bezerra (2021) ressaltam que, sem normas locais claras, é difícil garantir tanto a efetividade das ações quanto a valorização dos profissionais envolvidos, comprometendo o reconhecimento da apicultura de resgate como uma atividade de interesse público.
Outro ponto que merece destaque na literatura diz respeito ao perfil dos apicultores que atuam na remoção de colônias em áreas urbanas. Pesquisas recentes, como a de Lorimer (2020), indicam um envelhecimento da categoria, com predomínio de profissionais com mais de 45 anos de idade e ausência quase total de jovens entre 18 e 35 anos. Essa configuração levanta preocupações quanto à continuidade da atividade no médio e longo prazo, especialmente diante da complexidade técnica crescente e da demanda urbana cada vez mais intensa. Além disso, o baixo nível de formalização da atividade reflete diretamente na falta de acesso a seguros, direitos trabalhistas e políticas públicas específicas, o que compromete não apenas a segurança física desses profissionais, mas também sua estabilidade econômica (OREGON STATE UNIVERSITY, 2015).
A literatura também aponta para a urgência de padronizar os procedimentos de remoção de colônias em áreas urbanas, garantindo que sejam baseados em boas práticas de manejo, respeito à legislação ambiental e proteção à integridade física dos trabalhadores e da população. Silva et al. (2021) defendem a criação de protocolos operacionais e programas de capacitação continuada, que promovam a articulação entre apicultores, órgãos ambientais, defesa civil e empresas privadas, favorecendo uma abordagem mais integrada e segura. Para tanto, é essencial que o poder público reconheça formalmente a atividade como uma profissão de risco e promova políticas de incentivo à qualificação técnica, à regulamentação da prática e à conservação das espécies envolvidas.
Dessa forma, observa-se que a atuação dos apicultores urbanos transcende a simples retirada de colônias indesejadas, configurando-se como uma atividade que requer conhecimento técnico, respaldo legal, sensibilidade ambiental e articulação institucional. O fortalecimento da apicultura de resgate como uma prática profissional, segura e ambientalmente responsável depende diretamente da implementação de políticas públicas, do reconhecimento das condições de risco envolvidas e da disseminação de práticas padronizadas, voltadas à preservação das abelhas e à proteção das comunidades urbanas.
3 METODOLOGIA
Este trabalho adota abordagem qualitativa, com base em pesquisa documental e bibliográfica, associada à análise técnica de protocolos utilizados por equipes de manejo no município de Passo Fundo – RS. Foi realizada uma pesquisa de caráter exploratório junto a apicultores e manejadores voluntários que prestam serviço (ou não) de apoio ao Corpo de Bombeiros Militar. A coleta de dados se deu por meio de um questionário semiestruturado, aplicado de forma presencial e/ou digital, abrangendo aspectos técnicos, logísticos e ambientais do processo de remoção. Além disso, foram selecionadas algumas publicações científicas, manuais técnicos, legislações ambientais e normas de conduta adotadas por instituições como Corpo de Bombeiros, IBAMA, Secretaria Municipal do Meio Ambiente e empresas especializadas. Também foram considerados critérios de segurança operacional e impactos ambientais relacionados às ações de remoção.
A descrição dos procedimentos foi organizada a partir de três eixos principais:
3.1 Classificação da situação (trânsito ou fixação da colônia);
3.2 Protocolo técnico de remoção (equipamentos, EPI, horário adequado, técnicas de contenção);
3.3 Destino da colônia (relocação, descarte em caso de risco à saúde pública, ou entrega a meliponicultores licenciados).
4 DESENVOLVIMENTO
4.1 Identificação da Colônia
O primeiro passo na abordagem técnica é a identificação da situação: se trata de um enxame em trânsito geralmente visível, exposto e temporário ou de uma colônia estabelecida, com ninhos internos em cavidades e forte presença de operárias. Essa avaliação determina a urgência, o grau de risco e a técnica a ser empregada.
4.2 Avaliação de Risco
O local deve ser inspecionado quanto à proximidade de pessoas, animais, infraestrutura urbana (como escolas, hospitais, vias públicas) e nível de agressividade das abelhas. Em casos críticos, pode-se aplicar isolamento preventivo da área até que a remoção seja executada.
4.3 Equipamentos e Técnicas de Remoção
A remoção de colônias de Apis mellifera exige o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) completos, incluindo macacão de apicultor, luvas, botas de segurança e véu facial, a fim de garantir a integridade física do profissional durante toda a operação. Além dos EPIs, são comumente utilizados fumigadores para acalmar as abelhas, caixas coletoras para transporte da colônia, aspiradores adaptados com sistema de sucção controlada, lanças telescópicas para alcance em áreas elevadas e iluminação adequada, especialmente em intervenções noturnas.
O procedimento deve ser preferencialmente realizado no final da tarde ou à noite, período em que as abelhas estão recolhidas à colmeia e apresentam menor atividade, o que reduz os riscos de dispersão e ataques. A captura deve ser conduzida com extremo cuidado, buscando preservar o máximo de indivíduos e evitar o esmagamento das abelhas, especialmente da rainha, cuja preservação é fundamental para o sucesso do reestabelecimento da colônia em novo local.
Em situações em que o enxame se encontra instalado em estruturas como forros, telhados ou cavidades de difícil acesso, pode ser necessária a remoção parcial da edificação. Nesses casos, recomenda-se o acompanhamento técnico especializado, com avaliação prévia da estrutura e uso de ferramentas adequadas para minimizar danos materiais e garantir a segurança da operação.
4.4 Destinação das Abelhas
Quando possível, a colônia é transferida para caixas apropriadas e encaminhada a apicultores, instituições de pesquisa ou áreas de soltura previamente autorizadas. Em situações de risco sanitário ou inviabilidade de realocação, pode-se adotar procedimentos de eutanásia, sempre sob respaldo legal e técnico.
4.5 Aplicação das normas regulamentadoras – NR 33 e NR 35 nas Atividades de Manejo de Abelhas em Áreas Urbanas
A execução de atividades de manejo e remoção de abelhas em ambientes urbanos frequentemente envolve riscos ocupacionais que se enquadram nas diretrizes estabelecidas pelas Normas Regulamentadoras NR 33 e NR 35, do Ministério do Trabalho e Emprego.
A Norma Regulamentadora nº 35, que trata do trabalho em altura, estabelece os requisitos mínimos de proteção para atividades realizadas acima de dois metros do nível inferior, quando houver risco de queda. No contexto da apicultura urbana, é comum que a remoção de colônias de Apis mellifera envolva intervenções em locais elevados, como forros, telhados, fachadas e caixas d’água. Nesses casos, o cumprimento rigoroso da norma é essencial para preservar a integridade física dos trabalhadores e garantir a segurança da operação.
Conforme disposto na Portaria SIT nº 313/2012, os trabalhadores devem ser previamente capacitados, utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados, empregar sistemas de ancoragem seguros e contar com um plano de emergência, incluindo procedimentos de resgate específicos para o local de trabalho (BRASIL, 2012a). A inobservância dessas exigências compromete não apenas a segurança dos profissionais envolvidos, mas também a eficiência da remoção, aumentando o risco de acidentes com a população e danos à colônia.
Complementarmente, NR-33, que trata da Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados, regulamenta a atuação em ambientes que apresentam entradas e saídas limitadas, ventilação deficiente ou atmosfera potencialmente perigosa. Durante as operações de remoção de enxames, é frequente que os apicultores precisem acessar espaços como forros estreitos, dutos, caixas subterrâneas e câmaras técnicas — todos classificados como espaços confinados segundo a norma.
Esses ambientes impõem riscos específicos, como a presença de gases tóxicos, baixa oxigenação, dificuldade de evacuação rápida e desorientação espacial. Por esse motivo, a Portaria MTE nº 202/2006 exige uma série de medidas preventivas: avaliação prévia do local, monitoramento contínuo da atmosfera interna, ventilação forçada se necessário, capacitação formal dos trabalhadores envolvidos, autorização documentada para entrada e o suporte obrigatório de um vigia externo, apto a acionar os protocolos de resgate em caso de emergência (BRASIL, 2006).
Dessa forma, o cumprimento das NR-35 e NR-33 deve ser entendido como elemento indispensável para a atuação profissional e segura dos apicultores urbanos, especialmente em contextos que envolvem alto grau de risco físico e técnico.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados obtidos foram sistematizados em gráficos com o objetivo de facilitar a análise e evidenciar as principais tendências relacionadas à ocorrência e ao manejo de colônias de Apis mellifera em ambientes urbanos. As informações foram organizadas conforme os eixos temáticos centrais da pesquisa, permitindo uma leitura clara dos padrões comportamentais e operacionais identificados.
Dentre as principais tendências observadas, destaca-se a alta frequência de remoções durante os meses mais quentes do ano, o que sugere uma relação direta entre o aumento da atividade das abelhas e as condições climáticas, especialmente no período de primavera e verão. Além disso, verificou-se que os horários de maior incidência de chamados concentram-se no período da manhã, coincidentemente com o pico de atividade forrageadora das abelhas.
Outro dado relevante refere-se aos locais mais comuns de instalação das colônias, que incluem cavidades estruturais em residências, postes de energia e árvores urbanas, evidenciando a capacidade adaptativa da espécie em ambientes antrópicos. Os métodos de captura mais utilizados ainda variam entre remoção com caixa isca e aspiração, sendo este último mais comum em áreas de difícil acesso.
Em relação ao destino das colônias removidas, observou-se que parte significativa é realocada para apiários cadastrados, enquanto outra parcela ainda é descartada inadequadamente, evidenciando lacunas na aplicação das normas ambientais. Por fim, a percepção dos apicultores consultados revelou preocupações com a falta de padronização nas condutas de manejo, a baixa fiscalização sobre práticas ilegais de extermínio e o desconhecimento da população sobre os riscos e a legislação vigente, reforçando a importância de medidas educativas e regulamentares.
Essas tendências corroboram a necessidade de intervenções técnicas especializadas e de políticas públicas voltadas ao manejo responsável das colônias urbanas, assegurando tanto a segurança da população quanto a preservação da biodiversidade e o equilíbrio ecológico nos centros urbanos. Os principais achados seguem acompanhados de gráficos representativos e de uma análise interpretativa relacionando com a literatura técnica e normativa disponível, para assim, compreender melhor o panorama prático das remoções em campo e subsidiar propostas de melhoria técnica e regulatória para a atividade.

Figura 1. Tempo de trabalho como apicultor.
No que se refere ao tempo de trabalho na área da apicultura e que contribuem de alguma forma com remoções em meio urbano, 50% dos entrevistados tem acima de 20 anos de experiência apícola, 30% tem de 5-10 anos de experiência, 10% tem entre 10-20 anos de experiência e os outros 10% tem menos de 5 anos, sendo os mais recentes profissionais da área. A maioria dos apicultores envolvidos em remoções urbanas possui ampla experiência na área, com 50% atuando há mais de duas décadas. Esse alto percentual de profissionais experientes pode indicar um maior preparo técnico e segurança nas intervenções em ambientes urbanos. Por outro lado, a presença de 10% com menos de cinco anos de atuação aponta para uma renovação gradual na área, com novos profissionais ingressando nesse nicho específico da apicultura.

Figura 2. Quanto ao gênero dos entrevistados.
Quanto ao gênero dos participantes, observou-se que 80% pertencem ao sexo masculino e 20% ao sexo feminino. A expressiva predominância masculina pode refletir uma tendência histórica da apicultura, particularmente nas atividades operacionais, como as remoções de colônias em ambientes urbanos, que frequentemente envolvem esforço físico, exposição a riscos e disponibilidade para atendimentos emergenciais. Ainda assim, a presença feminina, embora proporcionalmente menor, sinaliza uma inserção crescente das mulheres nesse campo, indicando uma possível mudança no perfil dos profissionais envolvidos no manejo técnico de abelhas.

Figura 3. Escolaridade dos entrevistados.
A Figura 3 apresenta uma significativa diversidade no nível de escolaridade dos apicultores envolvidos em remoções de colônias em áreas urbanas. Verifica-se que 30% dos participantes possuem pós-graduação, demonstrando um contingente com elevado grau de qualificação técnica e teórica. Um percentual equivalente (30%) concluiu o ensino médio, enquanto 20% têm formação técnica, o que sugere uma base sólida voltada à prática profissional. Observa-se ainda que 10% possuem apenas o ensino fundamental e outros 10% têm ensino superior completo, o que indica que, embora haja uma parcela com menor escolaridade formal, a atividade também atrai profissionais com formações variadas. Essa heterogeneidade de perfis educacionais pode favorecer uma troca enriquecedora de saberes e práticas, contribuindo para a qualificação multidisciplinar das ações apícolas em contextos urbanos.

Figura 4. Nível de conhecimento na área.
A Figura 4, demonstra que a maior parte dos apicultores (60%) aprendeu a trabalhar com abelhas por meio de cursos formais, o que indica uma valorização crescente da formação técnica e da qualificação profissional na área. Por outro lado, 40% adquiriram seus conhecimentos por meio da experiência prática repassada por outros apicultores, evidenciando a importância do aprendizado tradicional e do conhecimento empírico. Essa combinação entre ensino formal e transmissão oral reforça a riqueza da formação no campo da apicultura, unindo teoria e prática.

Figura 5. Atualização dos entrevistados sobre o tema da apicultura através de cursos ou seminários.
A Figura 5 evidencia que 60% dos apicultores não realizam atualizações regulares sobre apicultura, um dado preocupante que pode comprometer o acesso a novas técnicas, tecnologias e práticas de manejo mais seguras e eficazes. Por outro lado, 40% afirmaram buscar atualização sempre que possível, demonstrando interesse em acompanhar as inovações da área. Essa disparidade revela a necessidade de ampliar o acesso a programas de capacitação continuada e reforçar a relevância da atualização constante, especialmente em um campo dinâmico como o manejo de colônias de abelhas em ambientes urbanos, que exige conhecimento técnico atualizado, sensibilidade ambiental e capacidade de resposta a situações de risco.

Figura 6. Credenciamento em algum tipo de associação da área.
Na Figura 6, temos que, 50% dos entrevistados são credenciadas a alguma entidade ou associação, e os outros 50% não são. Os dados mostram um equilíbrio exato entre os apicultores credenciados a alguma entidade ou associação e àqueles que atuam de forma independente. Essa divisão indica que, embora metade dos profissionais reconheça a importância da vinculação institucional, seja para fins de capacitação, representatividade ou apoio técnico, outra metade ainda atua fora desses circuitos formais. Isso pode refletir falta de acesso ou falta de interesse por parte de alguns apicultores, quanto a percepção de autossuficiência.

Figura 7. Referente a considerarem o trabalho como profissão, hobby ou complemento de renda.
Foi perguntado aos apicultores se realizam as atividades de remoção de colônias de forma profissional ou amadora. As respostas evidenciaram a diversidade de perfis presentes entre os entrevistados, o que contribui para uma compreensão mais ampla e realista da apicultura praticada na região analisada. Essa heterogeneidade revela diferentes níveis de formalização, experiência e acesso a recursos técnicos, o que influencia diretamente a qualidade do serviço prestado, o grau de segurança nas operações e o reconhecimento social da atividade.
a) 40% responderam que complementam a sua renda com a apicultura, sugerindo que essa atividade é uma importante fonte secundária de sustento. Muitos provavelmente conciliam a apicultura com outras ocupações, o que revela um potencial de crescimento econômico caso haja incentivo técnico e comercial.
b) Outros 40% consideram a prática da apicultura como hoby/passatempo, podendo refletir motivações pessoais, como interesse ambiental ou tradição familiar. No entanto, mesmo esses apicultores podem contribuir para a preservação das abelhas e da biodiversidade, além de gerar produtos com valor local.
c) 20% consideram a apicultura sua profissão – este grupo representa os apicultores mais engajados economicamente, que veem na atividade uma principal fonte de renda. Eles provavelmente investem mais em capacitação, equipamentos e produtividade, podendo atuar como referência ou multiplicadores de conhecimento para os demais.
Essa distribuição demonstra que a apicultura ainda é, em muitos contextos, uma atividade de transição entre o amadorismo e o profissionalismo, e pode ser fortemente beneficiada por políticas de apoio, capacitação técnica e acesso a mercados.

Figura 8. Sobre a atuação em remoções de abelhas em meio urbano.
Conforme demonstra a Figura 8, aproximadamente 80% dos entrevistados atuam diretamente na remoção de colônias de abelhas em áreas urbanas. Esse dado revela um aspecto relevante da atuação dos apicultores contemporâneos: além das atividades voltadas à produção de mel e seus derivados, muitos desempenham um papel essencial no controle e manejo de colônias em contextos urbanos. Por outro lado, os 20% que não realizam remoções urbanas possivelmente mantêm suas atividades restritas à apicultura tradicional em áreas rurais ou enfrentam limitações técnicas, logísticas ou legais para atuarem em ambientes urbanos.
Essa realidade implica em diversos aspectos:
Serviço ambiental e de segurança pública: a remoção técnica de abelhas em áreas urbanizadas é fundamental para a prevenção de acidentes, especialmente em locais de grande circulação de pessoas, como escolas, hospitais e residências. Nesse sentido, os apicultores que atuam nesse segmento contribuem não apenas com a proteção ambiental, mas também com a segurança da população.
Crescimento da demanda urbana: o elevado percentual de apicultores envolvidos nesse tipo de atividade sugere uma demanda crescente por remoções em zonas urbanas. Tal cenário pode abrir espaço para a profissionalização e regulamentação específica do serviço, promovendo práticas mais seguras, éticas e sustentáveis.
Necessidade de conhecimento técnico: a execução segura dessas atividades demanda habilidades específicas relacionadas ao comportamento das abelhas, ao uso de equipamentos de proteção e ao cumprimento de normas ambientais. Isso indica que grande parte dos apicultores urbanos possui, ao menos, algum nível de capacitação técnica — formal ou informal —, o que representa uma base importante para a oferta de treinamentos e certificações adequadas.

Figura 9. Sobre a técnica aplicada para a remoção das abelhas.
Em relação às técnicas utilizadas nas remoções de colônias de abelhas, os dados revelam uma diversidade de abordagens, refletindo distintos níveis de acesso a equipamentos, conhecimento técnico e preocupação com o bem-estar dos insetos. Conforme demonstrado, 50% dos apicultores utilizam o aspirador com sugador de abelhas, 20% recorrem ao uso de borrifador, umedecendo as abelhas para facilitar a remoção, 30% empregam caixas de captura, e 10% relatam a adoção de outras técnicas não especificadas.
A seguir, detalha-se a análise de cada prática:
50% utilizam o aspirador com sugador de abelhas: Trata-se de uma das técnicas mais recomendadas, tanto por sua eficácia quanto pela segurança oferecida ao apicultor e às abelhas. O uso do sugador permite a coleta dos insetos com menor risco de ferimentos, facilitando o transporte da colônia para locais adequados. O alto índice de utilização sugere que boa parte dos apicultores possui acesso a equipamentos técnicos ou busca ativamente por métodos mais eficientes e humanizados.
20% utilizam o borrifador, molhando as abelhas: Essa técnica, mais rudimentar, apresenta limitações importantes. A aplicação de água em excesso pode comprometer a saúde das abelhas e dificultar sua reorganização após a captura. Seu uso pode estar relacionado à falta de equipamentos adequados ou de capacitação técnica, e embora funcional em algumas situações, é menos recomendada do ponto de vista do bem-estar animal.
30% realizam a remoção utilizando caixas de captura: Esse método tradicional baseia-se no posicionamento de uma caixa próxima à colônia, induzindo as abelhas a migrarem naturalmente. Embora respeitoso e de baixo impacto, demanda tempo, paciência e experiência prática. Quando bem conduzida, é uma estratégia eficiente, especialmente em situações de baixo risco.
10% utilizam outras técnicas não especificadas: Este grupo abrange métodos diversos, que podem variar desde adaptações caseiras até práticas não convencionais. A ausência de detalhamento impossibilita uma avaliação mais precisa, mas aponta para a necessidade de aprofundamento em estudos futuros para identificar tais métodos e verificar sua viabilidade técnica e impacto ambiental
Em conjunto, os dados indicam que, apesar da presença de técnicas avançadas entre os apicultores, ainda existe um grau significativo de improvisação e heterogeneidade nas práticas adotadas. Essa realidade reforça a importância de promover a padronização técnica, a disseminação de boas práticas de manejo e o acesso facilitado a equipamentos apropriados, de modo a garantir a segurança do profissional, o bem-estar das abelhas e a eficiência do serviço prestado em contextos urbanos.

Figura 10. Horários utilizados para realizar a remoção de abelhas.
Os dados apresentados na Figura 10, indicam que 50% dos apicultores entrevistados realizam as remoções de colônias de abelhas no período da tarde, enquanto os outros 50% preferem realizar esse procedimento à noite. Nenhum dos participantes relatou atuar pela manhã. A escolha do horário para a realização das remoções revela aspectos importantes do manejo técnico, do comportamento das abelhas e das estratégias de segurança envolvidas nessa atividade:
Remoções realizadas à tarde (50%): Esse período é considerado estratégico por ocorrer quando parte das abelhas ainda se encontra fora da colônia em atividades de forrageamento, o que pode reduzir a densidade populacional interna e, consequentemente, facilitar o manejo do enxame. No entanto, como a luminosidade e a temperatura ainda são elevadas, há maior atividade no entorno da colônia, o que exige habilidade, planejamento e uso rigoroso de equipamentos de proteção individual (EPIs) para evitar acidentes.
Remoções noturnas (50%): A noite é frequentemente apontada como o momento mais seguro para a manipulação de colônias, visto que as abelhas estão mais recolhidas, com menor nível de agitação. Essa condição favorece um manejo mais controlado e reduz o risco de ataques, tanto ao apicultor quanto a terceiros. No entanto, a operação nesse horário demanda o uso de iluminação artificial adequada e atenção redobrada para evitar desorientação dos insetos ou acidentes operacionais, especialmente em ambientes urbanos com baixa visibilidade.
Ausência de remoções pela manhã: Nenhum dos apicultores mencionou realizar remoções no período matutino, o que pode estar relacionado ao aumento gradual da atividade das abelhas nesse horário, associado às condições climáticas mais amenas que favorecem a saída das forrageiras. Além disso, o nível crescente de agitação da colônia e a movimentação humana nas primeiras horas do dia podem tornar esse período menos adequado para intervenções seguras.
Esse padrão de escolha evidencia que os apicultores desenvolvem, ainda que de forma empírica, uma compreensão funcional do comportamento das abelhas e adaptam suas práticas de acordo com a realidade do campo. No entanto, destaca-se a importância de ofertar formações técnicas fundamentadas em conhecimento científico, especialmente para atuação em zonas urbanas, onde os riscos à segurança humana e à integridade das colônias são potencializados.

Figura 11. Realização de resgates em altura.
Ao serem questionados sobre a realização de resgates em altura, 80% dos apicultores responderam afirmativamente, enquanto 20% relataram nunca ter realizado esse tipo de intervenção. Esse dado evidencia que o manejo de colônias em locais elevados é uma prática recorrente no contexto da apicultura urbana e periurbana, especialmente no caso de enxames que se instalam fora de colmeias convencionais, como em árvores, telhados, postes, caixas d’água e outras estruturas elevadas. A predominância dessa experiência entre os apicultores entrevistados levanta considerações relevantes:
Necessidade de treinamento e preparo técnico: A alta incidência de resgates em altura indica que grande parte dos profissionais está exposta a situações que exigem habilidades específicas, incluindo técnicas de escalada, uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), manuseio de ferramentas adequadas e conhecimento sobre segurança em altura. Isso reforça a importância da capacitação contínua e da adoção de boas práticas operacionais.
Padrão de instalação dos enxames: O dado também sugere que é comum as abelhas escolherem locais elevados para a formação de colônias, o que pode estar relacionado à busca por abrigo, isolamento de predadores ou melhores condições microclimáticas. Esse padrão destaca a importância de entender o comportamento ecológico da espécie, especialmente em áreas urbanizadas, onde estruturas verticais são abundantes.
Segurança ocupacional: A realização de atividades em altura demanda atenção redobrada à segurança do apicultor, uma vez que os riscos de acidentes, como quedas ou incidentes com os próprios insetos, são ampliados nesse tipo de operação. Assim, torna-se essencial que protocolos específicos de segurança no trabalho sejam implementados e respeitados, minimizando os riscos à integridade física dos profissionais.
Diversidade no perfil de atuação: Os 20% de apicultores que nunca realizaram resgates em altura possivelmente atuam em contextos onde os enxames ocorrem predominantemente em áreas de fácil acesso, como terrenos planos, apiários convencionais ou zonas rurais com menor verticalização.
Isso reflete a diversidade de cenários enfrentados pelos profissionais da área, reforçando a necessidade de políticas e capacitações adaptadas às diferentes realidades regionais. Em síntese, os dados reforçam que a atividade apícola, especialmente no manejo de colônias urbanas, envolve não apenas conhecimento técnico sobre abelhas, mas também preparo físico, domínio de técnicas de resgate e atenção constante à segurança no trabalho.

Figura 12. Conhecimento técnico dos apicultores sobre a norma regulamentadora – NR 35.
A NR-35 estabelece os requisitos mínimos para a realização de trabalhos em altura, visando à segurança e à saúde dos trabalhadores envolvidos nessas atividades. Neste levantamento, constatou-se que 50% dos apicultores não conhecem a NR-35, 40% afirmaram ter conhecimento sobre a norma, e 10% relataram nunca ter ouvido falar a respeito. Considerando que 80% dos apicultores entrevistados já realizaram resgates em altura, esses dados revelam uma lacuna preocupante na conscientização e aplicação de protocolos de segurança.
A análise dos resultados permite destacar três pontos centrais:
Desconhecimento significativo (50%): A metade dos apicultores desconhece totalmente a NR-35, o que representa um risco expressivo à integridade física desses profissionais. A ausência de conhecimento sobre as exigências legais e técnicas para atividades em altura pode resultar em condutas inseguras, acidentes e complicações legais. Essa realidade aponta para a vulnerabilidade ocupacional em uma prática que, frequentemente, envolve situações de risco elevado.
Conhecimento declarado (40%): Embora esse grupo tenha relatado familiaridade com a norma, isso não garante sua correta aplicação. O conhecimento pode ser superficial ou desatualizado, o que compromete a efetividade das medidas de segurança. Portanto, é essencial oferecer capacitações regulares, com abordagens práticas e atualizadas, que assegurem a adesão real às diretrizes estabelecidas.
Total desconhecimento (10%): A parcela que nunca ouviu falar da NR-35 demonstra uma desconexão preocupante com os marcos regulatórios básicos da atividade. Essa condição sugere a existência de profissionais atuando à margem da legislação vigente, sem qualquer respaldo técnico ou jurídico para a execução de trabalhos em altura.
Esse panorama reforça a urgência da implementação de ações educativas e programas de capacitação específicos para apicultores, com foco na NR-35 e em outras normas correlatas. A articulação com instituições de ensino, entidades de classe, cooperativas e órgãos públicos pode ser estratégica para garantir que esses profissionais tenham acesso à formação adequada. Além disso, ressalta-se a necessidade de fortalecer a regulamentação e a fiscalização das atividades de remoção de colônias em altura, assegurando condições de trabalho seguras e dentro dos parâmetros legais.

Figura 13. Remoções de abelhas em espaço confinado como chaminés, forro de residência etc.
Entre os apicultores entrevistados, 70% afirmaram que já realizaram remoções de colônias de abelhas em ambientes confinados, enquanto 30% relataram nunca ter atuado nessas condições. Esse dado revela uma dimensão relevante e, muitas vezes, pouco visibilizada da atividade apícola, especialmente em áreas urbanas e periurbanas, onde é comum o estabelecimento de enxames em locais de difícil acesso. A seguir, são destacados os principais aspectos dessa realidade:
Alta incidência de remoções em espaços confinados: Ambientes como caixas d’água, forros de residências, bueiros, tubulações e cavidades estruturais são frequentemente ocupados por colônias de abelhas em busca de abrigo seguro e protegido. A atuação nesse tipo de cenário exige dos apicultores habilidades específicas, que vão além do manejo tradicional, incluindo a capacidade de identificar e lidar com riscos como baixa ventilação, acúmulo de gases, restrição de mobilidade e dificuldade de evacuação rápida em caso de emergência.
Riscos ocupacionais relevantes: Trabalhos realizados em ambientes confinados são considerados de alto risco, sendo regulamentados pela NR-33, norma que estabelece os requisitos mínimos para segurança e saúde nesse tipo de atividade. A ausência de capacitação adequada, protocolos operacionais e uso de equipamentos apropriados pode resultar em acidentes graves, incluindo intoxicações, quedas e até fatalidades. Isso evidencia a necessidade urgente de formação técnica específica para os apicultores que atuam nesse contexto.
Ampliação do escopo da atividade apícola: A presença significativa de apicultores que realizam remoções em espaços confinados demonstra a evolução da profissão, que deixa de se restringir à produção de mel e derivados para assumir também um papel fundamental no manejo urbano e no controle seguro de colônias em situações adversas. Esse perfil ampliado demanda capacitação contínua, atualização normativa e domínio de práticas multidisciplinares.
Minoria fora desse contexto (30%): A parcela de apicultores que nunca realizou remoções em ambientes confinados pode estar vinculada a fatores como a predominância de atuação em áreas rurais, ausência de demanda específica em sua região ou, ainda, à escolha consciente de não atuar nesse tipo de situação devido à falta de formação adequada ou pela complexidade dos riscos envolvidos.
Em síntese, os dados da Figura 13, ressaltam a importância de promover ações formativas voltadas à segurança em espaços confinados, com base nos critérios estabelecidos pela NR-33, garantindo a integridade física dos apicultores e a eficiência no controle de enxames em áreas urbanas. Além disso, reforçam a necessidade de políticas públicas e iniciativas de incentivo à profissionalização da apicultura urbana, com foco na valorização do trabalho técnico, na segurança ocupacional e na proteção da biodiversidade.

Figura 14. Perguntado sobre curso técnico da Norma Regulamentadora – NR 33.
A NR-33 estabelece que qualquer intervenção em ambientes confinados deve ser realizada exclusivamente por profissionais treinados, autorizados e devidamente equipados. Entre os apicultores que já atuaram em ambientes confinados, 50% informaram que não possuem o curso exigido pela NR-33; 30% declararam ter realizado a capacitação, e 20% relataram nunca ter ouvido falar da norma. Esses dados revelam uma lacuna crítica na formação técnica e na segurança do trabalho, sobretudo considerando que 70% dos entrevistados afirmaram já ter realizado remoções de colônias em locais com características de confinamento.
A análise desses resultados pode ser estruturada da seguinte forma:
Maioria sem qualificação formal (50%): A metade dos apicultores que atuam em espaços confinados realiza essa atividade sem a formação exigida, o que representa um risco significativo. A ausência dessa capacitação técnica expõe o trabalhador a situações de alto risco, como asfixia, intoxicação por gases, desorientação, quedas ou até fatalidades, além de implicações legais para o exercício irregular da atividade.
Desconhecimento total da norma (20%): Uma parcela relevante dos entrevistados desconhece por completo a existência da NR-33. Isso sugere falhas na disseminação de informações sobre segurança do trabalho, especialmente entre apicultores que atuam de forma autônoma, informal ou em regiões com menor acesso a programas de capacitação. Esse dado reforça a urgência de ações educativas voltadas à conscientização sobre os riscos e as exigências legais no exercício da atividade apícola em ambientes de risco.
Minoria qualificada (30%): Apenas um terço dos apicultores declarou possuir o curso específico, indicando um grupo mais preparado técnica e legalmente. Apesar de positivo, esse percentual é insuficiente diante da frequência com que essas situações ocorrem, demonstrando que o acesso à formação ainda é limitado, seja por barreiras geográficas, econômicas ou institucionais.
Há, portanto, uma incoerência preocupante entre a prática e a qualificação formal:
enquanto 70% afirmam atuar em ambientes confinados, apenas 30% possuem o treinamento adequado. Essa disparidade evidencia a necessidade urgente de ampliar o acesso à capacitação sobre a NR-33 para apicultores, por meio de parcerias com instituições públicas, entidades de classe e programas de extensão rural. Além disso, destaca-se a importância da criação de mecanismos de fiscalização e incentivo à profissionalização, garantindo que a atividade seja conduzida de forma segura, legal e tecnicamente embasada.

Figura 15. Sobre o apicultor prestar auxílio a entidades como Corpo de Bombeiros ou associações.
A informação de que 50% dos apicultores já prestaram ou prestam auxílio a entidades como o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil ou outras organizações públicas revela um aspecto importante da interface entre a apicultura e os serviços públicos voltados à segurança, ao controle ambiental e à gestão de riscos urbanos. Por outro lado, os 50% que nunca atuaram em parceria com tais instituições indicam uma divisão clara entre os que se inserem em um contexto de colaboração institucional e os que permanecem restritos à atividade apícola tradicional. A análise desse dado pode ser desdobrada em quatro dimensões principais:
Reconhecimento e valorização da experiência técnica: A participação de metade dos apicultores em ações conjuntas com órgãos públicos demonstra que esses profissionais são frequentemente reconhecidos como referência técnica no manejo seguro de colônias, especialmente em contextos urbanos e de risco. Tal envolvimento indica um nível de confiança institucional na capacidade desses trabalhadores de lidar com situações emergenciais, como enxames em locais de grande circulação de pessoas.
Integração com serviços públicos de segurança e meio ambiente: O dado aponta para uma crescente articulação entre apicultores e entidades públicas como o Corpo de Bombeiros, Secretarias Municipais de Meio Ambiente e Defesa Civil. Essa integração é estratégica, considerando que muitos desses órgãos não possuem equipes especializadas em abelhas e, portanto, contam com o suporte técnico de apicultores para realizar remoções de forma segura, ética e eficiente.
Segmento ainda não articulado (50%): A outra metade dos apicultores, que nunca prestou auxílio a instituições públicas, pode estar vinculada a diferentes realidades: atuação restrita à zona rural, ausência de demanda por esse tipo de serviço, falta de articulação com redes institucionais ou mesmo desconhecimento sobre as possibilidades de colaboração. Esse cenário evidencia uma lacuna que pode e deve ser trabalhada, especialmente diante do aumento da presença de colônias em ambientes urbanos.
Potencial para regulamentação e capacitação institucional: O equilíbrio entre os dois grupos revela uma oportunidade concreta para a criação de protocolos oficiais de cooperação entre apicultores e órgãos públicos, que envolvam treinamentos conjuntos, credenciamento de profissionais aptos a realizar remoções em parceria com o poder público e inclusão desses atores em planos de emergência ambiental e urbana. Isso contribuiria não apenas para o aumento da segurança da população, mas também para a valorização profissional dos apicultores.
Em síntese, a divisão igualitária observada entre os que atuam em parceria com entidades e os que não o fazem reforça a importância de políticas públicas voltadas à integração interinstitucional, ao fortalecimento da formação técnica e à regulamentação das práticas de manejo urbano de abelhas, especialmente em contextos que envolvem risco à saúde pública e à biodiversidade.

Figura 16. Sobre a faixa etária dos apicultores.
Os dados sobre a faixa etária dos apicultores entrevistados revelam um perfil marcadamente envelhecido: 40% têm entre 35 e 45 anos, 20% entre 45 e 55 anos, e 40% entre 55 e 65 anos. Não houve nenhum representante na faixa de 18 a 35 anos. Essa distribuição etária aponta para algumas tendências relevantes:
Predominância de profissionais mais velhos (60%): A concentração de apicultores acima dos 45 anos sugere que a atividade é sustentada por indivíduos com maior experiência, mas também alerta para o risco de esgotamento geracional e possível escassez de mão de obra no futuro.
Ausência total de jovens (18 a 35 anos): A falta de representantes mais jovens indica baixa renovação no setor. Isso pode estar associado à falta de incentivo, desconhecimento sobre a apicultura como alternativa econômica, ou à presença de barreiras de entrada, como custo de equipamentos, ausência de formação técnica acessível ou de políticas de estímulo ao jovem rural.
Faixa intermediária como grupo estratégico (35 a 45 anos): Representando 40% dos entrevistados, essa faixa pode ser vista como elo entre tradição e inovação. Esses apicultores têm potencial para liderar processos de transição, formação de novos profissionais e incorporação de tecnologias no setor.
A ausência de jovens e o envelhecimento da categoria configuram um cenário de risco para a continuidade da atividade apícola no médio e longo prazo. Dessa forma, é fundamental o desenvolvimento de estratégias públicas e privadas que promovam a renovação geracional, por meio de programas de capacitação, acesso a crédito, inclusão tecnológica e valorização da apicultura como atividade sustentável e empreendedora.

Figura 17. Pergunta sobre a remoção das abelhas ter dado errado ou terem atacado alguém, como pessoas ou animais.
No que se refere à ocorrência de incidentes durante as remoções de enxames, 80% dos apicultores afirmaram nunca ter enfrentado situações fora de controle, enquanto 20% relataram já ter vivenciado episódios em que houve risco ou ataques a pessoas ou animais. Esse dado oferece um panorama relevante sobre o grau de preparo técnico e os desafios envolvidos na atividade.
A maioria (80%) demonstra domínio das práticas de remoção, o que sugere a adoção de técnicas seguras, uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e atuação planejada, sobretudo em ambientes urbanos onde o risco de acidentes é ampliado. Esse resultado aponta para um padrão positivo de profissionalismo e responsabilidade.
Por outro lado, os 20% que relataram incidentes indicam a existência de riscos reais e recorrentes na atividade, especialmente em contextos imprevisíveis, como áreas de difícil acesso, presença de público, ou atuação sem protocolos definidos. Entre os fatores que podem ter contribuído para essas ocorrências estão a falta de preparo técnico, ausência de planejamento emergencial, uso inadequado de equipamentos ou inexperiência operacional.
Em locais urbanos ou próximos a populações vulneráveis, a perda de controle em uma remoção pode gerar sérias consequências — como reações alérgicas graves, pânico coletivo ou acidentes secundários. Isso reforça a necessidade de capacitações específicas, certificações obrigatórias para atuação em áreas sensíveis e integração dos apicultores com os planos de emergência das autoridades locais. Em síntese, embora a maioria dos apicultores demonstre competência técnica, os casos de incidentes relatados justificam a implementação de ações preventivas, normativas de segurança e programas de qualificação contínua, especialmente para quem atua em contextos urbanos ou de alto risco.

Figura 18. Pergunta envolvendo o motivo do extermínio das abelhas em uma remoção.
Os dados da Figura 18, revelam que 60% dos apicultores já recorreram ao extermínio de abelhas como medida de proteção a pessoas e animais, enquanto 20% o fizeram devido à impossibilidade de concluir a remoção, e outros 20% em decorrência da perda de controle da situação. Esses números evidenciam uma dimensão delicada e controversa da prática apícola:
o extermínio como recurso emergencial frente a riscos operacionais ou à segurança pública.
A maioria (60%) justifica a ação como uma medida de contenção em situações de risco iminente, o que reforça o dilema ético entre a proteção da vida humana e a preservação das abelhas, especialmente em ambientes urbanos. Ainda que compreensível em cenários críticos, esse dado evidencia a necessidade de aprimoramento técnico, com foco em estratégias de manejo não letal.
Os 20% que exterminaram colônias por falhas na remoção indicam limitações operacionais, como ausência de equipamentos adequados ou preparo insuficiente para lidar com situações mais complexas. Já os casos em que o controle foi perdido (20%) apontam para a falta de protocolos de emergência, atuando em cenários de imprevisibilidade e risco elevado.
Além dos aspectos operacionais, o extermínio de colônias levanta preocupações ambientais e éticas, sobretudo diante do declínio global das populações de abelhas e seu papel essencial na polinização e manutenção da biodiversidade. Tais práticas, mesmo quando motivadas por segurança, podem comprometer a imagem da apicultura e impactar negativamente o equilíbrio ecológico.
Em síntese, os dados demonstram uma tensão entre a segurança pública e a conservação ambiental, ressaltando a urgência de políticas públicas, capacitações específicas e protocolos padronizados que priorizem métodos de remoção éticos, seguros e sustentáveis.

Figura 19. Sobre seguros oferecidos por parte das empresas.
Os dados revelam que 90% dos apicultores entrevistados nunca receberam qualquer tipo de cobertura securitária por parte de empresas, entidades públicas ou privadas, mesmo atuando em condições de alto risco. Apenas 10% afirmaram já ter recebido algum suporte nesse sentido. Essa disparidade evidencia uma lacuna crítica na proteção social e trabalhista dos profissionais que realizam remoções de colônias de abelhas, especialmente em contextos urbanos.
A maioria (90%) atua exposta a situações de risco elevado — como trabalho em altura, ambientes confinados e ações emergenciais — sem qualquer garantia formal em caso de acidentes, invalidez ou morte. Essa condição de vulnerabilidade é agravada pela informalidade predominante no setor, que dificulta o acesso a seguros compatíveis com a natureza perigosa da atividade.
A ausência de reconhecimento legal da apicultura de resgate como uma atividade de risco também contribui para a exclusão desses profissionais de políticas públicas de proteção ou contratos que prevejam cobertura securitária obrigatória. Por outro lado, os 10% que relataram acesso a algum tipo de seguro provavelmente estão inseridos em contextos mais organizados — como cooperativas, convênios com empresas privadas ou parcerias pontuais com instituições públicas.
Esse cenário revela consequências significativas: insegurança jurídica, desamparo em caso de acidentes e maior exposição a situações de vulnerabilidade econômica. Além disso, compromete a valorização da atividade e a atração de novos profissionais, especialmente em áreas urbanas onde os riscos são ainda mais acentuados.
Dessa forma, torna-se urgente o desenvolvimento de políticas públicas, modelos cooperativos ou regulamentações específicas que incluam seguros obrigatórios e reconheçam formalmente a apicultura de resgate como atividade de risco, assegurando direitos básicos de proteção, dignidade e segurança aos profissionais envolvidos.
6 CONCLUSÃO
A crescente presença de colônias de Apis mellifera em áreas urbanas é um reflexo direto da urbanização desordenada e da elevada adaptabilidade dessa espécie. Embora representem riscos à segurança pública, essas abelhas desempenham um papel indispensável no equilíbrio ecológico, especialmente por sua função polinizadora. Nesse contexto, a remoção de colônias deve ser conduzida com responsabilidade técnica, legal e ética, visando à proteção simultânea da vida humana e da biodiversidade.
Os resultados obtidos nesta pesquisa revelam um cenário complexo e multifacetado da apicultura urbana de resgate. Embora a maioria dos apicultores atue com experiência e comprometimento, ainda há lacunas significativas em capacitação técnica, segurança ocupacional, respaldo legal e reconhecimento profissional. Observou-se, por exemplo, que 80% dos entrevistados já realizaram resgates em altura, mas apenas 40% conhecem a NR-35, e 70% já atuaram em ambientes confinados, dos quais 50% não possuem capacitação conforme a NR33. Esses dados expõem uma desconexão preocupante entre prática e normatização, que compromete a segurança do profissional, da população e das próprias abelhas.
Outro ponto crítico revelado pela pesquisa é o perfil etário envelhecido dos apicultores, com ausência total de representantes abaixo dos 35 anos. Isso indica um risco de descontinuidade geracional e reforça a urgência de políticas públicas que incentivem a entrada de jovens na atividade, com acesso a formação técnica, crédito e reconhecimento institucional.
Apesar das fragilidades, 50% dos apicultores já prestaram apoio a instituições públicas, como o Corpo de Bombeiros, demonstrando seu papel estratégico como agentes técnicos em situações emergenciais. No entanto, essa atuação ocorre majoritariamente sem vínculo formal ou garantias legais, refletindo a precariedade das condições de trabalho desses profissionais.
Do ponto de vista da segurança nas operações, 80% relataram nunca ter enfrentado incidentes, o que pode estar associado à experiência prática acumulada. Ainda assim, os 20% que vivenciaram situações fora de controle indicam a necessidade de protocolos operacionais mais robustos e treinamentos contínuos. O dado de que 60% já recorreram ao extermínio de colônias, ainda que por razões emergenciais, acende um alerta quanto à urgência de alternativas técnicas e éticas para remoções não letais, que preservem tanto a segurança quanto o papel ecológico das abelhas.
Por fim, o fato de 90% dos apicultores nunca terem recebido qualquer forma de seguro ou amparo institucional reforça a invisibilidade da atividade como profissão de risco. Essa realidade evidencia a urgência de políticas públicas, cooperativas e mecanismos de regulação que ofereçam proteção social, seguridade jurídica e valorização profissional aos que atuam no manejo de colônias em áreas urbanas.
Diante de uma demanda crescente nas cidades brasileiras, é fundamental investir na capacitação técnica dos apicultores, na conscientização da população e na articulação entre apicultores, órgãos públicos e empresas especializadas. Somente por meio de estratégias integradas e sustentáveis será possível garantir que a remoção de colônias ocorra de forma segura, eficiente e ambientalmente responsável, respeitando o papel vital das abelhas e assegurando a proteção da coletividade.
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