REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202509291027
Rubens Sebastião dos Santos
Tutora: Profa. Me. Lillian Cristiane Camargo Moreira.
Resumo
O presente artigo analisa o desenvolvimento das interações e tensões entre religião e fundamentalismos, no diálogo com outras ideologias no contexto contemporâneo. O objetivo principal é compreender como os discursos fundamentalistas e ideologias se relacionam com correntes sociais, políticas e culturais, evidenciando conflitos e possíveis pontos de convergência. A pesquisa está fundamentada em revisão bibliográfica de autores clássicos e contemporâneos, permitindo identificar a relevância do fenômeno religioso no cenário atual, marcado pelo pluralismo e pela globalização. Os resultados apontam que, embora o fundamentalismo se apresente em oposição a ideologias como o secularismo, o liberalismo e perspectivas científicas, ele também revela estratégias de adaptação e diálogo em determinados contextos. Conclui-se que a compreensão das interações é essencial para avaliar os desafios para contribuição a melhor convivência, promoção da tolerância, a construção de um espaço público mais plural para o melhor desenvolvimento de gerações futuras.
Palavras chave: Fundamentalismos – Ideologias – Tensões – Tolerância – Pluralismo
1. Introdução
A pesquisa discorreu sobre fundamentalismos e permitiu identificar o cenário de transformações e interações entre fé, ciências e correntes ideológicas. Dentre aos principais opositores ao fundamentalismo, destacam-se movimentos ligados às questões de gênero, correntes de orientação socialista, comunidade cientifica e a indústria cinematográfica. O que convergem no campo das disputas simbólicas e narrativas, refletindo conflitos quanto ordens morais, direitos e escolhas e certamente irão convergir para a educação. O estudo evidencia que os fundamentalismos não se limitam a um conjunto estático de crenças, mas constituem um fenômeno dinâmico que reage e se adapta às mudanças socioculturais tensionando permanentemente fronteiras entre tradição e modernidade.
Quanto justifica, se explica pela tensão social provocada por divergências entre fé, ciência e ideologias contemporâneas que quando mal implementadas tornam agentes de disputa ideológica na busca de controle de espaço na educação e sociedade, que frequentemente se apresentam como agentes formadores de valores e percepções coletivas. O fundamentalismo religioso e outras ideologias, em muitos contextos se tonam impostos aos indivíduos. Nas sociedades democráticas, onde o pluralismo é um princípio fundamental, torna-se essencial reafirmar o direito à liberdade de pensamento, consciência e escolha. Tal direito é um dos pilares que pressupõe a convivência respeitosa entre diferentes visões de mundo.
Iniciamos buscando os fundamentos básicos do início do fundamentalismo, suas causas, sobre a forma como a expressão do fundamentalismo originário se expandiu para outros grupos religiosos e a forma como este confronta com outras ideologias. Nesse contexto, como o indivíduo pode preservar sua autonomia crítica e sua liberdade de escolha diante das ideologias que, muitas vezes, são percebidas como imposições normativas ou morais.
2. Objetivo Geral
Pesquisar o fundamentalismo na sua origem história para melhor compreensão de sua reação na contemporaneidade, ante conflitos com outras ideologias, considerando limites e garantias da liberdade de escolha, bem como mecanismos sociais que influenciam nesta autonomia crítica.
Objetivos Específicos
- Investigar os fundamentos históricos que provocaram a causa do desenvolvimento do fundamentalismo.
- Identificar os principais mecanismos sociais e institucionais que promovem ou impõem ideologias no cotidiano das pessoas.
- Avaliar o impacto das ideologias dominantes na formação da consciência crítica dos indivíduos.
- Avaliar o papel da indústria cinematografia como agente formador de valores e narrativas.
- Analisar formas de resistência ou de afirmação da autonomia pessoal diante de pressões ideológicas.
- Contribuir para o debate acadêmico sobre os limites entre pluralismo ideológico e imposição normativa na sociedade contemporânea.
Do ponto de vista filosófico, Kant (2003), defende a autonomia moral do indivíduo baseado na dignidade, sustentando que a liberdade de escolha é inalienável e que qualquer imposição externa que viole essa autonomia compromete a racionalidade ética do sujeito. Como a sociologia valoriza o conceito de pluralismo cultural, reforça a ideia de que os indivíduos devem ter acesso a diversas formas de pensamento. Assim, se torna relevante investigar os limites entre o direito à liberdade individual e as pressões ideológicas presentes na esfera pública, sobretudo quando tais pressões podem ameaçar a autonomia crítica e a dignidade humana. A pesquisa contribui para o debate acadêmico no tocante ao pensamento religioso, assim como deve compreender outros contextos de desenvolvimento relativos ao desenvolvimento cientifico e direitos humanos, propondo uma análise crítica dos mecanismos sociais que promovem ou limitam essa liberdade.
O conhecimento inicial sobre fundamentalismos, encontrava-se minorado. Soando com tom retrógrado, sem reflexão adequada para com as práticas de uma sociedade moderna. O que se tornou adequado conhecer origens, além de analisar diferentes pensamentos. Assim como, perscrutar outras ideologias acrescentou a equiparação diante de conflitos que reagem e convivem de forma simultânea, ocupando o mesmo espaço onde se faz necessário arbitrar entre meio as diferenças.
3. Metodologia
A escolha pela abordagem se valeu da necessidade da compreensão entorno de como a sociedade deve se portar com relação aos fundamentalismos ante as frequentes mudanças sociais e psicológicas que moldam o atual contexto para uma cultura de paz.
O método de pesquisa qualitativo foi opção de escolha pela facilidade de adquirir materiais históricos que trazem origens do fundamentalismo e pela praticidade de utilizar estatísticas como análises de comportamentos sociais inicialmente avaliado por estudiosos.
O passo a passo da pesquisa se desenvolveu na análise do conhecimento historico e filosófico que avaliam os primórdios do processo de confronto entre ciência e religião, como o primeiro oponente na era medieval, seguido pelos passos do iluminismo que acelera pela cobrança logica de contestar o que era estabelecido, até deparar com o surgimento de outros oponentes como o desenvolvimento de outros influenciadores a exemplo de estudos de gênero e cinema.
Os escritos e publicações com analise de conteúdo, com comparação a estatísticas fizeram parte de materiais que pudessem evidenciar de forma ampla as mudanças que acabam por influenciar questões políticas e sociais que cobram a forma como o fundamentalismo se comporta.
A busca da compreensão a questões sociológicas, foi necessário a abordagem por sociólogos contemporâneos, que tratam de informações da Psicologia Social com Aronson e as colocações de Bauman referente a sociedade liquida. Nessa perspectiva, julgou necessário descobrir as interfaces que estavam contrapondo aos princípios estabelecidos. Onde tanto a pesquisa histórica de princípios estabelecidos como liberalismo moderno, passam ser instrumentos de compreensão, onde a se faz necessário em última instancia buscar opiniões que tratam o componente que dialoga com valores éticos, culturais e espirituais, na busca de identificar os principais entraves que dificultam a inserção posicionamento.
A metodologia adotou abordagem qualitativa, fundamentada em análise bibliográfica de autores clássicos e contemporâneos, que contribuem respectivamente com perspectivas filosóficas e históricas. No âmbito sociológico, utilizou-se Freston; na Psicologia Social, Arisson e Gary DeMar, que discutem os impactos do fundamentalismo nos comportamentos sociais e nas reações de seus opositores. Também foi considerado Bauman, cujas reflexões sobre a modernidade líquida auxiliam na compreensão das respostas do fundamentalismo em contextos contemporâneos.
4. RESULTADOS
A análise dos dados permitiu a identificação de diferentes dimensões nas quais o fundamentalismo se manifesta e se relaciona com outros campos de conhecimento e práticas sociais. Esses resultados estão organizados nos tópicos a seguir:
4.1 Origens Históricas do Fundamentalismo
Aborda o contexto histórico em que o fundamentalismo surgiu, destacando fatores religiosos, políticos e sociais que favoreceram seu desenvolvimento inicial.
A expressão “fundamentalista” na esfera religiosa poderia soar como afronta, amparado ao sentimento do radicalismo religioso sob fé exclusiva e irredutível. Porém, a análise da questão histórica no que diz respeito a origem, poderá nos trazer luz para melhor compreensão.
O final do século XIX foi marcado por grandes mudanças sociais, políticas e intelectuais. O avanço das ciências naturais, especialmente após a publicação de “A origem das espécies” de Darwin (1859), levou uma crescente aceitação do evolucionismo, o que desafiava as interpretações tradicionais do primeiro livro da bíblia “Genesis”. Paralelamente a chamada alta crítica, especialmente oriunda da Alemanha questionava a autoria mosaica do Pentateuco a historicidade de certos eventos e a unidade textual da Escritura.
O panorama historico e conceitual provocou o fundamentalismo religioso, conforme PELIKAN (2007), a modernidade não representou apenas uma época de negação da fé, mas um tempo em que a tradição cristã foi desafiada a se reinterpretar diante de novos paradigmas culturais, científicos e filosóficos que inicialmente esteve associado ao protestantismo norte americano no início do século XX, quando em resposta ao conceito teológico advindos da Europa sobressaia ideias de pensadores da teologia liberal, que teve indícios a partir do século XVIII, quando Kant, Hegel com conceitos de que Deus não interpusesse a ciência moderna, isto ganhou força no século XIX, com o teólogo Schleiermacher, considerado o pai do liberalismo religioso. Na compreensão liberal o cristianismo precisava ser repensado à luz de avanços do pensamento moderno. Esta força desabrochou, para equiparar ao pensamento da modernidade, segundo ele a epistemologia relativa ao pensamento íntimo de cada um representava mais do que qualquer das teses. Neste viés, se via necessário algumas mudanças, com relação a itens como milagres para seus dias. Assim como a própria autoridade da bíblia estaria sob judice dentro desta exegese. O liberalismo reunia intelectuais da teologia europeia contra o próprio pensamento do cristianismo em vigor. Isto desassociava dos diferentes embates de outrora com desafios das ciências, astronomia, sociologia, psicologia que contrastavam contra a hegemonia da religiosidade cristã. Agora era o embate de teólogos contra princípios ora implantados na compreensão teológica vigente.
A teologia liberal propunha harmonizar fé e ciência, viam a razão como um dom divino e legitimo para compreender a fé, especialmente após os impactos da Revolução Cientifica e da teoria da evolução, partilhava mudanças de paradigmas sociais e científicos como parte do progresso da revelação divina.
O pensamento liberal provocou alguns conflitos. Uma das primeiras atitudes veio de Dwight Moody, em Chicago em 1886, que buscou restabelecer os ensinos ortodoxos que estavam sendo obscurecidos e alertava que escolas outrora definidas como cristãs se tornaram humanistas citando Harvard, Yale e Princeton, tal qual descreveu Ringenberg (1984) em História da Educação na América, e que o objetivo primeiro da mais alta aprendizagem destas instituições era no seus princípios conhecer a Deus e a Jesus Cristo.
O então denominado fundamentalismo ocorreu no século XX entre 1910 e 1915, quando trouxe a resposta da qual enfatizamos. Foram publicados 12 volumes, que atingiam mais de três milhões de copias com o tema “O fundamentalismo, o testemunho e a verdade”, com noventa ensaios teológicos escritos por mais de sessenta autores, financiado por pessoas ligadas ao petróleo, o projeto visava responder aos desafios teológicos que motivaram sua criação e influencia na formação do pensamento fundamentalista.
A preocupação não era apenas doutrinaria, mas no contexto pastoral e evangelística. Os autores temiam que, sem essas verdades essenciais, a fé cristã perderia sua identidade e poder transformador. O projeto encontrou amparo e fora financiado com o objetivo de defender os pilares da fé cristã tradicional. As doutrinas envolviam uma defesa contra teologias liberais e busca da oposição a interpretações que tentavam colocar sobre dúvida, as escrituras. Mais especificamente adefesa da fé cristã histórica contra os desafios do liberalismo teológico, do racionalismo moderno e da ciência secularizante, especialmenteodarwinismo evolutivoe acrítica bíblica alemã. De forma histórica as tendências de controvérsias envolvendo fé e ciência surgiram historicamente com Copérnico e se evoluíram no racionalismo de Descartes, como na visão de Kant até Hubble, com a teoria do Big Bang, conforme (fig,1)
4.2. Expansão e ressignificação do conceito de fundamentalismo
Analisa como o termo, inicialmente restrito ao campo religioso, passou a ser aplicado a outras áreas, como política, ciência e cultura, ampliando seu alcance semântico e interpretativo.
O termo foi ressignificado e aplicado a diferentes tradições como islamismo, judaísmo e o hinduísmo, na década de 1970, devido o secularismo e movimentos religiosos o tema passou a ser objeto de investigação das ciências da religião, sociologia e ciência política. Como exemplo da Revolução islâmica, ascensão da direita cristã no EUA e o crescimento de grupos ortodoxos, considerando qualquer movimento religioso que respondesse a modernidade com postura doutrinaria rígida. Autores atestam que o fundamentalismo se caracteriza por uma seletividade doutrinaria, militância ativa, uso estratégico da modernidade e construção de fronteiras simbólicas com o mundo exterior. Alguns declaram o fundamentalismo como tentativa de reafirmar certezas religiosas.
O termo que nasceu no protestantismo logo passou ser uma categoria analítica presente no estudo de diversas tradições religiosas, longe de ser um fenômeno exclusivamente religioso. trata-se de uma manifestação complexa que envolve desculpas por identidade poder pertencimento em sociedade marcadas por transformações culturais profundas. O aprofundamento dos estudos sobre o tema continua sendo essencial para compreender os desafios contemporâneos que envolvem religião política e sociedade.
Ao ampliarmos o conceito, observamos que o fundamentalismo não se restringe ao campo religioso, podendo manifestar-se igualmente em vertentes ateias, políticas e até antirreligiosas. Essa perspectiva nos conduz a uma análise próxima das ideologias e das diferentes formas de organização e atuação dos grupos, que em sua busca por expansão, acabam por transformar alguns indivíduos em reféns de suas narrativas enquanto outros assumem o papel de ativistas engajados.
Sobre conceitos, BAUMAN (2013), compreende o fundamentalismo como uma resposta reativa às incertezas e instabilidades da modernidade líquida. Em um mundo onde tudo muda rapidamente. Valores, crenças, relações. O fundamentalismo oferece um senso de estabilidade por meio de certezas morais absolutas. Quanto a Identidade ressalta que o fundamentalismo surge como uma tentativa de recuperar uma identidade sólida num contexto. Em que a identidade se tornou fluida, frágil e insegura, considerando que o fundamentalismo seja um projeto de identidade; na obra Cegueira Moral, Bauman destaca que o fundamentalismo contribui para a indiferença ao sofrimento do outro, pois reduz a alteridade a uma ameaça moral. O outro é desumanizado, e o diálogo é substituído pelo juízo, possui efeitos sociais graves: intolerância, polarização e violência simbólica e física. Ele cria uma narrativa única, onde qualquer divergência é vista como traição ou erro moral.
O fundamentalismo, para Bauman, não é apenas religioso, mas representa uma forma de lidar com o colapso das referências sólidas na vida contemporânea. O apego rígido a verdades absolutas nasce do medo do caos, do colapso das certezas e da insegurança diante da liberdade. Trata-se, portanto, de um fenômeno mais psicológico e sociológico do que teológico, uma patologia da liberdade em tempos de liquidez.
Para FRESTON, (2004), não se trata apenas com um fenômeno religioso isolado, mas como uma resposta moderna e reativa às transformações socioculturais e à secularização. Defende o fundamentalismo não como um retorno ao passado, mas como uma resposta moderna à modernidade. Ou seja, não se trata de algo arcaico, mas de um movimento que usa as ferramentas da modernidade (mídia política organização social) para afirmar convicções absolutas e combater o relativismo moral e cultural. “O fundamentalismo é em muitos aspectos, um produto da modernidade embora lute contra muitos de seus aspectos” Freston observa que os grupos fundamentalistas tendem a se envolver na política com visão teocrática ou moralista, retirar o pluralismo democrático, querendo impor normas religiosas à legislação e instrumentalizar a fé para obter poder e controle social onde “A atuação política dos fundamentalistas muitas vezes ignora os princípios democráticos, tratando o espaço público como extensão do templo.”
Na concepção de ARMSTRONG (2015), avalia o fundamentalismo como uma resposta defensiva à modernidade, ao secularismo e às mudanças culturais e cientificas. Ele surge quando grupos religiosos se sentem ameaçados pela perda de influencia na esfera publica. Não é um retorno puro as origens, mas uma releitura seletiva das tradições para enfrentar desafios contemporaneos. Tanto tradições religiosas como ideologias politicas seculares o fudamentalismo compartilha de que seu sistema de crença é a verdade absoluta, rejeitando compromissos com visões divergentes. Cria uma visão de mundo baseada no “nós contra eles”. Ele se alimenta de crises, guerras colonialismo, mudanças economicas que reforçam o sentimento de cerco e justificam posturas intransigentes.
Para Peter Berger o fundamentalismo não é um simples retorno ao passado, mas uma reinterpretação moderna de tradições religiosas para fins de coesão identitária e poder político BERGER (1997). Para VOLF (1992), definir o fundamentalismo seria aquela que usa o proselitismo militante. Sem milícia não há fundamentalismo, nem toda atitude radical ou violenta seria fundamentalismo. Só há fundamentalismo quando há uma posição militante.
O fundamentalismo religioso não vê dogma no contexto historico da sua constituição e definição, vê apenas o que entende ser correto. Faz uma interpretação ora literal, ora interesseira do seu escrito, recusando-se radicalmente a admitir interpretações diferentes EISENTAND (1997). O fundamentalismo assim o faz sentir sua fé ameaçada e fragilizada pela modernidade. Embora seja uma reação à modernidade, utilizam seus produtos e benesses, em especial os meios de comunicação para fazer prosélitos, para modernizar suas pensões de fundos, para promover-se e defender-se no meio político. Enquanto qualquer fundamentalismo, como ideia de que a única verdade está no texto sagrado, pode se considerar portador de um caminho humanitário de redenção, sua apropriação por facções que pretendem impor sua fé pela conquista e pela eliminação ou sujeição das outras, levou a um confronto em que se misturam religião, politica, violência e terrorismo, em meio a muitas distorções e marketing COLEMAN (1992).
O objetivo do fundamentalista é moldar o mundo segundo sua visão. Não querem algo ateu e capitalista mudando o mundo, embora existam fundamentalistas ateus capitalistas, querem sua visão de sagrado dirigindo o mundo COSTA (2014).
Pesquisar fundamentalismo no plano religioso se torna frutífero devido a oportunidade para analisar como questões da ciência moderna se estabeleceram em confrontos ao pensamento religioso, e provocaram despertamento para com a defesa da fé. O que denota é que o pensamento em cada período mostra como se entrelaça e se mantem ligada ao poder e controle, de modo que o sagrado não pôde ser separado do contexto que muitos reinos e instituições sempre desejaram independente do bem comum. Isto se resume muitas vezes em poder. O princípio da fé seria a busca do transcendente. E uma cultura globalizada precisaria saber como se planejar. Sendo que outrora, projetos eram analisados com o aval da igreja, durante o período medieval. Por outro lado, o pensamento da modernidade queria revidar e mostrar seu poder de influência. Tal pensamento produziram duas guerras mundiais. Poderiam até dizer que Deus estava morto. Pensadores contemporâneos, como Karnal, afirmam que no período pós moderno se fortalece a família e a mesma se volta para o que haviam chamado de passado, e tem optado para paz e preservação, assim afirma que a religiosidade no Brasil esteja em alta e até que venham outras ondas esta é a ação atual.
O mapa a seguir demonstra o comparativo do fundamentalismo ante algumas ideologias escolhidas das quais se destaca a comunidade cientifica já citado na sua origem. Bem como outros oponentes como questões relacionadas a gênero, indústria cinematográfica e Socialismo, no contexto político. De outra sorte a educação e sociedade onde desaguam as ideologias. (Fig.1)
Fundamentalismo e Oponentes: Desafios para a Educação e a Sociedade

4.3 A relação entre a comunidade científica e o fundamentalismo
A comunidade cientifica tonou-se oponente desafiador ao fundamentalismo, desde os dias de Copérnico. Como corpo coletivo de indivíduos vinculados por interesses comuns na investigação sistemática da realidade com base em métodos racionais, experimentais e verificáveis. A defesa da ciência como base para decisões políticas se move em ativismo provocado por cientistas e entusiastas se organizam para divulgar conhecimento, combater negacionismo e influenciar politicas publicas baseadas em evidencias.
Uma das razões pelas quais poderíamos entender a influência ao conflito que já esteve presente no historico do fundamentalismo é que esta comunidade se expressa assim como modelo da Cientistas de Elite da National Academic Science (NAS), que considera que possui 72% de seus membros como ateus e 21% de agnósticos, o que denota que este grupo fariam frente ao fundamentalismo. Diferente do início racionalista quando ainda teístas como Newton e Pascal, se dedicavam a teologia. Porem na atualidade isto se mostra diferente no ativismo cientifico.
Figura 2, Evolução da Ciência ante fundamentos do Cristianismo.
Evolução da Ciência e Fundamentos do Cristianismo (1520-1929)
Ano | Marco Científico | Resposta / Desenvolvimento no Cristianismo |
1520 | Nicolau Copérnico propõe o heliocentrismo. O Sol, e não a Terra, é o centro do sistema. | Desafia a cosmologia aristotélica adotada pela Igreja Católica; resistido inicialmente como heresia. |
1633 | René Descartes, pai da filosofia moderna, propõe o racionalismo e o método da dúvida. | Questionamento das verdades dogmáticas; início do confronto entre fé revelada e razão autônoma. |
1785 | Immanuel Kant publica A Metafísica dos Costumes, destacando a autonomia da razão moral. | A ética passa a ser pensada fora dos preceitos religiosos; igrejas respondem reforçando autoridade bíblica. |
1859 | Charles Darwin publica A Origem das Espécies, propondo a teoria da evolução. | Fortes reações das igrejas protestantes e católicas; surgimento do criacionismo e do literalismo bíblico. |
1886 | Dwight L. Moody impulsiona o reavivamento protestante nos EUA, contra o Humanismo de Universidades até então cristãs (Harvard, Yale) | Resposta evangélica ao liberalismo teológico; reafirmação da ortodoxia bíblica nas universidades cristãs. |
1910 | Publicada a série The Fundamentals base do movimento fundamentalista cristão. | Defesa das doutrinas essenciais do cristianismo frente ao cientificismo e teologia liberal. |
1929 | Edwin Hubble tenta provar a expansão do universo e divulga o (Big Bang). | Tensão entre cosmovisões científicas e teológicas sobre a origem do universo; |
4.4. Estudos de gênero e manifestações fundamentalistas
Investiga como visões fundamentalistas influenciam discursos e práticas relacionados às questões de gênero, diversidade sexual e direitos reprodutivos.
A outra comunidade que denota conflitos e tensões no dialogo fundamentalista são os ativistas que defendem a diversidade sexual e os direitos reprodutivos. Isto devido aos princípios do fundamentalismo que divergem aos pensamentos do grupo em questão, onde suas pautas desde 1924, apresentam suas conclamações com a Fundação para os Direitos Humanos que dava indícios a mudanças, onde os marcos históricos do Movimento LGBT, se apresentam figurados abaixo desde 1970 com a primeira Parada Gay.
Figura 3 Desenvolvimento de questões relacionadas a gênero.
Ano | Evento / Descrição | Principais Nomes / Impacto |
1924 | Fundação da Sociedade para os Direitos Humanos (Chicago) | Henry Gerber |
1950 | Criação da Mattachine Society, primeira organização gay duradoura | Harry Hay |
1955 | Fundação das Daughters of Bilitis, primeira organização lésbica | Del Martin e Phyllis Lyon |
1966 | Rebelião no Compton’s Cafeteria (São Francisco) | Pessoas trans e drag queens |
1969 | Revolta de Stonewall (Nova York), marco inicial do movimento moderno | Marsha P. Johnson, Sylvia Rivera, Stormé DeLarverie |
1970 | Primeira Parada do Orgulho Gay em Nova York, Chicago e Los Angeles | o |
2019 | Comemoração dos 50 anos de Stonewall com marchas globais | 0 |
Relatórios atuais, demonstram que mais de 20 países se apresentam em uma visão geral, que até o ano de 2025, onde as legislações criminalizam atos consensuais entre pessoas do mesmo sexo. Os dados são baseados em fontes internacionais, como ILGA World, Human Dignity Trust e Our World in Data. Apesar dos avanços em direitos LGBTQIA+ em diversas regiões, ainda existem cerca de 64 países com leis que penalizam relações homossexuais. Surge nas ciências sociais, filosofia e psicologia a partir da década de 1970, com forte influência de autoras feministas e da teoria queer.
Comparado ao fundamentalismo religioso na (figura 4), observamos o aspecto religioso ante ao conflito com o então termo critico fundamentalismo gay
O grupo de apoio considerado como identitária tem usado como crítica para designar um suposto projeto ideológico que buscam negar diferenças biológicas e impor novas normas sexuais. Afirmando que os críticos conservadores de relativizar a biologia e promover “agenda ideológica” nas escolas. Assim como distorcer o conceito de gênero e criar pânico moral. Desejando com isto, a implantação de Leis de combate à violência de gênero, inclusão de diversidade em materiais escolares, políticas de igualdade no trabalho.
Assim as pautas consideradas de apoio a liberdade nas questões de gênero acabam em congruência com as políticas estabelecidas pelo fundamentalismo.
4.5. Representações do fundamentalismo no cinema
Apresenta como a indústria cinematográfica retrata o fundamentalismo, seja por meio de narrativas críticas, estereotipadas ou idealizadas.
Dificilmente ouviremos que a esfera cinematográfica seja algum oponente, mas age de forma sutil e com fins lucrativos e sem dúvidas possuem tambem suas ideologias, com seu papel na formação social, conforme cita ADONO, (1985) declarou “o cinema e o rádio não precisam mais se apresentar como arte. A verdade de que não passam de um negócio que lhes serve de ideologia”

Como forma de melhor elucidar quanto à forma sutil de que o cuidado que ocorrem as experiencias cinematográficas tomamos por base o Filme Paixão de Cristo, grande sucesso com elevadas vendas de bilheteria. O ator Caviezel, deveria apresentar um personagem que evidenciasse o marco do fundamentalismo do qual é defendido pelos cristãos através das telas. Entrevistas fornecidas pelo diretor da série é que a indústria cinematográfica se opôs a patrocinar o filme e como o diretor cinematográfico era então um conhecedor dos intramuros da indústria cinematográfica. Segundo declara informou ao ator de que “Nunca mais” teria um papel relevante na indústria cinematográfica devido ao fato de aceitar o cumprimento daquele papel. Ou seja, dificilmente conseguiria papéis de destaque em Hollywood, afirmando que o fato de interpretar Jesus sepultaria sua carreira artística. Todavia, o ator futuramente veio a declarar que não se arrepende, e que este trabalho foi uma experiência única em sua vida, mas a verdade é que estas tensões ocorrem no mundo das guerras lúdicas.
O cinema integra a indústria cultural, produzindo cultura padronizada para manter a ordem social e reforçar o conformismo Segundo KRACAUER (1988) que embora destaca o potencial democratizador do cinema, alerta para seu uso político O cinema se torna como reflexo e motor das tendências políticas e sociais. Para BENJAMIN (1994) “No cinema, a reprodutibilidade técnica emancipa a obra de arte de sua existência parasitária no ritual” Ainda Humberto Eco, informa que “O público não é uma massa amorfa, mas um conjunto de sujeitos que negociam com os produtos culturais” (ECO, 1993, p. 45). Reconhece a apropriação criativa do cinema pelo público. “A propaganda é para a democracia o que a coerção é para o totalitarismo” (CHOMSKY; HERMAN, 2003, p. 10).

A figura em questão refere-se ao Filme Lagoa Azul, de 1980, que representa entre modalidades que se tornam controvérsias entre o fundamentalismo contra a indústria cinematográfica. A atriz demonstrada é uma adolescente de 14 anos que faz ensaios nua, juntamente com seu par, um jovem de 18 anos. A atriz na atualidade em entrevistas alegou que tal filme não seria mais apresentado nos dias atuais, devido sua agressividade ao pudor, porem para a época foi um grande detentor de vendas de bilheterias. O ator Atkins, que contracenou juntamente com a atriz, em entrevista, declarou sobre o relato dos bastidores, quarenta anos após, diz sobre o constrangimento dizendo “Havia cenas que estava contracenando pelado com a então adolescente”.
Assim constatamos onde ocorrem os conflitos das adaptações da sociedade ante as ofertas públicas na secularização quando simultaneamente ocorrem a manifestação do liberal no mundo cinematográfico ante a ortodoxia fundamentalista.
4.6. Intersecções entre socialismo e fundamentalismo
Analisa casos e contextos históricos em que ideologias socialistas se confrontaram ou dialogaram com posturas fundamentalistas.
Embora o socialismo se defina como sistema político-econômico que busca a propriedade coletiva ou estatal dos meios de produção e a redução das desigualdades, o mesmo tal qual fora implantado na Albânia, em 1946 quando as forças socialistas tomaram o poder pós a segunda guerra mundial abolindo a monarquia o que muitos consideravam modelo de socialismo implantado, restringia a liberdade das pessoas para com a liberdade de culto e se auto declarou como o pais mais ateu do mundo. Onde observamos que sistemas políticos de igual modo exercem poder político, inibem a liberdade de crenças e exercem a hegemonia. Neste particular o fundamentalismo deixa de ser o originário criado pelo sistema religioso e se torna totalitário, onde sistemas políticos exercem o controle.
Segundo Hannah Arendt (2009), o nazismo, o stalinismo, o fascismo, bem como movimentos políticos contemporâneos que se sustentam na negação do outro e na criação de inimigos imaginários. Há reflexões sobre o autoritarismo, o populismo radical e o negacionismo como formas de fanatismo.
4.7. Dinâmica de desenvolvimento do fundamentalismo no contexto social
Explora os mecanismos pelos quais o fundamentalismo se enraíza e se propaga nas comunidades, considerando fatores como identidade cultural, redes de apoio e discurso.
Dados do Censo demográfico de 2022, em estudos religiosos, divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo, informa que cerca de 26,9% da população brasileira, (Fig. 6) equivale a aproximadamente 47,4 milhões de pessoas que se declararam evangélicas. Em termos institucionais, estimativas recentes indicam a existência de mais de 200 mil templos evangélicos em todo o país, abrangendo tanto espaços formalmente registrados quanto congregações de caráter comunitário ou informal. Entre os valores morais comumente transmitidos nessas comunidades, destacam-se a abstinência do consumo de álcool e outras substâncias consideradas nocivas, a vivência da sexualidade no contexto matrimonial e a valorização de expressões musicais que não contrariem os princípios de fé professados (FOLHA DE S. PAULO, 2025).

Quanto ao comportamento social frente ao fundamentalismo e às formas de expressão e valores observa-se diante de percepções individuais, podem se modificar a partir da experiência e da observação empírica. Um exemplo citamos a atriz Fernanda Torres, em entrevista ao programa Roda Viva. A artista relatou que, anteriormente, possuía uma visão crítica acerca de grupos evangélicos, associando-os a um moralismo excessivo, ao distanciamento de determinados círculos intelectuais e à limitada compreensão das dinâmicas sociais e da violência no contexto contemporâneo. Entretanto, com o passar do tempo, afirmou ter reconhecido a relevância das ações sociais desenvolvidas por comunidades evangélicas em áreas de vulnerabilidade no Rio de Janeiro, o que contribuiu para a reformulação de sua percepção inicial.
Na realidade em muitas dessas comunidades grupos evangélicos ganharam força e espaço. Nestas periferias questões de espaço social foram subvertidos por práticas culturais como o carnaval e bailes funk. Não se pode ignorar que outras tradições religiosas, como as de matriz africana, também perderam influência nesse processo. O cenário configura-se como um verdadeiro campo de disputa simbólica e social, no qual o chamado fundamentalismo religioso conquista espaço ao apresentar resultados mais visíveis no enfrentamento de problemas como o consumo de drogas, a violência e a gravidez precoce entre adolescentes. Trata-se de expressões de escolha social.
4.8. Perspectivas da Psicologia Social sobre o fundamentalismo
Examina as explicações oferecidas pela psicologia social para compreender adesão, manutenção e radicalização de posturas fundamentalistas.
A Psicologia Social surgiu no final do século XIX e se consolidou ao longo do século XX como uma disciplina científica que investiga como os pensamentos, sentimentos e comportamentos dos indivíduos são influenciados pela presença de outras pessoas clímax de uma pesquisa deve apontar pontos que possam oferecer saídas para problemas apresentados. Ora podemos imaginar que enquanto existe o embate de forças militantes de ambos os lados, onde as guerras se tornam o produto da peleja onde cada qual busca demonstrar sua força. Talvez seja possível que a psicologia social, que apareceu no final do século XIX, e se consolidando no século XX, se baseando em estudos que investigam como o comportamento humano é influenciado pelo grupo, pela cultura e pelas relações sociais, como ciência para compreender fenômenos como preconceito, violência, cooperação e empatia. possa contribuir para melhorar a convivência na sociedade quando investigam os pensamentos, sentimentos e comportamento dos indivíduos e como são influenciados por outras pessoas. Quando a mesma ajuda identificar origens e mecanismos de preconceitos raciais de gênero e religiosos, e estereótipos desenvolvendo intervenções educativas e políticas públicas para combater e promover o respeito. Aos olhos da análise da psicologia social, cabe buscar a compreensão das influencias e interações sociais.
Elliot Aronson, em “OAnimal Social”, busca explicar como e por que os seres humanos se comportam de determinadas maneiras dentro do contexto social, o mesmo busca o objetivo de mostrar como o comportamento humano é profundamente influenciado pelas interações sociais, pelas normas culturais, pelo ambiente e pelos outros indivíduos ao nosso redor. Oferece ferramentas para transformar relações sociais, prevenir conflitos e construir uma sociedade mais empática e justa. Esses marcos demonstram como a psicologia social evoluiu de observações simples sobre o comportamento humano para um campo complexo e disciplinar, essencial para a compreensão e transformação das relações sociais.
Conquanto que a psicologia social não apenas ajuda entender os problemas da convivência humana, mas coopera com estudos que demonstrem atitudes que se tornaram doentias e servir de ajuda para propostas de melhor convivência coletiva.
4.9. O papel da Educação ante o fundamentalismo e ideologias
Discute estratégias educativas capazes de promover pensamento crítico, diálogo intercultural e tolerância, assim como formas de produzir posturas éticas e valores.
Diante da Educação como formação e controle de ideologias, Gary DeMar (2014), tem se dedicado ao reconstrucionismo cristão. Em seu livro “Quem controla a escola governa o mundo” busca demonstrar que o sistema educacional é um campo estratégico de batalha cultural e espiritual. A ideia é que a educação nunca é neutra. Toda forma de ensino transmite uma cosmovisão e quem a domina molda o pensamento da próxima geração. Por isso quem controla a escola governa o mundo. O autor denuncia o sistema público de ensino como influenciado por uma visão humanista e anticristã, que nega a autoridade de Deus e destrói valores familiares e morais. Enxerga a educação como ferramenta de domínio cultural como instrumento de pensamento político, moral e religioso.
No aspecto educacional, conforme o autor se tornou difícil manter um aluno em escola pública que não seja influenciado. Entendendo que se fala em fundamentalismo religioso, mas nós deparamos com ativistas de partidos políticos que se tornam militantes para defender questões políticas tornando palco de ideologias. Por outro lado, surgem outras ideologias nas questões de gênero que não coadunam com princípios da família tradicional e isto vem sendo julgado como como alvo do fanatismo de uma cultura religiosa.
Para FOUCAULT (1975), poder e saber são indissociáveis, quem controla o saber, controla formas de poder. Neste aspecto o uso de discursos ou ideologias são utilizadas como tecnologias de poder para moldar comportamentos e crenças, como os discursos normativos disciplinam os corpos e a sexualidade, podendo se estender a formas ideológicas que buscam controlar comportamentos individuais e coletivos. (2008)
Analisa SAVIANI (2008), que o ambiente escolar é, historicamente, um espaço de disputas ideológicas, onde distintas correntes procuram exercer influência sobre a formação dos sujeitos. Nesse contexto, tem-se tornado cada vez mais difícil preservar a neutralidade pedagógica na educação pública, dado que os estudantes estão frequentemente expostos a múltiplas formas de doutrinação, seja elas de qualquer gênero.
Na mesma dinâmica alerta Giumbelli, (2010) que o debate sobre o fundamentalismo religioso seja amplamente abordado, observa-se a presença ativa de militantes ligados a grupos políticos que, por vezes, utilizam o espaço escolar para promover determinadas agendas ideológicas, transformando a escola em campo de disputa simbólica e cultural (Apple, 2003). Além disso, emergem com destaque pautas relativas às questões de gênero, cuja abordagem pedagógica, em muitos casos, contrasta com os valores defendidos pela chamada família tradicional. Tal tensão contribui para que essas temáticas sejam constantemente instrumentalizadas por discursos (Pierucci,2004). A complexidade desses conflitos revela o entrelaçamento entre educação, política e religião, exigindo uma reflexão crítica sobre os limites e possibilidades da laicidade no espaço escolar (Silva, 2019).
Segundo HERMAN (2003), cada grupo quer ver suas visões representadas. Ativistas de gênero defendem a inclusão da educação sexual, diversidade e respeito a identidade de gênero. A comunidade cientifica defende um estilo baseado em evidencias como a evolução biológica e saúde reprodutiva. A escola é vista como lugar estratégico por que forma cidadãos, domina a narrativa escolar e influencia gerações futuras.
4.10. Propostas para o diálogo e a construção de alternativas ao fundamentalismo
Apresenta sugestões práticas e teóricas para o fomento de um diálogo plural, construtivo e não-violento entre grupos com visões divergentes.
Na obra “O inferno somos nós”, os autoresKARNAL& COEN, (2018), inspirados na célebre frase de Sartre (“O inferno são os outros”) o termo encontra-se invertido propositalmente para refletir que o mal e a violência não estão apenas no outro, mas dentro de cada indivíduo. Defendem a importância da autocrítica, do autocontrole emocional e da reflexão pessoal como passos necessários para superar o ódio e buscar estabelecer o diálogo como caminho de paz e convivência. Sendo o primeiro dos autores ateu e a segunda budista, se unem para descrever questões que demonstremcaminhos à responsabilidade individuale coletiva no incentivo para a construção de um mundo menos violento e mais justo. Acreditando na necessidade da convivência pacifica em sociedade, propõe caminhos concretos para a cultura da paz: a empatia, a escuta ativa, o respeito às diferenças, a prática da não violência (verbal e física) e o compromisso com a justiça social. Eles destacam que a paz não é apenas a ausência de guerra, mas a presença de condições que favoreçam o respeito mútuo e a dignidade humana.
Para Magnoli (2020) com uma abordagem mais sociopolítica sobre a paz, argumenta que a paz nunca foi um estado natural ou constante, mas sim um projeto político frequentemente associado ao poder, à ordem e à hegemonia. A ideia de paz, em muitos momentos históricos, serviu para justificar guerras, opressões e o silenciamento de diferenças. Ele analisa como a paz foi construída como um discurso ideológico ao longo do tempo ou uma desconstrução do mito da paz como um valor universal desinteressado. Para Magnoli, a paz deve ser compreendida em suas contradições, em sua relação com o poder, e não como um fim absoluto, mas como campo de disputa histórica.
Segundo Pinsky (2020) em seu estudo sobre o fanatismo entende que o mesmo seja apresentado como uma postura mental e social radicalizada, que nega o diálogo, demoniza o diferente e muitas vezes leva à violência. A obra busca mostrar que o fanatismo não é restrito a um grupo ou época específica, mas é um traço recorrente da humanidade, com graves consequências para a democracia, a convivência e os direitos humanos. Busca demonstrar sobre como o fanatismo se manifesta na religião, na política, na cultura e no cotidiano. Eles enfatizam que o fanatismo é sempre excludente, violento e antidemocrático. Pinsky reconhece as ambiguidades da paz, mas apostam na educação crítica e na construção de uma cultura democrática como formas viáveis de pacificação.
Durante entrevista concedida para disciplina História e Hermenêutica das religiões: Islamismo, semana 2. O PhD Prof. Jamil ao ser entrevistado pelo Professor Kemuel (PUCPR), destacou que o Islamismo constitui uma tradição religiosa pautada na paz na retidão moral. Contudo enfatizou que ações perpetradas por grupos extremistas acabam sendo instrumentalizadas para propagar visões deturpadas da religião, desconsiderando seus fundamentos éticos e espirituais.
Durante entrevista concedida para a PUCPR, na disciplina Religião e Fundamentalismo, semana 7, o Prof. Dr. Rudolf Von Sinner, então entrevistado declara que “grupos islâmicos” teriam atacado em 11 de Setembro as Torres Gêmeas no EUA, provocando muitas mortes.
Haja visto se denota dificuldades para o caminho da paz quando expressões por parte de grupos religiosos gostariam que fossem pronunciadas conforme a expectativa de cada vez mais promover a paz. Magnoli não idealiza os movimentos pacifistas. Ele mostra que muitos deles foram ambíguos ou usados como estratégias políticas. Também critica a visão ingênua de que a paz pode ser obtida apenas pela boa vontade humana, ignorando as complexas relações de interesse entre Estados, classes e ideologias.
5 Discussão
A investigação dos fundamentos históricos e contemporâneos foi valiosa para compreender que a nomenclatura da palavra refletia a um evento especifico na história da apologética cristã ante postura da comunidade cientifica da época, e o termo se intensificou para outras religiões que se identificavam por manterem rigidez com seus princípios, com referência o que compreendiam como primordial para cumprimento de seus padrões.
Quanto aos principais mecanismos que promovem e impõem ideologia no cotidiano demonstram fatos que o indivíduo em países ocidentais pode manter seu senso crítico e opinar para o que consideram proveitoso para si e para aqueles que é responsável, no tocante a estar livre por escolhas que julguem proveitoso.
Sobre o impacto das ideologias dominantes na formação crítica dos indivíduos, pode parecer complexo, pois com a globalização e o uso cada vez mais dinâmico das mídias sociais colaboram para escolhas, onde é difícil cercear quando decisões são absorvidas de forma voluntaria. Como apresentado na questão quanto a influência na educação, ainda cabe aos pais realizarem as escolhas e educarem seus filhos da forma como consideram mais proveitoso. Segundo a legislação vigente é responsabilidade dos pais e do estado a questão da educação. Os embates entre ideologias sejam dominantes ou não, sofrem confrontos por ocupar o mesmo espaço simultaneamente sejam liberais ou ortodoxas que não se sentem confortáveis diante de confrontados. O que se torna difícil diante de escolhas diferentes e o ativismo produzido de diferentes formas. Os filósofos estoicos poderiam dizer comamos e bebamos que amanhã morreremos. Por outro lado, o comer e beber de forma desordenada produzirá efeitos colaterais. No que diz respeito aos agentes formadores como os meios cinematográficos que atuam de forma sutil ao imaginário, é logico que existem mensagens subliminares, porém, o tempo da influência não perdura após o senso crítico, como se tivesse prazo de validade. Produtores estão no mercado e vendem aquilo que as pessoas compram e as compras tem a tendência de ocuparem determinado tempo na moda. A exemplo do evolucionismo ensinado em escolas, é um tema pelo qual ninguém quer gastar tempo, acreditando que pouco contribui para o desenvolvimento amplo de vida em sociedade com o homo erectus.
As formas de resistência e afirmação de autonomia em um país livre precisa de seguidores. Mudanças históricas como o colapso do socialismo na Albânia e a queda dos muros de Berlin exemplificaram o dinamismo das ideologias e sua reconfiguração ao longo do tempo. Da mesma forma certo produtos culturais, como o filme Lagoa Azul passaram a ser reinterpretados a luz de novas sensibilidades sociais. O filme Lagoa Azul já não existe e é considerado improprio. Onde considera-se que para que haja consistência em uma ideologia fora daquilo que as pessoas escolhem seria simplesmente pela força, Gramsci (2001), no conceito de hegemonia cultural considerava que toda relação de hegemonia é necessária uma relação pedagógica tinha o entendimento de que pessoas influentes pudessem levar adiante alguma ideologia que pudesse se manter pela influência, mas podemos entender que a preservação da família é considerada saudável, outras influencias são momentâneas. Casais gostam de se casarem na igreja, levarem seus filhos para serem batizados, mesmo sem saber o que isto significa, mas faz parte do cotidiano e cultura. Celebram pascoa e natal. Se tornou algo arraigado na cultura, pelo qual não há uma forma ou padrão que force as pessoas saírem daquilo que desejam sendo livres. Os todes, os candidates precisam ainda serem inseridos. Ao escrever todes estou inserindo ao Word, pois ele até então não reconhecia o que é isto. O que se torna uma inserção forçada de uma ideologia que alguns julgam necessária. Conforme figura anexa e um concurso público para mestrado. (figura 8 em anexos).
A forma de contribuir ao debate acadêmico entre o pluralismo e imposição normativa na sociedade contemporânea a princípio é entender que o uso do fundamentalismo indiscriminado enfraquece a analise critica das dinâmicas religiosas contemporâneas, não considerando a banalização do termo e sim compreendendo como um fenômeno convive na sociedade. Confundir conservadorismo doutrinário com fundamentalismo é erro analítico. Assim como toda forma de agressão e retaliação deve ser combatida. A boa orientação ajuda na compreensão e evita preconceitos o mesmo deve ser explorado de forma que o convívio e escolha das pessoas. A compreensão do diálogo inter-religioso pode abrir portas, porem se faz necessário meios de estudos dentro da psicologia social que coopera sobre formas de aplicar conhecimentos de forma pacifica.
6. Considerações Finais
O objetivo foi analisar o fundamentalismo em sua essência, bem como as críticas a ele direcionadas, com ênfase na defesa apologética da ortodoxia nos temas de família e educação. Busca-se, ainda, compreender de que maneira a tradição, em sua complexidade e diversidade, procura manter-se vigente e relevante frente às transformações culturais e intelectuais da modernidade.
O que não deixa de reconhecer que o fanatismo compromete a construção de uma sociedade pacífica e democrática, por esta razão acabe avaliar questões de equilíbrio que não venha simplesmente chocar com escolhas.
A pesquisa buscou, além do resgate do fundamento histórico, acompanhar a trajetória de desenvolvimento de questões comportamentais, observando como diferentes contextos, tais como guerras, pandemias e problemas sociais, incluindo a proliferação da pobreza e da violência contribuem para transformar o pensamento das pessoas e suas escolhas. Assim como a estatística demonstrada no ultimo senso demográfico de religiosidade que tem ocorrido mudanças nas escolhas e boa parte tem abraçado aquilo que se autodenominam fundamentalismo, talvez porque estão entendendo que conservadorismo doutrinário não seja fundamentalismo e assim tem ocorrido grande aderência. Quando o conflito entre as escolhas individuais e a liberdade pessoal entram em choque com valores morais considerados retrógrado. Essa tensão pode levar a interpretações de liberdade sem restrições ou de excessivo controle social, resultando em intensos debates em contextos coletivos.
No que se refere à hipótese da livre escolha, observa-se que, em países ocidentais, tal possibilidade é assegurada. Nesses contextos, aqueles que desejam ampliar sua influência precisam demonstrar relevância de seus propósitos, de modo a conquistar a adesão e a participação da sociedade.
Quanto a pluralidade e esperança de melhores convívios, que combatam as intolerâncias é possível que isto ocorra, devido as manifestações diversas que vem ocorrido em diversos setores para melhor convívio em sociedade.
7. Continuidade
A continuidade para trabalhos futuros se faz necessário pela amplitude do tema. Por se tratar de várias vertentes, que estão inseridos ao fundamentalismo em questões diversas. Um trabalho com mais profundidade para cada um dos aspectos discutidos, poderia propor melhor acompanhamento, tanto na questão dos níveis de controle de intolerância e melhor convívio plural, assim como avaliar a possibilidade de mudanças, devido comportamentos que demonstram que o continuo estados de mudanças propõe acompanhamento continuo. Alguns acreditam que o quadro exposto do comportamento das pessoas quanto as escolhas expostas tendem a sofrer alterações futuras, razões pelas quais este meio de pesquisa se torne necessário ante diferentes cenários.
8. Referências
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Entrevista, Roda Viva | Fernanda Torres | 08/01/2024 https://www.youtube.com/watch?v=GAwsxI6Aa-
ANEXOS
Figura 4- Comparado ao fundamentalismo religioso na (figura 4), observamos o aspecto religioso ante ao conflito com o então termo critico fundamentalismo gay
Aspecto | Fundamentalismo Religioso | “Fundamentalismo Gay” (termo crítico) |
Origem | Movimentos religiosos conservadores (especialmente cristianismo, islamismo, judaísmo) | Expressão usada por críticos do movimento LGBT+, como movimento interno |
Base ideológica | Textos sagrados interpretados de forma literal e normativa | Direitos civis e humanos, inclusão, laicidade; |
Forma de atuação | Imposição de normas morais religiosas sobre a sociedade; controle de costumes | Ativismo político e cultural por igualdade de direitos e visibilidade; acusada de intolerância por opositores |
Objetivo declarado | Preservar valores religiosos e resistir à modernidade secular | Lutar contra a discriminação e conquistar direitos iguais |
Acusação de intolerância | Intolerância a diferenças religiosas, morais e de estilo de vida | Acusado de silenciar opiniões religiosas consideradas homofóbicas |
Reconhecimento acadêmico | Estudado amplamente como fenômeno religioso, político e cultural | Não reconhecido academicamente como forma de fundamentalismo; |
Representantes típicos | Grupos evangélicos, islâmicos ou ortodoxos; líderes. | Termo usado por autores como Olavo de Carvalho, Julio Severo, |
Nesta Figura 7, demonstra um programa de pós graduação onde são convocados todes e surge a palavra candidates, conforme nota na discussão, o que configura alteração da gramatica.

Quadro – Comparação entre Estudos de Gênero e o termo “Ideologia de Gênero”
Aspecto | Estudos de Gênero (acadêmico) | “Ideologia de Gênero” (uso político) |
Origem | Surge nas ciências sociais, filosofia e psicologia a partir da década de 1970, com forte influência de autoras feministas e da teoria queer. | Popularizado por líderes religiosos e setores conservadores na década de 1990, especialmente após conferências da ONU (Cairo, 1994; Pequim, 1995). |
Definição | Abordagem que entende gênero como construção social e cultural, distinta do sexo biológico. Analisa como papéis e identidades são moldados historicamente. | Termo usado como crítica para designar um suposto projeto ideológico que buscaria negar diferenças biológicas e impor novas normas sexuais. |
Principais autores | Judith Butler, Simone de Beauvoir, Joan Scott, Raewyn Connell. | Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI), Jorge Scala, grupos políticos conservadores. |
Objetivo declarado | Compreender e desconstruir desigualdades de gênero, promover inclusão e direitos. | Preservar concepções tradicionais de família, sexo e papéis de gênero. |
Metodologia | Pesquisa empírica, análise histórica, teorias críticas e interseccionais. | Discurso político, religioso e midiático, frequentemente sem base científica formal. |
Críticas recebidas | É acusada por críticos conservadores de relativizar a biologia e promover “agenda ideológica” nas escolas. | É acusada por pesquisadores e ativistas de distorcer o conceito de gênero e criar pânico moral. |
Impactos na sociedade | Influência em políticas públicas de igualdade, legislação sobre identidade de gênero, representações na mídia. | Afeta debates curriculares, restringe educação sexual, gera polarização política e social. |
Exemplos de aplicação | Leis de combate à violência de gênero, inclusão de diversidade em materiais escolares, políticas de igualdade no trabalho. | Campanhas contra educação sexual em escolas, veto a termos como “gênero” em planos de ensino. |