RELEVANCE OF VITAMINS AND MINERALS SUPPLEMENTATION IN ELDERLY HEALTH
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8005806
Clemilda Soares da Rocha Silva¹
Jucilei Costa dos Anjos²
Josihany Pattriciah de Barros Valentim³
RESUMO
O idoso em especial necessita de uma alimentação rica em nutrientes, contudo, a maioria não possui um poder aquisitivo que lhe proporcione acessibilidade a esses alimentos. O presente trabalho tem por objetivo descrever a importância da suplementação de vitaminas e minerais para a manutenção da saúde e prevenção de doenças no idoso. Enfatizando o papel do farmacêutico clinico, para realizar o acompanhamento da saúde desta faixa etária para prevenir e promover uma melhor qualidade de vida.
Palavras-chave: Idoso, minerais, nutrição, vitaminas.
ABSTRACT
The elderly in particular need of a diet rich in nutrients, however, most do not have a purchasing power that gives you access to these foods. This paper aims to describe the importance of supplementation of vitamins and minerals for the maintenance of health and prevention of diseases in the elderly. Emphasizing the role of the clinical pharmacist to conduct the monitoring of the health of this age group to prevent and promote a better quality of life.
Keywords: Elderly, Minerals, Nutrition, Vitamins.
A população geriátrica brasileira teve um grande aumento nos últimos anos, sendo estimado que até o ano de 2025, o Brasil terá 14% da população de idosos, o que representa um número em torno de 31,8 milhões de pessoas acima de 60 anos, onde na década de 80 esse indicador era apenas 6%, com essa estimativa o Brasil será o país com maior número de idosos no mundo. (MALAFAIA, 2008).
Com o aumento da população surge uma atenção especial para que o cidadão chegue à terceira idade e consiga a manutenção da boa qualidade de vida se adaptando as mudanças naturais do envelhecimento. Diversas doenças podem ser evitadas se o idoso adotar medidas profiláticas, sendo uma delas a realização de uma suplementação de vitaminas e minerais de forma adequada, pois a deficiência de vitaminas e minerais pode acarretar danos a saúde que muitas vezes é irreversível. (PAZIEIRA et. al., 2013).
O idoso em especial necessita de uma alimentação rica em nutrientes, contudo, a maioria não possui um poder aquisitivo que lhe proporcione acessibilidade a esses alimentos, uma vez que a sua maioria sobrevive apenas da aposentadoria, outro fator que influência, dentre elas podemos citar, as alterações fisiológicas onde é diminuído a sensibilidade do paladar, o uso de próteses dentárias que dificultam a mastigação fazendo com que ocorra a perda de interesse em alimentos de consistência mais firme. (SOUSA, GUARIENTO, 2008).
Vitaminas são substâncias presentes nos alimentos que são fundamentais para o ideal funcionamento do organismo com a participação em reações metabólicas, sendo algumas delas sintetizadas pelo organismo, onde sua necessidade é aumentada em algumas fases da vida, em especial na terceira idade. (KLACK, CARVALHO, 2006). Os minerais também têm sua importância no funcionamento do organismo, participando da formação óssea e de tecidos, manutenção do equilíbrio ácido-base e regulação do metabolismo enzimático. (HERMINDA, SILVA e ZIEGLER, 2010).
3 METODOLOGIA
Foi realizado um estudo de revisão bibliográfica com buscas nas seguintes bases de dados virtuais: Scielo, Google acadêmico, BVS, Lilacs, com as seguintes palavras-chave: idoso, nutrição, vitamina; foram estudados monografia disponível na integra com acesso eletrônico e 44 artigos publicados no período de 1999 a 2022, com abordagem da nutrição e suplementação no idoso.
4 REVISÃO DE LITERATURA
4.1 NUTRIÇÃO NA TERCEIRA IDADE
Com a chegada da terceira idade é natural a alteração de alguns fatores que influenciam no cotidiano sendo o estado nutricional de muita importância para a manutenção de uma boa saúde. A capacidade mastigatória no idoso em sua maioria é comprometida devido ao uso de próteses muitas vezes inadequado, má conservação dos dentes ou até mesmo sua falta, o que resulta em uma alimentação a base de produtos de fácil mastigação deixando de ingerir carnes e muitos alimentos ricos em vitaminas e minerais. (CAMPOS et. al., 2000).
Conforme pesquisa realizada no ano de 1999 pelo Projeto Fome Zero, aproximadamente 10 milhões de famílias não possuem condições financeiras para obter uma alimentação de acordo como recomendado, e em especial o idoso que destina grande parte de sua renda para a compra de medicamentos, dificultando ainda mais a aquisição de produtos fonte de vitaminas. (MARIN-LEON et. al.,2005).
Estudos epidemiológicos já comprovaram a importância de uma alimentação balanceada no envelhecimento, tendo uma ligação direta com o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis, doenças cardiovasculares, ósseas e até cânceres. (CERVATO et. al., 2005). Fatores sociais e psicológicos também influenciam na alimentação do idoso causando desinteresse em se alimentar, pelo simples fato de solidão, que pode ser causada por vários fatores como a pela perda do conjugue, saída dos filhos de casa, maior dificuldade de locomoção. (NETTO, 2004).
O idoso representa uma sobrecarga para o Sistema Único de Saúde (SUS) por precisar de diversos especialistas para tratamentos, sendo a desnutrição a causa mais constante de internações entre homens idosos. O uso contínuo de medicamentos também pode comprometer a nutrição do idoso pelo fato dos fármacos influenciarem no processo de digestão dos alimentos e também ocorrendo interações medicamentosas entre alimento e medicamentos. (SANTOS e DELANI, 2015).
4.2 VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS
São denominadas vitaminas hidrossolúveis aquelas que se dissolvem em água e possuem afinidade com alguns solventes orgânicos, todavia não se dissolvem em lipídios. São elas a Vitamina C (ácido ascórbico), e as Vitaminas do complexo B, a B1 (tiamina), B2 (riboblavina), B3 (Niacina), B5 (ácido Pantotênico), B6 (piridoxina), B7 (biotina), B9 (ácido fólico) e a B12 (cobalamina). (ANICETO, et. al., 2000).
4.2.1 Vitamina C
A vitamina C ou ácido ascórbico vem sido estudada desde a época medieval durante o século 18, onde foi observado que a mesma teria ação preventiva da doença carencial escorbuto a qual era constante entre os marinheiros, que apresentavam inflamação na gengiva, hemorragia e até a perda dos dentes. Os homens que ali viajavam por vários dias se alimentavam de carnes, pão e rum, não havendo nenhuma fonte de vitamina c na alimentação, sendo assim pode ser observado que frutas frescas poderiam evitar essa desordem fisiológica na embarcação, uma vez que a vitamina c é responsável por manter as estruturas dentárias, matriz óssea e paredes dos capilares. (VANDERVEEN; VANDERVEEN, 2014, ARANHA et.al.,2000).
A carência de vitamina C rotineiramente ocasiona retardo na cicatrização de feridas, menor resistência a infecções, gengivite e hemorragia, alteração na pele em especial dos membros inferiores que evolui para ulceração cutânea, a suplementação constante do ácido ascórbico pode retardar a formação de catarata o que é comum entre idosos. (ARANHA, 2000). Antioxidante também é uma propriedade importante da vitamina C, além de reciclar a vitamina E quando oxidada para sua antiga forma ativa para que ela possa exercer sua função também antioxidante atenuando os sinais do envelhecimento (SANTOS; CRUZ,2001).
Outra importante função da vitamina C é no combate a anemia pois realiza a redução do ferro na forma férrica para a forma ferrosa no trato gastrointestinal (TGI), proporcionando melhor absorção, sendo sua dose diária recomendada para um idoso de 90mg/dia para homem e 75mg/dia para mulher. (SANTOS; DELANI, 2015).
Relata-se que a vitamina C quando em dose superior a recomendada inibe no suco gástrico a formação de nitrosanimas que é um composto cancerígeno (SICHIERI, 2000) e acredita-se que células cancerígenas também precisam de vitamina C, havendo assim uma competição de células saudáveis e células cancerígenas pelo nutriente. (CERQUEIRA et. al., 2007).
4.2.2 Vitaminas do Complexo B
Estudos indicam que as vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B5, B6, B7, B9 e B12} são de grande importância para a manutenção da saúde, sendo essencial para o metabolismo de lipídios, carboidratos e proteínas.(GOULARTE,et.al. 2013).
A vitamina B2 também conhecida como riboflavina é encontrada no leite, carne, peixes e vegetais que apresentem coloração verde escura; A dose recomendada pra um adulto é de 1,3mg/dia.(SOUZA, et.al., 2005). Sua deficiência provoca lesões nos lábios, alterações na visão com a opacidade do cristalino e até anemia hipocrômica e microcítica por sua ausência dificultar a conversão do ferro para formação de hemoglobina; Seu excesso pode ocasionar um acúmulo com cristalização nos rins, apresentando urina de cor alaranjada. (CHAVES; MAIA; ALMEIDA, 2014)
O ácido fólico ou vitamina B9 compõe a síntese de purinas e pirimidinas na formação do DNA, sendo também fundamental para a maturação das hemácias e leucócitos da medula óssea. Seu baixo nível em geral está associado ao nível alto de um aminoácido denominado homocisteína, estando esse fato relacionado ao surgimento de doenças cardiovasculares, devido o poder deste aminoácido em influenciar diversos fatores, entre eles a elevação da agregação plaquetária e a inibição de anticoagulantes naturais. (GOULARTE,et.al. 2013). Cerca de dois terços dos casos de hiperhomocisteinemia são causados por deficiência de vitaminas do complexo B, existem provas que uma boa suplementação vitamínica reduz esse número, e ocasiona uma redução considerável na mortalidade por causa cardiovascular (GABRIEL, et. al.,2005),
Estudos mostram que uma suplementação diária de acido fólico e vitamina B12 reduzem os níveis de homocisteina e também de lesões neuropatológicas, diminuindo o risco da doença de Alzheimer em idosos, porém não foram encontrados resultados significativamente positivos na melhora do paciente já portador da doença. (ALMEIDA et. al., 2012).
A deficiência de vitamina B12 é muito comum em idosos, sendo essencial a realização do exame de dosagem sérica para que possa ser realizada a suplementação antes que os sinais e sintomas que indicam as doenças ocasionadas pela deficiência apareçam. Além da anemia megaloblástica, baixos níveis de vitamina B12 também podem ocasionar problemas neurológicos, sendo o diagnóstico processo fundamental para evitar dados irreversíveis à saúde. (PANIZ et. al.,2005).
4.3 VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS
4.3.1 Vitamina E
É a principal vitamina lipossolúvel presente na partícula de Lipoproteína de Baixa Densidade (LDL) e no plasma. Sua apresentação se dá por quatro isoformas, sendo elas alfa, beta, gama e delta tocoferol sendo essa última a forma biologicamente mais estudada e mais ativa. Os tocoferóis podem por meio de doação de um átomo de hidrogênio, converter radicais livres em espécies mais estáveis. (CATANIA; BARROS; FERREIRA, 2009)
Um importante papel da Vitamina E é proteger a oxidação da Vitamina A e dos ácidos gordos insaturados, por exercer um efeito eliminador de radicais livres de oxigênio, através de um mecanismo não enzimático, extracelular. Esta vitamina é lipossolúvel e necessita da biles para ser absorvida. No idoso, a administração de Vitamina E pode ter um efeito protetor contra doenças coronárias, por inibir a oxidação das LDL, o uso desta vitamina também pode ser benéfica na proteção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, como Alzheimeir, câncer, doenças cardiovasculares e mal de Parkinson. (BATISTA; COSTA; SANT’ANA, 2007).
Muitos idosos se encontram em risco nutricional que influencia diretamente na dificuldade de absorção da Vitamina E e outras vitaminas no organismo do paciente idoso, por esse motivo o idoso muitas vezes tem uma maior necessidade nutricional de vitaminas, minerais e proteínas, do que os adultos jovens. A Vitamina E pode ser encontrada em algumas fontes alimentares, tais como: óleos vegetais, germes de trigo, de azeite, de girassol, cereais fortificados, gema de ovo e legumes.(MOURÃO et.al.,2005)
4.3.2 Vitamina A
A Vitamina A é uma das vitaminas mais estudadas, essa vitamina é pertencente ao grupo das vitaminas lipossolúveis, seu papel fisiológico é distinto e separado, podendo ser absorvida com outros lipídios onde na presença do suco pancreático e da bile terá uma absorção mais eficiente. (SOUZA; BOAS, 2002).
Essa vitamina faz parte de um grupo de compostos dietéticos lipossolúveis, sendo estruturalmente ligadas ao retinol. Em suas várias formas a vitamina A é importante tanto para o crescimento como para o desenvolvimento, reprodução, diferenciação celular, integridade do sistema imunitário e principalmente na visão, tanto na fase adulta quanto na terceira idade. Essa vitamina é um composto que está presente em uma série de funções biológicas e que muitas vezes no idoso não é sintetizada no seu organismo, precisando então ser fornecida através de uma dieta rica em ingestão de vitamina A. (BIANCHI; ANTUNES, 1999).
Quando um idoso tem por longo período de tempo, uma ingestão insuficiente de vitamina A ou de seus percussores pode ocorrer alguns problemas como: perda do peso e apetite, diminuição da resistência ás infecções, alterações epiteliais e alterações no ciclo visual, como perda parcial ou total da visão. Por isso a vitamina A exerce destaque importante na manutenção da integridade epitelial do globo ocular, pois lesões oculares provocadas pela falta dessa vitamina tem sido a principal causa de cegueira, podendo ter inicio na infância e se expandindo até a terceira idade.(CHAGAS et. al., 2003).
Pessoas idosas constituem um grupo etário mais propício a desenvolver uma desnutrição de proteínas, vitaminas e minerais. Sendo as principais causas dessa desnutrição, a ingestão diminuída de vitaminas em suas alimentações, a má absorção das vitaminas em virtude da flora bacteriana anormal, reserva de nutriente diminuída, uma menor conversão das vitaminas para suas formas ativas e balanço metabólico negativo. Dessa forma a terceira idade tem sido considerada um grupo de risco para os distúrbios da deficiência de vitamina a, mas isso ocorre devido aos poucos estudos e investigações mostrando o verdadeiro estado nutricional da vitamina a no idoso. (NASCIMENTO; DINIZ; ARRUDA, 2007)
Existem algumas fontes alimentares de origem animal e vegetal capaz de melhorar a absorção da vitamina A. As fontes de origem vegetal são: mamão, caju, manga, goiaba vermelha, cenoura, milho, batata doce, couve, brócolis, folhas de beterraba entre outros. Já as fontes de origem animal são: fígado, manteiga, leite integral, peixe, gema de ovo, queijo entre outras. (GIUGLIANI; VICTORA,2000)
4.3.3 Vitamina K
A vitamina K foi descoberta no ano de 1929, por Henrik Dan, essa vitamina é encontrada nos vegetais, alimentos e minerais, tendo sua maior concentração em folhas verdes escuras. É uma vitamina importante na manutenção do osso maduro sadio e no desenvolvimento precoce do esqueleto, tem também propriedades anti-hemorrágicas e é formada em grande parte pela flora bacteriana do trato gastrointestinal.(KLACK; CARVALHO, 2006)
Existem várias formas de vitamina K, mas apenas três se destacam, sendo elas a vitamina k1, que são fitoquinomas provenientes de plantas verdes como hortaliças e óleos vegetais. Vitamina k2, amenaquinona, que são produzidas por bactérias endógenas da flora intestinal, sendo menos ativa que a vitamina k1.(MARQUES, 2004)
Tem também a vitamina K 3, que é um composto sintético lipossolúvel chamada menadiona, sendo duas vezes mais ativa que a vitamina K1 e K2, é usada em atividades anti-hemorrágica. A deficiência dessa vitamina no idoso esta muitas vezes associada à desnutrição da flora intestinal por terapia prolongada com o uso de antibióticos e também a má absorção dos lipídios. (KLACK; CARVALHO, 2006)
A vitamina K é um nutriente importante na coagulação sanguínea, funciona também como cofator na carboxilacão de várias proteínas ósseas. A deficiência dessa vitamina pode aumentar o risco de osteoporose, fraturas osteoporóticas e também reduzir a densidade da massa óssea. As principais fontes de vitamina K são: vegetais de folha verde e nabo (MORAIS, BURGOS, 2007).
4.3.4 Vitamina D
A Vitamina D tem um papel importante no desenvolvimento das glândulas paratireoides, rins, ossos e intestino, é considerado um hormônio fundamental no desenvolvimento de um esqueleto saudável e também para a homeostase do cálcio, pois favorece a absorção do cálcio pelo organismo, fortalecendo os ossos e os dentes, quando a produção desta vitamina é insuficiente pelo organismo, a mesma pode ser adquirida através de doses diárias de exposição moderada ao sol, pois sem o sol a pele não consegue produzir Vitamina D.(YAZBEK; NETO, 2008)
Sua ação foi relatada sob o músculo esquelético, estando envolvida na síndrome protéica e o transporte de cálcio, por isso a ingestão de Vitamina D aliada ao cálcio pode potencializar o efeito de ambos no organismo, garantindo dessa forma ossos mais fortes e saudáveis, prevenindo o raquitismo. Existem muitos esteróides com a atividade da Vitamina D, mas tem importância prática apenas os denominados D2 e D3, pois são essas as duas formas ativas da Vitamina D.(PREMAOR;FURLANETTO, 2006)
Como Vitamina D3 temos o colecalciferol, que é uma forma natural, extraída do óleo de fígado de bacalhau, podendo ser produzida no homem através da irradiação ultravioleta da luz solar, da 7-dehidrocolesterol presente na derme. Já a Vitamina D2 apresentada como o ergocalciferol, sendo sua apresentação física, química e nutricionalmente semelhante ao colecalciferol, se diferenciando apenas pela estrutura de sua cadeia lateral. A Vitamina D2 é uma forma sintética, alcançada por irradiação ultravioleta do ergosterol que é a provitamina D2. (PEDROSA; CASTRO, 2005)
A deficiência de Vitamina D no idoso é prejudicial e perigoso, pois tem se tornado um dos principais causadores da osteoporose senil, sendo cada vez mais frequente no indivíduo idoso, pois essa deficiência provoca diminuição da força e da massa muscular, prejudicando assim o equilíbrio do idoso, aumentando dessa forma a incidência de quedas e fraturas. Outra ação importante da Vitamina D é sua participação no transporte ativo do cálcio para o interior do retículo sarcoplasmático. (BUENO; CZEPIELEWSKI, 2008)
Quando ocorre deficiência dessa vitamina, o transporte ativo de cálcio para o interior do retículo sarcoplasmático se torna reduzido, podendo provocar também a diminuição da contração e do relaxamento dos músculos, ocasionando atrofia de fibra muscular tipo ll, que tem como principal característica funcional, a contração rápida dos músculos. A deficiência desta vitamina também pode provocar dores musculares difusas e fraqueza dos músculos proximais como: flexores, extensores e abdutores do quadril e flexores e extensores do joelho.(MARQUES et. al., 2010).
A deficiência de Vitamina D no idoso, está relacionada a baixa exposição solar, a dietas pobres em Vitamina D, a diminuição da eficiência da síntese cutânea, terapias com outras drogas que interferem no metabolismo dessa vitamina e também anticonvulsivantes muitas vezes usados por pessoas idosas. Pesquisas sugerem que a Vitamina D ativa, ajuda na prevenção de fraturas, não apenas por elevar a absorção intestinal de cálcio, mas também por melhorar a resistência e a qualidade óssea. (BARRAL; BARROS; ARAUJO, 2007)
Essa deficiência pode se estabelecer de várias formas, sutil como: hiperparatireoidismo racional, perda da massa óssea e hipocalcemia leve. Deficiência grave como: raquitismo, osteomalácia e aumento da perda óssea na osteoporose. Recomendações recentes sugerem que na ausência de exposição solar adequada, indivíduos adultos devem ingerir 1.000 mg de Vitamina D ao dia. As fontes alimentares de Vitamina D são: peixe gordo, óleo de fígado de bacalhau, fígado, leite meio gordo e cereal fortificado. (OLIVEIRA; MORAIS;SANTOS, 2013)
4.4 MINERAIS
São substâncias inorgânicas presentes em nosso organismo, porém na forma inorgânica não são absorvidos nem metabolizados, para que isso ocorra é necessário que as moléculas inorgânicas sejam convertidas em espécies semelhantes, isso ocorre com uma ligação química entre um mineral (que possua ligações orgânicas) com os aminoácidos, formando assim um aminoquelados. Os minerais possuem várias funções no organismo, como na formação óssea, equilíbrio ácido-base, pressão osmótica, composição de líquidos corporais, metabolismo enzimático entre outros. (CATANIA; BARROS; FERREIRA, 2009)
4.4.1 Cálcio
É um dos minerais mais conhecidos, corresponde a 39% comparados aos outros minerais presentes em nosso organismo, distribuído em 99% na massa óssea e 1% no sangue, células e tecidos moles. É um elemento essencial na membrana celular controlando as propriedades elétricas e sua permeabilidade, é necessário para o desenvolvimento e crescimento de dentes e ossos. (PAZIERA et al.,2011)
Pereira et al, (2009), relatam que estudos comprovam que o consumo de cálcio previne doenças como a osteoporose, hipertensão arterial, obesidade e câncer de cólon. Afirmam também que o aumento da ingestão de cálcio aumenta a sensibilidade ao sal e reduz a pressão sanguínea principalmente em pacientes hipertensos. O cálcio forma complexos com os ácidos graxos e com a bile impedindo que os mesmos causem irritação na mucosa diminuindo a proliferação de células cancerígenas.
O excesso de proteínas na refeição e a ingestão de alimentos fontes de ácido oxálico aumentam a excreção de cálcio pela urina e fezes, eles formam complexos com o cálcio, tornando-se precipitados intestino em meio alcalino. A redução desse mineral no organismo pode ser traduzida por sinais de descalcificação (osteoporose). (GÜDTNER, WEINGRILL, FERNANDES, 1997)
A hipocalcemia é mais frequente com a diminuição de vitamina D, se manifestando sob a poliúria, formação de cálculos renais, perda de apetite e fraqueza muscular. (DOURADO, 2012)
A dose de cálcio recomendada para crianças e adolescentes dos 9 aos 18 anos é de 1.300 mg/dia, adultos de 19 a 50 anos 1.000 mg/dia e pessoas acima de 50 anos 12.000 mg/dia, podendo ser encontrados nos seguintes alimentos: Espinafre, laranja lima, tofu, bebidas à base de soja e principalmente em alimentos derivados do leite como o queijo, o iogurte e o requeijão (VANDERVEEN;VANDERVEEN, 2014)
4.4.2 Cobre
O cobre funciona na absorção e na utilização do ferro, no transporte de elétrons, no metabolismo do tecido conjuntivo, na formação dos fosfolipídios, no metabolismo das purinas e no desenvolvimento do sistema nervoso, está presente em altas concentrações no cérebro, no fígado, no coração e nos rins. Tem como função a atividade de oxidação protegendo as células dos efeitos tóxicos no metabolismo do oxigênio, é essencial para a síntese de hemoglobina e está envolvido na prevenção de doenças cardiovasculares. (SARGENTELLI; MAURO, 1995)
Ele é absorvido no intestino delgado, sua concentração plasmática aumenta em casos de infecções agudas, gravidez e em mulheres que usam anticoncepcionais orais, o cobre tem papel fundamental na produção e eliminação de radicais livres e funcionamento de praticamente todos os sistemas e órgãos. (DOURADO, 2012)
Com relação a esse mineral a literatura relata apenas patologias associadas a alterações no seu metabolismo, onde podemos citar a doença de Wilson, uma doença genética que acarreta o acúmulo de cobre no cérebro, no fígado e nos rins, o que resulta em anormalidades mentais e neurológicas. Podemos adquirir esse nutriente através dos seguintes alimentos: carnes, ovos, queijos, mariscos e bebidas como café e vinho. Sua ingestão diária recomendada é de 900µg/dia e é considerada excessiva a dose acima de 1000µg/dia. (VANDERVEEN; VANDERVEEN, 2014)
4.4.3 Zinco
É um nutriente antioxidante, atua na função fagocitária, imunidade celular e humoral, no paladar e na maturação sexual. Esse elemento tem grandes funções nos processos biológicos, as mais importantes são: a síntese protéica, o metabolismo de carboidratos e lipídios, ele também está envolvido na secreção de insulina e na função desse hormônio, sendo um modulador da transmissão neuro-humoral. (PAZIEIRA; DORNELES; DURGANTE, 2003)
O zinco é absorvido a partir do duodeno, se ligando as proteínas plasmáticas, sendo excretado pela urina, em casos de queimaduras sua excreção é aumentada, devido ao catabolismo tecidual, pacientes com baixas concentrações plasmáticas de zinco apresentam úlceras indolentes e cicatrização retardada de feridas, observou o comportamento da síntese de ácidos nucléicos e de proteínas na deficiência de zinco. A recomendação diária de zinco para idosos é um total de 11 mg/dia para homens e 8mg/dia para mulheres, as fontes de zinco podemos citar a carne vermelha e branca, fígado, frutos do mar, ovos, cereais integrais, lentilha e germe de trigo. (HERMIDA; SILVA; ZIEGLER, 2010)
4.4.4 Ferro
O ferro é indispensável para a produção de hemoglobina e algumas enzimas, como também aumenta as defesas do organismo e no desenvolvimento de inúmeras funções biológicas. É fundamental no transporte de oxigênio, por fazer parte da formação da hemoglobina, da mioglobolina e muitas enzimas de oxidação-redução. (CATANIA; FERREIRA, 2015)
A carência de ferro pode ser devido a perda excessiva, como no caso de hemorragias e hemorróidas, na má absorção, no caso de diarréias ou déficit na ingestão. Anemia hipocrômica e microcítica é o resultado da deficiência de ferro, podendo haver redução na concentração de algumas das enzimas que contém o ferro, como o citocromo no fígado, nos rins e nos músculos esqueléticos. (TRAMONTINO; NUÑEZ; TAKAHASHI, 2009)
O ferro é absorvido no intestino delgado, e transportado através do sangue ligado a transferina uma β1-globulina, sendo armazenado na medula óssea, parede intestinal, fígado e no baço. (DOURADO, 2012)
Alimentos ricos em ferro são espinafre, aspargo, salsa, batatas, cenoura, lentilha, cereais, folhas verdes escuras e leite. A dose preconizada de ferro é de 200 mg/dia.(VANDERVEEN;VANDERVEEN, 2014).
4.4.5 Iodo
O iodo é responsável pela produção de dois fatores hormonais da glândula tireóide a tiroxina e triiodotiroxina, que atua no sistema nervoso, sistema cardiovascular, músculos esqueléticos, funções renais e respiratórias. A absorção do iodo ocorre em todo trato gastrointestinal, e sua excreção é feita pela urina, e a quantidade é um indicador do estado da tireóide. (WOFF, 1998)
Os principais sintomas de deficiência de iodo e o crescimento da glândula da tireóide, hipotireoidismo, resultado de um hiperfuncionamento da glândula, causando inchaço nas pálpebras, cabelos quebradiços, astenias, câimbras, anorexia, amenorréia, apatia e lentidão de raciocínio.
Sua recomendação diária é de 150mcg, sendo as principais fontes são os peixes de água salgada e frutos do mar, vargem, agrião, cebola, nabo, rabanete e ameixa. (VANDERVEEN; VANDERVEEN, 2014).
4.4.6 Flúor
O flúor é um mineral de grande importância para a saúde bucal, pois é capaz de formar uma barreira nos dentes para proteção contra os ácidos quando em dosagem recomendada, porém esse mineral é encontrado em maior quantidade nos ossos do que nos dentes, sua concentração aumenta com o passar dos anos até a idade adulta de 55 anos, esse mineral é rapidamente absorvido ao nível do estomago e do intestino delgado, e sua excreção se dá pela urina, apesar da concentração de flúor encontrada na alimentação ser baixa, boas fontes de micronutriente são os chás e peixes de água salgadas. (TRAMONTINO et al.,2009)
4.4.7 Fósforo
O fósforo exerce papel estrutural na célula, participa de atividades enzimáticas, com o papel fundamental para a célula como fonte de energia sob a forma de adenosina trifosfato (ATP), a necessidade desse composto para o ser humano é suprida pela alimentação, uma vez que o mesmo encontra-se m grandes quantidades em diversos alimentos, como os que contém cálcio, leite, queijo e frutas secas. (BUENO; CZEPIELEWSKI, 2010)
A deficiência do fósforo tem vários motivos, como alcoolismo crônico, jejum e desnutrição prolongada, diarréia e vômito, enfim, sua excreção é aumentada no hiperparatrreoidismo, raquitismo, déficit de vitamina D e uso de barbitúricos. (VANDERVEEN; VANDERVEEN, 2014)
4.4.8 Cromo
Presente nos tecidos corporais dos rins, fígado, músculos, baço, coração, pâncreas e ossos, com a chegada da velhice essa concentração diminui, a deficiência do cromo compromete o metabolismo da glicose, compondo a estrutura do GTF (Fator de Tolerância a Glicose), responsável pela potencialização da insulina, também está ligado ao metabolismo lipídico, com o aumento da concentração da lipoproteína de alta densidade (HDL) e diminuição da lipoproteína de baixa densidade (LDL), pelo aumento da atividade da enzima lipase de lipoproteínas, além de reduzir o colesterol total. Alimentos ricos em cromo são feijão, brócolis, batata e cereais integrais. (VANDERVEEN; VANDERVEEN, 2014).
A alimentação saudável no decorrer da vida é primordial para que se tenha um envelhecimento com qualidade e com menor incidência de doenças, pois as vitaminas e minerais são fundamentais para sua profilaxia. Levando em consideração os fatores socioeconômicos e fisiológicos na população geriátrica são essenciais à suplementação para a manutenção de uma boa saúde.
Com a chegada da terceira idade o organismo tem seu metabolismo diferenciado e com isso a absorção dos nutrientes fica comprometida por diversos fatores. Considerando o importante papel das vitaminas e minerais quando utilizados de forma adequada podem prevenir doenças cardiovasculares, Alzheimer, doença de Parkinson, anemia, osteoporose, cânceres, cáries dentarias entre outras.
Sendo notável o papel do farmacêutico clinico, neste período, pois como em outras situações, ele tem o dever de reunir o histórico medico deste paciente, bem como histórico nutricional, para que junto com tais profissionais possam, perceber o problema, fazer o ajuste de doses, juntamente com uma orientação na sua rotina nutricional medicamentosa, fazendo o acompanhamento da saúde desta faixa etária para prevenir e promover uma melhor qualidade de vida.
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¹Acadêmica do Curso de Graduação em Farmácia (Bacharelado) da Faculdade de Educação FIMCA UNICENTRO, Jaru, RO, Brasil, e-mail: iannakiaravieiragonzales @gmail.com;
²Acadêmica do Curso de Graduação em Farmácia (Bacharelado) Faculdade de Educação FIMCA UNICENTRO, Jaru, RO, Brasil, e-mail: shaienybarbosa2001@gmail.com;
³Docente do Curso de Farmácia da Faculdade de Educação FIMCA UNICENTRO, Jaru, RO, Brasil., e-mail: pattriciah.farmacêutica@gmail.com.