QUALIDADE DE VIDA, SONO E RENDIMENTO ACADÊMICO DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

Autoras:

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Ingrid Reis

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Luana Farias

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Kaliane Pamponet

QUALITY OF LIFE, SLEEP AND ACADEMIC PERFORMANCE OF UNIVERSITY STUDENTS

CALIDAD DE VIDA, SUEÑO Y DESEMPEÑO ACADÉMICO DE ESTUDIANTES UNIVERSITARIOS


RESUMO

Introdução: O presente estudo tem como objetivo identificar a associação entre o rendimento acadêmico, qualidade de vida e sono, em universitários de Salvador. Métodos: Amostra composta de 108 graduandos, avaliados através dos questionários de dados sociodemográficos, Índice de Qualidade Sono de Pittsburgh, Escala Whoqol-bref e o Índice Rendimento Acadêmico (IRA). Resultados: Na comparação entre grupos, os alunos de Fisioterapia (66,4 ±15,6) dispõe de um maior IRA. A maioria dos estudantes apresentaram qualidade de sono ruim (80,07%), seguida dos distúrbios (32,36%). Discussões: Universitários apresentam rotina intensa, frequentemente associada a jornadas de trabalho, gerando dificuldade de conciliar as atividades acadêmicas. Podendo interferir na qualidade de vida, sono e rendimento acadêmico. Conclusões: Verificou-se que apesar do IRA ter ficado abaixo da média e apresentarem qualidade do sono ruim/distúrbios do sono, não foi observado a interferência desses fatores.

Palavras-chave: qualidade de vida; sono; saúde do estudante

ABSTRACT

Introduction: The present study aims to identify the association between academic performance, quality of life and sleep, in university students from Salvador. Methods: Sample comprised of 108 undergraduates, assessed through questionnaires of sociodemographic data, Pittsburgh Sleep Quality Index, Whoqol-bref Scale and the Academic Performance Index (IRA). Results: In the comparison between groups, Physiotherapy students (66.4 ± 15.6) have a higher ARI. Most students had poor sleep quality (80.07%), followed by disorders (32.36%). Discussions: University students have an intense routine, often associated with working hours, creating difficulty in reconciling academic activities. It may interfere with quality of life, sleep and academic performance. Conclusions: It was found that although ARI was below average and had poor sleep quality / sleep disorders, the interference of these factors was not observed.

Keywords: quality of life; sleep; student health

RESUMEN

Introducción: El presente estudio tiene como objetivo identificar la asociación entre rendimiento académico, calidad de vida y sueño, en estudiantes universitarios de Salvador. Métodos: Muestra compuesta por 108 estudiantes de pregrado, evaluados mediante los cuestionarios de datos sociodemográficos, Pittsburgh Sleep Quality Index, Whoqol-bref Scale y el Academic Performance Index (IRA). Resultados: En la comparación entre grupos, los estudiantes de Fisioterapia (66,4 ± 15,6) presentan un IRA superior. La mayoría de los estudiantes tenía mala calidad del sueño (80,07%), seguida de trastornos (32,36%). Debates: Los universitarios tienen una rutina intensa, muchas veces asociada a la jornada laboral, lo que dificulta la conciliación de las actividades académicas. Puede interferir con la calidad de vida, el sueño y el rendimiento académico. Conclusiones: Se encontró que aunque las IRA estaban por debajo del promedio y tenían mala calidad del sueño / trastornos del sueño, no se observó la interferencia de estos factores.

Palabras clave: calidad de vida; dormir; salud del estudiante

Introdução

O sono possui como função principal a restauração do corpo e mente do indivíduo, sendo considerado um aspecto essencial para a sobrevivência, podendo ser afetado por fatores que podem levar a interferência no seu ciclo, dentre eles destacam-se a privação do sono, drogas que afetam o sistema nervoso central, hábitos irregulares, idade, mudança de fuso horário entre outros, sendo um aspecto importante para a manutenção do ser humano, com funções biológicas importantes, tais como a consolidação da memória, normalização das funções endócrinas, termorregulação e restauração do metabolismo energético cerebral (Caldas, Ribeiro, Santos-Pinto, Martins, & Matoso, 2009).

O ingresso na universidade é um momento único e marcante na vida dos graduandos. Discentes frequentemente possui irregularidade no sono, bem como elevados níveis de estresse, em função disso, estão encaixados em um grupo de risco com uma grande probabilidade de apresentar distúrbios do sono (Rios et al., 2019). Devido a inúmeras tarefas desempenhadas, vale salientar que sua alteração pode acarretar em perturbações físicas, ocupacionais, sociais, emocionais e cognitivas, comprometendo a qualidade de vida (Caldas et al., 2009; Carleto, C. T., Moura, R. C. D. de, Santos, V. S., & Pedrosa, L. A. K, 2018).

Desde a formação acadêmica, o estudante se encontra em circunstâncias que já os coloca em contato com área de atuação, que se caracteriza por modificações na rotina. (Silva, Pereira, Almeida, Silva, & Oliveira, 2012; Brandt, Tejedo-Romero & Araujo, 2019). A qualidade do sono é um elemento imprescindível à saúde humana e a qualidade de vida dos universitários, os quais representam o futuro do país, portanto é fundamental que sejam pessoas saudáveis (Schneider et al., 2010; Santana et al, 2018).

Essa junção de demandas pode gerar uma dificuldade de conciliar suas atividades acadêmicas, profissionais e pessoais, interferindo tanto na qualidade de vida quanto no sono e consequentemente, no rendimento acadêmico. O presente estudo tem como objetivo identificar a associação entre o rendimento acadêmico, qualidade do sono e de vida, de estudantes universitários de Salvador, Bahia.

Métodos

Trata-se de um estudo exploratório, de corte observacional e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário UNIFTC, sob CAAE:58832316.7.0000.5032. Amostra composta por 119 estudantes universitários matriculados nos cursos de Fisioterapia (GF) e Engenharia Civil (GE), em uma instituição de nível superior na cidade de Salvador – Ba. Os dados foram extraídos de um banco de dados construído a partir da coleta de um projeto já realizado intitulado “Perfil de Saúde dos Estudantes Universitários de Salvador”.

O Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), foi utilizado com o objetivo de avaliar a qualidade do sono. Instrumento composto por 10 questões, subjetivas e objetivas. As primeiras nove questões são auto administradas e a décima respondida por companheiros de quarto. Possui sete componentes e sua avaliação se dá pela qualidade subjetiva do sono, latência do sono, duração do sono, eficiência habitual do sono, distúrbios do sono, uso de medicamentos para dormir e sonolência diurna / distúrbios durante o dia. O peso varia numa escala de 0 a 3 pontos, totalizando o máximo de 21 pontos. Quando somadas, geram um escore global, sendo de 0 a 4 o indicativo de boa qualidade do sono, de 5 a 10 qualidade ruim e acima de 10 indicam distúrbios do sono (Bertolazi, 2008).

Os dados pertinentes sobre qualidade de vida foram coletados a partir da escala Whoqol-bref (versão reduzida do Whoqol-100), composta por 26 questões, dos quais, 24 são organizadas em quatro domínios (Físico, Psicológico, Relações Sociais e Meio Ambiente) e outras duas questões sobre qualidade de vida global, sendo uma sobre a percepção da qualidade de vida do indivíduo e outra sobre a saúde (essas duas respostas não entram na equação). Este instrumento considera as duas últimas semanas vividas pelos indivíduos analisados. As respostas variam de 0 a 5, seguindo a escala de Likert, com os seguintes escores: necessita melhorar (quando for 1 até 2,9); regular (3 até 3,9); boa (4 até 4,9) e muito boa (5) (Simões, Machado, Gonçalves, & Almeida, 2007).

O registro dos dados sociodemográficos foi coletado através de um questionário (elaborado pelos próprios autores) com as seguintes variáveis: sexo (masculino e feminino); faixa etária (≥ 18 a< 24 anos e > 25 a < 46 anos); estado civil (solteiro/separado e casado); ter filho (sim e não); trabalha (sim e não); curso (fisioterapia e engenharia); semestre do curso (1º ao 5º e 6º ao 10º); mora sozinho (sim e não), tabagista (sim e não); uso de bebida alcoólica (sim e não); artifício para manter acordado (sim e não); uso de eletrônicos antes de dormir (não, celular, outros eletrônicos e mais de um eletrônico) e escala de qualidade do sono (boa, ruim e distúrbio); para a escala de qualidade de vida e os domínios da Whoqol-bref classificados em (necessita melhorar, regular, boa e muito boa).

Para caracterizar a população em estudo foram calculadas frequências absolutas e relativas das características sociodemográficas, hábitos de vida e variáveis relacionadas às questões acadêmicas. Além disso, foram calculadas média e desvio-padrão entre o índice de rendimento acadêmico e variáveis sociodemográficas, de hábitos de vida e características relacionadas às informações acadêmicas, além dos hábitos de sono.

Para compreensão da influência de variáveis sociodemográficas e acadêmicas sobre a percepção da qualidade de vida, da satisfação com a saúde e os domínios da Whoqol-bref (físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente) dos estudantes em estudo realizou-se o teste de Mann-Whitney considerando um p-valor de 5% de significância.

A fim de verificar a existência da relação entre o índice de rendimento acadêmico, qualidade do sono e de vida dos estudantes calculou-se o coeficiente de correlação de Spearman considerando um p-valor de 5% de significância. Além disso, foram construídos modelos multivariados de regressão linear entre o desfecho (índice de rendimento acadêmico).

Resultados

Quando analisadas as características sociodemográficas dos estudantes, houve uma predominância do sexo feminino no curso de Fisioterapia (GF) (76,4 %) e do sexo masculino em Engenharia Civil (GE) (69,8%). Com relação a idade, os alunos do GF se apresentam uma faixa etária maior, de 25 a 46 anos (65,5%), já os alunos do GE apresentaram faixa etária mais baixa (69,8 %), com idade entre 18 a 24 anos. A maioria dos entrevistados eram solteiros (84,3%), possuíam filhos (77,8%) e estavam cursando entre o 6º ao 10º semestre (81,5%). Predominantemente os alunos do curso de Fisioterapia não exercem atividade laborativa, correspondendo a 63,6%, onde o inverso é visto no curso de Engenharia Civil, com 50,9%. Quanto ao uso de bebida alcóolica, o curso de Engenharia Civil demonstrou que 56,6% utilizam, enquanto os alunos de Fisioterapia, 51,9% não utilizam.

Voluntárias do sexo feminino (67,2 ± 17,6), com faixa etária entre 18 a 24 anos (67,6 ± 17,5) e solteiros (66,6 ± 16,5) possuíam um IRA maior, bem como os indivíduos que possuem filhos (66,7 ± 16,8), trabalham (69,4 ± 16,8) e que não moram sozinhos (67,3 ± 17,5). Outro dado importante observado, é, aqueles que utilizam bebida alcóolica (66,9 ±16,3) e artifícios para se manter acordados (66,3 ±17,1) bem como os que usam apenas do celular antes de dormir (67,2 ±18,0) e mais de um eletrônico, incluindo o celular (67,6 ± 16,4) apresentaram um IRA maior. Quando comparado os grupos, o GF (66,4 ±15,6) dispõe de um maior Índice de Rendimento Acadêmico. (tabela 1)

(Tabela 1. Índice de rendimento acadêmico segundo as variáveis sociodemográficas, hábitos de vida e acadêmicas de estudantes de uma IES, Salvador, 2017)

Voluntários entre 18 a 24 anos, quando avaliados na satisfação com a saúde, apresentaram média de 3,66 (representando estar nem satisfeito, nem insatisfeito) com (p=0,04), assim como aqueles que não trabalham, apresentando média de 3,65, com (p=0,04). Já a percepção da qualidade de vida, apresentaram média de 3,80 (representando uma qualidade de vida nem ruim nem boa) com (p=0,01).

No domínio relações sociais, os indivíduos do sexo feminino apresentaram média de 3,93, com (p=0,00), indicando estar regular. O GF apresentou média 3,33, com (p=0,05) no domínio meio ambiente, o que indica que este está regular. (tabela 2)

(Tabela 2. Domínios da WHOQOL-bref segundo as variáveis sociodemográficas, de estudantes de uma IES, Salvador, 2017.)

Com relação à qualidade do sono dos graduandos pesquisados, foi observada que a duração do sono apresentou média de (1,31±1,15), o que corresponde a uma duração de 6 a 7 horas dormidas; distúrbios do sono com uma média de (1,39 ± 0,64), representando a presença desses distúrbios menos de uma vez por semana e disfunções durante o dia, com média de (1,42±0,41), correspondendo a uma pequena chance de indisposição para as atividades. Ambos os cursos apresentaram uma qualidade de sono ruim (80,07%), seguida de distúrbios do sono (32,36%). Entre os fatores que interferem o sono foram considerados ansiedade, insônia e medo de esquecer algum compromisso.

Não houve correlação estatisticamente significativa entre o rendimento acadêmico, qualidade de sono e de vida. A qualidade do sono apresentou correlação inversa (r= -0,07) com (p=0,48). Os dados globais da percepção de qualidade de vida apresentaram índice de correlação de (r=0,12) com (p=0,22) e a satisfação com a saúde também apresentou correlação inversa de (r= -0,04) com (p=0,71).

Não houve diferença estatisticamente significante em nenhuma das variáveis quando analisada a Regressão Linear. (tabela 3)

(Tabela 3. Correlação entre o índice de rendimento acadêmico e os domínios da WHOQOL-bref de estudantes de uma IES, Salvador, 2017)

Discussão

Vale ressaltar que analisar a qualidade de sono, de vida e o rendimento acadêmico em estudantes de áreas específicas é complexo, tendo em vista que são escassas as pesquisas voltadas para essas variáveis agrupadas em graduandos. As mesmas são visualizadas separadamente e pouco é visto correlacionando com o desempenho acadêmico. Foi visualizado com o presente estudo que não houve correlação entre a qualidade de sono, de vida e o rendimento acadêmico no público pesquisado, bem como em outros estudos (Araújo et al., 2014; Segundo et al., 2017). O estudo de Martin, Feldens, & Sake (2016) identificou resultados contrários a esta pesquisa.

Nas características sociodemográficas analisadas, há um predomínio do sexo feminino no curso de Fisioterapia (76,4%) sendo condizente com outro estudo que avaliou estudantes da área de saúde (Carone et al., 2020).

A maioria dos entrevistados são solteiros (84,3%) sendo uma característica presente também em outras pesquisas (Santos & Bittencourt, 2017). A grande maioria possui filhos (77,8%) e estão cursando do 6º ao 10º semestre (81,5%) em ambos os cursos. Os alunos do curso de fisioterapia em sua maioria não trabalham, devido a carga horária dos cursos de saúde serem extensas, (Yosetake et al, 2018) dado que difere do estudo de Santos & Bittencourt (2017), onde 71,8% dos alunos trabalhavam. O perfil dos alunos de engenharia civil, na sua maioria trabalham e estudam (50,9%).

Quanto ao uso de bebida alcoólica, a maioria não relata fazer uso (51,9%) corroborando com outros estudos (Lamgame et al., 2016). O mesmo não foi visto no estudo de Carone et al. (2020) que analisou os fatores associados aos distúrbios do sono em estudantes universitários, foi observado que o consumo nocivo de bebidas alcoólicas e tabagismo associaram-se à maioria dos distúrbios do sono analisados.

Os indivíduos com faixa etária de 18 a 24 anos (67,6%) e solteiros, possuíam um IRA maior, corroborando com esses achados, estudos que avaliaram essa mesma faixa etária observaram que o grau da inteligência tem uma relação com a idade cronológica do indivíduo. Sendo que diversos condições de vida e fatores intrínsecos podem influenciar o rendimento dos graduandos na faculdade (Barcelos, Marques, & Filho, 2019).

Outro dado relevante encontrado foi que aqueles indivíduos que possuem filhos (66,7) trabalham (69,4) e que não moram sozinhos (67,3) possuem um IRA maior. Esses resultados podem ser explicados pelo fato desses alunos morarem com outra pessoa que provavelmente ajudem no cuidado com os filhos, facilitando a viabilidade acadêmica. O mesmo não foi relatado no estudo de Langame et al., (2016), que demonstra que o fato de morar em repúblicas, pensão ou com a família, desfavorece o rendimento acadêmico.

Os sujeitos que utilizam bebida alcoólica, artifícios para se manter acordados (café, energético e medicamentos), uso de celular e outros equipamentos eletrônicos, apresentaram maior IRA (66,8), não atingindo a média mínima de 70 pontos. Ambos os cursos utilizaram o café como principal artifício, o que não foi visto na pesquisa de Barbosa et al., (2020).

Quando comparados os grupos, o GF (66,4) dispõe de maior IRA, assim como foi observado na pesquisa de Langame et al., (2016). Ressaltando que aqueles que cursavam os últimos períodos apresentaram um IRA maior, achado que não foi visto no estudo de Lima, Soares, Prado, & Albuquerque (2016). Alunos que cursavam do primeiro ao sétimo período apresentaram um IRA alto, apresentando uma queda no oitavo período.

Nas questões gerais do whoqol-bref tais como, satisfação com a saúde e a percepção da qualidade de vida, os indivíduos com faixa etária de 18 a 24 anos, fizeram uma avaliação nem positiva, nem negativa (3,66), o que sugere uma imparcialidade dos resultados. O estudo de Anvessa, Filha, Silva, & Fedosse (2018) demonstrou que não houve diferença significativa desses aspectos nos cursos analisados.

Quanto ao domínio meio ambiente, o curso de fisioterapia apresentou correlação fraca (p=0,05). Langame et al., (2016) trouxeram que estes fatores tiveram correlação significativa com o IRA. No estudo de Anvessa, Filha, & Fedosse (2018) que comparou a qualidade de vida de discentes do primeiro e do último ano de três cursos de saúde, foi observado que os escores de domínio ambiental dos discentes do último ano de Fisioterapia foram significativamente maiores do que os escores dos graduandos do primeiro ano.

Ao que se refere à qualidade do sono, a amostra pesquisada apresentou uma duração de 6 a 7 horas dormidas, sendo uma média inferior a quantidade de horas dormidas pela população geral (Carone et al., 2020)

Há uma irregularidade do padrão de sono de universitários, que se caracteriza por redução das horas dormidas durante a semana e seu prolongamento nos finais de semana (Carone et al., 2020; Segundo, Neto, Paz, & Holanda, 2017). Com relação as disfunções durante o dia, o público pesquisado apresentou média de (1,42), sendo classificada como pequena. O mesmo não foi visto em outros estudos (Carone et al., 2020; Segundo et al., 2017). Em sua maioria, ambos os cursos apresentaram qualidade do sono ruim, o que também é visto em outras pesquisas (Carone et al., 2020, Segundo et al., 2017).

Considerações finais

Apesar do IRA ter apresentado valores abaixo da média, a grande maioria dos graduandos apresentarem distúrbios/qualidade do sono ruim, não foi observado no presente trabalho a interferência desses fatores, sugerindo que esses estudantes conseguem compensar essas alterações do sono de outras formas, sem afetar seu desempenho acadêmico e a qualidade de vida. Não houve associação estatisticamente significante, entre a qualidade do sono, de vida e o rendimento acadêmico nos estudantes universitários. Possivelmente, outras variáveis podem estar influenciando no baixo rendimento. No entanto, a amostra não homogênea, bem como a quantidade de perdas e o desenho de estudo que impossibilita a determinação da casualidade dos resultados foram os fatores limitantes deste estudo. Sendo assim, novos estudos são necessários com uma amostra mais homogênea e utilizando outros instrumentos para investigar e correlacionar com outros fatores não pesquisados.

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Tabela 1

Índice de rendimento acadêmico segundo as variáveis sociodemográficas, hábitos de vida e acadêmicas de estudantes de uma IES, Salvador, 2017

 Índice de Rendimento Acadêmico
 Média (±DP)Valor MínimoValor Máximo
SEXO


Masculino64,9 (± 16,9)14,089,7
Feminino67,2 (±17,6)20,697,5
FAIXA ETÁRIA


18 a 24 anos67,6 (±17,5)25,493,5
25 a 46 anos64,8(±16,6)14,097,5
ESTADO CIVIL


Solteiro*66,6(±16,5)20,693,5
Casado63,7(±20,1)14,097,5
TER FILHOS


Sim66,7(±16,5)20,697,5
Não65,9(±17,2)14,093,5
TRABALHA


Sim69,4(±16,8)14,097,5
Não63,6(±16,9)22,693,5
MORA SOZINHO


Sim61,3(±14,2)33,489,1
Não67,3(±17,5)14,097,5
USO DE BEBIDA ALCOOLICA


Sim66,9(±16,3)20,693,2
Não65,4(±17,8)14,097,5
CURSO


Fisioterapia66,4(±15,6)22,697,5
Engenharia65,8(±18,5)14,089,7
SEMESTRE DO CURSO


2º ao 5º61,8(±16,7)25,486,5
6º ao 10º67,1(±17,0)14,097,5
ARTIFÍCIO PARA MANTER ACORDADO


Sim66,3(±17,1)14,097,5
Não65,8(±18,2)20,689,1
USO DE ELETRÔNICO ANTES DE DORMIR


Não63,9(±13,3)35,088,0
Celular67,2(±18,8)22,693,5
Outros57,7(±23,4)14,086,7
Mais de um eletrônico67,6(±16,4)20,697,5

Legenda: *Solteiro + separado

Tabela 2

Domínios da WHOQOL-bref segundo as variáveis sociodemográficas, de estudantes de uma IES, Salvador, 2017

FísicoFísicoPsicológicoPsicológicoRelações SociaisRelações SociaisMeio AmbienteMeio Ambiente
Médiap-valorMédiap-valorMédiap-valorMédiap-valor
CURSO0,480,370,060,05
Fisioterapia3,613,653,853,33
Engenharia3,523,593,593,12
SEXO0,440,470,000,57
Masculino3,513,573,483,18
Feminino3,613,663,933,26
FAIXA ETÁRIA0,230,190,460,64
≥ 18 a < 24 anos3,643,673,803,26
> 25 a < 46 anos3,503,583,653,19
ESTADO CIVIL0,100,080,220,39
Solteiro/separado3,63,663,763,2
Casado3,353,453,523,34
TER FILHOS0,100,960,900,53
Sim3,613,673,723,32
Não3,413,613,723,20
TRABALHA0,980,320,160,35
Sim3,583,583,623,18
Não3,563,663,83,26

Nota: *Teste de Mann-Whitney, nível de significância p ≤ 0,05

Tabela 3

Correlação entre o índice de rendimento acadêmico e os domínios da WHOQOL-bref de estudantes de uma IES, Salvador, 2017


Índice de Rendimento Acadêmico
Domínios Whoqol-brefrp-valor
Físico0,020,79
Psicológico0,080,42
Relações sociais0,060,56
Meio ambiente0,060,53

Nota: *nível de significância p ≤ 0,05. r = coeficiente de Sperarman