REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202408141906
Carolina dos Santos Machado1
Doraci Antunes dos Santos Lopes2
Greici Campanha3
Marina Ferreira4
Nerci Rodrigues5
Soeli Esberce6
Tainá Aparecida Monteiro7
Resumo
A psicopedagogia na área da educação infantil desempenha um papel crucial no desenvolvimento e aprendizado das crianças. Ela se concentra em compreender e intervir nos processos de aprendizagem considerando aspectos cognitivos, emocionais e sociais. A psicopedagogia na área da educação infantil é uma área que se dedica ao entendimento e intervenção nos processos de aprendizagem das crianças nessa faixa etária, atuando de maneira preventiva e remediativa, a psicopedagogia busca identificar e superar possíveis dificuldades de aprendizagem, considerando aspectos cognitivos, emocionais e sociais. Por meio de avaliações diagnósticas, intervenções personalizadas, orientação aos professores, estímulo ao desenvolvimento sócio emocional, envolvimento dos pais e adaptações curriculares, a psicopedagogia contribui para a construção de um ambiente educacional inclusivo e propício ao desenvolvimento integral das crianças, promovendo o sucesso educacional e emocional desde os primeiros anos de vida. A psicopedagogia propõe um ambiente educativo, inclusivo que estimula e se adapta às necessidades de cada indivíduo, proporcionando um caminho sólido para seu amplo desenvolvimento individual e social.
Palavras-chave: Psicopedagogia, Educação Infantil, Criança.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento da psicopedagogia na área da educação infantil é fundamental para intervir nos processos contínuos de aprendizagens das crianças durante seus primeiros anos de vida. A psicopedagogia é uma disciplina que combina conhecimentos da psicologia e pedagogia para compreender e intervir nos processos de aprendizagem das crianças nos primeiros anos de vida.
Essa abordagem busca identificar e solucionar possíveis entraves no desenvolvimento educacional das crianças em idade pré-escolar, normalmente até os seis anos. Como a psicopedagogia visa criar um ambiente educacional positivo e adaptado, reconhecendo a singularidade de cada criança e buscando instigar um desenvolvimento integral que inclua aspectos cognitivos, emocionais, sociais e motores. Essa abordagem tem como objetivo proporcionar uma base sólida para o sucesso educacional e emocional das crianças em suas jornadas educativas. Segundo Gassi.
A psicopedagogia é uma área interdisciplinar, reunindo, portanto, conhecimentos de várias ciências e ramos do conhecimento. Busca compreender de forma integradora, o processo de ensino e aprendizagem, que ocorre em dois espaços: o extraescolar e o intraescolar. Para tanto, analisa todos os elementos que fazem parte desse processo e os fatores que podem condicionar as dificuldades de aprendizagem e de ensinagem.
Os profissionais de psicopedagogia na área da educação infantil buscam constantemente atualização e formação continuada para acompanhar as evoluções teóricas e práticas no campo da educação e psicopedagogia. O desenvolvimento da psicopedagogia na educação infantil visa criar um ambiente educacional acolhedor, estimulante e adaptado, promovendo o desenvolvimento pleno das crianças e preparando-as para o sucesso em suas jornadas educativas futuras.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
A psicopedagogia na educação infantil adota uma abordagem preventiva, buscando identificar precocemente possíveis dificuldades de aprendizagem e intervindo antes que se tornem problemas mais complexos.
Os psicopedagogos realizam observações atentas do comportamento, interações e habilidades das crianças utilizando ferramentas de avaliação diagnóstica para compreender seus estilos de aprendizagem e necessidades individuais. Com base em avaliações, são desenvolvidas estratégias pedagógicas personalizadas para atender às necessidades específicas de cada criança, promovendo um ambiente de aprendizagem adaptado e inclusivo.
A psicopedagogia não se limita apenas ao aspecto cognitivo, mas abrange o desenvolvimento integral da criança, incluindo aspectos emocionais, sociais e motores, estimula-se, assim, o crescimento equilibrado da criança, e como afirma Kramer, (1997 apud Ajuriaguerra1972).
É através do corpo que a criança se comunica, de forma não verbal, seu modo de ser sua unidade existencial, sua totalidade como ser no mundo. Essa comunicação vivida ao nível do corpo, que se inicia nos primórdios de vida, através dos primeiros contatos da criança com o outro e com o mundo que a rodeia.
O brincar à linguagem refere-se a uma abordagem pedagógica que valoriza e utiliza atividades lúdicas e brincadeiras como instrumentos de aprendizagem para o desenvolvimento da linguagem nas crianças. Essa abordagem reconhece o papel fundamental do brincar no processo de aquisição e aprimoramento da linguagem, indo além da simples transmissão de conhecimento e incentivando uma aprendizagem mais ativa e significativa. A linguagem, nesse contexto, não é vista apenas como um conjunto de regras a serem aprendidas, mas como uma ferramenta de comunicação e expressão corporal e oral.
O brincar incorpora atividades que estimulam não apenas a capacidade oral, mas também a compreensão, expressão emocional, criatividade e a interação social. É importante dar atenção e reconhecimento a diversidade de estilos de aprendizagem e ritmos de desenvolvimento, a psicopedagogia na educação infantil busca garantir que cada criança tenha oportunidades adequadas para explorar e aprender de acordo com suas capacidades individuais. Freire afirma que.
Educar e educar-se, na prática da liberdade, é tarefa daqueles que pouco sabem – por isto sabem que sabem algo e podem assim chegar a saber mais – em diálogo com aqueles que, quase sempre, pensam que nada sabem, para que estes, transformando seu pensar que nada sabem em saber que pouco sabem, possam igualmente saber mais.
METODOLOGIA
O papel do psicopedagogo na escola é desempenhar um papel importante na educação infantil, pois sua atuação visa compreender e intervir nas questões relacionadas ao processo de aprendizagem das crianças em um todo. Cury afirma que
Bons professores falam com a voz, professores fascinantes falam com os olhos. Bons professores são didáticos, professores fascinantes vão além. Possuem sensibilidade para falar ao coração dos seus alunos, apesar das suas dificuldades, são insubstituíveis, porque a gentileza, a solidariedade, a tolerância, a inclusão, os sentimentos altruístas, enfim, todas as áreas da sensibilidade não podem ser ensinadas por máquinas, e sim por seres humanos.
Nos envolvemos em uma variedade de responsabilidades e ações que visam promover o desenvolvimento integral, identificar e intervir em possíveis dificuldades de aprendizagem, colaborar com professores e familiares, e contribuir para a construção de um ambiente educacional inclusivo e eficaz.
A intervenção pedagógica é para desenvolver estratégias de intervenção personalizadas para atender às necessidades específicas de cada criança. Colaborar com os professores na implementação de práticas pedagógicas inclusivas. A intervenção pedagógica visa garantir que todas as crianças tenham a oportunidade de alcançar seu pleno potencial, superando desafios específicos que possam enfrentar em seu processo de aprendizagem, essa abordagem personalizada é fundamental para promover um ambiente educacional inclusivo e equitativo.
Fornecer suporte e orientação aos professores para lidar com desafios de aprendizagem na sala de aula. Proporcionar treinamentos e workshops para aprimorar as habilidades pedagógicas. Colaborar com outros profissionais da educação, como psicólogos, fonoaudiólogos e assistentes sociais para promover uma abordagem multidisciplinar. Participar de reuniões e conselhos pedagógicos para discutir casos e elaborar estratégias de atuação conjunta. Segundo Hoffmann e Silva.
Essa formação deve ultrapassar os treinamentos ou a simples sugestão de atividades e brincadeiras a realizar. É necessário, sobretudo, um trabalho de reflexão crítica sobre as práticas desenvolvidas no dia a dia, por meio de espaços de trocas e de diálogo entre educadores e de divulgação de experiências inovadoras que contemplem a criança na atualidade, numa postura investigativa e curiosa sobre seus singulares contextos de vida.
Ao acompanhar o desenvolvimento integral das crianças, considerando não apenas os aspectos cognitivos, mas também o emocional, social e motor, também é identificar precocemente possíveis dificuldades e propor ações preventivas, conforme Weiss, “a buscar elementos da história do aluno que possam reforçar a sua luta por aprender, a buscar por excelência, apesar das condições pedagógicas adversas no momento, mostrará como ele também busca vencer no meio social em que vive”, para tanto deve-se desenvolver um olhar cauteloso para com a criança.
A inclusão escolar também deve contribuir para a promoção da inclusão de crianças com necessidades especiais, garantindo adaptações curriculares e recursos adequados. Colaborar na criação de ambientes escolares que favoreçam a participação de todos os alunos, e para Oliveira.
Tal inclusão da creche no sistema de ensino requer investimentos em educação permanente e nas condições de trabalho de seus educadores. Requer ainda repensar o modelo internalizado pelos educadores sobre o que é uma instituição escolar para a faixa etária de 0 a 6 anos. Para muitos este deve aproximar-se de um modelo [antiquado, mas em muitos lugares ainda não ultrapassado] de ensino fundamental com a presença de rituais [formaturas, suspensões, lições de casa], longos períodos de imobilidade e de atenção a uma única fonte de estímulos. Mas a creche envolve novas concepções de espaço físico, nova organização de atividades e o repensar rotinas e, especialmente, modificar a relação educador criança e a relação creche-família.
A orientação aos pais também visa estabelecer uma comunicação efetiva, oferecendo informações sobre o desenvolvimento e o processo de aprendizagem de seus filhos. Orientar os pais sobre estratégias e atividades que podem ser realizadas em casa para apoiar a aprendizagem. Lembrando que as primeiras experiências de aprendizagem começam no ambiente familiar, e Coria-Sabini nos diz que.
Os pais têm um papel importante no processo de desenvolvimento da autonomia. Se eles encorajam as iniciativas da criança, elogiarem o sucesso derem tarefas que não excedam as capacidades da criança, forem coerentes em suas exigências e aceitarem os fracassos, estarão contribuindo para o aparecimento do sentimento de autoconfiança e autoestima.
O profissional da educação deve manter-se atualizado em relação às teorias e práticas psicopedagógicos por meio de pesquisas e participação em cursos e eventos, contribuir para a produção de conhecimento na área, por meio de pesquisas e publicações. Em resumo, o psicopedagogo na escola infantil desempenha um papel fundamental na promoção de um ambiente educacional inclusivo, no desenvolvimento saudável das crianças e na identificação e superação de possíveis dificuldades de aprendizagem. Para Freire.
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade
CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presença do psicopedagogo na educação infantil é de suma importância para o desenvolvimento integral das crianças. Sua atuação vai além da identificação e correção de possíveis dificuldades de aprendizagem, estendendo-se ao apoio na construção de um ambiente educacional saudável e estimulante. Em conclusão, a psicopedagogia na educação infantil desempenha um papel crucial em diversos aspectos. A atuação do psicopedagogo permite a identificação precoce de possíveis dificuldades de aprendizagem, possibilitando intervenções eficazes que minimizam ou superam esses desafios para o desenvolvimento Integral dos mesmos.
O psicopedagogo contribui para o desenvolvimento integral das crianças, considerando não apenas aspectos cognitivos, mas também emocionais, sociais e motores. Sua atuação visa a formação de indivíduos mais equilibrados e preparados para o processo educacional. Concluímos que a presença do psicopedagogo na educação infantil é essencial para criar um ambiente educacional inclusivo, estimulante e adaptado às necessidades individuais de cada criança, contribuindo para o seu desenvolvimento pleno e bem sucedido.
REFERÊNCIAS
CÓRIA-SABINI, Maria Aparecida. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Ática 1998. p.65.
CURY, A. J. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. p.64,65.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 9.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. p.32.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 34. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006. p.25.
GRASSI, Tânia Mara. Psicopedagogia: um olhar, uma escuta. Curitiba. Ibpex, 2009. p. 124.
HOFFMANN, Jussara. SILVA, Ana Beatriz Gomes da Silva. Apresentação. In: REDIN, Maria Martins. et al. Planejamento, práticas e projetos pedagógicos na Educação Infantil. 3ª ed. Porto Alegre: Mediação, 2014. p.12.
KRAMER, Sônia, LEITE, Maria Isabel et al (orgs.). Infância e educação infantil. Campinas: SP: Papirus. 1999.p 127.
OLIVEIRA, Z.M. R. de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2007. p.82.
WEISS, Maria Lucia Lemme. Intervenção psicopedagógica nas dificuldades de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2015. p.18.