PSICOMOTRICIDADE E EDUCAÇÃO INFANTIL: AS CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS ATRAVÉS DAS PRÁTICAS REALIZADAS PELOS PROFESSORES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202505231112


Joana Josiane Andriotte Oliveira Lima Nyland1; Viviane Soares2; Lozinete Luzia Santana3; Mauricéia Aparecida Ferreira Ribas4; Camilla Cruvinel de Oliveira5; Cícera Naciso Soares6; Leocádia Boraczynski Boehm7; Raquel Izidorio Chaves8; Roberta Kellen de Queiroz Saraiva9; Thaísa Cristrina Pereira Boeno10; Elizama Alves de Aquino11; Rejane Bonadimann Minuzzi12


RESUMO

A psicomotricidade é uma área fundamental na educação infantil, pois integra aspectos motores, cognitivos e emocionais no desenvolvimento das crianças. Este artigo explora as contribuições e desafios da psicomotricidade no ambiente escolar, enfatizando o papel dos professores na mediação das atividades psicomotoras. Através da análise do conceito, dos impactos no desenvolvimento infantil e das estratégias pedagógicas utilizadas, são discutidas as dificuldades na implementação dessa abordagem, incluindo a formação docente e a infraestrutura escolar. Por fim, são apresentadas sugestões para aprimorar o ensino psicomotor, reforçando sua importância para uma aprendizagem mais dinâmica e significativa.

PALAVRAS-CHAVES: Psicomotricidade. Educação Infantil. Desenvolvimento Infantil. Práticas Pedagógicas. Aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

    A psicomotricidade, entendida como a interconexão entre movimento, cognição e afetividade, tem sido amplamente estudada na área da educação infantil. Ela se baseia na premissa de que o desenvolvimento motor da criança está diretamente ligado ao seu progresso intelectual e emocional, influenciando sua capacidade de aprendizado, socialização e autonomia. Dessa forma, as práticas psicomotoras adotadas pelos professores tornam-se essenciais para favorecer um desenvolvimento integral nos primeiros anos escolares.

    O processo de ensino-aprendizagem na infância exige abordagens que valorizem o corpo e o movimento como elementos centrais para a construção do conhecimento. Em um ambiente escolar estruturado para estimular o desenvolvimento psicomotor, as crianças têm a oportunidade de explorar habilidades motoras e cognitivas de maneira lúdica e significativa. Isso ocorre por meio de atividades que promovem o equilíbrio, a coordenação, a percepção espacial e temporal, bem como o aprimoramento da linguagem e da interação social.

    No entanto, apesar dos benefícios evidentes da psicomotricidade na educação infantil, sua implementação enfrenta desafios que vão desde a falta de formação específica dos educadores até a ausência de infraestrutura adequada para a realização das atividades. Muitos professores não dispõem de capacitação para planejar e conduzir práticas psicomotoras de forma eficiente, o que pode limitar o impacto positivo dessa abordagem no desenvolvimento das crianças.

    Este artigo tem como objetivo analisar as contribuições da psicomotricidade para a educação infantil, ressaltando os aspectos positivos das atividades aplicadas pelos professores e os desafios que precisam ser superados para uma implementação mais eficaz. Para isso, serão abordadas questões relacionadas ao desenvolvimento infantil, estratégias pedagógicas e propostas para fortalecer a formação docente e melhorar as condições estruturais das instituições de ensino.

    2. DESENVOLVIMENTO

    2.1 O Conceito de Psicomotricidade na Educação Infantil

      A psicomotricidade é uma área multidisciplinar que estuda a relação entre o movimento corporal e os processos emocionais, cognitivos e sociais do indivíduo. Sua abordagem considera que o desenvolvimento motor da criança está diretamente relacionado à sua evolução intelectual e afetiva, sendo fundamental para a aprendizagem e a construção da autonomia (Fonseca, 2008).

      O conceito de psicomotricidade tem origem em estudos da neurociência e da psicopedagogia, que buscam compreender como o corpo e a mente interagem no processo educativo. Segundo especialistas na área, a motricidade infantil não se limita apenas aos aspectos físicos do desenvolvimento, mas abrange também questões perceptivas, afetivas e sociais, tornando-se uma ferramenta indispensável para a formação global da criança (Le Boulch, 1997).

      Dentro da educação infantil, a psicomotricidade se manifesta através de atividades lúdicas que estimulam a coordenação motora, o equilíbrio, a lateralidade, a percepção espacial e temporal, além da interação com o meio e com outras crianças. Esse conjunto de habilidades adquiridas nos primeiros anos de vida impacta diretamente o desempenho acadêmico futuro, pois influencia aspectos como a leitura, a escrita e a resolução de problemas (Fonseca, 2008).

      A importância da psicomotricidade na educação infantil está fundamentada na ideia de que o corpo é um instrumento de expressão e aprendizagem. Crianças que experimentam diferentes movimentos e vivências motoras desenvolvem uma melhor percepção de si mesmas e do mundo ao seu redor. Por esse motivo, a escola e os professores desempenham um papel essencial ao proporcionar um ambiente rico em experiências psicomotoras, favorecendo o desenvolvimento integral dos alunos (Lapierre & Aucouturier, 1988).

      Outro ponto relevante é que a psicomotricidade pode ser trabalhada de diversas formas, seja através de jogos, brincadeiras dirigidas, circuitos motores ou até mesmo na rotina diária da sala de aula. Atividades como danças, exercícios de equilíbrio, exploração sensorial e desafios motores colaboram para aprimorar habilidades essenciais na infância e contribuem para a formação de indivíduos mais confiantes e preparados para novos aprendizados (Le Boulch, 1997).

      Dessa maneira, compreender a psicomotricidade e sua aplicação na educação infantil é essencial para garantir um ensino que valorize não apenas o conhecimento acadêmico, mas também o desenvolvimento global da criança, respeitando suas individualidades e potencializando suas capacidades (Fonseca, 2008).

      2.2 A Influência da Psicomotricidade no Desenvolvimento Infantil

        O desenvolvimento infantil ocorre por meio de uma interação complexa entre aspectos motores, cognitivos, emocionais e sociais. A psicomotricidade, ao integrar essas dimensões, desempenha um papel essencial na construção das habilidades fundamentais para o crescimento saudável da criança, promovendo sua autonomia, criatividade e capacidade de aprendizagem (Oliveira, 2012).

        Desde os primeiros anos de vida, o movimento é a principal forma de comunicação e exploração do ambiente por parte da criança. Através do corpo, ela percebe o mundo ao seu redor, experimenta diferentes sensações e desenvolve suas competências (Negrine, 2000).  Estudos apontam que crianças que vivenciam práticas psicomotoras regulares apresentam avanços significativos na coordenação motora, na percepção espacial, no equilíbrio e na capacidade de concentração, habilidades essenciais para o desempenho escolar futuro (Lapierre & Aucouturier, 1988).

        2.2.1 Desenvolvimento motor e cognitivo

        O aprimoramento da motricidade na infância influencia diretamente a evolução das habilidades cognitivas, como a memória, a atenção e o raciocínio lógico. Durante atividades que envolvem movimentos corporais, o cérebro é constantemente estimulado, favorecendo conexões neurais que facilitam a aprendizagem. Dessa forma, a psicomotricidade se torna uma aliada indispensável para o desenvolvimento da leitura, da escrita e do pensamento crítico, competências essenciais ao longo da vida escolar (Lapierre & Aucouturier, 1988).

        Além disso, pesquisas apontam que o envolvimento de crianças em práticas psicomotoras contribui para a melhoria do desempenho acadêmico, pois a movimentação ativa do corpo favorece a assimilação de conceitos abstratos, tornando o aprendizado mais dinâmico e significativo (Assis, 2015). O desenvolvimento motor adequado também possibilita maior segurança e autonomia, permitindo que a criança explore seu ambiente e participe ativamente das atividades escolares sem limitações físicas (Oliveira, 2012).

        2.2.2 Importância do movimento no processo de aprendizagem

        A relação entre movimento e aprendizado tem sido amplamente estudada por especialistas da área da educação e neurociência. O ato de movimentar-se permite que a criança organize suas percepções, fortaleça sua autoconfiança e desenvolva habilidades sociais essenciais para a convivência em grupo (Camargos & Maciel, 2006). As experiências sensório-motoras são fundamentais para que ela aprenda conceitos como lateralidade, ritmo, tempo e espaço, os quais influenciam diretamente sua capacidade de resolver problemas e interpretar o mundo ao seu redor (Oliveira, 2012).

        A ludicidade presente nas atividades psicomotoras também potencializa o engajamento das crianças, tornando o ambiente educacional mais atrativo e estimulante. O jogo, a dança, os desafios motores e as brincadeiras dirigidas são estratégias eficazes para fortalecer tanto os aspectos físicos quanto emocionais do desenvolvimento infantil (Negrine, 2000). Por meio dessas experiências, os alunos aprendem a lidar com frustrações, a respeitar regras e a trabalhar em equipe, consolidando valores essenciais para sua formação social.

        2.2.3 Estudos e pesquisas sobre o impacto da psicomotricidade na educação

        Diversas pesquisas científicas corroboram a importância da psicomotricidade na infância, destacando seus benefícios para o desempenho escolar e para o desenvolvimento global da criança. Segundo especialistas, as práticas psicomotoras bem estruturadas ajudam a minimizar dificuldades de aprendizagem, especialmente em áreas como alfabetização e matemática, onde a organização espacial e a coordenação motora são essenciais para a compreensão dos conteúdos.

        Além disso, estudos comprovam que crianças que vivenciam experiências motoras ricas nos primeiros anos de vida apresentam maior capacidade de adaptação a desafios e menor incidência de problemas emocionais e comportamentais. Isso se deve ao fato de que o movimento não apenas contribui para o fortalecimento físico, mas também promove o equilíbrio emocional e psicológico, proporcionando maior bem-estar e qualidade de vida (Fonseca, 2008).

        Dessa maneira, ao inserir a psicomotricidade de forma estruturada no ambiente escolar, os educadores possibilitam que os alunos desenvolvam habilidades fundamentais para sua formação integral, preparando-os para desafios futuros e garantindo uma aprendizagem mais significativa e prazerosa (Le Boulch, 1997).

        2.3 Estratégias Pedagógicas e Práticas dos Professores

        A atuação dos professores na implementação da psicomotricidade na educação infantil é essencial para garantir que as crianças desenvolvam suas habilidades motoras, cognitivas e emocionais de maneira equilibrada (Camargos & Maciel, 2006). Os docentes desempenham o papel de mediadores do conhecimento, planejando e executando atividades que estimulam a coordenação, o equilíbrio, a percepção espacial e a socialização dos alunos. Para que isso ocorra de forma eficiente, é necessário que os educadores estejam capacitados e conscientes da importância da psicomotricidade no contexto escolar (Assis, 2015).

        2.3.1 Atividades psicomotoras aplicadas em sala de aula

        As práticas psicomotoras podem ser incorporadas ao cotidiano escolar por meio de diversas atividades lúdicas e estruturadas. Algumas das estratégias mais eficazes incluem:

        • Circuitos motores: Propostas que envolvem obstáculos, rampas, túneis e desafios físicos ajudam a criança a aprimorar sua coordenação motora global e seu senso de orientação espacial.
        • Brincadeiras tradicionais: Jogos como amarelinha, pega-pega e esconde-esconde estimulam a agilidade, a percepção corporal e a interação social, fortalecendo laços entre os alunos.
        • Atividades de ritmo e dança: Exercícios rítmicos e musicais auxiliam na organização do esquema corporal e na percepção temporal, contribuindo para o desenvolvimento da expressão e da criatividade.
        • Jogos sensoriais: Exploração de diferentes texturas, sons e estímulos táteis promovem o refinamento da motricidade fina e da percepção sensorial, aspectos importantes para a alfabetização.
        • Exercícios de coordenação motora fina: Atividades que envolvem recorte, pintura, modelagem e manipulação de objetos pequenos contribuem para a precisão dos movimentos e para o desenvolvimento da escrita.

        Ao integrar essas atividades ao planejamento escolar, os professores tornam o ambiente de aprendizagem mais dinâmico, estimulante e adequado às necessidades dos alunos (Oliveira, 2012).

        2.3.2 Jogos e brincadeiras que estimulam o desenvolvimento psicomotor

        A ludicidade desempenha um papel fundamental na educação infantil, pois permite que as crianças aprendam enquanto brincam. O jogo e a brincadeira são elementos essenciais para a construção do conhecimento, visto que proporcionam experiências concretas e ajudam no desenvolvimento das funções motoras e cognitivas.

        Entre os jogos psicomotores mais utilizados por educadores, destacam-se:

        • Brincadeiras com bolas: Lançar, quicar e rolar bolas favorecem o desenvolvimento da lateralidade, da precisão dos movimentos e da coordenação motora.
        • Atividades de equilíbrio: Caminhar sobre linhas desenhadas no chão ou sobre pranchas estreitas aprimora a consciência corporal e o controle postural.
        • Dramatizações e imitações: Representar histórias, imitar movimentos de animais e criar cenas teatrais permitem que as crianças explorem sua criatividade e desenvolvam a expressão corporal.
        • Desafios motores: Propostas que envolvem saltos, deslocamentos e mudanças de direção estimulam a agilidade, a percepção espacial e o planejamento motor.

        Essas atividades, além de auxiliarem no desenvolvimento psicomotor, promovem a socialização e incentivam a cooperação entre os alunos, favorecendo um ambiente de aprendizagem saudável e participativo.

        2.3.3 O papel do professor na mediação das práticas psicomotoras

        O professor assume um papel crucial na condução das atividades psicomotoras, sendo responsável por adaptar as propostas de acordo com a faixa etária e as necessidades individuais dos alunos (Soeiro, 2015). Além de planejar as atividades, o educador deve observar o progresso das crianças e oferecer estímulos que favoreçam a superação de desafios e a aquisição de novas habilidades.

        Outro aspecto fundamental da atuação docente é a integração das práticas psicomotoras ao currículo escolar, garantindo que elas não sejam apenas atividades complementares, mas sim parte do processo educativo (Soeiro, 2015). Para isso, é essencial que os professores tenham acesso a formações específicas sobre psicomotricidade, permitindo que ampliem seus conhecimentos e desenvolvam estratégias mais eficazes para a aplicação em sala de aula (Lapierre & Aucouturier, 1988).

        Por fim, a parceria entre professores, famílias e instituições de ensino é indispensável para fortalecer o impacto da psicomotricidade na vida das crianças. A conscientização sobre a importância do movimento no desenvolvimento infantil deve ser compartilhada entre todos os envolvidos na educação, promovendo uma abordagem mais integrada e eficiente (Fonseca, 2008).

        2.4 Desafios na Implementação da Psicomotricidade na Educação Infantil

        Embora os benefícios da psicomotricidade na educação infantil sejam amplamente reconhecidos, sua implementação ainda enfrenta uma série de desafios. Muitos fatores interferem na adoção eficaz das práticas psicomotoras nas escolas, incluindo a formação dos professores, a infraestrutura escolar, a falta de recursos e a resistência à inovação educacional(Assis, 2015). Para que a psicomotricidade seja integrada com sucesso ao ensino infantil, é necessário superar essas barreiras e promover mudanças estruturais e metodológicas no sistema educacional (Oliveira, 2012).

        2.4.1 Dificuldades enfrentadas pelos educadores

        Um dos principais desafios na implementação da psicomotricidade é a formação dos professores. Muitos educadores não possuem capacitação específica sobre o tema, o que dificulta a aplicação adequada das atividades psicomotoras. A ausência de cursos especializados e treinamentos voltados para a psicomotricidade faz com que alguns profissionais se sintam inseguros ao planejar e conduzir práticas que envolvem o movimento corporal e a aprendizagem.

        Além da falta de formação, o número elevado de alunos por turma pode comprometer a qualidade das atividades psicomotoras. Em turmas muito grandes, os professores enfrentam dificuldades para oferecer atenção individualizada, acompanhar o progresso das crianças e adaptar as práticas às necessidades específicas de cada aluno (Soeiro, 2015). Esse fator limita a eficácia das estratégias pedagógicas e pode reduzir os benefícios da psicomotricidade na aprendizagem infantil.

        2.4.2. Infraestrutura e formação profissional

        Outro obstáculo para a implementação da psicomotricidade na educação infantil é a infraestrutura escolar. Muitas instituições de ensino não possuem espaços adequados para a realização de atividades motoras, como quadras, salas amplas ou materiais específicos para o desenvolvimento psicomotor (Pinheiro, 2022). A falta de equipamentos, como bolas, tapetes sensoriais, brinquedos educativos e percursos motores, também compromete a aplicação das atividades de maneira eficaz.

        A carência de investimentos na formação continuada dos professores contribui para a perpetuação desse problema. Sem recursos adequados e treinamentos constantes, os educadores podem ter dificuldades para inovar e diversificar as propostas pedagógicas relacionadas à psicomotricidade (Pinheiro, 2022). Por isso, é fundamental que as políticas educacionais incentivem programas de capacitação para docentes, proporcionando conhecimento teórico e prático sobre a importância do desenvolvimento motor na aprendizagem infantil.

        2.4.3 Possíveis soluções e sugestões para aprimoramento das práticas pedagógicas

        Para superar os desafios na implementação da psicomotricidade na educação infantil, algumas estratégias podem ser adotadas pelas escolas e gestores educacionais. Entre as possíveis soluções, destacam-se:

        • Investimento na formação docente: A oferta de cursos, workshops e treinamentos específicos para professores pode ampliar o conhecimento sobre psicomotricidade e incentivar a aplicação de práticas mais eficazes.
        • Melhoria da infraestrutura escolar: A adaptação de espaços físicos e a aquisição de materiais adequados permitem a realização de atividades psicomotoras com maior qualidade e segurança.
        • Parcerias institucionais: A colaboração entre escolas, universidades e centros de pesquisa pode viabilizar estudos sobre o impacto da psicomotricidade na aprendizagem e contribuir para o desenvolvimento de metodologias inovadoras.
        • Sensibilização das famílias: A conscientização dos pais sobre a importância do movimento no desenvolvimento infantil pode fortalecer a integração entre práticas escolares e atividades realizadas no ambiente doméstico.

        Dessa forma, ao enfrentar os desafios e buscar alternativas para aprimorar a implementação da psicomotricidade na educação infantil, é possível garantir que as crianças tenham acesso a um ensino mais dinâmico e enriquecedor, que respeite suas necessidades individuais e potencialize suas capacidades de aprendizagem (Camargos & Maciel, 2006).

        3. CONCLUSÃO

          A psicomotricidade na educação infantil desempenha um papel essencial no desenvolvimento integral das crianças, promovendo avanços na coordenação motora, na cognição e na interação social. Ao integrar práticas psicomotoras ao ambiente escolar, os professores possibilitam que os alunos explorem o mundo ao seu redor de maneira ativa e significativa, fortalecendo sua autonomia e capacidade de aprendizagem.

          A relação entre movimento e aprendizado evidencia que a psicomotricidade não deve ser vista apenas como um complemento pedagógico, mas sim como um eixo estruturante da formação infantil. Estratégias como jogos motores, atividades lúdicas e exercícios de percepção espacial contribuem para o aprimoramento das habilidades essenciais à alfabetização e ao desenvolvimento emocional das crianças, tornando o processo educativo mais dinâmico e envolvente.

          Apesar dos desafios existentes, como a falta de formação docente e a infraestrutura limitada em algumas instituições de ensino, é fundamental que gestores e educadores se empenhem na superação dessas barreiras. O investimento na capacitação dos professores, na melhoria dos espaços escolares e na sensibilização das famílias sobre a importância da psicomotricidade são medidas necessárias para garantir uma educação mais inclusiva e eficaz.

          Dessa forma, reconhecer o valor da psicomotricidade e fortalecer sua presença na educação infantil é um passo essencial para garantir que as crianças tenham acesso a um desenvolvimento pleno, respeitando suas individualidades e potencializando suas habilidades para enfrentar desafios futuros. A escola, enquanto espaço de aprendizagem e crescimento, deve estar comprometida com a implementação de práticas psicomotoras que promovam experiências enriquecedoras, assegurando um ensino mais humanizado e transformador.

          REFERÊNCIAS

          FONSECA, V. Psicomotricidade: Perspectivas Educacionais e Clínicas. São Paulo: Artes Médicas.2008.

          LE BOULCH, J. Educação Psicomotora: Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental. Porto Alegre: Artes Médicas. 1997.

          LAPIERRE, A., & AUCOUTURIER, B. Psicomotricidade e Educação. São Paulo: Summus Editorial. 1988.

          ASSIS, W. M. Psicomotricidade na Educação Infantil: Conceitos, Práticas e Desafios. Belo Horizonte: Vozes. 2015.

          OLIVEIRA, V. F. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem Escolar. Campinas: Papirus. 2012.

          NEGRINE, A. Psicomotricidade e Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Mediação. 2000.

          CAMARGOS, E. K., & MACIEL, R. M. A Importância da Psicomotricidade na Educação Infantil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. 2016. 

          SOEIRO, A. F. A Psicomotricidade na Educação Infantil: Uma Revisão Bibliográfica das Dissertações e Teses no Brasil. Universidade Federal de Santa Maria. 2015.

          PINHEIRO, A. P. C. Psicomotricidade na Educação Infantil: O Estado da Arte nas Pesquisas Brasileiras de 2015 a 2020. Universidade Estadual de Maringá. 2022.


          1Especialização em Neuropsicopedagogia – Universidade Federal De Rio Grande

          2Especialização em Tea e Transtornos Globais do Desenvolvimento – Facuminas

          3Licenciatura em Pedagogia – Faculdade Única

          4Licenciatura em Pedagogia – Universidade De Cuiabá

          5Especialização em Psicopedagogia – Unopar

          6Graduada em Pedagogia – Universidade Federal de Mato Grosso

          7Especialização em Psicopedagogia – Faveni

          8Licenciatura Plena em Pedagogia – Universidade Federal De Mato Grosso

          9Licenciatura Plena em Pedagogia – Faculdade de Ensino Superior Do Piaui

          10Licenciatura em Pedagogia – Anhanguera

          11Licenciatura em Pedagogia – Centro Universitário

          12Mestrado em Diversidade Cultural e Inclusão  Social – Feevale