PSICOLOGIA DA SEXUALIDADE: O DISCURSO SOBRE SEXO E SUA EXPOSIÇÃO NA MÍDIA COMO MOTIVADOR DO VÍCIO EM PORNOGRAFIA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10090495


Viviane Soares de Lima1
Samuel Reis e Silva2


RESUMO  

O consumo de pornografia tem sido uma prática ao longo dos séculos, manifestando-se em  diversas formas, como literatura, artes, pinturas, teatro, revistas e mídias tecnológicas. No  entanto, a associação do sexo com obscenidade e a visão negativa em torno da pornografia  têm trazido problemas sociais e pessoais para seus consumidores. Esta pesquisa tem como  objetivo principal sintetizar a psicologia da sexualidade e sua relação com o discurso sexual,  bem como explorar os aspectos negativos do uso excessivo de pornografia, incluindo seu  impacto no comportamento sexual humano, os riscos de desenvolvimento de vício nesse tipo  de conteúdo, as disfunções sexuais às quais o indivíduo pode estar exposto e os malefícios  biológicos e psicológicos associados. Para isso, será realizada uma revisão bibliográfica,  analisando artigos científicos, pesquisas e livros sobre vício em pornografia, com o objetivo  de obter observações detalhadas sobre o tema. A partir dessa análise inicial, é possível inferir  que a psicologia da sexualidade, o sexo e a pornografia estão interligados e influenciam-se  mutuamente de forma cultural, acarretando consequências físicas, emocionais, psicológicas  e sociais para os indivíduos viciados em pornografia.  

Palavras-chave: Pornografia. Vício. Disfunções Sexuais. Educação Sexual. 

ABSTRACT  

Pornography consumption has been a practice for centuries, manifesting itself in various  forms, such as literature, arts, paintings, theater, magazines and technological media.  However, the association of sex with obscenity and the negative view surrounding  pornography bring social and personal problems to its consumers. This research’s main  objective is to synthesize the psychology of sexuality and its relationship with sexual discourse,  as well as to explore the negative aspects of excessive use of pornography, including its impact  on human sexual behavior, the risks of developing addiction to this type of content, the sexual  dysfunctions to which the individual may be exposed and the associated biological and  psychological harm. To this end, a bibliographical review will be carried out, analyzing scientific  articles, research and books on pornography addiction, with the aim of obtaining current  observations on the topic. From this initial analysis, it is possible to infer that the psychology  of sexuality, sex and pornography are interconnected and influence each other in a cultural  way, causing physical, emotional, psychological and social consequences for individuals  addicted to pornography.  

Keywords: Pornography. Addiction. Sexual Dysfunctions. Sex Education.

INTRODUÇÃO  

O consumo excessivo em pornografia é um problema real, mas ocultado pelos  paradigmas relacionados ao sexo, assim, faz-se de suma importância perceber como  o vício se insere na vida individual dos sujeitos, como ele atinge o social, como suas variáveis percepções implicam nos pensamentos, valores e princípios diferentes, e  que de alguma forma atinge as relações e comportamentos humanos. Portanto  buscou-se reunir dados sobre o assunto, a fim de relevar as consequências do mau  hábito em conteúdos sexuais adultos, isto é, demonstrando de forma clara como se  desenvolvem as atitudes sexuais inadequadas, a objetificação dos corpos, o  aprendizado sexual incongruente e os possíveis danos cerebrais e psicológicos  influídos pelo pornô.  

Dentro deste cenário, iremos tratar sobre o descontrole a respeito da  exploração exacerbada de pornografia, falaremos das problemáticas refletidas  principalmente no modo em como os indivíduos viciados em pornô se relacionam com  outros seres humanos, como seus sistemas biológicos e neurais são atingidos e como  se sentem de forma pessoal a respeito disso.  

Ao se constituir isto como um problema de fato, será observado os dados  científicos a respeito de como a pornografia altera o funcionamento cerebral  semelhante à dependência química, assim como este mau hábito faz com que seus  consumidores acabem mudando as perspectivas sobre o corpo humano, isto de  maneira negativa e prejudicando suas conexões interpessoais, sequente será  observada a influência da pornografia como aprendizado sexual incoerente e  despropositado; será relatada a manipulação do pornô na discrepância de gêneros, e  por fim as possíveis disfunções sexuais e psicológicas que a dependência  pornográfica acarreta.  

Diante a problemática dos reais efeitos sobre o consumo desmoderado de  pornografia, objetivaremos nesta pesquisa descrever como os transtornos  emocionais, sociais e pessoais se ramificam influídos pelo pornô, igualmente, além da  investigação teórica e cientifica, revelar através de dados quantitativos e analíticos de  fato os aspectos negativos causados pelo vício, demonstrando de forma  compreensível os vieses não somente da adversidade em si, mas das possíveis  alternativas de resoluções para uma vida sexual, comportamental, social e emocional  mais saudável, assim, solidificando o assunto para além dos consumidores de  conteúdos adultos, mas também para que a comunidade possa alcançar  conhecimento e de alguma forma cooperar para a amenização de danos.  

Na observação feita acerca das mídias pornográficas, analisou-se como o  consumo excessivo pode ser prejudicial e como este assunto é um tabu, assim, como  qualquer temática em relação à sexualidade. Portanto, é inegável admitir que pornografia seja consumida de suas variáveis formas, além de que o pornô pode até  ser considerado como artigo cultural social, todavia por ter como primórdio o  conteúdo sexual, sua forma de exposição é colocada em um local muito mais imoral  do que normal, visto que sua propagação de alguma forma pode trazer mais  aspectos negativos do que positivos.  

Além das lacunas nocivas que nos despertou o interesse pelo assunto, existe  a motivação de investigar e trazer a tona argumentos sólidos e comprobatórios sobre  o vício em pornografia e suas consequências, isto demonstrando de forma clara e  sucinta como a indústria pornográfica afeta o individual e o coletivo, fazendo com que  uma geração se expanda e se procriem de maneira nada saudável sexualmente.  

Com o objetivo de despertar interesse e mostrar a relevância do tema, o  trabalho irá apontar como o mau hábito do consumo em pornografia pode ser  prejudicial para o ser humano e suas relações, demonstrando como o pornô afeta a  saúde sexual do indivíduo, a relação com as disfunções sexuais e com cérebro.  

Nesse contexto, temos como intuito primário, explorar o consumo excessivo de  pornografia, este que é assunto pouco abordado, e ainda comentado de forma tímida,  pois é perceptível que em nossa cultura conservadora, o sexo e tudo relacionado a  ele ainda é colocado em um lugar ilícito, assim, a constatação é que a banalização do  sexo/sexualidade traz mais malefícios à sociedade, fazendo nos educar sexualmente  de maneira inadequada, e nos fazendo analisar que talvez entender que exposição  do pornô funciona como veículo de informação frívola.  

O objetivo deste estudo nos leva a revisar a literatura sobre a psicologia da  sexualidade na sua relação com o discurso sobre sexo e sua exposição na mídia como  motivador do vício em pornografia. Discutindo o contexto da Psicologia da sexualidade  em aproximação com o discurso sobre o sexo no cenário da literatura existente e  compreender pelas pesquisas mais relevantes os efeitos negativos percebidos com o  uso de pornografia, assim podemos chegar a uma reflexão a respeito do discurso  sobre sexo e sua exposição na mídia como motivador do vício em pornografia.  

1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO  

1.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa foi de natureza bibliográfica, o objetivo consiste em discutir a  psicologia da sexualidade na sua relação com o discurso sobre sexo e sua exposição  na mídia como motivador do vício em pornografia  

A pesquisa bibliográfica foi realizada por meio de leituras e fechamento de  obras, artigos e textos de autores que discutem as questões sobre a exposição  midiática do sexo relacionado ao vício em pornô e suas consequências, isto nos  permitiu fundamentar nos termos dessa pesquisa este estudo. Segundo Lakatos e  Marconi (1991. p.183) “A pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito  ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque  ou abordagem, chegando à conclusão inovadora”.  

Portanto, Prodanov e Freitas (2013, p. 79) diz que através da revisão literária  você reporta e avalia o conhecimento produzido em pesquisas prévias, destacando  conceitos, procedimentos, resultados, discussões e conclusões relevantes para seu  trabalho.  

Lakatos e Marconi (1991, p.183) afirma que a finalidade da pesquisa  bibliográfica é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito  ou filmado sobre determinado assunto, assim, trazendo meios para que o pesquisador  reforce assuntos pertinentes, trazendo à tona a exploração e até ressignificação em  torno de determinados assuntos.  

1.2 PROCEDIMENTOS DE COLETA  

As pesquisas dirigiram-se a revisões literárias com o objetivo de trabalhar além  do óbvio e de pesquisas superficiais no Google Acadêmico. Estipulou-se um processo  de pesquisa que deram evidências para o desenvolvimento deste estudo, com maior  potencial de assertividade.  

Nesse ponto, a qualidade das fontes não pôde ser esquecida, de forma  criteriosa as fontes literárias foram escolhidas, quanto mais o acesso à leitura dos  textos relacionados, mais as condições de julgamento foram efetivadas. No mundo  atual no qual a tecnologia está ainda mais avançada e sob um olhar crítico, vemos o  ponto de consequência que acaba findando em escritas não confiáveis, é por essas  questões que as revisões literárias devem ser feitas de maneira observadora e  profunda, esse é o ponto principal para uma pesquisa honesta.  

1.3 INSTRUMENTO

O processo principal para a construção desta pesquisa foi recolher o maior  número de informações possíveis sobre a abordagem do trabalho. A revisão literária  é o ponto primário para o desenvolvimento deste trabalho, olhando para fontes  existentes que falaram sobre o assunto e foi então que se obtiveram as respostas  paras as questões norteadoras desta pesquisa, o processo da revisão literária foi  construído com muita leitura, pesquisas buscando de maneira mais completa o que  foi estudado sobre nossa temática.  

Sob a perspectiva de Prodanov e Freitas (2013, p.82) cita que a revisão literária  tem como intuito expor o conhecimento que o pesquisador tem sobre o assunto/tema; reexaminar metodologias e pesquisas recentes acerca da temática e a reestruturação  da compreensão sobre a temática e a área escolhida (estudo da arte).  

1.4 ANÁLISES DE DADOS  

Após a análise dos artigos pesquisados, foram feitas as reflexões acerca do  assunto explorado, isso possibilitou um pensamento analítico sobre a exposição do  sexo, a perspectiva psicológica sobre o assunto, o uso demasiado de pornografia e  suas consequências na vida sexual de qualquer individuo exposto a esses conteúdos.  

Neste ponto de vista, Lakatos e Marconi (1991, p.28) diz que é a análise que vai permitir observar os componentes de um conjunto, perceber suas possíveis relações, ou seja, é somente através das verificações dos elementos que compõem o assunto que se construíra ideias minuciosas acerca do assunto.  

1.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO  

Como critérios de inclusão, estabeleceram-se os seguintes: 1) Artigos, livros,  pesquisas sobre vicio em pornografia; 2) Literatura com disponibilidade de textos  completos em suporte eletrônico; 3) bibliografias publicadas em periódicos nacionais  ou internacionais.  

1.6 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO  

Não encontrar literaturas sobre ou semelhantes ao problema e tema escolhido,  portanto foram descartadas as bibliografias que não atendiam a temática acerca do vício em pornografia e produções que traziam aspectos positivos sobre a pornografia,  também foram excluídas obras que não respondiam aos critérios de inclusão.  

2 REFERENCIAL TEÓRICO  

2.1 O FENÔMENO DA PORNOGRAFIA AO LONGO DA HISTÓRIA  

A sexualidade vem sendo associada ao prazer, ao desejo, à vontade, à paixão,  à sedução, ao encanto, ao fascínio, às investidas amorosas, às investidas sexuais, ao  desejo de se comunicar, de se abraçar, de se tocar, de se perder, de se reconhecer e  de se conectar.  

Conforme citado por Santos (2023) de acordo com o dicionário Priberam (2023), pornografia é “qualquer coisa (livro, revista, filme, etc) de caráter sexual com intenção de provocar excitação. ” Estima-se que o fenômeno da  pornografia existe desde o período Paleolítico, com as estatuetas de Vênus (CALÓ, 2019).  

Segundo Maciel (2023, p.11) nos últimos anos artigos relacionados a vícios  comportamentais vêm ganhando grande força, e o consumo de pornografia vem  sendo explorado com mais profundidade, buscando relacionar possíveis riscos  oriundos do consumo excessivo a possíveis vícios comportamentais.  

Ademais, afirmando o alto consumo de pornografia Dolny (2017, p.06) cita que  a invasão da pornografia na cultura, na sociedade, e em praticamente todos os meios  de comunicação, torna praticamente impossível que alguém não tenha algum contato  com pornografia, isto porque a tecnologia avançada traz consequentemente o fácil  acesso as estas mídias. O mesmo afirma que mesmo as pessoas não procurando,  elas são expostas de modo involuntário, através de seus celulares smartphones ou  pesquisas na internet.  

Sequente, Maciel (2023, p.13) diz que o interesse em pornografia é um fator  natural no desenvolvimento da sexualidade humana. Desde da adolescência, as  pessoas podem sentir curiosidade em explorar a sexualidade, experimentar diferentes  formas de estímulo e encontrar alívio, incluindo desde curiosidade, experimentação,  alívio de estresse e busca por maior estimulação sexual. 

Se a pornografia apresenta elementos sociais, culturais e afetivos de nossa história, logo, ela seria uma produção humana que possibilita o encontro do sujeito com seu passado e pertencimentos. Contudo, alguns elementos  psicopatológicos estão contidos no consumo do material na cultura contemporânea (BALDIM, 2017, p. 23). 

Portanto, é necessário ter um olhar atento a um possível padrão persistente de  consumo e seus possíveis danos comportamentais ou biológicos.  

2.2 O IMPACTO DO USO EXCESSIVO DE CONTEÚDO SEXUAL NA PERSPECTIVA DAS ALTERAÇOES COGNITIVAS, DISFUNÇÕES SEXUAIS E PSICOLÓGICAS  

Segundo Silva et. Al. (2023, p. 2355) A persistência das anormalidades  comportamentais que são próprias do indivíduo viciado aventa que a regulação da  expressão do gene pode estar envolvida no processo pelo qual o conteúdo  pornográfico resulta em um estado de dependência.  

O consumo excessivo da pornografia acarreta danos à saúde sexual. Nos  últimos anos foi se desenvolvendo uma literatura que indica que o consumo excessivo  afeta a capacidade de uma pessoa de controlar suas emoções, vontade de repetir o  uso do estímulo e comportamentos antissociais (Brand M 2020 apud MACIEL, 2023,  p.16). Portanto, como citado neste trabalho esta referência afirma mais uma vez os  danos colaterais do uso excessivo da pornografia, agora se provando como  desequilíbrio psicológico e social.  

O transtorno hipersexual se encaixa nesse modelo e pode ser composto de  vários comportamentos sexuais, como o uso problemático de pornografia  online (POPU). O uso de pornografia online está em ascensão, com um  potencial de dependência considerando a influência do “triplo A” (acessibilidade, acessibilidade, anonimato). Esse uso problemático pode ter efeitos adversos no desenvolvimento sexual e no funcionamento sexual,  especialmente entre a população jovem (ALARCON et. al. 2019).  

Alarcon et. al. (2019) ainda traz à tona em sua pesquisa dados sobre a  disfunção erétil como um reflexo do consumo de pornografia, diz que em um estudo,  60% dos pacientes que sofreram disfunção sexual com um parceiro real,  caracteristicamente não tiveram esse problema com a pornografia.  

Similarmente, outros problemas são citados por Alarcon et. al. (2019) sobre a  Insatisfação psicossexual: o uso de pornografia tem sido associado à insatisfação  sexual e disfunção sexual, tanto para homens quanto para mulheres, e ainda discorre  sobre a relação da hiperssexualidade e o desenvolvimento dos transtornos de  ansiedade e transtorno de humor.  

Além disto, Moreira et. Al (2022, p.11) diz que os impactos do consumo  exacerbado de pornografia vão muito além de suas implicações nas relações amorosas e sexuais, pois a exposição de atos sexuais com temas diversos, muitas  vezes distorcidos e perversos, irá implicar diretamente na compreensão sobre o que  é “ver e fazer sexo”, incentivando atos de violência contra mulheres e demais grupos  minoritários. Isto, se reafirma alinhado ao contexto social patriarcal e machista.  

Outrossim, Maciel (2023, p.16) relata problemas como: ansiedade, depressão,  baixa autoestima, dificuldades no desempenho sexual, como a disfunção erétil,  ejaculação precoce, uma vez que o consumidor uma vez habituado ao consumo visual  pode associar seu prazer somente a pornografia; sequente apresenta problemas nas  relações, o interesse por imagens, faz com que o indivíduo crie um determinado  distanciamento físico e emocional de outras pessoas; e impactos sociais, isto quando  o pensamento central é fixado na pornografia, o usuário começa a ter problemas no  desempenho do trabalho, estudos e até mesmo no convívio familiar.  

Em pesquisa realizada por Padula (2022), foram entrevistados sujeitos que consumiam pornografia e observados os impactos em seu desempenho sexual, tais como: insatisfação com o órgão sexual masculino; virilidade como  sinônimo de ter várias parceiras sexuais; impactos na autoestima;  comparação entre o desempenho sexual expresso nos materiais e o seu; necessidade desenfreada de buscar cada vez mais estímulos pornográficos (MOREIRA et al. 2022, p.16).  

Os conteúdos pornográficos irão determinar de maneira irreal o que é  considerado desejo, prazer e satisfação sexual, propiciando um cenário de frustração  e de violência, ao demandar do outro a reprodução dos atos sexuais. (MOREIRA et.  Al. 2022, p.14).  

A pornografia ainda pode levar à problemas de autoimagem, autoestima e  autoconfiança, principalmente com fatores ligados a sexualidade e a exposição constante a imagens pornográficas que produz uma falsa realização do corpo e a maneira de se comportar em uma relação sexual (MACIEL, 2023, p.17).  

Padula (2022, p. 42) diz que há a possibilidade de que o consumo de  pornografia acabe reduzindo a sensibilidade aos estímulos sexuais envolvendo outras  pessoas, fora dos vídeos. Tal dificuldade em se relacionar pode se expressar tanto  por meio da ejaculação precoce, quanto da ejaculação tardia.  

Diante disto, começa a ficar claro como a pornografia uma vez que altera o funcionamento do cérebro, consequentemente altera o comportamento. Maciel (2023, p. 19) cita que o excesso de estímulo pornográfico pode impactar na regulação  emocional, pois está relacionado ao sistema de recompensa e prazer do cérebro. Isto é, a insensibilidade emocional dificulta as relações, pois o excesso do consumo traz dificuldades de lidar com o estresse e emoções negativas.  

Além de incitar relações de violência, os autores elencam aspectos negativos  em relação ao desenvolvimento da sexualidade de quem consome a  pornografia precocemente e de maneira excessiva: prejuízos à saúde (autopercepção negativa, comportamento sexual de risco); prejuízos ao relacionamento (redução da satisfação); violência contra a mulher (objetificação, submissão, violência); aspectos socioculturais (idealização do corpo e desempenho), além de destacarem que o uso pode influenciar a  mistificação em torno do ato sexual, e ser responsável por manter as definições binárias em torno dos papéis de gênero. (MOREIRA et. Al. 2022,  p.18)  

Ademais, Rosa (2021) cita que na maioria dos casos, o consumo de pornografia  não promove o desenvolvimento de transtornos mentais e reflete uma exploração  normal da sexualidade. No entanto, em 10% a 18% de todos os adolescentes, o  consumo de pornografia reflete o comportamento sexual compulsivo. O transtorno é  caracterizado pelo uso extensivo de pornografia e masturbação, uso de serviços  sexuais pagos, comportamentos sexuais de risco e uma intensa preocupação com o  sexo.  

De acordo com Baumel et. al. (2020) dentro dos aspectos negativos  identificados na pesquisa; prejuízos à saúde (32%): expressões que indicam prejuízos  percebidos à saúde física e mental, tais como baixa autoestima, vida sexual em risco,  etc. Pontuando a atenção ao sofrimento psíquico e suas possíveis consequências.  

Ademais sobre o consumo negativo de pornografia, Baumel et. al. (2020) revela  que os aspectos socioculturais influenciam nossos comportamentos sexuais,  especialmente por meio de uma comparação com o outro – a idealização, de como o  corpo deve ser, de como o desempenho deve acontecer.  

Homens e mulheres elencam como impacto negativo o uso excessivo do material  com conteúdo sexual e um possível prejuízo à saúde física e mental, destacando a  preocupação com o desenvolvimento de um vício e seus efeitos. Portanto, neste  trecho dimensiona-se a preocupação em torno do que se trata o vício, não é somente  o fator “assistir pornografia”, mas todo o contexto em torno disso, os problemas que  surgem causados pelo mau hábito (BAUMEL, 2019).  

Ademais, com base em uma pesquisa em imagens de ressonância  magnética, Voon comparou o cérebro de sujeitos com Distúrbio Compulsivo Hipersexualizado, com o de sujeitos saudáveis. Ao comparar as atividades  cerebrais dos indivíduos, Voon observou que três regiões do cérebro,  amígdala, giro do cíngulo e estriado ventral, relacionadas com o sistema de  recompensa e com sistema límbico, foram ativadas duas vezes mais nos sujeitos compulsivos, do que nos sujeitos saudáveis (VOON et al., 2014 apud  POSTAL et al. 2018).  

Além disso, estudos recentes comprovam que a pornografia afeta o sistema de recompensa no cérebro em semelhante forma das drogas psicoativas, comprometendo assim áreas específicas e importantes do sistema límbico. (POSTAL  et. al. 2018. p. 72). Portanto, levando em consideração os sistemas cerebrais ligados ao prazer, o consumo em pornografia pode ser viciante, pois a liberação de dopamina está associada ao prazer sexual.  

Sequente, Maciel (2023; p. 13) a exposição frequente e intensa à pornografia  pode levar a alterações neuroplásticas, ou seja, mudanças na estrutura e na função  do cérebro. Além disto, Maciel (2023; p.21) cita que de acordo com o consumo  excessivo o cérebro pode sofrer adaptações e desenvolver certa tolerância, fazendo  assim com que o indivíduo busque cada vez mais estímulos que elevem o potencial  da sensação do prazer, desenvolvendo prováveis comportamentos compulsivos em  relação à pornografia.  

Igualmente, as pesquisas sobre o vício em pornografia e seu reflexo  neurobiológico, apesar de estarem ganhando força nos últimos anos, ainda são pouco  exploradas, as evidências sobre as alterações cerebrais são baseadas nas pesquisas  relacionadas aos vícios. Alarcon et. al. (2019) afirma isto quando diz que essa  evidência é baseada em uma compreensão em evolução do processo neural entre as  mudanças de neuroplasticidade relacionadas ao vício. Maciel (2023, p.12) diz que a  compreensão dos possíveis riscos e efeitos negativos do consumo excessivo de  pornografia ainda é um tópico em evolução e requer mais pesquisas e discussões  para chegar a conclusões mais precisas.  

Do mesmo modo Alarcon et. al. (2019) diz que os níveis de dopamina  desempenham um papel importante neste estímulo de recompensa sexual, como já  observado na demência frontotemporal e na medicação pró-dopaminérgica na doença  de Parkinson, estando associada ao comportamento sexual.  

A teoria é que eles potencialmente ativam nosso sistema de recompensa  natural em níveis mais altos do que os ancestrais normalmente encontravam à medida que nossos cérebros evoluíam, tornando-o passível de mudar para  um modo viciante. (ALARCÓN et. al. 2019).  

Portanto, se começarmos a de fato evidenciar a pornografia como viciante,  podemos observar de modo comparativo o funcionamento cerebral de um viciado em  drogas, substâncias ilícitas etc. a de um indivíduo que consome pornô excessivamente, Alarcón et. al. (2019) cita em seu artigo as principais mudanças  cerebrais observadas em viciados em substâncias, como a Sensibilização,  Dessensibilização, Circuitos pré-frontais disfuncionais (hipofrontalidade) e Sistema de  estresse com defeito.  

2.3 A SEXUALIZAÇÃO E OBJETIFICAÇÃO DOS CORPOS SOB INDUÇÃO  DOS CONTEÚDOS ADULTOS  

De acordo com Martins et. Al. (2020, p.3) desde os anos de 1980, as  representações do gênero feminino no cinema ou em imagens publicitárias, em sua  grande maioria, possuem referências diretas a temática do consumo, sendo  recorrente a objetificação do corpo das mulheres, cuja imagem, vinculada à produtos  anunciados, coloca o corpo feminino no mesmo lugar de objeto, apresentando-o como  bem de aquisição e consumo. Faz- se de suma importância analisar os precedentes  deste contexto, e ampliar este olhar não somente para os corpos femininos, mas todos  os gêneros e identidades sexuais, pois a pornografia não se restringe apenas ao sexo  feminino, no entanto visto que a indústria pornográfica é constituída comumente por  material gráfico visual, observa-se a possível influência sobre o corpo humano,  alimentando comparações entre a mídia cinematográfica pornô e corpos reais.  

Conforme Morelli e Pereira (2018) as mídias de massa e o modo como são  rearticuladas nos usos que as pessoas fazem das mídias digitais, são meios  privilegiados para compreensão de como ideais corporais são difundidos. Isto só  afirma mais uma vez como a mídia visual atua no psicológico social e cultural.  

São comum lermos ou ouvirmos comentários de homens relacionados ao corpo real de uma mulher, fazendo críticas às estrias, manchas escuras,  manchas de foliculite, celulite, etc. Isso se deve ao alto consumo de vídeos pornográficos em que a mulher em questão aparece como uma boneca perfeita, sem manchas, marcas, e/ou com a silhueta impecável. (SANTOS, 2023)  

Assim, entramos na questão da padronização dos corpos sob influência da  mídia pornográfica, tendo em vista que as reproduções do sexo estão sob  interpretação de atores e atrizes com uma estética de modelo. Portanto, é comum que  essa desconexão do mundo real, torne a vida cotidiana do indivíduo distorcida. Santos  (2023) cita que o alto consumo de mídia pornográfica faz com que um dos impactos  mais fáceis de reconhecer é do quanto a pornografia coloca a figura da mulher em uma posição hiper sexualizada e como um objeto que existe apenas para satisfazer  algum desejo sexual.  

Sobre a manipulação das mídias digitais Silva e Silva (2017) dizem que  quando o indivíduo se desconecta, a realidade se torna distorcida, como se as  pessoas ao seu redor não fizessem parte do seu cotidiano, devido à falsa impressão  de felicidade proporcionada pelas interações no mundo virtual.  

Ademais, Muller et. Al. (2021, p.365) diz que homens buscam alcançar o padrão  corporal masculino presente nos filmes pornográficos e tendem a diminuir sua  empatia, assim como desenvolvem expectativas irreais sobre as mulheres o que  dificulta sua própria satisfação, assim com base no pensamento do autor acima, o  uso excessivo de qualquer mídia digital, faz com que o ser humano de alguma forma  tenha uma boa parte do seu tempo dissociado do mundo real, fazendo que quando  imerso no mundo real visualize as pessoas de modo diferente.  

2.4 A PORNOGRAFIA COMO INFLUÊNCIA NA EDUCAÇAO SEXUAL  

De acordo com Dolny (2017, p. 08) a realidade é que as crianças não somente  têm acessado pornografia cada vez mais precocemente, mas, a partir do momento  que se tornam adolescentes (13 a 17 anos), passam a ser os consumidores mais  frequentes de conteúdo pornográfico, portanto, cria-se a problemática sobre como os  seres humanos estão se desenvolvendo sexualmente, sendo que a repressão sexual  e a anormalidade criada em torno do sexo é tão presente culturalmente.  

Pode-se dizer que a pornografia é uma educação informal de sexualidade e gênero, portanto, integrante das composições atitudinais de homens e de  mulheres. Além disso, a pornografia transforma o sexo explícito em mercadoria e abastece nichos de mercado específicos, gerando, ou prometendo prazer, o que proporciona o incentivo ao consumo na sociedade capitalista (ANDRADE; DIAS & GUERRA, 2004 apud TILIO; BORGES, 2019, p. 405).  

Assim, Takara (2021, p.6) afirma que as lógicas que estimulam e sustentam as  práticas midiáticas estão vinculadas à compreensão do que está disponível para se  consumir e aos valores que esses produtos oferecem aos usuários.  Consequentemente, faz-se importante compreender o consumo social de pornografia  como condutor educativo sexual.  

Ademais, levando em consideração que o indivíduo é fruto de suas  experiências e relações, Takara (2021, p.7) diz que além dos muros das escolas, as mídias também produzem sentidos para aqueles que estão no processo educativo  formal. Portanto, isto apenas reafirmando o quanto o pornô influi nas relações sexuais  humanas.  

A constituição da subjetividade está interpelada pelos sistemas midiáticos  que oferecem propagandas sobre o correto modo de ser, de estar e de agir no mundo. Não apenas o bom ou o belo, mas a ideia de satisfação e de alcançar a realização de um desejo parece ser a dimensão da pornografia  contemporânea. Desse modo, pensar as condições de uma educação para a mídia é tirar desses produtos uma visão ou um tratamento de algo que não deve ser discutido ou, ainda, de algo que está aquém da discussão sobre educação e comunicação (TAKARA, 2021, p. 8).  

Takara (2021, p.9) acrescenta que os corpos e as práticas sexuais  apresentadas nos produtos midiáticos ensinam que sexo é uma prática focada em  genitais, em representações que são inscrições acerca dos corpos em ações, assim,  enquanto não nos questionarmos e assumirmos o quanto essas representações  sexuais na vida real causa determinados incômodos, continuaremos expandindo o  desenvolvimento doente em torno do sexo e nossos corpos.  

A complexidade que sempre existiu em torno do sexo/sexualidade pode ser  fruto da ignorância e coibição sobre o assunto, apenas tornando extensos os inúmeros  problemas sexuais nas relações humanas, em vista disso, a pornografia é  provavelmente um reflexo da representatividade do sexo na cultura, a obscuridade em  torno do pornô funciona de fato como parâmetro cultural sobre como a sociedade  define e caracteriza o sexo.  

2.5 DESIGUALDADE DE GÊNERO MANIPULADA PELO PORNÔ 

Segundo Muller (2021, p.362) entender o fenômeno da pornografia é mergulhar na profundidade, no mar de comportamentos, sensações, sentimentos, emoções, conceitos e pré-conceitos do ser humano, sobretudo, no mundo moderno, no qual o real e a ideia de fantasia são separados por uma linha tênue. Na pornografia a desigualdade de gênero é representada através de diversos fatores, levando em  consideração a vivência cultural bastante induzida.  

Além disto, Bonfim (2018, p. 15) diz o sexismo refere–se às discriminações  sofridas por determinado gênero ou orientação sexual, onde um deles é privilegiado e  o outro discriminado, ainda complementa este pensamento afirmando que machismo e sexismo seguem a mesma lógica, designando papéis e julgamentos diferenciando  os gêneros.  

De acordo com Muller et. al. (2021, p.364) os conteúdos pornográficos  degradam e agridem a mulher, com abusos faciais, prolapsos anais, choros  intensos e essas atitudes, junto às indicações escritas pelos fornecedores,  incutem na mente masculina que isso é o que um verdadeiro homem quer: uma  mulher com o padrão de corpo imposto sendo subjugada.  

Sequente, sob análise de filmes pornôs mostra –se evidente que o contexto de  cena não é apenas criado pelas representações misóginas, mas também através dos  comportamentos onde a mulher está sempre à disposição sexual com um ou vários  parceiros, comumente não há resistência, isso caracteriza a normalização da  subserviência sexual que os homens esperam de suas esposas, namoradas,  parceiras ou de qualquer mulher. Muller et. Al (2021 p. 365) afirma também isso  quando fala que o corpo das atrizes dos filmes pornográficos passa a ser o padrão  estético buscado incansavelmente por muitas mulheres, que se submetem a diversos  procedimentos estéticos, para a todo custo tentar atingir o corpo idealizado.  

Logo, não é apenas o conteúdo pornográfico que delimita essa visão patriarcal,  pois muitas revistas voltadas ao sexo feminino também publicavam conteúdos  machistas. Assim, podemos observar essa propagação do machismo através  da revista “EleEla – uma revista para ler a dois” com sede no Rio de Janeiro e  publicada pela Bloch, do ano de 1969 (BIÁ et. Al. 2020.)  

Além disso, podemos analisar o sexo homossexual nos filmes pornôs de forma  desprendida e deturpada mostrando mais uma vez como a heteronormatividade do  mundo real impera de forma hipócrita e incongruente, Garcia (2019, p.9) cita e afirma  essa perspectiva quando ao analisar os filmes pornográficos diz que ao perceber essa  classificação de posições sexuais que se tem nas relações sexuais entre os homens,  quem detém a posição de ativo seria aquele visto como o mais agressivo, viril e  superior já que é ele que está penetrando no passivo, isto lhe dá o alvará de  superioridade perante ao que só recebe. No caso da pornografia gay, isto, afirma que  existe uma imposição social da heterossexualidade alinhado ao machismo.  

Essa “preferência” em se assumir uma certa posição sexual está interligada à  cultura da hétero normatividade. Em relações heterossexuais, ou seja, numa  relação entre parceiros do sexo oposto, se existe a cultura da masculinidade  viril onde o homem hétero ao portar isso faz com que as mulheres tenham  desejos sexuais por essa masculinidade “forte” ajudando a categorizar isso  como hétero normatividade (GARCIA, 2019; p.16). 

Garcia (2019, p.17) ainda enfatiza a questão da masculinidade hegemônica  está também ligada ao grupo dos homossexuais, ou seja, não é só no campo da  heterossexualidade que ela opera. Sim, se pararmos para analisar, essa hegemonia  masculina prejudica sim os gays, já que esses estão fora do padrão de masculinidade  imposto na nossa sociedade fazendo com que eles sejam subordinados ao se  compararem com os heterossexuais.  

Biá et. Al (2020) diz que os produtos do pornô são voltados à satisfação do  homem, e com estes estereótipos sendo reproduzidos, as mulheres são postas em  situação de submissão frente aos fetiches masculinos, neste mesmo tópico a mesma  faz uma análise sobre muitas mulheres se sujeitarem a essas posições submissas  apenas para agradar seus parceiros, comportamento machista e misógino este que  mais uma vez é confirmado pela pornografia e assim como pela sociedade. 

6 CONCLUSÃO  

A pesquisa sobre a relação entre pornografia, vício, disfunções sexuais e  educação sexual revelou importantes conclusões. Ao longo dos séculos, a pornografia  tem sido consumida de várias formas, mas o estigma em torno do sexo resultou em  uma visão negativa desse tipo de conteúdo. Isso levou a problemas sociais e pessoais  para os consumidores de pornografia.  

A psicologia da sexualidade desempenha um papel fundamental na  compreensão dos efeitos da pornografia. O uso excessivo desse conteúdo pode afetar  o comportamento sexual humano, levando a disfunções sexuais e riscos de  desenvolvimento de vício. O vício em pornografia pode ter impactos biológicos e  psicológicos significativos, prejudicando a saúde e o bem-estar dos indivíduos  envolvidos.  

Nesse sentido, é essencial abordar a educação sexual de forma abrangente,  incluindo a conscientização sobre os potenciais danos da pornografia e a importância  de um consumo saudável e responsável. A educação sexual adequada pode fornecer  as ferramentas necessárias para lidar com questões relacionadas à pornografia,  promovendo relacionamentos saudáveis e uma compreensão equilibrada da  sexualidade.  

Ademais, outro aspecto que se tornou relevante neste trabalho foram as  referências acerca da desigualdade de gênero, foi abordado com clareza os conceitos  sobre como a manipulação pornográfica discrimina, anula e objetifica principalmente  os corpos femininos, levando a possíveis consequências ou incitando  comportamentos negativos em relação ao sexo feminino, também foi pontuado como  a heteronormatividade revela não somente a hostilidade contra a mulher, mas também  contra a homossexualidade, onde esses homossexuais estão fora da curva que a  heterossexualidade estipula, ficando também a mercê discrepância de gênero e  orientação sexual.  

Assim, fica interpretado que possivelmente a pornografia seja apenas para  satisfazer homens heterossexuais, os demais gêneros podem se satisfazer também,  todavia de forma inconsciente influenciados por uma cultura sexual não saudável.  

Em suma, a pesquisa destacou a complexa interação entre pornografia, vício,  disfunções sexuais, educação sexual e desigualdade de gênero. É crucial promover  uma abordagem informada e equilibrada ao lidar com a pornografia, reconhecendo seus impactos negativos potenciais, enquanto se busca fornecer informações e  recursos para um comportamento sexual saudável e responsável, isto é, trazendo  conhecimento acerca do assunto, minimizando danos e relevando a importância de  uma determinada compreensão no que se refere ao vício em pornografia e seus  possíveis danos à saúde mental, biológica e vida social. 

7 REFERÊNCIAS  

ALARCÓN, R.; de la Iglesia, JI; CASADO, NM; Montejo, AL Vício em pornografia  online: o que sabemos e o que não sabemos – uma revisão sistemática. J.  Clin. Med. 2019 , 8 , 91.  

DE BARROS E. Amorim.; Maria Araújo Machado, L., Gato de Sena Biá, M., & Azevedo  Guerreiro, R. (2020). A mulher como produto de satisfação masculina na  pornografia: uma análise histórico-social. REVES – Revista Relações  Sociais, 3(4), 17001–17014.  

BALDIM, Fernanda. O vício em pornografia: relações com a dicção na atualidade.  Universidade Estadual de Maringá. 2017.  

BAUMEL, Cynthia Perovano Camargo et al. Consumo de Pornografia e  Relacionamento Amoroso: uma Revisão Sistemática do Período 2006-2015. Gerais,  Rev. Interinst. Psicol. , Belo Horizonte , v. 13, n. 1.  

BONFIM, C. A condição histórica da mulher: contribuição da perspectiva  histórico-crítica na promoção da educação sexual emancipatória – Uberlândia:  Navegando Publicações, 2018  

BORGES, M.T.; DE TÍLIO, R. Consumo de Pornografia Midiática e Masculinidade.  Salvador, n.10, v.1, nov.2018; Periódicus, abr.2019 – Revista de estudos  indisciplinares em gêneros e sexualidades Publicação periódica vinculada ao Grupo  de Pesquisa CUS, da Universidade Federal da Bahia – UFBA ISSN: 2358-0844.  

DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.  

DOLNY, Miguel. Hábitos no consumo de pornografia. Hora Luterana, São Paulo:  2017.  

GARCIA, Clarck Hammer Soares. A hiperssexualização dos negros na indústria  pornográfica. 2019. 52 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências  Sociais) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2020.  

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed.  São Paulo: Atlas, 1991. Fundamentos da metodologia científica. 7. ed. São Paulo:  Atlas, 2010.  

MACIEL, Nádia Dominique de Sousa. Consumo excessivo de pornografia e suas  possíveis consequências na vida do usuário. 2023. Trabalho de Conclusão de  Curso (Graduação em Psicologia) – Curso de Psicologia, Centro Universitário Christus,  Fortaleza, 2023.  

MOREIRA, Beatriz; SANTOS, Bianka; POLLI, Carolina. O Consumo de Pornografia  na Contemporaneidade e Seu Impacto no Desenvolvimento da Sexualidade:  Uma Revisão de Literatura. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em  Psicologia) Faculdade Unisociesc de Joinville – Santa Catarina. 2022. 

MORELLI, F., & PEREIRA, B. (2018). A pornificação do corpo masculino: notas  sobre o imperativo das imagens na busca entre homens por parceiros on-line. Civitas:  Revista De Ciências Sociais, 18(1), 187-203.  

MULLER, Heloísa; OLIVEIRA, Lisandra; BONFIM, Claudia. Pornografia: Influências  e Consequências na Vivência da Sexualidade. Ciências Humanas e Suas  Tecnologias [livro eletrônico]. Maringá, PR. p. 359 -368  

PADULA, Ana Luisa Pires. O mundo de Afrodite: a influência do consumo de  pornografia na vida sexual e pessoal de homens cisgêneros heterossexuais, à  luz da psicologia analítica. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em  Psicologia) – Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da Pontifícia. Universidade  Católica de São Paulo, São Paulo, 2022.  

PRODANOV, C.C.; FREITAS, E.C. Metodologia do Trabalho Cientifico: Métodos e  Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2° edição. Novo Amburgo, Rio  Grande do Sul, 2013  

ROSA, Artur; JUNIOR, João. Transtornos sexuais na adolescência sob a  perspectiva psicanalítica. UNIFUCAMP – Centro Universitário Mário Palmério. 2021.  

SANTOS, Samanta; PANDEMIA SILENCIOSA: PORNOGRAFIA E SEUS  IMPACTOS. Jornal Tribuna [online]. 2023.  

SILVA, A. F. C., Estorque, Álefi D. S., & Evangelista, F. V. (2023). Disfunção erétil  em jovens causada por pornografia. Brazilian Journal of Health Review, 6(1), 2351– 2367.  

SILVA, Thayse de Oliveira; SILVA, Lebiam Tamar Gomes. Os impactos sociais,  cognitivos e afetivos sobre a geração de adolescentes conectados às  tecnologias digitais. Rev. psicopedag., São Paulo , v. 34, n. 103, p. 87-97, 2017.  

TAKARA, Samilo. Pedagogias pornográficas: sexualidades educadas por  artefatos da mídia. Revista Brasileira de Educação [online]. 2021, v. 26.


1Graduanda do curso de psicologia no Centro Universitário Fametro (FAMETRO)

2Professor Orientador no Centro Universitário Fametro (FAMETRO)