PHYSIOTHERAPEUTICAL PROTOCOLS USED IN FORCE GROWTH IN THE OPERATORY POWER OF THE ANTERIOR CRUSH BAND PREVIOUS: LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11214476
Diones Pley Fernandes da Silva Filho1, Helio Alves Cardenes Filho1, Karen Barbosa Bezerra1, Thaiana Bezerra Duarte2
RESUMO
Introdução: A reconstrução do ligamento cruzado anterior(RLCA), ocasiona déficit de força muscular, perda de massa muscular e propriocepção. Após a terceira semana de cirurgia, a intervenção fisioterapêutica se faz necessária, tanto para alivio de dor e edema, ganho de força muscular principalmente dos músculos do quadril (isquiotibiais, vasto lateral e medial, quadríceps), ganho de amplitude de movimento. Resultando em uma rápida recuperação e volta das atividades diárias do indivíduo submetido a uma RLCA. Objetivo: Objetivo desse estudo é realizar uma comparação das intervenções fisioterapêuticas e verificar os efeitos das intervenções na melhora da força em pacientes submetidos a RLCA. Materiais e método: Este estudo consiste em uma revisão de literatura, utilizando as bases de dados Scielo e Pubmed, nos idiomas português e inglês. Os descritores empregados foram: “LCA”; “Fisioterapia”, “triagem clinica”, “Força Muscular”. Resultados: Foram revisados sete artigos que aplicavam intervenções fisioterapêuticas em 258pessoas, com média de idade 20,39 anos, que realizaram uma reconstrução do ligamento cruzado anterior e que tiveram ganho de força após a reconstrução do ligamento cruzado anterior, As intervenções utilizadas foram: exercícios neuromusculares, isometria, exercícios isocinéticos orientado e treinamento excêntrico. Conclusão: Esta revisão mostrou que as intervenções fisioterapêuticas que envolveram exercícios neuromusculares, exercícios isocinéticos orientado, exercícios de isometria e concêntrico, obtiveram melhores resultados relacionados a ganho de força em relação aos treinos tradicionais
Palavras-chave: “Ligamento Cruzado Anterior”; “Fisioterapia”, “Triagem Clinica”, “Força Muscular”
ABSTRACT
Background: Reconstruction of the anterior cruciate ligament (ACLR) causes a deficit in muscle strength, loss of muscle mass and proprioception. After the third week of surgery, physiotherapy intervention is necessary, both to relieve pain and swelling, gain muscle strength mainly in the hip muscles (hamstrings, vastus lateralis and medialis, quadriceps), and gain range of motion. This results in a quick recovery and return to daily activities for the individual who has undergone an ACLR. Pourpose: The aim of this study was to compare physiotherapeutic interventions and verify their effects on improving strength in patients undergoing ACLR. Methods: This study consists of a literature review, using the Scielo and Pubmed databases, in Portuguese and English. The descriptors used were: “ACL”; “Physiotherapy”, “clinical trial”, “Strength”. Results: Seven articles were reviewed that applied physiotherapeutic interventions to 258 people, with an average age of 20.39 years, who had undergone anterior cruciate ligament reconstruction and who had gained strength after anterior cruciate ligament reconstruction. The interventions used were: neuromuscular exercises, isometrics, oriented isokinetic exercises and eccentric training. Conclusion: This review showed that physiotherapeutic interventions involving neuromuscular exercises, oriented isokinetic exercises, isometric and concentric exercises obtained better results in terms of strength gain than traditional training.
Keywords: “ACL”; “Physiotherapy”, “clinical trial”, “Strength Muscle”.
1 INTRODUÇÃO
A lesão de ligamento cruzado anterior (LCA), é a lesão que mais acomete atletas amadores e atletas de alta performance. O LCA, é responsável pela estabilização anterior da tíbia, favorecendo as funções artrocinemáticas de flexão e extensão de joelho e ações que envolva aterrissagem com saltos. Estes movimentos estão associados há muitas modalidades esportivas como: basquete, futebol e atletismo (Passaro et al., 2008)
Os esportes de contato e coletivos tem uma maior incidência de ruptura, afetando tanto homens quanto mulheres, algumas das causas mais comuns de ocorrer esse rompimento são: estresse do joelho em valgo, flexão de joelho e aterrissagem com o pé fixo ao solo, tensionamento nos quadríceps e isquiotibiais, provocando a ruptura desses mecanorreceptores ligamentar (Kaya et al., 2008).
Indivíduos com esta lesão de LCA apresentam: dor, edema, baixa amplitude de movimento (ADM) e instabilidade articular. No entanto há duas fases da lesão que são: fase inicial, ruptura parcial do LCA e fase final, ruptura total do LCA, instabilidade e baixa amplitude de movimento, sujeito a reconstrução do ligamento cruzado anterior (RLCA) (Wei; Huang, 2022).
Após a RLCA, há uma inibição da musculatura, principalmente dos quadríceps. Com o decorrer do tempo, por desuso, essa musculatura atrofia, tendo perda de mobilidade e instabilidade (Joseph et al., 2014).
Por isso, o fisioterapeuta deve conhecer o mecanismo de lesão e procurar um protocolo de tratamento de acordo com a capacidade de seu paciente.
É de suma importância uma boa avaliação e protocolo proposto para retorno imediato às atividades de vida diárias, tendo em vista que o joelho é uma articulação necessária para o dia-a-dia.
Dessa forma este estudo objetiva realizar uma revisão de literatura para verificar os protocolos fisioterapêuticos utilizados no ganho de força no pós operatório de LCA.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo trata-se de uma revisão de literatura. As bases de dados utilizadas nesta revisão foram PubMed, SciELO e PEDRO. Utilizando as seguintes palavras-chave: ligamento cruzado anterior, força, fisioterapia e triagem clinica pesquisadas nos idiomas inglês e português. As buscas nas bases de dados foram realizadas em fevereiro e março de 2024.
Os critérios de inclusão deste estudo foram os artigos que apresentaram intervenções que foram realizadas em pacientes que foram submetidos a uma reconstrução de ligamento cruzado anterior e que realizaram condutas fisioterapêuticas para ganho de força.
Os critérios de exclusão foram estudos publicados anteriormente ao ano de 2019, estudos não disponíveis na integra e artigos que não estavam disponíveis no idioma inglês e português.
Os resultados encontrados foram descritos através de tabela.
3 RESULTADOS
Foram encontrados 169 estudos através da seleção das bases de dados PubMed, SciELO e PEDRO, após avaliação de artigos com texto completo, remoção de duplicatas e artigos que não estavam disponíveis no idioma inglês e português e revisões de literatura, foram excluídos 162 artigos, foram incluídos 7 artigos para fazerem parte desta revisão, conforme figura 1.
Figura 1 – fluxograma do estudo
A síntese desses estudos incluídos na revisão encontra-se na tabela 1.
AUTOR/ANO | TIPO DE ESTUDO | OBJETIVO | METODOLOGIA | RESULTADOS |
Bregenho. et al., (2023) | Estudo controlado randomizado. | Investigar o efeito do exercício resistido progressivo comparado com exercícios domiciliares de baixa intensidade sobre a força muscular do joelho e a função articular em pessoas com reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA) e déficits persistentes de força dos isquiotibiais 12-24 meses após a cirurgia. | Pessoas com reconstrução do LCA (auto enxerto de isquiotibiais) e assimetria persistente de força dos músculos isquiotibiais foram recrutadas 1 a 2 anos após a cirurgia e randomizadas para 12 semanas de treinamento de força progressivo supervisionado (GNS) ou 12 semanas de exercícios domiciliares de baixa intensidade (CON). O desfecho primário foi a diferença entre os grupos na mudança na força muscular isométrica máxima dos flexores do joelho em 12 semanas de seguimento. | Cinquenta e um participantes (45% mulheres, 27 ± 6 anos) foram randomizados para GNS (n = 25) ou CON (n = 26), com taxa de seguimento de 88% em 12 semanas. As pessoas do grupo GNS melhoraram a força muscular flexora do joelho, intervalo de confiança [IC] mais do que o grupo CON, do basal até 12 semanas. O grupo GNS também apresentou escores superiores de Lesão do joelho e desfecho da osteoartrite para dor e função da vida diária em relação ao grupo CON. |
Stojanovi et al., (2023) | Ensaio clínico randomizado. | Objetivo deste estudo foi comparar os efeitos de 6 semanas de treinamento de força de orientação excêntrica versus treinamento de força tradicional durante a fase tardia de reabilitação do ligamento cruzado anterior (LCA). | Ambos os grupos foram submetidos a um programa de reabilitação, sendo a única diferença no treinamento de força, que consistiu em treinamento volante vs. treinamento de força tradicional para os grupos experimental e controle, respectivamente. | Este estudo sugere que o treinamento de força de orientação excêntrica na recuperação tardia do LCA, realizado duas a três vezes por semana durante 6 semanas, resulta em melhores resultados do que o treinamento de força tradicional em força de pernas, habilidade de salto vertical e testes de salto simples e triplo com pernas lesionadas em atletas profissionais de esportes coletivos. Parece que o treinamento de força no volante de inércia pode ser recomendado na recuperação do LCA em estágio avançado para atletas profissionais de esportes coletivos, a fim de recuperar os níveis de resultados de desempenho recomendados mais rapidamente. |
Khalid et al., (2022) | Ensaio clinico randomizado. | Determinar a efetividade da fisioterapia neuromuscular comparada ao treinamento de força após reconstrução do ligamento cruzado anterior em termos de dor, função, qualidade de vida, força e potência dos participantes. | Um ensaio clínico randomizado foi conduzido na Kanaan Physiotherapy & Spine Clinic, Lahore, Paquistão, de julho de 2020 a dezembro de 2020. Setenta e seis pacientes foram selecionados por técnica de amostragem não probabilística por conveniência e divididos aleatoriamente em grupo treinamento neuromuscular ou treinamento de força. | Os resultados revelaram que o treinamento neuromuscular é estatisticamente significativo na redução da dor e melhora da função força e potência e qualidade de vida. Conclusão: Estudo conclui que, comparado ao treinamento de força, o treinamento neuromuscular foi significativamente mais efetivo na redução da dor; melhorar a função, qualidade de vida, força e potência. |
Curran et al., (2020) | Ensaio clinico randomizado. | Examinar a eficácia do TRFS (treinamento de restrição de fluxo sanguíneo) com exercício de alta intensidade na recuperação da função muscular do quadríceps em pacientes submetidos à RLCA (reconstrução de ligamento cruzado anterior). | Um total de 34 pacientes (19 mulheres, 15 homens; programados para serem submetidos à RLCA foram distribuídos aleatoriamente em 1 de 4 grupos: concêntrico (n = 8), excêntrico (n = 8), concêntrico com TRFS (n = 9) e excêntrico com TRFS (n = 9). | Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos para quaisquer medidas de desfecho em ambos os momentos. |
Vidmar et al., (2020) | Ensaio Clínico randomizado controlado. | Comparar os efeitos do treinamento excêntrico convencional (carga constante) e do treinamento isocinético excêntrico sobre a massa, força e desempenho funcional do músculo quadríceps em atletas recreacionais após reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA). | Trinta atletas recreacionais do sexo masculino (25 anos) submetidos à reconstrução do LCA receberam um programa de reabilitação padrão. Os voluntários foram randomizados para o grupo convencional (GC; n = 15) ou grupo isocinético (GI; n = 15) para serem engajados em um programa de treinamento excêntrico de quadríceps de 6 semanas (2 sessões/semana) na cadeira extensora ou no dinamômetro isocinético, respectivamente. | O GI (Grupo Isocinético) apresentou melhora significativamente maior que o GC (Grupo convencional) para todos os desfechos massa muscular, bem como para os torques de pico isométricos e excêntricos. Não houve diferença entre os grupos para pico de torque concêntrico, escore de Lysholm e teste de salto uni podal. |
Hughes et al., (2019) | Ensaio clinico randomizado controlado. | Comparar a efetividade da restrição de fluxo sanguíneo (TRFS) e do treinamento resistido tradicional de carga pesada (LH-RT) na melhora da hipertrofia e força muscular esquelética, função física, dor e efusão em pacientes com RLCA após cirurgia. | 28 pacientes agendados para cirurgia unilateral de reconstrução do ligamento cruzado anterior(RLCA) com auto enxerto de isquiotibiais foram recrutados para este ensaio clínico randomizado, cego de dois braços, com dois braços e grupo paralelo, após análise de poder apropriada. | Quatro participantes foram perdidos, com 24 participantes completando o estudo (12 por grupo). Não houve eventos adversos ou diferenças entre os grupos para qualquer variável antropométrica basal ou mudança pré e pós-operatória em qualquer medida de desfecho. |
Kaya et al., (2019) | Ensaio clinico randomizado controlado. | O objetivo deste estudo foi determinar os efeitos de exercícios de controle motor dos membros inferiores sobre a propriocepção, força muscular e nível funcional do joelho em pacientes com reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA-R). | Cinquenta e sete pacientes submetidos ao LCA-R primário com alo enxerto do tendão tibial anterior na Universidade de Hacettepe foram convidados a participar do presente estudo. Foram elegíveis para o estudo os pacientes (a) com idade entre 14 e 55 anos, (b) sexo masculino, (c) cirurgia do LCA-R pelo menos antes de dois anos e (d) sem história prévia de cirurgia no joelho. | Não houve diferenças na força e resistência muscular do quadríceps e isquiotibiais entre os lados operatório e não operatório no Grupo I enquanto houve diferenças significativas na força do quadríceps e isquiotibiais entre os lados operatório e não operatório no Grupo II. Houve diferenças significativas na resistência do quadríceps e no sentido da posição articular dos isquiotibiais e joelho a 15°, 45° e 75° entre os lados operatórios dos pacientes em ambos os grupos. |
Esta revisão consta com dados referentes à 258 pessoas com idade média de 20,39 anos. Para Curran et al., (2020) e Hughes et al., (2019) o treinamento de restrição de fluxo sanguíneo com exercícios com altas cargas, treinamento resistido tradicional não obtiveram ganhos positivos no ganho de força.
Os dados estão subdivido de forma a abastecer informações sobre a idade média dos participantes e quantidade de pessoas envolvidas na pesquisa, e o número e tempo de sessões realizadas em cada intervenção conforme ilustrado na QUADRO 1.
QUADRO 1. O quadro representando o quantitativo de pessoas envolvidas em cada intervenção e média de idade.
Autor | Nº de participantes | Idade | Nº de sessões | Intervenção fisioterapêutica | Resultados |
Bregenho. et al., (2023) | 45 | 27 | 24 sessões | Exercício Resistido Progressivo na Força e Função Muscular do Joelho em Participantes com Déficit Persistente de Isquiotibiais. | Positivo para ganho de força. |
Stojanovi et al., (2023) | 22 | 19,9 | 15 sessões 3x na semana. | Treinamento de Força de Orientação Excêntrica no Retorno aos Critérios Esportivos no Ligamento Cruzado Anterior em Estágio Avançado. | Positivo para ganho de força. |
Khalid et al., (2022) | 76 | 20 a 40 | 18 sessões 3x na semana durante 6 semanas. | Treinamento Neuromuscular após a reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior – Dor, Função, Força, Potência e Perspectiva de Qualidade de Vida. | Positivo para ganho de força. |
Curran et al., (2020) | 34 | 16,5 | 16 sessões 2x na semana durante 8 semanas. | Treinamento de restrição de fluxo sanguíneo aplicado com exercício de alta intensidade não melhora a função muscular do quadríceps após reconstrução do ligamento cruzado anterior. | Negativo para ganho de força. |
Vidmar et al., (2020) | 25 | 20 | 12 sessões (2x na semana durante 6 semanas. | O treinamento excêntrico isocinético é mais efetivo do que o treinamento excêntrico com carga constante para reabilitação do quadríceps após reconstrução do ligamento cruzado anterior | Positivo para ganho de força. |
Hughes et al., (2019) | 24 | 16 sessões 2x por semana. | Comparando a Efetividade da Restrição do Fluxo Sanguíneo e o Treinamento Resistido de Carga Pesada Tradicional na Reabilitação Pós-Cirúrgica de Pacientes com Reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior. | Negativo para ganho de força. | |
Kaya et al., (2019) | 32 | 29,35 | 9 a 12 semanas. | Exercícios de controle neuromuscular de membros inferiores sobre a propriocepção, força muscular e nível funcional. | Positivo para ganho de força. |
4 DISCUSSÃO
Esta revisão demonstrou que os protocolos fisioterapêuticos utilizados no ganho de força no pós operatório após RCLA obtiveram efeitos positivos. São inúmeras intervenções utilizadas como protocolo no ganho de força.
Já o estudo deKhalid et al., (2022)e também o estudo Kaya et al., (2019) utilizaram o método de exercícios de controle neuromuscular de membros inferiores, o estudo de Khalid et al., (2022) durante o treinamento de 6 semanas com um total de dezoito sessões sendo três sessões por semana, utilizou um treinamento de três séries de exercícios, cada um de doze a quinze repetições e com o aumento de carga gradativamente em cada exercício, os exercícios realizados neste estudo foram: salto com perna única, subir e descer, agachamento com barra, exercícios de abdução e adução do quadril, treinamento de isquiotibiais em pronaçao e sentado, leg press, equilíbrio unipodal e corrida em esteireira por 5 minutos. No entanto o estudo Kaya et al., (2019) com treinamento no período de 24 semanas utilizou na primeira até a terceira semana treino de mobilidade e alongamento, a partir da quarta semana até vigésima quarta foram utilizados exercícios proprioceptivos, exercícios de agachamento unipodal e bipodal step-up e step-down e ponte pélvica com bola. Ambos os estudos obtiveram ganho de foça, todavia o estudo de Kaya et al., (2019) mostrou um porcentual maior no ganho de força em comparação ao estudo de Khalid et al., (2022).
Por outro lado o estudo de Bregenhof et al., (2023) verificou a eficácia do treinamento com exercício resistido progressivo no ganho de força em participantes com déficit persistente de isquiotibiais, na qual esse estudo dividiu os participantes em dois grupos, o grupo 1 com treino de força supervisionado progressivo e o grupo 2 que utilizou exercícios de baixa intensidade, esse treinamento foi realizado de (60-70 minutos) duas vezes por semana, com duração de doze semanas, iniciando com 8 exercícios isométricos, agachamento espanhol com isometria de quarenta segundos, dead lift, agachamento búlgaro para membros inferiores realizados em três séries de dez repetições com intensidade máxima de doze repetições, a progressão individual, a qualidade do exercício, o número de séries, as repetições e os pesos adicionais de treinamento foram monitorados e ajustados ao longo do período de intervenção, em comparação ao grupo 2, o grupo 1 que realizou treinamento de exercício resistido progressivo adquiriu um maior ganho de força muscular.
Para Stojanovi et al., (2023) comparou em seu estudo duas técnicas: o treino de força excêntrico orientado e o treino de força tradicional, na qual utilizaram exercícios como: Deadlifts, sendo que o orientado usou o método com isometria e o tradicional de forma livre. Nas primeiras semanas foram realizadas duas séries com seis repetições, aumentando o nível de repetições a cada semana durante o período de 6 semanas, o total final de séries e repetições ficaram em 3×10, ambas as técnicas obtiveram resultados positivos, todavia a técnica de treino de força excêntrico orientado obteve um ganho de força superior ao tradicional.
Segundo o estudo de Vidmar et al., (2020) na qual dividiram os participantes em dois grupos: CG (convencional grupo) e o IG (isométrico treino), utilizaram exercícios: redução de dor e edema (método price), alongamento estático e dinâmico unilaterais em cadeia cinética fechada, exercícios neuromusculares e apoio unipodal, o treino isométrico mostrou-se muito superior ao convencional.
Por meio desta revisão foi possível elucidar os protocolos fisioterapêuticos utilizados no ganho de força no pós operatório de LCA, verificou-se que os protocolos que usaram exercícios de maior intensidade associado a exercícios isométricos e neuromusculares foram suficientes para um ganho de força nesses pacientes.
Dessa forma o estudo de Curran et al., (2020) assim como o estudo de Hughes et al., (2019), utilizaram o método de restrição de fluxo sanguíneo (RFS) e comparado ao treinamento Resistido de Carga Pesada Tradicional na Reabilitação não obtiveram resultados significativos no ganho de força nos respectivos estudos
5 CONCLUSÃO
Esta revisão analisou sete estudos sobre o ganho de força após a reconstrução do ligamento cruzado anterior, foram coletados dados em artigos com metodologias diferentes, ensaio clínicos randomizados. Nestes estudos mostraram-se eficazes os treinamentos neuromusculares e exercícios isométricos.
No entanto, treinos tradicionais obtiveram ganho de força, porém com um pico de força menor em relação aos métodos orientados de forma concêntrica e isométrica e incluindo ganho de amplitude de movimento.
No geral, este estudo mostrou diferentes intervenções que apresentaram efeitos positivos no ganho de força, tanto o treino tradicional convencional, concêntrico, isocinético, isométrico e exercícios neuromusculares, observou-se o ganho de força e propriocepção, no entanto, vale ressaltar que o ganho de amplitude de movimento no início do protocolo deve ser avaliada para obter melhores resultados.
Os estudos mostraram a importância das intervenções fisioterapêuticas no pós operatório de LCA, na melhora na função e qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
Bregenhof et al., (2019) The Effect of Progressive Resistance Exercise on Knee Muscle Strength and Function in Participants with Persistent Hamstring Deficit Following ACL Reconstruction: A Randomized Controlled Trial, Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, January 2023 v. 53. DOI: 10.2519/jospt.2022.11360
Curran et al., (2020) Blood Flow Restriction Training Applied With High-Intensity Exercise Does Not Improve Quadriceps Muscle Function After Anterior Cruciate Ligament Reconstruction,The American Journal of Sports Medicine, March 2020 doi:10.1177/0363546520904008.
Hughes et al., (2019) Comparing the Effectiveness of Blood Flow Restriction and Traditional Heavy Load Resistance Training in the Post-Surgery Rehabilitation of Anterior Cruciate Ligament Reconstruction Patients: A UK National Health Service Randomised Controlled Trial, Original Research Article, November 2019 V. 49; P. 1787 – 1805, DOI: 10.1007/s40279-019-01137-2
Kaya et al., (2019), Effects on lower extremity Neuromuscular Control Exercises on Knee Proprioception, Muscle Strength, and Funcional Level in Patients with ACL Recontruction, BioMED Research Internacional, November2019. DOI: 10.1155/2019/1694695
Khalid et al., (2022), Neuromuscular Training following Anterior Cruciate Ligament reconstruction – Pain, Function, Strength, Power & Quality of Life Perspective: A Randomized Control Trial, PAK J Med Sci, September/Octember2022. doi: 10.12669/pjms.38.8.5730.
Stojanovi et al., (2023), Effects of Eccentric-Oriented Strength Training on Return to Sport Criteria in Late-Stage Anterior Cruciate Ligament (ACL)-Reconstructed Professional Team Sport Players, MEDICINA, Jan 2023 doi: 10.3390/medicina59061111.
Vidmar et al., (2020), Isokinetic eccentric training is more effective than constant load eccentric training for quadriceps rehabilitation following anterior cruciate ligament reconstruction: a randomized controlled trial, Brazilian Journal of Physical Therapy, September 2020,v. 24, I. 5, p. 424 – 432 DOI: 10.1016/j.bjpt.2019.07.003
1Discente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.
2Orietadora: Doutorado em Reabilitação e Desempenho Funcional, Docente do Curso de Fisioterapia e Fonoaudiologia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE e do Curso de Medicina da Afya Faculdade de Ciências Médicas Itacoatiara.