PROMOVENDO A INCLUSÃO ESCOLAR: O DESAFIO DA EDUCAÇÃO PARA ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10685541


Rosiomar Lobato Pinheiro Rodrigues1
Fábio Coelho Pinto2


RESUMO

O Transtorno do Espectro é uma condição complexa, caracterizada por desafios na comunicação, interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento. A educação inclusiva tem ganhado destaque como um princípio fundamental no desenvolvimento de sistemas educacionais que buscam atender à diversidade de seus alunos. Nesta perspectiva, este artigo objetiva explorar a temática da inclusão escolar de alunos com TEA, destacando a importância de práticas inclusivas, os desafios enfrentados por esses alunos, as estratégias que promovem sua participação ativa no ambiente escolar e os impactos positivos dessa inclusão, não apenas para os próprios alunos, mas também para toda a comunidade escolar.  A pesquisa foi realizada, com uma abordagem de Revisão Integrativa da Literatura. Foram incluídos artigos científicos disponíveis online, nas bases de dados estipuladas, selecionados artigos publicados na íntegra, em português e inglês, no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2023. Foram excluídos artigos científicos que não forem publicados na íntegra, ou estejam em outras línguas, exceto em português e inglês, textos nos formatos de Teses, Dissertações, Monografias, Trabalhos de Conclusão de Curso, Carta ao editor, Anais de eventos. Em conclusão, a inclusão escolar de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um desafio complexo que exige o comprometimento de toda a comunidade educativa. Embora tenham sido feitos avanços significativos na promoção da inclusão, ainda há muito a ser feito para garantir que todos os alunos com TEA recebam a educação de qualidade que merecem.

Palavras-Chaves: Autismo; Inclusão Escolar; Práticas Inclusivas.

ABSTRACT

Spectrum Disorder is a complex condition characterized by challenges in communication, social interaction, and restricted, repetitive patterns of behavior. Inclusive education has gained prominence as a fundamental principle in the development of educational systems that seek to meet the diversity of their students. From this perspective, this article aims to explore the theme of school inclusion of students with ASD, highlighting the importance of inclusive practices, the challenges faced by these students, the strategies that promote their active participation in the school environment and the positive impacts of this inclusion, not only for the students themselves, but also for the entire school community. The research was carried out using an Integrative Literature Review approach. Scientific articles available online were included, in the stipulated databases, selected articles published in full, in Portuguese and English, from January 2017 to December 2023. Scientific articles that were not published in full, or are in other languages, except Portuguese and English, texts in the format of Theses, Dissertations, Monographs, Course Conclusion Papers, Letter to the editor, Annals of events. In conclusion, the school inclusion of students with Autism Spectrum Disorder (ASD) is a complex challenge that requires the commitment of the entire educational community. While significant strides have been made in promoting inclusion, there is still much to be done to ensure that all students with ASD receive the quality education they deserve.

Keywords: Autism; School Inclusion; Inclusive Practices.

INTRODUÇÃO

A inclusão de alunos com necessidades especiais, especialmente aqueles diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), tem se tornado um tema de crescente importância no contexto educacional contemporâneo. O TEA é uma condição complexa, caracterizada por desafios na comunicação, interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento. Diante desse cenário, a inclusão efetiva desses alunos nas escolas representa não apenas um desafio, mas também uma oportunidade para promover ambientes educacionais mais diversificados, empáticos e eficazes (Batista, et al. 2020)

De acordo com Barbosa (2020) diante da necessidade premente de criar ambientes escolares acolhedores e adaptados às necessidades individuais de cada aluno, a discussão sobre a inclusão de alunos com TEA torna-se essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ao compreender os desafios e as oportunidades relacionados a essa temática, podemos contribuir significativamente para a promoção de uma educação que valoriza a diversidade e o potencial de cada indivíduo.

Nos últimos anos, a educação inclusiva tem ganhado destaque como um princípio fundamental no desenvolvimento de sistemas educacionais que buscam atender à diversidade de seus alunos. Nesse contexto De Moraes (2020) afirma que a inclusão de crianças e jovens com transtornos do espectro autista (TEA) tem se tornado um tema de grande relevância, desafiando educadores, gestores escolares, famílias e a sociedade como um todo a repensar e adaptar suas práticas educativas.

O Transtorno do Espectro Autista é uma condição neurobiológica que afeta a forma como uma pessoa percebe o mundo e interage com os outros. As características do TEA podem variar amplamente, desde desafios significativos na comunicação e interação social até interesses e comportamentos restritos e repetitivos. Essa diversidade de manifestações do TEA torna essencial a adoção de abordagens educacionais igualmente diversas e flexíveis, capazes de atender às necessidades individuais de cada aluno (Carmo, et al. 2021)

Desta forma Rios e Camargo (2020) ressaltam a importância da inclusão escolar de alunos com TEA, considerando seus benefícios não apenas para os alunos em questão, mas também para toda a comunidade escolar. Além disso, serão discutidos os desafios enfrentados por esses alunos, as estratégias e práticas inclusivas que se mostraram eficazes, bem como as mudanças necessárias no sistema educacional para promover uma verdadeira inclusão.

Diante do desafio de construir ambientes educacionais verdadeiramente inclusivos, este artigo busca contribuir para a conscientização e o engajamento de todos os atores envolvidos na educação, visando a promoção de práticas que valorizem a diversidade e o potencial único de cada aluno, independentemente de suas características individuais.

 Nesta perspectiva, este artigo tem como objetivo explorar a temática da inclusão escolar de alunos com TEA, destacando a importância de práticas inclusivas, os desafios enfrentados por esses alunos, as estratégias que promovem sua participação ativa no ambiente escolar e os impactos positivos dessa inclusão, não apenas para os próprios alunos, mas também para toda a comunidade escolar. Ao longo deste trabalho, serão apresentados estudos de caso, exemplos de boas práticas e recomendações para fomentar a reflexão e a ação em prol de uma educação verdadeiramente inclusiva.

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada, com uma abordagem de Revisão Integrativa da Literatura (RIL), pois é um estudo que oferece acesso rápido aos resultados relevantes de pesquisas e evidências que fundamentam as condutas ou a tomada de decisão, proporcionando um saber crítico.

Prodanov e Freitas (2013), determinam que a revisão integrativa, utiliza Procedimentos técnicos da Prática Baseada em Evidências (PBE), com o objetivo de interpretar e compreender determinada questão se alicerçando em evidências já disponíveis na literatura.

Foram incluídos artigos científicos disponíveis online, nas bases de dados estipuladas, selecionados artigos publicados na íntegra, em português e inglês, no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2023. Foram excluídos artigos científicos que não forem publicados na íntegra, ou estejam em outras línguas, exceto em português e inglês, textos nos formatos de Teses, Dissertações, Monografias, Trabalhos de Conclusão de Curso, Carta ao editor, Anais de eventos. Além de artigos onde somente os resumos estejam disponíveis e artigos publicados fora do recorte temporal estabelecido para o presente estudo.

Este estudo respeitou os direitos autorais dos autores consultados, utilizando as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para citações e referências. Além disso, a pesquisa foi realizada seguindo as normas que regulamentam a pesquisa envolvendo seres humanos contidas nas resoluções nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

A proposta de pesquisa não implica em riscos ao observador. Como benefícios, espera-se que venha de acréscimos em conhecimento a docentes, serviços e instituição de ensino, servindo de reflexão sobre o desenvolvimento da LPP e tratamento de modo atualizado, assim desenvolvendo a dimensão ética das competências dos graduandos de enfermagem. No que se refere ao risco de plágio, como normatiza a Lei nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, foram respeitados os Direitos autorais.

INTODUÇÃO AO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurobiológica complexa que afeta o desenvolvimento do cérebro, resultando em desafios significativos na comunicação, interação social e comportamento. O TEA é caracterizado por padrões específicos de comportamento, interesses restritos, dificuldades na comunicação não-verbal e na compreensão de emoções, além de sensibilidade sensorial. O termo “espectro” é utilizado porque o TEA engloba uma ampla variedade de manifestações clínicas, que podem variar significativamente em gravidade e impacto funcional (Reis; Lenza, 2020)

O TEA é caracterizado por uma variedade de sintomas, que se manifestam de forma única em cada indivíduo. No entanto, existem características comuns que ajudam a identificar o transtorno. Dificuldades na comunicação, as pessoas com TEA podem ter atrasos na aquisição da linguagem, dificuldades na comunicação não-verbal (como gestos) e dificuldades em iniciar e manter conversas (Carmo, et al. 2021)

O autor Correia et al. (2020) ressalta que os indivíduos com TEA podem apresentar dificuldades em compreender as emoções e intenções dos outros, desta forma criando bloqueios em relação a interações sociais, gerando uma dificuldade em estabelecer e manter relacionamentos, além de apresentar comportamentos sociais atípicos. Os Comportamentos repetitivos e interesses restritos afetam pessoas com TEA que tendem a se envolver em padrões de comportamento repetitivos, como movimentos corporais estereotipados, fixação em rotinas e interesses restritos e intensos em temas específicos.

A prevalência do TEA tem aumentado significativamente nas últimas décadas, tornando-se uma das condições do desenvolvimento mais comuns. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 1 em cada 160 crianças em todo o mundo tenha TEA. Esse aumento na prevalência tem gerado um impacto significativo na educação, uma vez que as escolas precisam estar preparadas para atender às necessidades específicas desses alunos (Borges, 2021)

Segundo Locateli (2021) o impacto do TEA na educação é amplo e varia de acordo com o grau de gravidade e as necessidades individuais de cada aluno, alunos com TEA podem enfrentar desafios significativos na sala de aula, incluindo dificuldades de comunicação, interação social e adaptação a mudanças na rotina. A sensibilidade sensorial pode tornar o ambiente escolar desafiador para esses alunos, para lidar com esses desafios, é fundamental que as escolas ofereçam suporte individualizado, adaptando o ambiente e as práticas pedagógicas para atender às necessidades específicas dos alunos com TEA.

Estratégias como a implementação de programas de intervenção precoce, salas de aula inclusivas, apoio de profissionais especializados, como psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, e a promoção de parcerias com as famílias são fundamentais para garantir o progresso e bem-estar desses alunos. A conscientização e a formação de professores e demais profissionais da educação são essenciais para garantir que as escolas sejam ambientes acolhedores e inclusivos para os alunos com TEA (Cardoso, et al. 2021)

A compreensão das características do TEA, estratégias de ensino adaptadas e a promoção de práticas que favoreçam a interação social e o desenvolvimento das habilidades de comunicação são aspectos-chave para o sucesso educacional desses alunos. É importante ressaltar que cada aluno com TEA é único, e as estratégias de apoio e intervenção devem ser individualizadas, levando em consideração suas necessidades específicas. O objetivo é promover a participação ativa, o progresso acadêmico e o desenvolvimento socioemocional de cada aluno, respeitando suas diferenças e valorizando suas potencialidades (Araújo, et al. 2020)

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição complexa que afeta significativamente a comunicação, a interação social e o comportamento, com a devida compreensão, apoio e intervenção, é possível proporcionar uma experiência educacional positiva e enriquecedora para os alunos com TEA, promovendo seu desenvolvimento e inclusão na sociedade (Fernandes, 2020)

A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO ESCOLAR

A inclusão escolar é fundamental para promover a equidade e a justiça social no contexto educacional. Ela está alinhada com os princípios de direitos humanos e com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que defende o acesso à educação inclusiva e de qualidade para todos. A inclusão promove a valorização da diversidade, a promoção da igualdade de oportunidades e a construção de uma sociedade mais empática e acolhedora (Marchin, 2021)

 Segundo o autor Maranhão, et al. (2020) além dos benefícios sociais e emocionais, a inclusão escolar oferece oportunidades significativas de aprendizado para alunos com TEA. Ao participar de atividades em sala de aula e interagir com colegas neurotípicos, os alunos com TEA têm a chance de desenvolver habilidades de comunicação, linguagem e interação social, muitas vezes com o apoio de profissionais especializados em educação inclusiva.

A presença de alunos com TEA em ambientes inclusivos também promove a conscientização e a compreensão sobre o espectro autista entre os colegas, professores e funcionários da escola, o que contribui para a redução do estigma e para o cultivo de uma cultura de respeito à diversidade. Para o autor Marin (2021) a inclusão oferece oportunidades para que os alunos com TEA desenvolvam habilidades práticas e acadêmicas, adaptadas às suas necessidades individuais, preparando-os para uma maior autonomia e participação na sociedade.

Os benefícios da inclusão dos alunos com TEA se estende a toda a comunidade escolar, ao criar um ambiente inclusivo, as escolas promovem a cooperação, a empatia e a compreensão, habilidades que são essenciais para a vida em sociedade. A diversidade de experiências e perspectivas enriquece o ambiente de aprendizado, promovendo a tolerância e o respeito mútuo, a inclusão desafia os educadores a desenvolver práticas pedagógicas mais flexíveis e diferenciadas, atendendo às necessidades individuais de todos os alunos, isso pode resultar em uma abordagem mais holística e inclusiva para o ensino, beneficiando não apenas os alunos com necessidades especiais, mas todos os estudantes (Stravogiannis, 2023)

A inclusão escolar de acordo com Carvalho (2020) é um pilar fundamental para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e acolhedora. Ao promover a diversidade e a igualdade de oportunidades, as escolas desempenham um papel vital na formação de cidadãos preparados para conviver em um mundo cada vez mais diversificado e interconectado. Ao valorizar as diferenças, as escolas não apenas preparam os alunos para a diversidade que encontrarão ao longo de suas vidas, mas também promovem uma cultura de respeito e valorização das habilidades e potenciais únicos de cada indivíduo.

Ao incluir esses alunos no ambiente escolar reflete o compromisso com a justiça social e a igualdade, proporcionando a todos os alunos a oportunidade de alcançar seu pleno potencial, independentemente de suas habilidades, origem ou condição. Isso não apenas fortalece a coesão social, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais democrática e inclusiva (Evangelho, 2021)

O autor Maranhão, et al. (2020) afirma que para a inclusão escolar seja efetiva, é fundamental que as escolas e educadores recebam o suporte e os recursos necessários para atender às necessidades individuais de todos os alunos. Estratégias de ensino diferenciadas, formação continuada para os professores, adaptações curriculares, suporte de profissionais especializados em educação inclusiva e a promoção de ambientes de aprendizado acolhedores são essenciais para garantir o sucesso da inclusão escolar.

Portanto, ao reconhecer e promover a importância da inclusão escolar, estamos investindo em um futuro mais justo, inclusivo e capacitador para todos os membros da comunidade escolar. A inclusão não é apenas uma questão de acesso à educação, mas também um compromisso com a valorização da diversidade e a promoção do bem-estar de todos os estudantes, independentemente de suas diferenças.

DESAFIOS NA INCLUSÃO DE ALUNOS COM TEA

A inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas escolas apresenta uma série de desafios, tanto para os próprios alunos quanto para educadores, famílias e a comunidade escolar em geral. Muitos alunos com TEA enfrentam dificuldades na comunicação verbal e não verbal, o que pode resultar em desafios para expressar necessidades, compreender instruções e interagir com colegas, as dificuldades em compreender as nuances da interação social pode levar à exclusão e ao isolamento dentro do ambiente escolar (DE MORAES, et al. 2020)

Limberger et al. (2021) ressalta que os alunos com TEA possuem sensibilidades sensoriais exacerbadas, o que significa que podem ser facilmente sobrecarregados por estímulos sensoriais comuns em ambientes escolares, como ruídos altos, luzes brilhantes e texturas variadas. Muitos alunos com TEA têm dificuldade em lidar com mudanças na rotina e necessitam de estruturas e previsibilidade para se sentirem seguros e confortáveis, podem necessitar de adaptações no currículo, como a utilização de estratégias visuais, rotinas previsíveis e métodos de ensino diferenciados para atender às suas necessidades de aprendizagem. Desta forma devemos destacar que:

As estratégias de comunicação alternativa, como o uso de sistemas de comunicação aumentativa e alternativa (CAA), podem ser necessárias para alunos com TEA que têm dificuldades na fala ou na compreensão da linguagem. É fundamental promover ambientes escolares que sejam acolhedores e inclusivos para alunos com TEA, com apoio de profissionais capacitados e conscientização por parte dos colegas e funcionários. A colaboração entre professores, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e outros profissionais é essencial para identificar as necessidades específicas de cada aluno com TEA e desenvolver planos de apoio individualizados (Candido; Leite, 2021)

Ao enfrentar esses desafios e oferecer o suporte adequado, as escolas podem criar ambientes inclusivos que atendam às necessidades de todos os alunos, incluindo aqueles com TEA. A conscientização, a formação de professores e a promoção de práticas inclusivas são fundamentais para garantir o sucesso educacional e social desses alunos. Além das barreiras e obstáculos enfrentados pelos alunos com TEA e das necessidades específicas de aprendizagem e apoio, é importante destacar a importância da conscientização e da formação dos professores e profissionais da educação (Rezende; De Souza, 2021)

Segundo Medeiros (2021) muitos educadores podem não estar completamente familiarizados com as características do TEA e as melhores práticas para apoiar alunos com essa condição. Portanto, é fundamental investir em programas de formação continuada que abordem estratégias de ensino, métodos de comunicação, técnicas de manejo de comportamento e adaptações curriculares específicas para atender às necessidades dos alunos com TEA.

Cada aluno com TEA é único, e suas necessidades educacionais e de apoio podem variar significativamente. Marca e Brustolin (2021) ressaltam que a elaboração de PAIs em colaboração com pais, profissionais de saúde e educadores pode garantir que os alunos recebam o suporte necessário para alcançar seu potencial acadêmico e social. Terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos e outros profissionais especializados desempenham um papel crucial no desenvolvimento e na implementação de estratégias de apoio para alunos com TEA.

 A integração desses profissionais na equipe escolar pode enriquecer as práticas de inclusão e proporcionar suporte adicional aos alunos e educadores. Promover a aceitação, a empatia e a compreensão entre os colegas de classe são essenciais para criar um ambiente escolar inclusivo. Projetos educacionais que visam aumentar a conscientização sobre o TEA e promover a aceitação da diversidade podem contribuir para a redução do estigma e a criação de uma cultura escolar mais acolhedora (Maenner, et al. 2021)

A inclusão de alunos com TEA na educação regular requer um esforço coletivo que envolve famílias, educadores, profissionais da saúde e a comunidade em geral. Ao abordar os desafios, identificar as necessidades específicas de cada aluno e promover práticas inclusivas, as escolas podem oferecer um ambiente que valoriza a diversidade e proporciona oportunidades significativas de aprendizado para todos os alunos (Meireles, et al. 2021)

ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS

As estratégias e práticas inclusivas, adaptações curriculares e pedagógicas, uso de tecnologia assistiva e formação de professores e equipes escolares são pilares fundamentais para promover a inclusão educacional de alunos com necessidades especiais. Esses elementos desempenham um papel crucial na criação de ambientes educacionais que atendam às necessidades individuais de todos os alunos, independentemente de suas habilidades e limitações (Pereira, et al. 2021)

Moretto (2020) destacou que a inclusão educacional busca garantir que todos os alunos tenham acesso a oportunidades de aprendizado significativas em ambientes educacionais comuns. Para isso, é essencial adotar estratégias e práticas inclusivas que promovam a participação ativa e o engajamento de todos os alunos. Isso pode incluir a criação de atividades e projetos que permitam a colaboração entre alunos com e sem necessidades especiais, bem como a promoção de um ambiente escolar acolhedor e livre de discriminação.

As adaptações curriculares e pedagógicas são essenciais para garantir que o conteúdo e as metodologias de ensino sejam acessíveis a todos os alunos. Isso pode envolver a modificação de materiais didáticos, a utilização de estratégias diferenciadas de ensino, a diversificação de avaliações e a criação de ambientes de aprendizado flexíveis que atendam às necessidades individuais de cada aluno (Pposr; Visconti, 2021)

A tecnologia assistiva desempenha um papel significativo na promoção da inclusão educacional, fornecendo ferramentas e recursos que ajudam os alunos com necessidades especiais a participar ativamente das atividades escolares. Isso pode incluir o uso de softwares de leitura para alunos com deficiência visual, dispositivos de comunicação alternativa para alunos com dificuldades de fala e outras tecnologias que apoiam o acesso ao currículo e a participação plena na vida escolar (Da Silva; Do Nascimento, 2021)

Cândido e Leite (2021) afirmam que a formação de professores e equipes escolares é fundamental para garantir que todos os profissionais da educação estejam preparados para atender às necessidades diversificadas dos alunos em sala de aula. Isso inclui o desenvolvimento de competências em educação inclusiva, o entendimento das necessidades específicas de cada aluno, a capacidade de implementar adaptações curriculares e pedagógicas e o conhecimento sobre o uso adequado de tecnologia assistiva. É necessário acrescentar que:

As estratégias e práticas inclusivas, as adaptações curriculares e pedagógicas, o uso de tecnologia assistiva e a formação de professores e equipes escolares desempenham um papel crucial na promoção da inclusão educacional. Ao adotar abordagens inclusivas e proporcionar suporte adequado, as escolas podem criar ambientes educacionais que atendam às necessidades individuais de todos os alunos, promovendo um ensino de qualidade e oportunidades de aprendizado equitativas para cada estudante. É importante ressaltar que a inclusão educacional não beneficia apenas os alunos com necessidades especiais, mas também contribui para o desenvolvimento de uma cultura escolar mais diversificada, empática e inclusiva, beneficiando toda a comunidade escolar. (Coelho, 2020, p. 155).

A promoção da inclusão educacional por meio de estratégias e práticas inclusivas, adaptações curriculares e pedagógicas, uso de tecnologia assistiva e formação de professores e equipes escolares é fundamental para garantir que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade. Ao adotar uma abordagem inclusiva e acolhedora, as escolas podem contribuir significativamente para a formação de cidadãos mais preparados para a diversidade e mais conscientes de suas responsabilidades sociais (Andrighetto, 2020)

AMBIENTE DE APOIO ESCOLA E FAMÍLIA

A criação de um ambiente de apoio e aceitação é fundamental para promover um ambiente escolar acolhedor e inclusivo. Para alcançar isso, é importante envolver a comunidade escolar e os pais, pois eles desempenham papéis essenciais no desenvolvimento e manutenção de uma cultura escolar positiva. Nesta dissertação, vamos abordar a importância do ambiente de apoio e aceitação, discutir estratégias para promover um ambiente escolar acolhedor e inclusivo, e explorar o envolvimento da comunidade escolar e dos pais nesse processo (Proença et al. 2021)

Para Cardoso et al. (2021) um ambiente de apoio e aceitação é aquele em que os alunos se sentem seguros, valorizados e respeitados, independentemente de suas origens, habilidades, identidades ou características individuais. Este ambiente promove a confiança, a autoestima e o bem-estar emocional dos alunos, o que, por sua vez, contribui para um melhor desempenho acadêmico e desenvolvimento pessoal

Promover um ambiente escolar acolhedor e inclusivo, é crucial implementar políticas e práticas que demonstrem um compromisso com a diversidade e a igualdade. Isso pode incluir a celebração de diferentes culturas, a implementação de programas de sensibilização sobre questões sociais, a promoção da empatia e da resolução pacífica de conflitos, e a criação de oportunidades para que os alunos se envolvam em discussões construtivas sobre temas relevantes (Pereira et al., 2021)

O autor Moretto (2020) ressalta que é importante que os educadores estejam atentos às necessidades individuais dos alunos, oferecendo suporte emocional e acadêmico sempre que necessário, a implementação de práticas de ensino diferenciadas e acomodações para alunos com necessidades especiais também são fundamentais para assegurar que todos os alunos se sintam incluídos e capazes de atingir seu potencial máximo.

O envolvimento da comunidade escolar e dos pais desempenha um papel crucial na promoção de um ambiente escolar acolhedor e inclusivo, os pais podem ser parceiros ativos na educação de seus filhos, contribuindo com suas perspectivas, talentos e experiências para enriquecer o ambiente escolar. Além disso, o envolvimento dos pais pode ajudar a fortalecer a ligação entre a escola e a comunidade, promovendo um senso de pertencimento e responsabilidade compartilhada (Lima, et al. 2021)

A comunidade escolar, por sua vez, pode oferecer suporte adicional, recursos e oportunidades de aprendizado para os alunos. Parcerias com organizações locais, empresas e voluntários podem enriquecer o currículo escolar, proporcionando experiências práticas e conectando os alunos com o mundo real (Coelho, 2020)

Além de políticas e práticas escolares, a promoção de um ambiente escolar acolhedor e inclusivo também pode ser reforçada por meio de atividades extracurriculares que incentivem a interação entre os alunos, a compreensão mútua e a valorização das diferenças. Por exemplo, clubes e grupos de interesse, eventos culturais e esportivos, e programas de mentoria entre alunos podem ser excelentes oportunidades para promover a diversidade, a inclusão e o senso de comunidade na escola (Borges, 2021)

De acordo com Leite e Cândido (2020) a formação contínua dos educadores em questões relacionadas à diversidade, equidade e inclusão também desempenha um papel crucial. Os professores podem se beneficiar de treinamentos e workshops que os capacitam a reconhecer e atender às diferentes necessidades dos alunos, a promover a consciência cultural e a criar um ambiente de sala de aula que respeite e valorize a diversidade.

O uso de tecnologia e mídias sociais de forma positiva pode ser uma ferramenta poderosa para promover um ambiente escolar acolhedor e inclusivo. As escolas podem empregar plataformas online para promover a conscientização sobre questões de inclusão, fornecer recursos educacionais sobre diversidade e equidade, e amplificar as vozes dos alunos, pais e membros da comunidade (Andrighetto, 2020)

Promover um ambiente escolar acolhedor e inclusivo é um esforço contínuo que requer o comprometimento de toda a comunidade escolar. Ao adotar políticas, práticas e atividades que celebram a diversidade, ao mesmo tempo em que envolvem ativamente os pais e a comunidade, as escolas podem criar um ambiente que capacita todos os alunos a alcançar seu pleno potencial, enquanto promove a compreensão, o respeito mútuo e a colaboração (Meireles, et al. 2021)

CONCLUSÃO

Em conclusão, a inclusão escolar de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um desafio complexo que exige o comprometimento de toda a comunidade educativa. Embora tenham sido feitos avanços significativos na promoção da inclusão, ainda há muito a ser feito para garantir que todos os alunos com TEA recebam a educação de qualidade que merecem.

Durante nossa reflexão, discutimos a importância da sensibilização e capacitação dos professores, a necessidade de adaptações curriculares e de ambiente, a importância da aceitação e do respeito mútuo, e a relevância da parceria com as famílias e profissionais especializados. Também reconhecemos que a inclusão escolar não beneficia apenas os alunos com TEA, mas toda a comunidade escolar.

Diante disso, fazemos um apelo a todos os envolvidos na educação: pais, professores, gestores escolares, profissionais de saúde e a sociedade em geral. É fundamental que cada um assuma a responsabilidade de promover um ambiente escolar inclusivo e acolhedor para os alunos com TEA. Isso pode ser feito por meio de iniciativas de sensibilização, formação contínua, implementação de práticas inclusivas e defesa por políticas educacionais que promovam a inclusão.

Ao refletir sobre o futuro da inclusão escolar de alunos com TEA, vislumbramos uma sociedade mais justa e inclusiva, na qual todas as crianças, independentemente de suas diferenças, tenham a oportunidade de desenvolver seu potencial máximo. Acreditamos que, por meio do esforço conjunto de todos os membros da comunidade, podemos criar escolas verdadeiramente inclusivas, onde a diversidade seja não apenas tolerada, mas valorizada e celebrada.

Em suma, a inclusão escolar de alunos com TEA é um caminho que deve ser trilhado com determinação, empatia e comprometimento. Somente assim poderemos garantir que cada criança, incluindo aquelas com TEA, tenha a chance de aprender, crescer e florescer em um ambiente educacional que as acolha plenamente.

A inclusão escolar de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um processo contínuo que visa garantir acesso equitativo à educação de qualidade para todos os alunos, independentemente de suas diferenças. Este processo envolve a criação de ambientes de aprendizagem que atendam às necessidades individuais de cada aluno, promovendo a participação ativa, o respeito mútuo e a valorização da diversidade.

É fundamental que os professores recebam formação específica sobre o TEA, a fim de compreender as características, necessidades e potenciais de cada aluno com TEA. Além disso, estratégias de ensino diferenciadas e recursos adequados devem ser disponibilizados para apoiar o desenvolvimento acadêmico, social e emocional desses alunos.

As escolas devem estar preparadas para realizar adaptações curriculares e de ambiente, de modo a proporcionar uma experiência educacional inclusiva e enriquecedora. Isso pode incluir a implementação de suportes visuais, rotinas estruturadas, espaços tranquilos para pausas sensoriais e acomodações para a comunicação e interação social.

A colaboração estreita entre a escola, as famílias e os profissionais especializados são essenciais para o sucesso da inclusão escolar. O envolvimento ativo dos pais e responsáveis, aliado ao suporte de profissionais como psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, contribui significativamente para o progresso acadêmico e social dos alunos com TEA.

Olhando para o futuro, é imperativo que haja um compromisso contínuo com a promoção da inclusão escolar de alunos com TEA. Isso inclui o desenvolvimento de políticas educacionais inclusivas, a implementação de programas de capacitação para profissionais da educação e a disseminação de práticas exemplares de inclusão em todas as escolas.

É essencial que a sociedade como um todo reconheça e valorize as contribuições únicas que as pessoas com TEA podem oferecer. Ao promover uma cultura de respeito, empatia e aceitação, podemos criar um ambient0e onde todos os alunos, incluindo aqueles com TEA, possam se sentir verdadeiramente incluídos e capacitados a alcançar seu pleno potencial.

A inclusão escolar de alunos com TEA é um processo desafiador, porém essencial para promover uma sociedade mais justa e inclusiva. À medida que avançamos em direção a um futuro onde a diversidade é valorizada e celebrada, é fundamental que todos os membros da comunidade educativa se unam em prol da inclusão.

Neste sentido, é crucial que as escolas, os professores, as famílias, os profissionais de saúde e a sociedade em geral se comprometam a proporcionar um ambiente educacional que atenda às necessidades individuais de todos os alunos, incluindo aqueles com TEA. Somente por meio do respeito, da compreensão e da cooperação poderemos criar um ambiente onde cada criança tenha a oportunidade de aprender, crescer e alcançar seu potencial máximo.

Ao refletirmos sobre o futuro da inclusão escolar de alunos com TEA, devemos renovar nosso compromisso de promover práticas inclusivas, de investir na formação e sensibilização de todos os envolvidos, e de advogar por políticas que fortaleçam a inclusão. Somente assim poderemos construir um futuro onde a diversidade é verdadeiramente celebrada e onde cada criança, independentemente de suas diferenças, possa florescer em um ambiente educacional acolhedor e inclusivo.

REFERÊNCIAS

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1Professora vinculada a Secretaria de Estado e de Educação (SEDUC-PA); Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Educação pela Faculdade Interamericana de Ciências Sociais – (FICS); Especialista em História  e Cultura Afro-Brasileira – Faculdade Montenegro; Especialista em Autismo – FAVENI; Especialista em Psicopedagogia Institucional Com Habilitação  em Educação  Especial – Faculdade Montenegro; Especialista em Educação Especial – Faculdade Montenegro; Graduada em Pedagogia  pela Faculdade Latino -Americana de Educação- FLATED; Graduada em História – UFPA; Bacharel em História – UFPA 

2Professor de Sociologia efetivo na rede estadual do Pará; Professor de educação geral (pedagogo) efetivo na rede municipal de ensino de Cametá-Pa; Doutorando do programa de Pós-Graduação em Ciências da Educação da Faculdade Interamericana de Ciências Sociais – FICS; Mestre em Educação e Cultural pelo PPGEDUC-UFPA; Mestre em Ciências da Educação – FICS; Especialista em Gestão e Planejamento da Educação – UFPA; Especialista em Gestão Financeira e de Projetos Sociais – FPA; Graduado em pedagogia (UFPA); Graduado em Letras Habilitação em Língua Inglesa – UFPA; Graduado em Sociologia – UNIASSELVI. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-7169-2716