PRINCÍPIOS DO DESIGN INSTRUCIONAL E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM.

PRINCIPLES OF INSTRUCTIONAL DESIGN AND ITS CONTRIBUTIONS TO THE TEACHING-LEARNING PROCESS.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202409061646


Aline Lemos Mesquita Viríssimo; Dayane Vicente Trindade; Eva Elena de Araújo; Liângela Gomes da Silva; Marciana de Moraes Raimundo; Mônica Valéria da Silva Padovani; Silvana Caretta Maia; Sônia Nalesso Caretta Maia.


Resumo

Este artigo teve como ponto de partida o tema Design Instrucional (DI) e o objetivo foi apresentar os fundamentos, importância e desafios de implementar esse design, apontando como as tecnologias contribuem e enriquecem o processo de ensino-aprendizagem. Estudar sobre o DI é importante porque as inovações tecnológicas têm provocado transformações na vida das pessoas (na comunicação, no trabalho, entre outras) e é importante que sejam inseridas na educação designs de aprendizado com os quais as pessoas estudem em conformidade com sua disponibilidade de tempo e necessidade de assimilação de conhecimentos. Portanto, optou- se pela pesquisa bibliográfica para levantamento de dados e informações relevantes sobre o tema em estudo. Os principais resultados obtidos apontaram que o DI quando bem elaborado facilita as formas de aprender e ensinar em um contexto que as metodologias e a configuração tradicional da escola formal não são ais atrativas, por isso, é necessário inovar e usar as tecnologias e seus recursos para tonar acessível e significativo o processo educativo com metodologias ativas.

Palavras-chave: Design Instrucional. Tecnologia. Inovação e aprendizado.

ABSTRACT

This paper had as its starting point the theme of Instructional Design (ID) and the objective was to present the fundamentals, importance and challenges of implementing this design, pointing out how technologies contribute and enrich the teaching-learning process. Studying ID is important because technological innovations have caused transformations in people’s lives (in communication, work, among others) and it is important that learning designs are included in education with which people study in accordance with their availability of resources. time and need to assimilate knowledge. Therefore, we opted for bibliographical research to collect relevant data and information on the topic under study. The main results obtained showed that DI, when well designed, facilitates ways of learning and teaching in a context where the methodologies and traditional configuration of formal schools are no longer attractive, therefore, it is necessary to innovate and use technologies and their resources to make the educational process accessible and meaningful with active methodologies.

Keywords: Instructional Design. Technology. Innovation and learning.

1 INTRODUÇÃO

A educação contemporânea está imersa em um contexto transformação impulsionada pelas inovações advindas da tecnologia que propiciam mudanças que impactam diversos aspectos da vida cotidiana, desde a comunicação até o ambiente de trabalho, e têm gerado uma necessidade urgente de atualização dos métodos de ensino. Nesse cenário, o Design Instrucional (DI) surge como uma abordagem crucial para a criação de experiências de aprendizagem eficazes e significativas.

A relevância de estudar sobre o DI está na oferta de uma estrutura para integrar inovações tecnológicas à educação, permitindo que os processos de aprendizagem sejam adaptados às necessidades individuais dos alunos, considerando sua disponibilidade de tempo e a necessidade de assimilação de conhecimentos.

Portanto, o presente paper tem como objetivo apresentar os fundamentos, importância e desafios na implementação do DI, além de destacar como as tecnologias podem enriquecer o processo de ensino-aprendizagem.

Para alcançar os objetivos propostos, optou-se pela pesquisa bibliográfica que permitiu o levantamento de dados e informações relevantes sobre o tema, proporcionando uma visão abrangente e fundamentada sobre o DI.

Os principais resultados obtidos estão dispostos na estrutura deste artigo que inclui a introdução ao tema, justificativa objetivo e metodologia adotada. Em seguida, estão apresentados os resultados da pesquisa. Por fim, são apresentadas as considerações finais que sintetizam os principais achados, seguidos das referências bibliográficas que embasaram este estudo.

2 DESIGN INSTRUCIONAL E TECNOLOGIA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM.

O Design Instrucional (DI) é conceituado por Filatro e Piconez (2004) como a elaboração de estratégias (materiais, metodologias, atividades pedagógicas, avaliações, dentre outros) voltadas para o processo de ensino-aprendizagem de modo a torná-lo mais personalizado e eficiente. E as tecnologias têm feito parte de designs com vista a facilitar e inovar as estratégias metodológicas e ambientes de aprendizagem que sejam atrativos e interativos, de modo que os alunos se interessem e optem por estudarem em momentos e formatos mais adequados à sua disponibilidade de tempo. São muitas as vantagens que a inserção da tecnologia pode agregar ao DI, pois:

[…] o design instrucional admite mecanismos de efetiva contextualização, caracterizados por: maior personalização aos estilos e ritmos individuais de aprendizagem; adaptação às características institucionais e regionais; atualização a partir de feedback constante; acesso a informações e experiências externas à organização de ensino; possibilidade de comunicação entre os agentes do processo (professores, alunos, equipe técnica e pedagógica, comunidade); e monitoramento automático da construção individual e coletiva de conhecimentos (Filatro & Piconez, 2004, p. 4).

Sendo assim, Castro e Mill (2018) corroboram ao destacarem que o DI possibilita planejar e construir modelos que sejma condizentes com as demandas do alunos, para que ele aprenda sob modelos nos quais as tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) sejam implementadas, remodelando a educação formal, ressignificando os espaços formais de aprendizagem, assim como os métodos de ensino, para que a interação com os pares, com o professor, com o conteúdo possam ser acessível, potencializando a participação ativa dos alunos e isso facilita o aprender.

Contudo, há desafios que podem ser listados e, dentre os principais, Castro e Mill (2018) apontam a preparação docente e discente para atuação na sociedade mais conectada e a elaboração de propostas pedagógicas que atraiam o interesse dos alunos e oportunizem aprendizado efetivo, que seja útil às suas vivências e experiências cotidianas dominando a tecnologia para os mais variados fins.

Cabe destacar que o DI sistematiza ações didático-pedagógicas atreladas ao uso das tecnologias com intencionalidades bem definidas, fundamentando aplicações que inovem o ensino com dinamicidade para que a proposta curricular seja cumprida e os alunos possam aprender no seu ritmo, acessando os conteúdos no horário e lugar eu julgarem mais adequados, a exemplo do que ocorre em plataformas de interação online, em  ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) e no ensino a distância ou híbrido (Peixoto, Sobermann & Silva, 2013).

E, no ensino presencial a proposta é explorar ao máximo os recursos tecnológicos com a perspectiva de tornar as aulas oportunidades diversificadas, instigantes de curiosidades e atenção, despertando o interesse e a motivação, engajamento e protagonismo dos alunos com recursos que superem a louça e o pincel para apresentar os assuntos e temas de estudo (Castro & Mill, 2018).

Peixoto, Sobermann e Silva (2013, p.11) ressaltam que há importantes e diversas funções que justificam o DI, como “[…] trabalhar em equipe, gerenciar projetos pedagógicos, conhecer e desenvolver mídias respaldadas pelas questões comportamentais, cognitivistas, humanistas e sociais”. Por isso, as tecnologias são recursos importantes na consolidação de DI que potencializam a construção do aprendizado, pois para aprender é indispensável interagir, adaptar as formas pelas quais se adquire e se processam as informações. Desse modo, ao planejar e implementar o DI é pertinente identificar\conhecer o perfil dos alunos, definir objetivos a serem alcançados, quais as metodologias e tecnologias serão utilizadas, qual a linguagem empregada na apresentação dos conteúdos, como serão avaliados o aprendizado e a funcionalidade do processo de ensino-aprendizado e do design nele empregado.

É relevante também que se considerem as condições de acesso com equidade e qualidade no acesso às propostas de ensino, bem como a capacitação dos professores para que dominem o uso das tecnologias e explorem ao máximo as suas facilidades e, ainda, as implicações éticas que remetem aos cuidados quanto aos dados pessoais e de empenho acadêmico dos alunos, citar fontes das quais as pesquisas e materiais disponibilizados por questões autorais (Peixoto, Sobermann & Silva, 2013).

E, ainda, a igualdade de condições de uso e acesso em meio às desigualdades sociais que assolam o Brasil para que não sejam ainda mais ampliadas dentre tantas outras situações que devem ser contempladas e pensadas para que o DI seja uma oportunidade significativa de transformar a educação com a criação de experiências inovadoras com significação para todos com oportunidades condizentes com suas condições e necessidades de uso e aprendizado (Filatro & Piconez, 2004).

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Design Instrucional (DI) se torna fundamental na criação de estratégias educacionais mais personalizadas e eficientes, integrando a tecnologia na inovação dos métodos e ambientes de aprendizagem, tornando-os mais atrativos e interativos. Isso permite que os alunos estudem conforme suas disponibilidades de tempo e aprendam com mais eficácia e significação. E, entre os principais benefícios das tecnologias no DI estão a personalização, acessibilidade, diversificação e ressignificação do ensinar e aprender.

Contudo, há desafios a se considerar para a implementação eficaz do DI, como a preparação de docentes e discentes para uma sociedade cada vez mais conectada, o que requer propostas pedagógicas atrativas que proporcionem aprendizagem relevante para as experiências dos alunos. Além disso, é crucial garantir acesso equitativo às tecnologias e atenção às questões éticas associadas à proteção de dados pessoais dos alunos e o uso correto das fontes, além da necessidade de compreensão de que o DI pode transformar a educação, desde que implementado de forma cuidadosa e inclusiva, atendendo às diversas necessidades e condições dos alunos.

REFERÊNCIAS

CASTRO, A. B. B.; MILL, D. Educação híbrida e design instrucional: estudo de caso no Ensino Superior Tecnológico. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 18, n. 58, p. 760-778, 2018.

FILATRO, A.; PICONEZ, B. Design instrucional contextualizado. Disponível em: <https://www.abed.org.br/congresso2004/por/pdf/049-TCB2.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2024.

PEIXOTO, A. H.; SONDERMANN, D. V. C.; SILVA, J. C. Designer instrucional em foco: instruções e reflexões sobre um novo campo de ensinar e de saber. Disponível em: <https://www.cefor.ifes.edu.br/images/stories/Designer_Instrucional_26Mar2013_WEB.com pressed.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2024.