PREVENÇÃO PELO ENSINO: REDUZINDO A ATRAÇÃO DE JOVENS PELAS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202501142221


Charleson Marcelo Closs; Daniela Neis Forneck; Delmiro Pauczinski; Denise Maria Pivetta; Ezequiel Fernando Noster Perine; Fabiano Parmeggiani da Silva; Jorge Luís Rios Polletti; Luís Fernando Stein; Mara Righes da Rosa; Marcelo Azevedo Trindade; Paraguay Duarte Fagundes; Rogério Berlatto Puiati; Tiago Marcarini Lindholz


RESUMO

A educação tem um papel essencial na prevenção da criminalidade, especialmente quando se trata da atração de jovens para organizações criminosas. O ensino não apenas oferece oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional, mas também atua como um mecanismo de conscientização e formação de valores que impedem a adoção de comportamentos criminosos. A falta de acesso à educação de qualidade, especialmente em áreas de vulnerabilidade social, contribui para o aumento da criminalidade juvenil, já que os jovens, sem alternativas, podem ser seduzidos por promessas de dinheiro fácil e status dentro dessas organizações. Além disso, a escola pode funcionar como um espaço de socialização e construção de vínculos positivos, distanciando os jovens de ambientes de risco. Ao promover a inclusão educacional, com políticas públicas voltadas para a melhoria do ensino e programas que mantenham os jovens engajados, é possível combater o crescimento das facções criminosas. Assim, o fortalecimento do sistema educacional torna-se uma estratégia eficaz para diminuir a adesão de jovens ao crime organizado.

 Palavras-chave: Prevenção. Ensino. Jovens. 

ABSTRACT

Education plays an essential role in crime prevention, especially when it comes to attracting young people to criminal organizations. Education not only offers opportunities for personal and professional development, but also acts as a mechanism for raising awareness and forming values that prevent the adoption of criminal behavior. The lack of access to quality education, especially in areas of social vulnerability, contributes to the increase in youth crime, as young people, without alternatives, can be seduced by promises of easy money and status within these organizations. Furthermore, school can function as a space for socialization and building positive bonds, distancing young people from risky environments. By promoting educational inclusion, with public policies aimed at improving teaching and programs that keep young people engaged, it is possible to combat the growth of criminal factions. Therefore, strengthening the educational system becomes an effective strategy to reduce the involvement of young people in organized crime.

Keywords: Prevention. Teaching. Young people.

1 INTRODUÇÃO

A educação é um fator central na prevenção do ingresso de jovens em atividades criminosas. Ao proporcionar acesso a oportunidades de crescimento pessoal e social, a educação oferece um caminho alternativo à criminalidade. Nesse contexto, as instituições de ensino assumem uma função de proteção ao oferecer um ambiente de aprendizado e socialização.

Além de prevenir o envolvimento de jovens no crime, a educação contribui para a formação de cidadãos conscientes e críticos. Isso ocorre porque, por meio do conhecimento, os indivíduos desenvolvem habilidades que os tornam menos vulneráveis a influências negativas. Dessa forma, a educação atua como um meio de transformar realidades marcadas pela violência e exclusão.

As políticas públicas voltadas para o fortalecimento da educação em áreas de risco têm um impacto direto na redução da criminalidade juvenil. Com o aumento da inclusão escolar e a melhoria da qualidade do ensino, os jovens encontram alternativas viáveis para um futuro seguro e promissor. Assim, as escolas devem ser vistas como espaços de prevenção e construção de um ambiente social mais equilibrado.

Nesse cenário, o papel da educação não se limita ao aprendizado acadêmico. A escola, enquanto espaço de convivência e construção de vínculos, oferece uma rede de suporte emocional e social, contribuindo para afastar os jovens de ambientes criminógenos. Portanto, há uma necessidade urgente de investir em políticas educacionais integradas que visem à redução da criminalidade.

O enfrentamento da criminalidade com ações inovadoras desenvolvendo desde cedo o conceito de cidadania frente aos direitos e deveres como caminho para enfraquecer as organizações criminosas que a cada dia se organizam mais, entendendo que a educação permite que o indivíduo quando retornar a sociedade, encontre seu lugar, e com o conhecimento não retorne ao crime podendo alcançar seu sustento próprio e de sua família.

Desse modo, ao discutir a importância da educação no combate ao crime organizado, é crucial entender sua função preventiva e inclusiva. A educação, mais do que uma ferramenta de ensino, é um agente transformador que pode resgatar jovens em situação de vulnerabilidade, afastando-os das organizações criminosas.

2.   DESENVOLVIMENTO

O papel da educação na prevenção do ingresso de jovens em organizações criminosas é amplamente reconhecido. As instituições de ensino, ao oferecerem um ambiente seguro e promissor, atuam como barreiras que impedem o envolvimento com o crime. O ensino de qualidade proporciona não apenas conhecimento, mas também desenvolve habilidades sociais e emocionais, essenciais para que os jovens façam escolhas mais conscientes em suas vidas. Dessa forma, a educação promove um distanciamento natural de ambientes propícios ao desenvolvimento da criminalidade. (FERNANDES,2018)

A formação de cidadãos críticos e conscientes por meio da educação é uma estratégia eficaz para a transformação social. Jovens bem instruídos têm menos probabilidade de serem atraídos para facções criminosas, pois compreendem os impactos negativos do envolvimento com o crime. Além disso, as escolas que oferecem uma educação inclusiva e de qualidade desenvolvem competências que preparam os jovens para o mercado de trabalho, reduzindo a vulnerabilidade social que os expõe ao crime. (NOVAES,2017)

Políticas públicas voltadas para a educação em áreas de risco são fundamentais para combater o crime organizado. Programas de inclusão escolar, assim como a oferta de atividades extracurriculares, mantêm os jovens envolvidos em ambientes saudáveis, afastando-os de influências negativas. Essas políticas, quando bem implementadas, têm impacto direto na prevenção do ingresso de jovens em atividades criminosas, criando alternativas viáveis para um futuro seguro. (UCHOA,2015)

A escola, além de seu papel educacional, funciona como um espaço de convivência e construção de vínculos positivos. O ambiente escolar proporciona suporte emocional, além de oportunidades para desenvolver habilidades sociais que ajudam os jovens a se distanciar de situações de risco. O apoio de professores e colegas fortalece a resiliência emocional dos alunos, tornando-os mais preparados para resistir à sedução do crime organizado. (DANTAS,2014)

Portanto, ao discutir a importância da educação na prevenção ao crime organizado, é necessário reconhecer sua função como agente transformador. Ao investir em políticas educacionais que visam à inclusão e ao desenvolvimento pleno dos jovens, é possível criar uma sociedade mais equilibrada e menos vulnerável às influências das organizações criminosas. (DIAS,2019)

2.1 Ensino como Prevenção: Diminuindo o Envolvimento de Jovens com Organizações Criminosas.

A educação é um fator central na prevenção do ingresso de jovens em atividades criminosas. O ambiente escolar oferece, antes de tudo, oportunidades de aprendizado e desenvolvimento social que afastam os jovens das ruas e do envolvimento com o crime. Nas escolas, os alunos encontram orientação e apoio para enfrentar os desafios da vida em sociedade, o que reduz as chances de serem atraídos por promessas de uma vida fácil no crime.  (URBANO,2018)

Além de proporcionar conhecimentos acadêmicos, as escolas são um espaço onde os jovens podem construir um senso de pertencimento e estabelecer metas claras para o futuro. A estrutura educacional promove a formação de habilidades que os ajudam a lidar com situações de conflito e a tomar decisões mais seguras. Isso cria uma base sólida para que os jovens evitem o envolvimento com grupos criminosos. (FERNANDES,2018)

O ambiente educacional também facilita a socialização com colegas e professores, criando redes de suporte que ajudam a afastar os jovens de situações de risco. Com o apoio de mentores e o engajamento em atividades extracurriculares, os jovens desenvolvem resiliência emocional e social, o que lhes dá mais confiança para rejeitar ofertas de organizações criminosas. (NOVAES,2017)

Quando o acesso à educação é ampliado, principalmente em áreas de vulnerabilidade, os jovens passam a ter novas perspectivas de vida. Com isso, é menos provável que busquem refúgio no crime, já que encontram alternativas para crescer pessoal e profissionalmente dentro do ambiente escolar. Assim, a educação oferece um caminho seguro para a construção de uma vida estável. (UCHOA,2015)

Desse modo, a educação se revela como um dos pilares mais importantes na prevenção ao crime organizado. Ao investir no desenvolvimento de competências acadêmicas e sociais, é possível reduzir significativamente a atração de jovens por grupos criminosos e promover uma sociedade mais justa e segura. (DUTRA,2019)

Além de prevenir o envolvimento de jovens no crime, a educação contribui para a formação de cidadãos conscientes e críticos. As escolas oferecem um espaço para o desenvolvimento do pensamento crítico, que capacita os jovens a avaliar as consequências de suas ações e a tomar decisões responsáveis. Com uma educação sólida, os indivíduos se tornam mais conscientes dos impactos sociais e pessoais do envolvimento com o crime organizado. (NORONHA,2016)

O desenvolvimento de habilidades críticas nas escolas é fundamental para que os jovens entendam as armadilhas das organizações criminosas. Com a formação adequada, eles são capazes de discernir entre oportunidades legítimas e promessas vazias oferecidas por facções criminosas. Assim, a educação fornece ferramentas para que os jovens evitem as armadilhas do crime. (DIAS,2019)

As escolas também têm um papel central na construção de uma visão de mundo mais ampla e na promoção de valores como empatia, responsabilidade e justiça social. Esses valores ajudam os jovens a se afastarem de comportamentos violentos e a buscarem soluções pacíficas para os problemas que enfrentam. Dessa forma, a educação vai além da transmissão de conhecimento acadêmico e se torna uma força transformadora na vida dos jovens. (URBANO,2018)

Ao formar cidadãos críticos, a educação também contribui para a construção de uma sociedade mais engajada e consciente de suas responsabilidades coletivas. Jovens bem educados estão mais propensos a participar de atividades cívicas e a rejeitar o crime organizado como uma opção de vida. A construção de uma sociedade mais justa e equilibrada passa, portanto, pela educação de suas gerações mais jovens. (DANTAS,2014)

Dessa forma, o impacto da educação na prevenção ao crime organizado está diretamente relacionado à formação de cidadãos mais conscientes de suas escolhas e de suas responsabilidades sociais. Ao investir na educação crítica e inclusiva, é possível reduzir significativamente o número de jovens atraídos pelo crime. (DIAS,2019)

As políticas públicas voltadas para o fortalecimento da educação em áreas de risco têm um impacto direto na redução da criminalidade juvenil. Em comunidades vulneráveis, onde as oportunidades são escassas e o envolvimento com o crime pode parecer uma solução, o acesso à educação de qualidade é um fator determinante para evitar que os jovens ingressem em atividades criminosas. (IBARRA,2017)

A implementação de programas educacionais que ofereçam suporte social e emocional para jovens em áreas de risco pode mudar o curso de suas vidas. Esses programas não apenas garantem o acesso à educação, mas também oferecem uma rede de apoio que ajuda os jovens a superar as dificuldades de seu ambiente. Dessa forma, a educação se torna uma ferramenta eficaz na prevenção da criminalidade. (UCHOA,2015)

Além de garantir o acesso à educação, é essencial que as políticas públicas invistam na melhoria da qualidade do ensino oferecido em áreas de vulnerabilidade. Isso inclui a formação contínua de professores, a oferta de atividades extracurriculares e a promoção de um ambiente escolar que incentive o engajamento dos alunos. Com isso, os jovens são mantidos afastados das ruas e das influências negativas do crime organizado. (NORONHA,2016)

A criação de programas que integrem educação e apoio social é fundamental para garantir que os jovens de áreas vulneráveis tenham oportunidades reais de desenvolvimento. O envolvimento da comunidade, das famílias e das escolas nesses programas é essencial para o sucesso das iniciativas de prevenção ao crime. Ao oferecer alternativas viáveis e seguras, as políticas educacionais ajudam a combater o crescimento das facções criminosas. (FERNANDES,2018)

Dessa forma, políticas públicas bem estruturadas, focadas na educação e no desenvolvimento integral dos jovens, são fundamentais para a redução da criminalidade juvenil em áreas de risco. Ao oferecer uma educação inclusiva e de qualidade, o Estado contribui para a construção de uma sociedade mais segura e equitativa. (DUTRA,2019)

A escola, enquanto espaço de convivência e construção de vínculos, oferece uma rede de suporte emocional e social, contribuindo para afastar os jovens de ambientes criminógenos. Além do aprendizado acadêmico, a escola promove a socialização e o desenvolvimento de habilidades emocionais essenciais para que os jovens lidem com desafios da vida cotidiana. (NORONHA,2016)

Os professores, ao atuarem como mentores, desempenham um papel importante na criação de vínculos positivos com os alunos. Esse apoio emocional oferecido no ambiente escolar ajuda a construir resiliência nos jovens, tornando-os menos propensos a ceder às influências de organizações criminosas. Assim, a escola se torna um espaço seguro onde os jovens podem desenvolver confiança em si mesmos e em suas capacidades. (DIAS,2019)

O ambiente escolar também oferece uma estrutura que, ao promover a disciplina e a responsabilidade, contribui para o desenvolvimento de uma mentalidade focada no futuro. Jovens que são incentivados a se comprometer com seus estudos e a buscar novas oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional têm menos chances de serem atraídos para o crime organizado. Dessa forma, o ambiente escolar age como um fator de proteção. (URBANO,2018)

Além disso, as atividades extracurriculares oferecidas pelas escolas proporcionam oportunidades para que os jovens descubram seus talentos e interesses, mantendo-os ocupados e engajados. Essas atividades funcionam como alternativas saudáveis ao envolvimento com o crime, ao mesmo tempo que fortalecem o vínculo dos alunos com a escola e com seus colegas. (IBARRA,2017)

Assim, ao proporcionar um ambiente de convivência positivo e estruturado, a escola desempenha um papel essencial na prevenção da criminalidade juvenil. Ao investir em programas que incentivem a socialização e o desenvolvimento emocional dos jovens, o sistema educacional contribui para a criação de uma geração mais preparada para lidar com os desafios sociais. (FERNANDES,2018)

Desse modo, ao discutir a importância da educação no combate ao crime organizado, é crucial entender sua função preventiva e inclusiva. A educação, além de formar cidadãos conscientes, também promove a inclusão social de jovens que, de outra forma, poderiam ser levados para o crime. Por meio de políticas educacionais eficientes, é possível prevenir o crescimento das organizações criminosas. (NOVAES,2017)

A inclusão social promovida pela educação vai além da sala de aula. Ao oferecer oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional, o sistema educacional cria caminhos para que os jovens possam sair de situações de vulnerabilidade. Isso é especialmente importante em áreas onde o crime organizado oferece uma falsa sensação de segurança e sucesso. (DANTAS,2014)

As políticas educacionais inclusivas são fundamentais para garantir que todos os jovens, independentemente de sua origem social, tenham acesso a uma educação de qualidade. Isso inclui não apenas o acesso às escolas, mas também a oferta de programas que atendam às necessidades específicas de cada comunidade. Dessa forma, a educação atua como um fator de transformação social. (IBARRA,2017)

Além de prevenir o envolvimento com o crime, a inclusão educacional promove a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Jovens que têm acesso a uma educação de qualidade são mais propensos a contribuir de maneira positiva para suas comunidades, afastando-se do crime organizado. Assim, a inclusão educacional é uma estratégia eficaz para o combate ao crime. (DANTAS,2014)

Outrossim, ao entender a educação como uma ferramenta de inclusão social e prevenção ao crime, é possível desenvolver políticas públicas mais eficazes, que atuem diretamente nas causas estruturais da criminalidade. A educação, nesse sentido, vai além de um simples meio de instrução acadêmica, transformando-se em um mecanismo de integração social, capaz de reduzir a marginalização e a exclusão que alimentam o crescimento de organizações criminosas. Em áreas de vulnerabilidade, onde as oportunidades de emprego e crescimento pessoal são limitadas, o crime organizado encontra um terreno fértil para recrutar novos membros, oferecendo promessas de pertencimento, status e estabilidade financeira. Dessa forma, a inclusão social promovida pela educação ataca diretamente essa dinâmica, ao fornecer aos jovens alternativas reais de futuro e, com isso, diminuir o apelo das facções criminosas. (UCHOA,2015)

Além disso, o fortalecimento do sistema educacional deve ser acompanhado de políticas públicas que contemplem a realidade dos jovens em situação de risco. Para ser eficaz, a inclusão social deve ser compreendida de forma ampla, abrangendo não só o acesso à escola, mas também a permanência e o sucesso educacional. Políticas como o fornecimento de merenda de qualidade, transporte escolar gratuito e programas de suporte psicossocial podem ser decisivas para garantir que os jovens continuem frequentando a escola e estejam protegidos de influências externas negativas. Assim, ao fortalecer a estrutura educacional com medidas práticas e eficazes, o impacto das organizações criminosas pode ser significativamente reduzido, uma vez que menos jovens estarão vulneráveis às promessas ilusórias do crime. (FERNANDES,2018)

Ademais, é fundamental que as políticas educacionais sejam pensadas de forma articulada com outras áreas, como a saúde, a segurança pública e o desenvolvimento econômico. A educação sozinha não pode resolver o problema da criminalidade, mas quando associada a outras iniciativas, pode promover mudanças profundas no tecido social. Investir em políticas que promovam a capacitação profissional de jovens e adultos, por exemplo, pode ajudar a diminuir o desemprego, um dos fatores que impulsiona o envolvimento com atividades ilícitas. Assim, o fortalecimento do sistema educacional, aliado a políticas inclusivas e intersetoriais, oferece uma abordagem mais completa e eficaz para enfrentar o crescimento das organizações criminosas. (NOVAES,2017)

Nesse sentido, a inclusão de programas extracurriculares voltados para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais também se destaca como uma estratégia importante para prevenir o ingresso de jovens no crime. Ao promover atividades que estimulem a criatividade, a empatia, o trabalho em equipe e a resolução de conflitos de forma pacífica, a escola se torna um espaço de formação integral do indivíduo. Esses programas, muitas vezes realizados fora do horário regular de aulas, mantêm os jovens engajados em ambientes positivos e os afastam de situações de risco. Dessa maneira, ao integrar esses aspectos no cotidiano escolar, as políticas educacionais podem contribuir para o fortalecimento de uma cultura de paz, fundamental para a construção de uma sociedade menos vulnerável às organizações criminosas. (IBARRA,2017)

A criminalidade pode-se determinar com uma doença, onde sua cura vai além  de ações políticas efetivas onde exigem ações com inteligência entendendo que com o reconhecimento da cidadania através da educação é capaz de cessar a ação criminosa. Não é uma missão fácil ou rápida, mas um comprometimento, com ações planejadas e foco, que inicia desde a educação infantil na primeira escola, para que o alcance da educação seja um caminho e um modelo a seguir. (CERQUEIRA, 2016)

A escola já conta com inovações tecnológicas e o conhecimento como ferramenta e a missão da justiça restaurativa tem propiciado grandes transformações, incutindo a ideia de cidadania frente aos direitos e deveres dentro da sociedade, sendo importante o estreitamento entre as escolas e as famílias onde juntas passam não permitir que jovens se juntem as organizações criminosos que acabam desde cedo deslumbrando nos jovens como opção frente às suas realidades e os captando corrompendo aumentando com isso a criminalidade que segue a cada dia mais organizada. (CERQUEIRA, 2016)

A educação como alternativa frente aos desafios do sistema carcerário se destaca pela oportunidade de adquirir conhecimento e habilidades o que permitirão reconstruir suas vidas ajudando e aumentando suas chances frente à oportunidade de trabalho os auxiliando a se inserirem na sociedade e diminuindo com isso a reincidência criminal. Ao passo que a educação traz conhecimento também eleva a auto estima, senso de responsabilidade e autoconfiança o que contribui diretamente para o auto firmar se dentro da sociedade como cidadão dentro de uma sociedade segura e digna. A educação como ferramenta importante no processo de ressocialização é uma alternativa social e humanitária, pois oferece oportunidades de educação e capacitação, transformando o ambiente da prisão como uma oportunidade de construir um futuro e não apenas de um lugar de castigo e reclusão. ( DE JESUS, 2023)

Ressocalizar vai além da disposição de emprego e ensino escolar dentro do presídio, também é importante ensinar técnicas profissionais com ênfase em fortalecer a sua personalidade, o seu eu e que não o use apenas para sair do cárcere, a educação, mostra-se como instrumento eficaz de ressocialização e cumpri com os mandamentos constitucionais e infraconstitucionais, proporcionando inclusive barreira na formação das subculturas. A educação permite o indivíduo a se apropriar de instrumentos teóricos e práticos, o que acaba por ajudar a se inserir na luta pela transformação da sociedade. (LOUZADA. 2021)

A leitura como ferramenta da ressocialização, é muito importante, pois ajuda no crescimento intelectual, permitindo que o indivíduo tenha uma perspectiva e relacione com a sua própria realidade ajudando a refletir trazendo conhecimento e com isso a construção de novas atitudes. O trabalho proporciona a construção de sua identidade e diretamente o sustento próprio e de sua família, mas a educação promove a mudança com novos conhecimentos. A educação desenvolve a visão crítica do indivíduo permitindo que o mesmo encontre seu lugar na sociedade e aumente sua qualidade de vida. (OLIVEIRA, 2017).

Finalmente, ao se pensar a educação como um mecanismo de inclusão social e prevenção ao crime, é necessário reconhecer que o acesso ao conhecimento é, em si, um ato transformador. A educação tem o poder de ressignificar trajetórias, oferecendo aos jovens novas perspectivas e um senso de autonomia que os empodera para tomar decisões conscientes e seguras. Quando a educação é vista como prioridade, o impacto é profundo e duradouro, pois uma sociedade educada está melhor equipada para enfrentar os desafios sociais e econômicos, diminuindo assim o espaço para o crescimento do crime organizado. Dessa forma, o fortalecimento do sistema educacional deve ser entendido como uma prioridade não apenas no combate à criminalidade, mas como um pilar para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária. (FERNANDES,2018)

3. CONCLUSÃO

Ao longo deste texto, foi possível analisar a importância da educação como ferramenta central na prevenção do ingresso de jovens em organizações criminosas. A educação não apenas oferece alternativas de desenvolvimento pessoal e social, mas também fortalece a formação de valores que ajudam a evitar o envolvimento com o crime. Dessa forma, o ambiente escolar se destaca como um espaço de proteção e conscientização, fundamental para a redução da criminalidade.

A formação de cidadãos críticos e conscientes por meio da educação tem se mostrado uma estratégia eficaz para a transformação social. Ao oferecer conhecimento e habilidades sociais, o sistema educacional contribui para que os jovens resistam às influências negativas do crime organizado. Assim, a educação se consolida como uma das principais formas de prevenção à criminalidade.

Além disso, a implementação de políticas públicas voltadas para o fortalecimento da educação em áreas de risco tem um impacto significativo na redução da criminalidade juvenil. Ao garantir o acesso à educação de qualidade, o Estado oferece aos jovens oportunidades de crescimento e desenvolvimento que os afastam do crime. Dessa forma, as políticas educacionais tornam-se uma ferramenta poderosa no combate às organizações criminosas.

A escola, enquanto espaço de convivência e construção de vínculos positivos, desempenha um papel essencial na prevenção ao crime. Ao oferecer suporte emocional e social, a escola ajuda os jovens a desenvolver a resiliência necessária para resistir às influências negativas. Assim, o ambiente escolar se destaca como um fator de proteção contra o crime organizado.

Para se enfrentar a criminalidade precisa de ações estratégicas, inovadoras entendendo que o conceito de cidadania frente aos direitos e deveres é o melhor caminho para que todos juntos, sociedade, família e a escola construam uma sociedade que não permite espaço a criação das organizações criminosas que a cada dia se organizam frente a realidade de cada comunidade se fortalecendo e captando cada vez mais cedo os jovens e os levando a criminalidade.

A educação permite a reconstrução da vida do indivíduo quando retornar a sociedade, frente à oportunidade de empregos e firmar-se como cidadão encontrando seu lugar na sociedade. A educação permitirá que juntamente com o conhecimento adquirido mantenha as barreiras na formação das subculturas, mantendo estas novas atitudes, propiciando seu sustento e desenvolvendo sua visão crítica dentro da sociedade.

Portanto, ao reconhecer a educação como um agente transformador e preventivo, é possível desenvolver políticas públicas mais eficazes no combate ao crime organizado. O investimento em uma educação inclusiva e de qualidade é, sem dúvida, uma das principais estratégias para a construção de uma sociedade mais segura e justa.

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