PREVENÇÃO A ANSIEDADE NA TERCEIRA IDADE ATRAVÉS DE ATIVIDADES FÍSICAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10015261


Ítalo Daniel Gomes Alencar1
Mônica Dias de Souza2
Orientador: Samuel Reis e Silva3


RESUMO: Este artigo científico aborda a relevância da atividade física como uma  estratégia eficaz na prevenção da ansiedade na população idosa. A ansiedade é  um problema de saúde mental que frequentemente afeta os idosos, impactando  sua qualidade de vida e bem-estar. A atividade física tem sido reconhecida como  um meio promissor para atenuar os sintomas da ansiedade, além de proporcionar  uma série de benefícios físicos e psicológicos. Neste estudo, investigamos a  relação entre a prática regular de atividade física e a redução da ansiedade em idosos, considerando os mecanismos subjacentes a esse efeito. Foram revisados  estudos que demonstram a influência positiva da atividade física no sistema nervoso, neuroquímica cerebral, interações sociais e autoestima dos idosos.  Compreender a ligação entre atividade física e ansiedade na terceira idade tem  implicações significativas para o desenvolvimento de intervenções preventivas e programas de saúde mental direcionados a essa população. 

Palavra chave: prevenção a ansiedade, saúde mental , idosos e atividade física. 

ABSTRACT: This scientific article addresses the relevance of physical activity as  an effective strategy in the prevention of anxiety in the elderly population. Anxiety is  a mental health problem that often affects seniors, impacting their quality of life and well-being. Physical activity has been recognized as a promising means to mitigate the symptoms of anxiety, as well as providing a number of physical and psychological benefits. In this study, we investigated the relationship between the regular practice of physical activity and the reduction of anxiety in the elderly,  considering the mechanisms underlying this effect. We reviewed studies that  demonstrate the positive influence of physical activity on the nervous system, brain neurochemistry, social interactions and self-esteem of the elderly. Understanding the link between physical activity and anxiety in old age has significant implications  for the development of preventive interventions and mental health programs targeted at this population. 

Keyword: anxiety prevention, mental health, elderly and physical activity. 

INTRODUÇÃO 

O envelhecimento da população é uma tendência global que traz consigo  desafios complexos para a saúde pública. Entre esses desafios, destaca-se a  prevalência de transtornos mentais, como a ansiedade, que pode ter um impacto  profundo na qualidade de vida dos idosos. A ansiedade na terceira idade é  frequentemente subestimada e mal diagnosticada, mas suas consequências podem  ser graves, incluindo declínio cognitivo, isolamento social e deterioração física. 

A atividade física tem ganhado crescente atenção como uma intervenção não  farmacológica para a saúde mental e a ansiedade. Estudos anteriores  demonstraram que a atividade física regular pode aumentar a liberação de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, conhecidos por seu papel na  regulação do humor e das emoções. Além disso, o exercício físico pode estimular a produção de endorfinas, substâncias que promovem sensações de prazer e bem estar (Teixeira, et al., 2019). 

No entanto, a relação específica entre atividade física e ansiedade na terceira  idade ainda requer uma análise mais aprofundada. Segundo Minghelli et al., (2013)  é crucial compreender como diferentes tipos de atividades físicas, duração,  intensidade e frequência podem influenciar os níveis de ansiedade em idosos. Além 

Além disso, é importante considerar fatores como a adesão em longo prazo, condições médicas subjacentes e barreiras potenciais à participação em atividades físicas. Este estudo tem como objetivo explorar as evidências científicas disponíveis  sobre os efeitos da atividade física na prevenção da ansiedade em idosos. Ao  compreender os mecanismos neurobiológicos, sociais e psicológicos envolvidos  nessa relação, esperamos contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes  de promoção da saúde mental na população idosa. A identificação de intervenções  que possam ser facilmente incorporadas ao estilo de vida dos idosos é fundamental  para mitigar os impactos negativos da ansiedade e melhorar seu bem- estar geral. Apresento como objetivo geral a importância da atividade física na terceira  idade como forma de prevenção a ansiedade, explorando de forma específica:  Descrever a relação entre a prática regular de atividade física e a prevenção da  ansiedade em idosos, explorar os benefícios das atividades físicas para a saúde mental e identificar os tipos de atividades físicas mais adequados. A prevenção da  ansiedade na terceira idade por meio de atividades físicas é um tópico importante, pois o envelhecimento frequentemente traz desafios emocionais e psicológicos. A prática regular de atividades físicas podem desempenhar um papel significativo na promoção do bem-estar mental. Foi realizada pesquisa e coleta de dados, pesquisa exploratória, apresentado fluxogramas e análises de estatística. 

A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO À ANSIEDADE NA TERCEIRA  IDADE ATRAVÉS DAS ATIVIDADES FÍSICAS 

A importância da prevenção da ansiedade na terceira idade através da atividade física é um tema relevante e significativo para o bem-estar geral dos  idosos. A ansiedade é uma condição mental que pode afetar pessoas em qualquer  idade, mas os idosos muitas vezes enfrentam desafios únicos que podem aumentar  o risco de desenvolver este mal. A atividade física regular pode desempenhar um  papel crucial na promoção da saúde mental e na prevenção da ansiedade nessa fase da vida (França; Murta, 2014). 

Cruz; Alberto; Hakamada (2013) conceituam alguns pontos que ilustram a  relação entre atividade física e prevenção da ansiedade na terceira idade: 

1. Liberação de Endorfinas: A prática regular de atividade física estimula a liberação de endorfinas que são neurotransmissores responsáveis por promover sentimentos de felicidade e reduzir o estresse. Isso pode ajudar a diminuir os sintomas de ansiedade e melhorar o humor. 

2. Redução do Estresse: O exercício físico ajuda a reduzir os níveis de cortisol,  o hormônio do estresse. Isso é particularmente relevante para os idosos, que podem  enfrentar estresses relacionados à mudanças na saúde, perda de entes queridos e outros desafios da vida. 

3. Melhora do Sono: A insônia e problemas de sono são comuns em idosos e podem contribuir para a ansiedade. A atividade física regular pode melhorar a qualidade do sono, promovendo um descanso mais profundo e reparador. 

4. Estímulo Social: Participar de atividades físicas em grupo, como aulas de ginástica ou caminhadas, pode oferecer oportunidades para interações sociais. O  contato social é importante para a saúde mental, reduzindo o isolamento e a solidão, fatores que podem contribuir para a ansiedade.

5. Aumento da Autoestima: Manter-se ativo fisicamente pode melhorar a autoestima e a autoimagem dos idosos. O sentimento de realização pessoal ao alcançar metas de condicionamento físico pode ter um impacto positivo na maneira como se percebem. 

6. Distração Positiva: A atividade física pode servir como uma distração  saudável dos pensamentos negativos e preocupações. Quando os idosos estão envolvidos em exercícios, suas mentes estão focadas nas ações do momento, o que pode ajudar a reduzir a ruminação ansiosa. 

7. Estímulo Cognitivo: Muitas atividades físicas envolvem coordenação motora, equilíbrio e aprendizado de novas habilidades. Esse estímulo cognitivo pode ser benéfico para a função cerebral e pode ajudar a manter a mente ativa e engajada. 

É importante observar que cada indivíduo é único, e a quantidade e o tipo de  atividade física que são adequados variam de acordo com as condições de saúde e  preferências pessoais. Sempre é aconselhável que os idosos consultem um  profissional de saúde antes de iniciar um programa de exercícios, especialmente se tiverem condições médicas preexistentes. 

Neste contexto, entende-se que a atividade física na terceira idade pode desempenhar um papel fundamental na prevenção da ansiedade, contribuindo para a saúde mental, emocional e física dos idosos. Incorporar uma rotina de exercícios  adaptados às suas capacidades individuais pode melhorar a qualidade de vida e promover um envelhecimento mais saudável e equilibrado (Sales; Moraes Filho; Freire, 2022). 

À medida que as pessoas envelhecem, é comum que enfrentam uma série de  mudanças em suas vidas, incluindo aposentadoria, perda de entes queridos,  diminuição da mobilidade e possíveis problemas de saúde. Esses fatores podem  contribuir para o desenvolvimento de ansiedade e outros problemas de saúde mental (Fernandes, et al., 2009). 

Segundo Meirelles,(1997: p.28) o envelhecimento é: “um processo dinâmico e progressivo onde há modificações tanto morfológicas como funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam a progressiva perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que culminam por levá-los à morte […]”.

Diante disso, Benedetti; Petroski; Gonçalves (2003) dizem que o envelhecimento é um processo natural e inevitável que afeta todos os seres  humanos. Com o passar do tempo, nosso corpo passa por uma série de mudanças  físicas, cognitivas e emocionais. Uma das questões que podem surgir durante o processo de envelhecimento é a ansiedade. A ansiedade pode ser desencadeada  por uma variedade de fatores, incluindo preocupações com a saúde, solidão, mudanças de vida significativas e a percepção das limitações físicas associadas à idade. 

ANSIEDADE NA TERCEIRA IDADE 

A ansiedade na terceira idade é um fenômeno que pode afetar a saúde  mental e o bem-estar dos idosos (Teixeira et al., 2019). Embora seja comum  associar a terceira idade com a tranquilidade e a aposentadoria, muitos idosos  enfrentam desafios emocionais, e a ansiedade é um deles (Bellora, 2021). Ela pode surgir devido a uma série de fatores,incluindo mudanças significativas na  vida, preocupações com a saúde, solidão, perda de entes queridos, aposentadoria e limitações físicas. 

Algumas causas específicas de ansiedade na terceira idade, segundo Almeida  et al (2022) incluem: 

1. Isolamento social: À medida que as pessoas envelhecem, podem enfrentar mais dificuldades para se conectar com amigos e familiares, o que pode levar a sentimentos de solidão e isolamento. Isso pode contribuir para a ansiedade, já que os idosos podem se sentir desconectados e negligenciados. 

2. Saúde física: As preocupações com a saúde aumentam com a idade, já que muitos idosos enfrentam condições crônicas de saúde. Essas preocupações podem se transformar em ansiedade em relação à saúde, medo de doenças graves ou de ficar dependentes de cuidados. 

3. Mudanças de vida: Eventos como a aposentadoria, a perda de um cônjuge  ou amigos próximos e a diminuição da independência podem desencadear sentimentos de incerteza e ansiedade sobre o futuro.

4. Preocupações financeiras: Muitos idosos enfrentam preocupações sobre  finanças, especialmente se não se planejaram adequadamente para a aposentadoria ou se estão enfrentando dificuldades econômicas. 

5. Mudanças cognitivas: À medida que envelhecem, algumas pessoas podem experimentar declínios cognitivos leves. Isso pode levar a preocupações sobre perda de memória e capacidades mentais, resultando em ansiedade. 

6. Falta de apoio emocional: Idosos que não têm um sistema de apoio sólido  podem sentir que não têm ninguém a quem recorrer quando se sentem ansiosos, o que pode agravar os sentimentos de preocupação. 

Segundo Lobo et al. (2012) é importante reconhecer e tratar a ansiedade na  terceira idade de maneira adequada, com isso destacam-se: 

Apoio emocional: Manter conexões sociais e criar um sistema de apoio pode ajudar a combater a solidão e o isolamento, que muitas vezes contribuem para a ansiedade. 

Terapia: A terapia, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC),pode  ajudar os idosos a aprenderem a lidar com pensamentos ansiosos e desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis. 

Atividades significativas: Participar de atividades significativas e prazerosas pode melhorar o humor e reduzir a ansiedade. 

Exercícios físicos: A prática regular de exercícios físicos tem sido associada à melhoria da saúde mental, incluindo a redução da ansiedade. 

Consulta médica: Em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos para ajudar a controlar os sintomas de ansiedade, se necessário. 

Grupos de apoio: Participar de grupos de apoio específicos para idosos pode proporcionar um espaço seguro para compartilhar experiências e estratégias de enfrentamento.

Nesse pressuposto Azevedo (2004) diz que nos transtornos ansiosos há  uma tendência a não se preocupar consigo mesmo, surgindo o desleixo, falta de preocupação com a aparência, etc. Há em geral preocupação fixa com um  determinado assunto, em detrimento de tudo em volta. O pensamento fica difícil. Há dificuldade de concentração, insônia e impaciência. Há queda da memória. 

O comportamento fica modificado e com características ligadas a personalidade de cada um, isto é, podendo ocorrer manifestações agressivas, depressão, etc. Algumas vezes pode haver atitudes que se confundem com a demência (Alvarenga et al., 2015). 

ATIVIDADE FÍSICA 

A atividade física é considerada como qualquer movimento corporal produzido  pelos músculos esqueléticos que resulte em gasto energético maior que os níveis de  repouso (Caspersen et al., 1985) ou ainda de acordo com Faria Junior (1999) é uma  forma de movimento humano, estruturado, ou terapêutico, 

“produzido por músculos esqueléticos resultando em um aumento substancial de dispêndio de energia, usualmente se manifestando em jogos ativos, desportos, ginástica, dança e formas de lazer ativo como cuidar do jardim, passear com o cachorro, caminhar, correr, pedalar, nadar, etc.[…}” (Morais, 2010). 

Além dos benefícios para o corpo, a atividade física também tem impacto  positivo na saúde mental. Manter-se ativo na sua rotina auxilia na redução dos  sintomas de depressão e ansiedade, assim como previne doenças do coração, osteoporose, diabetes e alguns tipos de câncer. Também contribui para o controle  da pressão arterial, para a redução dos níveis de colesterol e previne a perda de  massa muscular,conhecida como sarcopenia. Ainda, ao praticar atividade física em  grupo há a oportunidade de ampliar os vínculos sociais e fazer amizades. (Brasil,  2021). 

O Guia de Atividade Física Para População Brasileira de Idosos,em uma  nova publicação do Ministério da Saúde: 

“Promove o desenvolvimento humano e o bem-estar, ajudando a desfrutar de uma vida plena com melhor qualidade;
Aumenta a energia, disposição, autonomia e independência para realizar as atividades do dia a dia;
Melhora a capacidade para se movimentar e fortalece músculos e ossos; 
Reduz as dores nas articulações e nas costas;
Melhora a postura e o equilíbrio; Reduz o risco de quedas e lesões; 
Melhora a qualidade do sono; 
Melhora a autoestima e a autoimagem; 
Auxilia no controle do peso corporal; 
Melhora a saúde dos pulmões e do coração; 
Ajuda na manutenção da memória, atenção, concentração, do raciocínio e  do foco; 
Reduz o risco para demência, como a doença de Alzheimer” (BRASIL, 2021). 

De acordo com o Ministério da Saúde, a prática regular de atividade física na  terceira idade oferece uma série de benefícios significativos, incluindo a prevenção e o controle da ansiedade. Isso significa que a ansiedade é um problema comum entre os idosos, muitas vezes relacionado a mudanças significativas na vida,  preocupações com a saúde e o futuro, além da diminuição da rede social e do  senso de propósito. A atividade física por sua vez, pode ser uma ferramenta eficaz  para combater esses sentimentos ansiosos (Brasil, 2006). 

A atividade física tem sido amplamente reconhecida como um componente crucial para a saúde geral em todas as idades. Em idosos, ela oferece uma variedade de benefícios, incluindo a manutenção da função física, prevenção de  doenças crônicas e melhoria da saúde mental (Coelho; Júnior, 2015). Estudos têm  indicado que a atividade física regular pode ser uma estratégia eficaz na redução da ansiedade em idosos. No entanto, os mecanismos subjacentes a essa relação ainda estão sendo investigados. 

Sales; Morais Filho; Freire (2022) enfatizam que uma das maneiras pelas  quais a atividade física pode atenuar a ansiedade em idosos é por meio da  liberação de neurotransmissores e hormônios associados ao bem-estar, como  endorfinas e serotonina. Além disso, a prática regular de exercícios físicos está  relacionada ao aumento da autoestima, sensação de realização e melhoria da 

imagem corporal, o que pode contribuir para a redução dos sintomas ansiosos.  Além disso, a atividade física pode funcionar como uma forma de socialização,  ajudando os idosos a se conectarem com outras pessoas e a reduzirem o  isolamento social, um fator de risco para a ansiedade (Alvarenga et al., 2015).

METODOLOGIA 

Este estudo é uma revisão bibliográfica com estudos acadêmicos,  dissertações, teses e projetos de pesquisa, além de artigos científicos internacionais  disponíveis no Periódicos do CAPES e SciELO (Scientific Electronic Library Online) e de publicações disponíveis no Ministério da Saúde e APA. Tais publicações são  dos anos de 1985 à 2022. Foram selecionados dentro da literatura estudos que  continham palavras chaves de “prevenção a ansiedade, saúde mental, idosos e  atividade física”. 

RESULTADO E DISCUSSÃO 

Diante de diversos estudos que demonstram os benefícios da atividade física  para a saúde mental, incluindo a redução da ansiedade em pessoas de todas as  idades, incluindo idosos que têm ou não alguma comorbidade, faz-se necessário  uma discussão sobre o tema, que permite vislumbrar o contexto de práticas  preventivas para a ansiedade em si. 

A priori, a atividade física desempenha um papel fundamental na saúde e no  bem-estar dos idosos. Incentivar os idosos a se manterem ativos e a participar de  programas de exercícios adaptados às suas necessidades individuais pode ajudá-los  a desfrutar de uma qualidade de vida melhor e a envelhecer de forma mais  saudável. É importante adaptar os exercícios às necessidades individuais e respeitar  os limites físicos. Se houver problemas de saúde ou mobilidade reduzida, um  profissional de saúde pode ser consultado para desenvolver uma estratégia para  usar com o idoso (Coelho; Júnior, 2015). 

De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS) que reconhece a  importância da atividade física em todas as faixas etárias, incluindo os idosos, traz  inúmeros benefícios para a saúde física e mental. Neste sentido, o órgão oferece diretrizes e  recomendações específicas para a prática de atividades físicas em idosos, visando  melhorar a saúde e o bem-estar dessa população (Brasil, 2003). 

Dados do Ministério da Saúde mostram que as atividades físicas podem ajudar a reduzir a ansiedade em idosos através da liberação de endorfinas, isto é atividade física estimula a liberação de endorfinas, neurotransmissores que  promovem sensações de bem-estar e reduzem a sensação de dor. Isso pode ajudar a aliviar os sintomas da ansiedade (Apa, 2014). 

Por outro lado provoca também a redução do estresse, pois a prática regular de exercícios ajuda a reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, isso pode  resultar em uma diminuição da sensação de ansiedade. 

Segundo Belora et al. (2021) a prática de atividades físicas, permitem aos  idosos a oportunidade de socialização através de grupos de exercícios, como aulas  de ginástica em grupo ou esportes, pode proporcionar oportunidades de  socialização, o que é benéfico para a saúde mental, especialmente em idosos que  podem estar em risco de isolamento social. 

Conforme Fernandes et al. (2009) quando um indivíduo tem um foco ou uma distração, ele evita ter preocupações e pensamentos ansiosos, através de exercícios  físicos permite um foco saudável de forma que permita novos meios de promover  seu bem-estar. 

Além disso, é importante que a atividade física seja incorporada à rotina de  forma gradual e consistente à saúde mental. A consistência é mais importante do  que a intensidade, especialmente para os idosos, pois encontrar atividades que  sejam agradáveis e socialmente envolventes também pode aumentar a motivação  para mantê-las a longo prazo (Minayo; Cavalcante, 2012). Os mesmos autores  acrescentam ainda que a ansiedade na terceira idade é um problema de saúde  mental que afeta muitas pessoas idosas. Embora seja normal sentir alguma  ansiedade em resposta a situações estressantes, a ansiedade excessiva e crônica  pode ser prejudicial à saúde e à qualidade de vida das pessoas idosas, e existem  várias razões pelas quais a ansiedade pode ser mais comum na terceira idade (Minghelli et al., 2013). 

Brasil (2021) retrata que a ansiedade é uma preocupação comum entre os  idosos devido a várias razões, incluindo preocupações de saúde, solidão, mudanças  na vida e outros fatores. No entanto, a adoção de um estilo de vida saudável e a  prática regular de exercícios podem ajudar a reduzir a ansiedade e melhorar a  qualidade de vida dos idosos de várias maneiras. 

Por outro lado, entende-se que as mudanças na vida na terceira idade  frequentemente trazem novos comportamentos significativos na vida, como  aposentadoria, perda de entes queridos, problemas de saúde crônicos e isolamento  social. Essas mudanças podem desencadear sentimentos de incerteza e  preocupação, segundo Almeida (2004), tais comportamentos, podem desencadear  condições médicas crônicas, como doenças cardíacas, diabetes e doenças  neurológicas, podendo aumentar ainda mais o risco de ansiedade. 

Além disso, a introdução de alguns medicamentos usados para tratar condições  depressivas e ansiosas podem ter efeitos colaterais que afetam o humor (Lobo et al., 2012). 

Teixeira et al. (2019) argumenta que todas essas condições podem gerar solidão e consequentemente o isolamento social, pois à medida que as pessoas  envelhecem, podem perder conexões sociais devido a aposentadoria, morte de  amigos e familiares, mobilidade reduzida e outros fatores. No viés psicológico, tais  preocupações com declínio cognitivo, incapacidade física e dependência também  podem desencadear ansiedade. 

À medida que as pessoas envelhecem, podem perder a independência que  antes tinham. Isso pode gerar sentimentos de impotência e ansiedade em relação ao  futuro. É importante identificar a ansiedade na terceira idade e buscar ajuda  adequada. O tratamento pode incluir terapia, medicamentos, mudanças no estilo de  vida e apoio social. Além disso, é fundamental promover um ambiente de apoio e  compreensão para os idosos, incentivando o diálogo sobre seus sentimentos e  preocupações (Benedetti; Petroski; Gonçalves, 2003). 

A prevenção da ansiedade na terceira idade também é essencial e pode ser  alcançada por meio de estratégias como manter um estilo de vida saudável, buscar  atividades físicas e sociais, praticar técnicas de relaxamento e lidar proativamente  com problemas de saúde física e mental (Alvarenga, 2015). 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Em suma, a prevenção da ansiedade na terceira idade é um desafio  importante de saúde pública, dada a crescente proporção de idosos na população.  A atividade física surge como uma estratégia promissora e acessível para reduzir os sintomas ansiosos em idosos, melhorando sua qualidade de vida e bem-estar emocional. Investigações futuras podem aprofundar nossa compreensão dos mecanismos específicos pelos quais a atividade física influencia a saúde mental  nesta população, possibilitando o desenvolvimento de intervenções mais direcionadas e eficazes.

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1,2INSTITUIÇÃO FAMETRO
3Especializado em Neuropsicologia