PREVALENCE OF TRAUMA-ORTHOPEDIC DISORDERS IN TEACHERS AT THEUNIVERSITY OF GURUPI-UNIRG
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11243940
Nitiele Elizabete Cunha¹;
Warly Neves de Araújo².
RESUMO
Ensinar é uma atividade estressante, com repercussões evidentes na saúde física, mental e no próprio desempenho profissional dos professores, que, além de ministrar aulas, realizam trabalhos administrativos, planejamentos e orientam os alunos. Além disso, organizar atividades extracurriculares, participar de reuniões de coordenação, seminários, conselhos de classe, preencher relatórios e, muitas vezes, cuidar de patrimônios fazem parte da rotina de trabalho. O trabalho visa analisar a prevalência de distúrbios musculoesqueléticos em docentes que laboram na Universidade de Gurupi-UnirG. Realizou-se o trabalho através de uma pesquisa de campo exploratória e descritiva, caracterizada por uma abordagem qualiquantitativa dos dados coletados, durante a análise do problema com os docentes. O perfil dos entrevistados informa que a maioria é da área da saúde, tem entre 40 e 49 anos, pertence ao gênero feminino e é docente há mais de 10 anos. Em relação aos quadros de dor, grande parte informou dor na coluna lombar, uma região comum para dores em professores por causa das atividades que devem ser realizadas. O estudo cumpre com o objetivo de verificar a prevalência de distúrbios musculoesqueléticos nos docentes que laboram na Universidade de Gurupi-UnirG.
Palavras-chave: Dor Musculoesquelética. Saúde Física. Docentes.
ABSTRACT
Teaching is a stressful activity, with clear repercussions on the physical and mental health and professional performance of teachers, who, in addition to teaching classes, carry out administrative work, planning, and guide students. Furthermore, organizing extracurricular activities, participating in coordination meetings, seminars, class councils, filling out reports, and often taking care of assets are part of the work routine. This study aims to analyze the prevalence of musculoskeletal disorders in teachers who work at the University of Gurupi-UnirG. The research was conducted through exploratory, descriptive field research, characterized by a qualitative and quantitative approach to the data collected during the analysis of the problem with teachers. The profile of the interviewees indicates that the majority are from the health area, are between 40 and 49 years old, are female, and have been teaching for more than 10 years. Regarding pain conditions, most reported pain in the lumbar spine, a common region for pain in teachers due to the activities they perform. The study fulfills the objective of verifying the prevalence of musculoskeletal disorders in teachers who work at the University of Gurupi-UnirG.
Keywords: Musculoskeletal Pain. Physical Health. Teachers.
1. INTRODUÇÃO
O papel do docente abrange diversidade de atividades que vão além da ação de ensinar, sendo essas, planejamentos, trabalhos administrativos, orientação de estudantes, participação de reuniões, seminários, conselhos de classe, preenchimento de relatório, cuidar de patrimônios, e, outras. Todas as atividades listadas afetam diretamente a saúde física e mental desses profissionais, por se tratar de uma jornada extensa que interfere em diversos aspectos da vida do docente ⁴.
É exigido do docente uma faceta de múltiplas tarefas e uma cobrança de alta produtividade, contudo, as condições e condutas de trabalho, muitas vezes, são inapropriadas, como posturas inadequadas, movimentos repetitivos e o excesso na carga horária podem colocar o profissional em condições que venham a gerar lesões e dores. Estas podem ser convertidas em um Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT), trata-se de uma síndrome ocupacional que afeta aqueles que trabalham por longos períodos, os sintomas podem estar relacionados com sensação de fadiga muscular, dor, formigamentos ou pontadas, principalmente em membros superiores 15.
O Ministério da Saúde define DORT como danos decorrentes da utilização excessiva do sistema músculo esquelético e da falta de tempo para recuperação. A
Organização Mundial de Saúde caracteriza as condições musculoesqueléticas como “dor (muitas vezes persistente) e limitações na mobilidade e destreza, reduzindo a habilidade da pessoa de trabalhar e participar na sociedade. A dor vivida nas estruturas musculoesqueléticas é a forma mais comum de dor não proveniente de câncer”. Dados recentes apontam que quase 1,7 bilhões de pessoas apresentam problemas musculoesqueléticos em todo o mundo 11.
Dá-se como como Distúrbios Musculoesquelético as condições inflamatórias e degenerativas que podem atingir músculos, tendões, ligamentos, articulações, nervos periféricos e vasos sanguíneos. As síndromes clínicas que se encaixam nos distúrbios podem ser tenossinovite, epicondilite, bursite, síndrome do túnel do carpo, ciática, entre outras 19 .
A origem das lesões musculoesqueléticas pode ser apresentada por fatores ergonômicos e antropométricos, por exemplo, distância e tipos de equipamentos, excesso da jornada de trabalho, falta de intervalos, posturas indevidas, força excessiva nas tarefas e sobrecarga estática ou dinâmica. Para o caso docente, tem-se movimentos críticos que podem ser fatores determinantes na formação de lesões, movimentos repetitivos como escrever e apagar a lousa, andar pela sala de aula, permanecer em posição ortostática por muito tempo, além das tarefas como corrigir provas e uso diário do computador podem ocasionar lesões musculoesqueléticas 10.
Lesões por esforço repetitivos e Distúrbios osteomusculares relacionadas ao trabalho, possuem questões em comum, como é o caso da etiologia, que pode relacionar fatores psicológicos, biológicos e sociológicos para o desenvolvimento dos distúrbios. A multifatorialidade de LER e DORT envolve os fatores das dimensões, biomecânica, cognitiva, sensorial e efetiva das atividades propostas nos ambientes de trabalho 6.
O presente estudo teve como objetivo analisar a prevalência de distúrbios musculoesqueléticos em docentes que laboram na Universidade de Gurupi-Unirg.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Realizou-se a pesquisa no período de setembro a outubro de 2023, após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) e autorização pelo órgão competente, foi realizada uma busca ativa, pesquisa de campo, descritiva, que se caracteriza por uma abordagem quantitativa e qualitativa dos dados coletados. Foram feitas pela plataforma “Google Forms” durante a análise do problema com os servidores docentes, da Universidade de GurupiUnirG. Composta de 18 questões (Apêndice B), elaborado com perguntas objetivas e de fácil entendimento desenvolvido pelos autores do projeto.
O questionário foi disponibilizado via link aos docentes. Para ter acesso aos profissionais foi repassado o link ao coordenador do curso de fisioterapia da Universidade para posteriormente ser repassado aos coordenadores de cada curso profissional e assim repassado aos docentes. Juntamente com o questionário, em primeiro momento foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice A) para o profissional estar ou não de acordo com a pesquisa a que foi realizada.
Os critérios de inclusão adotados foram: docentes que laboram na Universidade de Gurupi – UnirG, e, que concordaram com a participação na pesquisa. Os critérios de exclusão foram: sujeitos que não preencheram corretamente a plataforma de questionário, sujeitos que não concordaram com o TCLE, e, os profissionais que se encontram de férias ou licença prêmio no período da pesquisa.
Informa-se que o trabalho foi submetido para aprovação junto ao Comitê de Ética em Pesquisa, conforme a resolução CNS 466/2012, por se tratar de uma pesquisa envolvendo seres humanos, e, que de modo direto ou indireto, envolveu indivíduos em sua totalidade ou partes, incluindo manejo de informações e materiais, sendo assim, a coleta de dados da pesquisa somente foi iniciada após a devida aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição UnirG e documentação comprobatória fornecida pelo CEP.
Após aprovação do CEP, o projeto foi encaminhado a Reitoria da Universidade de Gurupi – UnirG. Salientando que a pesquisa foi iniciada, apenas, após todas as aprovações serem concretizadas.
Para as análises estatísticas informatizadas usou-se o programa Microsoft Excel. Os dados coletados foram apresentados quantitativamente e analisados através da Estatística Descritiva, por meio de gráficos e tabelas, tabulação de dados, correlação, teste de significância e gráficos.
3. RESULTADOS
O quantitativo de docentes, conforme levantado em 2023, é de 319. Desses, apenas 8% dos pesquisados apresentaram interesse em responder o questionário digital e participar do estudo. Observa-se que fisioterapeutas tiveram maior interesse em participar da pesquisa, seguido de enfermeiros e médicos (Figura 1).
Figura 1. Distribuição em porcentagem conforme categoria profissional dos docentes.
Na Figura 2 nota-se a variedade na faixa etária dos docentes que participaram da pesquisa, tendo as idades entre 40 aos 49 referentes o maior percentual de participação. A Figura 3 apresenta que o gênero feminino teve um interesse consideravelmente maior do que o gênero masculino em responder o questionário, com um valor de 73%.
Figura 2. Percentual dos docentes por faixa etária.
Figura 3. Percentual dos docentes por gênero.
A figura 4 apresenta que 73% dos participantes são concursados, e, que os contratados tiveram menor participação, sendo um total de 12%. Em relação ao tempo de docência, a maioria dos profissionais possuem entre 10 a 20 anos (figura 5), e, apenas 19% possuem mais do que 20 anos de trabalho como docentes.
Figura 4. Distribuição conforme modalidade de trabalho.
Figura 5 –Distribuição por percentual em relação ao tempo de docência.
Na figura 6, 54% dos pesquisados tem jornada de trabalho semanal de 40 horas, período comum para trabalhadores brasileiros, leva-se em consideração que um percentual considerável de 15% apresenta jornada de trabalho semanal de 60 horas. Na figura 7, notase que 77% dos docentes possuem dedicação exclusiva a atividade.
Figura 6 –Quantitativo de jornada de trabalho semanal dos docentes.
Figura 7 –Percentual de docentes com dedicação exclusiva.
A figura 8 apresenta o local do quadro álgico, dos pesquisados 31% afirma não ter quadro doloroso e 8% apresenta dor generalizada. A dor na coluna lombar apresentou maior percentual, sendo de 34%. Como mostrado na figura 9, 31% dos pesquisados apresentam EVA 4, o que indica que os docentes estão em um quadro doloroso classificado em dor moderada.
Figura 8 – Distribuição percentual por local do quadro álgico.
Figura 9 -Distribuição em percentual de quadro álgico predominante.
A figura 10 mostra que 56% dos pesquisados não apresenta lesão por causa de atividade docente, por outro lado, 27% relata dor na lombar, 7% lesão na mão e ombro, 4% lesão no tríceps Sural e face plantar e 4% lesão no joelho. A figura 11 relata os docentes que possuem diagnostico de disfunção musculoesquelética instalada, metade dos pesquisados não apresenta lesão, enquanto que, 15% apresenta bursite/hérnia de disco torácica e lombar. Mesmo com a presença de dores e/ou lesões, apenas 27% dos docentes foram afastados de atividade docente (Figura 12).
Figura 10. Percentual da Localização anatômica com relato de lesão devido atividade de docência.
Figura 11. Percentual de docentes com diagnóstico de disfunção musculoesquelética instalada.
Figura 12. Percentual de afastamento da atividade docência devido lesão/dor.
A relação da necessidade de uso de analgésicos ou anti-inflamatórios apresentada na figura 13 mostra que 58% afirma usar a medicação. Os relatos de fadiga entre os docentes é 58% conforme a figura 14, relacionando, tem-se na figura 15 que para 31% dos docentes o nível de descanso é insuficiente. O uso da lousa é feito com frequência por 62% dos docentes, como relatado na figura 16, além disso, 88% dos docentes permanecem por longo período em ortostatismo no período em que se encontra ministrando aula (figura 17).
Figura 13. Percentual de docentes que fazem uso recorrente de analgésicos ou antiinflamatórios.
Figura 14. Percentual dos docentes com relato de fadiga devido a atividade como docente.
Figura 15. Percentual da classificação do nível de descanso dos docentes.
Figura 16. Percentual dos docentes que utilizam com frequência a lousa na sala de aula.
Figura 17. Percentual de docentes que permanecem por longo período em ortostatismo no período em que se encontra ministrando aula.
A figura 18 representa a classificação do nível de atividade física, onde 39% dos docentes se dizem ser ativos, 26% muito ativo, 19% se descrevem como pouco ativo e 16% informam ser sedentários.
Figura 18. Distribuição em porcentagem dos níveis de atividade física dos docentes.
4. DISCUSSÃO
O número de professores que apresentam sinais de doenças musculoesqueléticas cresce periodicamente, os países com maior percentual de profissionais docentes com DME são Egito, Tailândia, Brasil e Malásia. Existem os fatores de risco individuais que estão relacionados com DME e os fatores de risco físico ergonômicos Abdul Rahim et al., 20221.
A categoria profissional dos docentes que responderam ao questionário online foi diversa, sendo que, 50% foram fisioterapeutas, 15% enfermeiros, 7% médicos, as demais porcentagens foram atribuídos as categorias listadas na figura 1, nota-se a prevalência de docentes relacionados a área da saúde interessados em responder ao questionário.
Sabe-se que a prevalência de lesões musculoesqueléticas aumenta com o passar dos anos, visto que, por volta dos 50 anos os sintomas musculoesqueléticos se tornam ainda mais comuns Palmer; Goodson, 201518. Em um estudo realizado por Korkmaz et al., 201113 obteve-se que a professores com idade entre 40 a 49 anos apresentaram sinais de dores musculoesqueléticas, o resultado foi justificado por causas naturais do próprio corpo. É mostrado que a segregação profissional obriga mulheres a terem empregos com maiores riscos ergonômicos, como na docência, e, por isso apresentam prevalência de lesões 7 13. Nesse estudo, obteve-se na figura 2 que 38% dos docentes estão com idade entre 40 a 49 anos, seguidos de 27% com idade entre 50 a 58 anos; em relação ao gênero, podendo ser observado na figura 3 que o percentual de docentes do sexo feminino que responderam ao questionário foi de 73%, e, 27% do sexo masculino. Nota-se que as dores musculoesqueléticas são mais comuns em docentes do sexo feminino, que relatam dores na, lombar, ombros, joelho, cervical, trapézio e quadril.
Os profissionais docentes estão constantemente expostos a diversos fatores de risco, e o passar do tempo na docência aumenta significativamente os riscos de lesões musculoesqueléticas. Dados apontam que educadores com mais de 3 anos de experiência profissional possuem maior possibilidade de desenvolverem lesão musculoesquelética no pescoço 1 12. Conforme apresentado, nas figuras 4 e 5 que 73% dos que responderam ao questionário são concursados, 15% preceptores e 12% contratados. Nota-se a relação do tempo de docência dos pesquisados, a maioria apresentou entre 10 a 20 anos de docência, com 58%, enquanto que 19% possuem mais de 20 anos de tempo de ensino, assim a relação entre o risco de lesões e o tempo de profissão é justificado pelo período prolongado em que os docentes são expostos a atividades de risco, como o uso constante de lousa, muito tempo em ortostatismo ministrando aula, longos períodos sentados corrigindo ou elaborando atividades.
A carga horária de trabalho é um importante fator para o desenvolvimento de lesões musculoesquelética. No estudo de Lee et al., (2018)14 foi relatado o aumento de dores em membros superiores e inferiores à medida que a jornada de trabalho semanal aumentava, cerca de 18,4% dos trabalhadores tinham carga horária semanal de mais de 52 horas, a justificativa atribuída para o aumento das dores foi de movimentos e posturas inadequadas, longos períodos em pé ou sentados, e fatores psicossociais 1. Relacionando com o presente estudo, registrou-se nas figuras 7 e 8 que 54% dos profissionais docentes trabalham 40 horas semanais, contudo, 15% excedem essa carga horária e trabalham 60 horas semanais, ficando exposto a maior risco. Sabe-se que 77% dos pesquisados tem dedicação exclusiva de suas atividades como docentes, justificando o percentual de profissionais que trabalham mais do que as 40 horas semanais.
Um estudo entre professores da cidade de Veneza mostrou que entre os profissionais entrevistados 14,6% apresentaram problemas musculoesqueléticos, sendo que a maioria foi diagnosticado com hérnia de disco lombar 21. As dores na lombar são uma preocupação, pelo fato de a lombalgia ser uma dar principais causas da incapacidade em diversos países 8.
Existem diversos fatores que são relacionados com a lombalgia em professores, como idade, sobrepeso, carga horária de serviço, tempo de emprego, além disso, a realização de atividades como longos períodos sentados ou em pé, trabalhar por longas horas no computador e corrigir atividades são associadas ao risco de desenvolvimento de dores na coluna lombar. Em professores, a dor na lombar aparenta ser mais prevalente do que na parte superior 9 16.
Um estudo realizado na China apontou prevalências de 48,7% de dores no pescoço e nos ombros e 45,6% de dores na lombar entre os professores 24. O atual estudo apresenta a distribuição por local do quadro álgico, é notório a prevalência de dor na coluna lombar, visto na figura 10 e 11 que 34% dos docentes entrevistados se queixaram de dores nessa região e 15% dos docentes relataram apresentar diagnóstico fechado de hérnia de disco torácica e lombar. Em nexo na figura 17 88% dos docentes alegaram ficar por longos períodos em ortostatismo enquanto ministram aula.
A Escala Visual Analógica da Dor (EVA) tem como objetivo determinar a severidade do desconforto corporal das pessoas que são entrevistadas 5. Um estudo de 2019 sobre desordens musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho de professores mostrou que muitos empregados reclamavam de ocorrência de dores musculoesqueléticas em diversas partes do corpo, na EVA foi relatado entre empregados com mais de 50 anos dores moderadas no segmento cervical da coluna e na região do segmento lombos sacral da coluna 17. No presente estudo mostrou-se que na figura 9 o maior percentual dos entrevistados apresentou uma classificação EVA= 4, considerada como dor moderada; ademais, 4% estão em situação EVA 9, classificada como dor intensa.
Em um estudo feito em escolas brasileiras mostrou que entre os professores que participaram da pesquisa, 14,7% foram afastados de suas funções por motivos de distúrbios musculoesqueléticos 3. Pôde-se observar que, no presente estudo, na figura 13 que 27% dos pesquisados foram afastados das atividades por motivos de lesão ou dor.
À medida que o nível de dor aumenta, as pessoas tendem a recorrer a medicamentos, como analgésicos ou anti-inflamatórios, sem a consulta com especialistas e de forma recorrente 23. O uso de medicamentos é recorrente em 58% dos pesquisados, que pode ser notado na figura 13 relacionando com a distribuição em percentual de quadro álgico predominante, nota-se na figura 9 que 77% dos docentes apresentaram algum nível de dor, entre moderada e elevada.
A rotina do docente pode gerar diversas condições que são dadas como fadiga, sendo elas dores musculares, cansaço físico e mental. Essa condição de fadiga interfere no rendimento educacional do profissional. Na figura 14 pode ser observado que 58% dos docentes relataram quadro de fadiga por causa da atividade docente. E o quadro de fadiga deve ser relacionado com o descanso dos docentes, sabendo que na figura 15 50% relataram descanso razoável e 31% insuficiente, desse modo observa-se que a falta de descanso considerada suficiente entre os profissionais docentes justifica o estado de fadiga relatado pela maioria dos entrevistados 2.
Os exercícios físicos realizados com frequência e de forma adequada são capazes de reduzir dores musculoesqueléticas em diversas regiões do corpo, como ombros, punho, coluna cervical, torácica e lombar 20. Com relação ao nível de atividade física observados na figura 18 entre os docentes investigados, houve um percentual de 39% que se classificou como ser ativo, 26% muito ativo, 19% pouco ativo e 16% sedentário.
Existem formas de prevenir as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho em professores, de forma simplificada, menciona-se palestras sobre saúde ocupacional, treinamentos presenciais em ergonomia, folhetos informativos e cartazes. Essas atividades se mostram efetivas no controle e prevenção de lesões que possam ocorrer 22. A prevenção de doenças musculoesqueléticas deve ser seguida com fatores de proteção importante, tais quais, apoio no local de trabalho, exercícios físicos regulares e percepção da própria saúde8.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As limitações amostrais do estudo, os dados apresentados e relevantes, uma vez em que as prevalências de sintomas osteomusculares e fadiga mento nos docentes, sugere-se estudos mais robustos que confirmem os dados, de medidas que previnam o adoecimento desses Docentes. Os dados demonstram uma situação de lesões em membro superiores pôr o uso de lousa onde teve uma porcentagem elevada de docentes que ainda faz o uso da lousa. Desse modo, a pesquisa pode auxiliar no planejamento de novas ações no combate à pandemia do trauma. Ademais, almeja-se a contribuição no espectro da gestão dos serviços de saúde, objetivo e fornecendo subsídios para o desenvolvimento de estratégias de organização contra as difusões traumato-ortopedica nos docentes da Universidade de Gurupi – UnirG.
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¹Graduanda em Fisioterapia pela
Universidade de Gurupi-TO,
UNIRG, Brasil.
E-mail: Nitty08@outlook.com
²Fisioterapeuta especialista em
fisioterapia em traumatoortopédico, Universidade de
Gurupi-TO, UNIRG, Brasil.
E-mail: Warlynevesara@gmai.com