PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA PERSPECTIVA DAS FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202410301206


Carolina Medeiros Gonçalves de Araújo Fernandes
Kássia Myreille Machado
Marilene de Sousa Bezerra
Nilma Lopes da Silva


RESUMO:

Este artigo discutirá a partir das fases do desenvolvimento infantil como deve ser as práticas pedagógicas para crianças com deficiências na Educação Infantil, pois é a prática pedagógica exercida pelo educador em instituições infantis que têm esses alunos que irá fazer com que o mesmo desenvolva as competências e habilidades pertinentes desta modalidade que fará com que o mesmo seja inserido no processo ensino aprendizagem da Educação Infantil, se essa prática desenvolvida é uma ação planejada, onde a criança é vista como um ser incapaz de aprender ou de inserir-se no processo de ensino aprendizagem como os demais alunos da escola, além de verificar se a prática exercida tem o apoio e o envolvimento de todos os interessados no processo de desenvolvimento dessa criança em questão.

Palavra-chave: Desenvolvimento, práticas pedagógicas, deficiências, competências e habilidades.

ABSTRACT:

This article will discuss, based on the stages of child development, what pedagogical practices should be like for children with disabilities in Early Childhood Education, as it is the pedagogical practice carried out by the educator in children’s institutions that have these students that will make them develop the skills and relevant skills of this modality that will make it inserted into the teaching-learning process of Early Childhood Education, if this practice developed is a planned action, where the child is seen as a being incapable of learning or being incapable of being included in the teaching-learning process like other students at the school, in addition to checking whether the practice carried out has the support and involvement of all those interested in the development process of this child in question.

Keywords: Development, pedagogical practices, deficiencies, skills and abilities.

1. INTRODUÇÃO

A prática docente na perspectiva do desenvolvimento infantil de crianças com deficiência na Educação Infantil, deve ser uma ação conjunta com todos os envolvidos que pretendem incluir o aluno neste perfil no processo de ensino aprendizagem, onde essa ação pedagógica deve ser planejada e voltada para a valorização das diferenças do aluno, fazendo o educando sentir-se parte do processo e incluso aos demais mesmo diante da sua deficiência. Para tal prática pedagógica existem suporte e apoio de profissionais na área afim e cabe a todos os atores do processo reconhecer qual seu papel e como desempenhar o mesmo, fazendo com que seja garantida e concretizada o processo de aquisição do conhecimento e desenvolvimento de todos os alunos com deficiências e os demais.

Pensando nessa prática docente diante de alunos com deficiências, este estudo foi organizado da seguinte maneira: inicialmente foi realizada a pesquisa exploratória acerca do tema do artigo, com o método quanti-qualitativo e a técnica de observação e aplicação de questionário direcionado para os professores do Centro infantil pesquisado, que contempla em sua comunidade escolar alunos com deficiências. Este estudo justificou-se, por observar a dificuldade encontrada pelos professores diante de crianças com deficiências, se as práticas pedagógicas exercidas levam a criança ao desenvolvimento pertinente à fase em que se encontram ou se são considerados apenas mais um aluno que não aprendem, isto porque, são deficientes.

Para tanto é necessário que haja engajamento de todos os envolvidos no processo de inserção desses alunos no processo escolar, assim como no seu desenvolvimento pessoal como ser humano integral, compreendendo como acontece e deve ser essa inserção e desenvolvimento e identificando como deve ser a atuação do educador diante desse perfil de aluno, além de refletir sobre as ações da família, da escola e dos suportes de apoio voltados para o processo escolar desses alunos, sabendo que é a ação de todos que efetiva de fato tal processo.

Sendo assim, o presente artigo tem como objetivo verificar e avaliar a prática docente diante de crianças com alguma deficiência, se a mesma é uma ação coerente a realidade do aluno e de encontro às suas necessidade, significando uma ação planejada constantemente pelo educador para execução de atividades possíveis e necessárias para o desenvolvimento da criança com deficiência, efetivando assim a inserção deste educando no processo de ensino aprendizagem dentro de suas limitações além de incluir o mesmo aos demais alunos.

2. AS FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Algum momento da nossa vida acontece uma relação próxima com crianças pequenas. Essa ocorre por motivos diversos e proporciona-nos diferentes níveis de conhecimento do mundo infantil. De toda maneira, provavelmente estaremos de acordo que, no decorrer do período que vai desde o nascimento até os seis anos, ocorrem mudanças evidentes, espetaculares, bastante visíveis, que nos permitem considerar que as crianças pequenas cada vez mais formam parte de nossa cultura e de nossa comunidade e que, a cada dia, vão-se tomando mais parecidas com as pessoas adultas como destaca Vygotsky (1996):

O desenvolvimento através da criação de zonas de desenvolvimento potencial pode definir como a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial determinado através da resolução de um problema sob a orientação de uma pessoa adulta ou com a colaboração de um companheiro mais capaz.

As experiências vivenciadas de 0 a 6 anos de idade são fundamentais na formação do ser humano. É um fato que o que se aprende nessa fase pode deixar marcas para o resto da vida. Mas a verdade é que o atendimento educacional a essa faixa sempre primou pela improvisação, porém há ainda aquelas que visam o desenvolvimento integral colocando em foco e como principal sujeito desse jogo a criança, como define Vasconcellos (2011 apud Wallon, 1995): “[…] a evolução natural da criança, deve ser vista como um ser social em desenvolvimento, pensada em termos das relações sociais que estabelece considerada em sua individualidade e possibilidades”.

Levando em conta que é nas instituições infantis que muitas crianças passam a maior parte do dia, é essencial que sejam atendidas por profissionais que lidem bem com todas as nuances da educação infantil, que saibam o que e como estimular numa criança em determinada idade. É preciso, sobretudo, chamar os pais à escola, fazê-los participar do processo, para que eduquem seus filhos com maior segurança e sinta sua responsabilidade dividida com profissionais competentes a área, fazendo dessa uma educação de prática reflexiva e transformadora como diz Larrossa (1998): “[…] avançando a uma prática reflexiva e transformadora”. A tarefa, pois, consiste em “devolver à infância a sua presença enigmática”.

O que se espera de uma instituição de educação infantil é que, através das brincadeiras e situações do cotidiano, estimule o desenvolvimento integral da criança: dos cinco sentidos, do raciocínio lógico, da capacidade de comunicação e de socialização com os colegas e adultos. É a fase certa para incentivar autoconfiança e criatividade, e passar uma noção de limites e respeito ao próximo. É a hora de ensinar-lhe a ajudar, cooperar e participar de um grupo. É o momento adequado para que aprenda a respeitar o meio-ambiente, através de regras bem simples e acessível a ele, ou seja, cabe ao Educador aprender com o sujeito que lhe foi confiado estimulando e compreendendo e adequando a realidade de cada um como ressalta Edwards (1999): “[…] uma sociedade humana parece ser um pré-requisito necessário para terem-se escolas humanas, onde os professores sejam capazes de aprender com as crianças e com seu ambiente”.

Para que tais ações sejam compreendidas é necessário que a criança passe por três grandes fases que se inter-relacionam: maturação, desenvolvimento e aprendizagem. Maturação é tão somente às mudanças que ocorrem ao longo da evolução dos indivíduos, as quais se fundamentam na variação da estrutura e da função das células, ou seja, está estritamente ligada ao crescimento, portanto aos aspectos biológicos, físicos e evolutivos das pessoas. Desenvolvimento é por sua vez à formação progressiva das funções propriamente humanas (linguagem, raciocínio, memória, atenção, estima), onde se põem em andamento as potencialidades dos seres humanos, sendo um processo interminável, no qual se produz uma série de saltos qualitativos que levam de um estado de menos capacidade: dependência para um de maior capacidade mais: autonomia. A aprendizagem é, portanto o produto da maturação e do desenvolvimento humano, isto é tudo o que o indivíduo apropria-se e estabelece um conceito de maneira autônoma e particular, mas articulada e mediada no seu meio social é o que falam Filho et al (2009 apud Piaget, 1978):

Em resumo, a criança assimila e acomoda simultaneamente para manter-se em equilíbrio e continuar com seu processo de desenvolvimento cognitivo. Pela sua experiência com o mundo dos objetos, realizando operações de classificação/comparação e diferenciação, ela construirá simultaneamente, seu pensamento e sua linguagem, a partir de sua inteligência prática.

De zero a seis anos, ocorre um processo de complexidade do ser humano que não se repetirá durante seu desenvolvimento. As crianças, quando nascem, necessitam de cuidados mínimos e de atenção não muito complexa, comer e dormir certas horas e receber atenção às demandas que o recém-nascido começa a fazer. À medida que vão crescendo, aumenta a complexidade de suas demandas, aumenta sua capacidade de resposta, se tornam mais complexas as realidades em que vivem passando do âmbito relacional reduzido ao estabelecimento de relações com pessoas mais alheias e desconhecidas, a ter necessidade de valer-se por si mesmas, de garantir-se sem a presença constante das pessoas mais próximas.

Vale ressaltar que o biológico também se faz presente no desenvolvimento infantil humano, a herança genética de sua família interfere nas condições de aprendizagem não somente o meio, mesmo sendo este também peça no quebra cabeça desenvolvimento infantil.

O desenvolvimento da espécie humana é, portanto, o resultado de uma interação entre o programa de maturação inscrito geneticamente, a estimulação social e pessoal que a criança recebe das pessoas que a cuidam. Logo, entende-se que os aspectos psicológicos de desenvolvimento não estão predeterminados. Mas que são adquiridos mediante a interação com o meio físico e social que envolve as crianças desde o seu nascimento, pois o ser humano é produto daquilo que necessita e almeja, sendo, portanto, produto do meio, o que o meio lhe oferece é adequado ao que necessita como destaca Leontiev (1978, p. 267): “[…] o que a natureza lhe oferece quando nasce não lhe é suficiente para que possa viver em sociedade”.

Assim, entre zero a dois anos a criança tem uma aprendizagem da coordenação motora elementar, a linguagem ainda é primitiva até a construção de frases simples, acontece o desenvolvimento da percepção, adquire noção de permanência do objeto, aparecem às preferências afetivas e ainda surge o início da compreensão de regras. Já por volta dos dois aos seis anos acontece o desenvolvimento com o domínio da linguagem, animismo, finalismo e antropocentrismo/egocentrismo, isto é, os objetos são percebidos como tendo intenções de afetar a vida da criança e dos outros seres humanos, brincadeiras individualizadas, limitação em se colocar no lugar dos outros, possibilidade da moral da obediência, isto é, que o certo e o errado são aquilo que dizem os adultos além do desenvolvimento da coordenação motora fina.

3. AÇÕES PEDAGÓGICAS DIANTE DE CRIANÇAS COM ALGUMA DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Diante de crianças deficientes na Educação Infantil onde estas estão entre as fases sensório motor e pré-operatório, que são primordiais ao desenvolvimento infantil integral nesta modalidade, pois acontece o desenvolvimento elementar da coordenação motora, a aquisição da autonomia, das preferências, da linguagem, a socialização, o respeito a regras e para com o outro, o desenvolvimento dos sentidos da percepção, da coordenação motora fina, entre outros. É nesta perspectiva de desenvolvimento que o docente deve estar atento às suas práticas pedagógicas, ou seja, que atendam de maneira ao desenvolvimento das habilidades e competências da Educação Infantil e também a inclusão das necessidades individuais de cada aluno seja ela física, afetiva ou cognitiva. Para isso se faz necessário que o educador esteja constantemente em busca de meios para amenizar tais dificuldades, com a execução de planos bem elaborados e voltados para essa premissa e na perspectiva da integração dessa criança em um meio social propício e favorável à aprendizagem, pois o meio é uma grande influência para tal finalidade como destaca Vasconcellos (2011 apud Jean Piaget, 1971):

O conhecimento não pode ser concebido como algo predeterminado desde o nascimento (inatismo), nem como resultado do simples registro de percepções e informações (empirismo). Resulta justamente das ações e interação do sujeito com o ambiente onde vive para ele o conhecimento é uma construção que vai sendo elaborados desde a infância através de interações do sujeito com os objetos que procura conhecer, seja eles do mundo físico ou cultural.

Pensando nas ações pedagógicas diante de crianças com alguma deficiência cabe ressaltar que as instituições de educação infantil devem pensar e repensar num meio elaborando propostas pedagógicas que devem ser exercidas de maneira planejada constantemente e voltada para diversidade dos personagens que fazem parte deste processo, pois as mesmas devem contemplar as necessidades de sua clientela, oportunizando a todos meios de aprender e desenvolverem-se integralmente e de acordo as competências e habilidades da Educação Infantil, dentre elas o desenvolvimento das linguagens, da autonomia, aquisição de cultura, da identidade e o processo de estímulo ao desenvolvimento da cognição e outros. Essas ações pedagógicas devem atender às diferenças e ritmos de cada criança, sabendo que é nesta fase que a mesma apresenta estar em toda ebulição de seu desenvolvimento por ser a primeira etapa do ensino e apresentarem prontidão ao desenvolvimento como destaca Mendes (2010, p. 47-48):

[…] os primeiros anos de vida de uma criança tem sido considerados mais importantes. Os três primeiros anos, por exemplo, são críticos para o desenvolvimento da inteligência, da personalidade, da linguagem, da socialização, etc. A aceleração do desenvolvimento cerebral durante o primeiro ano de vida é mais rápida e mais extensiva do que em qualquer outra etapa da vida, sendo que o tamanho do cérebro praticamente triplica neste período. Entretanto, o desenvolvimento do cérebro é muito mais vulnerável nessa etapa e pode ser afetada por fatores nutricionais pela qualidade da interação, do cuidado e da estimulação proporcionadas à criança.

E para tanto deve ser garantido à criança meios adequados que possibilitem seu desenvolvimento como cidadão e ser em formação e para isso a inclusão da criança no meio escolar com a finalidade de adquirir uma educação de qualidade e voltada para seu desenvolvimento desde a primeira infância, hoje é um requisito garantido por lei como consta escrito no Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8069 De 13 de Julho de 1990, Artigo dois, parágrafo único: “A criança é um sujeito, como todo ser humano, que está inserida em uma sociedade, deve ter assegurado uma infância enriquecedora no sentido de seu desenvolvimento, seja psicomotor, afetivo ou cognitivo”.

A educação infantil é o momento de interação da criança com o mundo, com todos os que a cercam e com ela mesma. Com isso, o desenvolvimento da criança deve ser acompanhado desde o nascimento é o diz Vasconcellos (2011 apud Wallon, 1934):

A criança deve ser estudada na sucessão das etapas de desenvolvimento caracterizadas pelos domínios funcionais da afetividade, do ato motor e do conhecimento, entendidos como sendo desenvolvido primordialmente pelo meio social.

Partindo desse ponto a Educação Infantil deve ser suporte de complementação ao desenvolvimento infantil assim como o meio e família é fato que todos os envolvidos tenham consciência de suas ações, pois é por meio delas que a criança constrói e reconstrói conceitos e edifica conhecimentos com ressalta Vasconcellos (2011 apud Mahoney, 2002):

Todos os envolvidos com a educação infantil tenham consciência de que suas ações têm consequências não só no momento atual do desenvolvimento da criança, como também nos posteriores. É nesse momento que a criança está mais propensa à formação de complexos, ou seja, atitudes que podem marcar de forma prolongada seu comportamento em relação ao meio.

Assim as ações pedagógicas a serem executadas para o desenvolvimento de alunos com deficiências na Educação Infantil devem ser condicionadas a um ambiente favorável e em um clima também propício ao processo de desenvolvimento das habilidades inerentes a educação, pois não é somente para saciar a fome, a sede e o sono, mas também cuidados físicos, psicológicos, intelectuais e sociais, o educar significa propiciar ocasiões de brincadeiras e aprendizagens orientadas contribuindo assim para o desenvolvimento das capacidades infantis, considerando a individualidade das crianças e propiciando uma educação através do planejamento para enriquecer suas competências e através destes estabelecer uma aprendizagem significativa.

Cabe então ao educador executar práticas voltadas aos três grandes seixos da Educação Infantil que são:

  • O brincar: permite o enriquecimento das competências imaginativas e organizacionais infantis, sendo apresentadas nas diferentes formas, brincar com papéis ou faz de conta, jogos de construção e jogos com réguas;
  • O movimento: para a criança desenvolver os aspectos físicos, sociais e emocionais não será necessário que ela participe de uma aula de educação física ou precise de um espaço em que ela possa correr, mas sim que ela participe de rodinhas com seus coleguinhas tendo a presença de um adulto para orientá-las nas atividades, permitindo a troca afetiva, facilitando a comunicação, sustentando a reflexão mental, expressão de ideias, apoiando a construção do sujeito para melhor desenvolver seus aspectos;
  • Conhecimento de si e do outro: quando a qualidade da convivência dentro do grupo é boa, a criança aprende a ser autônoma nas capacidades motora, social, intelectual e moral.

É importante afirmar então que a participação de todos os envolvidos é de grande importância e, portanto é necessário que estejam trabalhando conjuntamente e falando a mesma língua para acontecer o aprendizado nestas crianças, atividades como estímulos com brincadeiras como músicas, danças, jogos e brinquedos diversos, atividades para serem executadas em papel como pinturas, colagens, rabiscos e exercícios de estimulação massagem, exercícios psicomotores e outras atividades realizadas em ambientes propício a esses estímulos e também são consideradas as ações pedagógicas aquelas que estão relacionadas à higiene e alimentação como fonte de estímulos e aprendizagem.  De maneira a estimular ou incentivar a execução com os alunos de forma autônoma e valorizando suas particularidades, buscando na história de cada um suas dificuldades e incluindo-as no processo para que de forma planejada e pensada seja assim efetivado o processo de ensino aprendizagem dentro da idade e fase em que as crianças portadoras de necessidades especiais estão na Educação Infantil.

Portanto as práticas desenvolvidas diariamente têm que ser planejadas de acordo com as necessidades das crianças e sua faixa etária, realizando atividades particulares ou em grupo, livres ou administradas, diversificadas ou exclusivas, fora ou dentro da sala, atividades envolvendo a psicomotricidade como pular, correr, dançar, andar, utilizar os brinquedos como mediador de conhecimento, realizar leituras e contos infantis, trabalhar música, realizar festividades de acordo com as datas comemorativas presentes no calendário escolar, pois desta forma estará trabalhando a cultura, além de realizar atividades gráficas estimulando a criança utilizar a imaginação e a criatividade para expressar seus sentimentos através de desenho, pintura e colagem, ressaltando que o principal papel do professor é ensinar e auxiliar nas atividades realizadas objetivando sempre o desenvolvimento da responsabilidade, da independência e da capacidade de livre escolha da criança, sendo necessário que o mediador trabalhe de uma forma dinâmica, desenvolvendo uma metodologia significativa e voltada para a diferença e voltada para a diversidade e as particularidades de cada criança, desenvolvendo assim uma prática integradora e significativa no que tange aprender e desenvolver na Educação Infantil.

4. RESULTADOS DA PESQUISA

Foi realizado um estudo acerca do tema: Práticas pedagógicas na perspectiva das fases do desenvolvimento infantil de crianças com deficiências na Educação Infantil, em uma instituição de ensino infantil, cujo trabalho foi realizado no ano de 2024.

Este estudo teve como início a elaboração do projeto de pesquisa, onde foi utilizada uma pesquisa exploratória quanti qualitativa, por meio da observação e realização de um levantamento de informações feito através de um questionário direcionado ao corpo docente da instituição analisada, sendo composta de 7 professoras.

Os resultados dos dados da pesquisa foram apresentados por meio de tabelas para a análise exploratória destes.

Analisando os dados levantados com as professoras as tabelas abaixo evidenciam que para essas docentes na sua maioria a função do Educador Infantil é desenvolver competências e habilidades que são pertinentes ao processo nesta fase, destacando, porém a informação de que ainda existe professor que acredita que a Educação Infantil também tem a função de preparar as crianças para o ingresso na modalidade seguinte, esquecendo-se que a etapa infantil é onde a criança adquire subsídios de seu desenvolvimento que lhe darão suporte para o início de sua formação como ser humano integral, pois perpassa por níveis que importantes para seu desenvolvimento como educando e pessoa. Destacando o trabalho pedagógico realizado com essas crianças foi notório que a maioria enfatizou que aplica os conhecimentos adquiridos ao longo de sua formação, ressaltando que alguns também disseram que na prática do dia a dia aprende-se mais, pois a prática leva-se a perfeição deste trabalho, mesmo mencionado em dificuldade que encontram para o trabalho com esse tipo de criança, pois a maioria entra em contradição quando diz não ter prática com essas crianças. Por fim destacou-se também como é o trabalho feito junto com as famílias ou dos atores interessados no processo de aquisição da criança em adquirir conhecimento e desenvolver-se adequadamente e de acordo com as suas particularidades foi possível colher e conhecer que a participação desse é total como foi dito pelos docentes indagados nesta entrevista. Conhecendo a proposta da escola para este perfil de aluno, adequação de espaço físico e humano, além das responsabilidades ao acesso e desenvolvimento integral dos alunos deficientes se está acontecendo mesmo que devagar, ainda há carência na inserção dessas crianças  por falta de preparo e falta de interesse dos docentes principalmente em inteirar-se mais do assunto, pois entendem que as instituições de Educação Infantil devem atender apenas crianças tidas como “normais” para a execução dos trabalhos realizados nesta etapa de ensino, pois compreende mais fácil e aprendem de maneira mais eficiente e desenvolvem  mais rápido. Isso é o que mostra a tabela abaixo, evidenciando em números essa realidade respondida pelos professores da instituição.

QUESTIONÁRIO DIRECIONADO PARA PROFESSORES:

Assim os resultados ora apresentados evidenciam e ratificam que uma ação pedagógica só atende as necessidades de uma criança nesse perfil caso os docentes tenham mais clareza e busquem apoio tanto de seus conhecimento quanto de um profissional que atenda essa demanda dentro ou fora da instituição e também que elabore uma proposta numa prática real, planejada, coesa, coerente, de encontro com as limitações destes alunos e sendo uma ação conjunta de todos os autores envolvidos no processo, além de se amparado e acordado com as políticas públicas voltadas para este processo efetivando de fato o processo de ensino aprendizagem atendendo a fase de desenvolvimento que a criança se encontra e suas particularidades e necessidade enquanto ser humano integral.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As práticas pedagógicas na perspectiva das fases do desenvolvimento infantil de crianças com algum tipo de deficiência na Educação Infantil, realizada numa instituição infantil, não é um processo fácil, mas também não é impossível. É necessário envolvimento de todos os interessados neste, para que a atuação do educador diante deste aluno realmente se efetive.

Na instituição onde foi realizado o presente estudo foi possível notar que para concretizar o processo de ensino aprendizagem para com o aluno neste perfil é necessário que os educadores da instituição estejam revendo sua prática, pois foi visível que mesmo a escola oferecendo espaço adequado e recurso, a falta de preparo para o atendimento educacional para este tipo de aluno ainda deixa a desejar, o fato é que são vistos apenas como um aluno comum qualquer, tendo sua oportunidade de aprender negada, porque o docente não está apto para inseri-lo de forma real e planejada ao processo escolar como os demais alunos e desta forma a prática exercida acaba sendo uma ação qualquer sem um fim, pois não entendem muito do assunto e da prática e mesmo os que dizem conhecer não o fazem por comodismo ou por entender que a Educação Infantil não é tão importante assim para o desenvolvimento dessas crianças assim como dos demais alunos “normais” na visão destas.

A peça central das boas práticas atendendo o desenvolvimento das crianças com algumas particularidades é tão somente a prática docente, pois cabe a ele ser o articulador de um processo planejado, real, concreto, que contemple as particularidades do educando dentro de suas limitações e devendo ser uma prática dinâmica, valorizando e inserindo as diferenças de cada um e que promova de fato o aprendizado, isto porque é fato que cada aluno é único e aprende de maneira diferente dos outros mesmo não sendo portador de necessidades especiais.

Portanto as práticas pedagógicas na perspectiva das fases do desenvolvimento infantil de crianças com deficiências na Educação Infantil, vai ser uma realidade quando o Educador Infantil compreender de fato qual o seu papel, qual a importância de suas ações, a intenção de uma proposta que contemple as deficiências da criança. Reconhecer a importância de um trabalho conjunto e principalmente entender que cada ser é único e aprende de acordo com sua maturação, desenvolvimento, necessidades e porque não limitações, sendo assim é necessário que este saia de sua zona de conforto e busque subsídios de um profissional da área afim como a orientação de um psicopedagogo se necessário se fizer ou que coloque em prática seus conhecimento que com certeza foram repassados ao longo de sua formação acadêmica, só assim o trabalho realizado na modalidade infantil com relação às crianças com deficiências será de fato efetivada de fato.

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