POLÍTICAS DE ENFRENTAMENTO AOS TABUS INFLUENTES NA ADESÃO DA VACINA DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV)

POLICIES TO ADDRESS TABOOS INFLUENTIAL IN ADHERENCE TO THE HUMAN PAPILOMAVÍRUS (HPV) VACCINE

POLÍTICAS PARA ABORDAR LOS TABÚS QUE INFLUYEN EM LA ADHESIÓN A LA VACUNA CONTRA EL VIRUS DEL PAPILOMA HUMANO (VPH)

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10049320


Mateus Reis de Jesus
Erika Maciel Grangeiro
Gabriel de Oliveira Rezende


RESUMO

Objetivo: Este estudo tem como objetivo compreender as políticas de enfrentamento aos tabus influentes na adesão da vacina do Papilomavírus Humano (HPV) como um problema de saúde pública no Brasil. Investigamos os aspectos gerais do Papilomavírus Humano (HPV), bem como os tabus que influenciam para a não vacinação da população brasileira. Métodos: Para alcançar esse objetivo, realizamos uma revisão narrativa, seguindo o modo constituído por Rother (2007, p. 1) “Introdução, Desenvolvimento, Comentários e Referências”. A compreensão dos artigos se deu por meio de uma abordagem qualitativa, identificando as principais políticas sobrepostas ao público. Resultados: Esta pesquisa visa compreender as políticas de combate aos tabus que influenciam a não vacinação do HPV. Esperamos identificar o modo como se tem posto tais políticas, bem como suas estratégias de prevenção, diagnósticos e tratamento. Conclusão: As principais políticas de enfrentamento são as vacinas, contudo, é preciso criar modos de chegar até a família, a escola, aos ambientes onde adolescentes que mantem uma vida sexual ativa possam entender a importância do assunto.

Palavras-Chave: Papilomavírus Humano. Tabus. Políticas Públicas.

ABSTRACT

Objective: This study aims to understand policies to combat taboos that influence adherence to the Human Papillomavirus (HPV) vaccine as a public health problem in Brazil. We investigated the general aspects of the Human Papillomavirus (HPV), as well as the taboos that influence the non-vaccination of the Brazilian population. Methods: To achieve this objective, we carried out a narrative review, following the method established by Rother (2007, p. 1) “Introduction, Development, Comments and References”. The articles were understood through a qualitative approach, identifying the main policies overlapping with the public. Results: This research aims to understand policies to combat taboos that influence non-vaccination for HPV. We hope to identify how these policies have been implemented, as well as their prevention, diagnosis and treatment strategies. Conclusion: The main coping policies are vaccines, however, it is necessary to create ways to reach the family, school, and environments where teenagers who maintain an active sexual life can understand the importance of the issue.

Keywords: Human Paspillomavirus. Taboos. Public Policy

RESUMEN

Objetivo: Este estudio tiene como objetivo comprender las políticas de combate a los tabúes que influyen en la adherencia a la vacuna contra el Virus del Papiloma Humano (VPH) como un problema de salud pública en Brasil. Investigamos los aspectos generales del Virus del Papiloma Humano (VPH), así como los tabúes que influyen en la no vacunación de la población brasileña. Métodos: Para lograr este objetivo se realizó una revisión narrativa, siguiendo el método establecido por Rother (2007, p. 1) “Introducción, Desarrollo, Comentarios y Referencias”. Los artículos fueron comprendidos a través de un enfoque cualitativo, identificando las principales políticas que se superponen con el público. Resultados: Esta investigación tiene como objetivo comprender las políticas de combate a los tabúes que influyen en la no vacunación contra el VPH. Esperamos identificar cómo se han implementado estas políticas, así como sus estrategias de prevención, diagnóstico y tratamiento. Conclusión: Las principales políticas de afrontamiento son las vacunas, sin embargo, es necesario crear formas de llegar a la familia, la escuela y los ambientes donde los adolescentes que mantienen una vida sexual activa puedan comprender la importancia del tema.

Palavras Clave: Virus del papiloma humano. Tabúes. Políticas públicas.

1. Introdução

            Human Papiloma Vírus (HPV) é uma sigla em inglês para Papiloma Vírus. São vírus capazes de provocar câncer e verrugas genitais, possuindo mais de 150 tipos que variam entre baixo e alto risco. Podem manifestar no corpo; ou permanecer por anos imperceptíveis; ou ainda, serem expelidos naturalmente pelo organismo. O contágio pode ocorrer com penetração vaginal e anal ou também na ausência desse contato, como por meio do parto, contato de mãos, embora mais raro, pode haver infecção (Brasil, 2013). O HPV é uma das infecções mais comum no mundo, possuindo uma probabilidade de 50% de uma pessoa ter contato com o vírus ao menos uma vez durante a vida (Oliveira et al, 2021).

Os subtipos mais nocivos à saúde humana, que possuem maior capacidade de evoluir para uma neoplasia, são os tipos HPV-16 e 18. Anualmente são diagnosticados mais de 600.000 casos de cânceres no mundo vinculados ao HPV, sendo um dos causadores primordial das neoplasias de colo do útero, vagina, vulva, pênis, ânus e orofaringe, além de ser o causador das verrugas anogenitais (Oliveira, 2021).

O câncer de colo de útero mata milhares de mulheres no mundo anualmente, principalmente em países em desenvolvimento, como é o caso da América Latina. No Brasil, é o terceiro tumor mais frequente entre as mulheres e a quarta maior causa de morte (Chehuen Neto, 2016). Anatomicamente as regiões mais afetadas pelos brasileiros são:  região peniana (36%), seguida pela região cervical e anal (25%), depois região oral (12%). Segundo uma estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para cada ano do triênio 2020∕2022 é que sejam diagnosticados 16.590 novos casos de câncer do colo de útero, com risco estimado de 15,43 casos a cada 100 mil mulheres (Santos et al, 2020).

A pesquisa em questão possui uma abordagem qualitativa, por meio da Revisão Narrativa, que de acordo com Rother (2007, p. 1) se constitui de “Introdução, Desenvolvimento (texto dividido em seções definidas pelo autor com títulos e subtítulos de acordo com as abordagens do assunto), Comentários e Referências”. Fizemos uma busca avançada no Streaming Google Acadêmico com as seguintes palavras: “Papilomavírus Humano” AND “Jovens e adolescentes” AND “Tratamento” AND “Manaus”.

Fizemos uma delimitação temporal de 2018 a 2022, com pesquisas somente em língua portuguesa. Encontramos 13 pesquisas, em que grande parte não consta Manaus como lócus, o que se verifica inicialmente uma ausência e necessidade de pesquisa na região e cidade em questão. Acerca dos artigos que envolvem tabus e as políticas não seguiu-se uma sistematização.

Diante do exposto, observando a importância da temática, surge nosso problema: Quais as políticas de enfrentamento aos tabus influentes na adesão da vacina do Papilomavírus Humano (HPV) como um problema de saúde pública no Brasil? É preciso criar modos de chegar até a família, a escola, aos ambientes onde adolescentes que mantem uma vida sexual ativa possam entender a importância do assunto. A escola pode se utilizar de metodologias didáticas claras, sem ironias ou constrangimentos, de modo que assegurem a integridade dos estudantes, e tratem da temática da sexualidade para uma vida mais saudável emocionalmente e fisicamente.

2. Desenvolvimento

2.1 PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) – ASPECTOS GERAIS

         A conhecida sigla inglesa HPV tem por tradução portuguesa/científica o termo Papilomavírus Humano, é um vírus que alcança tanto homens quanto mulheres, atingindo a pele ou mucosas oral, genital ou anal. Provocando, portanto, verrugas anogenitais e câncer, sendo esta uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) (Brasil, 2017). De acordo com o Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis, existem mais de 150 tipos de HPV, destes 40 podem afetar a genitália (Brasil, 2013). Embora muito se ouça falar sobre a sigla HPV, muitos desconhecem ou ignoram conhecer sobre essa doença. O HPV é altamente contagioso, em apenas uma exposição ao vírus já é possível ser infectado, a contaminação ocorre de contato direto com a pele ou mucosa infectada. A forma mais comum de contato com o vírus é através de relações sexuais, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou até manual-genital, aumentando sua taxa de incidência, pois pode ocorrer até na ausência de penetração. Outra forma de contagio é através do parto, em casos raros o vírus pode se propagar por contatos de mãos (Brasil, 2013, p.6).

Cerca de 10% dos homens e mulheres durante a vida terão verrugas genitais. As pessoas que mantem uma vida sexualmente ativa ou que optam pelo sexo de forma eventual ao contraírem o vírus, podem ter o comparecimento das verrugas genitais semanas ou meses após o contato sexual. Contudo, os sinais e sintomas do HPV podem permanecer no organismo humano por anos sem se manifestar (Brasil, 2017).

O indivíduo que contrai o HPV pode com uma grande chance não manifestar reação e eliminar o vírus naturalmente; ou com menor número de casos ter lesões a vistas ou “microscópicas” devido a multiplicação do vírus; ou ainda, permanecer com vírus por muitos anos sem causar nenhuma manifestação e nem ser expelido (Brasil, 2013). Os jovens podem ter um sistema imunológico mais resistente de forma que ao serem atingidos podem alcançar a cura mais facilmente.

2.2 PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) – SINTOMAS, PREVENÇÃO E TRATAMENTO

O HPV pode não manifestar sinais visíveis a olho nu por meses. Podem surgir, aproximadamente entre 2 e 8 meses, podendo demorar até 20 anos para que compareça algum sinal de infecção. Tendo como público comum mulheres gestantes e pessoas com baixa imunidade (Brasil, 2017). O diagnóstico pode ser realizado por meio de exames clínicos, laboratoriais, variando do tipo lesão, clinica ou subclínica.

Pode ocorrer o surgimento de verrugas anogenitais sugestivas de HPV: lesões polimórficas, pontiagudas, únicas ou múltiplas, achatadas ou papulosas, semelhantes a couver-flor. É sugerido a biópsia histopatológica quando: há dúvidas no diagnóstico no exame clínico, em suspeita de neoplasia ou outras doenças; lesões atípicas ou não responde aos tratamentos; lesões suspeita em pessoas com imunodeficiência. Mulheres com verrugas anogenitais devem realizar exame ginecológico completo, incluindo o exame preventivo de câncer de colo do útero e, quando indicada pelas alterações citológicas, colposcopia acompanhada ou não de biopsia. Em paciente com lesões anais é sugerido o exame proctológico com anuscopia e toque retal (Ministério da Saúde, 2021).

O tratamento das verrugas anogenitais ocorre por meio da destruição das lesões, contudo, nem sempre as lesões desaparecem em virtude do tratamento, elas podem sumir sozinhas, aumentar o seu tamanho ou permanecer do mesmo modo. E consiste de forma individualizada, ponderando aspectos de extensão, quantidade e localização das lesões, podendo ser químico, cirúrgico e estimulados pela imunidade de forma domiciliar ou ambulatoriais, sendo restrito na gestante o uso de podofilina e eletrocauterização (Brasil, 2017).

Para prevenir o HPV é distribuído gratuitamente pelo Sistema Unico de Saúde (SUS) a vacina, sendo esta, a mais eficaz proteção para quem mantém uma vida sexual ativa. Para os adolescentes meninos e meninas de 9 a 14 anos é disposto um esquema de 2 doses, podendo tomar a segunda dose em até seis após ter tomado a primeira, que inicia por volta dessa faixa etária (Brasil, 2017).

O Ministério da Saúde aponta um esquema de 3 doses, que independem da idade, dentro desse grupo estão homens e mulheres que vivem com o HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos entre 9 e 45 anos. O HPV pode ser classificado em baixo e alto risco, possuindo 12 tipos que apresentam risco de desenvolver o câncer, sendo estes: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59.

O que leva a um carcinoma invasor é a infecção persistente por sorotipos oncogenitos do vírus HPV, a infecção é mais comum em meninas no inicio da vida sexual. Se rastreados e tradados de forma correta, antes de se tornarem um carcinoma invasor, as chances de cura são altas. Um efetivo rastreamento tem demostrado redução da incidência dessa neoplasia e da mortalidade por causa dela.  As lesões precursoras do câncer quando diagnosticadas e tratadas, evitam a progressão para lesão invasora. Segundo o MS a citologia oncótica é um método eficaz de rastreio em mulheres de 25-64 anos (Oliveira AK, 2021).

Muito utilizado para identificar lesões precursoras do câncer do colo do útero é o exame ginecológico preventivo Papanicolau, ele detecta o câncer, mas não aponta a presença do vírus, podendo ser feito regularmente pelas mulheres, que ao ser detectado as alterações, pode-se prevenir em 100%. Outra prevenção contra o HPV destaca-se o preservativo masculino ou feminino. É importante salientar, que as lesões podem aparecer em regiões que não a glande e áreas protegidas pelo preservativo, tornando-o parcialmente possível de contrair o HPV, embora seu uso seja um protetor de muitas IST, a camisinha pode ser mais eficaz na mulher, uma vez que cobre a toda a vulva (Brasil, 2017).

3. Comentários

O Câncer de Colo Uterino mata milhares de mulheres no mundo anualmente, principalmente em países em desenvolvimento, como é o caso da América latina.  No Brasil é o terceiro tumor mais frequente entre as mulheres e a quarta maior causa de morte do sexo feminino. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina quadrivalente, através do Programa Nacional de Imunização (PNI) (Chehuen Neto et al., 2016).

Apesar de sua eficácia garantida e sua disponibilização totalmente gratuita, existe uma baixa procura e uma resistência por parte de pais, principalmente sobre a vacinação de meninas menores de 13 anos. Logo percebe-se que isso pode levar a um problema na adesão do imunizante por insegurança ou incertezas dos pais a respeito da vacinação (Chehuen Neto et al., 2016).

Tendo como obrigatoriedade no Brasil, o Programa Nacional de Imunização, que iniciou no ano de 1973, tem sido referência mundial, desde a cobertura de vacinas ofertadas, quanto sua abrangência em faixas etárias e cobertura demográfica. Trazendo eficácia as campanhas coletivas no Brasil. No ano de 2014 foi incorporado ao calendário de vacinação anual, a vacina contra o HPV (Human papillomavirus) – com o intuito de prevenir o câncer de colo de útero associado a infecção persistente do vírus, porém a vacina sofreu resistência por uma parte do público (De Quevedo et al., 2016).

Direcionada pelo Ministério da Saúde (MS) as campanhas de vacinação contra o HPV, priorizou a imunização de adolescentes virgens, argumentando que se trata de uma doença de contato sexual e a forma mais eficaz de prevenção seria a vacinação antes do início da vida sexual. O público massivo que era alvo da campanha encontra-se nas escolas, por isso as escolas se tornaram o espaço ideal para uma imunização em larga escala.  Entretanto, acabou gerando um conflito público, como estava vinculada a doença de cunho sexual, também foi divulgado pelas mídias possíveis efeitos colaterais do uso da vacina, assim como opiniões científicas não consensuais (De Quevedo et al., 2016).

Chehuen Neto et al (2016) revelam que tratando-se da gravidade do HPV, o conhecimento ainda é pouco. A aceitação da vacinação é boa e a grande maioria sabe da sua existência e de sua ampla distribuição. As pessoas envolvidas em sua pesquisa eram favoráveis à faixa etária atendida e tinham total confiança na qualidade da vacina. Entre a faixa de 9 a 13 anos, os pais não eram de acordo com a autonomia de suas filhas sobre a adesão da vacina.

 Ainda dentro das objeções com estratégias diferenciadas entre a aplicação da primeira e segunda dose. A primeira buscou atender o público alvo (meninas de 9-13 anos). As reações de um público com resistência a vacinação a polêmica gerada pelo cunho sexual envolvendo a forma de contaminação do vírus, colidiram com valores dos pais das meninas que seriam o público alvo da campanha (De Quevedo et al., 2016). 

A mídia teve seu papel trazendo informações da vacina seguida da repercussão contestatória. Constituídos principalmente por religiosos (evangélicos ou católicos) o público que criticou a campanha encarou ela como um afronta aos diretos e uma imposição do Estado sobre comportamento sexual de suas filhas. Segundo esses, a campanha de vacinação iria de encontro a seus costumes e valores, que uma das melhores formas de prevenção seria a fidelidade ao casamento (as meninas deveriam casar-se virgens, e terem apenas um parceiro durante toda a vida) e que a vacina iria incentivar a iniciação sexual das adolescentes (De Quevedo et al., 2016).

De acordo com De Quevedo et al (2016) Tendo rejeição do grupo religioso, a vacina, já no início começou a ser desacreditada por um público que tinha influência direta no público alvo. Os grupos religiosos se aliaram aos que tinham receios e muitas dúvidas sobre possíveis efeitos adversos. Outro grupo adverso a vacinação foi o composto por uma parte da comunidade médica, que levantaram temáticas importantes a respeito à eficácia da vacina e indicaram caminhos alternativos, como o exame do Papanicolau como uma forma barata e segura de proteção.

O exame cobre todas as faixas etárias. Um dos discursos endossados pelos médicos foi a variedade de genótipos do vírus, que são mais de 100, e a vacina não gera proteção contra todos, desse modo as adolescentes não estariam totalmente seguras contra o câncer de colo de útero oriundo da infecção pelo HPV. Levado por essa viés a mídia difundiu a informação sobre a controvérsia e pôs em xeque a segurança da vacina. Entende-se que a campanha Oficial não era decente, lhe faltava preparo para tratativas levantadas pelo público contrário a adesão da vacina. O que foi reajustado e alinhado para atender todas as demandas na 2ª Dose (De Quevedo et al., 2016).

A maior incidência de casos de câncer de HPV é na Região Norte. É uma das mais altas taxas de mortalidade feminina no país e, um dos cânceres que mais mata. As mais afetadas são aquelas sem acesso adequado aos cuidados, com números maiores em grupos minoritários e região de baixa renda. Com isso, se constitui no Brasil um grave problema de saúde Pública, e a região Norte lidera o ranking de casos. (Nunes et al., 2020).

Um dos fatores mais relevantes para o surgimento de lesões pré-neoplásicas e de carcinoma invasor do colo de Útero é a infecção persistente pelo HPV e, também, a mudança de hábitos sexuais dos jovens, com início cada vez mais precoce. A crescente da doença, além de estar atrelada a promiscuidade, possui outros pontos, como o número de partos e uso longo de contraceptivos orais. No Amazonas 10 a 20% da população sexualmente ativa entre 15 a 49 anos de idade pode ser detectada com infecção pelo HPV (Nunes et al., 2020).

O exame Papanicolau é a melhor estratégia para o rastreio de câncer do colo do útero. Mas seguindo orientações do Ministério da Saúde, sua realização deve ser feita por mulheres sexualmente ativa, a partir dos 25 anos. O câncer do colo de Útero é uma doença que pode ser prevenida, as limitações de acesso aos serviços de saúde impedem essas pacientes serem diagnosticadas, dificultando a oportunidade de receberem o tratamento adequado (Nunes et al., 2020). Na região norte se concentra as maiores taxas de mortalidade, com uma população que possui dificuldade de acesso à saúde básica. Mulheres em idade reprodutiva e produtiva são grandemente afetada por essa infecção, e na maioria das vezes já são diagnosticadas em fase avançada do câncer, diminuindo suas chances de cura.

4. Conclusão

A partir das leituras, infere-se que as políticas de enfrentamento aos tabus influentes na adesão da vacina do Papilomavírus Humano (HPV) como um problema de saúde pública no Brasil, permanecem com um grande desafio. Pois, embora tenha se disponibilizado vacinas, muitos desconhecem o acesso a elas, e aqueles que mantem acesso, compreendem como um confronto aos seus princípios, aliados à fé.

É preciso criar modos de chegar até a família, a escola, aos ambientes onde adolescentes que mantem uma vida sexual ativa possam entender a importância do assunto. A escola pode se utilizar de metodologias didáticas claras, sem ironias ou constrangimentos, de modo que assegurem a integridade dos estudantes, e tratem da temática da sexualidade para uma vida mais saudável emocionalmente e fisicamente.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da saúde. Guia do HPV: Entenda de vez os papilomavírus, as doenças que causam e o que já é possível fazer para evitá-los. Instituto do HPV, São Paulo: 2013.

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