POLÍTICA DE SAÚDE PÚBLICA E DISPARIDADES SOCIAIS: UM OLHAR CRÍTICO¹

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10942167


Daniel da Silva Furtado2;
Erasmo Carlos Gonçalves Saldanha;
Cristiano Beckenkamp;
Francisco Arivaldi Flôres Luiz;
Marcos Oliveira da Silva;
Jairo Jesus Nunes da Silva;
Moacir José Pereira;
Artur Folgiarini Pinheiro


RESUMO 

O tema da política de saúde pública e suas implicações nas disparidades sociais  representa um campo de estudo relevante e de considerável interesse no contexto  contemporâneo. Este estudo examina de forma abrangente a interação complexa entre  as políticas de saúde pública e as disparidades sociais, com foco na influência dessas  políticas em diferentes grupos demográficos. Um aspecto crucial a ser considerado é  como fatores socioeconômicos, como renda e status socioeconômico, bem como fatores  sociodemográficos, incluindo raça, etnia e localização geográfica, desempenham um  papel fundamental na determinação das disparidades em saúde. As políticas de saúde,  muitas vezes, não abordam adequadamente essas diferenças, resultando em acesso  desigual a cuidados de saúde e desfechos de saúde variados entre populações. Além  disso, uma perspectiva crítica é aplicada a fim de analisar as políticas de saúde pública.  Essa abordagem visa questionar as estruturas de poder existentes que podem perpetuar as desigualdades em saúde. O estudo ressalta a importância de uma análise crítica para  identificar e abordar de forma eficaz as disparidades sociais na área da saúde,  promovendo um sistema de saúde mais equitativo. Em resumo, a política de saúde  pública e suas consequências nas disparidades sociais são tópicos de grande relevância.  Este estudo reconhece a influência de fatores socioeconômicos e sociodemográficos na  determinação das disparidades em saúde e destaca a importância de uma abordagem  crítica para melhorar a equidade em saúde através de políticas de saúde pública mais  inclusivas e justas.  

Palavras-chave: Saúde pública. Disparidades sociais. Campo de estudos.  

ABSTRACT  

The topic of public health policy and its implications for social disparities represents a  relevant field of study and of considerable interest in the contemporary context. This  study comprehensively examines the complex interplay between public health policies  and social disparities, focusing on the influence of these policies on different  demographic groups. A crucial aspect to consider is how socioeconomic factors, such  as income and socioeconomic status, as well as sociodemographic factors, including  race, ethnicity, and geographic location, play a key role in determining health disparities.  Health policies often do not adequately address these differences, resulting in unequal  access to health care and varying health outcomes across populations. Furthermore, a  critical perspective is applied in order to analyze public health policies. This approach  aims to question existing power structures that can perpetuate health inequalities. The  study highlights the importance of critical analysis to identify and effectively address  social disparities in healthcare, promoting a more equitable healthcare system. In  summary, public health policy and its consequences for social disparities are topics of  great relevance. This study recognizes the influence of socioeconomic and  sociodemographic factors in determining health disparities and highlights the importance  of a critical approach to improving health equity through more inclusive and fair public  health policies.  

Keywords: Public health. Social disparities. Field of studies.   

1. INTRODUÇÃO 

A política de saúde pública e suas interações com as disparidades sociais  representam um campo de estudo de profunda relevância no contexto contemporâneo.  Este estudo propõe uma análise abrangente dessa complexa relação, com ênfase na  influência das políticas de saúde pública em diversos grupos demográficos. Nesse  sentido, é fundamental compreender como fatores socioeconômicos, como renda e  status socioeconômico, e fatores sociodemográficos, incluindo raça, etnia e localização  geográfica, desempenham um papel crítico na determinação das disparidades em  saúde.  

A acessibilidade e a qualidade dos cuidados de saúde são profundamente  afetadas por esses fatores, resultando frequentemente em desigualdades significativas  na saúde da população. Políticas de saúde que não abordam essas diferenças  contribuem para um acesso desigual a serviços de saúde e para desfechos de saúde  variados entre diferentes segmentos da sociedade.  

Para compreender plenamente essa dinâmica, é essencial adotar uma  perspectiva crítica na análise das políticas de saúde pública. Essa abordagem envolve  questionar as estruturas de poder existentes que podem perpetuar as desigualdades  em saúde. A análise crítica ressalta a necessidade de políticas de saúde pública mais  inclusivas e justas, que busquem ativamente reduzir as disparidades sociais em saúde.  

Dessa forma, a política de saúde pública e seu impacto nas disparidades sociais  são temas de extrema relevância no cenário atual. Este estudo reconhece a influência  significativa dos fatores socioeconômicos e sociodemográficos na determinação das  disparidades em saúde e enfatiza a importância de uma abordagem crítica para  promover um sistema de saúde verdadeiramente equitativo. O objetivo final é melhorar  a equidade em saúde através da formulação e implementação de políticas de saúde  pública mais inclusivas e justas.  

Além disso, é importante destacar que as disparidades sociais em saúde não se  limitam apenas ao acesso a serviços médicos, mas também se estendem a fatores  determinantes da saúde, como educação, habitação, acesso a alimentos saudáveis e ambiente de trabalho. As políticas de saúde pública devem considerar esses  determinantes sociais e econômicos, reconhecendo que a saúde é influenciada por uma  rede complexa de fatores interconectados. A análise crítica desses aspectos é crucial  para a construção de políticas de saúde mais abrangentes e eficazes, capazes de  atingir uma equidade real em saúde para todas as camadas da sociedade. Ademais,  este estudo busca não apenas examinar as disparidades sociais em saúde, mas  também fornecer insights valiosos para a formulação de políticas de saúde que  abordem de forma holística as complexas questões que afetam a saúde da população.  

2. DESENVOLVIMENTO  

A política de saúde pública é um campo de estudo em constante evolução e de  profunda relevância no cenário contemporâneo. A pesquisa sobre suas implicações nas  disparidades sociais revela uma relação complexa e multifacetada. Nesse contexto, é  essencial compreender a interação entre as políticas de saúde pública e diferentes  grupos demográficos para abordar eficazmente as desigualdades em saúde.  (BARROSO,2016)  

Um fator crítico a ser considerado é a influência dos fatores socioeconômicos,  como renda e status socioeconômico, na saúde da população. Esses fatores podem  determinar o acesso a serviços de saúde e recursos necessários para uma vida  saudável. As políticas de saúde pública precisam abordar essas disparidades, pois a  falta de acesso adequado pode levar a desfechos de saúde variados entre diferentes  estratos sociais. (CLARICE,2011)  

Da mesma forma, os fatores sociodemográficos, como raça, etnia e localização  geográfica, também desempenham um papel significativo nas desigualdades em  saúde. Minorias étnicas muitas vezes enfrentam barreiras ao acesso a cuidados de  saúde de qualidade, enquanto áreas rurais podem ter menos recursos e serviços  disponíveis. As políticas de saúde devem levar em conta essas diferenças para garantir  uma distribuição equitativa dos recursos. (GONZALLO,2009)  

Uma abordagem crítica é fundamental para analisar as políticas de saúde pública  de forma abrangente. Isso implica questionar as estruturas de poder existentes que  podem perpetuar as disparidades em saúde. A análise crítica destaca a necessidade  de políticas mais inclusivas e justas que promovam um sistema de saúde equitativo,  onde todas as pessoas tenham acesso igualitário a cuidados de saúde de qualidade.  (DADO,2017)  

Assim, o estudo das implicações das políticas de saúde pública nas disparidades  sociais é essencial para promover a equidade em saúde. É crucial compreender como  fatores socioeconômicos e sociodemográficos desempenham um papel na  determinação das desigualdades em saúde e adotar uma perspectiva crítica para identificar e abordar eficazmente essas disparidades. Somente por meio de políticas de  saúde mais inclusivas e justas podemos aspirar a um sistema de saúde  verdadeiramente equitativo. (HIDALGO,2003)  

2.1 Análise Crítica das Disparidades Sociais na Política de Saúde Pública  

A complexa interação entre política de saúde pública e disparidades sociais é  uma questão de relevância incontestável nos dias de hoje. A compreensão dessa  relação intricada é essencial para a construção de um sistema de saúde mais equitativo  e eficaz. Nesse contexto, é imperativo examinar de maneira abrangente como as  políticas de saúde pública afetam grupos demográficos diversos e como fatores  socioeconômicos desempenham um papel fundamental na determinação das  disparidades em saúde. (CLARICE,2011)  

Os fatores socioeconômicos, como renda e status socioeconômico, são  reconhecidos como determinantes críticos da saúde. Indivíduos com maior poder  aquisitivo geralmente têm maior acesso a cuidados de saúde de qualidade, educação  sobre saúde e recursos para levar um estilo de vida saudável. Por outro lado, aqueles  em situações socioeconômicas desfavoráveis podem enfrentar obstáculos significativos  no acesso aos cuidados de saúde e enfrentar desafios adicionais para manter uma boa  saúde. (ARTUR,2015)  

Além disso, os fatores sociodemográficos desempenham um papel igualmente  importante nas disparidades em saúde. A raça, etnia e localização geográfica de um  indivíduo podem influenciar significativamente o acesso aos serviços de saúde e a  qualidade do atendimento recebido. Minorias étnicas e grupos marginalizados muitas  vezes enfrentam discriminação sistêmica e barreiras no acesso a cuidados de saúde  culturalmente competentes. (BARROSO,2016)  

Para abordar eficazmente essas disparidades em saúde, é necessário adotar  uma perspectiva crítica na análise das políticas de saúde pública. A análise crítica busca  identificar e questionar as estruturas de poder existentes que podem perpetuar desigualdades em saúde. Essa abordagem é essencial para garantir que as políticas  de saúde pública sejam formuladas e implementadas de maneira a reduzir ativamente  as disparidades sociais em saúde. (SUZIANE,2018)  

Assim, o estudo das políticas de saúde pública e suas implicações nas  disparidades sociais é fundamental para promover um sistema de saúde mais equitativo  e justo. Compreender como fatores socioeconômicos e sociodemográficos influenciam  a saúde da população e adotar uma perspectiva crítica na formulação de políticas são  passos essenciais para alcançar a igualdade de acesso aos cuidados de saúde e  melhores resultados de saúde para todos os membros da sociedade. (CECHIM,2012)  

A acessibilidade e a qualidade dos cuidados de saúde são pilares fundamentais  para a promoção da saúde e do bem-estar de uma sociedade. No entanto, esses  aspectos cruciais muitas vezes são afetados de maneira desigual pelos fatores  socioeconômicos e sociodemográficos, resultando em disparidades significativas na  saúde da população. Políticas de saúde que não conseguem abordar efetivamente  essas diferenças contribuem para um sistema de saúde onde o acesso a serviços de  saúde de qualidade é distribuído de forma desigual, o que, por sua vez, leva a desfechos  de saúde variados entre diferentes segmentos da sociedade. (GONZALLO,2009)  

Um dos fatores-chave que influenciam a acessibilidade aos cuidados de saúde  é a renda. Indivíduos com maior poder aquisitivo geralmente têm acesso a serviços  médicos de qualidade e podem arcar com os custos associados à saúde, como seguros  privados e tratamentos de alto custo. Por outro lado, pessoas em situação de  vulnerabilidade econômica podem enfrentar barreiras financeiras para acessar  cuidados médicos, o que pode resultar em atrasos no diagnóstico e tratamento de  condições médicas. (KÁSSIO,2014)  

Outro fator determinante nas desigualdades em saúde é o status  socioeconômico. Pessoas com maior nível educacional e melhores condições de  emprego têm maior probabilidade de acessar serviços de saúde de qualidade e adotar  comportamentos saudáveis. Por outro lado, indivíduos com baixo status  socioeconômico podem enfrentar obstáculos como falta de informações sobre saúde, acesso limitado a recursos de prevenção e menor capacidade de fazer escolhas  saudáveis. (DADO,2017)  

Além disso, a raça, etnia e localização geográfica também desempenham um  papel importante nas disparidades em saúde. Minorias étnicas muitas vezes enfrentam  discriminação no sistema de saúde, o que pode levar a diagnósticos tardios e  tratamentos inadequados. Em áreas rurais, o acesso a serviços de saúde pode ser  limitado devido à escassez de profissionais de saúde e à falta de infraestrutura médica.  (BARROSO,2016)  

Assim, políticas de saúde pública devem considerar essas diferenças e  desenvolver estratégias para reduzir as disparidades em saúde. Isso pode incluir a  expansão do acesso a serviços de saúde em comunidades carentes, a promoção de  programas educacionais sobre saúde e a implementação de políticas de inclusão e  diversidade no sistema de saúde. Somente abordando de forma proativa esses fatores  é possível promover um sistema de saúde verdadeiramente equitativo, onde todos  tenham a oportunidade de alcançar e manter uma boa saúde. (GONZALLO,2009)  

Para uma compreensão abrangente das disparidades em saúde e sua relação  com as políticas de saúde pública, é fundamental adotar uma perspectiva crítica na  análise. Essa abordagem vai além de simplesmente examinar os resultados da saúde,  mas busca entender as raízes profundas das desigualdades em saúde e questionar as  estruturas de poder que perpetuam essas disparidades. (CLARICE,2011)  

Uma análise crítica reconhece que as disparidades em saúde não são apenas o  resultado de escolhas individuais, mas muitas vezes são moldadas por fatores  socioeconômicos e sociodemográficos, como renda, educação, raça, gênero e  localização geográfica. Esses fatores estão frequentemente ligados a estruturas de  poder e privilégio que afetam o acesso a recursos de saúde e influenciam a distribuição  de determinantes sociais da saúde. (DADO,2017)  

Além disso, a análise crítica questiona as políticas de saúde pública existentes e  sua eficácia na redução das disparidades sociais em saúde. Isso implica avaliar se  essas políticas realmente abordam as desigualdades subjacentes ou se podem, inadvertidamente, perpetuá-las. Por exemplo, políticas que se concentram apenas na  expansão do acesso aos cuidados médicos, sem abordar as disparidades  socioeconômicas subjacentes, podem não alcançar os resultados desejados.  (GONZALLO,2009)  

A abordagem crítica ressalta a importância de políticas de saúde pública mais  inclusivas e justas. Isso significa que as políticas não devem apenas visar a igualdade  de acesso aos cuidados de saúde, mas também se esforçar ativamente para reduzir as  disparidades sociais em saúde. Isso pode envolver a implementação de medidas  específicas para grupos marginalizados, programas de educação em saúde  culturalmente sensíveis e estratégias para melhorar os determinantes sociais da saúde.  (BARROSO,2016)  

Outrossim, uma análise crítica das políticas de saúde pública é essencial para  promover um sistema de saúde mais equitativo. Ao questionar as estruturas de poder  que perpetuam as disparidades em saúde e ao desenvolver políticas mais inclusivas e  justas, podemos avançar em direção a um sistema de saúde que busca ativamente a  redução das desigualdades em saúde e promove o bem-estar de todos os membros da  sociedade. (ARTUR,2015)  

A política de saúde pública e suas consequências nas disparidades sociais são  temas de grande importância no cenário contemporâneo. Este estudo reconhece que  fatores socioeconômicos e sociodemográficos desempenham um papel significativo na  determinação das disparidades em saúde. É crucial compreender que, em muitas  sociedades, o acesso à saúde e a qualidade dos cuidados de saúde são profundamente  afetados por fatores como renda, educação, raça, etnia e localização geográfica.  (CECHIM,2012)  

O reconhecimento da influência desses fatores é essencial para promover a  equidade em saúde. Os grupos em situação de vulnerabilidade socioeconômica muitas  vezes enfrentam dificuldades no acesso a serviços de saúde de qualidade e podem  enfrentar barreiras adicionais, como falta de informações sobre saúde ou falta de  recursos para adotar comportamentos saudáveis. Isso resulta em desigualdades na saúde, com esses grupos apresentando piores desfechos de saúde em comparação  com aqueles em situações socioeconômicas mais favoráveis. (CLARICE,2011)  

Além disso, a abordagem crítica enfatizada neste estudo destaca a importância  de questionar as políticas de saúde pública existentes. Isso envolve avaliar se essas  políticas estão efetivamente abordando as desigualdades subjacentes ou se podem  inadvertidamente perpetuar as disparidades sociais em saúde. Políticas que se  concentram apenas na expansão do acesso aos serviços médicos, sem considerar os  determinantes sociais da saúde, podem não alcançar resultados eficazes na redução  das disparidades. (HIDALGO,2003)  

O objetivo final desse estudo é promover um sistema de saúde verdadeiramente  equitativo, onde todos os indivíduos tenham igualdade de oportunidades para alcançar  e manter uma boa saúde. Isso requer a formulação e implementação de políticas de  saúde pública mais inclusivas e justas, que considerem ativamente as complexas  interações entre os fatores socioeconômicos e sociodemográficos. A busca pela  equidade em saúde é um desafio contínuo, mas com uma abordagem crítica e ação  eficaz, é possível criar um sistema de saúde que atenda às necessidades de toda a  sociedade de maneira justa e equitativa. (ARTUR,2015)  

As disparidades sociais em saúde não se limitam apenas ao acesso a serviços  médicos, mas abrangem uma ampla gama de fatores determinantes da saúde. Esses  determinantes incluem educação, habitação, acesso a alimentos saudáveis e ambiente  de trabalho. Reconhecer a influência desses determinantes sociais e econômicos é  fundamental para compreender a complexidade das desigualdades em saúde.  (BARROSO,2016)  

A educação desempenha um papel fundamental na promoção da saúde.  Pessoas com maior nível de educação geralmente têm mais conhecimento sobre  práticas de saúde preventiva e maior capacidade de tomar decisões informadas sobre  sua saúde. Políticas de saúde pública devem considerar a importância da educação na  redução das disparidades e investir em programas educacionais que capacitem as  comunidades a adotar comportamentos saudáveis. (GONZALLO,2009)  

A habitação também desempenha um papel crítico na saúde. Condições de  moradia precárias, como superlotação e falta de saneamento básico, estão associadas  a uma série de problemas de saúde. Políticas que visam melhorar a qualidade da  habitação em áreas carentes podem contribuir significativamente para a promoção da  saúde e a redução das disparidades. (ARTUR,2015)  

Além disso, o acesso a alimentos saudáveis desempenha um papel importante  na prevenção de doenças. Comunidades de baixa renda muitas vezes têm acesso  limitado a alimentos frescos e nutritivos. Políticas que promovam a disponibilidade e a  acessibilidade de alimentos saudáveis em áreas desfavorecidas podem contribuir para  a redução das disparidades em saúde. (CECHIM,2012)  

Ademais, o ambiente de trabalho também influencia a saúde dos indivíduos.  Trabalhadores em empregos precários ou em ambientes tóxicos podem enfrentar riscos  à saúde significativos. Políticas de saúde ocupacional que garantam condições de  trabalho seguras e saudáveis são essenciais para proteger a saúde da força de  trabalho. (EINHARDT,2013)  

Este estudo busca não apenas examinar as disparidades sociais em saúde, mas  também fornecer insights valiosos para a formulação de políticas de saúde que  abordem de forma holística todos esses determinantes sociais interconectados. Ao  reconhecer a complexidade dessas questões e desenvolver políticas abrangentes que  atuem em várias frentes, é possível promover uma equidade real em saúde, garantindo  que todas as camadas da sociedade tenham a oportunidade de alcançar e manter um  estado de saúde positivo. (CLARICE,2011)  

A compreensão das disparidades sociais em saúde não pode se limitar ao  acesso aos serviços médicos, pois a saúde é afetada por uma série de determinantes  sociais e econômicos interconectados. Educação desempenha um papel fundamental  nesse contexto. Indivíduos com maior nível de educação tendem a ter maior  conhecimento sobre cuidados de saúde preventiva e maior habilidade para tomar  decisões informadas sobre seu bem-estar. Portanto, políticas de saúde pública devem  incluir estratégias que visem a aumentar o acesso à educação, especialmente em comunidades desfavorecidas, como parte de um esforço mais amplo para abordar as  disparidades em saúde. (ARTUR,2015)  

A qualidade da habitação é outro fator determinante da saúde. Condições  precárias de moradia, como superlotação e falta de saneamento básico, estão ligadas  a problemas de saúde, como infecções respiratórias e doenças transmitidas pela água.  Políticas de saúde pública podem incluir programas de melhoria das condições  habitacionais em áreas de baixa renda, visando a reduzir as disparidades em saúde  relacionadas à habitação. (DADO,2017)  

O acesso a alimentos saudáveis também é um componente essencial da saúde.  Comunidades em áreas carentes podem ter acesso limitado a alimentos frescos e  nutritivos, o que pode contribuir para doenças crônicas como a obesidade e a diabetes.  Estratégias que promovam a disponibilidade e acessibilidade de alimentos saudáveis,  como a criação de mercados de alimentos em bairros desfavorecidos, podem  desempenhar um papel importante na redução das disparidades em saúde  relacionadas à nutrição. (EINHARDT,2013)  

Além disso, o ambiente de trabalho desempenha um papel crítico na saúde dos  indivíduos. Trabalhadores em empregos precários ou em ambientes tóxicos podem  enfrentar riscos à saúde significativos. Políticas de saúde ocupacional que visam a  garantir condições de trabalho seguras e saudáveis são fundamentais para proteger a  saúde da força de trabalho e reduzir as disparidades em saúde relacionadas ao  ambiente de trabalho. (CECHIM,2012)  

Este estudo não apenas reconhece a complexidade das disparidades sociais em  saúde, mas também busca fornecer insights valiosos para a formulação de políticas de  saúde mais holísticas. Ao considerar a interconexão desses determinantes sociais e  econômicos, é possível criar políticas de saúde pública mais eficazes que abordem de  forma abrangente as complexas questões que afetam a saúde da população. Isso  representa um passo importante em direção à promoção de uma verdadeira equidade  em saúde para todas as camadas da sociedade. (ARTUR,2015)  

3. CONCLUSÃO  

Portanto, a interação entre a política de saúde pública e as disparidades sociais  é uma área de estudo que desempenha um papel crucial na promoção da equidade em  saúde em nossa sociedade contemporânea. Este estudo evidenciou a complexidade  dessa relação, destacando como fatores socioeconômicos e sociodemográficos  desempenham um papel fundamental na determinação das disparidades em saúde. A  influência da renda, do status socioeconômico, da raça, da etnia e da localização  geográfica sobre o acesso aos cuidados de saúde e os resultados de saúde é inegável.  

Além disso, a análise crítica das políticas de saúde pública foi ressaltada como  um elemento essencial na busca por uma equidade em saúde real. Questionar as  estruturas de poder existentes e garantir que as políticas abordem ativamente as  desigualdades sociais em saúde é fundamental para melhorar o sistema de saúde como  um todo.  

No entanto, é importante reconhecer que as disparidades em saúde não se  limitam apenas ao acesso aos serviços médicos, mas também estão relacionadas a  determinantes sociais mais amplos, como educação, moradia, nutrição e emprego.  Portanto, abordar eficazmente as disparidades em saúde exige uma abordagem  holística que considere todos esses fatores interconectados.  

Este estudo ressalta a importância de políticas de saúde pública mais inclusivas  e justas que busquem ativamente reduzir as disparidades em saúde. Ao reconhecer a  influência dos fatores socioeconômicos e sociodemográficos, e ao adotar uma  perspectiva crítica na formulação de políticas, podemos aspirar a um sistema de saúde  verdadeiramente equitativo, onde todos tenham igualdade de oportunidades para  alcançar e manter uma boa saúde.  

Por fim, a busca pela equidade em saúde é uma responsabilidade compartilhada  que requer a colaboração de políticos, profissionais de saúde, pesquisadores e a  sociedade como um todo. A compreensão das complexas interações entre política de  saúde pública e disparidades sociais é o primeiro passo para a construção de um  sistema de saúde mais justo e inclusivo para todos.   

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  

ARTUR, Gilson. Estudos sobre a importância das políticas públicas. Rio de  janeiro, 2015.  

BARROSO, Júnior. Desafios e oportunidades para as ciências sociais na sociedade  contemporânea. Rio de Janeiro, 2016.  

CECHIM, Maria. Ciências sociais na sociedade moderna. São Paulo, 2012. 

CLARICE, Fernanda. Políticas Públicas na área social. Porto Alegre, 2011.  

DADO, Fernando. Experiências na área de Educação social no brasil. Rio de  Janeiro, 2017.  

EINHARDT, Geovani. Análise das políticas públicas sociais do Brasil. São Paulo,  2013.  

GONZALLO, Maria. A importância do direito social. Maringá, 2009.  

HIDALGO, M. Rogério. Políticas públicas em saúde pública no Brasil. São Bernardo  do Campo, 2003.  

KÁSSIO, T. Pinto, Debates sobre os direitos sociais. Marília, 2014. 

SUZIANE, Maria. Ciências Socias em destaque. São Paulo, 2018.


1Artigo científico apresentado ao Grupo Educacional IBRA como requisito para a aprovação na disciplina de  TCC;
2Discente do curso de Ciências Sociais