PLANEJAMENTO DE CARREIRA E AS VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM NA ESCOLHA PROFISSIONAL DOS CONCLUINTES DO CURSO DE PSICOLOGIA DA UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CAREER PLANNING AND THE VARIABLES THAT INFLUENCE THE PROFESSIONAL CHOICE OF COMPLIERS OF THE PSYCHOLOGY COURSE AT THE UNIVERSITY OF AMAZONIA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7569413


Albanise Paixão Costa Monteiro¹
Carolina Ventorin Ceretta¹
Rosana Santos Martins Pinheiro.¹
Mª Luzia Pantoja Aquime Lourenço²


Resumo

No desenvolvimento desse trabalho abordaram-se teorias referentes aos tipos de carreias e as mudanças no processo da sua construção. Dentre os conceitos apresentados destacou-se o planejamento de carreira que se refere ao engajamento que o indivíduo possui com o seu projeto profissional, como por exemplo, a escolha de um curso de graduação, escolha para campo de estágio e empregabilidade. A partir desses novos moldes de carreira, o indivíduo é convocado a explorar novas habilidades, possibilidades, autoconceito vocacional e principalmente a tomar decisões, nessa perspectiva o planejamento de carreira nada mais é do que a elaboração de um desenho referente o futuro profissional do indivíduo, sempre pensando de forma contextualizada e estruturada para que ele obtenha satisfação não apenas na sua vida profissional, mas também na sua vida pessoal. Por meio dessa pesquisa de campo realizada com os concluintes do curso de Psicologia da Universidade da Amazônia, procurou-se compreender como esses estudantes planejaram suas carreiras e quais variáveis influenciaram na atuação profissional. A construção desse trabalho foi motivada pelo fato de haver poucas pesquisas teóricas sobre o planejamento de carreira na Psicologia e sobre as influências das variáveis na escolha do curso, além do fato de que durante a formação não somos incentivados a pensar de forma consistente e estruturada sobre o nosso planejamento de carreira. Os resultados obtidos puderam mostrar que os estudantes de Psicologia da Universidade da Amazônia, procuram segurança, estabilidade e valorização em relação ao mercado de trabalho, sendo eles motivados por fatores internos.

PALAVRAS-CHAVE: Planejamento de Carreira. Influências. Variáveis. Psicologia

Abstract

In the development of this work, theories related to the types of careers and the changes in the process of their construction were approached. Among the concepts presented, career planning stood out, which refers to the engagement that the individual has with his professional project, such as choosing an undergraduate course, choosing an internship field and employability. Based on these new career models, the individual is invited to explore new skills, possibilities, vocational self-concept and, above all, to make decisions. always thinking in a contextualized and structured way so that he obtains satisfaction not only in his professional life, but also in his personal life. Through this field research carried out with graduates of the Psychology course at the University of Amazônia, we sought to understand how these students planned their careers and which variables influenced their professional performance. The construction of this work was motivated by the fact that there is little theoretical research on career planning in Psychology and on the influences of variables in choosing the course, in addition to the fact that during training we are not encouraged to think in a consistent and structured way about our career planning. The results obtained could show that Psychology students at the University of Amazônia seek security, stability and appreciation in relation to the job market, and they are motivated by internal factors.

KEYWORDS: Career Planning. Influences. Variables. Psychology.

1 INTRODUÇÃO

Ao falar de carreira é importante conhecer minimamente as transformações sofridas por esse tema, pois o mesmo é rodeado por um contexto historio social, geracional e cultural. Inicialmente, nos moldes tradicionais a carreira era remetida à estabilidade que um funcionário possuía dentro da empresa, de forma estruturada e organizada com tempo e espaços determinados, onde o indivíduo saberia de antemão o que esperar desse percurso (MAANEN, 1997 apud DUTRA, 1996); (MARTINS, 2001 apud XIKOTA, 2004).

A partir dos anos 70 o cenário do mundo capitalista começa a mudar e a carreira sofre essa influência passando do modelo de carreira tradicional para o modelo emergente ou “carreira sem fronteiras”, com uma perspectiva impulsionada pela qualificação do profissional e por suas competências, valorizando o individuo que busca constante aprendizado (MALVEZZI, 1999; CHANLAT, 1995 apud XIKOTA, 2004); (TOLFO, 2002; RODRIGUES, BOUZADA e KILIMNIK, s/d.).

A carreira desenvolve novos modelos, em que o indivíduo é responsável por ela, é livre para escolher e trilhar seus caminhos é ele quem comanda a sua própria carreira, e define o seu sucesso rompendo com os vínculos tradicionais e estáveis da sociedade (CHANLAT, 1995, apud RODRIGUES, BOUZADA, BILIMNIK, s/d.); (BENDSSOLLI, 2009).

Essas mudanças são desafios que as empresas encontram, porém são necessárias ao ambiente de trabalho, para que haja retenção de talentos e pessoas qualificadas. Apesar de todas essas mudanças refletirem em novos processos de carreira e de mercado de trabalho, algumas pessoas ainda possuem uma natural resistência a planejarem suas vidas profissionais, acreditando que esse é papel da empresa que estão trabalhando e porque esse assunto pouco é estimulado em suas vidas (DUTRA, 1996).

A tendência é que esse cenário mude, pois as empresas estão cada vez mais competitivas, buscando pessoas criativas, inovadoras e empreendedoras, o que torna o mercado competitivo, cabendo à empresa prestar apoio e estimular o funcionário a desenvolver e empreender sua carreira (DUTRA, 1996).

Assim o planejamento de carreira refere-se ao engajamento que o indivíduo possui com o seu projeto profissional, com aquilo que ele pretende seguir como projeto, fazendo-se importante nos períodos de transição de carreira e de etapas da vida profissional, como por exemplo, a escolha de um curso de graduação, escolha para campo de estágio e empregabilidade (OURIQUE, 2010).

Ainda de acordo com o autor, o indivíduo é convocado a explorar novas habilidades, possibilidades, autoconceito vocacional e principalmente a tomar decisões referentes à sua carreira, pois nesse período existe uma necessidade do sujeito em pensar o seu projeto profissional de forma estruturada.

O planejamento de carreira nessa perspectiva, nada mais é do que a elaboração de um desenho referente o futuro profissional do indivíduo, resumindo em: traçar objetivos e metas (claros e possíveis / realistas) e desenvolver um plano de como eles serão atingidos, sempre pensando de forma contextualizada e estruturada para que ele obtenha satisfação não apenas na sua vida profissional, mas também na sua vida pessoal (OURIQUE, 2010).

Partindo do pensamento do autor, se deu a escolha do tema do estudo, pois ao fazermos uma pesquisa teórica sobre o planejamento de carreira na Psicologia pouca literatura foi encontrada e no que se refere às influências das variáveis, além do fato de que durante os quatro anos da nossa formação não fomos incentivados a pensar de forma consistente e estruturada sobre o nosso planejamento de carreira, ouvindo sempre dos profissionais da área que planejar a carreira de Psicólogo é um ideal.

A Psicologia constitui-se numa ciência que, reconhecidamente, tem exercido uma função social de grande relevância, quer como área de conhecimento, quer como campo de atuação. Como profissão atende a demandas variadas em diferentes contextos, e, em áreas emergentes no mercado de trabalho.

No Estado do Pará, Bordin (1983) descreve que a Psicologia acontece em dois momentos, o primeiro momento precede a instalação dos cursos superiores de Psicologia (Bacharelado, Licenciatura e Formação de Psicólogo) e o segundo período, a marca da existência dos profissionais torna-se significativa na região.

As universidades mais antigas que oferecem o curso de psicologia no estado do Pará têm por principal objetivo, conforme o PPP (projeto político-pedagógico) da UFPA (2010) e UNAMA (2008): formar psicólogos que apreendam a diversidade teórico-metodológica na Psicologia; proporcionar a formação ética de modo transversal; proporcionar uma formação em Psicologia baseada em ênfases curriculares e atividades de estágios básicos e profissionais; oferecer sólida formação teórica e prática; ofertar atividades curriculares inovadoras estimulando o debate nas áreas da ciência e da profissão; oferecer aos discentes atividades que garantam uma formação interdisciplinar e pluridisciplinar e formar profissionais que se insiram nas instituições sociais e empresas.

Nessa perspectiva interdisciplinar e pluridisciplinar, em particular a Universidade da Amazônia foco deste estudo, oferece aos discentes a possibilidade de escolher dentre 5 áreas de atuação aquela que mais se aproxima de sua identificação profissional e consequentemente, de sua futura atuação profissional. Dentre elas destacam-se: Clínica que atua no tratamento por meio psicoterápico na busca do autoconhecimento; Educacional que atua em uma perspectiva interdisciplinar e multiprofissional, envolvendo todos os segmentos do processo educacional; Organizacional e do Trabalho, atua aplicando conhecimentos, métodos e técnicas psicológicas na intervenção dos fenômenos organizacionais; Saúde, atua na prevenção das doenças mentais prevalentes, na promoção e reabilitação da saúde; Social- Comunitária atua junto a organizações comunitárias, aplicando os conhecimentos, os métodos e técnicas psicológicas em intervenções grupais e Jurídica atua em instituições jurídicas contribuindo para realizar a análise e compreensão do comportamento humano para auxiliar o poder decisório do juiz, de modo a respeitar e proteger o direito das pessoas (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2000).

A partir dessas construções teóricas, ficou ainda mais instigante compreender a carreira dos futuros profissionais de Psicologia, bem como suas escolhas de atuação profissional. Temos como questão norteadora do nosso estudo: até que ponto os concluintes de Psicologia da Universidade da Amazônia planejam suas carreiras e quais variáveis influenciam na atuação profissional?

Para buscar responder a esta questão foi traçado os objetivos do estudo. Tendo como objetivo geral: Compreender o planejamento de carreira dos concluintes de Psicologia. E, como específicos, a) Verificar se os concluintes de Psicologia da UNAMA planejam suas carreiras, b) Identificar as variáveis que influenciaram na escolha do curso de Psicologia e, c) Identificar as variáveis que influenciam na área de atuação profissional.

Esse estudo tem como relevância social, científica e acadêmica, contribuir com a comunidade em geral sobre os conhecimentos a respeito do planejamento de carreira dos concluintes do curso de Psicologia, objetivando que a partir deste estudo, produzir pesquisas com esse foco que na atualidade se mostra frágil na nossa realidade.

O estudo está estruturado em 4 capítulos. No Capítulo I é retratado na Introdução, abordando as inquietações iniciais acerca do tema até a discussão histórica sobre planejamento de carreira e mais especificamente sobre a história da carreira de psicólogos no Pará. Concluiu-se o capítulo realizando um contorno da pesquisa através dos objetivos que deveria alcançar.

A Metodologia da pesquisa consta no Capítulo II, retratando o objeto a ser investigado, bem como, o tipo de pesquisa, procedimentos, abordagem, instrumentos, amostragem, riscos e benefícios, local da pesquisa e os participantes. Este capítulo concluiu-se com os procedimentos de coleta de dados e a análise dos mesmos.

No Capítulo III foi construído o Referencial Teórico que visou o aprofundamento conceitual do tema. Este capítulo concentrou-se na Evolução e Planejamento de Carreira; Carreira do Psicólogo e nas Variáveis que influenciam na escolha da carreira do profissional. Em linhas gerais, esse capitulo revelou que planejar carreira é um fenômeno complexo e compreende-lo em sua dinamicidade foi um grande desafio.

Os Resultados, as Análises e a Discussão fizeram parte do Capítulo IV, onde se buscou através dos dados da pesquisa de campo, analisar e interpretar esses dados, embasados no referencial teórico que serviu de base para o estudo.

O fechamento do estudo foi realizado através da conclusão, onde se buscou levantar aspectos positivos e negativos deste, bem como sugestões de novos estudos.

2 METODOLOGIA

2.1 TIPO DE PESQUISA

Essa pesquisa se configura como sendo de caráter exploratório e descritivo quanto aos objetivos gerais. Seu caráter exploratório consiste em discorrer sobre o planejamento de Carreira em específico a dos concluintes do curso de Psicologia da Universidade da Amazônia. Assunto este que é pouco explorado no campo da Psicologia, pois os maiores debates estão na área da Administração.

Esse tipo de pesquisa proporciona maior familiaridade com o problema da pesquisa, a fim de explicitá-lo e torná-lo mais específico, tendo como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições, envolvendo levantamento bibliográfico e entrevistas (GIL, 2002).

O caráter descritivo da pesquisa encontra-se no fato de estar direcionada a um determinado grupo, com o intuito de obter informações, levantar dados sobre ele em relação à temática especificada, “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno” (GIL, 2002, p. 42). A característica mais significante desse tipo de pesquisa é utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, como por exemplo, o questionário (GIL, 2002).

2.2 PROCEDIMENTOS

A pesquisa se configura como pesquisa bibliográfica e de campo quanto ao caráter de procedimentos técnicos utilizados; bibliográfica, pois a pesquisa é elaborada com base em referenciais teóricos advindos de livros e artigos científicos, tendo como finalidade a construção de conhecimentos sobre a temática apresentada, dessa forma “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos” (GIL, 2002, p. 44).

Configura-se como pesquisa de campo, pois sua coleta de dados se dará em campo, em que os fenômenos se darão de forma espontânea sem a interferência do pesquisador sobre eles, seu objetivo é conseguir informações e conhecimentos acerca de um problema, com finalidade de se comprovar ou ainda descobrir novos fenômenos (ANDRADE, 2001).

2.3 ABORDAGEM

No que se refere à natureza da pesquisa e o modo de abordagem, a mesma se dá como sendo quantitativa, buscando por resultados que possam ser quantificados, pelo meio da coleta de dados. Esta representa a realidade por meio de dados coletados a partir de instrumentos neutros e padronizados, os dados coletados podem e devem ser quantificados, além de prevê a mensuração das variáveis escolhidas, buscando verificar e explicar sua existência, relação ou influência sobre outra variável, enfatiza também os indicadores numéricos e percentuais sobre determinado fenômeno pesquisado (CAMPOS, 2004).

2.4 INSTRUMENTO

O questionário foi o instrumento de pesquisa escolhido porque, segundo Gil (2002), é uma técnica de investigação que se caracteriza pela interrogação direta das pessoas, possibilitando a obtenção de respostas acerca do que sabem, fazem e crêem. Ele mostra uma série de vantagens como: possibilidade de atingir grande número de sujeitos, não exige treinamento do pesquisador e garante o anonimato das respostas.

O questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador (MARCONI, LAKATOS, 2002 p. 98).  O questionário consta de 33 assertivas, sendo usada à escala Likert assim distribuída: concordo totalmente (5 pontos); concordo (4 pontos); neutro (3 pontos); discordo (2 pontos) e discordo totalmente (1 ponto).

2.5 AMOSTRAGEM

Fizeram parte deste estudo os alunos regularmente matriculados no décimo semestre do curso de Psicologia da Universidade da Amazônia de Belém do Pará ano de 2015.2, fizeram parte da pesquisa 46 alunos, excluindo-se as pesquisadoras.

Foram excluídos da pesquisa os alunos que não estiveram matriculados até a operacionalização da mesma.

Todos participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, autorizando a utilização dos dados que foram prestados aos pesquisadores.

2.6 RISCOS E BENEFÍCIOS

Um dos benefícios desta pesquisa está atrelado aos conhecimentos gerados a respeito de como está sendo o planejamento de carreira dos concluintes do curso de Psicologia da UNAMA, tema que é pouco debatido na formação do estudante, trazendo informações relevantes para o campo cientifico da Psicologia e em especial a Universidade da Amazônia, visto que temas sobre planejamento de carreira se restringem as áreas administrativas. Outro benefício atrelado aos resultados da pesquisa é que a mesma poderá servir de senso para o Conselho Regional de Psicologia – PA, sobre o planejamento de carreira dos profissionais de Psicologia da Universidade da Amazônia.

Outro benefício foi à identificação das às variáveis que influenciaram a escolha profissional desse estudante, permitindo mensurarem dados que até então não eram definidos como subjetivos. Os benefícios vão além da pesquisa, atingindo primordialmente o estudante, que está tendo o retorno sobre o seu planejamento de carreira.

Em relação aos riscos da pesquisa, estimou-se a existência do risco de constrangimento, pelo fato das pesquisadoras serem colegas dos participantes. Outro risco estimado foi à quebra do sigilo e confidencialidade das informações prestadas.

Na busca de minimizar esses riscos, o questionário foi aplicado a todos os participantes simultaneamente e não foi necessário qualquer tipo de identificação dos mesmos.

2.7 LOCAL DA PESQUISA

A aplicação do questionário ocorreu na Universidade da Amazônia – UNAMA, na Clínica de Psicologia – CLIPSI. Esta, por sua vez, está localizada no Bloco F, primeiro andar, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – CCBS, no campus da Alcindo Cacela.

2.8 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS

Em relação ao procedimento de coleta de dados, o mesmo se deu através dos seguintes passos:

1° Passo: contato com a supervisora da CLIPSI e apresentação da declaração de aceite para a realização da pesquisa.

2° Passo: convite aos estudantes para participarem da pesquisa, explicação da mesm a e assinatura do TCLE para os que desejarem contribuir com a pesquisa.

3° Passo: execução da coleta de dados.

2.9 ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos dados foi feita a partir da construção de tabelas e gráficos, tendo como finalidade confrontar os resultados obtidos com a teoria utilizada, de acordo com Heerdt (2005) apud Silva (2008), analisar é sumariar as observações, de forma a responder à problemática do trabalho, tendo como objetivo a interpretação, procurando assim um sentido mais amplo para as respostas, relacionando com os conhecimentos anteriormente verificados.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 EVOLUÇÃO E PLANEJAMENTO DE CARREIRA

Ao buscar a etiologia da palavra “carreira” os resultados encontrados mostram que ela se origina do latim carraria, traduzido para o português como sendo um caminho ou estrada para carruagens (XIKOTA, 2004).

Dentre as literaturas verifica-se que este é um termo difícil para ser conceituado ou definido, mas de acordo com Dutra (1996), a palavra carreira pode ser usada para se definir a mobilidade ocupacional, um caminho a ser trilhado por alguém ou para se referir à estabilidade profissional, sempre levando a idéia de estruturação e organização em um determinado tempo e espaço (MAANEN, 1997 apud DUTRA, 1996).

Dessa mesma forma a partir do século XIX, o termo “carreira” passa a ser usado como definição da trajetória profissional (MARTINS, 2001 apud XIKOTA, 2004).

Nesses moldes tradicionais capitalista, a carreira está ligada à ocupação e à profissão, levando consigo a idéia de sucesso e ascensão social, sendo este um caminho a ser percorrido pelo profissional, possibilitando um progresso de posições com o passar do tempo na empresa, pois as organizações possuíam inúmeras hierarquias e os empregados almejavam alcançar o sucesso mediante ascensão na carreira (TOLFO, 2002).

Como vimos, a concepção de carreira surgiu associada e gerida pelas empresas, possuindo uma estrutura normativa, previsível, sequencial e estável, herdadas do modelo taylorista-fordista, recebendo influências da administração científica e da psicometria (BLANCH, 2003 apud RIBEIRO, 2009).

A carreira era restrita a dois públicos: empresas e instituições – públicas e privadas, sendo esta uma estrutura predefinida, exigindo das pessoas uma adaptação para a construção de suas carreiras e quem não estivesse trabalhando em um desses espaços não era reconhecido a partir de sua trajetória de trabalho como construidores de uma carreira, sendo denominados em geral como “não carreiras”, incluía-se nessa lista todos aqueles que eram autônomos, profissionais liberais, prestadores de serviços ou os que tinham uma trajetória descontínua de trabalho, sem legitimidade social (RIBEIRO, 2009).

A partir dos anos 70 o cenário começa a mudar em relação ao novo modo de produção do mundo capitalista e a carreira recebe essa influência, assim, nos países industrializados, a carreira passa de um modelo de carreira tradicional para o modelo emergente ou “carreira sem fronteiras” (MALVEZZI, 1999; CHANLAT, 1995 apud XIKOTA, 2004).

É importante salientar que esse modelo tradicional da carreira, estava de acordo com o contexto social da época, sendo este estável e o emprego era entendido como sinônimo de trabalho (TOLFO, 2002).

Este modelo se tornou escasso atualmente, pois se vive uma perspectiva de carreira horizontalizada ou em forma de espiral, oportunizada pela qualificação profissional e pela necessidade do desenvolvimento de competências (TOLFO, 2002).

As carreiras passam a ser cíclicas, deixando a verticalidade de lado e assumindo papeis horizontais com possibilidade de constante aprendizado, em que o desafio é a principal chave para o sucesso profissional, pois a inclinação é para a formação de carreiras complexas, múltiplas, e que dão a possibilidade de mudanças (RODRIGUES; BOUZADA; KILIMNIK, s/d.).

Nos novos moldes de carreira, o indivíduo tem multidirecionamentos, sendo livre para escolher, mudar e recriar seus caminhos, é ele quem comanda a sua própria carreira, e define o seu sucesso (CHANLAT, 1995, apud RODRIGUES, BOUZADA, BILIMNIK, s/d.).

Esses modelos emergentes de carreira surgiram a partir das transformações das últimas quatro décadas, se adaptando as transformações sofridas pelo ambiente de trabalho, empresas, e a sociedade industrial, trazendo assim incertezas, riscos, e uma fragilização até então desconhecida, rompendo com os vínculos tradicionais e estáveis da sociedade (BENDSSOLLI, 2009).

Dentre os modelos estudados por Bendssolli (2009), destacam-se:

  • Carreira sem fronteiras, se opondo as carreiras tradicionais, pois não é presa aos “muros” de uma única organização, emprego ou ocupação, ao contrário, sua característica é a pluralidade do contexto do trabalho, sujeita à instabilidade, oportunidades e transversalidades dos vínculos de trabalho;
  • Carreira proteana, empresta da mitologia grega uma metáfora para realçar a inevitabilidade das mudanças, tendo como marca no individuo a variedade de experiências, fácil adaptação aos novos ambientes;
  • Craft career (carreira ofício) exigindo do profissional autonomia e criatividade, sua característica está em não haver mediação entre quem trabalha e o resultado desse trabalho, exigindo uma relação afetiva com a atividade executada, o profissional constrói seu trabalho à sua maneira, se dedicando a ele de forma intensa;
  • Carreira portfólio baseada na diversificação das atividades que o profissional é capaz de realizar, podendo escolher trabalhar em um regime apenas parcial e dedicar o restante do tempo a outras atividades que estão externas ao trabalho, ou se envolver com atividades diferentes da qual atua;
  • Carreira multidirecional, contradiz as carreiras tradicionais, pois são “flexíveis, dinâmicas e abertas a distintas e igualmente válidas direções e possibilidades”.

Esses modelos de carreira que estão evoluindo e estão em constante transformação, comprovam que as mudanças individuais, no trabalho, organizações colaboram para diferentes formas de se construir uma carreira, deixando claro que os modelos tradicionais de carreira não dão mais conta da demanda social que o século XXI está vivendo.

Dessa forma, encontramos em uma citação do Dutra (1996) um conceito de carreira que caberia ser exposto nesse trabalho, pois essa definição finaliza conceitos importantes, lembrando que a carreira não é uma linha reta sem interrupções composta de experiência e trabalho, mas que ela segue fases, momentos, transições que vão depender das pressões exercidas pelo individuo que tem sua origem nele próprio e no ambiente ao seu redor.

Carreira são as sequências de posições ocupadas e de trabalhos realizados durante a vida de uma pessoa. A carreira envolve uma série de estágios e a ocorrência de transições que refletem necessidades, motivos e aspirações individuais, expectativas e imposições da organização e da sociedade. Da perspectiva do individuo, engloba o entendimento e a avaliação de sua experiência profissional, enquanto, da perspectiva da organização, engloba políticas, procedimentos e decisões ligadas a espaços ocupacionais, níveis organizacionais, compensação e movimentos. Estas perspectivas são conciliadas pela carreira dentro de um contexto de constantes ajustes, desenvolvimentos e mudanças (DUTRA, 1996, p. 17).

Diante dos vários estilos de carreira citados a carreira proteana, gerida pela própria pessoa, a partir de suas necessidades, e não por necessidades externas (organizacionais), é a que mais se encaixa e se assemelha aos valores da atualidade (LOMBARDIA et al., 2008; TAPSCOTT, 2008; VELOSO et al., 2008; COIMBRA; SCHIKMANN, 2001 apud SILVA et al, 2008).

Essas mudanças forçam as empresas a se adaptarem e pensar em novas políticas de gestão de pessoas, estratégias organizacionais, mudanças no processo de seleção e recrutamento, e principalmente mudanças na administração de carreiras, atentando-se aos aspectos subjetivos da carreira (VASCONCELOS, 2010).

Podemos afirmar que é um desafio para a sociedade ter que acompanhar as mudanças geradas pelas gerações, pois são valores comuns que são compartilhados, experiências, objetivos, atrelados a um cenário social e político que demarca características de cada geração, as diferenciando uma das outras, pois são mudanças comportamentais e de valores que estão em jogo, dessa forma é necessário que o ambiente de trabalho se readapte a essas mudanças (LOMBARDIA et al., 2008 apud VASCONCELOS et al, 2010).

Hoje trabalhar pode significar algo mais que ter um emprego, pois o fator segurança pode estar mais relacionado a qualificações pessoais e a atitudes sobre a própria carreira que as possibilidades atreladas ao empregador (VELOSO et al., 2008,  p.2, apud VASCONCELOS et al. 2010, p.231).

Essas mudanças sociais refletem em novos processos de carreira e de mercado de trabalho, porém algumas pessoas não encaram o planejamento de carreira como algo que independa da empresa, possui uma natural resistência a planejarem suas vidas profissionais, primeiro porque acreditam que isso é algo dado pela empresa, e segundo porque pouco se é estimulado sobre o assunto ao longo de sua vida (DUTRA, 1996).

De acordo com uma pesquisa feita por uma empresa de recolocação (DBM Brasil), no Brasil de 170 executivos de alto nível, apenas três afirmaram que planejaram suas carreiras, mas essa mesma empresa afirma que em seus escritórios espalhados pelo mundo, também possuem essa porcentagem muito baixo do esperado. Mas com as mudanças no mercado de trabalho a partir dos anos 80, nos Estados Unidos essa realidade foi sendo modificada, pois as novas gerações foram alcançando espaços e comprimindo quem estava acomodado em relação a sua própria carreira (DUTRA, 1996).

De acordo com Dutra (1996), apesar das mudanças sociais, as resistências no planejar a carreira individual ainda são grandes, pois as pessoas acabam se baseando em fatores externos como prestígio, remuneração, poder, deixando em segundo plano suas preferências e desejos. Mas a tendência é que esse cenário mude, pois as empresas estão cada vez mais competitivas, em busca de funcionários que tenha um pensamento inovador, crítico, empreendedor, tornando o mercado cada vez mais concorrente.

Dessa forma, mudanças comportamentais e de desenvolvimento devem partir do individuo, cabendo à empresa prestar apoio e estimular o funcionário a desenvolver e empreender sua carreira, diante disso:

Estímulos para que as pessoas planejem suas carreiras tem sido um instrumento importante para torná-las empreendedoras consigo próprias. O planejamento de carreira faz com que as pessoas pensem seu desenvolvimento a partir delas próprias e as posicione para negociarem com a empresa (DUTRA, 1996, p. 22).

Além dos estímulos diretos da empresa, existem outros fatores que forçam as pessoas a planejarem suas carreiras, no caso, são as pressões do ambiente social, que disseminam a idéia de que as pessoas são capazes de influenciar suas carreiras, independente do espaço onde estejam. A sociedade passou a valorizar mais o crescimento contínuo, flexibilidade, mobilidade, gerando uma competição da pessoa com ela própria, de forma a estar constantemente revendo suas metas, objetivos e necessidades, sem contar com as diversas oportunidades profissionais que exigem maior complexidade em relação aos serviços, produtos e tecnologia, exigindo profissionais focados e planejados (DUTRA, 1996).

É de suma importância que o profissional conduza sua carreira, pois a empresa não dá mais conta de planejar a carreira de todos os seus colaboradores, de forma que as competências individuais devem atender as necessidades do mercado de trabalho. É necessário manter a empregabilidade e adquirir conhecimentos diversos, possibilitando o profissional a desenvolver diversas atividades, de cargos técnicos a gerenciais, estando sempre pronto para exercer funções e cargos mais desafiadores, tendo como consequência, profissionais mais produtivos e motivados (MALSCHITZKY, 2004).

O mercado tem solicitado profissionais em constante aperfeiçoamento em relação à formação e ao seu desenvolvimento de competências, valorizando a autonomia desse profissional e a flexibilidade, sendo estes instrumentos necessários para lidarem com as mudanças no mundo do trabalho (OURIQUE, 2010).

A importância do planejamento de carreira consiste no profissional estar sempre preparado para atender necessidades cada vez mais estruturadas e complexas, cabendo a ele um constante desenvolvimento pessoal e profissional, pois cada vez mais as empresas têm mantido os melhores talentos (MALSCHITZKY, 2004).

O planejamento de carreira refere-se ao engajamento que o indivíduo possui com o seu projeto profissional, com aquilo que ele pretende seguir como projeto, fazendo-se importante nos períodos de transição de carreira e de etapas da vida profissional, como por exemplo, a escolha de um curso de graduação, escolha para campo de estágio e empregabilidade, o indivíduo acaba sendo convocado a explorar novas habilidades, possibilidades, autoconceito vocacional e principalmente a tomar decisões referentes a sua carreira, pois nesse período existe uma necessidade do sujeito em pensar o seu projeto profissional de forma estruturada (OURIQUE, 2010).

Por ser abrangente o termo planejamento de carreira, devemos pensar coloca Ourique (2010), como um processo que ocorre a vida inteira, mas que os esforços e dedicação podem variar, ser mais ou menos intensos em diferentes momentos da vida da pessoa, e normalmente esses esforços são realizados através do auxilio de outros profissionais, orientadores de carreira, por um período determinado de tempo.

Diante de tudo que foi destacado sobre carreira, influencias sociais no planejamento de carreira e mercado de trabalho, concluímos que os indivíduos precisam cada vez mais se dedicar ao constante aprendizado, precisam estar preparados para uma remodelação de suas carreiras, pois o mercado de trabalho tem exigido profissionais independentes com o perfil empreendedor, e cada um precisa ser consciente de suas competências, habilidades e atitudes, se conhecer o suficiente para identificar seus pontos fortes e aqueles que precisam ser melhorados, pois dessa forma o profissional consegue se observar em determinadas atividades e não em outras.

Esse planejamento da carreira pode ser visualizado em qualquer área de atuação ou curso inclusive em estudantes e profissionais da Psicologia, assunto que iremos tratar no item a seguir.

3.2 A CARREIRA DO PSICÓLOGO (A)

No século XIX, o cenário era composto pelo avanço da ciência e o processo de industrialização que insere as máquinas e o novo modo de pensar.  Para conhecer o psiquismo humano, a psicologia precisou trilhar caminhos na fisiologia, neuroanatomia e neurofisiologia e em seguida, escuta-se falar sobre doença mental e seus fenômenos psicológicos.

No mesmo período, no Estados Unidos a Psicologia encontra força e origina as abordagens ou escolas em psicologia. Essas abordagens são: o Funcionalismo de William James, que elege a consciência e a compreensão do seu funcionamento na medida em que o homem a usa para se adaptar ao meio, o Estruturalismo de Edward Tichner, estuda o mesmo fenômeno do funcionalismo, mas focando nos aspectos estruturais e por fim, o Associacionismo de Edward L. Thorndike, que estuda a concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação de idéias (BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2001).

Posteriormente, essa psicologia científica foi substituída no século 20, por três teorias, que se tornaram as três mais importantes tendências teóricas da psicologia neste século. A Escola Gestáltica buscou a vinculação dos diversos fatos psicológicos, principalmente na necessidade de compreender o homem como uma totalidade. o Behaviorismo, que nasce com Watson e procura mais o aspecto concreto e prático, em sua pesquisa. A Psicanálise, que com Freud, investiga os dinamismos inconscientes mais que os conscientes (SOARES, 2010).

Desde então, a Psicologia constitui-se numa ciência que, reconhecidamente, tem exercido uma função social de grande relevância, quer como área de conhecimento, quer como campo de atuação. Os estudos de Antunes (2014) revelaram que a produção de conhecimento pertinente à área da Psicologia iniciou-se no Brasil logo após o descobrimento, no período inicial de colonização.

Este reconhecimento da especificidade da atuação do psicólogo foi se desenvolvendo e em consequência surgem os primeiros cursos universitários de formação no Brasil, em Minas Gerais, Brasília e São Paulo no final da década de 50 e início da década de 60. A Portaria 272, referente ao Decreto-Lei 9092, de 1946, institucionalizou, pela primeira vez na história brasileira, a formação profissional do psicólogo (SOARES, 2010).

A formação profissional do psicólogo, como hoje está organizada, em estabelecimento de nível superior e com currículo majoritariamente dedicado à psicologia, foi iniciada no Rio e em São Paulo.

Soares (2010) destaca que em 27 de agosto de 1962 foi publicado o Decreto Lei 4119, que reconhecia e regulamentava a profissão no Brasil e também foi emitido, nesse mesmo ano, o parecer nº 403 do Conselho Federal de Educação, regulamentaram a profissão de Psicólogo e que estabeleceu o currículo do curso universitário de psicologia. E desde então, os dispositivos legais reconheciam não só a prática exercida por psicólogos habilitados pelo curso do Parecer 403, mas também aqueles que, direta ou indiretamente, trabalhavam com questões psicológicas. Além do cadastro, era necessário definir as funções desses profissionais. Estas foram explicitadas através do Decreto nº 53.464:

Em 1971, foi realizado o I Encontro Nacional de Psicologia, em São Paulo. Ele foi importante, pois na oportunidade foi defendida a criação do Conselho Federal de Psicologia. A Lei nº 5.766, de 20 de dezembro de 1971, criou os Conselhos Federal e Regionais de Psicologia. Mais de vinte anos se passaram após a regulamentação e desde então,a Psicologia como uma profissão que atende a demandas variadas em diferentes contextos, começa a configurar-se em áreas emergentes no mercado de trabalho.

Baseado nas Resoluções do 014/2000 e 02/2001 Conselho Federal de Psicologia e em documento elaborado por este, para integrar o Catalogo Brasileiro de Ocupações do Ministério do Trabalho, abaixo se caracteriza a atuação do psicólogo nas principais áreas tradicionais:

  • Psicologia Clínica;
  • Psicologia Educacional;
  • Psicologia Organizacional e do Trabalho;
  • Psicologia da Saúde;
  • Psicologia Social-Comunitária e Jurídica.

A carreira do Psicólogo tem uma relação direta com sua formação profissional e com as escolhas das áreas de atuação que irá trabalhar.

Sobre tal questão é importante enfatizar que o curso de Psicologia da Universidade da Amazônia vem sofrendo transformações para se adaptar as demandas do mercado de trabalho.

Assim, a partir de 2004, o curso passou a ser oferecido em regime semestral, após reformulações em suas diretrizes (UNIVERSIDADE DA AMAZÕNIA, 2008). Tal mudança possibilitou aos discentes uma aproximação entre a teoria acadêmica e a prática realizada nas organizações e/ou instituições de trabalho. Aproximando desta forma, o pensar com o fazer.

Na busca de se adequar ao mercado de trabalho no sentido de evolução na carreira do próprio psicólogo, dentre as competências mapeadas nesse novo projeto pedagógico, destacam-se: formar psicólogos que apreendam a diversidade teórico-metodológica na Psicologia; proporcionar a formação ética de modo transversal; proporcionar uma formação em Psicologia baseada em ênfases curriculares e atividades de estágios básicos e profissionais; oferecer sólida formação teórica e prática; ofertar atividades curriculares inovadoras estimulando o debate nas áreas da ciência e da profissão; oferecer aos discentes atividades que garantam uma formação interdisciplinar e pluridisciplinar e formar profissionais que se insiram nas instituições sociais e empresas (UNIVERSIDADE DA AMAZONIA, 2008).

Uma das competências que o Projeto Pedagógico fomenta é a formação interdisciplinar e pluridisciplinar, hoje tão importante nas atuações profissionais do psicólogo, independente de qual área de atuação esteja inserido.

No entanto, é fato que, para que haja uma escolha de área para atuar, o discente se depara com as suas escolhas pessoais, que muitas vezes sofre influencias de diversos contextos, entre os quais: familiar, acadêmico, social, mercado de trabalho. Enfim, tais contextos ainda apresentam diversas variáveis que influenciam de forma decisiva na escolha deste profissional.

Sobre essas variáveis, discutiremos no próximo item.

3.3 VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM NA ESCOLHA DA CARREIRA PROFISSIONAL

O ato escolher, segundo o dicionário Aurélio, nos remete aos seguintes sinônimos: preferir, estremar, separar, marcar, optar. E ainda de acordo com o dicionário de Psicologia Climepsi (2001) a escolha pressupõe a seleção de uma resposta particular entre várias possibilidades.

Nesse processo, conduzida por variáveis, a pessoa dá preferência à determinada profissão dentre tantas outras. É neste contexto, que se encontram, sobretudo, os jovens diante do vestibular, pois o curso que deverá optar será um caminho para sua carreira profissional.

Segundo Soares (2002), influências externas podem favorecer escolhas profissionais, e, muitas vezes sem que a pessoa perceba que está sendo influenciada para escolher uma carreira que não desejava. Percebe-se assim, o quanto compreender as variáveis que contribuem nas escolhas profissionais se tornam fundamentais.

Contribuindo com tal discussão, autores como Gonzaga (2011, apud Neiva 2007) e Gabaldi (2002) refletem que a escolha profissional, por ser um processo decisivo, sofrerá influencias das variáveis externas que seriam os relacionamentos significativos como à família, a escola, os amigos, que podem influenciar de diversos modos, como por exemplo, desejo dos pais, contato com professores, mercado de trabalho, network (contato).

Em relação à família, Gonzaga (2001, apud Whinston & Keller, 2004) afirma que esta representa um dos maiores fatores de influência na escolha profissional. Isso se dá pela história familiar, onde se constituem os conceitos que o jovem tem de si mesmo, e seguindo os modelos familiares que acabam interferindo no juízo de valores do sujeito acerca da escolha profissional.

Ainda segundo o autor, não são poucos os profissionais que seguem a mesma carreira dos pais, sem questionar a si mesmos sobre a sua realização profissional. Algumas vezes, seguem as carreiras dos pais estimulados pelo status social que essas trazem aos filhos.

A escola também se apresenta como uma variável de grande influência na escolha profissional, pois se sabe que o ambiente escolar é o espaço onde os jovens passam a maior parte do tempo, e é de se esperar que as experiências vividas neste ambiente tenham grande impacto na constituição destes sujeitos (GONZAGA, 2011).

Carvalho (2007, apud Moy e Lee, 2002), sinaliza que a escolha de carreira sofre influencias dos atributos do emprego. As decisões de escolha são baseadas nos níveis de vantagens ou desvantagens inseridas nos empregos de interesse dos indivíduos, a exemplo da proposta salarial e das condições de trabalho.

As variáveis internas que mais se destacam são: características individuais, convicções, crenças e motivações.

Embora as variáveis internas fomentem vocações profissionais, na maioria das vezes, são rechaçadas pelas variáveis externas, em virtude de fatores socioeconômicos e familiares.

4 RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO

A população alvo desse estudo é composta pelos alunos regularmente matriculados no décimo semestre do curso de Psicologia da Universidade da Amazônia de Belém do Pará, ano de 2015. Com base nos 65 alunos matriculados à amostra analisada será de 46 participantes, constatando-se que a presente pesquisa atingiu 66,67% do público alvo selecionado.

Para melhor compreensão, os resultados alcançados foram agrupados em tabelas e gráficos. Nas tabelas se avaliou as características Socioambientais dos participantes da pesquisa.

Os gráficos foram divididos em 4 unidades de análise que abordaram: Influencias externas (perguntas 1,2,3,4,5,29,30 e 31); Realização pessoal (perguntas 6,7,8,13,16,32 e 33); Conteúdos/ Universidade (pergunta 9); Mercado de trabalho (perguntas 10,11,12,14,15 e 28); Áreas de atuação (perguntas 16,17,18,19,20 e 21) e Carreira (perguntas 22, 23, 24,25, 26 e 27). Essas unidades de análise foram analisadas e discutidas levando-se em consideração o planejamento de carreira dos estudantes de Psicologia da Universidade da Amazônia.

O gráfico com a pergunta resumo, buscou entender se os participantes da pesquisa tinham um plano de carreira e em quais dos itens (Empregabilidade, Remuneração Relações interpessoais; Estabilidade/ Segurança; Status profissional; Desafios; Estilo de vida (integração das necessidades individuais, sociais e familiares) Ser referência profissional na minha área de atuação; Formação continuada (Pós Graduação, Mestrado, Doutorado, etc.) Autonomia e independência) estavam ancorados.

4.1 CARACTERÍSTICAS SOCIOAMBIENTAIS

TABELA 1 : DADOS GERAIS

1.1 GÊNERO%1.2 IDADE%1.3 TRABALHO%
Feminino3371,74%20 – 25 Anos3780,43%Sim3167,39%
Masculino1328,26%25 – 30 Anos0613,04%Não1532,61%
   30 – 35 Anos036,52%   
Total46100% 46100% 46100%

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

TABELA 2 : DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

2.1 CARGO    %2.2 CAMPO DE ATUAÇÃO    %2.3 TEMPO    %
Estagiário (a)4291,30%Organizacional1736,96%3 – 6 Meses613,04%
Contratado (a)48,70%Escolar48,70%6 – 9 Meses1839,13%
Outros00%Jurídica1021,74%9 Meses – 1 Ano715,22%
   Social24,35%1 – 2 Anos1532,61%
   Hospitalar1328,26%   
 46100% 46100% 46100%

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

Os resultados da Tabela 1 nos mostrou sobre os dados gerais dos alunos participantes. Nessa tabela, identificou-se que 71,74% dos estudantes entrevistados são do sexo feminino, enquanto 28,26% são do sexo masculino.

Com base na amostra analisada, percebe-se que majoritariamente os alunos concluintes do curso de Psicologia são formados pelo público feminino, o que afirma a predominância de mulheres na área da Psicologia, tal fato pode ocorrer pela inserção cada vez mais crescente da mulher no campo do trabalho, fato este explicado pela combinação de fatores econômicos, culturais e sociais atuais.

 Com relação ao sexo das pessoas que cursam Psicologia, em diversas pesquisas os resultados são semelhantes mostrando a ampla predominância de mulheres, confirmando a qualificação da Psicologia como uma profissão feminina e o curso de Psicologia da Universidade da Amazônia estão de acordo com a realidade nacional (YAMAMOTO; FALÇÃO E SEIXAS, 2011).

Outro dado importante é quanto à idade a pesquisa evidenciou que entre 20 – 25 anos temos 80,43% dos alunos concluintes, 13,04% dos alunos encontra-se na faixa etária entre 25 – 30 anos e 6,52% dos alunos encontra-se na faixa etária de 30 – 35 anos de idade.

Uma pesquisa com base no ENADE de 2006 do curso de Psicologia realizada por Yamamoto; Falcão e Seixas, (2011) tiveram em seus resultados que 72% dos estudantes pesquisados estavam entre 16 à 27 anos sendo eles em sua maioria estudante de classe média que possuíam algum tipo de incentivo financeiro dos pais não tendo a necessidade de trabalhar em período integral, e hoje 9 anos após essa pesquisa vemos que o público estudantil de Psicologia especialmente na Universidade da Amazônia continua com a predominância mesma faixa etária.

Desse público 67,39% estão trabalhando e 32,61% não estão trabalhando no momento, os que estão atuantes no mercado de trabalho 91,30% trabalham no cargo de estagiário (a) e 8,70% estão contratados (a) por alguma empresa.

A Tabela 2 nos mostra sobre os dados de identificação dos alunos participantes da pesquisa, principalmente em relação ao campo de atuação que os estudantes estão buscando a inserção profissional. 36,96% estão estagiando na área organizacional, 8,70% na área escolar, 21,74% na área jurídica e 4,35% na área social, 28,26% na área hospitalar; com o período de permanência de 13,04% entre 3 – 6 meses, 39,13% entre 6 – 9 meses de permanência, 15,22% entre 9 meses – 1 ano de permanência e 32,61% entre 1 – 2 anos de permanência em cada empresa.

A partir dos dados da pesquisa, pode-se inferir que todos os concluintes do curso de Psicologia já estão atuantes na prática profissional antes do término de sua graduação e provavelmente, já preocupados com sua carreira e trajetória profissional.

Em média 90% dos alunos participantes da pesquisa atuam como estagiários e 9% estão contratados efetivos em alguma empresa, com um tempo de permanência entre 6 meses à 2 anos. Percebe-se uma porcentagem significativa na escolha pelas as áreas organizacional, jurídica e hospitalar, é possível que isso ocorra, pois a abrangência do campo de atuação da psicologia é ampla.

TABELA 3 : EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

3.1 ÚLTIMA  %  3.2 TEMPO  %  3.3 PENÚLTIMA  %  3.4 TEMPO  %
Organizacional36%3 – 6 Meses46%Organizacional21,74%3 – 6 Meses23,91%
Escolar19%6 – 9 Meses7%Escolar10,87%6 – 9 Meses8.70%
Jurídica13%9 Meses – 1 Ano20%Jurídica6,52%9 Meses – 1 Ano6,52%
Social9%1 – 2 Anos27%Social6,52%1 – 2 Anos15,22%
Hospitalar17%  Hospitalar8.70%  
Não se Aplica19%  Não se Aplica45,65%  

Fonte: Pesquisa de campo, 2015.

Os resultados da Tabela 3 descrevem a experiência profissional dos concluintes do curso, constatou-se que 81% dos estudantes estavam atuantes no mercado de trabalho, dentre estes 36% na organizacional, 19% na escolar, 13% na jurídica, 9% na área social, 17 % na hospitalar, com período de permanência de 46 % entre 3 – 6 meses, 7 % entre 6 – 9 meses de permanência, 20 % entre 9 meses – 1 ano de permanência, 27 % entre 1 – 2 anos de permanência em cada empresa e 19% dos estudantes não obtiveram estágio não obrigatório no decorrer da formação acadêmica.

A Tabela 3 descreve ainda a penúltima experiência profissional e foi possível constar que 56,26% dos estudantes obtiveram mais de uma atuação na sua trajetória profissional, dentre estes 21,74% na organizacional, 10,87% na escolar, 6,52% na jurídica, 6,52% na área social, 8,70 % na hospitalar, com período de permanência de 23,91% entre 3 – 6 meses, 8,70 % entre 6 – 9 meses de permanência, 6,52 % entre 9 meses – 1 ano de permanência, 15,22 % entre 1 – 2 anos de permanência em cada empresa e 45,65% dos estudantes não obtiveram estágio não obrigatório no decorrer da formação acadêmica.

PERGUNTA RESUMO

Se você tem um plano de carreira qual dos itens ele contempla?

Fonte: Pesquisa de Campo, 2015

De acordo com os resultados da pesquisa, há uma aproximação entre os itens investigados, o que demonstrou que em relação ao plano de carreira, os alunos contemplam mais de um item. Sendo que os itens Status Profissional (6%) e Desafios (6%) foram os menos importantes aos alunos. Destacaram-se os itens Estabilidade/ Segurança (14%) e Formação Continuada (13%) como os mais importantes.

Percebe-se que Status profissional e Desafios no momento não contemplam os itens de um plano de carreira dos alunos de Psicologia. Pode-se pensar que esses itens foram os mais baixos, pelo entendimento que os alunos expressam em relação ao curso e as possibilidades de atuação. É notório que os alunos não buscam status somente, mas entendem que esse acontecerá se obtiver êxito na carreira, fato que acontecerá se sentirem-se seguros em sua atuação profissional.

Em relação aos desafios, a pesquisa mostra que os alunos entendem que em qualquer carreira profissional terão desafios, logo, não é um item que possa ser relevante, até porque fazer com que sua carreira seja desafiadora depende também do profissional.

Corroborando com tal afirmação, Rodrigues, Bouzada, Kilimnik (2007) enfatizam que os desafios da carreira estão ligados às habilidades do profissional, tais como: comunicação, saber lidar com conflitos internos e externos, metas bem definidas, relacionamento com inteligência emocional e aprendizagem constante.

Já nos itens de maior percentual, pode-se perceber que a instabilidade no mercado de trabalho tem estimulado a busca dos jovens por segurança e boa remuneração, encontrados nos setores públicos e em empresas que ofereçam estabilidade, ascensão e bons salários associados a melhor qualidade de vida. Este fato pode ser constatado na atualidade, onde as pessoas procuram a segurança do emprego (Ibid).

Os dados acima ratificam os dados da pesquisa em relação a Estabilidade/ Segurança, itens mais elevados no plano de carreira dos alunos de Psicologia da Universidade da Amazônia.

Para aumentar a empregabilidade, torna-se necessário a formação continuada e os profissionais precisam estar aptos do ponto de vista técnico, gerencial e intelectual, humano e social para solucionar com rapidez problemas cada vez mais sofisticados e específicos (MALSCHITZKY, 2004).

4.2 UNIDADES DE ANÁLISE

4.2.1 INFLUÊNCIAS EXTERNAS

GRÁFICO 1

Pergunta 1: Seguir a carreira dos pais motivou minha escolha profissional

Fonte: Pesquisa de campo,2015

GRÁFICO 2

Pergunta 2: Recebi influências familiares para a escolha do curso

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 3

Pergunta 3: O status social motivou a minha escolha profissional

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 4

Pergunta 4: O retorno financeiro que a formação pode me dar me impulsionou na escolha do curso

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 5

Pergunta 5: Minha rede de contatos (network) foi importante para a minha escolha profissional

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 6

Pergunta 29: Um dos objetivos do planejamento de minha carreira é a busca por contatos (network)

Fonte: Pesquisa de campo, 2015.

GRÁFICO 7

Pergunta 30: Minha rede de contatos (network) é importante para sustentar minha carreira

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 8

Pergunta 31: Ter uma rede de contatos (network) propicia a manutenção da empregabilidade?

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

De acordo com os dados da pesquisa nos gráficos 1, 2,3, 4 e 5 fica evidente que os participantes da pesquisa discordam totalmente de ter recebido algum tipo de influência externa, quer seja dos familiares, amigos ou da próprio meio social.

Embora Gonzaga (2001, apud Whinston & Keller, 2004) afirme que um dos maiores fatores de influência na escolha profissional dos ingressantes em um curso se dá pela interferência familiar (pai e mãe) e que são muitos os profissionais que seguem a mesma carreira dos pais, percebe-se que de acordo com a pesquisa, tal afirmativa não se aplica aos alunos de Psicologia da Universidade da Amazônia.

As figuras parentais servem de modelos de comparação e referencia, mas que cada vez mais os pais e familiares, reconhecem a importância de suas participações em termos de investimentos e apoio, favorecendo seus percursos e tomadas de decisão, sem, contudo influenciar para que sigam suas carreiras (GONZAGA, 2011).

Em relação ao status social e retorno financeiro, fica nítido que os alunos de Psicologia da Universidade da Amazônia escolheram o curso por outras inclinações.

Os gráficos 6, 7 e 8 que avaliam as influências externas também, mas sob a perspectiva de empregabilidade, mostram que a partir do momento que os participantes pensam nessas influencias já direcionadas a sua atuação profissional, há uma inversão nas respostas, ou seja, as influências externas são vistas como importantes.

Corroborando com tal discussão Minarelli (2001), traz o resultado de uma pesquisa americana sobre a rede de relacionamento e mostra que essa ferramenta de contato entre os profissionais traz resultados positivos, pois segundo a pesquisa 70% das oportunidades de emprego são preenchidas graças às indicações que surgem a partir de conhecidos que compõe essa mesma rede.

Para o autor, a networking é a principal ferramenta de divulgação e troca de talentos, habilidades, recursos e informações de profissionais, sendo através da rede que os profissionais podem se ajudar mutuamente e fazer parte de uma agenda profissional, dessa forma, concluímos que os estudantes estão no caminho certo para a manutenção da sua empregabilidade.

4.2.2 REALIZAÇÃO PESSOAL

GRÁFICO 9

Pergunta 6: A realização de um ideal pessoal motivou minha escolha profissional

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 10

Pergunta 7: Minha experiência na terapia motivou a minha escolha pela Psicologia

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 11

Pergunta 8: Meu interesse em ajudar ao próximo fez com que eu optasse por esse curso

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 12

Pergunta 13: Conheço muito bem minhas habilidades e competências e onde posso usá-las.

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 13

Pergunta 16: Pretendo conduzir minha carreira de acordo com o meu perfil pessoal e meus valores

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 14

Pergunta 32: Sou capaz de rejeitar uma oportunidade carreira por motivos pessoais e familiares

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 15

Pergunta 33: Sou capaz de abrir mão da estabilidade no emprego pela possibilidade de ter uma carreira que me realize profissionalmente

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

De acordo com os dados da pesquisa, foi possível perceber que nesta unidade de análise a partir dos gráficos de 9 a 13 que os alunos do curso de Psicologia, buscam realização pessoal. Sendo que o gráfico 14 nos sugere uma certa dúvida em relação a deixar a carreira por questões familiares.

Pode-se então, a partir desses dados compreender que fatores internos motivaram os participantes para suas escolhas profissionais, sendo que valores, interesses e habilidades tem um “peso” maior do que as redes familiares ou sociais.

Contribuindo com essa discussão Soares (2000) afirma que o planejamento de carreira que se inicia na escolha profissional e se traduz por um processo de reconhecimento de valores, desejos e necessidades, significando que tal processo partirá sempre do interesse pessoal de cada um.

Chanlat (1995, apud Rodrigues, Bouzada e Bilimnik, s/d) afirmam que nesses novos moldes de carreira, o indivíduo tem multidirecionamentos, sendo livre para escolher, mudar e recriar seus caminhos, é ele quem comanda a sua própria carreira, e define o seu sucesso.

4.2.3 GRADE CURRICULAR/ UNIVERSIDADE

GRÁFICO 16

Pergunta 9: Eu estudei a grade curricular do curso e a universidade antes de fazer minha escolha

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

De acordo com os dados da pesquisa, 13% discordam totalmente que estudaram a grade curricular, 20% discordam, 24% nem concordam nem discordam, 28% concordam que estudaram a grade do curso e 15% concordam totalmente.

Na busca de se adequar ao mercado de trabalho no sentido de evolução na carreira do próprio psicólogo, dentre as competências mapeadas nesse novo projeto pedagógico, destacam-se: formar psicólogos que apreendam a diversidade teórico-metodológica na Psicologia; proporcionar a formação ética de modo transversal; proporcionar uma formação em Psicologia baseada em ênfases curriculares e atividades de estágios básicos e profissionais; oferecer sólida formação teórica e prática; ofertar atividades curriculares inovadoras estimulando o debate nas áreas da ciência e da profissão; oferecer aos discentes atividades que garantam uma formação interdisciplinar e pluridisciplinar e formar profissionais que se insiram nas instituições sociais e empresas (UNIVERSIDADE DA AMAZONIA, 2008).

Uma das competências que o Projeto Pedagógico fomenta é a formação interdisciplinar e pluridisciplinar, hoje tão importante nas atuações profissionais do psicólogo, independente de qual área de atuação esteja inserido. Formação esta que deverá agregar conhecimentos integrados, que darão base para uma verdadeira formação generalista.

4.2.4 MERCADO DE TRABALHO

GRÁFICO 17

Pergunta 10: A segurança na carreira motivou a minha escolha profissional

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 18

Pergunta 11: Conheço bem as demandas de mercado da profissão que escolhi

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 19

Pergunta 12: Meu perfil está ajustado as demandas da profissão que escolhi

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 20

Pergunta 14: Meu projeto de carreira está definido seguindo progressão de posições dentro de uma hierarquia organizacional

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 21

Pergunta 15: Espero ter estabilidade no emprego e oportunidade de crescimento

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 22

Pergunta 28: Busco a valorização da minha carreira pelo mercado e não apenas pela empresa onde estiver atuando.

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

De acordo com os dados da pesquisa, evidenciou-se que os participantes da pesquisa buscam segurança, estabilidade e valorização em relação ao mercado de trabalho. É possível verificar através dos gráficos que os mesmos buscam alinhar perfil profissional de acordo com as demandas do mercado de trabalho.

Minarelli (2001) mostra que com as mudanças que estão acontecendo no mercado de trabalho, nas relações entre empregado/empregador, nas novas características de trabalho, influenciam no desenvolvimento de carreira.

Sobre tal questão ressalta que a maioria dos profissionais confiava o seu futuro, sua carreira, nas mãos das empresas empregadoras, muitos nem percebiam quanto eram dependentes delas e o desenvolvimento da carreira só acontecia quando o empregador desejava. Atualmente já se percebe um movimento inverso, sendo que o profissional toma para si o direcionamento de sua carreira. No gráfico 22 fica evidente tal assertiva.

Ainda sobre a valorização da carreira e perfil dos profissionais, o mercado de trabalho tem solicitado profissionais em constante aperfeiçoamento em relação à formação e ao seu desenvolvimento de competências, valorizando a autonomia desse profissional e a flexibilidade, sendo estes instrumentos necessários para lidarem com as mudanças no mundo do trabalho (OURIQUE, 2010).

Percebe-se a partir de tal afirmação que os participantes da pesquisa estão cada vez mais entendendo as demandas do mercado de trabalho e buscando não somente segurança, estabilidade e crescimento na carreira, mas, principalmente a valorização de sua carreira.

4.2.5 ÁREAS DE ATUAÇÃO

GRÁFICO 23

Perguntas 17 a 21: Pretendo seguir carreira na área – Organizacional, Escolar, Hospitalar, Jurídica e Social

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

De acordo com o resultado da pesquisa verificou-se a tendência dos estudantes pesquisados para duas áreas de atuação dentro da Psicologia, 30% dos estudantes pretendem seguir a carreira na Psicologia Hospitalar em paralelo, 27% dos estudantes pretendem atuar na Psicologia Organizacional.

As outras três áreas da Psicologia obtiveram resultados próximos: Psicologia Jurídica com 16% de pretensão pelos estudantes, 14% dos alunos escolheram a Psicologia Social e 13% dos alunos pesquisados pretendem seguir na área Escolar.

Optou-se por não colocar a Psicologia Clínica como uma opção para a formação de carreira, pois de acordo com os inúmeros estudos realizados, a clínica sempre apresenta uma tendência maior de atuação e objetivamos saber qual das áreas fora da clínica que apresenta maior desejo pelas estudantes (CARVALHO; SAMPAIO, 1997).

Conforme pesquisa realizada por Carvalho e Sampaio (1997) existe uma variação de psicólogos por área de atuação de acordo com a região do país, mas em todas elas prevalece à atuação relacionada à área clínica seja a psicoterapia no consultório, especificamente, ou pelas atividades referentes à Psicologia Hospitalar, que tem impressionado os pesquisadores pelo seu crescimento acelerado.

Verificou-se que dentro das possibilidades de atuação da Psicologia Hospitalar a clínica se faz muito presente, tendo uma aproximação desses dois campos de atuação. Percebe-se que os estudantes do curso de Psicologia da Universidade da Amazônia também demonstram tal inclinação.

Esses dados podem ser comparados com o resultado de uma pesquisa realizada por Bastos e Gomide (1989) aplicadas a uma amostra de 2448 psicólogos de diferentes regiões do País, e que apesar de já terem se passado 26 anos, os resultados mostraram que a clínica absorveu 43% dos empregos, vindo a seguir a área organizacional com 20%, e subdividindo as regiões o norte apresentou uma participação maior na área organizacional, estando acima da média nacional.

Assim verificou-se através do resultado da nossa pesquisa que a Psicologia Organizacional é uma área de atuação bastante cotada pelos estudantes. Outra informação que complementa os possíveis motivos da escolha desse campo pode estar atrelado a sua empregabilidade, no site do CRP 10 (Pará e Amapá), das 33 vagas de emprego para Psicólogo 16 delas são para atuar na Psicologia Organizacional.

Dentre as áreas de atuação a Psicologia Escolar obteve o menor resultado, estando em quinto lugar com apenas 13% na escolha dos estudantes, e na pesquisa de Bastos e Gomide (1989) essa área aparece como terceira opção entre os psicólogos pesquisados e aparecendo em primeiro lugar na região sul do país, pode-se inferir que por não haver tantas oportunidades de estágios e emprego nessa área os estudantes são atraídos por outras áreas.

4.2.6 CARREIRA

GRÁFICO 24

Pergunta 22: Sou responsável pelas decisões que darão encaminhamento a minha carreira

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 25

Pergunta 23: Para desenvolver minha carreira devo ser responsável pela contínua atualização do meu conhecimento

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 26

Pergunta 24: Sou responsável por manter minha empregabilidade e tenho claro o significado de trabalho para mim

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 27

Pergunta 25: Tenho claro os meus objetivos de carreira e como a desenvolverei após conclusão do curso

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 28

Pergunta 26: Sucesso profissional está relacionado à minha percepção de estar bem na carreira, mais do que pelo significado de status social

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

GRÁFICO 29

Pergunta 27: O futuro da minha carreira está baseado em minha visão pessoal mais do que na hierarquia formal das organizações

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

Nessa unidade de análise avaliou-se questões ligadas diretamente a carreira e empregabilidade, levando-se em consideração as decisões que afetam a carreira, o desenvolvimento, objetivo e sucesso na carreira, bem como a visão pessoal dos participantes relacionado as suas carreiras.

De um modo geral, essa unidade de analise confirma que o planejamento de carreira dos estudantes de psicologia da Universidade da Amazônia está sendo construída a partir de influencias internas, ou seja, das realizações pessoais destes estudantes que foram ao longo dos semestres se identificando com determinadas áreas para o exercício profissional.

É interessante o posicionamento de Mansan (2003 apud GONZAGA; EMUNO, 2014) quando expressa que a escolha profissional não é um ato isolado, mas um processo contínuo, composto de decisões tomadas, que poderão levar a pessoa por novos rumos até então sequer por ele pensados.

Malschitzky (2004) afirma que o profissional conduz sua carreira, pois a empresa não dá mais conta de planejar a carreira de todos os seus colaboradores para que assim se mantenha a empregabilidade e novos conhecimentos sejam adquiridos, o que proporciona ao profissional desenvolver diversas atividades, de cargos técnicos a gerenciais.

Logo é possível perceber que os profissionais precisam ter essa visão mais abrangente sobre sua carreira, para que possa não somente ter sucesso na mesma, mas, principalmente para ter realização pessoal.

É o que afirma Dutra (1996) que o planejamento de carreira faz com que as pessoas pensem seu desenvolvimento a partir delas próprias e as posicione para negociarem com a empresa.

O planejamento de carreira então, refere-se ao engajamento que o indivíduo possui com o seu projeto profissional, com aquilo que ele pretende seguir como projeto de vida, ou seja, a escolha de um curso de graduação, escolha para campo de estágio e empregabilidade. De acordo com Ourique (2010) a pessoa é convocada a explorar novas habilidades, possibilidades, autoconceito vocacional e principalmente a tomar decisões referentes a sua carreira de forma estruturada.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste estudo teve por objetivo compreender como os estudantes concluintes do curso de Psicologia da Universidade da Amazônia planejaram suas carreiras e quais variáveis influenciaram na atuação profissional. A construção desse trabalho foi motivada por haver poucas pesquisas teóricas sobre o planejamento de carreira na Psicologia e sobre as influências das variáveis na escolha do curso e para verificar se a instituição de ensino propicia que os alunos durante a formação possam pensar e refletir de forma consistente sobre sua estratégia de planejamento de carreira.

De maneira geral foi constatado que todos os concluintes do curso de Psicologia já estão atuando na prática profissional antes do término de sua graduação e estão preocupados com sua carreira e trajetória profissional. Essa construção foi baseada em fatores internos que influenciaram diretamente no direcionamento de qual caminho seguir e na forma de planejamento de suas carreiras.

O planejamento de carreira refere-se ao engajamento que o indivíduo possui com o seu projeto profissional, com aquilo que ele pretende seguir como projeto de vida, ou seja, a escolha de um curso de graduação, escolha para campo de estágio e sua empregabilidade.

Com base nos resultados é possível afirmar que os alunos de psicologia da Universidade da Amazônia apresentam como projeto profissional o desejo de atuar na área de Psicologia Hospitalar e na Psicologia Organizacional, a partir dos dados podemos também compreender que fatores internos motivaram os participantes para suas escolhas profissionais, sendo que valores, interesses e habilidades têm um “peso” maior do que as redes familiares ou sociais e acreditam não considerar as influências externa, quer seja dos familiares, amigos ou do próprio meio social uma variável que interfira em sua escolhas profissionais.

Nesse sentido, considera-se que os concluintes do curso de Psicologia passam por uma transição profissional, de estagiários para profissionais Psicólogos e podemos inferir que a configuração de carreira apresentada por uma parcela deste grupo, são escolhas baseadas por fatores inerentes a cada sujeito a partir se sua experiência de vida, que não garante, necessariamente, seu ingresso no mercado de trabalho enquanto psicólogos, pois alguns fatores estão ligados a construções pessoais que podem não ser compatíveis com o mercado. Contrapondo-se a uma grande porcentagem que apresenta fatores que traçam sua carreira visando seu crescimento pessoal e aprimoramento profissional a partir dos desafios do mercado competitivo.

O planejamento de carreira está diretamente ligado com a satisfação do profissional, tendo em vista que ele busca justamente conhecer os valores, habilidades e comportamentos para optar pelo trabalho ao qual ele mais se ajusta e se adapta, através dos resultados obtidos puderam mostrar que uma grande porcentagem dos estudantes de Psicologia da Universidade da Amazônia, procuram segurança, estabilidade e valorização em relação ao mercado de trabalho, sendo eles motivados por fatores internos (valores, interesses e habilidades) para suas escolhas profissionais ficando claro que são profissionais que tomam para si o direcionamento de suas carreiras.

Para constatarmos esses resultados, foi utilizado um questionário como instrumento de pesquisa para captar os dados através de 33 perguntas diretas, que foram analisadas e sustentadas com referências bibliográficas. Esse último passo foi a principal dificuldade encontrada pelas formandas, por não ter tantas pesquisas relacionadas ao assunto trabalhado.

Dessa forma, espera-se que este estudo se constitua em um ponto de partida para a realização de outras pesquisas, que possam complementá-lo, a fim de torná-lo mobilizador de ações futuras e fomentar outros profissionais que possam agregar novos dados.

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A : QUESTIONÁRIO APLICADO

PLANEJAMENTO DE CARREIRA E AS VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM NA ESCOLHA PROFISSIONAL DOS CONCLUINTES DO CURSO DE PSICOLOGIA DA UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

ANEXO A – TABELAS

TABELA 1 – DADOS GERAIS

TABELA 2 – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

TABELA 3 – EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

ANEXO B – GRÁFICOS

GRÁFICO – PERGUNTA RESUMO

GRÁFICO 1 – Pergunta 1: Seguir a carreira dos pais motivou minha escolha profissional?

GRÁFICO 2 – Pergunta 2: Recebi influências familiares para a escolha do curso?

GRÁFICO 3 – Pergunta 3: O status social motivou a minha escolha profissional?

GRÁFICO 4 – Pergunta 4: O retorno financeiro que a formação pode me dar me impulsionou na escolha do curso?

GRÁFICO 5 – Pergunta 5: Minha rede de contatos (network) foi importante para a minha escolha profissional?

GRÁFICO 6 – Pergunta 29: Um dos objetivos do planejamento de minha carreira é a busca por contatos (network)?

GRÁFICO 7 – Pergunta 30: Minha rede de contatos (network) é importante para sustentar minha carreira?

GRÁFICO 8 – Pergunta 31: Ter uma rede de contatos (network) propicia a manutenção da empregabilidade?

GRÁFICO 9 – Pergunta 6: A realização de um ideal pessoal motivou minha escolha profissional?

GRÁFICO 10 – Pergunta 7: Minha experiência na terapia motivou a minha escolha pela Psicologia?

GRÁFICO 11 – Pergunta 8: Meu interesse em ajudar ao próximo fez com que eu optasse por esse curso?

GRÁFICO 12 – Pergunta 13: Conheço muito bem minhas habilidades e competências e onde posso usá-las?

GRÁFICO 13 – Pergunta 16: Pretendo conduzir minha carreira de acordo com o meu perfil pessoal e meus valores?

GRÁFICO 14 – Pergunta 32: Sou capaz de rejeitar uma oportunidade carreira por motivos pessoais e familiares?

GRÁFICO 15 – Pergunta 33: Sou capaz de abrir mão da estabilidade no emprego pela possibilidade de ter uma carreira que me realize profissionalmente?

GRÁFICO 16 – Pergunta 9: Eu estudei a grade curricular do curso e a universidade antes de fazer minha escolha?

GRÁFICO 17 – Pergunta 10: A segurança na carreira motivou a minha escolha profissional?

GRÁFICO 18 – Pergunta 11: Conheço bem as demandas de mercado da profissão que escolhi?

GRÁFICO 19 – Pergunta 12: Meu perfil está ajustado às demandas da profissão que escolhi?

GRÁFICO 20 – Pergunta 14: Meu projeto de carreira está definido seguindo progressão de posições dentro de uma hierarquia organizacional

GRÁFICO 21 – Pergunta 15: Espero ter estabilidade no emprego e oportunidade de crescimento?

GRÁFICO 22 – Pergunta 28: Busco a valorização da minha carreira pelo mercado e não apenas pela empresa onde estiver atuando?

GRÁFICO 23 – Perguntas 17 a 21: Pretendo seguir carreira na área-organizacional, Escolar, Hospitalar, Jurídica e Social?

GRÁFICO 24 – Pergunta 22: Sou responsável pelas decisões que darão encaminhamento a minha carreira?

GRÁFICO 25 – Pergunta 23: Para desenvolver minha carreira devo ser responsável pela contínua atualização do meu conhecimento?

GRÁFICO 26 – Pergunta 24: Sou responsável por manter minha empregabilidade e tenho claro o significado de trabalho para mim?

GRÁFICO 27 – Pergunta 25: Tenho claro os meus objetivos de carreira e como a desenvolverei após conclusão do curso?

GRÁFICO 28 -Pergunta 26: Sucesso profissional está relacionado à minha percepção de estar bem na carreira, mais do que pelo significado de status social?

GRÁFICO 29 – Pergunta 27: O futuro da minha carreira está baseado em minha visão pessoal mais do que na hierarquia formal das organizações?


¹Acadêmicos do curso de Bacharelado em Psicologia da Universidade Superior da Amazônia
²Orientadora: Prof.Ma. do curso de Bacharelado em Psicologia da Universidade Superior da Amazônia