PERSPECTIVA DOCENTE: ESTUDO CRÍTICO DO MÉTODO AVALIATIVO APLICADO POR PROFESSORES DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL II, NO MUNICÍPIO DE FONTE BOA

PERSPECTIVA DOCENTE: ESTUDIO CRÍTICO DEL MÉTODO EVALUATIVO APLICADO POR PROFESORES DEL 9º AÑO DE LA EDUCACIÓN BÁSICA II EN EL MUNICIPIO DE FONTE BOA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12773443


Miécio Tavares de Almeida,
José Amauri Siqueira da Silva,
Suzana Gusmão Lima


RESUMO

Este artigo teve como tema a “Perspectiva Docente: Estudo Crítico do Método Avaliativo Aplicado por Professores do 9º Ano do Ensino Fundamental II no Município de Fonte Boa.” O objetivo foi analisar o método de avaliação da aprendizagem escolar através da perspectiva de professores do 9º ano do Ensino Fundamental II no Município de Fonte Boa, Amazonas. Justifica-se este tema por ser crucial, tendo e vista que a avaliação escolar desempenha um papel central na educação, funcionando não apenas como um meio de medir o progresso dos alunos, mas também como uma ferramenta para refletir e aprimorar as práticas pedagógicas. A avaliação contínua e cumulativa, conforme descrita na lei 9394/96, prioriza os aspectos qualitativos sobre os quantitativos, permitindo uma compreensão mais profunda e integral do aprendizado dos alunos. A metodologia combinou abordagens quantitativas e qualitativas, permitindo uma coleta abrangente dos dados necessários para esclarecer os questionamentos levantados. Os resultados indicaram que os principais desafios para o desenvolvimento da aprendizagem, relacionados aos critérios avaliativos, estão centrados na falta de estratégias metodológicas adequadas por parte dos docentes. A conclusão destacou que as concepções dos professores exercem um impacto direto em suas práticas pedagógicas e na formação dos alunos.

Palavras-chave: Avaliação escolar; Docentes; Aprendizagem; Discentes.

RESUMEN

Este artículo tudo como tema la “Perspectiva Docente: Estudio Crítico del Método Evaluativo Aplicado por Profesores del 9º Año de la Educación Básica II en el Municipio de Fonte Boa.” El objetivo fue analizar el método de evaluación del aprendizaje escolar a través de la perspectiva de profesores del 9º año de la Educación Básica II en el Municipio de Fonte Boa, Amazonas. Este tema se justifica por ser crucial, ya que la evaluación escolar desempeña un papel central en la educación, funcionando no solo como un medio para medir el progreso de los alumnos, sino también como una herramienta para reflexionar y mejorar las prácticas pedagógicas. La evaluación continua y acumulativa, según se describe en la ley 9394/96, prioriza los aspectos cualitativos sobre los cuantitativos, permitiendo una comprensión más profunda e integral del aprendizaje de los alumnos.

La metodología combinó enfoques cuantitativos y cualitativos, permitiendo una recopilación exhaustiva de los datos necesarios para aclarar las preguntas planteadas. Los resultados indicaron que los principales desafíos para el desarrollo del aprendizaje, relacionados con los criterios evaluativos, se centran en la falta de estrategias metodológicas adecuadas por parte de los docentes. La conclusión destacó que las concepciones de los profesores tienen un impacto directo en sus prácticas pedagógicas y en la formación de los alumnos.

Palabras llave: Evaluación escolar; maestros; Aprendizaje; estudiantes.

1.INTRODUÇÃO

Durante o processo educacional, as atividades avaliativas desempenham um papel crucial na medição do progresso dos alunos e na verificação da compreensão dos conteúdos curriculares pelos estudantes. No entanto, há uma percepção difundida entre educadores de que esses métodos muitas vezes se transformam em uma obrigação burocrática, perdendo a oportunidade de serem uma etapa fundamental para a consolidação dos conhecimentos pelos alunos.

A abordagem contemporânea da educação enfatiza a importância de uma avaliação contínua, cumulativa e sistemática no processo de ensino e aprendizagem. Segundo Luckesi (2005), essa prática visa fornecer um diagnóstico eficaz da situação de aprendizagem de cada aluno em relação ao currículo escolar, indo além da simples atribuição de notas para incluir um acompanhamento detalhado do desenvolvimento do estudante ao longo do tempo (Firme, 1994, p. 60).

No contexto atual, onde a competição é incentivada como um meio de sucesso pessoal, é crucial refletir criticamente sobre o papel das avaliações dentro do ambiente escolar. Falcão Filho (1994, p. 89-90) destaca a necessidade de avaliar se os métodos atuais são capazes de medir com precisão os resultados desejados em uma sociedade complexa como a atual.

Para muitos alunos da Educação Básica, a palavra “avaliação” está associada a sentimentos de temor, ansiedade e preocupação, o que pode contribuir para o fracasso escolar. O modelo tradicional de avaliação, focado na classificação dos alunos, nem sempre valoriza o ambiente escolar como um espaço para cooperação e colaboração, potencialmente resultando em impactos emocionais negativos (Leite e Kager, 2009, p. 01).

Ao não considerar as diferentes etapas de desenvolvimento da aprendizagem, o modelo quantitativo atual corre o risco de se tornar uma ferramenta excludente que compromete o progresso contínuo dos alunos (Ferreira, 2004). Assim, repensar o propósito da avaliação como um meio de melhorar o processo educativo torna-se fundamental, enfatizando não apenas a medida de desempenho, mas também a promoção de aprendizagem efetiva.

Nesse contexto, os professores desempenham um papel crucial como mediadores do conhecimento, alinhando suas práticas de ensino aos métodos avaliativos utilizados. Eles não apenas ensinam, mas incentivam os alunos a pensarem criticamente e buscar novas formas de aprendizado (Gasparin, 2004, p. 11).

Esta pesquisa teve como Pergunta geral do problemaquais as perspectivas dos docentes do 9º Ano do ensino fundamental no município de Fonte Boa no ano de 2021 frente aos métodos avaliativos?

 E como objetivo geral analisar o método de avaliação da aprendizagem escolar a partir da perspectiva dos professores do 9º ano do Ensino Fundamental II no Município de Fonte Boa – AM, no ano de 2021. Busca-se não apenas compreender as práticas avaliativas adotadas, mas também explorar as percepções dos educadores sobre a eficácia desses métodos e seu impacto no desenvolvimento educacional dos alunos. Ao fazer isso, esperamos contribuir para um debate informado e construtivo sobre o papel das avaliações no contexto escolar atual.

1.1 Justificativa 

A avaliação escolar é crucial no processo educacional, pois mede o conhecimento dos alunos, orienta o planejamento pedagógico e promove o desenvolvimento contínuo do aprendizado. Contudo, desafios surgem nas práticas avaliativas, especialmente em ambientes como Fonte Boa, Amazonas. Compreender como os professores percebem e implementam essas avaliações é essencial, levando em conta as normas institucionais e a realidade local. Esta pesquisa investiga as percepções dos educadores do 9º ano do Ensino Fundamental II sobre as avaliações escolares, visando compreender as práticas atuais e identificar oportunidades de aprimoramento. A análise dessas percepções avaliará a eficácia das avaliações e contribuirá para debates sobre metodologias mais inclusivas, alinhando-se aos princípios da LDBEN e promovendo um ambiente educacional mais justo e eficiente

2. METODOLOGIA
2.1 Contexto do lugar de investigação

A investigação desta pesquisa ocorreu em cinco escolas situadas no município de Fonte Boa, uma cidade brasileira localizada no interior do estado do Amazonas, na Região Norte do país. Fonte Boa faz parte da Mesorregião do Sudoeste Amazonense e da Microrregião do Alto Solimões, situando-se a oeste de Manaus, capital do estado (AMAZONAS, 2020).

2.2 Desenho da investigação

Este estudo qualitativo envolveu professores em seus ambientes de trabalho, buscando entender os significados que atribuem ao processo de avaliação. A pesquisa se baseou no processo reflexivo que ocorre nas escolas públicas de Fonte Boa.

2.3 População e amostra

A pesquisa envolveu 10 professores de Língua Portuguesa e Matemática, sendo 6 homens e 4 mulheres, do 9º Ano do Ensino Fundamental II de cinco escolas em Fonte Boa. A amostra foi selecionada através de dois métodos: amostragem não probabilística por conveniência, devido à facilidade e baixo custo, e amostragem probabilística aleatória simples, sorteando 10 professores das 5 escolas. Os critérios de inclusão exigiam que os professores fossem do 9º Ano do Ensino Fundamental II em 2021, enquanto os critérios de exclusão eliminavam professores de outras séries ou modalidades de ensino. Um questionário com 15 perguntas sobre as avaliações pedagógicas internas foi aplicado aos professores, abordando sua organização, estrutura e correlação com a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos.

3. MARCO ANALÍTICO
3.1 Principais modelos avaliativos aplicados pelos professores do 9º Ano do Ensino Fundamental II do município de Fonte Boa

Os modelos de avaliação no Ensino Fundamental II de Fonte Boa são fundamentais para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, estimulando seu senso crítico e participação na sociedade. É essencial que os professores tenham um planejamento claro e compreendam os diferentes tipos de avaliação, que podem variar entre classificatórios e mecânicos para alguns, e qualitativos e formativos para outros. A avaliação deve ser um ponto de partida para reavaliar as práticas pedagógicas, visando uma formação integral dos alunos e incentivando uma postura crítica e reflexiva. Segundo o Gráfico 1, 90% dos professores de Fonte Boa possuem conhecimento parcial dos diferentes modelos avaliativos, enquanto apenas 10% afirmam conhecer todos os processos de avaliação.

É essencial que as secretarias de educação em Fonte Boa invistam na formação dos professores do ensino fundamental, especialmente em métodos avaliativos diversos. Isso pode melhorar a qualidade da educação, tornando o ensino mais eficaz e motivador para os alunos da rede pública. Para identificar os tipos de avaliações usadas, os professores foram questionados sobre métodos como diagnóstico, somativo, comparativo e autoavaliação, entre outros. Os resultados estão no Gráfico 2.

Os professores do ensino fundamental em Fonte Boa utilizam diversos métodos de avaliação, destacando-se a autoavaliação, preferida por 37% dos docentes, que promove reflexão em várias áreas da vida. A avaliação diagnóstica é mencionada por 29% dos professores para verificar habilidades pré-existentes, enquanto as avaliações somativas e comparativas, cada uma usada por 17% dos docentes, avaliam o aprendizado geral e específico, respectivamente. A avaliação contínua é amplamente adotada para monitorar a participação e a percepção dos alunos. Esses métodos complementares visam aperfeiçoar a qualidade da aprendizagem, conforme preconizado pela BNCC. Os resultados sobre o uso dessas estratégias avaliativas podem ser observados no Gráfico 03.

Os professores de Fonte Boa preferem a autoavaliação como método principal de avaliação, destacando sua aplicação ao final de cada bimestre para que os alunos reflitam sobre seu desempenho. A falta de uso de avaliações online, mesmo após a pandemia, sugere uma oportunidade perdida para integrar tecnologias educacionais. Pesquisas adicionais são necessárias para explorar melhor a implementação da autoavaliação e seus benefícios para os professores locais.

3.2 Formas de organização, estrutura e avaliações de aprendizagens nas turmas do 9º Ano do Ensino Fundamental II do município de Fonte Boa – AM

Os professores de Fonte Boa organizam suas avaliações do 9º ano do Ensino Fundamental II em conformidade com os Projetos Político Pedagógicos (PPP) das escolas, garantindo que essas práticas atendam às diretrizes educacionais e promovam os objetivos institucionais. Quando questionados sobre a conformidade de suas avaliações com os PPP, 70% dos professores afirmaram ajustar seus planejamentos para alinhá-los aos PPP, 20% mencionaram a necessidade de adaptações devido à dificuldade de avaliar todo o conteúdo curricular, e 10% admitiram desconhecer as diretrizes dos PPP sobre o planejamento das avaliações. Os resultados estão ilustrados no Gráfico 04.

Enquanto fator de organização do conteúdo programático, o planejamento escolar está diretamente ligado ao alcance das metas estabelecidas pelos professores. Para avaliar esse aspecto junto aos docentes do ensino fundamental em Fonte Boa, perguntamos se eles conseguem aplicar todas as avaliações pedagógicas planejadas. O resultado está ilustrado no Gráfico 05.

60% dos professores afirmaram realizar todas as avaliações planejadas, indicando que muitos seguem rigorosamente seu planejamento. Outros 20% aplicam quase todas, enquanto 20% não conseguem devido à carga de trabalho. Embora o ideal seja seguir o planejamento, fatores cotidianos exigem revisões frequentes, ressaltando a importância da conexão entre planejamento e avaliação.

Os professores também opinaram sobre a quantidade de avaliações ao longo do ano, com respostas variando entre “Deveria haver menos avaliações,” “O número excessivo é cansativo,” “A quantidade é normal,” e “O grande número é benéfico.” As porcentagens dessas respostas estão ilustradas no Gráfico 06.

Para 90% dos professores, a quantidade de avaliações ao longo do ano letivo é considerada normal, indicando satisfação com o sistema atual em Fonte Boa. No entanto, 10% acham que o número excessivo de avaliações é cansativo para professores e alunos.

Além da quantidade, é crucial focar na qualidade e propósito das avaliações. Avaliações que demonstram uma aprendizagem significativa são mais eficazes do que testes excessivos que incentivam apenas a memorização superficial.

Os professores também foram questionados sobre a afinidade entre o ensino escolar e a realidade de Fonte Boa. As respostas estão no Gráfico 07.

Na pesquisa, 60% dos professores conseguem relacionar o conteúdo curricular com a realidade local de Fonte Boa em 2021, enquanto 30% veem essa conexão parcialmente e 10% não a percebem. Os depoimentos enfatizam a importância de adaptar o ensino ao conhecimento prévio dos alunos e à realidade local, apesar dos desafios apresentados pelos livros didáticos. A pandemia de Covid-19 levou à adoção emergencial do ensino remoto, impactando negativamente a qualidade do ensino e introduzindo novos desafios, incluindo o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) nas escolas de Fonte Boa, conforme visto no Gráfico 08 da pesquisa.

Durante a pesquisa em Fonte Boa, 60% dos professores indicaram que as escolas não estavam preparadas para o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) durante a pandemia de 2021. Apenas 30% avaliaram positivamente a estratégia tecnológica adotada pelas secretarias de educação, enquanto 10% mencionaram a falta de capacitação adequada dos docentes para usar as TICs efetivamente. Os professores enfrentaram dificuldades como falta de conhecimento técnico, escassez de recursos tecnológicos, problemas de conexão à internet e desafios em manter o engajamento dos alunos, exacerbados pela realidade socioeconômica local. Apesar desses desafios, alguns reconheceram os avanços e a importância de integrar tecnologias na educação. A pandemia também destacou a necessidade de adaptar os métodos avaliativos para o ensino remoto, promovendo avaliações mais diagnósticas e inclusivas, adaptadas ao contexto digital e às limitações enfrentadas por alunos e professores.

3.3 Construção dos indicadores avaliativos para aprovação ou reprovação dos estudantes em Fonte Boa – Am

Para avaliar a eficácia das avaliações pedagógicas internas na perspectiva dos professores do ensino fundamental de Fonte Boa, a pesquisa investigou se os resultados dessas avaliações influenciam no planejamento do ensino. Os detalhes dessa análise podem ser visualizados no Gráfico 09.

A pesquisa revelou que a maioria dos professores (70%) segue um planejamento fixo, fazendo ajustes apenas ocasionalmente com base nas avaliações. Apenas 20% adaptam mais flexivelmente seus planos após análise qualitativa do progresso dos alunos, e 10% fazem ajustes significativos com base nas avaliações. Nenhum professor usa os resultados das avaliações como principal guia para planejar suas aulas. Os professores também foram questionados sobre como avaliam a capacidade intelectual dos alunos internamente, com detalhes no Gráfico 10 da pesquisa.

Na pesquisa em Fonte Boa, 80% dos professores utilizam avaliações para medir a capacidade de aprendizagem dos alunos, enquanto 10% veem as avaliações como um processo burocrático e outros 10% não as utilizam para medir a intelectualidade dos estudantes. Quanto à reação dos professores diante de resultados negativos nas avaliações do ensino fundamental, 40% retomam os conteúdos já ministrados, 30% retomam parcialmente, e 30% não retomam os conteúdos anteriores, demonstrando uma diversidade de abordagens entre os docentes.

Durante as entrevistas, 70% dos professores indicaram que, diante de resultados negativos nas avaliações, retomam parcialmente os conteúdos anteriores, evidenciando uma certa rigidez na revisão do planejamento. Apenas 30% afirmaram revisitar completamente os temas abordados, priorizando a qualidade do ensino sobre a quantidade de matéria. Refletir sobre as práticas educativas é crucial para desenvolver competências reflexivas que promovam uma aprendizagem significativa, d estacando que o processo educacional é uma responsabilidade compartilhada pela sociedade.

60% dos professores de Fonte Boa indicaram que a avaliação orienta o planejamento e os conteúdos ministrados, refletindo um dinamismo positivo no planejamento educacional. Em contrapartida, 40% dos professores afirmaram que a avaliação não consegue identificar as deficiências no processo de ensino.

Sobre o foco da avaliação educacional, os professores foram questionados se está se limita apenas à promoção dos alunos. As respostas variaram, com a distribuição apresentada no Gráfico.

90% dos professores de Fonte Boa enfatizaram que a avaliação educacional desempenha um papel crucial na promoção dos alunos e na orientação do processo de ensino. Os restantes 10% observaram que a avaliação vai além da promoção dos alunos, considerando uma variedade de critérios que contribuem para o processo educacional. As percepções das avaliações internas pelos docentes variaram, com respostas que incluíram “Minha percepção é boa”, “Minha percepção é razoável”, “As avaliações internas servem apenas para atribuir notas” e “Não têm efeito sobre o processo de aprendizagem”, conforme ilustrado no Gráfico 14.

Para 90% dos professores de Fonte Boa entrevistados, as avaliações internas desempenham um papel essencial na promoção dos alunos e no direcionamento do ensino, enquanto os restantes 10% veem as avaliações principalmente como ferramentas para atribuir notas. Os professores expressaram diversas visões sobre as avaliações internas, incluindo revisão e esclarecimento de conteúdo para melhorar a compreensão dos alunos, monitoramento abrangente do aprendizado e evolução dos alunos, percepção de que as avaliações quantitativas não capturam completamente as capacidades dos alunos, e uso das avaliações para orientar o planejamento pedagógico. Todos os professores demonstraram preocupação em tornar o conteúdo relevante para a vida dos alunos, incorporando exemplos e contextos significativos. Em relação aos termos “avaliação” e “prova”, 60% dos professores não consideram esses termos como sinônimos em termos de conceito e objetivos, enquanto 40% concordam com essa equivalência (Gráfico 15).

Para os professores de Fonte Boa, 60% não veem “avaliação” e “prova” como sinônimos. Eles entendem que a prova foca em aspectos específicos do conteúdo, enquanto a avaliação é um processo contínuo e abrangente que avalia não apenas o aprendizado acadêmico, mas também o desenvolvimento comportamental e social dos alunos. Os 40% restantes consideram os termos equivalentes, vendo tanto a avaliação quanto a prova como ferramentas para medir o desempenho dos alunos. Todos os professores destacam a necessidade de uma abordagem mais holística na avaliação, que inclua valores como ética, respeito mútuo, liderança e pensamento crítico, visando melhorar o ensino e proporcionar uma educação mais significativa para os alunos de Fonte Boa.

3.4 Resultados Integrais da Pesquisa

A pesquisa investigou as contribuições das avaliações pedagógicas internas entre professores do 9º ano do Ensino Fundamental II em Fonte Boa. Participaram 10 professores de cinco escolas públicas, revelando resultados detalhados conforme os objetivos específicos:

Principais Modelos Avaliativos:

Métodos como autoavaliação e avaliação diagnóstica são prevalentes.

Avaliações somativa, comparativa e contínua são utilizadas, com ênfase na avaliação contínua.

Organização e Aplicação das Avaliações:

A maioria adapta suas avaliações para alinhar com os projetos pedagógicos das escolas.

Alguns enfrentam desafios para cobrir todo o conteúdo curricular planejado.

Construção de Indicadores Avaliativos:

A avaliação é vista como medida da capacidade de aprendizagem dos alunos.

Opiniões variam entre a avaliação como procedimento burocrático e instrumento reflexivo.

Percepção das Avaliações Internas:

A maioria considera as avaliações internas eficazes, enquanto alguns as veem apenas como atribuição de notas.

Desafios e Oportunidades:

A pandemia afetou a metodologia de avaliação devido ao ensino híbrido e à falta de capacitação em TICs.

Professores retomam conteúdos quando resultados avaliativos são negativos, mas há divergências sobre revisar completamente o conteúdo.

Os professores criticam o sistema avaliativo atual, mas reconhecem seu potencial para melhorar o planejamento escolar.

Há necessidade de incluir valores como conduta, respeito e liderança nas avaliações.

Capacitações adicionais são essenciais para otimizar o uso das avaliações em benefício da qualidade do ensino.

A pesquisa conclui que as avaliações pedagógicas internas podem ser mais do que meros instrumentos de classificação, contribuindo significativamente para uma prática pedagógica reflexiva e dinâmica quando ajustadas à realidade e necessidades da comunidade escolar de Fonte Boa.

4. CONCLUSÃO

Ao longo desta pesquisa, investigamos a aplicabilidade das avaliações pedagógicas internas no contexto do Ensino Fundamental II em Fonte Boa. Observou-se que, embora predominem métodos tradicionais como a autoavaliação e a avaliação diagnóstica, existe uma diversidade de abordagens complementares, como avaliações somativas e contínuas, que são utilizadas pelos professores para avaliar o desempenho dos alunos.

Os resultados indicam que os professores se esforçam para adequar suas práticas avaliativas aos projetos político-pedagógicos das escolas, embora enfrentem desafios em cobrir todo o conteúdo curricular planejado. A flexibilidade e o replanejamento constante das avaliações são necessárias para atender às demandas do cotidiano escolar, marcado por imprevistos e adaptações necessárias.

A avaliação não se limita à atribuição de notas; ela desempenha um papel fundamental no direcionamento do processo de ensino e aprendizagem. Além de medir a capacidade de aprendizagem dos alunos, as avaliações internas têm o potencial de refletir sobre a abordagem do conteúdo curricular, aspectos políticos da educação e a qualidade da prática pedagógica dos professores.

No entanto, apesar de seu potencial transformador, percebe-se que há espaço para melhorias no sistema avaliativo. A ênfase na quantidade de avaliações versus sua qualidade, por exemplo, revela a necessidade de repensar práticas avaliativas que promovam uma aprendizagem significativa e crítica, em detrimento do mero acúmulo de testes e provas.

É crucial que as escolas continuem a investir em capacitações para os professores, visando ampliar o uso efetivo das avaliações como ferramentas de promoção de um ensino mais reflexivo, dinâmico e adaptado às necessidades dos alunos e da comunidade local.

Portanto, concluímos que as avaliações pedagógicas internas desempenham um papel vital na melhoria contínua do ensino em Fonte Boa, desde que sejam utilizadas de forma estratégica e reflexiva, alinhadas aos objetivos educacionais mais amplos e à realidade específica da escola e dos alunos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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