REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7274758
Nathany de Souza Crespo Melo1
Orientador: Prof. Dr. André Manoel Correia dos Santos2
RESUMO
A insatisfação corporal das mulheres desperta gatilhos para transtornos de autoimagem e que podem estar associadas a algum transtorno alimentar. Neste cenário a autoimagem corporal é a figura que tem em mente a respeito do tamanho, da estrutura e da forma do corpo e os sentimentos a respeito dessas características, é a parte descritiva que o indivíduo tem de si próprio, engloba traços de personalidade, comportamento e aparência física. O objetivo desse trabalho foi evidenciar a relação entre percepção da autoimagem e aparecimento de transtornos alimentares em mulheres. Foram utilizadas para pesquisa os seguintes descritores em ciências da saúde, combinados ou isolados como: transtorno alimentar, compulsão, alimentação, nutrição e autoimagem. Os resultados mostraram que a insatisfação com a imagem corporal leva ao aparecimento de transtornos alimentares em várias fases da vida, desde a adolescência, fase adulta e até mesmo durante o período lactacional. O campo que envolve a insatisfação corporal e os transtornos alimentares confirmam a existência de um aumento significativos de casos. Além disso, as distorções corporais podem ser vistas nas práticas mais comuns adotadas pelas mulheres como excesso de atividades físicas, criações de dietas exageradas em baixas calorias, como objetivo de modificar a sua imagem corporal. Perante os dados mostrados sobre o aumento dos transtornos de autoimagem e alimentares, parece urgente a necessidade de implantação de uma política nacional de saúde de prevenção.
PALAVRAS-CHAVE: Autoimagem, Nutrição, Distorções corporais e transtornos.
ABSTRACT
Women’s body dissatisfaction awakens triggers for self-image disorders that may be associated with an eating disorder. In this scenario, the body self-image is the figure that has in mind about the size, structure and shape of the body and the feelings about these characteristics, it is the descriptive part that the individual has of himself, it encompasses personality traits, behavior and physical appearance. The objective of this study was to highlight the relationship between self-image perception and the appearance of eating disorders in women. The following descriptors in health sciences, combined or isolated, were used for research, such as: eating disorder, compulsion, eating, nutrition and self-image. The results showed that dissatisfaction with body image leads to the appearance of eating disorders at various stages of life, from adolescence, adulthood and even during the lactational period. The field involving body dissatisfaction and eating disorders confirm the existence of a significant increase in cases. In addition, body distortions can be seen in the most common practices adopted by women, such as excessive physical activity, creating exaggerated low-calorie diets, with the aim of modifying their body image. In view of the data shown on the increase in self-image and eating disorders, the need to implement a national health policy for prevention seems urgent.
KEYWORDS: Self-image, Nutrition, Body distortions and disorders.
1. INTRODUÇÃO
A preocupação relacionada a imagem corporal das mulheres é notória e vêm crescendo ainda mais atualmente. O aumento de peso é uma das principais causas da insatisfação corporal, diminuindo sua autoestima e afetando diretamente na sua vida pessoal e social. Essa preocupação excessiva faz com que mulheres procurem cada vez mais tentativas para se adaptar ao corpo considerado ideal e que estejam dentro de um padrão estético criado pelo que a sociedade impõe. A família e a mídia exercem um papel de pressão e de escolha de um padrão de beleza, valorizando o corpo magro. A insatisfação corporal é frequente em mulheres que estão com excesso de peso e até mesmo com o estado nutricional adequado. Percebe-se que outro aspecto relacionado a imagem corporal é o fato que as pessoas estão adotando um estilo de vida mais sedentário que o comum e consumindo mais alimentos calóricos e industrializados, causando mudanças no padrão alimentar (MORAES et al., 2018).
A influência da mídia transmite uma gama de mensagens incessantes para o corpo ideal, centrado somente na perda de peso e a tendência no padrão alimentar é modificado e extremamente exagerada, apelando por hábitos de vida saudáveis e culto a magreza. A influência afeta o comportamento e o pensamento se tornando uma fonte de cobrança das mulheres em busca do corpo perfeito. A mídia é capaz de modificar vários aspectos relacionados a alimentação, se tornando na maioria das vezes negativo no comportamento alimentar. Essa influência ocorre quando a mesma estabelece padrões de beleza que a mídia estabelece, afetando diretamente na alimentação. O efeito das imagens vinculadas em toda a mídia exerce um impacto significativo sobre a alimentação (LAUS et al., 2012).
O comportamento alimentar tem a função de manter a quantidade de alimentos necessárias nos processos fisiológicos e o prazer que o ato de comer proporciona, liberando neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar. Quando esse sistema está em desequilíbrio há possibilidades de desencadear alguns transtornos alimentares como anorexia, bulimia ou até mesmo a obesidade. A procura excessiva de um corpo perfeito contribui para que mulheres desejem resultados imediatos, fazendo uso de medicações para emagrecer, jejum exagerado, e passando a ter uma relação complicada com a alimentação causando riscos para a saúde. A anorexia e a bulimia são os principais transtornos alimentares que afetam diretamente no psicológico, comportamentais e na autoimagem podendo trazer diversas complicações para a saúde. Esses transtornos alimentares são mais comuns em mulheres entre 18 e 30 anos (LEAL et al., 2013).
A nutrição é a área em que se estuda a relação do indivíduo com o alimento e um dos seus objetivos é promover a recuperação e manutenção da saúde. As mulheres estão em busca de informações que se enquadre no padrão de beleza que a sociedade impõe, dando origem a uma percepção diferente da realidade da autoimagem, trazendo identidades e referencias corporais em que a mídia propõe.
As mulheres desde jovens já apresentam autocrítica sobre o seu corpo superestimando o peso, podendo ser influenciada por vários fatores, incluindo a cultura e os padrões sociais. Esse excesso de ter um padrão voltado para a magreza, pode causar transtornos que trazem males a saúde física e mental do indivíduo. A compulsão pela magreza está vinculada com a anorexia, bulimia, ansiedade, baixa autoestima e até mesmo fatores genéticos.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Evidenciar a relação entre percepção da autoimagem e aparecimento de transtornos alimentares em mulheres.
2.2 Objetivo específico
- Mostrar a influência da mídia e outros fatores no desenvolvimento de distorção de autoimagem e transtornos alimentares.
- Expor a relação entre preocupação com a autoimagem e risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares.
3. METODOLOGIA
Este estudo se trata de uma revisão de literatura, escrita de forma narrativa, realizada a partir da leitura de artigos científicos baseados na literatura, disponíveis no banco de dados do PubMed, Bireme/Lilacs e Scielo. O buscador acadêmico do Google (Google acadêmico) também foi utilizado. Foram incluídos artigos publicados nos últimos dez anos. Trabalhos acadêmicos e livros também foram usados para a escrita da revisão de literatura.
O método utilizado de pesquisa bibliográfica deu-se partindo da leitura, identificação e seleção de artigos científicos que se encaixarem e se mostrarem relevantes para dar embasamento a pesquisa e escrita da revisão de literatura, dando início a esse processo com a leitura prévia do resumo, a fim de averiguar sua relação com o tema.
Foram analisadas e estudadas literaturas pertinentes ao tema proposto, a partir do critério de escolha de artigos atuais, escritos em nossa língua e internacionais. Foram utilizadas para pesquisa os seguintes descritores em ciências da saúde, combinados ou isolados como: transtorno alimentar, compulsão, alimentação, nutrição e autoimagem.
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1 MÍDIA, COMPORTAMENTO ALIMENTAR E IMAGEM CORPORAL
A evolução tecnológica, a utilização da internet e das redes sociais virtuais vêm cada vez mais tendo pontos negativos e influenciando uma conexão com a saúde mental, gerando problemas como a não aceitação da autoimagem corporal, a insatisfação e transtornos alimentares. Cada vez mais têm se percebido nesse tipo de meio de comunicação o culto ao corpo belo, jovem e “saudável”, que historicamente já faz parte da sociedade não virtual (BRAGA, 2009; HOLLAND; TIGGEMANN ,2016).
A idealização da forma física já existe há muito tempo, principalmente acerca do corpo feminino, exigindo que fosse mais esbelto, robusto ou magro, em diferentes momentos da história (SILVA, 2018). Idealizações destes padrões de beleza tornaram-se mais evidentes nos meios de comunicação, como revistas, jornais, televisão e, mais recentemente, na internet. As redes sociais como o Facebook, Instagram e Youtube promovem boa parte da interação entre seus usuários por meio de imagens e vídeos, parecendo haver uma grande preocupação com a aprovação social das imagens que publicam, além de darem ênfase e às publicações daqueles perfis de pessoas que atendem estes padrões de forma física (HOLLAND; TIGGEMANN, 2016; COSTA, 2018).
Porém, tudo isso pode ter uma grande influência no impacto na satisfação com a imagem corporal, na autoestima e no comportamento alimentar dos indivíduos que acessam frequentemente essas mídias (COSTA, 2018; TIGGEMANN et al., 2018; FERNANDES, 2019). Isso acontece por causa da grande exposição a fotos, principalmente de perfis de influenciadores digitais, muitos dos quais produzem conteúdos categorizados como fitness, nas quais os indivíduos comparam seus corpos e hábitos. Essa comparação é feita em cima de um modo de vida muito distante da realidade da grande maioria. (ISIS KOELLE, 2019; DINAMIZE, 2020).
Sendo assim, a comparação gerada pelo acesso às redes sociais virtuais pode promover uma insatisfação com a imagem corporal, redução na autoestima e piora do humor, desejo de ser magra, internalização de ideais de beleza e comportamentos de dieta, comparação da aparência, além de uma maior probabilidade de basear a autoestima na aparência e maiores níveis de sintomas bulímicos (VRIES et al., 2014).
4.1.1 Imagem Corporal
A imagem corporal é a percepção que uma pessoa tem do seu próprio corpo e os pensamentos e sentimentos que resultam desta percepção. Esses sentimentos podem ser positivos, negativos ou ambos e são influenciados por fatores individuais e ambientais, já que imagem corporal abrange os processos fisiológicos, psicológicos e sociais. A imagem corporal também é a maneira como você se vê quando se olha no espelho ou quando você se imagine em sua mente (SILVA, 2018). Ela é a representação mental do nosso corpo, é a forma como vemos e pensamos o nosso corpo, também é a forma como acreditamos que os outros nos veem. A imagem corporal é frequentemente formada durante o final de infância e adolescência, mas a insatisfação corporal pode afetar pessoas de todas as idades e é tão prevalente na meia-idade, quanto na juventude e idade adulta nas mulheres (CARVALHO et al., 2014; TOCHETTO, 2016).
Quando essa imagem idealizada é muito distante da imagem real, e é colocada a um nível de expectativa tão alto, a pessoa passa a não perceber o sentido verdadeiro de sua vida. Ainda, é relatado que a construção da imagem corporal está interligada às concepções mediante a sociedade e cultura. Porém as formas apresentadas pela sociedade estão constantemente em modificação, levando a conflitos intra e extra corporais (SILVA, 2018). A imagem corporal negativa é a percepção distorcida de sua forma, percebe-se partes do próprio corpo, diferente de como elas realmente são. Pessoas com imagem corporal negativa tem uma maior probabilidade de desenvolver transtornos alimentares e são propensas a sofrer de sentimentos de depressão, isolamento, baixa autoestima e obsessões com a perda de peso. Já a imagem corporal positiva não causa efeito, pois tem a visão verdadeira, e clara percepção de sua forma, conseguindo ver partes do corpo como elas realmente são, apreciando, aceitando e respeitando a sua forma natural. Sendo importante para os fatores de proteção que podem tornar uma pessoa mais resistente aos distúrbios alimentares (SILVA, 2018; FERNANDES, 2019).
Cada vez mais pessoas estão vivenciando intenso sofrimento psíquico na tentativa de adequar-se a padrões de beleza inatingíveis. Essa busca por um suposto corpo perfeito pode ser excessiva e ser um sintoma da síndrome distorção da autoimagem, essa doença pode ser também conhecida como “transtorno dismórfico corporal” (TDC) ou dismorfofobia que é descrito pelo DSM-IV-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico) como um transtorno que envolve sintomas de preocupação excessiva em relação a um defeito mínimo ou imaginário na aparência e que traz prejuízos na vida social, ocupacional ou em outras áreas importantes para o indivíduo. Desenvolvendo uma visão irrealista do próprio corpo, que não condiz com o que de fato é. Isso impede que ela tenha uma consciência de si mesma, o que leva a uma batalha interna, podendo estar associado com outras condições negativas como angústia, sofrimento, tristeza profunda, anorexia, bulimia, depressão e ansiedade. A angústia e a disfunção causadas pelo transtorno podem causar problemas com drogas e álcool, internações hospitalares repetidas, comportamento suicida e suicídio (AMORIM, 2001).
Não existem só casos em que a pessoa acredita que precisa emagrecer, ilusão de que está cima do peso, pode haver casos em que a pessoa está acima do peso e se enxerga mais magra, há os que buscam a perfeição na forma de músculos, as que querem aumentar as mamas, afinar o rosto, “arrumar” o nariz, ter um sorriso mais branco e muitas outras correções muitas vezes infundadas e incoerentes com a harmonia da fisionomia da pessoa (COZBY, 2003).
A dismorfofobia é um transtorno razoavelmente comum, atinge aproximadamente 1% da população em geral. Os mais afetados são os pacientes que se submetem à cirurgia plástica, pouco mais de 10% apresentam algum grau do transtorno, mas não necessariamente uma dismorfofobia grave. A questão sociocultural, a busca incessante pela perfeição são elementos que contribuem para que ocorra o transtorno. (MORIYAMA, 2007)
4.1.1.1 Insatisfação corporal e culto ao corpo
A insatisfação com a imagem corporal ocorre quando o indivíduo deseja que seu corpo seja diferente da forma como o percebe. Apresentando preocupações com o corpo que podem afetar sua saúde física e psicológica. É usada para avaliar a diferença entre a imagem corporal real e a idealizada. De modo geral, as mulheres apresentam maior insatisfação corporal que os homens, assim como maior prevalência de transtornos alimentares. A insatisfação corporal é associada com sintomas depressivos, estresse, baixa autoestima, maior restrição alimentar e evitação de atividade física (PERINO, 2009).
O culto ao corpo é uma prática antiga que atualmente intensificou-se bastante, os indivíduos têm uma preocupação exacerbada com o modelo de seu corpo, buscando aproximar à sua forma aos padrões de beleza que são expostos na mídia, envolvendo a prática de atividades físicas, dietas e cirurgias plásticas (DOLINSKY, 2015). Culto ao corpo é entendido com um tipo de relação dos indivíduos com seus corpos que tem como preocupação básica no seu modelamento, a fim de aproximá-lo máximo possível do padrão de beleza estabelecido. Assim envolve não a prática de atividade física, mas também das dietas, cirurgias plásticas, uso de produtos e tudo o mais que responda a preocupação em se ter um corpo bonito ou saudável. (DIAS, 2000).
O culto ao corpo se mostra como uma característica dos tempos atuais e encontra-se centrado na busca diária por uma silhueta perfeita capaz de superar qualquer problema e corresponder a qualquer expectativa. A busca doentia por formas esculturais pode ter várias causas, como fatores individuais, familiares e culturais; além, é claro, de explicações históricas. O culto ao corpo em excesso pode ocasionar transtornos alimentares, nesse caso os indivíduos percebem sua imagem corporal de forma distorcida, imaginando que o seu corpo está fora de forma eles começam a buscar incessantemente a perfeição, e assim adquirem doenças que podem levar a morte (BUSSE, 2004).
Estudos apontam que indivíduos do sexo feminino com excesso de peso apresentam maior probabilidade de insatisfação com a IC quando comparados aos eutróficos. O estudo de Paltroniere et al. (2016) em mulheres do sul do Brasil encontrou uma alta prevalência de insatisfação com a imagem corporal, onde 45,9% das mulheres apresentaram insatisfação com a IC, 40% estavam com excesso de peso, e 17,1% apresentaram sintomas para transtorno alimentar. O estudo relata ainda que estado nutricional e presença de sintomas para transtorno alimentar mostraram-se associadas com insatisfação da IC. Os resultados do estudo sugerem uma elevada prevalência de insatisfação com a IC, independente da faixa etária e do local de moradia. Mulheres com excesso de peso e com sintomas de transtorno alimentar têm maior probabilidade de ter algum grau de insatisfação com a IC.
Considerando o aumento da insatisfação com o corpo em diferentes faixas etárias, os achados do estudo de Pereira et al. (2009) e Coelho e Fagundes (2007) confirmam o desejo das mulheres de meia e terceira idade a almejarem um tamanho corporal menor que o atual. Na literatura, encontram-se estudos que apontam o sexo feminino com maiores prevalências a diminuir o peso corporal (SILVA; LANGE, 2010; PÉREZ; ROMERO, 2010). O estudo realizado por Silva Filho et al. (2008) com praticantes de caminhada de ambos os sexos da zona sul da cidade de Natal, revelou taxas mais elevadas de insatisfação com a imagem corporal do sexo feminino (89%) do que o masculino (69%), com desejo de ambos à redução de suas silhuetas.
No que se refere a adolescentes, Bordeleau et al. (2022), estudando imagem corporal e comportamentos relacionados à saúde em adolescentes entre 12 e 17 anos do Canadá, observaram que a insatisfação corporal era mais prevalente em participantes que convivem com sobrepeso/obesidade. Martini et al. (2022) em sua revisão sistemática sobre insatisfação com o peso corporal em adolescentes de dez a 19 anos, observaram alta elevada prevalência de insatisfação com o peso corporal em adolescentes, superior em meninas. As prevalências de insatisfação com o peso variaram de 18,0 a 56,6% em ambos os sexos (10,8 a 82,5% no sexo masculino e 19,2 a 83,8% no feminino). Mitchison et al. (2017), observaram em seu estudo em 12 escolas secundárias na Austrália que a preocupação com o peso/forma pode ser um preditor particularmente potente para comportamentos de angústia e transtorno alimentar em meninas e restrição alimentar em meninos.
Vários estudos têm investigado e observado insatisfação com a imagem corporal e o aparecimento de transtornos alimentares em várias fases da vida, desde a adolescência, fase adulta e até durante o período lactacional (SMITH et al., 2022; KAPA et al., 2022; SMITH et al., 2020; ASKEW et al., 2020; WILHEM et al., 2018; MITCHISON et al., 2017; BLOSTEIN; ASSARI; CALDWELL, 2017).
4.1.2 Comportamento Alimentar e Transtornos Alimentares
Transtornos alimentares descrevem doenças que são caracterizadas por hábitos alimentares irregulares e sofrimento grave ou preocupação com o peso ou a forma do corpo. Os distúrbios alimentares podem incluir ingestão inadequada ou excessiva de alimentos, o que pode, em última instância, prejudicar o bem-estar de um indivíduo. Os transtornos alimentares (TA) são caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos, que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicológico. Além dessas alterações no comportamento alimentar, outras manifestações são percebidas nesses indivíduos, tais como distúrbios da imagem corporal e problemas com autoestima (COSTA, 2018; SILVA, 2018).
Pessoas com TA, frequentemente, sofrem de autodepreciação em decorrência da imagem e peso corporal, pois se sentem extremamente desvalorizadas em diversos aspectos de suas vidas pela associação com a imagem corporal. Estes sentimentos podem induzir a pessoa a almejar uma imagem e peso corporais inatingíveis, pois são baseados em padrões de beleza na maioria das vezes incompatíveis com aspectos biológicos do próprio indivíduo (SÁ, 2017). Esta insatisfação persistente gera sofrimento e promove a busca por tratamentos estéticos de maneira desenfreada, utilização de fórmulas emagrecedoras e suplementos alimentares relacionados à estética de forma abusiva. A prática de dietas extremamente restritivas que prometem emagrecimento rápido pode ser um dos principais fatores de risco para desenvolvimento de um TA (HOLLAND; TIGGEMANN, 2016; COSTA, 2018).
Os TA associados a uma preocupação excessiva com o peso corporal e a forma física são: Anorexia Nervosa (AN), Bulimia Nervosa (BN) e Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA) sendo os transtornos alimentares mais comuns (VALE; ELIAS, 2011). Dentre esses, os transtornos alimentares de maior prevalência e com maior número de estudos estão a bulimia nervosa e a anorexia nervosa.
A bulimia nervosa é um transtorno de ingestão exagerada de alimentos, e percebe-se que a maior propensão para esse transtorno são problemas familiares, falta de autoestima, desanimo, exaustão, estresse, angústia, dietas irregulares, distorção de imagem corporal, condição sociocultural sendo um fator predisponente a doença, a exageradamente valorização do corpo magro. A bulimia pode ser definida quando existem episódios rotineiros de compulsão alimentar (consumo de grande quantidade de alimento em um curto período), comportamentos compensatórios causados por esse consumo como a indução ao vômito, pois esse ato tem o efeito de alívio imediato no desconforto e dor estomacal, porém, esse episódio frequente causa refluxo, ferimento no estomago, desidratação, edema nas bochechas, dano nos dentes e perca de peso acelerada (SOUTO; FERRO-BUCHER 2006).
Pessoas que sofrem com bulimia, propendem ocultar os sintomas por vergonha, sintomas esses que provocam complicações a saúde. É constatado que indivíduos com esse transtorno podem ser motivados por dietas incorretas mostradas na mídia atual. O uso de dietas irregulares de acordo com cada indivíduo e suas necessidades individuais, como dietas da atualidade, jejuns exagerados, faz com que o indivíduo fique um tempo longo sem se alimentar, sem ingerir fontes de energias e nutrientes, e isso faz com que a pessoa sinta uma fome descontrolada e acaba consumindo alimentos mais do que deveria (PEREIRA; COSTA; AOYAMA, 2020).
A anorexia nervosa é definida como a restrição de ingestão calórica, levando a um peso corporal significativamente baixo, seguido pelo medo perseverante de aumento de peso, o formato corporal, comportamentos como atividades físicas excessivo e distúrbio na autoimagem. (FARIAS, 2009). Estudos mostram que mulheres são cometidas desta doença de 10 a 20 vezes mais que o sexo masculino, sendo mais comum na faixa etária entre 13 e 18 anos (BUSSE, 2004). Podemos destacar que a AN (anorexia) possui uma subdivisão: restritivo, que tem como por meio da estratégia em perder um peso muito elevado, com restringimento alimentares, jejuns muito exagerados, exercícios físicos, e o tipo compulsão periódica purgativa ou bulímica, que tem como a indução de vômitos e o uso de laxantes. Na maioria das vezes, a AN é posta no impacto da doença biológica, mas o agravamento de vários sintomas, mostra a compatibilidade psicossomática no indivíduo. A doença pode estar relacionado a vários fatores, tais como: retirar-se de casa, estudar em outros lugares, término de um relacionamento, e o principal, a busca da idealização de um corpo perfeito e ideal (CASTRO, 2015).
Alterações de neurotransmissores e moduladores do apetite e da saciedade, como a noradrenalina, dopamina e a serotonina, têm sido considerados como causas que predispõem o surgimento de transtornos relacionados à alimentação. Ainda assim, não é certo se tal modificação é primária ou se é resultado do padrão de ingestão desordenado da bulimia nervosa (SICCHIERI, 2006).
Existe uma estreita relação entre a anorexia e a bulimia. Isso porque um número significativo de anoréxicas já foram bulímicas e o inverso também. No caso de pacientes que apresentam algum distúrbio envolvendo o consumo de alimentos, é importante uma investigação aprofundada e que, se possível, seja realizada por uma equipe multidisciplinar, pois tal prática torna a compreensão desses problemas muito mais completa. É importante a realização de análises e questionamentos relacionados aos históricos alimentares, para que se possa reconstituir as histórias e identificar as práticas alimentares desse grupo de pacientes (LOPES, 2012).
4.1.3 A importância da abordagem nutricional nos transtornos alimentares
A abordagem do tratamento dos transtornos alimentares inclui a intervenção multidisciplinar: nutricionistas, psicólogos, psiquiátricas e enfermeiros. Como em qualquer enfermidade, a terapêutica é estabelecida com base no estado do paciente ou gravidade da doença. Por isso, não existe regra em relação aos profissionais integrantes da equipe e muito menos sobre a conduta a ser adotada. A terapia deverá ser estabelecida segundo o estado clínico do paciente (BUCARETCHI, 2003). A investigação nutricional é composta pelos seguintes componentes: avaliação antropométrica, anamnese, avaliação laboratorial, cálculos energéticos e prescrição dietética. A avaliação nutricional é um instrumento diagnóstico, já que analisa, de diferentes maneiras, as condições nutricionais do organismo determinadas pelos processos de ingestão, absorção, utilização e excreção de nutrientes, ou seja, a avaliação nutricional define o estado nutricional, que é resultante do balanço entre a ingestão e a perda de nutrientes (ANDRADE, 2009).
Sendo um importante método na abordagem, a avaliação antropométrica é um conjunto de protocolos empregados com o intuito de avaliar as dimensões e proporções corpóreas. É caracterizada como um dos indicadores diretos do estado nutricional (ALVARENGA, 2004). As medidas antropométricas mais empregadas são: peso, altura, circunferências (braço, cintura e quadril) e pregas cutâneas (tríceps, bíceps, subescapular, supra ilíaca etc). Através da combinação dessas medidas, podem-se calcular as relações peso/altura², a circunferência muscular do braço e o índice de gordura corporal do paciente (CORDÁS, 2004).
Os anoréxicos apresentam desnutrição proteico-energética em decorrência da depleção das reservas adiposas e proteicas, porém com um compartimento de proteínas viscerais relativamente ilesas. Completam todos os requisitos para um diagnóstico de desnutrição proteico-energética severa. Diante dessa condição, uma das metas para reabilitação nutricional é a restauração da gordura corporal e da massa magra (CUNHA, 2008). Na BN, o objetivo em curto prazo, deve ser a conservação da massa corporal. Ainda que a perda da massa corporal possa ser consentida, a reabilitação nutricional não pode ser prescrita até que os padrões alimentares estejam estabilizados (CUPPARI, 2002).
Outro método indispensável nesses casos é a anamnese alimentar e a história dietética do paciente. Durante a anamnese alimentar, são pesquisadas as quantidades e qualidade de alimentos consumidos, informações que podem contribuir para o estabelecimento da conduta terapêutica, como: perda de apetite, aversão ou intolerância alimentar, náusea, vômito, alteração do trato digestivo (dificuldade de mastigação, azia, queimação, obstipação, diarreia e outros), abuso de bebidas alcoólicas e modificação no peso (DAMIANI, 2011).
A avaliação da ingestão energética é indicada para prevenir a super ou subalimentação, com o objetivo de promover a reabilitação nutricional e abrir um diálogo, considerando-se as necessidades energéticas durante as fases da reabilitação nutricional e manutenção da massa corporal. De maneira geral, os anoréxicos apresentam uma ingestão calórica menor do que o recomendável, com um déficit mil quilocalorias por dia. Contabilizam a sua ingestão calórica diária e, geralmente, a superestimam (FREITAS, 2002).
Os objetivos da prescrição dietética dos pacientes com AN e BN é a correção das sequelas fisiopatológicas, restauração da massa corporal e normalização dos padrões alimentares, comportamentos alimentares e os sinais de fome/saciedade. As escolhas do tipo de intervenção, hospitalar, domiciliar ou ambulatorial são definidas segundo o quadro clínico do paciente, se ele se encontra clinicamente estável ou não, ou se há presença de determinada condição que o coloque em risco de morte (SICCHIERI,2006).
As estratégias e os protocolos de planejamento nutricional variam de acordo com a instituição ou profissional em questão. Os sistemas de planejamento das refeições também variam entre os programas de tratamento. Até o presente momento, não existe uma pesquisa que sugere que um método de planejamento de refeição seja mais adequado que outro, e cada programa ou estratégia de terapêutica tende a ter sua própria filosofia sobre o planejamento do cardápio (SICCHIERI,2006).
Independente do protocolo, o profissional ou equipe de tratamento tem mais controle sobre as escolhas alimentares, a ingestão energética e a distribuição energética dos pacientes sob internação quando comparados aos que estão em ambiente ambulatorial. Os indivíduos com BN raramente são hospitalizados e a terapia de aconselhamento nutricional geralmente ocorre no ambiente ambulatorial (SILVA, 2006).
Após o estabelecimento da avaliação e o diagnóstico nutricional, a próxima etapa é projetar a intervenção, que pode ser realizada através do aconselhamento. Para proporcionar uma orientação individualizada, ou seja, específica para as necessidades de cada indivíduo, diferentes habilidades e estratégias são necessárias. A educação nutricional é considerada o procedimento pelo qual os pacientes são efetivamente auxiliados a selecionar e implementar comportamentos desejáveis de nutrição e estilo de vida. (FREITAS, 2002) Portanto, é esperado que o efeito desse processo seja não apenas o desenvolvimento de conhecimentos sobre nutrição, mas de mudança de conduta em relação ao alimento. A mudança desejada de um comportamento deve ser muito bem adequada ao contexto de cada indivíduo. O paciente deve reconhecer que existe o problema e assumir a necessidade de transformação. Sem essa conscientização, todo o trabalho de educação é inútil (HAY, 2002).
Quando se trata de transtornos alimentares, um dos problemas que a educação nutricional enfrenta é o fato de que esses pacientes parecem possuir bastante conhecimento sobre alimentos e Nutrição, mas que costumam ser equivocados na maioria das vezes. Justamente por isso, a educação nutricional é um componente essencial no seu plano tratamento. Para pacientes com AN e BN, os materiais de educação nutricional devem ser examinados profundamente para determinar se a linguagem e o assunto não são tendenciosos. (LATTERZA, 2004).
Paciência e apoio são essenciais durante o período de intervenção e extremamente importantes na realização e adesão de novos hábitos alimentares. Os transtornos alimentares devem ser compreendidos e avaliados como distúrbios potencialmente crônicos caracterizados por períodos de recaídas. A reabilitação nutricional pode corrigir algumas consequências fisiopatológicas da desnutrição nos distúrbios alimentares (por exemplo estado hipometabólico, instabilidade dos sinais vitais), mas não todas (massa orgânica, massa óssea e crescimento) (SOUZA,2009).
A realimentação nos distúrbios alimentares exige o empenho de toda a equipe envolvida no tratamento, assim como o apoio de amigos e familiares. É importante que o paciente esteja consciente de que o tratamento pode durar alguns anos. Sendo assim, a expectativa de cura imediata deve ser descartada. O sucesso da terapia está diretamente relacionado ao tempo de intervenção (TIRICO et al., 2010)
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento da pesquisa eleva pontos favoráveis do autocuidado corporal de uma forma em que o indivíduo deve sim se preocupar com a aparência corporal, mas de uma forma saudável, não prejudicando a si mesmo e principalmente tendo controle dos seus atos físicos e mentais das suas ações. As preocupações identificadas durante o desenvolvimento da pesquisa é a quantidade de referências expostas e induzidas pela mídia e a cultura do corpo perfeito, com isso, a sociedade impõe formas estéticas inconcebível, gerando assim, grande disfuncionamento em quem não se encaixa nos padrões de beleza e despertando gatilhos para transtornos de autoimagem. Uma das questões mais apontadas entre as principais causas é a forte pressão social que vivemos pela busca incansável pelo corpo perfeito.
Podemos alegar que o culto ao corpo é uma característica excessiva na nossa atualidade, a fim de aproximá-lo o máximo possível do padrão de beleza estabelecido seguido da distorção da imagem corporal mais comum em mulheres. Onde os fatores individuais, culturais, históricos, mentais, sociais, familiares e entre outros, ou seja, é necessário perceber vestígios onde o indivíduo manifesta uma preocupação exagerada sobre a magreza e a perfeição corporal.
O campo que envolve os transtornos alimentares confirma a existência de um aumento significativos de casos, sendo eles a Anorexia nervosa e a Bulimia aonde a maioria das pessoas desconhecem os seus sintomas e prejuízos que causam a saúde e o fato de que podem levar a morte. Vale ressaltar que essa patologia não é unicamente causada pelo exagero exorbitante de uma má alimentação, mas sim como causa de uma equivalência e aspectos biológicos/psicológicos.
Perante os dados mostrados sobre o aumento dos transtornos de autoimagem e alimentares, parece urgente a necessidade de implantação de uma política nacional de saúde de prevenção, para investigar a determinação e o problema, trazendo pautas, palestras educativas, educação nutricional nas escolas sobre o conceito e melhorar a avaliação na percepção sobre o autocuidado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Nutrição da Universidade como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em nutrição. Orientador: Prof. Dr. André Manoel Correia dos Santos
2Orientador
UNIVERSIDADE IGUAÇU
FACULDADE DE CIENCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE NUTRIÇÃO