PEELING QUÍMICO NO TRATAMENTO DE HIPERCROMIAS FACIAIS


FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS
CURSO DE TECNOLOGIA EM ESTÉTICA E COSMÉTICA
FERNANDÓPOLIS, SÃO PAULO, BRASIL


Autores:
Aline Das Neves TEODORO*
Gianny Minari BÁCARO*
Hanna Sylvia Ramos LIMA*
Thais Morais SANTOS*
Valéria Lima Munhóz **

*Graduandas do Curso de Tecnologia em Estética e Cosmética das
Faculdades Integradas de Fernandópolis; Fernandópolis, São Paulo, Brasil.
** Docente do Curso de Tecnologia em Estética e Cosmética das
Faculdades Integradas de Fernandópolis; Fernandópolis, São Paulo, Brasil.


RESUMO

A pele, sendo o maior órgão do corpo, é essencial para a proteção do meio interno, exigindo os cuidados necessários para seu bom funcionamento, pois protege o organismo das agressões externas, como sol, poluição, bactérias e agentes químicos. A exposição ao sol é um fator altamente prejudicial para o aparecimento de hipercromia. Este artigo tem como objetivo destacar a importância do tratamento da hipercromia por meio de peelings químicos. Foi realizada uma revisão da literatura. Ao final do estudo, observou-se que o peeling químico é um procedimento satisfatório no tratamento da hipercromia facial, por se tratar de uma terapia simples e com baixa abrasão.

PALAVRA-CHAVE: Peeling Químico. Peeling. Hipercromias.

ABSTRACT

The skin, being the largest organ in the body, is essential for protecting the internal environment, requiring the necessary care for its proper functioning, as it protects the body from external aggressions, such as sun, pollution, bacteria and chemical agents. Exposure to the sun is a highly harmful factor for the appearance of hyperchromia. This article aims to highlight the importance of treating hyperchromia through chemical peels. A literature review was carried out. At the end of the study, it was observed that chemical peeling is a satisfactory procedure in the treatment of facial hyperchromia, as it is a simple therapy with low abrasion.

KEYWORD: Chemical Peeling. Peeling. Hyperchromias.

1. INTRODUÇÃO

As hipercromias são resultantes de altas produções de melanina geralmente estimuladas por exposições solares, fatores hormonais, inflamações e envelhecimento (DAMBROSIO, 2020).

As hipercromias cutâneas trazem uma certa insatisfação tanto para homens quanto para mulheres, além de uma péssima aparência na pele também causam baixa autoestima principalmente em mulheres, que estão constantemente em busca de tratamentos estéticos como alternativas para amenizar o problema que tanto as incomodam (OLIVEIRA et al., 2019).

A exposição solar possui sérios efeitos nocivos à pele e sem fazer o uso de protetor solar podem causar um excesso na produção de melanina e agravar hipercromia existentes, resultando em melanoses, melasmas e até um possível câncer de pele. Para evitar futuros aparecimentos de hipercromia e prevenir uma boa aparência da pele, o peeling químico é tratamento certo (STEINER et al., 2009).

O peeling é um dos tratamentos mais indicados para hipercromia faciais. De forma, que fazem esfoliação não cirúrgica, de maneira não invasiva, incrementando a mitose celular fisiológica, causando assim o afinamento do tecido epitelial preparando-o para a revitalização, incrementando proteína de colágeno, elastina, sequelas de acne, ereticulina e clareamento das camadas superficiais da epiderme (PEREIRA, 2016).

O peeling pode ser classificado conforme o nível de profundidade que atinge as camadas da pele. Em cabine, superficiais e médios já atingem os resultados desejados em grande maioria, ele destrói partes ou toda a epiderme, com ou sem a derme esfoliando e removendo lesões superficiais, regenerando os novos tecidos (PEREIRA, 2016).

O peeling químico vem utilizando cada vez mais na estética onde o resultado tem sido visível no tratamento de rugas, melanoses, melasmas, hiperpigmentação, pós-inflamatório, cicatrizes atróficas e acne. O peeling químico, também conhecido como quimioesfoliação ou dermopeeling, consiste na aplicação de um ou mais agentes esfoliantes na pele, resultando na destruição de partes da epiderme e/ou derme, seguida de regeneração dos tecidos epidérmicos e dérmicos (BORGES, 2006).

Segundo Rotta (2008) e Guerra (2013), este peeling vem sendo utilizado cada vez mais na estética por ter uma melhora significativa em curto período. Proporcionando resultados satisfatórios e seguros, sua eficácia em tratamento de rugas, melanoses, melasmas, hiperpigmentação, pós-inflamatório, cicatrizes atróficas e acne, irá prover ação antienvelhecimento, aumento de hidratação, melhora na textura da pele, clareamento das hipercromia, eliminação da aparência de pele envelhecida devido a sua ação renovadora (CURI, 2019).

A hipercromia facial é um tema polêmico que gera um grande incômodo e as mulheres principalmente sofrem mais com esse problema. Muitas pessoas por não conhecerem a fundo o assunto acreditam que não há um tratamento eficaz para hipercromias. Por esse motivo o tema se torna relevante, por evidenciar os efeitos do peeling nas hipercromias, além do custo acessível que essa técnica oferece.

2. OBJETIVO

O objetivo deste estudo é revisar junto à literatura a eficácia do peeling químico no tratamento de hipercromias faciais.

3. METODOLOGIA

Esse estudo foi realizado a partir de uma revisão bibliográfica de caráter qualitativo, sobre o peeling químico em relação às hipercromia faciais.

Os dados foram coletados de revistas científicas encontradas na base de dados Google acadêmico. A pesquisa foi realizada nas Faculdades Integradas de Fernandópolis – FIFE no período de março de 2021 a agosto de 2021, usando as seguintes palavras chaves: peeling químico, peeling, hipercromia.

4. REVISÃO DA LITERATURA

4.1 PELE

A pele ou cútis é o manto de revestimento do organismo, indispensável à vida e que isola os componentes orgânicos do meio exterior (SAMPAIO; RIVITTI, 2014).

Sendo o maior órgão do corpo, é composto por três camadas interdependentes: epiderme (superior); derme (intermediaria); hipoderme (tecido celular subcutâneo). Estas camadas permitem que a pele se movimente livre e facilmente sobre as profundidades do corpo (CÂMARA, 2009).

Segundo Montanari (2016), a epiderme divide-se em quatro camadas no epitélio estratificado pavimentoso queratinizado: o estrato basal, o estrato espinhoso, o estrato granuloso e o estrato córneo, constituídas principalmente por queratinócitos, melanócitos e células de Langerhans.

A camada basal é essencialmente germinativa, originando as demais camadas da epiderme, pois há uma intensa atividade mitótica. A maturação das células do estrato basal até o estrato córneo é de aproximadamente 26 dias (SAMPAIO; RIVITTI, 2014).

Os queratinócitos são formados ao longo da maturação deste tipo celular, sofrem um processo de diferenciação celular que resulta em alterações morfológicas e bioquímicas, retirando-as da camada basal fazendo com que perca suas atividades metabólicas, modificando estas células cheias de queratina agora para uma célula morta e anucleada, transformando um queratinócito em corneócito. Os queratinócitos são capazes de sintetizar a proteína queratina, as únicas capazes de realizar mitose e a síntese de DNA na epiderme (CATARINO, 2015).

Os melanócitos são células originadas das cristas neurais, são responsáveis por sintetizar a melanina, distribuindo-as para os queratinócitos. Esta melanina também tem a função de proteger a pele contra danos extrínsecos, como por exemplo, a absorção dos raios ultravioletas. Uma exposição solar intensa é um fator primordial para aparecimento de melanomas (TAKANO, 2009).

Neste estrato, também se encontra as células de Langerhans, originadas da medula óssea, fagocitam e processam antígenos indesejados na pele. Estes antígenos são levados aos linfócitos T da epiderme, iniciando uma resposta imunológica. As células de Langerhans estão ligadas com as dermatites alérgicas por contato e rejeições de transplante cutâneo (MONTANARI, 2016).

A próxima camada denominada espinhosa ou malpighiana é constituída por células escamosas que se achatam progressivamente conforme sua direção à superfície (SAMPAIO; RIVITTI, 2014). Suas células presentes são queratinócitos diferenciados unidos devido às projeções citoplasmáticas, desmossomos e filamentos de queratina em grande quantidade entre as células. Exercem sua função na manutenção da coesão entre as células da epiderme e na resistência ao atrito. Os queratinócitos existentes na parte superior desta camada sintetizam citoqueratinas de maior peso molecular, produzindo proteínas envolvidas na queratinização (ALMEIDA, 2020).

Ao longo deste processo de diferenciação celular, passado o estrato espinhoso e agora situado ao estrato granuloso, os queratinócitos já maduros sintetizam proteínas finais como filagrina e loricrina. Também ocorre acumulo de grânulos de queratohialina, proteína auxiliadora na junção das queratinas em filamentos paralelos (CATARINO, 2015).

A camada final e mais externa da epiderme é a córnea, formada por células anucleadas denominadas como os corneócitos. A espessura desta depende do número de camadas das células acumuladas na superfície da epiderme e sua região anatômica, isto está ligado com a proteção que a pele fornece, tanto contra ação de agentes externos quanto a perca de água, quanto mais espessa a pele, maior a proteção (CATARINO, 2015).

A derme é uma das camadas da pele, composta por colágeno, elastina e glicosaminoglicanos. Suas fibras colágenas e elásticas fazem a proteção e mantém a sustentação da epiderme. Apresenta uma espessura variável conforme a região do corpo e idade de cada pessoa, além disso, tem a função de garantir a elasticidade e resistência da pele, é uma região bem vascularizada, sendo responsável pela nutrição e oxigenação da epiderme também (KASHIWABARA et al., 2016).

Sua função é garantir a elasticidade e resistência da pele, é uma região bem vascularizada, é responsável pela nutrição e oxigenação da epiderme. Nessa camada existem vasos linfáticos, glândulas, folículos capilares e nervos que proporcionam a sensação do toque, dor, pressão, temperatura. As terminações nervosas variam sua quantidade conforme a região do corpo, por isso algumas áreas do corpo são mais sensíveis do que outras. Além disso, a principal célula presente é o fibroblasto, que é responsável pela produção dos elementos mais importantes dessa camada, como as fibras e a substância amorfa (RODRIGUES, 2009).

A derme é formada por duas camadas: Camada papilar e camada reticular. A camada papilar é a camada superior, é formada por tecido conjuntivo frouxo, tem esse nome porque a regiões bem parecidas com dedos ou papilas nas extremidades, as quais fazem a comunicação com a epiderme. Nessa camada encontramos os capilares, fibras elásticas, fibras reticulares e o colágeno. Já a camada reticular é a mais profunda, é formada por tecido conjuntivo denso não modulado, aqui se encontram os capilares sanguíneos fibras elásticas e de colágeno fibroblastos, vasos linfáticos e terminações nervosas (BERNARDO; SANTOS; SILVA, 2019).

A Hipoderme se encontra abaixo da derme, sendo assim a camada mais profunda da pele. Ela é formada pelos adipócitos, fibroblastos e macrófago e contém fibras de colágeno e elastina. Sua espessura é variada pelo peso de cada endivido. A Hipoderme faz ligação entre músculos, ossos e etc. Sua função é proteção imunológica e produção hormonal. Nela é armazenada metade da gordura corporal, mantendo um importante reserva de energia. A pele é extremamente complexa, tendo inúmeras funções (STEINER, 2021).

A Hipoderme fornece uma proteção contra traumas mecânicos, amortecendo certos os impactos. Assim como todas as outras camadas da pele, a Hipoderme precisa de cuidados diários, tais como: limpeza de pele, foto proteção e hidratação. Podendo também ser feito uso de ativos que estimulam o colágeno, como: ácidos e vitaminas antioxidantes. A agressão externa pode interferir na diminuição da barreira cutânea, provocando lesões e inflamações na pele (LEITE, 2003).

4.2 HIPERCROMIAS

A formação excessiva de pigmentos se dá pelas substâncias que dão coloração a pele. Os melanócitos produzem a melanina, e sua produção abundante é responsável pelas hipercromias. Existem outros mecanismos que auxiliam a produção da melanina e são denominadas: Efélides, lentigo, cloasma, hiperpigmentação periorbital e hipercromia pós-inflamatória. A melanina é transportada aos queratinócitos pelo melanossomas. Entrando em contato com o queratinócitos, ela se instala ao redor do núcleo fazendo uma proteção ao DNA das células, este processo se dá o nome de melanogênese. Após dar coloração há pele, a melanina se torna antioxidante, assim, o melanócitos responde a agressão, tornando alguns tipos de hipocromias incuráveis, sendo assim apenas possível ameniza-las (REIS, 2020).

Efélides ou Sardas: são moléculas vermelhas ou marrom-claras, promovidas pela exposição solar, ela é acarretada pela produção abundante de pigmento que acomete a pele, desaparecendo ao inverno. Elas são confinadas na face, braços e dorso (ARAÚJO, 2014).

Lentigo: originam-se das mais profundas papilas dérmicas e inclusas profundamente na derme (DEPREZ, 2009). As áreas mais afetadas são a face, e o dorso das mãos. Essas lesões são vistas raramente em pacientes com menos de 50 anos, e são chamadas de “Lentigos senis”. Seu fator causal é o sol, e por isso é chamado de “Lentigos solares”. E são um importante fator de risco de melanoma (ARAÚJO, 2014).

Cloasma ou Melasma: é uma hipermelanose comum, caracterizada por manchas castanhas, simétrica, é uma condição crônica e recidivante, causada recorrentemente ou repetitivamente. Localizada na face, com limites demarcados, aparecendo também, nas têmporas, fronte, nariz, pálpebras e colo. Existem diferentes tipos de melasma, divididas por área e categoria, epidérmico, dérmico e mista. Comumente encontrada em mulheres, surgindo muitas vezes durante a gravidez, assim se tornando o cloasma (CAPPI, 2016).

Hiperpigmentação Periorbital: conhecida como (olheira), se trata de uma diferença de cor de pele palpebral, para o restante do rosto, dando uma aparência cansada para o indivíduo. Ela afeta ambos os sexos, mas, sua maior dominância é em indivíduos entre as idades de 16 a 25 anos, principalmente em mulheres (ARAÚJO, 2018).

Hipercromia Pós Inflamatória: é uma desordem de pigmentação da pele, após uma produção abundante de melanina, causando uma sequela das dermatoses inflamatórias, entre elas psoríase. A Hipercromia pós-inflamatória deixa sequelas esteticamente desagradáveis para o portador. Essa lesão é comum na pele escura, não habituais em pele clara, surgindo devido a fatores genéticos, nutritivos, físicos, endócrinos, metabólicos, inflamatórios, químicos, neoplásicos, infecciosos e também etiologia idiopática (SOUZA, 2017).

Quando há uma modificação patológica caracterizada por alterações pigmentares são denominadas discromias, possuem formas distintas, sejam elas localizadas ou difusas. Esses distúrbios estão associados à alteração na produção pigmentar e perda de melanina (NICOLETTI et al., 2002).

A disfunção estudada são as hipercromias, são estas o resultado excessivo na produção de melanina, levando ao aparecimento de regiões escuras em denominadas áreas do corpo, também podendo ser desencadeadas por fatores intrínsecos e extrínsecos (TEDESCO; ADRIANO; SILVA, 2007).

A exposição da pele aos raios ultravioleta pode causar reações adversas, tais como: fotoenvelhecimento, fotocarcinogênese e bronzeamento. Nós possuímos melanina que serve de proteção contra os raios UV, contudo, pode haver produção desnorteada e desencadeando lentigem, hipercromias e senescência. Com a quantidade de idosos crescente em nossa sociedade, o uso de hiperpigmentação se tornou mais importante (NICOLETTI et al., 2002).

Nos dias atuais observam-se vários estudos sobre o tratamento de hipercromias, que por não haver uma etiopatogenia definida não existe somente um tipo de tratamento, mas sim vários, os quais podem contribuir para melhora significativa desta queixa. Fazendo-se uma anamnese bem detalhada, o profissional pode indicar tratamentos como peelings químicos, lasers, cosméticos, carboxiterapia (OLIVEIRA; PAIVA, 2015).

Deve-se ressaltar que alguns tipos de hipocromias são incuráveis, mas é possível amenizá-las. O tratamento de hipercromias não tem um resultado imediato, é longo e requer paciência, o tratamento profissional em cabine com uso de clareadores e despigmentantes acontece de forma gradual, lembrando sempre de fazer uso de protetor solar diariamente para conseguir manter os efeitos desse tratamento (SILVA; ROEWER; ANDRADE, 2019).

4.3 PEELING QUÍMICO

Os peelings químicos também nomeados como quimio esfoliação e dermopeeling, são conhecidos pelos seus efeitos esfoliantes e destrutivos na epiderme ou derme, acompanhados de uma regeneração tecidual local, são subdivididos em 3 tipos: superficial, médio e profundo (BARBOSA; MEJIA, 2016).

O peeling químico é indicado para tratar melasma, acnes, estrias, clareamento da pele, sequelas, cicatrizes entre outros. É contraindicado seu uso no caso de gravidez, escoriações neuróticas, uso de isotretinoína oral a menos de seis meses, formação de queloide, cicatrização deficiente, história de hiperpigmentação pós-inflamatória, fotoproteção inadequada e principalmente dificuldades de seguir orientações fornecidas após procedimentos (GUERRA et al., 2013).

O peeling químico, feito através da aplicação de substâncias químicas na pele atinge uma profundidade variável, o superficial provoca uma esfoliação na epiderme, iniciando da camada granulosa até a basal, é indicado para poros dilatados, hipercromias leves; o médio irá atingir a derme papilar, é adequado para hipercromias, rugas finas, cicatrizes de acne e peles envelhecidas pela ação do sol; e o profundo atingira a derme reticular média, é mais indicado para casos de pele muito envelhecida, com muitas hipercromias e cicatrizes de acne (ARAÚJO; MEJIA, 2013).

Quanto mais o agente químico ser penetrado profundamente nas camadas da pele, os resultados serão mais nitidamente visíveis, porém há um grande risco de desconforto pós-procedimento (YOKOMIZO et al., 2013).

A profundidade que o peeling deve atingir depende da substância química utilizada, concentração do ativo, pH, protocolo de limpeza realizado na pele, tratamentos prévios, técnica de aplicação, agentes, tipo de pele e o tempo de ação do produto (PINTO; ROSA; SILVA, 2011).

As técnicas mais utilizadas são divididas em muito superficial, camada córnea e granulosa; superficial, epiderme; média, derme papilar; e profundo, derme reticular (CHAVEZ, 2018).

Os critérios tomados para o peeling são fototipos, idade, área a tratar, objetivo a alcançar, grau de fotoenvelhecimento, habilitação da média aplicada, além de fatores particulares de cada paciente (CHAVEZ, 2018).

Antes de iniciar o tratamento com peeling, as hipercromias devem ser analisadas clinicamente para determinar qual camada está afetada, visto que alguns ácidos possuem efeitos irritantes que podem causar descamação. Os ativos indicados são com agentes clareadores, podem agir de maneiras diferentes, porém progridem com o mesmo objetivo, interferem na produção ou na transferência de melanina, a formação da melanina é rompida no transporte de grânulos, corrompendo a quimicamente, em seguida, a biossíntese da tirosina também é corrompida o que pode acontecer de destruir alguns melanócitos e modificar as estruturas dos melanossomas (CHÁVEZ; DOREA; PINHEIRO, 2018).

Estas substâncias químicas podem ser, ácido retinóico, ácido glicólico, ácido salicílico, ácido tricloroacético ou ácido kójico, entre outros. Elas podem provocar a descamação superficial e constante da pele no caso dos peelings superficiais, aumento da produção de colágeno, renovação da pele, além de suavizar estrias, tratar a pele oleosa, cravos excessivos, poros dilatados e lesões de acne. A profundidade que o peeling atingirá dependerá do tipo e concentração de ácido utilizado (GUERRA et al., 2013).

O ácido retinóico, também é conhecido como Tretinoína ou Retinol, é uma substância derivada da vitamina A e um dos compostos mais estudados para tratamento tópico do envelhecimento da pele, seja o intrínseco, ou determinado geneticamente, seja o envelhecimento extrínseco, ou causado pela exposição solar (NUNES et al., 2016).

Estudos recentes revelam que, das opções médicas para o tratamento da pele envelhecida, os retinoides são das poucas substâncias com uma real eficácia, por atuarem através de ligação a receptores nucleares específicos nas células da pele, e assim exercerem suas funções terapêuticas (RODRIGUES; FERNANDEZ, 2015).

4.3.1 TIPOS DE PEELINGS QUÍMICO

Dentro da estética, os peelings são inevitáveis no tratamento de hipercromias, além de haver inúmeras opções de ativos, podem ser superficiais, muito superficiais, médios e profundos (YOKOMIO et al., 2013).

O peeling superficial causa necrose de boa parte da epiderme, chegando do estrato granuloso até a camada de células basais (FERNANDES et al., 2018).

Superficiais: provocam espoliação da epiderme com até 0,45 mm de profundidade;

Os peelings superficiais como atingem somente a epiderme, para um melhor resultado é eficaz usar o tratamento com intervalos de curto prazo, assim, há uma descamação fina e clara, melhorando a textura da pele, o aumento de colágeno, ajudando no tratamento de acnes e no clareamento de manchas (YOKOMIZO et al., 2013).

Os agentes para peeling superficial são: ácido glicólico de 50 a 70%, agindo de 2 a 20 minutos; resorcina de 40 a 50%, agindo de 10 a 20 minutos; ácido tricloroacético de 10 a 25%; ácido retinóico 10%. Alguns peelings relatados como superficiais são: solução de Jessner (resorcinol 14%), ácido salicílico 14% e ácido lático 14% em etanol 95%; alfa-cetoácido, ácido pirúvico 50% ou 60% em etanol;

beta-hidroxiácido, ácido salicílico 30% em etanol 36-40 ou polietilenoglicol; alfa-hidroxiácidos ácido glicólico 70% em gel 23-32 ou outros veículos, 33 ácidos lático 92%34, e ácido mandélico 5% (BAGATIN et al., 2009).

Os peelings muito superficiais chegam apenas à epiderme, para melhores resultados esse procedimento deve ser realizado em intervalos pequenos. Tem como característica uma descamação de pele bem mais fina e clara, trazendo assim um melhor aspecto para a pele como clareando hipercromias, melhorando o aspecto de rugas finas e fazendo. Agentes como ácido glicólico a 30%, Jessner aplicando de uma a três camadas, ácido salicílico a 30%, resorcina de 20 a 30% de cinco a dez minutos, ácido lático, ácido fítico, ácido tricloroacético a 10% e aplicando uma única camada são excelentes agentes para os peelings muito superficiais (YOKOMIZO et al., 2013).

Esse tipo de procedimento além de fazer o afinamento e a retirada do extrato córneo, não fazem lesões abaixo do estrato granuloso. Os pacientes que se submetem a esse tipo de peeling não precisam deixar de ter suas rotinas de trabalho, pois não necessitam de repouso, apenas devem evitar a exposição ao sol (FERNANDES et al., 2018).

O peeling médio atinge a derme papilar, gerando uma descamação mais intensa que o peeling superficial, ocorrendo uma cicatrização de 1 a 2 semanas, utilizado para remoção de queratoses, rugas, discromias e na melhora da aparência de cicatrizes (YOKOMIO et al., 2013).

Comumente, o peeling médio tem como ativo o TCA (ácido tricloroacético) combinado com demais substancias, tais como, solução de Jessner, ácido glicólico ou resorcina. Por atuar na derme papilar, seu mecanismo de ação está na destruição parcial até mesmo total dos tecidos na epiderme atingindo a derme superficial, havendo um estimulo de produção de colágeno e renovação celular (BARBOSA; MEJIA, 2016).

Caracterizado como peeling profundo, o peeling de fenol ou ácido carbólico é derivado do coaltar, é utilizado em procedimentos estéticos que são realizados apenas por médicos. O fenol quando é aplicado sobre a pele, induz uma queimadura química, que em longo prazo pode trazer resultados para rejuvenescimento da pele, ação clareadora, melhora de rugas, cicatrizes. O peeling profundo de fenol não é indicado para todas as pessoas, pacientes cardíacos, renais, hepáticos, as que ficam muito expostas aos raios UV, pré-disposições a queloides não devem fazer esse tipo de procedimento. (VELASCO et al., 2004).

Pacientes ideais para este tipo de procedimento seriam aquelas de peles claras, tipo I e tipo II, com rugas finas, avaliados minuciosamente pele profissional capacitado para realiza-lo. Homens por terem a pele mais grossa, reduz a eficácia do tratamento se comparado há mulheres. Por ser o único agente para o tratamento de peeling em profundo o fenol apesar de ser o mais relacionado a complicações, quando se usado de maneira adequada e cuidadosa se torna seguro para o paciente e traz ótimos resultados seguindo todas as medidas tomadas antes, durante e após o procedimento realizado (BAGATIN et al., 2009).

Por ser um procedimento de dor considerável pela ação do fenol na derme reticular intermediária, é necessário fazer a sedação do paciente, uso de analgésicos e manter uma boa hidratação com SF 0,9%, antes e durante o procedimento. A epiderme passa a se regenerar novamente em 48 horas após o procedimento, levando até 10 dias para a sua regeneração completa. No pós-operatório deve-se cumprir repouso, fazer uso de antibióticos e compressas de gelo, edemas dores e queimação podem acontecer (YOKOMIZO et al., 2013).

4.4 PEELING QUÍMICO NO TRATAMENTO DE HIPERCROMIAS

Os ácidos possuem função redutora na conciliação das células, reagem sobre enzimas cimentantes presentes na queratina, o que facilita a esfoliação e renovação celular. As ligações das moléculas de queratina são rompidas devido à alteração do pH, transformando a permeabilidade da pele mais eficiente pela desobstrução de folículos pilossebáceos (BORBA, 2018).

Os compostos de ação despigmentante em sua maioria, possuem inibidores da tirosinase que agem na redução da produção de melanina, interferindo na biossíntese de melanina ou na própria enzima tirosinase, entre outros possíveis mecanismos (NICOLETTI et al., 2002).

O Ácido Mandélico é um dos ativos utilizados para o tratamento de hipercromias, além de ser aplicado em peeling, também se encontra como cremes e combinações vitamínicas. Seu mecanismo atua na penetração além da camada córnea, desfazendo o cimento intercelular, agindo na inibição de melanina e mantendo a pele mais suave pela descamação proporcionada. Em camadas profundas, o ácido estimula a produção de colágeno e dificulta a fabricação da melanina, eficaz em melasma e cloasma (PEREIRA; MEJIA, 2014).

O ácido Kójico é um despigmentante natural, muito eficiente encontrado a partir da fermentação do arroz por fungos, é muito utilizado como aditivo de alimentos e como um ativo de uso despigmentante. Age na inibição da melanina, fazendo um bloqueio de ação da tirosinase e assim eliminando hipercromias, é um ácido suave na ação da pele não causa irritação e nem fotossensibilidade. Por ter um efeito inibidor sobre a tirosinase faz a diminuição da síntese da melanina induz a redução de eumelanina nas células que são hiper pigmentadas (OLIVEIRA, 2020).

Extraído da cana de açúcar, o Ácido Glicólico tem poder de acidificar as cinco primeiras camadas do estrato córneo, diminuindo a adesão entre os corneócitos. Em soluções mais concentradas, age como esfoliante, quebrando ligações e aumentando a descamação, posto isto, no tratamento de hipercromias o ácido remove a hiperpigmentação local sem comprometimento dos melanócitos por atuar na redução da produção de melanina (MARQUES et al., 2016. PEREIRA; MEJIA, 2014).

O ácido azelaico é encontrado no trigo, centeio ou cevada, sendo uma ótima opção para pacientes de pele seca/ou clara, já que sua composição é hidratante e não provoca fotossensibilidade e sua irritação cutânea é mínima. Ele é um inibidor que compete com as enzimas de óxidoredução e de antioxidantes. Ela tem uma ação antitirosinase, causando a inibição da energia produzida no decorrer do processo de síntese da célula e sua ação antirradicais (MOREIRA, 2017).

O ácido azelaico é utilizado para diversos tratamentos de pele, como acne vulgar, rosácea e melasma. Quando utilizado para aplicação tópica, se mostra mais eficiente, já que quanto menor a sua partícula, melhor sua absorção. O ácido azelaico vem sendo desenvolvido em formulações capazes de reduzir seus efeitos colaterais, e assim aumentar sua eficácia no tratamento de hipercromias ou hipocromias (JÚNIOR, 2014).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da revisão de literatura realizada neste artigo, de uma maneira em geral, o peeling age de forma muito satisfatória no tratamento de hipercromias trazendo melhoras significativas para o cliente. Por ser um procedimento simples, o peeling associado aos despigmentantes não exige complexidade na aplicação, age intrinsecamente na pele, focando na interrupção da melanina e enzimas causadas pelo ácido, e também promovendo esfoliação e regeneração da epiderme pelo efeito esfoliativo do peeling.

Observou-se que, após o procedimento, será notável para o cliente a melhora do aspecto da pele, além da diminuição de hipercromias a pele terá o nível de hidratação aumentado, revelando o rejuvenescimento epitelial acometido.

Posto isto, é evidente a vasta extensão de materiais enfatizando o benefício deste procedimento como forma de tratamento para hipercromias, podendo ser utilizado de maneira segura para as pessoas que buscam recursos para a resolução dos problemas de pele.

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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