FLEXIBLE PAVEMENTS: BIBLIOGRAPHIC ANALYSIS OF THE
MAIN PATHOLOGIES ON BRAZILIAN ROADS
REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/cl10202410191701
Débora Silva Barreto dos Santos1
Gustavo Henrique Maciel Pereira Silva2
Melczedeque Santos Queiroz3
Ittana de Oliveira Lins4
Andrezzo Júlio Dantas Nascimento5
RESUMO
O pavimento é constituído por diversas camadas, com espessuras variadas e é classificado como: rígido, semirrígido ou flexível. Sua principal função é suportar os esforços diários de tráfego de veículos sobre a superfície e resistir às intempéries da região. Atualmente, as rodovias são o principal meio de locomoção no território brasileiro. No entanto, a má qualidade na construção dos pavimentos resulta no surgimento de defeitos, que causam desconforto e insegurança para os usuários. A fim de que os pavimentos sejam executados de maneira eficiente e econômica, se faz necessário o estudo mais aprofundado para identificar os fatores que causam as patologias, conhecê-las e aplicar a solução corretiva mais adequada a cada situação. O presente artigo tem como objetivo geral identificar as possíveis causas de patologias na pavimentação asfáltica e verificar quais patologias estão presentes no pavimento. Geralmente as patologias encontradas nos pavimentos flexíveis são: Fissura, trinca, afundamento, ondulação, escorregamento, exsudação, desgaste e panela ou “buraco”. As causas dessas patologias estão associadas a má execução, baixa qualidade do material, variações de temperatura e excesso de carga. A metodologia utilizada foi uma pesquisa de revisão bibliográfica, de caráter descritivo e de abordagem qualitativa. Contudo, o estudo ressalta a importância da utilização de materiais de qualidade e da conferência na execução do serviço, a fim de evitar patologias asfálticas.
Palavras-chave: Fissuras. Buracos. Pavimentação asfáltica.
ABSTRACT
The pavement is made up of several layers, with varying thicknesses and is classified as: rigid, semi-rigid or flexible. Its main function is to support the daily efforts of vehicle traffic on the surface and resist the region’s bad weather. Currently, highways are the main means of transportation in Brazilian territory. However, poor quality in the construction of pavements results in the appearance of defects, which cause discomfort and insecurity for users. In order for pavements to be built efficiently and economically, more in-depth study is necessary to identify the factors that cause pathologies, understand them and apply the most appropriate corrective solution to each situation. The general objective of this article is to identify the possible causes of pathologies in asphalt paving and to verify which pathologies are present on the pavement. Generally, the pathologies found in flexible pavements are: Cracking, cracking, sinking, rippling, slipping, exudation, wear and pan or “hole”. The causes of these pathologies are associated with poor execution, low quality of the material, temperature variations and excess load. The methodology used was a bibliographic review research, with a descriptive character and a qualitative approach. However, the study highlights the importance of using quality materials and checking when carrying out the service, in order to avoid asphalt pathologies.
Keywords: Fissure. Potholes. Asphalt paving.
1 INTRODUÇÃO
A estrutura de um pavimento é formada por camadas de espessuras finitas sobre a terraplanagem e tem a função de resistir e espreitar os esforços verticais que provém do tráfego de veículos e dos fatores climáticos, tornando a superfície de rolamento mais duradoura, segura e confortável. As classificações dos pavimentos rodoviários são definidas como rígidos e flexíveis. No geral, os pavimentos flexíveis não resistem aos esforços de tração e também são conhecidos como pavimentos asfálticos que é constituído por uma mistura formada de agregados e ligantes asfálticos (Bernucci et al., 2008).
Segundo Balbo (2007), os pavimentos flexíveis são constituídos pelas seguintes camadas: revestimento, base, sub-base, leito ou reforço do subleito e subleito.
Pesquisas realizadas pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes) em 2022, confirmam que o modal rodoviário é o principal modal de transporte no Brasil. Na mesma pesquisa, foram analisados 110.333 quilômetros de rodovias, identificando que 66% desses trechos possuem problemas no pavimento, na sinalização ou na geometria da via.
Ainda segundo a CNT (2022) as péssimas condições das rodovias, em virtude dos afundamentos e ondulações contribuem para a instabilidade dos veículos nas rodovias, propiciando em gastos de manutenção de veículo, acidentes e colisões. Além disso, a economia do país é impactada por conta das irregularidades presentes na superfície do rolamento, aumentando os custos operacionais do tráfego como, por exemplo, dos transportadores. Os problemas recorrentes encontrados nas estruturas de pavimentos flexíveis no Brasil, são devido a falha de execução, tanto na utilização de materiais de baixa qualidade no revestimento e o não atendimento da capacidade de cargas do tráfego sobre a via. A falha na sua execução acelera o processo de deformação do pavimento.
O revestimento asfáltico é constituído por um ligante betuminoso, derivado do petróleo, que possui propriedade de adesivo termoviscoplástico, impermeável à água e pouco reativo. Apesar do material apresentado possuir uma baixa reatividade química, ele está sujeito a deterioração pelo contato do ar e da água (Bernucci et al., 2008).
Devido a alguns fatores como a falta de manutenção, fiscalização, ausência de mão de obra qualificada e quantidade irregular de materiais, o pavimento está propício ao surgimento de patologias (Toledo, Correa, Jorge, 2022).
De acordo com o manual do DNIT (005/2003) as patologias mais comuns encontradas nos pavimentos asfálticos são: fissuras, trincas, ondulações, panela, escorregamento, desgastes, exsudação e afundamento de trilha de roda.
Devido ao sistema rodoviário ser o principal modal utilizado no Brasil e à sua notabilidade para a atividade econômica, é de fundamental importância preservar as boas condições da pavimentação asfáltica nas rodovias do país. Em virtude do elevado número de rodovias brasileiras em péssimas situações, nos deixa a seguinte pergunta: quais fatores afetam a qualidade e integridade dos pavimentos flexíveis?
Diante desta realidade, o trabalho em questão tem como objetivo geral identificar as possíveis causas de patologias na pavimentação asfáltica. Com base no estudo proposto, os objetivos específicos deste trabalho foram definidos como: destacar os tipos de patologias presentes em pavimento flexíveis, informar as camadas existentes no pavimento e ressaltar as técnicas utilizadas para recuperação do pavimento.
O presente estudo é uma pesquisa bibliográfica que visa enfatizar a importância de preservar as boas condições asfáltica para garantir maior segurança para a população e preservar as boas condições dos transportes nas rodovias. Justifica-se a relevância deste estudo pelas condições precárias de muitas rodovias brasileiras, que tem levado o país a realizar diversas obras de pavimentação e restauração. Para que essas obras sejam realizadas de forma eficiente e econômica, é necessário conhecer as possíveis patologias apresentadas no pavimento, possibilitando a aplicação das soluções corretivas mais apropriadas para cada solução.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Pavimento
O pavimento consiste numa estrutura não perene, constituída por camadas sobrepostas de diferentes materiais compactados, apropriada para atender estrutural e operacionalmente ao tráfego, de maneira durável e ao custo mínimo possível, considerando diferentes horizontes para serviços de manutenção preventiva, corretiva e de reabilitação obrigatório. O autor descreve que a pavimentação de uma via é obra de construção civil e que tem como objetivo tornar a superfície de rolamento mais regular, mais aderente e menos ruidosa (Balbo, 2007).
Para Faleiros (2005) as principais funções técnicas da estrutura do pavimento são de resistir e espraiar os esforços verticais e horizontais provenientes do tráfego e desgaste, proporcionando uma melhor condição de rolamento, tornando-o mais durável, gerando conforto e segurança para os usuários da via.
2.2 Tipos de pavimento
De acordo com o manual de pavimentação do DNIT (2006), os pavimentos são classificados em três categorias principais: Rígido, semirrígido e flexível:
2.2.1 Pavimento rígido
Os pavimentos rígidos são compostos por uma placa de concreto de cimento Portland na camada superficial, que geralmente fica apoiada sobre a camada de sub-base, conforme demonstra na figura 1. A placa de concreto absorve todo o impacto, distribuindo por uma grande área, composta por três camadas: revestimento, camada e subleito, onde a carga juntamente com o impacto chega amortecida no subleito (Bernucci et al., 2008).
2.2.2 Pavimento semirrígido
Segundo o manual de pavimentação do DNIT (2006) o pavimento semirrígido, demonstrado na figura 2, é composto por uma base cimentada por algum aglutinante com propriedades cimentícias como por exemplo, por uma camada de solo cimento revestida por uma camada asfáltica.
Balbo (2006) acrescenta que na classe dos pavimentos semirrígidos, o pavimento invertido é caracterizado pela inversão na estrutura da base e da sub-base. De acordo com a figura 3, nesse tipo de pavimento, a sub-base é composta por material cimentício, especificamente Brita Graduada Tratada com Cimento (BGTC), enquanto base é formada por um material granular, conhecido como Brita Graduada Simples (BGS), conforme ilustrado na figura 3. No pavimento invertido, é necessário aumentar a espessura da camada de revestimento para reduzir os esforços solicitantes que atingem a base desse pavimento. Essa camada de pavimento mais robusta pode distribuir melhor a carga e reduzir o impacto sobre as camadas inferiores (Bernucci et al., 2022).
2.2.3 Pavimento flexível
De acordo com Bernucci et al. (2008) os pavimentos flexíveis são associados a pavimentação asfáltica, são compostos por camada superficial asfáltica (revestimento), apoiada sobre camadas de base, de sub-base e de reforço do subleito, constituídas por materiais granulares, solos ou misturas, conforme demonstrado na figura 4.
Nos pavimentos flexíveis, todas as camadas presentes sofrem deformação elástica, ou seja, as cargas provenientes do carregamento são distribuídas de forma equivalente entre as camadas (DNIT, 2006).
2.3 Estrutura do pavimento
O pavimento é composto por cinco camadas (revestimento, base, sub-base, leito ou reforço do subleito e subleito), na qual cada camada apresenta funções específicas e materiais diferentes. As cargas aplicadas na superfície do pavimento geram esforços horizontais e verticais na estrutura do pavimento (Balbo, 2007).
O dimensionamento de uma espessura do pavimento vai depender de fatores como os estudos de tráfego, estudos geotécnicos e materiais a serem utilizados (Solanki, Zaman, 2017).
O revestimento geralmente é constituído por materiais com agregados asfálticos, se encontra na primeira camada e tem a função de impermeabilizar o pavimento, além de receber cargas dinâmicas e estática e transmiti-las para as camadas sequentes sem sofrer grandes deformações elástica ou plástica ou desagregações de componentes (Balbo, 2007).
As Bases e Sub-Bases são camadas cuja função é resistir a esforços e estabelecer a drenagem subsuperficial. Nos pavimentos asfálticos, as camadas de base, sub-base e reforço do subleito são de grande importância estrutural (Bernucci et al., 2008). Para a camada da base, os materiais mais utilizados são os solos estabilizados naturalmente, misturas de solos e agregados, brita graduada tratada com cimento, solo estabilizado quimicamente com ligante hidráulico, asfáltico ou concreto (Balbo, 2007).
O Reforço de subleito é aplicável quando o subleito possui pequena resistência aos esforços verticais (cisalhamento). Faz-se necessário incluir uma camada de solo de melhor qualidade, que sirva como reforço sobre sua superfície, de modo que a fundação subjacente a esse reforço receba pressões de menor magnitude, compatíveis com a sua resistência (Bernucci et al., 2008)
O subleito, também conhecido como a “fundação” do pavimento, é uma camada formada pelo terreno natural consolidado ou compactado. Todos os esforços presentes na sua superfície serão dispersados em sua profundidade. Em alguns casos, devido à falta de nivelamento, há necessidade de realizar uma de regularização do subleito, entretanto não é considerada como uma camada (Balbo, 2007).
2.4 Patologias no pavimento flexível
Assim como tudo na vida, o pavimento possui uma vida útil. As grandes atividades intensas do tráfego, originam-se em manifestações patológicas, tanto nas vias rodoviárias, como nas vias urbanas (DNIT, 2006).
Estudos realizados por Castro (2009), informam que a patologia é identificada através de modificações que ocorrem na superfície ou nas estruturas do pavimento, que modificam o seu desempenho de forma negativa.
Fontes (2009) acrescenta que o aparecimento de degradações, provenientes de condições ambientais, da capacidade de resistência do subleito, da má qualidade dos materiais utilizados e do processo construtivo, contribui para a perda da qualidade do pavimento.
As patologias a seguir estão associadas com a estrutura e superfície do pavimento. De acordo com a norma do DNIT (005/2003) os defeitos são catalogados como: Fenda, afundamento, ondulação, escorregamento, exsudação, desgaste, panela e remendo.
2.4.1 Fendas
A fenda se traduz como qualquer descontinuidade na superfície do pavimento, que conduza a aberturas de menor ou maior porte, conforme demonstrado na figura 5, as fendas apresentam-se sob as formas de fissura ou de trinca, já as trincas são subdivididas como isoladas e interligadas (DNIT, 005/2003).
2.4.1.1 Fissuras
A fissura, demonstrada na figura 6, é classificada como a fenda de largura capilar existente no revestimento, posicionada longitudinal, transversal ou obliquamente ao eixo da via, somente visível à vista desarmada de uma distância inferior a 150 cm, conforme ilustrado na figura 6 (DNIT, 005/2003).
2.4.1.2 Trincas
De acordo com a norma DNIT (005/2003), as trincas são fendas presentes no revestimento que podem ser facilmente visíveis à vista desarmada, possuindo uma abertura superior à da fissura e devem-se apresentar sob a forma de trinca isolada ou interligada.
2.4.1.2.1 Trinca isolada
As trincas isoladas são classificadas como: Trinca isolada transversal e trinca isolada longitudinal (DNIT, 005/2003).
2.4.1.2.1.1 Trinca isolada transversal
As trincas isoladas são encontradas com direção ortogonal ao eixo da via. Quando apresentar extensão de até 100 cm é denominada trinca transversal curta. Quando a extensão for superior a 100 cm denomina-se trinca transversal longa (DNIT, 005/2003). Segundo pesquisas realizadas pela CNT (2018), o início desta patologia, demonstrada na figura 7, se dá através da contração da capa asfáltica, devido a baixas temperaturas ou o endurecimento do asfalto, ocasiona na propagação de trincas nas camadas inferiores.
2.4.1.2.1.2 Trincas isolada longitudinal
As trincas isoladas, conforme ilustrado na figura 8, geralmente são encontradas com direção paralela ao eixo da via. Quando apresenta extensão de até 100 cm é denominada trinca longitudinal curta. Quando a extensão for superior a 100 cm denomina-se trinca longitudinal longa (DNIT, 005/2003). As principais causas para o surgimento desta patologia, está relacionada a má execução, contração ou dilatação do revestimento ou pela propagação de trincas das camadas subjacentes (Rocha, e Costa, 2009).
2.4.1.2.2 Trinca interligada
As trincas interligadas são classificadas como: Trinca interligada tipo couro de jacaré e trinca interligada tipo bloco (DNIT, 005/2003).
2.4.1.2.2.1 Trinca interligada tipo “couro de jacaré”
As trincas tipo “couro de jacaré” são formadas por conjuntos de trincas interligadas em direções paralela, longitudinal e transversa, assemelhando-se a um aspecto estilo couro de jacaré, conforme demonstrada na figura 9. Essas trincas podem apresentar, ou não, erosão acentuada e estágio avançado de fadiga (DNIT 005/2003).
A princípio, surgem como trincas isoladas, mas à medida que progridem com o tempo, interligam-se e ficam com o aspecto de pele de crocodilo. A principal causa para o surgimento desta patologia está relacionada a ações do tráfego em conjunto com as ações climáticas (Silva, 2008).
2.4.1.2.2.2 Trinca interligada tipo bloco
São trincas interligadas caracterizadas pela formação de trincas semelhantes a um bloco, possui lados bem definidos, podendo, ou não, apresentar erosão acentuada nas bordas, conforme ilustrada na figura 10 (DNIT 005/2003). O surgimento desta patologia está relacionado com a oxidação do pavimento, acarretando no endurecimento do pavimento, deixando-lhe frágil e tornando mais propício para o surgimento de trincas (Silva, 2008).
2.4.2 Afundamento
Consiste na deformação permanente no revestimento asfáltico ou em camadas anteriores caracterizada por depressão da superfície do pavimento, acompanhada, ou não, de solevamento (compensação volumétrica lateral), podendo apresentar-se sob a forma de afundamento plástico ou de consolidação (DNIT 005/2003). De acordo com Silva (2011) a principal causa para o surgimento de afundamentos, conforme demonstrado na figura 11, é provocado pelo excesso de carga de veículos sobre o pavimento.
2.4.3 Ondulação
Deformação caracterizada por ondulações ou corrugações transversais na superfície do pavimento (DNIT 005/2003). As ondulações, demonstradas na figura 12, são também deformações transversais ao eixo da pista, que frequentemente são causadas pela consolidação diferencial do subleito. As ondulações, diferentemente da corrugação, apresenta ondas com comprimento diferentes entre duas cristas, no qual resultam em fenômenos distintos. entre duas cristas da ordem de metros. São decorrentes de fenômenos diferentes (Bernucci et al., 2008). Neste sentido, Pinto (2003) informa que esse defeito é resultado da má distribuição do ligante em camada de concreto betuminoso, na qual ocorre o arrastamento da mistura por excessiva deformação plástica ou da decorrente deformação da fundação.
2.4.4 Escorregamento
O escorregamento, representado na figura 13, consiste no deslocamento do revestimento em relação à camada subjacente do pavimento, com aparecimento de fendas em forma de meia-lua (DNIT 005/2003). A formação de trinca com formato de meia-lua é devido à falta de aderência ou a falta de limpeza durante a execução da camada de revestimento e da base, ou a massa asfáltica tem baixa resistência. Normalmente esta patologia é encontrada em locais com tráfego volumoso e em áreas de frenagem e de interseções (Silva, 2011).
2.4.5 Exsudação
Excesso de ligante betuminoso na superfície do pavimento, causado pela migração do ligante através do revestimento (DNIT 005/2023). A principal causa para o surgimento desta patologia está relacionada à alta temperatura, que provoca a dilatação do asfalto, devido ao excesso de ligante, o pavimento está sujeito a sofrer uma redução de macro textura (Bernucci et al., 2008). A exsudação é demonstrada abaixo na figura 14.
2.4.6 Desgaste
Consiste no efeito do arrancamento e desagregação progressivo do agregado na superfície do pavimento, no qual se caracteriza por aspereza superficial do revestimento e provocado por esforços tangenciais causados pelo tráfego (DNIT 005/2023).
Ribeiro (2017) acrescenta que a falha na ligação entre os elementos das misturas betuminosas ou pela má formulação dessas misturas, resulta no desgaste do pavimento, conforme demonstrado na figura 15.
2.4.7 Panela
Panela ou buraco, conforme demonstrado na figura 16, são cavidade que se forma no revestimento por diversas causas, sendo capaz de alcançar as camadas inferiores do pavimento, provocando a desagregação dessas camadas (DNIT 005/2023). O surgimento das panelas, consiste na evolução das patologias do tipo fenda, desgaste e afundamento que não que foram tratadas, que à medida que progride com o tempo, formam buraco ou cavidade no revestimento, que está suscetível a passar para as camadas inferiores (Pinto, 2002).
2.5 Técnicas de recuperação de pavimento asfáltico
Para definir as melhores alternativas de restauração de um pavimento asfáltico, é preciso realizar um estudo aprofundado das condições presentes no pavimento. O estudo é composto por duas avaliações principais: uma avaliação funcional e outra estrutural. Através desses estudos obtém informações essenciais sobre o estado da superfície e da estrutura do pavimento, proporcionando a definição da técnica de restauração mais adequada para cada situação (Bernucci et al., 2008).
Durante a avaliação funcional, verifica-se a condição da superfície de rolamento do pavimento, identificando e analisando possíveis irregularidades presentes na superfície. Já na avaliação estrutural é analisada as camadas presentes abaixo do revestimento asfáltico, efetuando estudos de capacidade de carga e de deformação para concluir a resistência do pavimento (Bernucci et al., 2008).
Segundo Yoshizane (2005) o método utilizado para o tratamento de fendas, trincas e fissuras consiste na aplicação da capa selante ou ligante betuminoso que tem como objetivo selar as trincas e consequentemente impedir a entrada de água no pavimento. Entretanto, o manual do DNIT (2006b) informa que em áreas que apresentam trincas com alto grau de fadiga, como as trincas interligadas de tipo bloco e de couro de jacaré, é propício ao rápido deterioramento, em razão disso poderá ser necessário a reconstrução do pavimento.
O tratamento eficaz para afundamento consiste em preencher com massa betuminosa as áreas com desnível. Já o afundamento de trilha de roda consiste na recomposição do pavimento, respeitando toda sua fase construtiva, será necessário fresar a área afetada e em seguida realizar o recapeamento (Pinto e Preussler, 2002).
Para combater o escorregamento de maneira correta é necessário o estudo minucioso, pois se for uma patologia superficial, basta fresar e recapear, caso ao contrário, será necessário refazer toda camada afetada (Silva, 2008)
O Tratamento Superficial por Penetração (TSP) é um revestimento delgado que consiste na aplicação de emulsão asfáltica e de agregado, seguido de compactação em pavimentos que são submetidos a exsudação. Após a aplicação do TSP sobre o pavimento, ele adquire alta resistência e torna-se impermeável (Silva, 2018).
A utilização do remendo é essencial para reparar o buraco ou panela no pavimento asfáltico. Por afetar a estrutura do pavimento, é importante aplicar o remendo o mais rápido possível, pois a água da chuva pode penetrar nas camadas do pavimento, enfraquecendo sua estrutura (Yoshizane, 2005). Em caso de remendo profundo, é necessário que seja retirado todo o material danificado, caso haja necessidade, pode-se retirar parte do subleito até que encontre material firme, para exercer a fundação do pavimento (DNIT, 2006).
3 METODOLOGIA
No Brasil, já foram conduzidos alguns estudos em respeito às patologias no pavimento flexível e como acontece a sua manutenção. Devido aos altos números de incidências de patologias nesse pavimento na malha rodoviária brasileira, o artigo presente adota uma abordagem qualitativa e descritiva caracterizando uma pesquisa de cunho bibliográfico.
Por se tratar de uma pesquisa bibliográfica a análise de dados foram coletados através de narrativas já existente de autores citados, presentes em livros, trabalho de conclusão de curso, artigos científicos presente no banco de dados do SciELO (Scientific Eletronic Library Online), através das seguintes palavras chaves: Fissura, buraco e pavimentação asfáltica. Além de normas estabelecidas pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) e pelo DER (Departamento de Estradas e Rodagens) e através de pesquisa da CNT (Confederação Nacional de Transporte.
O critério de inclusão para a seleção do conteúdo selecionado, foram referências publicadas em língua portuguesa e datadas durante o período do ano de 2002 à 2022. Todos os materiais que não atendiam essas exigências foram excluídos da pesquisa.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo forneceu um estudo detalhado sobre as principais patologias encontradas em pavimentos flexíveis, que podem ser funcionais ou estruturais. No entanto, existem outros fatores que podem influenciar para o surgimento desses problemas, como o volume de tráfego de veículos, tipos e propriedades de materiais utilizados, processo de construção e variação de temperatura.
As rodovias, por serem o modal mais importante do Brasil, ficam vulneráveis aos surgimentos de patologias, uma vez que estão expostas à sobrecargas de veículos diariamente sobre a sua superfície. Além disso, a dificuldade em expandir e a falta de fiscalização, tanto na fase construtiva e operacional, contribuem para o aumento de patologias nas rodovias brasileiras. É fundamental adotar técnicas avançadas e materiais inovadores que possam aumentar a durabilidade do pavimento. A implantação de políticas públicas mais rigorosas e a integração de novas tecnologias podem estar reduzindo significantemente a incidência de patologias e garantindo a eficácia das infraestruturas. Ressalta-se que o pavimento flexível quando submetido a uma conservação e manutenção periódicas, podem ter uma vida útil estimada de até 10 anos.
Diante do exposto, conclui-se que através do estudo realizado possibilitou reconhecer e identificar as patologias presentes no pavimento flexível, bem como as prováveis causas e os métodos de reparo, tais como: remendo, recapeamento asfáltico, selagem com lama asfáltica, fresagem e a reconstrução do pavimento. A correção permitirá que a vida útil das rodovias se prolongue além de garantir a segurança do usuário e a economia do país. Dessa forma, este artigo auxilia na compreensão e disseminação de informações sobre os principais defeitos encontrados em pavimentos flexíveis.
5 REFERÊNCIAS
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Balbo, Antônio A. Pavimentação: Projeto e Execução. São Paulo: Editora Pini, 2006.
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Yoshizane, H.P. Defeitos, Manutenção e Reabilitação de Pavimento Asfáltico. Universidade Estadual de Campinas, Centro Superior de Educação Tecnológica CESET. Limeira, 2005.
1Discente do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Ilhéus, Centro de Ensino Superior, Ilhéus, Bahia. e-mail: deborabarreto277@gmail.com
2Discente do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Ilhéus, Centro de Ensino Superior, Ilhéus, Bahia. e-mail: gustavo.maciel@almeidacarneiro.com.br
3Discente do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Ilhéus, Centro de Ensino Superior, Ilhéus, Bahia. e-mail: melczedeque@gmail.com
4Docente do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Ilhéus, Centro de Ensino Superior, Ilhéus, Bahia. e-mail: professoraittanalins@gmail.com
5Docente do curso de Engenharia Civil, orientador do TCC da Faculdade de Ilhéus, Centro de Ensino Superior, Ilhéus, Bahia. e-mail: andrezzomoreno@hotmail.com