OSTEONECROSE DOS MAXILARES EM PACIENTES SUBMETIDOS A TERAPIA COM BIFOSFONATOS: REVISÃO DE LITERATURA

OSTEONECROSE DOS MAXILARES EM PACIENTES SUBMETIDOS A TERAPIA COM BIFOSFONATOS: REVISÃO DE LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202502241420


Beatriz Kely Pereira Gomes1; Larissa Francielly Andrade Mateus da Silva2; Darlan Kelton Ferreira Cavalcante3; João Vitor Palma Wilke4; Nicole Machado Grisa5; Fernando Becklin da Silva6; Emerson Gonçalves de Arandas Viana dos Santos7; Isabelly Barcellos Daleprane8; Emanoel Felipe Albuquerque de Andrade9; Clebeson André da Silva10


RESUMO 

Introdução: Os bifosfonatos são uma classe de medicamentos amplamente  administrados a pacientes portadores de metástase óssea de tumores sólidos,  osteoporose, osteopenia, dentre outras lesões ósseas. Essas drogas agem alterando  a dinâmica de reabsorção óssea, por induzir apoptose dos osteoclastos, interferindo  na redução da porosidade e vascularização óssea, podendo potencializar uma  necrose avascular óssea, mas comumente denominada osteonecrose. Objetivo: O presente estudo visa desenvolver uma revisão de literatura a respeito da identificação,  prevenção e tratamento da osteonecrose dos maxilares em pacientes que recebem  terapia com fármacos da classe dos bifosfonatos. Metodologia: Para isso, foi  desenvolvida uma estratégia de busca aplicada nas bases de dados: PubMed, SciELO  e LILACS, nas línguas portuguesa e inglesa entre o período abrangido pela pesquisa  de 2008 a 2024. Foram incluídas revisões sistemáticas, relatos de casos, estudos  observacionais, bem como, ensaios clínicos. Como critérios de exclusão encontram-se  trabalhos fora do período abrangido pela pesquisa, bem como, artigos que não se  propusessem a explanar as informações requeridas. Resultados e Discussão: Os autores sustentam que não há um padrão ouro para tratamento da osteonecrose, e  que as opções são descritas de acordo com o estadiamento da AAOMS, dentre elas  destaca-se o controle da dor, desbridamento cirúrgico ou ressecção e laser de baixa  intensidade, bem como, a utilização do ozônio em combinação com antibioticoterapia  associada ao tratamento cirúrgico. Diante disso, maximizar a qualidade de vida dos  pacientes deve ser característica fundamental e imprescindível de todo protocolo que  exija tratamento para BRONJ, e que a abordagem adjuvante das modalidades de  tratamento citadas é a alternativa mais viável. Conclusão: Conclui-se que, a BRONJ  apresenta-se como uma complicação relativamente rara, entretanto nociva,  primordialmente quando administrado por via endovenosa. Assim sendo, o cirurgião  dentista mostra-se como profissional essencial contíguo à equipe multidisciplinar,  abordando educação em saúde, bem como eliminando possíveis focos infecciosos ou  potencialmente irritativos. 

Palavras-Chaves: Osteonecrose dos Maxilares, Terapia com Bifosfonatos, Osteonecrose induzida por drogas.

ABSTRACT 

Introduction: Bisphosphonates are a class of drugs widely administered to patients  with bone metastases from solid tumors, osteoporosis, osteopenia, among other bone  lesions. These drugs act by altering the dynamics of bone resorption by inducing  osteoclast apoptosis, interfering in the reduction of bone porosity and vascularization,  and may potentiate avascular bone necrosis, commonly called osteonecrosis. Objective: The present study aims to develop a literature review on the identification,  prevention, and treatment of osteonecrosis of the jaw in patients receiving therapy with  drugs from the bisphosphonate class. Methodology: For this purpose, a search  strategy was developed applied to the databases: PubMed, SciELO, and LILACS, in  Portuguese and English between the period covered by the research from 2008 to  2024. Systematic reviews, case reports, observational studies, as well as clinical trials  were included. Exclusion criteria were studies outside the period covered by the  research, as well as articles that did not intend to explain the required information.  Results and Discussion: The authors argue that there is no gold standard for the  treatment of osteonecrosis, and that the options are described according to the  AAOMS staging, among which are pain control, surgical debridement or resection and  low-intensity laser, as well as the use of ozone in combination with antibiotic therapy  associated with surgical treatment. Therefore, maximizing the quality of life of patients  should be a fundamental and essential characteristic of any protocol that requires  treatment for BRONJ, and that the adjuvant approach of the aforementioned treatment  modalities is the most viable alternative. Conclusion: It is concluded that BRONJ  presents itself as a relatively rare complication, however harmful, primarily when  administered intravenously. Therefore, the dentist is an essential professional in the  multidisciplinary team, addressing health education, as well as eliminating possible  infectious or potentially irritating foci. 

Keywords: Osteonecrosis of the Jaw, Bisphosphonate Therapy, Drug-induced Osteonecrosis.

1. Introdução 

Os bifosfonatos são uma classe de medicamentos amplamente administrados  a pacientes portadores de metástase óssea de tumores sólidos, osteoporose,  osteopenia, doença de paget, mieloma múltiplo, dentre outras lesões ósseas  (Rajeshwaree et al., 2023). Esses medicamentos são comumente prescritos para  prevenção e tratamento de uma variedade de outras condições esqueléticas, como  baixa densidade óssea e osteogênese imperfeita (Drake et al., 2008). Também  denominadas de anti-reabsortivos ósseos, eles contêm uma estrutura semelhante ao  pirofosfato nativo e dividem-se em dois grupos: bifosfonatos contendo e não contendo  nitrogênio (Kim et al., 2020). 

Há uma ampla variedade de drogas a base de bifosfonatos, sendo alguns  administrados por via intravenosa (IV) (pamidronato, ácido zoledrônico, clodronato) e  alguns administrados por via oral (alendronato, etidronato, risedronato, tiludronato,  ibandronato). Suas indicações geralmente sobressaem ao tipo de condição clínica a  ser tratada (Kim et al., 2020). 

No entanto, essa classe de medicamentos age alterando a dinâmica de reabsorção  óssea, por induzir apoptose dos osteoclastos (Jaeger, Menezes 2022). Os  bifosfonatos mostram-se potentes inibidores da atividade osteoclástica, motivo pelo  qual são geralmente prescritos. Dependendo da duração do tratamento e do tipo  específico de bifosfonato prescrito, a substância pode permanecer no corpo por anos  (Rodrigues, Sanchez 2016). Todavia, os osteoblastos e os osteócitos irão continuar  sintetizando matriz óssea reduzindo a porosidade e a vascularização da periferia  óssea, podendo potencializar uma necrose avascular óssea, mas comumente  denominada de osteonecrose (Ruocco et al., 2023). 

Atualmente, é reconhecido que os procedimentos odontológicos mais invasivos  estão intimamente ligados à prevalência da osteonecrose dos maxilares, sendo a  exodontia o principal procedimento associado ao surgimento dessa patologia. Desse  modo, a prevenção da osteonecrose dos maxilares emerge como uma prioridade no  cuidado de pacientes que estão prestes a iniciar, estão em andamento ou concluíram  a terapia com medicamentos antirreabsortivos ósseos (Ruggieiro, 2022). Assim  sendo, este trabalho tem por objetivo realizar uma revisão de literatura para  compreender as complicações causadas pelo uso desses fármacos, associado à  realização de procedimentos invasivos em pacientes odontológicos.

2. Objetivos 

2.1 Objetivo Geral 

Compreender a incidência de osteonecrose em pacientes que fazem uso de  bifosfonatos, e que necessitam de procedimentos odontológicos invasivos; bem como  as possíveis abordagens preventivas a essa complicação. 

2.2 Objetivos Específicos 

Relatar o mecanismo de ação dos fármacos da classe dos bifosfonatos e suas  indicações terapêuticas; 

Identificar as reações adversas de interesse para odontologia em pacientes que  fazem uso de bifosfonatos; 

Estimar a importância da anamnese suscinta, e abordagem multidisciplinar a  fim de executar o manejo preventivo na abordagem de procedimentos  odontológicos em pacientes de risco para osteonecrose por bifosfonatos; 

Avaliar os riscos e benefícios da realização de procedimentos invasivos em  pacientes que fazem uso de bifosfonatos e o tratamento empregado em caso  de osteonecrose.

3. Metodologia 

O presente estudo trata-se de uma revisão narrativa da literatura. Para isso, foi  realizada uma estratégia de busca de artigos, nas seguintes bases de dados  eletrônicas: Scientific Electronic Library Online (SciELO), US National Library of  Medicine (Pubmed) e LILACS. 

Para a estratégia de busca foram utilizados os descritores “osteonecrose dos  maxilares “, “terapia com bifosfonatos” e “osteonecrose induzida por medicamento”, e  seus sinônimos, combinados com os operadores booleanos “AND” e/ou “OR”. 

Como critérios de inclusão, foram selecionados artigos, sem restrição de  idiomas, publicados entre os anos de 2008 e 2024; que trouxessem evidências científicas a respeito dos bifosfonatos, incluindo suas indicações, efeitos adversos,  manejos preventivos e/ou tratamentos empregados quando necessário. Foram  incluídas revisões sistemáticas, relatos de casos, estudos observacionais e ensaios  clínicos. 

Foram excluídos artigos e trabalhos publicados fora do período proposto,  trabalhos onde apenas houvesse informações a respeito de osteonecrose causada  por outros meios que não associada ao uso de bifosfonatos (não relevantes para a  pesquisa), bem como artigos que não se propusessem a explanar as informações  requeridas, como comentários, resumos expandidos, anais de congressos, cartas ao  editor e artigos em duplicata. 

Após leitura dos títulos e resumos, conforme os critérios de inclusão e exclusão,  os artigos elegíveis foram selecionados para leitura na íntegra, por dois pesquisadores  independentes. Em caso de não concordância, reunião com um terceiro pesquisador  independente foi utilizada para fechar a seleção dos artigos elegíveis. Os dados foram  sumarizados na tabela de Excel com os principais achados dos artigos. O  fluxograma dos artigos selecionados está anexado na figura 1 deste trabalho.

Figura 1 – Fluxograma dos estudos contemplados na amostra da pesquisa.

Fonte: Autoria própria.

4. Fundamentação Teórica 

4.1 Bifosfonatos 

Desde sua introdução na prática clínica há mais de 4 décadas, os bifosfonatos  têm sido cada vez mais utilizados para uma série de alterações esqueléticas. São  atualmente utilizados para tratar condições tão variadas como distúrbios esqueléticos  hereditários em crianças (GIO), bem como, metástases ósseas em pacientes com  neoplasias (Drake et al., 2008). 

Agentes antirreabsortivos como os bifosfonatos (BP) são pirofosfatos  inorgânicos que diminuem o turnover ósseo e são usados para reduzir ou retardar  eventos relacionados ao esqueleto, como fraturas em pacientes com lesões líticas metastáticas, hipercalcemia de malignidade, mieloma múltiplo (MM), doença de  Paget, osteopenia e osteoporose (Bansal H, 2022). 

Os bifosfonatos mostram-se potentes inibidores da atividade osteoclástica,  motivo pelo qual são geralmente prescritos. Dependendo da duração do tratamento e  do tipo específico de bifosfonato, a substância pode permanecer no corpo por anos  (Lozano, Sanchez 2016).  

Todavia, quando o osso que contém fármaco à base de bifosfonato reabsorve,  uma parte da medicação é liberada e recirculada localmente e sistemicamente,  fixando-se novamente a outras superfícies e inibindo a reabsorção óssea. Essa  retenção de bifosfonato no tecido ósseo explica a lenta perda óssea após a  descontinuação da terapia, pois a droga pode ficar retida por até 10 anos na matriz  óssea (Madeira et al., 2020). Julgar necessário que a suspensão da medicação por  um determinado período, a fim de evitar complicações pós cirúrgicas não é totalmente  eficaz. 

O uso prolongado de terapia antirreabsortiva chamou a atenção para dois  eventos adversos extremamente raros, embora graves. Sendo eles, fratura atípica do  fêmur e osteonecrose da mandíbula relacionada a medicamentos, que são mais  comuns em pacientes com altas doses cumulativas e maior duração da terapia  (Gehrke et al., 2024).  

Os bifosfonatos podem ser tomados por via intravenosa (IV) ou oral. Podendo  ser classificados como não nitrogenados, mas comumente os clodronato, etidronato  e o tiludronato de (1 geração) e os nitrogenados sendo eles, alendronato, incandronato, ibandronato e pamidronato de (2 geração), bem como, risedronato e  ácido zoledrônico de (3 geração). Vale ressaltar que os bifosfonatos nitrogenados  possuem maior potência terapêutica, devido ao nitrogênio não ser metabolizado,  permitindo assim uma maior retenção ao tecido ósseo. O desenvolvimento de MRONJ  pode ocorrer durante ou após o tratamento com fármacos da classe dos bifosfonatos  (Lo JC, et al., 2010).  

4.2 Osteonecrose 

A osteonecrose pode ser um efeito colateral medicamentoso do tratamento de  doenças ósseas malignas e benignas com bifosfonatos (Bp), bevacizumabe e  denosumabe (Dmab) como terapia antirreabsortiva. A incidência da osteonecrose dos  maxilares é maior na população de pacientes oncológicos (variação de 1-15%), onde  altas doses desses medicamentos são usadas em intervalos frequentes. Na  população de pacientes com osteoporose, a incidência de ONMS é estimada em  0,001-0,01%, marginalmente maior do que a incidência na população geral  (<0,001%). Outros fatores de risco para o desenvolvimento da osteonecrose incluem  uso de glicocorticoides, cirurgia óssea maxilar ou mandibular, higiene oral deficiente,  inflamação crônica, diabetes mellitus, próteses mal adaptadas, bem como outras  drogas, incluindo agentes antiangiogênicos (Svejda et al., 2016). 

Curiosamente, a ONMB é primariamente limitada à região maxilofacial. Ao  contrário de outros ossos esqueléticos, os ossos da mandíbula (processo alveolar e  periodonto) possuem vascularização, turnover ósseo e remodelação relativamente  altos devido ao estresse mecânico contínuo, o que pode torná-los vulneráveis aos  efeitos adversos das drogas (Ruggiero, 2014). 

Diversas são as características que fazem da cavidade oral um ambiente  propício ao desenvolvimento desta condição. Uma fina camada de periósteo recobre  o osso alveolar tanto na mandíbula quanto na maxila com uma camada atenuada de  tecido conjuntivo. A mandíbula é uma área de alto turnover ósseo, devido à presença  de dentes e ao remodelamento diário ao redor do ligamento periodontal, as estruturas  bucais estão sujeitas a vários estresses. Estes são fisiológicos na forma de  mastigação, iatrogênicos na forma de vários procedimentos dentários, ou  inflamatórios na forma de doenças periodontais. Esses fatores levam a trauma da  mucosa, exposição óssea e aumento da remodelação óssea (Aghaloo T, 2015). 

Além disso, uma complexa flora microbiana patogênica coloniza a cavidade  oral e os dentes. O microtrauma durante a mastigação leva a um possível portal de  entrada para a flora microbiana patogênica e outros produtos inflamatórios no osso  subjacente (Guarneri et al., 2010).  

De acordo com a definição de caso fornecida pela Sociedade Americana de  Pesquisa Mineral e Óssea e pela Associação Americana de Cirurgiões  Bucomaxilofaciais, os indivíduos podem ser considerados portadores de ONMB se  todas as seguintes características estiverem presentes: (i) tratamento atual ou prévio  com agentes antirreabsortivos ou antiangiogênicos, (ii) osso exposto ou necrótico na  região maxilofacial que não cicatrizou (por intenção primária ou secundária) dentro de  oito semanas após a identificação por um serviço de saúde, (iii) nenhuma história de  radioterapia para os maxilares e (iv) nenhuma evidência de doença metastática para  os maxilares (Sigua et al., 2014). 

A ONMB foi dividida em quatro estágios (Tabela 1) com base nos sintomas  clínicos, além disso, os pacientes são classificados de risco quando não houver osso  necrótico exposto aparente em pacientes que foram tratados com antirreabsortivos IV  ou VO, entretanto esses pacientes devem ser informados sobre o risco de desenvolver  ONMB e sobre os sinais e sintomas desse processo patológico. O estágio 0 descreve  indivíduos com doença prodrômica (variante não exposta). A exposição óssea é  comum em indivíduos com ONM estágio 1 a 3 (Figuras 1, 2 3) sendo, assintomáticos  e sem evidência de infecção (estágio 1), sintomático e com evidência de infecção  (estágio 2), ou com infecção, bem como fratura patológica ou fístula e evidência de  osteólise estendendo-se para a borda inferior da mandíbula ou assoalho do seio  (estágio 3) (Ruggiero 2014; Sigua-Rodriguez 2014; Vescovi 2012). 

Diante disso, a ONMB consiste em osso necrótico cronicamente exposto, em  região oral e maxilo facial, que persiste por mais de 08 semanas, que em geral  costuma ser dolorosa e infectada. Os sinais objetivos além da dor na mandíbula e  cavidade oral são dentes soltos, inchaço gengival, ulceração e parestesia no território  dos ramos do nervo trigêmeo (Sharma et al., 2023).

Tabela 1 – Estadiamento da Osteonecrose dos Maxilares Relacionada a  Bisfosfonatos. Baseado nas recomendações da American Association of Oral &  Maxillofacial Surgeons. 

Fonte: Traduzido de McLeod et al. (2012). 
Fonte: Otto, 2015. 

Os fatores de risco clínicos para o desenvolvimento da ONMB abrangem uma  variedade de características relacionadas ao paciente e ao tratamento. Entre os  fatores de risco odontológicos, a extração dentária foi considerada o risco mais  proeminente, seguida pela doença periodontal (McGowan et al., 2018). Condições  infecciosas ou inflamatórias orais pré-existentes, incluindo infecções periapicais,  também elevam o risco de ONMB (Chun Lei et al., 2016). 

Desse modo, a exposição de osso necrótico pode ocorrer de forma espontânea  ou mais comumente após procedimentos odontológicos invasivos, geralmente os  pacientes queixam-se de halitose e dificuldade para se alimentar e falar. As lesões  são persistentes e não respondem a modalidades convencionais de tratamento como  desbridamento, terapia antibiótica ou terapia por HBO (Sharma et al., 2023).

4.3 Medidas Preventivas 

Embora inúmeros estudos sobre a patologia venham sendo realizados, em  levantamento da literatura, foi constatado a falta de conhecimento dela por cirurgiões dentistas, médicos e pacientes (Senturk et al., 2016). 

Segundo Senturk et al. (2016) o grande desafio é que oncologistas e dentistas  não costumam trabalhar em parceria quando o diagnóstico do paciente é relacionado  à osteonecrose induzida por medicação (MRONJ). Os autores consideraram  importante aumentar a conscientização dos oncologistas sobre a doença, pois, é  primordial que seja realizada uma abordagem multidisciplinar para o sucesso do  tratamento. 

A abordagem multidisciplinar de conscientização levaria a prevenção de  complicações e melhoria da qualidade de vida, partindo pelo pressuposto de que o  segredo não está relacionado ao tratamento, mas sim identificar o paciente que faz  uso da medicação e atuar de maneira preventiva (Jaeger , Menezes 2023).  

A osteonecrose é uma complicação relativamente rara, entretanto nociva e  medidas terapêuticas consistentes eficazes ainda não foram identificadas, entretanto,  isso representa um dilema tanto para o paciente quanto para o cirurgião-dentista. A  prevenção dessa condição é, portanto, fundamental para esses pacientes, de modo  que possam receber as terapias antineoplásicas de que necessitam (Ruggiero, 2014). 

No entanto, dentistas bem-informados são essenciais para identificar riscos,  tomar decisões clínicas apropriadas e educar os pacientes sobre as precauções  necessárias, o que não apenas melhora o atendimento odontológico, mas também  contribui para a saúde geral dos pacientes, evitando complicações indesejadas  (Rocha et al., 2024). 

Medidas preventivas devem ser consideradas e incluem educação do paciente,  boa higiene oral, exame odontológico clínico de rotina a cada três ou quatro meses,  avaliação visual concisa da cavidade oral em cada consulta de acompanhamento e  uma radiografia panorâmica para detectar possíveis doenças dentárias e periodontais.  Além das medidas preventivas conservadoras antes de iniciar o tratamento, qualquer  procedimento odontológico ou cirúrgico eletivo que comprometa as superfícies  mucosas ou a exposição óssea que não possa se recuperar totalmente antes de iniciar a terapia com bifosfonatos deve ser evitado. Entretanto, se a terapia com fármacos  anti-reabsortivos ósseos puderem ser adiados brevemente sem risco, nesse caso,  dentes com prognóstico ruim ou que precisam de extração devem ser extraídos,  cirurgias odontológicas adicionais devem ser concluídas e os tecidos devem ser  deixados cicatrizar completamente antes de iniciar o tratamento com bifosfonatos  (Wan et al., 2020). 

Em circunstâncias clínicas, ao postergar o uso de bifosfonatos, os riscos ou  benefícios da terapia ainda precisam ser avaliados sistemicamente. Assim, o  oncologista assistente deve decidir adiar o tratamento com bifosfonatos em consulta  com um especialista em odontologia. O Cirurgião-Dentista deve verificar  cuidadosamente as próteses removíveis quanto ao seu potencial para causar lesões  nos tecidos moles, particularmente o tecido que sobrepõe o osso, e ajustar se  necessário. A terapia endodôntica é preferível às extrações para eliminar amputações  coronais, seguida de tratamento de canal nas raízes retidas para evitar a extração  dentária e o potencial desenvolvimento de osteonecrose (Wan et al., 2020). 

4.4 Tratamento da Osteonecrose Mediada por Bifosfonatos 

Apesar das evidências crescentes dos riscos da realização de procedimentos  odontológicos que englobem a realização de manipulação óssea em pacientes  submetidos à terapia com bifosfonatos, porventura surge a necessidade da  realização de tais procedimentos. Portanto, a necessidade de identificar protocolos de  tratamento que possam reduzir a incidência dessa síndrome oral “recém-reconhecida”  é cada vez mais pertinente (Mozzati et al., 2012).  

Consequentemente, protocolos cirúrgicos que favoreçam os processos de  cicatrização óssea e mucosa e, ao mesmo tempo, limitem o dano cirúrgico a níveis  mínimos, devem ser pesquisados e adotados para pacientes sobre terapia com  bifosfonatos. Entretanto, a eficácia de um tratamento depende da via de  administração, da concentração, do tratamento e da frequência de uso do  medicamento (Boff et al., 2014). 

Segundo Gil et al. (2019) existem algumas possibilidades de tratamentos tais  como; terapia conservadora, cirurgia minimamente invasiva, tratamento médico +  cirurgia minimamente invasiva, cirurgia de grande porte (ressecção), terapia  fotodinâmica, fatores de crescimento (PRGF ou proteína morfogenética óssea), e tratamento com ozônioterapia. No entanto, não há evidências científicas claras que  estabeleçam qual tratamento usar, dependendo do tamanho da lesão, localização,  tipo de bifosfonato (oral ou intravenovo) e/ou outras patologias associadas. 

4.4.1 Terapia Conservadora 

O manejo da terapia conservadora da BRONJ visa melhorar o estágio da  doença e evitar sua progressão, vale ressaltar que o controle da dor é o objetivo  principal. As opções não cirúrgicas incluem o uso de enxaguatórios bucais  antimicrobianos (bochechos com digluconato de clorexidina 0,12%),  desinfecção/limpeza local de ossos e fístulas expostas, controle da dor e  administração de antibióticos, além do suporte nutricional quando necessário. Na  presença de osso exposto, o desbridamento superficial pode ser útil para reduzir as  bordas afiadas e aliviar a irritação dos tecidos moles. Mesmo quando o tratamento  cirúrgico é indicado, o manejo não cirúrgico antes e depois da cirurgia (ou seja,  durante o período perioperatório) é fundamental para ser realizado (Kishimoto et  al.,2019). 

Ruggiero et al. (2009), propuseram terapêuticas distintas baseadas nos  estágios de evolução das MRONJ, sendo o primeiro e segundo estágio tratados com  abordagens conservadoras. Os autores preconizaram que no primeiro estágio fossem  realizados bochechos antimicrobianos de clorexidina 0,12%, e instruções de higiene  bucal, o segundo estágio representa a maioria dos casos relatados em cerca de (67%)  e dentro desse número de pacientes cerca de 75% apresentaram estabilidade ao  utilizar a clorexidina associada a antibioticoterapia, determinada tanto pela cultura do  osso quanto pelo exsudato. Em casos resistentes podem requerer administrações  maiores do antibiótico ou antibioticoterapia endovenosa. Além disso, deve ser  realizada a remoção de quaisquer fragmentos ósseos soltos e o desbridamento da área  afetada para promover cicatrização adequada.  

Segundo Ristow et al. (2019), em seu estudo retrospectivo foi analisada a  eficiência do tratamento conservador não cirúrgico em lesões de MRONJ estágio 1  após terapia com bifosfonatos. Setenta e cinco pacientes com 92 lados lesionados  foram avaliados e tratados com solução de digluconato de clorexidina 0,12% e  aplicação tópica diária de gel de clorexidina 1%. Para controle da limpeza manual da  área afetada, consultas de acompanhamento foram realizadas a cada 4 semanas. A integridade da mucosa foi apresentada em apenas 8 das 92 (8,7) lesões sem sinais  de infecção residual durante o período de acompanhamento, ao passo que 84 das 92  lesões (91,3%) prosseguiram com o maxilar exposto. O estágio de piora ocorreu em  79,8% das lesões sem integridade da mucosa, evoluindo para indicação de  procedimentos mais invasivos em 57 lesões. 

No entanto, o tratamento conservador pode proporcionar alívio temporário,  minimizando os sintomas e as infecções, mas não implica na resolução definitiva da  osteonecrose (Coropciuc et al., 2017). Para controle dos sintomas, a terapia  conservadora não cirúrgica no tratamento das lesões de ONMB deve ser restrita a  pacientes que não desejam se submeter à cirurgia ou cujo estado geral não permite  intervenção cirúrgica (Ristow et al., 2019). 

4.4.2 Terapia Cirúrgica 

Segundo a AAOMS, o estadiamento da MRONJ conforme o quadro 1  representado pelo estágio 3 da doença, beneficia-se da terapia cirúrgica. Além da  utilização do antibacteriano, enxaguatório bucal, antibioticoterapia e controle da dor, o desbridamento cirúrgico ou ressecção têm se mostrado eficazes. 

Entretanto, independentemente do estágio da doença, o sequestro ósseo  móvel deve ser removido para facilitar a cicatrização dos tecidos moles. A extração  de dentes sintomáticos dentro do osso necrótico exposto deve ser considerada, pois  é improvável que a extração exacerba o processo necrótico estabelecido (Ruggiero et  al., 2014). 

De acordo com Carlson e Basile (2009), os pacientes com MRONJ tratados  através de intervenções cirúrgicas, demonstraram taxa de sucesso de 90%, com  manutenção estável do fechamento da mucosa. 

No entanto, a remoção do osso necrótico se torna uma abordagem fundamental  no tratamento da MRONJ, porém as ressecções cirúrgicas são procedimentos  altamente invasivos, e pacientes com a doença avançada, sobretudo estágio 3 podem  não tolerar essas operações (Sahin, 2022). 

Segundo Pavlíková et al. (2011), uma alternativa potencial seria a utilização  da cirurgia piezoelétrica ultrassônica com enxaguatórios bucais para auxiliar na  remoção do osso necrótico. A Piezocirurgia possibilita a remoção do osso necrótico  com trauma minimizado, o que pode favorecer a eliminação da necessidade de procedimentos invasivos de ressecção com serras e instrumentos rotatórios. Além  disso, a piezocirurgia permite manter a continuidade do osso vital, o que pode ser  benéfico para o sucesso do tratamento da osteonecrose, bem como, pela presença  de efeitos bactericidas. 

Sahin et al. (2022), propôs a abordagem de tratamento em estágios avançados  da osteonecrose, onde foi realizado a exposição da área necrótica através de incisões  na crista óssea estendendo-se em ambos os lados da lesão, as fístulas e a deiscência  da mucosa também foram incluídas na linha de incisão. Os limites do desbridamento  foram determinados pela exposição de sangramento do osso saudável. O osso  necrótico foi então removido por meio de cirurgia óssea piezoelétrica ultrassônica,  seguidas pela remoção de bordas ósseas afiadas. Diante disso, o tratamento cirúrgico  em pacientes com osteonecrose da mandíbula relacionada a medicamentos em  estágios avançados tem-se apresentado resultados positivos, principalmente após  remoção cirúrgica da área necrótica e aplicação de material de regeneração óssea e  de tecidos moles (Seluki et al., 2023). 

4.4.3 Fotobiomodulação 

Segundo Moreira (2020), a terapia de fotobiomodulação (laserterapia de baixa  potência) nada mais é que o uso terapêutico da luz (laser ou led) absorvida pela célula,  desencadeando reações não-térmicas, não citotóxicas e biológicas por meio de  eventos fotoquímicos ou fotofísicos, levando a modulação da inflamação, reparação  tecidual, angiogênese, analgesia e redução antimicrobiana.  

Apesar de ser muito utilizado Mobaddere et al. (2023) e Nica et al. (2021) afirmam que o tratamento por meio da fotobiomodulação (FBM) tem seu mecanismo  de ação ainda um tanto obscuro. Porém presume-se que ocorre uma absorção da luz  por cromóforos específicos da célula, gerando estímulos.  

Pontes (2022) afirma que, a fotobiomodulação utiliza uma luz através de lasers  de baixa potência em comprimento de onda com intuito de estimular respostas  celulares. Essa irradiação de luz tem capacidade de interagir com as células, de  maneira que não cause danos, promovendo reparo tecidual, diminuindo a inflamação,  e até mesmo estimulando a analgesia. 

De acordo com Ribeiro et al. (2018), a laserterapia de baixa potência tem-se  apresentado resultados positivos ao manejo da osteonecrose, entretanto, tem-se maior eficácia quando associada a outras modalidades de tratamento como plasma  rico em plaquetas, antibioticoterapia, e até mesmo o desbridamento cirúrgico. 

4.4.4 Terapia Fotodinâmica 

A terapia fotodinâmica antimicrobiana (aPDT) é baseada em uma aplicação  tópica de veículo corante que seja fotossensibilizador, e em seguida aplicado uma luz,  em um comprimento de onda de 630-880nm. A luz por sua vez, gera estímulo ao  agente fotossensibilizador que absorve e consequentemente gera as espécies  reativas de oxigênio (ROS). Essas espécies possuem citotoxidade elevada aos micro organismos corados pelo fotossensibilizador. Comumente é utilizado o azul de  metileno como corante na aPDT, mas também pode ser utilizado azul de toluidina,  ambos possuem características físico-químicas semelhantes (Poli et al., 2018;  Evorlino et al.,2019; Poli et al., 2019). 

A aPDT, vem sendo uma terapêutica alternativa para tratamento da  osteonecrose, obtendo-se como vantagem a aplicação de maneira menos invasiva,  tendo capacidade de provocar a morte dos micro-organismos sem gerar resistência  microbiana e sem gerar efeitos colaterais (Ribeiro et al., 2018; Tartaroti et al., 2020). 

Além disso, possuem atividade não apenas nas bactérias gram-negativas como  também nas gram-positivas, bem como vírus, parasitas e fungos (Poli et al., 2019). É  evidenciado melhores resultados quando realizados várias aplicações de aPDT  (Tartaroti et al., 2020), além de favorecer o reparo do processo alveolar (Ervolino et  al., 2019). Como também, pode servir como alternativa de prevenção para reduzir os  riscos de desencadeamento da necrose avascular óssea (Ervolino et al., 2019; Poli et  al.,2018). 

Ervolino et al. (2019), realizou um estudo com 28 ratos, onde foi avaliado a  terapia fotodinâmica como prevenção de osteonecrose. Os ratos foram submetidos a  administração da medicação, mas precisamente o ácido zoledrônico (zometa) a cada  três dias, durante sete semanas. As mesmas foram então submetidas a três sessões  de aPDT após realização de remoção dos elementos dentários. Os autores  concluíram que em três sessões de aPDT (dias 0, 2 e 4 pós exodontia) houve  resultados positivos no processo de reparo alveolar como também prevenir o  desenvolvimento da osteonecrose. 

Tartaroti et al. (2020), avaliaram 17 pacientes já diagnosticados com  osteonecrose, onde foram submetidos a terapia com antibiótico por um período de  sete dias. Como medidas para prevenir osteonecrose, antes do procedimento de  exodontia, o paciente recebia terapia fotodinâmica. Como forma de tratamento, o  paciente recebeu aPDT no pré-operatório, e até que os sinais e sintomas de infecção  fossem minimizados. Então, após retirada do tecido ósseo necrótico, foi aplicado a  aPDT 01 vez por semana, até presença de sinais de cicatrização. Os autores  observaram que 16 (94%) dos pacientes diagnosticados com a patologia e que foram  submetidos ao protocolo de aPDT e fotobiomodulação demonstraram regressão total  das lesões. Também foi revelado que houve alívio da dor e redução da halitose, já  nas primeiras sessões de aPDT. 

4.4.5 Plasma Rico em Plaquetas (L- PRF) 

O L-PRF é uma matriz cicatricial autóloga e foi considerada um aglomerado  de plaquetas de segunda geração, devido sua técnica não necessitar do uso de  anticoagulantes ou trombinas (ou outro agente de geilificação) como também  apresentar capacidade de estimular a proliferação celular, remodelação da matriz e  angiogênese (Costa et al., 2018). 

O L-PRF é o novo conceito de cicatrização do tecido fisiológico, trata-se de  um biomaterial autólogo derivado de uma amostra do sangue do próprio paciente em  um volume de aproximadamente 10 mL, sem adicionar nenhum componente que  acelere a cicatrização, remodelação e a cura de tecidos moles ou duro. A ausência de  aditivos para a não coagulação do sangue torna o processo mais rápido, o que  promove a ativação plaquetária e o processo quase que de forma imediata da  formação da cascata de coagulação (Viana et al., 2019). 

De acordo com Viana et al. (2019), a amostra de sangue é colocada em uma  centrífuga de imediato após a coleta, podendo permanecer por 10 minutos em  3000rpm ou por 12 minutos em 2700rpm. No tubo onde foi armazenado a amostra, é  possível observar a coagulação em camadas, no fundo se localiza o plasma  acelulado, no meio uma camada com coágulo de fibrina ou fibrinogênio e em cima  glóbulos vermelhos. 

A membrana está se tornando cada vez mais popular no âmbito odontológico,  estando presente em cirurgias de diversas especialidades, na implantodontia como relata Sousa et al (2017), tem sido utilizada no tratamento de casos de peri-implantite,  gerando a regeneração e estimulando crescimento ósseo ao redor do implante. Como  também para o fechamento de comunicações buco-sinusais ou até mesmo na  estimulação do crescimento de tecido ósseo em enucleação de cistos ou atrofias de  mandíbula e maxila.  

Szentpeteri et al. (2020), relataram a utilização de PRF como medida terapêutica  para pacientes com ONMB desencadeada pela administração de bifosfonatos. No  estudo foram incluídos 101 pacientes diagnosticados em estágio 2-3 e separados em  2 grupos controles de acordo com o plano de tratamento, incluindo o uso ou não de  PRF. Os dois protocolos cirúrgicos foram então avaliados e comparados a  recuperação do paciente, a melhora do quadro e a recorrência. A proservação dos  casos durou cerca de um ano. De acordo com os resultados obtidos no estudo  houve diferença significativa nos grupos que utilizou o PRF- obtendo melhor  cicatrização das lesões de MRONJ (P= 0,022), estadiamento mais bem-sucedido  (P=0,005) e menores taxas de recidiva (P< 0,001) em comparação com o grupo  controle.  

4.4.6 Ozônioterapia 

O alemão Dr, Christian Friedrich Schonbein, na década de 40 realizou um  experimento com eletrólise de água, onde foi implementado a introdução do ozônio,  “ozein” também denominado por ele. Descreveu como uma substância de odor  característico. E assim o ozônio foi considerado como um potente oxidante por suas  propriedades desinfetantes (Sguglia, 2019).  

Dentre as vias de administração estão a intravenosa, retal, intramuscular, e/ou  intradérmica, podendo ser na forma aquosa ou oleosa (Jaramilho et al., 2020;  Palumbo et al., 2019). 

Tasdoven e colaboradores (2017), afirmaram que o ozônio aumenta a  distribuição de oxigênio, glicose e trifosfato de adenosina (ATP) para os tecidos  isquêmicos em sua totalidade, produzindo derivados reativos de oxigênio, gerando  efeitos diretos ou indiretos na vasodilatação, na elevação de oferta de óxido nítrico  (NO), na angiogênese e na imunomodulação. Considerado um pró-fármaco seus  efeitos são ligados a uma melhor disponibilidade de oxigênio, à modulação de sistema  imune, à liberação de fatores de crescimento, à regulação de enzimas antioxidantes, como também está ligado a redução de dor e inflamação, impedindo o excesso de  tecido fibrótico e estimulando o reparo ósseo (Anzolin; Bertol, 2018).  O ozônio tem sido experimentado para várias modalidades na odontologia há mais de 100 anos, e atualmente é utilizada como auxílio na cicatrização de feridas,  bem como, cárie dentária, líquen plano, gengivite, periodontite, halitose, osteonecrose  da mandíbula, dor pós-cirúrgica, hipersensibilidade dentinária e distúrbios da  articulação temporomandibular (Suh, Yiji et al., 2019). 

No entanto, segundo Re Kaitlyn et al. (2023), existem possíveis contraindicações  na utilização da ozônioterapia, com capacidade de induzir efeitos sistêmicos, dentre  elas, destaca-se infarto agudo do miocárdio, hipertireoidismo, intoxicação alcoólica  aguda, anemia grave, trombocitopenia, hemorragia ativa e pacientes em períodos gestacionais. 

Todavia, segundo o Comitê Científico Internacional de Ozônioterapia, quando esta for manuseada com precaução os efeitos colaterais são reduzidos significativamente, proporcionando terapia com ozônio livre de toxicidade, com auxílio  da tecnologia moderna disponível de acordo com as instruções do fabricante e as  diretrizes das recomendações atuais. 

Partindo por esse pressuposto, Ripamonti et al. (2012) afirmam que, a  administração da ozônioterapia mostrou-se como um método eficaz para condução  do tratamento da osteonecrose no pós-operatório, primordialmente em pacientes cuja  lesão apresentavam-se maiores que 2,5cm. 

Raimondi et al. (2020), propuseram a abordagem de tratamento com a utilização  de 10 ciclos de ozônioterapia (administrados duas vezes por semana, durante cinco  semanas consecutivas), seguida por remoção cirúrgica de osso necrótico e  desvascularizado até evidência de osso aparentemente vital, onde obteve resolução  completa de osteonecrose estágios 2 e 3.

5. Discussão 

De acordo com os dados obtidos no último censo do IBGE, a população idosa  no Brasil tem crescido significativamente. Em 2023, 15,6% da população brasileira  tinha 60 anos ou mais, superando pela primeira vez a faixa etária de 15 a 24 anos,  onde representa cerca de 14,8% (IBGE 2023).  

Partindo pelo pressuposto que os fármacos da classe dos bifosfonatos têm se  mostrado eficazes e comumente prescritos para tratamentos de uma variedade de  condições esqueléticas, por vezes, advindas da população acima citada. Desse modo,  desencadeando complicações sendo as mais comuns mialgia e esofagite, e a mais  grave a osteonecrose (Eguia et al., 2020; Otto et al., 2018). 

Os autores desta revisão concordam que a ingestão crônica de fármacos da  classe dos bifosfonatos, bem como sua posologia, via de administração, potência, uso  concomitante de corticosteroides ou presença de patologias sistêmicas associadas  elevam o risco do desenvolvimento da ONMB. Além disso, quando administrados por  via endovenosa intensificam o risco para desenvolvimento da patologia (Hamadeh et  al., 2015). Os estudos atuais afirmam que os fatores de risco podem ser; a) fatores  relacionados às drogas; b) fatores locais e c) fatores sistêmicos (Carvalho et al., 2018).  Os fármacos antiangiogênicos/inibidores de tirosina quinase também são drogas  que apresentam fatores de riscos para osteonecrose, além dos bifosfonatos e  denosumabe. Isto leva os autores a acreditarem que a porcentagem de pacientes  acometidos por essa patologia tem-se elevado significativamente (Kawahara et al.,2021; Govaerts et al., 2020). 

No entanto, os autores concordam que é de suma importância a realização  de procedimentos preventivos, previamente a iniciar terapia com os bifosfonatos, com  a finalidade de eliminar focos de infecção, realização de terapia periodontal, extrações  e próteses mal adaptadas. Para que então o paciente possa iniciar a terapia com  bifosfonatos com redução dos riscos para desencadeamento da osteonecrose.  Entretanto, os pacientes que já apresentarem sobre terapia é primordial o  acompanhamento e monitoramento da higiene bucal e demais fatores de risco (Ribeiro et al.,2018). 

Por este viés, Ruggiero et al. (2022), abordam a promoção e educação na conscientização dos pacientes como forma de tratamento, cuidados de rotina com a  higiene da cavidade oral, bem como, retornos periódicos ao cirurgião dentista e por vezes eliminação de hábitos deletérios como tabagismo e ingestão de álcool. Carvalho  et al. (2018) reforçam que os objetivos do tratamento desta complicação visam erradicar a dor, controlar a infecção e reduzir a evolução do sequestro ósseo.  Embora diferentes tratamentos (terapêuticos ou paliativos) tenham sido descritos  para o tratamento de MRONJ, ainda se torna uma questão de controvérsia nas  comunidades oral e maxilofacial e que um padrão ouro ainda não foi totalmente  elucidado (Ristow et al., 2019).  

Assim sendo, Fliefel R et al. (2015) sustentam que não há um padrão ouro  para tratamento da osteonecrose, e que as opções são descritas de acordo com o  estadiamento da AAOMS, dentre elas destaca-se o controle da dor, desbridamento  cirúrgico ou ressecção e laser de baixa intensidade, bem como, a utilização do ozônio  em combinação com antibioticoterapia associada ao tratamento cirúrgico onde  resultou em resolução da dor, secreção e halitose. Presume-se que a terapia  adjuvante tem demonstrado resultados satisfatórios. 

Do mesmo modo, segundo Sahin et al. (2022), além do desbridamento cirúrgico  com a utilização do piezo, em seu estudo os autores preconizaram a associação com  concentrado de fibrina rica em plaquetas e leucócitos, laserterapia e retalho  pediculado de coxim adiposo bucal para fechamento da ferida. Neste estudo, o  sucesso foi definido pela cicatrização completa da mucosa, cobertura óssea e  ausência dos sintomas após o tratamento cirúrgico. 

Em suma, segundo Agrillo et al. (2012); Kin et al. (2014); Rodriguez L e Onate S (2016) a associação do tratamento conservador com tratamentos adjuvantes, como  oxigênio hiperbárico, ozonioterapia ou laserterapia de baixa intensidade, podem  resultar em uma maior taxa de sucesso com resultados significativos no manejo de  tratamento da osteonecrose mediada por bifosfonatos. 

De acordo com o relato de caso de Ozalp et al. (2021), a associação do  tratamento cirúrgico adjuvante com o L-PRF mostrou-se resultados promissores ao  tratamento da BRONJ, devido suas propriedades de reparo tecidual, cicatrização de  feridas, bem como ativação de fatores de crescimento. No estudo descrito pelo autor,  foi realizado abordagem cirúrgica com ressecção marginal/sequestrectomia com  ostectomia periférica (SPO), até que osso aparentemente saudável e sangrante fosse observado, seguida por irrigação abundante com solução salina estéril e aplicação de  L-PRF complementando com fechamento primário da ferida.

Em contrapartida, Alrmali et al. (2023), em seu estudo retrospectivo avaliaram  a eficácia da utilização do L-PRF associado ao tratamento cirúrgico para BRONJ,  onde foi realizado remoção do osso necrótico através de desbridamento cirúrgico até  identificação de osso saudável sobre irrigação abundante, os autores optaram por colocar o PRF diretamente sobre o osso perfurado seguido por fechamento primário  da ferida. Prescrição medicamentosa e orientações pós-operatórias foram realizadas,  bem como acompanhamento durante os primeiros meses até completa cicatrização.  Ao total 13 pacientes foram incluídos no estudo, obtendo resultados satisfatórios em  todos os pacientes, exceto por um onde foi apresentado deiscência de sutura. Os  autores concluíram que a terapia adjuvante do PRF representa um complemento  valioso no tratamento e prevenção da osteonecrose dos maxilares.  

Com base em todas as considerações descritas, os autores desta revisão sustentam que maximizar a qualidade de vida dos pacientes deve ser característica  fundamental e imprescindível de todo protocolo que exija tratamento para MRONJ, e  que a abordagem adjuvante das modalidades de tratamentos citadas é a alternativa  mais viável.

6. Considerações Finais 

Diante do que foi abordado conclui-se que, a osteonecrose dos maxilares  associada ao uso dos bifosfonatos apresenta-se como uma complicação  relativamente rara, entretanto nociva, primordialmente quando esses fármacos são  administrados por via endovenosa. Esse problema é de difícil condução e leva a  quadros de dor e desconforto aos pacientes acometidos.  

Constatamos através da literatura especializada que não há um tratamento  padrão ouro para tal condição que garanta o melhor desfecho ao tratamento, e que as medidas terapêuticas adjuvantes podem apresentar alto índice de sucesso, bem  como, melhoria na qualidade de vida dos pacientes acometidos. 

Acredita-se que os pacientes sobre terapia com os BF´s, devem ter um  acompanhamento periódico regular, principalmente quando estiverem prestes a iniciar  terapia com tais medicamentos, no intuito de prevenir complicações durante e após o  tratamento. Assim, a prioridade se deve, sem dúvida, à prevenção de sua ocorrência,  através de tratamento prévio das condições odontológicas que possam acarretar  déficit de cicatrização ou exposição de tecido ósseo, antes da terapia com os bifosfonatos. Assim sendo, o cirurgião dentista mostra-se como profissional essencial  contíguo a equipe multidisciplinar, abordando educação em saúde por meio de orientação quanto à higiene bucal e eliminação de possíveis focos infecciosos ou  potencialmente irritativos. 


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