THE FOUR JEWISH MOVEMENTS OF THE LATE SECOND TEMPLO PERIOD: PHARISEES, SADDUCEES, ESSENES AND ZEALOTS
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8145426
Renata Soares da Silva1
Resumo
O conhecimento do contexto judaico em que Jesus estava inserido favorece melhor compreensão sobre sua pessoa e mensagem. O judaísmo do período do final do Segundo Templo, apresentado no Novo Testamento, não era um bloco monolítico, havendo diversos movimentos no judaísmo. Este artigo descreve os quatro movimentos judaicos mais influentes da época de Jesus: os fariseus, os saduceus, os essênios e os zelotes. O estudo revela que os quatro grupos tinham em comum pontos centrais da sua fé judaica, bem como diferenças significativas nos campos religioso e político.
Palavras-chaves: contexto judaico; período do final do Segundo Templo; movimento judaicos.
Abstract
The knowing of the Jewish context in which Jesus was inserted favors a better understanding of his person and message. Late Second Temple Judaism as presented in the New Testament was not a monolithic block; there were several movements within Judaism. This article describes the four most influential Jewish movements at the time of Jesus: the Pharisees, Sadducees, Essenes, and Zealots. The study reveals that all four groups shared central points of their Jewish faith. And, they also had significant differences in the religious and political fields.
Keywords: Jewish context; late Second Temple period; Jewish movements.
Introdução
O objetivo deste artigo é realizar uma abordagem dos quatros movimentos judaicos do final do período do Segundo Templo, uma vez que, para melhor compreensão de Jesus e sua mensagem, é importante conhecer o contexto judaico da Palestina do primeiro século EC.
O judaísmo apresentado no Novo Testamento não era um bloco monolítico, tendo em vista que havia diversos grupos judaicos na Palestina que concordavam sobre certos aspectos centrais de sua fé judaica, mas discordavam sobre outros aspectos mais especificamente religioso e político. É importante ressaltar que Jesus pertencia ao povo judeu2. Em seu ministério, ele interagiu diretamente com alguns desses movimentos judaicos e, muitas vezes, no Novo Testamento, posicionou-se diferentemente deles, no modo de interpretar e praticar a fé de seu povo judeu. Em todo caso, a herança comum da “fé do antigo Israel” permitia a coexistência entre os diferentes movimentos judaicos entre si e com Jesus e seus discípulos3.
Segundo Josefo, historiador judeu da época, havia quatro influentes movimentos judaicos no final do período do Segundo Templo: fariseus, saduceus, essênios e zelotes4. Diante disso, é relevante a realização de um estudo sobre quem eram esses quatro movimentos.
O presente artigo está dividido em quatro partes, apresentando-se uma descrição de cada um dos movimentos judaicos em cada uma delas, na seguinte sequência: os fariseus, os saduceus, os essênios e, por fim, os zelotes.
1. Fariseus
O termo hebraico para fariseus é פרושים significa “separados”, é oriundo da raiz verbal hebraica פרש, que significa “separar”, “declarar-se distinto”; “explicar”5. Os fariseus formavam o maior grupo de judeus leigos do segundo século A.E.C. até o primeiro século da E.C.), buscavam aprofundar-se nos estudos da tradição escrita, que eram as Escrituras, e da tradição oral, “compilada posteriormente no Tamulde após outras obras sob o nome genérico de Midrash”6, cujo objetivo era “conseguir que cada pormenor da vida, pública ou privada, estivesse regulamentado por disposição ou estatuto divino encontrado na Lei”7.
Os fariseus não tinham muito interesse por questões referentes ao culto e sacrifício no templo. Segundo Saulnier e Rolland (1983), os fariseus eram piedosos, conhecedores das Escrituras e esforçavam-se por vivê-la8; eram frequentadores das sinagogas locais e estavam mais preocupados em estender a religião praticada no templo9 para o povo, além dos sacerdotes, a observância da Lei de Moisés e das tradições orais sobre o sábado, os rituais de pureza, o dízimo, as restrições alimentares como pode ser visto no evangelho segundo Mateus, capítulo 23, sendo importante observar que, em razão de interpretações descontextualizadas dos textos do Novo Testamento, como o capítulo 23 de Mateus10, negativos estereótipos dos fariseus podem facilmente fomentar discriminações, preconceitos em relação ao povo de Jesus, ao povo judeu de todos os tempos11.
Segundo Josefo (1999), os fariseus eram mais próximos do povo e procuravam inovar em suas interpretações das Escrituras visando alcançar a todo o povo judeu12. Eles atentavam para as tradições orais de seus pais, além da Lei escrita de Moisés13. De acordo com o documento da Igreja, O povo judeu e suas Sagradas Escrituras na Bíblia Cristã, os fariseus, na sua forma de interpretar a Tanakh (as Escrituras), eram menos severos que os essênios e mais inovadores que os saduceus14, talvez por isso eles tinham mais proximidade e influência junto ao povo.
Os fariseus acreditavam na ressurreição dos justos (cf. At 23,1-8). Para eles, as almas são imortais: as boas vão para outros corpos, já as más são punidas eternamente. A esse respeito, Josefo observa que:
[…] os Fariseus são considerados como os mais hábeis na explicação exata de suas leis […] dizem que todas as almas são incorruptíveis. As almas dos homens bons só se transferem a outros corpos, mas as almas dos homens maus estão sujeitas a punição eterna. Mas os Saduceus não consideram a fé (da ressureição) e declaram que Deus não está preocupado se fazemos ou não fazendo o mau […] negam a duração imortal da alma e as punições e recompensas em Hades.15
Nos evangelhos, pode-se perceber algumas divergências de ideias entre Jesus e os fariseus, por exemplo, algumas das críticas de Jesus em relação alguns dos seus irmãos judeus fariseus eram sobre a “cegueira” e a “hipocrisia” (cf. Lc 11, 37-44 e 53-54; Mc 3, 1-6; 14, 64; Mt 23, 2-4; Jo 9).
Em contrapartida, pode-se verificar que no Novo Testamento há uma visão positiva dos fariseus, retratada, por exemplo, por meio das figuras de Nicodemos (cf. Jo 3, 1-10; 7, 50; 19, 39), José de Arimatéia (cf. Mc 15, 43) e Gamaliel (cf. Atos 5, 34; 22, 3), além do próprio Paulo que dizia ser um fariseu, mesmo sendo Saduceus e Fariseus, clamou no conselho: “Homens, irmãos, eu sou Fariseu, filho de Fariseu” (Atos 23,6-9). Assim como outros dos primeiros cristãos (cf. Atos 15, 5).
Observa-se que alguns fariseus eram treinados como escribas (cf. Atos 23, 9), isso se deve ao fato de que os escribas não tinham o seu próprio grupo judaico, então podiam participar de outros grupos. É nesse sentido que se pode falar, por exemplo, dos escribas saduceus, dos escribas fariseus, que se dedicavam aos estudos. Quanto à formação do escriba, Lohse explica que:
Quem queria ser escriba tinha que passar por um estudo sólido e prolongado. Quando um aluno se apresentava para ser aceito na escola do mestre, este o examinava e decidia sobre sua aceitação ou rejeição. Aceito, o aluno iniciava uma comunhão de vida com o mestre, acompanhava-o em seus caminhos, escutava suas reflexões e soluções de problemas e perguntava para aprender. […] O estudo consistia, em sua maior parte, na repetição e memorização das lições. à compreensão da conclusão inevitável.16
Depois de terminados os estudos, os alunos eram considerados mestres e intérpretes da Torá (cf. Lc 5,17; 10, 25s; Mt 22,35), recebendo o título de “escriba”17. De acordo com Saldarini (2005), os escribas “desempenhavam muitas funções e tinham diferentes papéis e posições sociais ao longo do tempo e em diversos lugares”18, eles eram os profissionais que tinham a função de escrever textos, registrar dados numéricos, redigir leis, copiar e arquivar informações. Como poucas pessoas dominavam a arte da escrita, possuíam grande destaque social, participavam do Sinédrio como juristas na aplicação da lei em assuntos governamentais, além de serem os grandes atualizadores das tradições na Sinagoga. Para Saulnier e Rolland (1983), “sem os escribas seria impossível resolver com equidade os casos difíceis”19.
Os fariseus resistiram à influência da cultura estrangeira na Palestina, eles não foram eliminados após a destruição do Templo em 70 d.C., foram fundamentais na reorganização do judaísmo desse período, pois ajudaram a manter viva a tradição judaica. Otzen (2003, p. 165) comenta que nessa ocasião “o farisaísmo havia se transformado em um corpo social solidamente estabelecido e tentaram ajudar seu povo a enfrentar a catástrofe com sucesso”.20
2. Saduceus
Saduceus, nome oriundo do hebraico ים ִוקּד ְצ, significa “justos”, vem da raiz verbal צדק que quer dizer “ser justo”, “fazer justiça”21. O nome “saduceus” sugere descendência do sumo sacerdote Sadoc, no tempo de Salomão (cf. 1 Rs 2, 35).
Os saduceus eram membros de famílias sacerdotais, ricos, cultos, aristocratas, muito influentes religiosa e politicamente na Palestina entre o segundo século A.E.C. e primeiro século I E.C. Por causa de sua posição aristocrata, eles optaram por “uma política de conciliação [com o Império], com medo de perder seus cargos e privilégios”22.
A vida dos saduceus era organizada em torno do templo de Jerusalém, do culto e do Sinédrio. Alguns membros do movimento dos saduceus pertenciam ao “grande Sinédrio”, supremo conselho da comunidade judaica, em Israel, que compreendia “71 membros: anciãos, os sumos-sacerdotes depostos, sacerdotes saduceus e depois, cada vez mais, escribas fariseus”23, possuindo poderes judiciário e religioso (julgar delitos, fixar doutrina, controlar vida religiosa)24.
Segundo Jeremias (1986, P. 314), os saduceus enfatizavam a observação estreita da tradição escrita. Por isso, criticavam os fariseus que também aderiram às tradições orais da religião judaica25. Ainda sobre a fé saducéia, Saulnier e Rolland (1983) afirmam que: “eles são muito apegados ao Pentateuco, mas só a ele; desconfiados em relação aos profetas, desprezam os Escritos; consideram como heresia inovadora todas as tradições novas, influenciadas pelas civilizações vizinhas e enaltecidas pelos fariseus”26.
Em relação à Escritura e a tradição, os saduceus aceitam somente as leis escritas e rejeitam as tradições orais dos pais. Josefo, como fariseu, verifica que:
[…] os Fariseus transmitiram um legado de muitas observâncias por meio dos pais que não são escritas na lei de Moses, por essa razão é que os Saduceus as rejeitam e dizem que estimamos as observâncias obrigatórias que estão na palavra escrita, mas não devem considerar o que é derivado da tradição dos nossos antepassados; é por isso que grandes disputas e diferenças surgiram entre eles, enquanto os Saduceus não são capazes de persuadir ninguém, exceto os ricos e a subserviente população, os Fariseus têm a multidão ao seu lado.27
No que diz respeito à doutrina das almas e à escatologia, diferentemente dos fariseus e de Jesus, os saduceus não acreditavam na ressureição dos mortos nem na vida depois da morte (cf. Mc 12, 18-27; Lc 20, 27), nos anjos nem nos espíritos (cf. Atos 23, 8). Eles também abandonaram as correntes apocalípticas bem comuns na época de Jesus28.
Como movimento, os saduceus desapareceram com a destruição do Templo de Jerusalém, no ano 70 E.C. Sobre sua extinção, Schubert (1985, p. 55) constata que um grupo resistente às mudanças e que “se distinguia pelo seu particular rigor, cujas riquezas pertenciam sobretudo às classes mais altas, não podia subsistir por muito tempo”29.
3. Essênios
Os essênios separaram-se dos saduceus, pois, na concepção deles, os saduceus administravam o templo de Jerusalém de forma corrupta. Em consequência disso, uma parte dos essênios optaram por morar numa comunidade no deserto de Judá, nas grutas de Qumram, desde a metade do segundo século A.E.C. até o primeiro século da E.C.
Em Qumram, a partir de 1947, foram descobertos os restos de um monastério e os “Manuscritos do Mar Morto”, atribuídos aos essênios. Por causa dessa descoberta, foi possível recolher informações históricas mais evidentes sobre o modo que eles viviam, suas crenças etc30.
Não há consenso em relação ao significado do nome essênios. Para alguns, é derivado do grego όσιος que significa “santo”, “consagrado”, ou de ίσος, “igual”; já para outros, oriundo do hebraico חסידים que quer dizer “piedoso”.
Os essênios dedicavam-se ao estudo das Escrituras, dividiam os bens, cultivavam regras e rituais de pureza, bem como se preocupavam com os pobres. Ainda sobre o modo de vida dos essênios, Josefo relata que:
A doutrina dos Essênios é esta: Que todas as coisas são melhores atribuída a Deus. Eles ensinam a imortalidade da alma, e estima-se que os frutos da justiça devem ser obtidos com sincero esforço […] eles são excluídos do tribunal comum do templo […] e eles totalmente viciados em agricultura […] aficcionados acerca da virtude, e isso em justiça, na verdade a tal ponto, que, como nunca antes visto dentre outros homens […] a instituição deles não impede de ter tudo em comum; para que um homem rico não goze mais de sua própria riqueza do que aquele que tem absolutamente nada31.
Os essênios aguardavam o fim dos tempos, a destruição e o julgamento finais, a vinda do Messias que estabeleceria o Reino de Deus e da restauração do sacerdócio e do templo. Eles também acreditavam que Deus restauraria o seu povo, só que num número mais reduzido, no caso, somente o seu próprio grupo.
Os essênios não eram pacifistas, eles
consideram-se como o exército santo de Deus, que deverá combater na terra e aniquilar todos os ímpios no momento em que Deus lhes der o sinal; nesse momento, os anjos do céu também combaterão contra os demônios, num combate escatológico que garantirá a vitória final de Deus, o aniquilamento de todos os ímpios e o triunfo dos santos. Querem estar sempre ritualmente prontos para essa guerra santa, mas, ao contrário dos zelotas recusam-se a iniciá-la enquanto Deus não lhes der o sinal32.
Os essênios resistiam ao processo de helenização, de mundanização e de colaboração com os romanos, eles desapareceram na guerra de 66-70 E.C., quando lutaram contra a dominação romana junto com os zelotes33. Tiveram o mosteiro de Qumram destruído na guerra contra a Palestina.
4. Zelotes
Os zelotes34, conhecidos também como “saqueadores” ou “sicários”, era um dos muitos grupos judaicos revolucionários, no primeiro século da E.C., que se opunham aos dominadores de Israel, ou seja, aos romanos. O nome dado possivelmente por eles próprios, referia-se ao muito zelo35 que tinham por Deus e pelo cumprimento da Torá.
Segundo Saldarini (2005), o movimento dos zelotes era “formado por pessoas que provêm especialmente da classe dos pequenos camponeses e das camadas mais pobres da sociedade, mascarados por um sistema fiscal impiedoso”36 .
Os zelotes concordavam com a interpretação farisaica das Escrituras, estavam convencidos de que a liberdade era dom de Deus e acreditavam que para obter a liberdade Deus é necessário contar com a ajuda dos humanos.
Judas, o Galileu, foi o autor da seita quarta da filosofia judaica. Estes homens estão de acordo com as noções farisaicas, mas eles têm uma fixação inviolável à liberdade e dizem que Deus deve ser seu único soberano e senhor. Eles também não valorizam qualquer tipo de morte, tampouco desejam a morte de seus amigos e parentes. Não temem nada ao ponto de chamar qualquer homem de Senhor37.
Como é possível verificar, segundo os zelotes, essa colaboração humana com Deus se dava nos âmbitos religioso e político: “Deus é o único Senhor, mas ele não age sozinho e tem necessidade dos homens: quanto mais alguém for zeloso por ele, inclusive no plano político e temporal, melhor será”38. Por essa razão, eles não recusavam o uso da violência e da luta armada, quando necessárias, como caminho para acelerar a instauração do Reino de Deus. Por essa causa, eles não temiam perder a própria vida.
Para Saldarini (2005, p. 103), os zelotes lutavam para que a salvação de Deus acontecesse no seu contexto histórico, tratava-se da “realização do Reino de Deus. Seu anúncio coincide com o de Jesus ‘o Reino de Deus está próximo’! Eles retomam assim o tema dos Salmos e dos profetas, do Reino de Deus, que vem abolir toda dominação terrena”39.
No Novo Testamento, um dos discípulos de Jesus foi denominado “Simão, o Zelote” (Lc 6, 15; Atos 1, 13), em algumas versões chamado de “Simão, o Cananeu” (Mc 3, 18; Mt 10, 4). Outro exemplo de discípulos que talvez poderiam pertencer ao movimento dos zelotes antes de seguir Jesus refere-se a Tiago e João da Galileia chamados de “filhos do trovão”. Quando Jesus não foi bem acolhido na Samaria, ambos os discípulos quiseram atear fogo celestial para destruir os samaritanos (cf. Lc 9,51-56).
Segundo Saulnier e Rolland (1983), os zelotes respeitavam instituições religiosas como a Torá e o templo, eles aguardavam o Messias guerreiro, que surgiria no meio dos judeus, para restaurar e instaurar o Reino40 e se mantiveram fechados a um exclusivismo nacionalista.
Considerações finais
É possível verificar que, no contexto judaico do período do Segundo Templo, havia uma diversidade de movimentos no judaísmo. Josefo (1999) destacou quatro deles, os fariseus, os saduceus, os essênios e os zelotes. Esses movimentos judaicos concordavam em certos aspectos centrais de sua fé-vida, porém divergiam em relação a certas crenças religiosas, posicionamentos políticos, status sociais etc.
Além disso, verificou-se que as esferas da religião e da política estavam interligadas. Para os fariseus, o domínio romano era um “mal necessário”, porém o que garantiria uma boa convivência era ter assegurado o direito de praticar sua fé judaica.
Os saduceus seguiam sem restrições às regras do Império, uma vez que isso favorecia o aumento da sua riqueza, da sua influência e do seu poder na sociedade judaica.
Os essênios eram contra as manifestações armadas e violentas, por isso, como forma de protesto à aristocracia sacerdotal e à sua corrupção do templo, os essênios se refugiaram em comunidades no deserto.
Os zelotes, movimento formado para lutar contra a dominação romana, resistiam até a morte violenta ao império.
Jesus de Nazaré, durante seu ministério, interagiu com os seus irmãos judeus fariseus e saduceus. Ele não se afiliou a nenhum dos movimentos judaicos, mas sua vida e missão tiveram implicações na sociedade de seu tempo, ameaçando o status quo das autoridades política e religiosa e, por isso, o executaram. Mas seu “Reino”, o de Deus, era (e é!) diferente (cf. Jo 18, 36-38).
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2Veja VERMES, Geza. Jesus e o mundo do judaísmo. São Paulo: Loyola, 1996.
3O judaísmo da época de Jesus era bastante diversificado. Mas aqui é importante ressaltar que os grupos dos fariseus, saduceus, essênios e zelotes e até mesmo o de Jesus e seus discípulos debatiam como membros de uma só família. Cada movimento tinha o seu próprio modo de interpretar e praticar a fé herdada do “antigo Israel” dentro do judaísmo. Nesse caso a “fé do antigo Israel” tratava-se da “mãe” (raiz comum) que tinha muitos e diferentes “filhos” (diferentes grupos judaicos). Esse “paradigma dos irmãos” é fundamental na interpretação do Novo Testamento, pois pode evitar e/ou mesmo corrigir, leituras e hermenêuticas preconceituosas em relação, por exemplo aos fariseus, que fomentam o antissemitismo. A promoção do diálogo interreligioso, especialmente o do cristão-judaico está também no coração dos padres conciliares: “uma vez que é tão grande o patrimônio espiritual comum aos cristãos e aos judeus, este sagrado Concílio quer fomentar e recomendar entre eles o mútuo conhecimento e estima, os quais se alcançarão sobretudo por meio dos estudos bíblicos e teológicos e com os diálogos fraternos”. Declaração Nostra Aetate sobre as Relações da Igreja com as Religiões Não-Cristãs, n. 4, in COMPÊNDIO DO CONCÍLIO VATICANO II. Constituições, Decretos, Declarações. 29. ed. Petrópolis: Vozes, 2000
4Cf. JOSEFO, Flavio. Antiguidades Judaicas 17 in CIPRIANI, Vitório (coord). Obra completa de Flávio Josefo em CD ROM. São Paulo, 1999.
5Cf. BROWN, Francis; DRIVER, Samuel Rolles; BRIGGS, Charles Augustus. Hebrew and English Lexicon Old Testament with an appendix containing the Biblical Aramaic. Oxford: Claredon, 1975, p. 831.
6HADDAD, Philippe. Jesus fala com Israel: uma leitura judaica das parábolas de Jesus. São Paulo: Fons Sapientiae: 2016, p. 33.
7CAMACHO, Fernando; JUAN, Mateos. Jesus a Sociedade de seu Tempo. São Paulo: Paulus, 1992, p. 35.
8Cf. SAULNIER, Cristiane; ROLLAND, Bernard. A Palestina no Tempo de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983, p. 81.
9Cf. SAULNIER, Cristiane; ROLLAND, Bernard. A Palestina no Tempo de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983, p. 82.
10Veja SAULNIER, Cristiane; ROLLAND, Bernard. A Palestina no Tempo de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983, p. 81.
11Leia SIEVERS, Joseph; LEVINE, Amy-Jill. The Pharisees. Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2021.
12Cf. JOSEFO, Flavio. Antiguidades Judaicas 13, 297 e 18, 15 in CIPRIANI, Vitório (coord). Obra completa de Flávio Josefo em CD ROM. São Paulo,1999.
13Cf. JOSEFO, Flavio. Antiguidades Judaicas 13, 297 in CIPRIANI, Vitório (coord). Obra completa de Flávio Josefo em CD ROM. São Paulo,1999.
14Cf. PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA. O povo judeu e suas Sagradas Escrituras na Bíblia Cristã. São Paulo: Paulinas, 2002, p. 184.
15JOSEFO, Flavio. Guerras Judaicas 2, 162-165 in CIPRIANI, Vitório (coord). Obra completa de Flávio Josefo em CD ROM. São Paulo, 1999.
16LOHSE, Eduard. Contexto e ambiente do Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 2000, p. 107-108.
17Cf. LOHSE, Eduard. Contexto e ambiente do Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 2000, p. 107-108.
18SALDARINI, Anthony. Os Fariseus, Escribas e Saduceus na Sociedade Palestinense. Uma abordagem sociológica. São Paulo: Paulinas, 2005, p. 251.
19SAULNIER, Cristiane; ROLLAND, Bernard. A Palestina no Tempo de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983, p. 63.
20OTZEN, Benedikt. O Judaísmo na Antiguidade: A história política e as correntes religiosas de Alexandre Magno até o imperador Adriano. São Paulo: Paulinas, 2003, p. 165.
21Cf. BROWN, Francis; DRIVER, Samuel Rolles; BRIGGS, Charles Augustus. Hebrew and English Lexicon Old Testament with an appendix containing the Biblical Aramaic. Oxford: Claredon, 1975, p. 842.
22BALANCIN, Martins Euclides; STORNIOLO, Ivo; BORTOLINI, José. Guia de leitura aos mapas da bíblia. São Paulo: Paulus, 2005, p. 35-36.
23SAULNIER, Cristiane; ROLLAND, Bernard. A Palestina no Tempo de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983, p. 55.
24Cf. SAULNIER, Cristiane; ROLLAND, Bernard. A Palestina no Tempo de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983, p. 55.
25Cf. JEREMIAS, Joaquim. A Jerusalém no Tempo de Jesus, São Paulo: Paulinas, 1986, p. 314.
26SAULNIER, Cristiane; ROLLAND, Bernard. A Palestina no Tempo de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983, p. 55.
27JOSEFO, Flavio. Antiguidades Judaicas 13, 297-298 in CIPRIANI, Vitório (coord). Obra completa de Flávio Josefo em CD ROM. São Paulo, 1999.
28Cf. ECHEGARAY, Hugo. A prática de Jesus. Petrópolis: Vozes, 1982, p. 72-73.
29SCHUBERT, Kurt. Os Partidos Religiosos Hebraicos da Época Neotestamentária. São Paulo: Paulinas, 1985, p. 55.
30Leia mais sobre a história dos essênios e Qumram no capítulo 10 de VERMES, Geza. Jesus e o mundo do judaísmo. São Paulo: Loyola, 1996, p.1 e 47-159.
31JOSEFO, Flavio, Antiguidades Judaicas 18,18-20 in CIPRIANI, Vitório (coord). Obra completa de Flávio Josefo em CD ROM. São Paulo, 1999.
32SAULNIER, Cristiane; ROLLAND, Bernard. A Palestina no Tempo de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983, p. 82-83.
33Cf. SAULNIER, Cristiane; ROLLAND, Bernard. A Palestina no Tempo de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983, p. 83.
34Os zelotes eram zelosos não somente em relação à questão religiosa, mas política do país. Eles lutavam contra o domínio estrangeiro, em prol de valores como a justiça e a equidade, acreditavam que, para uma “revolução” acontecer, era preciso uma colaboração humana, e isso poderia implicar luta armada.
35A palavra “zelo” pode ser compreendida neste contexto no sentido de Nm 25, 13; 1 Rs 19, 10; Atos 22, 3; Gl 1, 14.
36SALDARINI, Anthony. Os Fariseus, Escribas e Saduceus na Sociedade Palestinense. Uma abordagem sociológica. São Paulo: Paulinas, 2005, p. 36.
37JOSEFO, Flavio. Antiguidades Judaicas, 18, 23-24 in CIPRIANI, Vitório (coord). Obra completa de Flavio Josefo em CD ROM. São Paulo, 1999.
38SALDARINI, Anthony. Os Fariseus, Escribas e Saduceus na Sociedade Palestinense. Uma abordagem sociológica, São Paulo: Paulinas, 2005, p. 79.
39SALDARINI, Anthony. Os Fariseus, Escribas e Saduceus na Sociedade Palestinense. Uma abordagem sociológica. São Paulo: Paulinas, 2005, p. 103.
40Cf. SAULNIER, Cristiane; ROLLAND, Bernard. A Palestina no Tempo de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983, p. 79.
1Pós graduanda em Bíblia-Teologia PUC-SP