THE IMPACTS OF COVID-19 ON PRENATAL AND PUERPERUM CARE IN A BASIC HEALTH UNIT
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8265563
¹Ana Fabrícia Baetas Valois
²Ana Flávia Lobato Ferreira
³Pamela Sampaio Oliveira
4Janaína Cunha Romeiro
5Érica Furtado Azevedo Coelho
RESUMO
Introdução: O ciclo gravídico-puerperal é marcado por diversas transformações no organismo da mulher e deve ser norteado por profissionais competentes. Objetivo: Avaliar as repercussões da pandemia da Covid-19 na abordagem do pré-natal e puerpério em uma Unidade Básica de Saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal e observacional, de caráter analítico-descritivo com uma abordagem quantitativa dos prontuários, no qual foi realizado na Unidade de Saúde Paulo Frota. Resultados: Das 46 pacientes avaliadas no primeiro período no pré-natal, 12 foram avaliadas também no puerpério, ao passo que das 53 pacientes avaliadas no período pandêmico, 10 foram avaliadas também no puerpério. Notou-se que tanto no período pré quanto durante a pandemia o número de pessoas sem continuidade no atendimento puerperal foi elevado, porém sem diferença significativa entre os períodos 2017-2019 e 2020-2022. Conclusão: Na faixa etária, a idade mais frequente foi de 18 a 25 anos, assim como, a união estável a situação familiar mais prevalente, e tendo o ensino médio como a escolaridade mais observada. Além disso, quanto ao planejamento gestacional, houve aumento de gravidez não planejada quando se comparam os dois períodos. No tocante a verificação da vacinação contra a Covid-19, percebeu-se uma baixa adesão dessas gestantes. No que concerne avaliação multiprofissional, odontologia e nutrição foram as que obtiveram maior prevalência de encaminhamentos. Logo, apesar do grande impacto da pandemia do Covid-19, este trabalho evidenciou uma imensa fragilidade já existente no acompanhamento clínico dessas mulheres, sendo de fundamental importância e relevância social a adequação e a manutenção de um seguimento dentro dos padrões preconizados pelos diversos protocolos e recomendações do Ministério da Saúde e da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.
Palavras-chave: Pré-Natal. Puerpério. Covid-19. Unidade Básica de Saúde.
ABSTRACT
Introduction: The pregnancy-puerperal cycle is marked by several transformations in the woman’s body and must be guided by competent professionals. Objectives: Evaluate the repercussions of the COVID-19 pandemic in an approach to prenatal and postpartum care in a Basic Health Unit. Methodology: It is about a cross-sectional, prospective and observational study of an analytical-descriptive nature with a quantitative approach, that will be carried out at the Paulo Frota Health Unit, located in the neighborhood of Cidade Nova II, in the municipality of Ananindeua, in the Region Metropolitan of Belém. Results: Of the 46 patients evaluated in the first prenatal period, 12 were also evaluated in the puerperium, while of the 53 patients evaluated in the pandemic period, 10 were also evaluated in the puerperium. It was noted that both in the pre-pandemic period and during the period, the number of people without continuity in puerperal care was high, but with no significant difference between the periods 2017-2019 and 2020-2022. Conclusion: It was observed that both in the pre-pandemic period and during it, the number of patients without continuity in puerperal care was high. As for the age group, the most frequent age was 18 to 25 years, followed by stable union as the most prevalent family situation and having high school as the most observed education. In addition, regarding gestational planning, there was an increase in unplanned pregnancies when the two periods are compared. Regarding the verification of vaccination against Covid-19, a low adherence of these pregnant women was noticed. In reference of regard to multidisciplinary assessment, dentistry and nutrition were the ones with the highest prevalence of referrals. Therefore, despite the great impact of the Covid-19 pandemic, this work showed an immense fragility that already exists in the clinical follow-up of these women, being of fundamental importance and social relevance the adequacy and maintenance of a follow-up within the standards recommended by the various protocols and recommendations from Ministry of Health and Brazilian Federation of Gynecology and Obstetrics.
Keywords: Prenatal. Puerperium. Covid-19. Basic Health Unit.
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, de acordo com o protocolo Atenção ao pré-natal de baixo risco, do Ministério da Saúde (2012), a queda da morbidade e mortalidade nas gestantes e puérperas estão diretamente relacionados à qualidade assistencial no pré-natal, parto e puerpério. Sendo o pré-natal o momento de início da assistência prestada à gestante desde a sua primeira consulta até o parto.
Aliás, para este ser considerado de qualidade, conforme reproduz o protocolo Atenção ao pré-natal de baixo risco (2012) é necessário a gestante ter realizado no mínimo 6 consultas durante toda a gestação e, o ideal é que estas devam acontecer, na seguinte forma: uma consulta até a 14ª semana gestacional, duas da 14ª à 28ª semana e três consultas da 28ª até o parto.
Além do que, o acompanhamento dessas pacientes deve ser multiprofissional com o intuito de rastrear o máximo de doenças que possam vir a prejudicar o feto ou a mãe (PROTOCOLO ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO, 2012; ORIENTAÇÕES PARA A LINHA DE CUIDADO NO CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL NO RIO GRANDE DO NORTE, 2020).
Já o puerpério é o período do nascimento do bebê até o 42º dia do pós-parto, o qual engloba todas as mudanças fisiológicas e psicológicas que a mãe sofre para se adaptar ao recém-nascido. Para ser considerado de qualidade é preconizado que se realize uma consulta até 7 dias do parto ou até o 42° dia do nascimento do bebê (PROTOCOLO ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO, 2012).
Dessa forma, para Ribeiro et al. (2021), o ciclo gravídico-puerperal é um período no qual a mulher sofre alterações profundas nos aspectos físicos, psíquicos e sociais, podendo surgir no decorrer da gravidez importantes modificações na sua personalidade, além de predispor a complicações por infecções respiratórias. Entende-se, com isso, que o cuidado com a gestante não deve sofrer descontinuidade que ocasione o aumento no número de comorbidades e agravos.
Dessa maneira, Araujo et al. (2020) afirmam que as mulheres grávidas e puérperas representam uma população de alto risco durante os surtos de doenças infecciosas; onde a principal justificativa são as alterações fisiológicas e mecânicas que ocorrem nessas fases que aumentam a vulnerabilidade para infecções em geral, podendo levar ao desenvolvimento de sintomas mais graves, como a Insuficiência Respiratória Grave.
Além disso, os fenômenos sociais, bem como suas desigualdades afetam diretamente as condições de nascimento, favorecendo agravos específicos ao grupo de gestantes e puérperas. Nesse contexto, o Sistema Único de Saúde (SUS), desde 2011, visa à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério por meio da Rede Cegonha. E para Wagner et al. (2020), esta Rede Cegonha possui como premissa assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento do pré-natal, da assistência ao parto e puerpério às gestantes e aos recém-nascidos.
Além de questões já esperadas para operacionalizar as ações pertinentes tanto ao pré-natal quanto ao puerpério, antes mesmo da explosão da pandemia do Covid-19, foi apenas no mês de dezembro de 2019, em Wuhan, na República Popular da China, que foi notificado um grupo de pacientes com pneumonia de causa desconhecida vinculado a um mercado atacadista. Um betacoronavírus foi isolado a partir de células epiteliais das vias aéreas desses pacientes, sendo denominado SARS-CoV-2 (WAGNER et al., 2020).
No que tange ao Brasil, Wagner et al. (2020) afirmaram que no mês de janeiro de 2020, a partir da constatação do rápido avanço da doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto do novo Coronavírus como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), e no mesmo ano de 2020, ainda não se tinha clareza a respeito de todos os possíveis aspectos clínicos e epidemiológicos da doença.
Mesmo naquela época, não existindo muitas respostas, a OMS declarou a COVID-19 como uma Pandemia, e o Governo Federal do Brasil publicou o Decreto n°10.211, que atribuiu um grupo executivo interministerial para atuar com medidas de preparação e de enfrentamento às emergências em Saúde Pública no âmbito nacional e internacional, assim como, fez uso do Manual de recomendações para a assistência à gestante e puérpera frente à pandemia de Covid-19 (2021) para nortear várias decisões nesse período.
A partir disso, entendeu-se que a Síndrome Respiratória Aguda Grave do Coronavírus 2 (SARS-CoV-2) era um novo tipo de Coronavírus (COVID-19) que atingiu quase todos os países do mundo, acometendo a humanidade sem distinção de raça, etnia, cultura ou classe social, agravando as condições daqueles que estão incluídos nos grupos de vulnerabilidades, dentre os quais a OMS classificou as gestantes em razão do elevado risco de morbimortalidade (RIBEIRO et al., 2021).
Importante ressaltar também que, para Cardoso et al. (2021), a doença apresenta maior gravidade no terceiro trimestre e no puerpério, condição essa que não sofreu mudança desde o início da pandemia. A proporção de óbitos foi de 5% no primeiro trimestre, 21% no segundo trimestre, 37% no terceiro trimestre, 33% no puerpério e 4% naquelas com idade gestacional ignorada. Chama a atenção a alta morbimortalidade no período puerperal, cujo maior número de casos provém daquelas mulheres que evoluíram com quadros graves no terceiro trimestre e tiveram seu parto ultimado.
Além disso, sabe-se que o Coronavírus SARS-CoV-2, provoca na paciente um quadro clínico que varia de infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves. De acordo com a OMS, a maioria dos pacientes com COVID-19 (cerca de 80%) podem ser assintomáticos e cerca de 20% dos casos podem requerer atendimento hospitalar por apresentarem dificuldade respiratória e desses casos aproximadamente 5% podem necessitar de suporte para o tratamento de Insuficiência Respiratória (suporte ventilatório) (ARAUJO et al., 2020).
Segundo as Orientações para a linha de cuidado no ciclo gravídico-puerperal no Rio Grande do Norte (2020), as principais complicações observadas em grávidas com COVID-19 foram o nascimento prematuro, pré-eclâmpsia, cesariana e morte perinatal, além de rotura prematura de membranas, o comprometimento da vitalidade fetal (incluindo o óbito fetal), assim como, pode ocorrer também dano cardíaco, renal e de enzimas hepáticas.
No que diz respeito à transmissão vertical, de acordo com o que é preconizado no Manual de recomendações para a assistência à gestante e puérpera frente à pandemia de Covid-19 (2021), as evidências disponíveis mostram que ela existe, mas é pouco frequente, e não é afetada pela via de parto, clampeamento tardio do cordão umbilical ou contato pele a pele, amamentação ou alojamento conjunto – desde que as medidas de precaução sejam mantidas.
Destaca-se, ainda, que esses dados precisam ser constantemente atualizados e analisados e que a maioria das pesquisas envolvendo esse público ainda são bastante limitadas, já que a população dos estudos é acompanhada por um curto prazo e o número amostral pode não ser suficiente (ORIENTAÇÕES PARA A LINHA DE CUIDADO NO CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL NO RIO GRANDE DO NORTE, 2020; ARAUJO et al., 2020).
Além disso, de acordo com Ribeiro et al (2021), para se adaptar a essa realidade, novas medidas, recomendações e protocolos foram criados para modificar aqueles utilizados anteriormente, mantendo-se sempre as consultas do pré-natal e do pós-parto, já que as mesmas são indispensáveis. Essas modificações foram criadas com base nos medos e demandas das mulheres grávidas a fim de otimizar os serviços de saúde fornecendo segurança e bem-estar para essas mulheres, garantindo que as mesmas acessem os cuidados de saúde da mulher com risco mínimo de exposição.
A fim de garantir atenção às gestantes e puérperas no contexto da pandemia, foram instituídos, nos serviços de pré-natal e maternidades, uma triagem de sintomas respiratórios e avaliação da presença de fatores de risco. Torna-se importante garantir o acesso a cuidados especializados de Medicina Obstétrica e Fetal, cuidados neonatais, bem como Saúde Mental e apoio psicossocial à mulher (CARDOSO et al., 2021).
Dessa forma, tem-se como objetivo avaliar as repercussões da pandemia da Covid-19 na abordagem do pré-natal e puerpério em uma Unidade Básica de Saúde, uma vez que essa pesquisa poderá checar esse impacto na desregulação das consultas prestadas nestes dois períodos, visto que tais mudanças repercutem de maneira significativa no desfecho do ciclo gravídico-puerperal.
Logo, é necessário compreender intimamente tais eventos, para aumentar a adesão e a qualidade desses atendimentos no período pós Covid-19, isto é, deve-se priorizar o binômio mãe-feto, ampliando esse vínculo, sanando dúvidas e amparando no processo de saúde e qualidade de vida de ambos.
2. METODOLOGIA
2.1. Aspectos éticos
A pesquisa foi cadastrada na Plataforma Brasil e submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA), respeitando a resolução de N° 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), com princípios regidos pelo Código de Nuremberg e de Helsinque. Foi aprovada com o CAAE N° 58356322.5.0000.5169.
Por fim, todo cuidado foi tomado para assegurar a privacidade e confidencialidade dos dados coletados previstos pela Resolução 466/12, por meio do Termo de Compromisso de Utilização de Dados (TCUD).
2.2. Tipo de estudo
Trata-se de um estudo transversal e observacional, de caráter analítico-descritivo, com uma abordagem quantitativa dos prontuários da Unidade de Saúde Paulo Frota.
2.3. Local e período da pesquisa
A pesquisa foi realizada na Unidade de Saúde Paulo Frota, localizada no bairro da Cidade Nova II, no município de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. O período da pesquisa foi de Junho de 2022 à Agosto de 2022.
2.4. Participantes da pesquisa
Foram analisados os prontuários de mulheres que se encontravam no ciclo gravídico-puerperal, no período de Janeiro de 2017 à Junho de 2019 e Janeiro de 2020 à Junho de 2022, em idade reprodutiva de 18 a 42 anos, cadastradas na Estratégias de Saúde da Família I e II (ESF), da UBS Paulo Frota. Foram escolhidas por meio de uma estratégia de amostragem intencional.
2.5 Coleta de dados
Foram coletados 99 prontuários referentes ao ciclo gravídico-puerperal do grupo já delimitado neste estudo, elegendo os dados da Figura 1 para análise desses atendimentos, organizando-os por ordem cronológica, preservando o sigilo de dados das usuárias.
As variáveis utilizadas para estudo no pré-natal foram: perfil socieodemográfico, quantidade minima de pelo menos 6 consultas, profissional da consulta, gravidez planejada, queixas, triagem básica, exame físico geral, exames obstétricos, exames laboratoriais de 1º, 2º e 3º trimestres, USG, suplementação de ácido fólico e sulfato ferroso, vacinação geral, vacinação contra a Covid-19, intercorrências, conduta, e avaliação multiprofissional (MANUAL DE ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO, 2012).
As variáveis utilizadas para estudo do puerpério foram: pelo menos uma consulta nos primeiros 42 dias de pós-parto, triagem básica, exame físico das mamas, vacinação contra a Covid-19, intercorrências e orientações sobre amamentação (MANUAL DE ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO, 2012; MANUAL DE RECOMENDAÇÕES PARA A ASSISTÊNCIA À GESTANTE E PUÉRPERA FRENTE À PANDEMIA DE COVID-19, 2021).
Figura 1: Ficha de Avaliação do Pré-Natal e Puerpério
2.6. Critérios de inclusão
Foram incluídos nesse estudo os prontuários das mulheres que estavam no ciclo gravídico-puerperal com idade entre 18 e 42 anos, cadastradas nas ESF I e II e que contemplaram pelo menos uma variável mencionada neste estudo.
2.7. Critérios de exclusão
Foram excluídos os prontuários de puérperas e gestantes: que não se enquadraram na faixa etária analisada e as que moram em áreas não adscritas pelas ESF supracitadas.
2.8. Apresentação e análise de dados
Os dados foram organizados no programa Microsoft Excel 2010. Os gráficos e tabelas foram construídos com as ferramentas disponíveis nos programas Microsoft Word, Excel e Bioestat 5.5. Todos os testes foram executados com o auxílio do software Bioestat 5.5.
As variáveis quantitativas foram descritas por mínimo, máximo, média, mediana e desvio padrão e as variáveis qualitativas por frequência e percentagem. A independência ou associação entre duas variáveis categóricas foi testada pelo teste qui-quadrado ou exato de Fisher, conforme o caso e as associações significativas foram detalhadas pela análise de resíduos padronizados, para identificar as categorias que mais contribuíram para o resultado. Os resultados com p ≤ 0,05 (bilateral) foram considerados estatisticamente significativos.
3. RESULTADOS
Durante o período de Janeiro de 2017 à Junho de 2019 e Janeiro de 2020 à Junho de 2022, foram analisados 99 prontuários de pré-natal e 22 de puerpério.
3.1. Avaliação do Pré-Natal
Conforme observado na Tabela 1, no geral, 49 (49,5%) pacientes eram da faixa etária de 18 a 25 anos e 26 (26,3%) eram de 26 a 33 anos. No período de 2017 a 2019, mais da metade (26 ou 56,5%) compreendiam a faixa etária de 18 a 25 anos e 23,9% dos indivíduos de 26 a 33 anos. No período de 2020 a 2022, menos da metade (43,4%) eram de 18 a 25 anos. Porém, essas diferenças observadas não foram significativas (p=0,404). Também, não houve diferenças significativas quanto ao estado civil (p=0,184), nem escolaridade (p=0,828).
Tabela 1 – Perfil sociodemográfico das mulheres atendidas no Pré-Natal, correlacionando o período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022 na Unidade de Saúde Paulo Frota, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
Houve associação significativa entre período e quantidade de consultas (p<0,001): no período de 2020 a 2022, 29 (54,7%) tinham de 1 a 3 consultas, sendo essa proporção maior que o esperado pelo teste estatístico (†); no período de 2017 a 2019, 80,4% tinham mais de 6 consultas, sendo essa proporção maior que o esperado pelo teste estatístico. Logo, houve significativamente mais consultas no período anterior à pandemia (Tabela 2).
Tabela 2 – Características do atendimento e relação com o período, das pacientes atendidas em Pré-Natal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
*: esta frequência foi inferior ao que seria esperado ao acaso. †: essa frequência foi superior ao esperado.
Entre período e gravidez planejada, houve associação significativa (p=0,013): no período de 2017 a 2019, em 16 (34,8%) não constavam esta informação, sendo essa proporção maior que o esperado (Tabela 3). Assim como, não houve associação significativa entre os períodos estudados e número de queixas relatadas nas consultas (p=0,238) (Tabela 4).
Tabela 3 – Gravidez planejada e relação com o período, das pacientes atendidas em Pré-Natal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
*: esta frequência foi inferior ao que seria esperado ao acaso. †: essa frequência foi superior ao esperado.
Tabela 4 – Queixas na gravidez e relação com o período, das pacientes atendidas em Pré-Natal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
Com relação à mensuração de peso + altura + pressão arterial em todas as consultas houve diferenças significativas (p=0,012): no período de 2017 a 2019, 97,8% não tinham todas as três mensurações em todas as consultas, numa proporção maior que o esperado; no período de 2020 a 2022, 11 (20,8%) tinham todas as mensurações, sendo essa proporção maior (†) que o esperado, ou seja, no período pandêmico isso foi mais frequente que antes da pandemia. Quando avaliado se pelo menos uma consulta teve as três mensurações em conjunto, não houve associação significativa (p=0,507) (Tabela 5).
Tabela 5 – Avaliação na triagem e relação com o período, das pacientes atendidas em Pré-Natal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
*: esta frequência foi inferior ao que seria esperado ao acaso. †: essa frequência foi superior ao esperado.
Entre período e exame físico geral realizado em todas as consultas (Tabela 6), houve associação significativa (p=0,039): dos indivíduos no período de 2020 a 2022, 53 (100%) não tinham exame físico geral realizado em todas as consultas, sendo essa proporção maior (†) que o esperado; no período de 2017 a 2019, 9,1% tinham exame físico geral realizado em todas as consultas, sendo essa proporção maior (†) que o esperado, ou seja, isso foi mais frequente antes da pandemia.
Tabela 6 – Exame físico geral e relação com o período, das pacientes atendidas em Pré-Natal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
*: esta frequência foi inferior ao que seria esperado ao acaso. †: essa frequência foi superior ao esperado.
Abaixo está a relação entre realização de todos os exames obstétricos em todas as consultas ou pelo menos em uma consulta, e o período da pesquisa (Tabela 7). Observou-se então que, no primeiro período, nenhuma gestante teve seus exames obstétricos realizados em todas as suas respectivas consultas. Sendo que, apenas 1 gestante, no segundo período de análise, teve todos os seus exames feitos. Ademais, 17 gestantes tiveram batimento cardíaco fetal (BCF), altura uterina (AU) e movimento fetal ativo (MFA) verificados em pelo menos uma consulta, antes da pandemia da Covid-19, ao passo que, 26 grávidas tiveram essa verificação no período de pandemia.
Tabela 7 – Exames obstétricos e relação com o período, das pacientes atendidas em Pré-Natal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
Conforme a Tabela 8, não houve associação significativa entre período e solicitação de LAB1t (p=0,118), LAB2t (p=0,609) e LAB3t (p=1,000). Também, não houve variação significativa no número geral de exames solicitados entre os dois períodos (p=0,522).
Tabela 8 – Exames trimestrais e totais solicitados e relação com o período, das pacientes atendidas em Pré-Natal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
Não houve associação significativa entre período e realização de USG (p=1,000) de acordo com a Tabela 9. Também não houve alteração significativa no número de exames realizados nos dois períodos (p=0,166).
Tabela 9 – USG e exames totais realizados e relação com o período, das pacientes atendidas em Pré-Natal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
Abaixo, se avaliou quanto ao uso do sulfato ferroso e/ou ácido fólico e a relação com o período (Tabela 10). Não se associaram significativamente período e utilização de sulfato ferroso + ácido fólico associados (p=0,701), utilizado apenas sulfato ferroso (p=0,784), utilizado apenas ácido fólico (p=0,093) e não utilizado nem sulfato ferroso nem ácido fólico (p=0,112).
Tabela 10 – Uso de sulfato ferroso e ácido fólico e relação com o período, das pacientes atendidas em Pré-Natal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
Com relação ao período e a vacinação completa, essas variáveis não se associaram significativamente (p=0,268), conforme a Tabela 11.
Tabela 11 – Vacinação e relação com o período, das pacientes atendidas em Pré-Natal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
Abaixo estão os dados de vacinação para COVID-19. 18,9% dos indivíduos tomaram as duas doses e 17% dos indivíduos não tomaram as duas doses. 13 (24,5%) tinham tomado pelo menos uma dose e 11,3% dos indivíduos não tomou nenhuma dose (Tabela 12).
Tabela 12 – Vacinação para COVID-19, das pacientes atendidas em Pré-Natal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
As percentagens são relativas aos indivíduos no segundo período (n=19).
De acordo com a Tabela 13, não houve associação significativa com relação à ocorrência de intercorrências no pré-natal (p=0,545).
Tabela 13 – Intercorrências e relação com o período, das pacientes atendidas em Pré-Natal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
Não se associaram significativamente período e se houve conduta indicada ao paciente (p=0,596) (Tabela 14).
Tabela 14 – Condutas indicadas e relação com o período, das pacientes atendidas em Pré-Natal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
No período pandêmico houve significativamente mais avaliação para odontologia e nutricionista quando comparado ao período pré-pandemia (Tabela 15).
Tabela 15 – Avaliação multiprofissional e relação com o período, das pacientes atendidas em Pré-Natal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
*: esta frequência foi inferior ao que seria esperado ao acaso. †: essa frequência foi superior ao esperado.
3.2. Comparação na Continuidade do Atendimento no Pré-Natal e no Puerpério
Das 46 pacientes avaliadas no período antes da pandemia no que tange ao pré-natal, 12 foram avaliadas também no puerpério, ao passo que das 53 pacientes avaliadas no período pandêmico, 10 foram avaliadas também no puerpério (Tabela 16 e Figura 1). Observa-se que tanto no período pré pandemia quanto na pandemia, o número de pessoas sem continuidade no atendimento puerperal foi alto (73,9% e 81,1% respectivamente), porém sem diferença significativa entre os períodos 2017-2019 e 2020-2022 (p=536).
Tabela 16 – Comparação dos atendimentos no pré-natal e puerpério, das pacientes atendidas na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
Figura 2: Comparação na Continuidade dos Atendimentos no Pré-Natal e Puerpério.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
†: essa frequência foi superior ao esperado.
3.3. Avaliação do Período Puerperal
Houve associação significativa entre período e exame físico de mamas (p=0,045): no período de 2017 a 2019, 5 (41,7%) não tiveram exame físico de mamas, sendo essa proporção maior que o esperado; no período de 2020 a 2022, 9 (100%) tinham exame físico de mamas, sendo essa proporção maior que o esperado (Tabela 17). Ou seja, no período pandêmico houve aumento significativo na proporção de exames de mama.
Tabela 17 – Avaliação da paciente e relação com o período, das pacientes atendidas no período puerperal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
*: esta frequência foi inferior ao que seria esperado ao acaso. †: essa frequência foi superior ao esperado.
A maioria (6 ou 60%) não tinha tomado as duas doses de vacina para COVID-19. 50% dos indivíduos tinham recebido pelo menos uma dose (Tabela 18).
Tabela 18 – Vacinação para COVID-19 dos pacientes atendidas no período puerperal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
As percentagens são relativas aos indivíduos no período puerperal em 2020 a 2022 (n=10).
Não houve associação significativa entre período e presença ou não de intercorrências no puerpério (p=0,783) (Tabela 19).
Tabela 19 – Intercorrências e relação com o período, das pacientes atendidas no período puerperal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
Não se associaram significativamente período e orientações sobre amamentação (p=0,391), nem conduta indicada (p=1,000) conforme indicado na Tabela 20.
Tabela 20 – Orientações sobre amamentação e conduta e relação com o período, das pacientes atendidas no período puerperal na Unidade de Saúde Paulo Frota, no período de janeiro de 2017 a junho de 2019 e janeiro de 2020 a junho de 2022, Ananindeua-Pará.
Fonte: Elaborada pelas autoras por intermédio do software Bioestat 5.5.
4. DISCUSSÃO
Diante dos resultados obtidos, observou-se que as consultas no pré-natal e puerpério englobam diversas variáveis, que necessitam ser interpretadas de modo correlacionado para uma melhor compreensão da qualidade nos atendimentos ofertados nas ESF I e II, da UBS Paulo Frota.
4.1. Avaliação do Pré-Natal
No presente estudo, observou-se maior frequência de gestantes com a faixa etária de 18 a 25 anos. O que está em conformidade com o estudo Avaliação da qualidade do pré-natal a partir das recomendações do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento, no qual a média de idade foi de 25,3 (± 6,5 anos) (MENDES et al., 2020).
Observou-se também o aumento no número de grávidas no período da pandemia, possivelmente devido ao tempo prolongado de isolamento social, assim como, pelo maior período dentro de casa ao lado de seus companheiros que também estavam ou em home-office ou que perderam seus postos de trabalho. Ou ainda, pelo maior tempo destinado à família, aos filhos e as atividades de lazer, ou seja, as grávidas da pandemia não tinham tantas escolhas e ocupações fora do lar, mantendo e estreitando vínculos já existentes com seus parceiros de vida, no qual está de acordo com o estudo de Porto Alegre (PAIZ et al, 2021).
Já no quesito situação familiar, notou-se maior frequência de grávidas em união estável, perfazendo um valor de 65,5% no 1º período e de 82,4% no 2º, corroborando com o estudo realizado em Porto Alegre, no qual a amostra estudada foi composta majoritariamente por mulheres com idade entre 20 e 34 anos e em relacionamento estável (PAIZ et al, 2021).
Com relação a escolaridade, percebeu-se uma maior prevalência de gestantes com ensino médio completo/incompleto, totalizando mais da metade da amostra tanto em Janeiro de 2017 a Junho de 2019, quanto em Janeiro de 2020 a Junho de 2022, o que demonstra concordância com o estudo Avaliação da qualidade do pré-natal a partir das recomendações do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento, que relata maior número de gestantes com ensino médio ou superior (53,6%) (MENDES et al., 2020).
Na abordagem do número de consultas, o presente estudo esclareceu que houve um decréscimo do mínimo esperado para um pré-natal adequado (> 6 consultas) após inserção do Covid-19 no mundo, pois antes da pandemia a maioria das mulheres tinham realizado o minímo de consultas esperadas e já no período pandêmico esse número caiu para menos da metade, fato este que discorda do Protocolo Pré-Natal e Puerpério, pois o mesmo recomenda no mínimo 6 consultas para se ter um pré-natal de qualidade. Tais valores corroboram a análise do fator isolamento social causando impacto negativo na quantidade dos atendimentos (PROTOCOLO PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO, 2019).
Aliás, infere-se, com este cenário, que as grávidas “abandonaram” o serviço multiprofissional talvez por insegurança de sair de suas casas e encarar o desconhecido, ou até mesmo porque não se sentiam confortáveis em buscar um acompanhamento além do médico e do enfermeiro. Ou ainda, em algumas vezes, essas gestantes chegavam a procurar um determinado profissional e este não se encontrava na Unidade de Saúde, ou porque tinha sido deslocado para outra frente de trabalho ou porque a demanda diminuiu e eles foram remanejados, ou simplesmente por não estarem presentes naquele dia, o que acaba confrontando a recomendação do Ministério da Saúde (PROTOCOLO PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO, 2019).
No quesito profissional da consulta, apesar de não haver associação significativa dessas variáveis, demonstra-se que houve diminuição nos atendimentos ofertados somente pelos médicos, quando se compara o período anterior e durante pandemia. Enquanto que, quando se analisa o binômio de atendimento médico-enfermeiro, apesar de não haver significado estatístico relevante, percebeu-se aumento discreto na comparação dos períodos supracitados. Fato este que discorda do estudo Assistência pré-natal na percepção de puérperas provenientes de diferentes serviços de saúde, pois o mesmo relata que em geral o pré-natal é realizado somente pelo médico (62,04%) (CERON et al., 2013).
No que se refere ao planejamento gestacional, houve um aumento significativo na análise dos dois períodos tanto no quesito gravidez não planejada, quanto no quesito gravidez planejada. Além disso, notou-se uma maior preocupação dos profissionais em relatarem esse dado no prontuário, fato este evidenciado pela redução importante da variável não consta quando se comparou o período anterior e atual da pandemia. Essa análise está de acordo com o artigo Avaliação da qualidade do pré-natal a partir das recomendações do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento, no qual afirma que a gravidez planejada foi referida por 41,1% e 35,9% sentiram-se insatisfeitas ao descobri-la (MENDES et al., 2020).
No que tange as queixas relacionadas ao pré-natal, ao analisar os dois períodos, não foram obtidas alterações significativas. Apesar disso, no primeiro período houve uma maior frequência na variável três queixas ou mais e no segundo período esse dado se manteve superior a metade. O que está de acordo com o estudo Queixas auditivas e vestibulares durante a gestação, no qual denota maior aumento de zumbido (33,0%) e tontura (52,44%), porém não há uma análise detalhada sobre o aumento das mais diversas queixas existentes relacionadas à infecção pelo Covid-19 (SCHMIDT et al., 2010).
Portanto, percebe-se com isso que a infecção pelo novo coronavírus possui apresentações mais brandas no decorrer da gestação, ou que ao menos, na grande maioria dos casos o prognóstico das grávidas foi bom e a recuperação delas teve um curso bem positivo, não deixando sequelas a curto e a longo prazo, o que está de acordo com o relato do estudo Pregnancy and COVID-19 (WASTNEDGE et al., 2021).
No que concerne a avaliação na triagem, mais especificamente quanto a verificação de peso, altura e pressão arterial, houve um aumento significativo na mensuração desses itens quando se considera o intervalo antes e durante a pandemia. O que demonstra concordância com relação ao artigo Qualidade do pré-natal no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde, quando se analisa isoladamente esses critérios. Apesar do presente estudo não alcançar a porcentagem relatada no artigo supracitado (MARIO et al, 2019).
Em relação ao exame físico geral, o número de gestantes que tiveram o exame físico realizado antes da pandemia já era ínfimo e durante a pandemia nenhuma grávida teve esse exame físico executado. Isso está em concordância com o estudo Qualidade da atenção pré-natal na rede básica de saúde do Brasil: indicadores e desigualdades sociais, que diz que as regiões Centro-Oeste e Norte foram as que registraram as menores prevalências de completude de exame físico (11,9% e 17,2%, respectivamente) (TOMASI et al., 2017).
Apesar de não haver significado estatístico entre os dois períodos, notou-se um aumento para aproximadamente metade dos exames obstétricos realizados pelo menos uma vez durante o pré-natal. O que está de acordo com o estudo Avaliação da qualidade de um sistema de informação de pré-natal que se refere ao BCF como um exame feito de modo bom a excelente em todos os registros. Já o artigo Qualidade da atenção pré-natal na rede básica de saúde do Brasil: indicadores e desigualdades sociais refere-se a altura uterina como um dos exames mais frequentemente realizados (TOMASI et al., 2017; MAIA et al, 2017).
No que diz respeito aos exames solicitados, notou-se que não houve associação significativa entre período e solicitação de LAB1t, LAB2t e LAB3t. Também, não houve variação significativa no número geral de exames solicitados entre os dois períodos. Apesar de não haver significado estatístico, observou-se que houve uma diminuição da quantidade de exames solicitados tanto do primeiro para o segundo trimestre, quanto do primeiro para o terceiro trimestre. Portanto, de acordo com o estudo Assistência pré-natal na percepção de puérperas provenientes de diferentes serviços de saúde, constata-se que, independentemente do serviço em que foi realizado o pré-natal, grande percentual de gestantes (70,80%) recebeu consultas básicas seguidas de pedidos de realização de exames (CERON et al., 2013).
Com relação aos exames realizados, mais especificamente a USG, observou-se que não houve relevância estatística no presente estudo, quando se faz a comparação dos dois períodos já descritos. Apesar dos valores convergirem nos dois períodos, eles ainda não se aproximam do valor encontrado no artigo Qualidade do Pré-Natal no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde (99,7%) (MARIO et al., 2019).
No tocante ao uso das suplementações na gestação, não houve associação significativa entre período e utilização do ácido fólico e nem do sulfato ferroso, isto é, apesar do decréscimo de uso nos dois períodos, sabe-se da importância dessas suplementações para o feto. Isso pode ser ratificado no Protocolo pré-natal e puerpério, no qual todas as mulheres devem receber suplementação de ácido fólico 400 mcg/dia, a partir do desejo de engravidar, idealmente 90 dias antes da concepção, e realizar a suplementação de ferro a partir da vigésima semana de gestação (40mg de ferro elementar) (PROTOCOLO PRÉ NATAL E PUERPÉRIO, 2019).
Com relação ao calendário vacinal das gestantes (Influenza + DT1 e 2 + DTPA + Hepatite B1, B2 e B3), apesar de no presente estudo não haver associação significativa nas alterações vacinais nos dois períodos, observa-se que a taxa de grávidas não vacinadas aumentou. Vale destacar que, na avaliação geral, menos da metade delas receberam todas essas vacinas durante o pré-natal, o que discorda do artigo Desigualdades sociais e obstétricas e vacinação em gestantes, pois neste estudo 10,63% tiveram registro de vacinação contra a Hepatite B, 31,46% tiveram para Tétano e 10,0% contra a Influenza. Tais números reforçam a ideia de que as vacinas precisam ser estimuladas e conferidas na Caderneta de Vacinação das Gestantes em todas as consultas de pré-natal, inclusive após o impacto catastrófico da pandemia (OLIVEIRA et al., 2020).
No que tange a vacinação da COVID-19, dos 53 prontuários analisados aproximadamente um quarto das gestantes tinham tomado pelo menos uma dose e um quinto não haviam tomado nenhuma. Além disso, a minoria teria tomado as duas doses da vacina, assim como, a minoria não tinha realizado as duas doses. Presume-se que, aproximadamente três quartos dos prontuários não constavam essa informação. Tais dados ainda se mostram divergentes das orientações do Manual de recomendações para a assistência à gestante e puérpera frente à pandemia de Covid-19 (MANUAL DE RECOMENDAÇÕES PARA A ASSISTÊNCIA À GESTANTE E PUÉRPERA FRENTE À PANDEMIA DE COVID-19, 2021).
Não houve associação significativa com relação à ocorrência de intercorrências no pré-natal. Apesar disso, houve uma diminuição quando se compara os dois períodos. Esses dados divergem do estudo Intercorrências na gravidez em puérperas brasileiras atendidas nos sistemas público e privado de saúde, o qual demonstra que a maioria das gestantes tiveram pelo menos uma intercorrência no ciclo gestacional, sendo as mais frequentes ITU (38,2%), anemia (26,0%) e leucorréia (23,5%) (VARELA et al., 2017).
Também não houve associação significativa entre os dois períodos e a conduta indicada ao paciente, ficando os dados bem equiparados. Destaca-se que não há dados na literatura para contrapor essa análise.
No que se refere a avaliação multiprofissional, percebeu-se que houve aumento de encaminhamentos de gestantes para outros profissionais e também que houve significativamente mais destes encaminhamentos para odontologistas e nutricionistas após o advento da pandemia, o que discorda do estudo Assistência pré-natal na percepção de puérperas provenientes de diferentes serviços de saúde, pois apenas 10,95% foram encaminhados para nutricionistas e 0% para dentistas. Provavelmente, esse valor reflete uma melhora no serviço de saúde e as possíveis sequelas deixadas pela pandemia, dando ênfase a vários profissionais e suas respectivas contribuições sociais (CERON et al., 2013).
4.2. Comparação do Número de Acompanhamentos no Pré-Natal e no Puerpério
Observa-se que tanto no período pré-pandemia quanto na pandemia, o número de pacientes sem continuidade no atendimento puerperal foi alto, mas sem diferença significativa entre os períodos 2017-2019 e 2020-2022. Fato este que já evidenciava uma fragilidade no acompanhamento integral dessas mulheres no ciclo gravídico-puerperal, o que está de acordo com o estudo Vulnerabilidades para gestantes e puérperas durante a pandemia da Covid-19 no estado de Santa Catarina (WAGNER et al., 2020).
Esses resultados podem ser explicados por conta de fatores psicossociais, já que essas gestantes tiveram que enfrentar uma doença desconhecida, passaram a estar mais isoladas dentro de suas residências, e em muitos momentos ficavam com receio de procurar atendimento e até mesmo ficaram com o vínculo familiar ou de amigos próximos fragilizados, sendo que todos esses fatores enfraquecem uma possível rede de apoio que faz toda diferença no cotidiano e no bem estar biopsicossocial destas mulheres, corroborando com o estudo de Santa Catarina mencionado acima (WAGNER et al., 2020).
4.3. Avaliação do Período Puerperal
Das 22 pacientes que realizaram o puerpério, dentre elas 12 no primeiro período e 10 no segundo, 100% delas tiveram uma única consulta dentro dos primeiros 42 dias pós parto, o que evidencia uma baixa adesão na continuidade do ciclo gravídico-puerperal, pois a análise prévia era de 99 pacientes em seguimento de pré-natal. Esses dados corroboram com o que diz o estudo Ações do programa de puerpério na atenção primária: uma revisão integrativa, no qual identificou-se baixa realização da consulta puerperal (BARATIERI & NATAL, 2019).
No que concerne ao exame físico específico, houve associação significativa entre período e exame físico das mamas, pois notou-se que no período de 2017 a 2019, menos da metade não tiveram o exame físico das mamas realizado, enquanto que, no período de 2020 a 2022, todas as puérperas tinham feito o exame físico das mamas. Sendo assim, no período pandêmico houve aumento significativo na proporção de exames de mamas realizados. Logo, estes dados estão em desacordo com o estudo Ações do programa de puerpério na atenção primária: uma revisão integrativa, no qual enfatiza que uma das ações menos frequentes é o exame clínico das mamas (BARATIERI & NATAL, 2019).
Em relação a vacinação da COVID-19 em puérperas, menos de um quarto tomou pelo menos uma dose e menos de um quinto tomou as duas. Apesar desses números sabe-se que a meta vacinal ainda não foi atingida e percebe-se ainda uma discordância com as orientações do Manual de recomendações para a assistência à gestante e puérpera frente à pandemia de Covid-19 (MANUAL DE RECOMENDAÇÕES PARA A ASSISTÊNCIA À GESTANTE E PUÉRPERA FRENTE À PANDEMIA DE COVID-19, 2021).
Apesar de não haver associação significativa entre períodos e presença ou não de intercorrências no puerpério, observou-se que as intercorrências diminuíram. Esses dados divergem do estudo Intercorrências na gravidez em puérperas brasileiras atendidas nos sistemas público e privado de saúde, que demonstra uma percentagem de 87,8% de gestantes que tiveram pelo menos uma intercorrência no ciclo gestacional, sendo as mais frequentes ITU (38,2%), anemia (26,0%) e leucorréia (23,5%) (VARELA et al., 2017).
Quanto as orientações sobre amamentação, apesar de não haver associação significativa, percebeu-se um aumento das informações sobre aleitamento materno e suas interfaces, o que apoia o que diz o artigo Assistência pré-natal na percepção de puérperas provenientes de diferentes serviços de saúde, já que 45,98% das puérperas referiram ter tido alguma abordagem sobre este tema (CERON et al., 2013).
A orientação atual é que as mães continuem amamentando mesmo que tenham testado positivo durante o parto e no período pós-parto. Os conselhos básicos de higiene e lavagem das mãos devem ser seguidos, e as mulheres com Covid-19 confirmada devem usar uma máscara médica durante a alimentação, se disponível. Dado que a infecção neonatal é geralmente leve e muitas vezes assintomática, os benefícios da amamentação podem superar o risco potencial de transmissão (WASTNEDGE et al., 2021).
Então, diante disso, acredita-se o quão valioso é o momento de extrema criação de vínculo entre mãe e bebê, isto é, o momento da amamentação. Segue-se o pensamento de que estimular a amamentação sob os devidos cuidados durante a infecção pelo novo Coronavírus ainda é o melhor a ser feito, pois não apenas ocorrerá a transferência de nutrientes e anticorpos da mãe para o bebê, mas aumentará o vínculo, o contato pele e pele, o amor maternal que é fiel e extremado valioso (PROTOCOLO PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO, 2019).
Sendo assim, percebe-se que a fase puerperal merece uma atenção redobrada, já que essas mulheres estão fragilizadas emocionalmente, primeiro por estarem vivenciando uma cascata de hormônios, segundo por, infelizmente, conviverem com a avassaladora pandemia do Covid-19, e terceiro por não terem os instrumentos eficazes de combate a esse vírus, ou seja, necessitaram cruzar esse árduo caminho, repleto de incertezas, medo, pânico, enlutamento por seus entes queridos, tristeza profunda diante de um cenário tão caótico jamais visto, o que também está de acordo com o que retrata o estudo Intensidade de dor e desconfortos puerperais imediatos (TOMASONI et al., 2020).
5. CONCLUSÃO
No que se refere ao perfil sociodemográfico das mulheres presentes neste estudo, nota-se que a faixa etária mais frequente foi de 18 a 25 anos, seguida da união estável como a situação familiar mais prevalente e tendo o ensino médio como a escolaridade mais observada. Além disso, 37 pacientes tem mais de 6 consultas antes da pandemia e apenas 11 durante o Covid-19; a maioria das gestantes tem consulta com médico e enfermeiro em ambos os períodos; a maior parte das gestações não são planejadas, seja antes ou durante o período pandêmico; aproximadamente metade das gestantes relatam 03 queixas ou mais, nos dois momentos de estudo.
Ademais, a triagem básica é verificada menos da metade das vezes em pelo menos 01 consulta de pré-natal nos períodos analisados, como também metade delas não tem sua verificação no ciclo puerperal. Os exames físicos não são realizados em número adequado, antes e nem depois do período crítico da pandemia. Fazendo a comparação, desses dois intervalos de tempo, a maioria não obtém essa verificação realizada na fase puerperal. Aliás, um terço das grávidas tem exames obstétricos realizados pelo menos em 01 consulta no primeiro momento e, esse número aumentou para aproximadamente metade no período da pandemia. Com relação aos exames laboratoriais de 1º, 2º e 3º trimestres, mais de 68% das gestantes obtêm pelo menos 02 deles sendo feitos.
Além disso, a maioria não utiliza de forma associada o ácido fólico e sulfato ferroso, como também não tem as vacinas próprias das gestantes realizadas. Também comparando os dois períodos, mais da metade das pacientes não tem feito ou atualizado a vacina do Covid-19 na fase puerperal. Vale destacar que a minoria tem seguimento puerperal e destas, metade não usufruem de orientações sobre a amamentação.
Portanto, apesar do grande impacto da pandemia do Covid-19 interferir em diversos parâmetros que tangem a qualidade no atendimento do ciclo gravídico-puerperal, o presente estudo evidencia uma imensa fragilidade já existente no acompanhamento clínico dessas mulheres, sendo de fundamental importância e relevância social a adequação e manutenção de um seguimento dentro dos padrões preconizados pelos diversos protocolos e recomendações tanto do Ministério da Saúde (MS) quanto da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).
Sendo assim, faz-se necessário sempre priorizar o binômio mãe-filho, fortalecendo esse vínculo, esclarecendo dúvidas e ajudando no processo de saúde e qualidade de vida de ambos, pois quando a mulher conquista um pré-natal de qualidade, não apenas ela ganha satisfação pessoal, como ganha voz diante de um cenário tão único e desafiador. Da mesma forma, seu filho ganha destaque, tendo bem estar social e alcançando novas metas de saúde, em detrimento de falhas no sistema sanitário que ainda se perpetuam, hoje em dia, no SUS.
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¹Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário do Estado do Para (CESUPA) Campus João Paulo do Valle Mendes, e-mail: anafabriciabaetasvalois@gmail.com
²Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário do Estado do Para (CESUPA) Campus João Paulo do Valle Mendes, e-mail: anaflavia95@outlook.com
³Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário do Estado do Para (CESUPA) Campus João Paulo do Valle Mendes, e-mail: pamela_so@hotmail.com
4Docente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário do Estado do Para (CESUPA) Campus João Paulo do Valle Mendes, e-mail: jcunharomeiro73@alexandre
5Docente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário do Estado do Para (CESUPA) Campus João Paulo do Valle Mendes, e-mail: erica.coelho@prof.cesupa.br