REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8042389
Marcos Vitor Costa Castelhano¹, Wedson dos Santos Silva², Thaysa Maria Dantas Gonçalo³, Thallyssa Thannaka da Silva Guimarães⁴, Aldenice Barbosa dos Santos⁵, Klebson Augusto Fernandes Filgueiras⁶, Siuzete Araujo dos Santos⁷, José Alberto André Guimarães⁸, Kalenia Lígia Bezerra Jácome⁹, Andréa Santos Lúcio¹⁰, Francisca das Chagas Andrade de Oliveira¹¹, Aíres de Melo Silva¹², Maria Aparecida de Freitas Furtado Palitot¹³, Elieide Maniçoba dos Santos Lima¹⁴, José Keops Pimenta de Araujo¹⁵.
RESUMO
Os espaços educacionais preservam, em seus meios dialéticos, um conjunto de heterogeneidades formadas através das diferentes histórias, perspectivas e olhares constituídos pelos sujeitos ali presentes, promovendo variados encontros e desencontros diante das contingências vivenciais e propriamente educativas, abarcando diálogos localizadas para além da unilateralidade e fomento técnico-metodológico enquanto via direcional. Desse modo, os meios pedagógicos e instrutivos devem considerar as singularidades dos alunos em suas múltiplas facetas, promovendo acordos e planejamentos metodológicos assertivos nas edificações educativas, permeando cada vez mais desempenhos significativos frente dos elementos presentes dentro e fora da sala de aula, valorizando o sujeito em sua amplitude contextual. Outra forma de visualizar a educação, entre as suas diversas possibilidades visionais, permeia os campos teórico-práticos de natureza psicanalítica, tanto que Castelhano e colaboradores comentam que os domínios psicanalíticos podem contribuir de forma significante perante dos potenciais e contradições intrínsecos da educação na contemporaneidade, levando em consideração as vicissitudes do mal-estar ma cultura. Partindo das afirmativas dispostas, o estudo em questão discute sobre a relação entre os ambientes educacionais, em suas diferentes constituições, e o sujeito pulsional no âmbito vivencial-formativo, refletindo sobre os aspectos afetivos e desejantes concomitantes as relações educativas, tendo como base teórico-prática e contemplativa os pressupostos psicanalíticos. No contexto metodológico, utilizou-se da modalidade de pesquisa narrativa para colher informações pertinentes para o arcabouço argumentativo desse trabalho científico, valendo-se livros acadêmicos, artigos científica e capítulos de livro localizadas nas plataformas digitais, a exemplo do Google Acadêmico, Scielo e PePSIC. Em resumo, coloca-se que a psicanálise levanta discussões fundamentais sobre as contextualizações educacionais na atualidade, discorrendo sobre o sujeito desejante para além dos vieses unilaterais técnico-metodológicos, (re) pensando as tendências de magnânimidade consciente e funcional nas dinâmicas da sala de aula, valorizando, acima de tudo, os sujeitos em suas historicidades pulsonais e subjetivas ao longo dos mal-estares educativas e civilizatórios.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Psicanálise. Sujeito Pulsional. Contemporaneidade.
ABSTRACT
Educational spaces preserve, in their dialectical means, a set of heterogeneities formed through the different histories, perspectives and views constituted by the subjects present there, promoting varied encounters and disagreements in the face of experiential and properly educational contingencies, encompassing dialogues located beyond the unilaterality and technical-methodological promotion as a directional path. In this way, the pedagogical and instructive means must consider the singularities of the students in their multiple facets, promoting agreements and assertive methodological planning in educational buildings, permeating increasingly significant performances in the face of the elements present inside and outside the classroom, valuing the subject in its contextual scope. Another way of viewing education, among its various vision possibilities, permeates the theoretical-practical fields of a psychoanalytic nature, so much so that Castelhano and collaborators comment that the psychoanalytic domains can significantly contribute to the intrinsic potentials and contradictions of education in contemporary times, taking into account the vicissitudes of cultural malaise. Starting from the stated statements, the study in question discusses the relationship between educational environments, in their different constitutions, and the instinctual subject in the experiential-formative scope, reflecting on the affective and desiring aspects concomitant with educational relationships, having as a theoretical- practice and contemplative the psychoanalytical assumptions. In the methodological context, the narrative research modality was used to collect information relevant to the argumentative framework of this scientific work, using academic books, scientific articles and book chapters located on digital platforms, such as Google Scholar, Scielo and PePSIC . In short, it is argued that psychoanalysis raises fundamental discussions about current educational contexts, discussing the desiring subject beyond unilateral technical-methodological biases, (re)thinking the trends of conscious and functional magnanimity in the dynamics of the classroom , valuing, above all, the subjects in their pulsational and subjective historicities throughout the educational and civilizing malaises.
KEYWORDS: Education. Psychoanalysis. Drive Subject. Contemporaneity.
INTRODUÇÃO
Os espaços educacionais preservam, em seus meios dialéticos, um conjunto de heterogeneidades formadas através das diferentes histórias, perspectivas e olhares constituídos pelos sujeitos ali presentes, promovendo variados encontros e desencontros diante das contingências vivenciais e propriamente educativas, abarcando diálogos localizadas para além da unilateralidade e fomento técnico-metodológico enquanto via direcional (PILETTI, 2003).
Desse modo, os meios pedagógicos e instrutivos devem considerar as singularidades dos alunos em suas múltiplas facetas, promovendo acordos e planejamentos metodológicos assertivos nas edificações educativas, permeando cada vez mais desempenhos significativos frente dos elementos presentes dentro e fora da sala de aula, valorizando o sujeito em sua amplitude contextual (HAIDT, 2002).
Outra forma de visualizar a educação, entre as suas diversas possibilidades visionais, permeia os campos teórico-práticos de natureza psicanalítica, tanto que Castelhano e colaboradores (2021) comentam que os domínios psicanalíticos podem contribuir de forma significante perante dos potenciais e contradições intrínsecos da educação na contemporaneidade, levando em consideração as vicissitudes do mal-estar ma cultura.
Partindo das afirmativas dispostas, o estudo em questão discute sobre a relação entre os ambientes educacionais, em suas diferentes constituições, e o sujeito pulsional no âmbito vivencial-formativo, refletindo sobre os aspectos afetivos e desejantes concomitantes as relações educativas, tendo como base teórico-prática e contemplativa os pressupostos psicanalíticos.
No contexto metodológico, utilizou-se da modalidade de pesquisa narrativa para colher informações pertinentes para o arcabouço argumentativo desse trabalho científico, valendo-se livros acadêmicos, artigos científicos e capítulos de livro localizadas nas plataformas digitais, a exemplo do Google Acadêmico, Scielo e PePSIC.
Portanto, definido o objetivo central, esboça-se os demais tópicos desse trabalho, utilizando-se dos enfoques psicanalíticos para se debruçar sobre as possíveis interações entre os meios educacionais e o sujeito pulsional, tendo como plano de fundo os aspectos vivenciais intricados nas transformações de investimento nos “mal-estares” da cultura.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Psicanálise é considera uma ciência voltada aos aspectos do inconsciente do sujeito em suas entrelinhas e amplitudes psíquicas-emocionais, utilizando-se de seus pressupostos metodológicos e visionais para ir além dos aspectos superficiais conscientes, valendo-se de conceitos, percepções e óticas particulares (RIBEIRO, 1988).
Segundo Castelhano e colaboradores (2022), os domínios psicanalíticos esboçam discussões e críticas pertinentes sobre os parâmetros paradigmáticos-científicos na atualidade, defendendo exposições e elaborações técnicas seguidas para as investigações do sujeito, assim como das suas características estruturantes, a partir das suas funções específicas.
O pensamento psicanalítico aborda que o inconsciente, enquanto um dos sistemas do aparelho psíquico em suas constituições idiossincráticas, armazena todos os elementos recalcados e/ou que nunca tiveram potência expressiva no consciente em suas elaborações, sendo a região psíquica magnânima (FADIMAN; FRAGER, 1986).
Para Castelhano e Dantas (2022), vale ressaltar que os domínios psíquicos reservam a historicidade subjetiva do sujeito em suas singularidades desejantes, trazendo consigo uma temporalidade única localizada para além das facetas cronológicas, conservando as idiossincrasias da realidade psíquica em suas diretrizes.
Nesse sentido, o inconsciente, assim como todos os fatores psíquicos e afetivos intrínsecos dos sujeitos, representa uma conjunção interativa sob medida, sendo, portanto, único a cada indivíduo em suas jornadas vivenciais, trançando caminhos para além das disposições racionais e conscientes em si mesmas (QUINET, 2003).
Para Quinet (2003), os pressupostos psicanalíticos vão além das suposições catersianos do “Penso, Logo existo”, expondo que o sujeito desejante não se limita a seu pensamento enquanto entidade magnânima, colocando o desejo e os aspectos pulsionais como cerne de toda as (des) estruturações formativas da vida anímica.
Seguindo os raciocínios citados, Bock, Furtado e Teixeira (2009) comentam que os pressupostos psicanalíticos de ênfase freudiana visualizam a vida mental a partir de três pontos de vista especificados, definindo diferentes tipos de funcionamentos, como exposto no quadro abaixo:
Quadro 1- Diferentes pontos de vista da vida mental para a Psicanálise
Topográfico | Tal ponto de vista leva em consideração as noções de que cada estrutura psíquica apresenta as suas próprias características especificadas, revelando que cada elemento psíquico conserva as suas dinâmicas e funções direcionais no campo elaborativo. Nessas contextualizações, mesmo que diferentes elementos façam parte de uma mesma conjuntura, cada estrutura psíquica se direciona a partir de suas linhas constitucionais. |
Econômico | Uma das visões sobre o funcionamento psíquico permeia as dimensões econômicas no sentido de investimento ou desinvestimentos das energias pulsionais diante das diretrizes do aparelho psíquico, fazendo referência ao quantumm de afeto e de energia lidonal envolvida nas atividades psíquicas e emocionais, levando em consideração a ótica da quantidade em seus sentidos constitutivos. |
Dinâmico | As premissas dinâmicas seguem os raciocínios anteriores, acrescentando a ideia de que todos os elementos estruturais, apesar de suas divergências funcionais e investimentos associados, fazem parte de uma mesma instância dinâmica em constante interação. |
Perante do avistado, esboça-se os domínios psicanalíticos enfatizam que a vida psíquica do sujeito pode ser avaliada em três pontos de vistas indissociáveis e especificados, envolvendo as óticas econômicas, intrínsecas no quantumm pulsional, as prerrogativas tópicas, definidas através das características singulares de cada estrutura psíquica, e, por último, as lógicas dinâmicas, partindo do princípio de que todos os elementos estão integrados em uma mesma conjuntara.
Outro ponto pertinente na compressão do pensamento psicanalítico, gira em torno da noção de que o psiquismo é observado de diferentes maneiras ao longo das construções freudianas, existindo, nesse contexto, mais de uma disposição tópica do aparelho psíquico, ganhando cada vez mais novas facetas nos estudos idiossincráticos (KUSNETZOFF, 1982; SCHULTZ; SCHULTZ, 2002; FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015).
Partindo desses pressupostos, segue o segundo quadro contendo informações alusivas e importantes sobre os dois modelos tópicos desenvolvidos pelo Pai da Psicanálise durante as suas exposições teórico-práticas diante da concepção do aparelho psíquico em suas diretrizes:
Quadro 2- As duas tópicas freudianas sobre o psiquismo
Primeira tópica freudiana | As primeiras concepções tópicas permeiam o início do pensamento psicanalítico proposto por Freud, desenvolvendo, portanto, a primeira noção de aparelho psíquico nas entrelinhas vivências e formativas do sujeito pulsional. Nesse primeiro modelo, o sistema psíquico é divido em três regiões, sendo elas: 1- Inconsciente, região magnânima que abarca todos os elementos recalcados, 2- Pré-consciente, parcela onde se localiza elementos que não estão no consciente, mas podem vim a estar, e o 3- Consciente, região que abrange todos os elementos disponíveis diretamente para o indivíduo. |
Segunda tópica freudiana | A partir da introdução de novas concepções pulsionais e estruturais, o pensamento psicanalítico permeia uma nova concepção tópica demarcada pelas diretrizes de três novas instâncias psíquicas que não, necessariamente, substitui a tópica anterior, mas sim amplia as significações voltados ao aparelho psíquico. Nessas novas conjunturas, formara-se três elementos, sendo eles: o Id, regido pelo princípio do prazer e pelos processos primários, o Ego, guiado pelo princípio da realidade e os processos secundários, e o Superego, traçado pelas internalizações morais e socioculturais |
Frente do apresentado, apercebe-se que as modificações visionais ocorridas através das colocações freudianas promoveu mudanças graduais diante das visualizações do aparelho psíquico, assim como de seus elementos associados, ampliando, sobretudo, as interpretações frente do sujeito pulsional e de seus fatores individuais-coletivos.
Adentrando o campo educativo, Maciel (2005) aborda que os enfoques psicanalíticos adentram cada vez mais os universos educacionais, representando um movimento significativo, dado que as interações entre as abordagens psicanalíticas eram consideradas, por muitos autores, divergentes perante das esquemáticas pedagógicas.
Desse modo, avista-se que os conceitos e elaborações propostas pela psicanálise trazem à tona discussões fundamentais nos processos de subjetivação da contemporaneidade, revelando que as interseções entre os campos pedagógicos e os domínios psicanalíticos poderiam (re)definir pontuações vivenciais e técnicas diante dos ambientes educativos, gerando sujeitos criativos e autônomos (MACIEL, 2005).
Para De Lajonquière (1997), os esboços psicanalíticos, quando inseridos nas reflexões e discussões em meio dos processos educativos, definem rumos diferentes perante das unilateralidades técnicas expressas nas temáticas vigentes no cotidiano escolar e extra-escolar, demonstrando que são possíveis as interações entre a psicanálise e os âmbitos educacionais.
Ainda nesse raciocínio, Voltolini (2011) expõe que, apesar das possíveis interlocuções e dialógicas entre os saberes e práticas pedagógicos e os panoramas psicanalíticos (ou de matriz psicanalítica), existem diferenças claras e constritivas entre a Pedagogia e a Psicanálise frente da educação contemporânea, dado que a primeira buscaria compreender as melhores metodologias no processo de educar, enquanto a segunda se enfoca nas condições psíquicas do aprendizado.
Para Castelhano, Benevides, Lucena e Santos (2020), a educação, em seus métodos e ambientes interativos, conservam as possibilidades dos investimentos afetivos-psíquicos, formando-se por meio dos espectros pulsionais dispostos pelas interações permeadas pelas relações entre os membros ali presentes.
Na relação professor-aluno, destaca-se que os aspectos transferenciais, considerados próprios das relações humanas, ganham as duas facetas idiossincráticas dentro e fora dos meios educativos, englobando os vínculos afetivos, as disposições pulsionais e as consolidações vivenciais no cotidiano pedagógico (RIBEIRO, 2014).
Dessa forma, a mediação dos fatores psíquicos-emocionais inseridos nas tendências transferenciais podem ser utilizados pelo professor em suas mediações em sala de aula, envolvendo temáticas específicas, a exemplo da transferência, citada anteriormente, e as diretrizes do sujeito-suposto-saber (RIBEIRO, 2014).
Nesse estudo, Ribeiro (2014) enfatiza que a psicanálise, assim como os seus conhecimentos e perspectivas associadas, podem ser extremamente úteis para as práticas docentes, como também para a investigação ampla e assertiva das dinâmicas e fenômenos educativos, levando em consideração a importância da constituição e protagonismo do sujeito.
Para Almeida (1998), o professor vira alvo das identificações transferenciais por parte do alunato, permeando exposições intrínsecas através da historicidade subjetiva de cada sujeito, vagando entre as estruturações positivas e amigáveis e as diretrizes negativas e agressivas, enfatizando que o educador ultrapassa os seus papéis previamente modelados.
Em um campo interventivo, os pressupostos psicanalíticos giram em torno, em muitas das vertentes atuais, da noção da Educação Terapêutica, pautada nos conjuntos de práticas e execuções elaborativas de tratamento atreladas a noção do sujeito inconsciente, próprio das óticas de ênfase psicanalítica. Demonstrando que os processos de escolarização na atualidade contemplam os padrões, contingências específicas e as características panorâmicas dos sujeitos e das escolas contemporâneas, redefinido os preceitos observáveis (KUPFER, 2010).
Seguindo essa perspectiva, Pedroza (2010), em seu trabalho científico sobre as possibilidades de intervenções clínicas perante na formação docente, expressa que os grupos de clínicos da análise das práticas pedagógicas do professor permitem exposições reflexivas sobre a pertinência dos cuidados terapêuticos estabelecidos entre o grupo e as execuções profissionais, podendo influir na formação continuada e pessoal dos membros presentes.
Em Psicanálise e Educação: laços refeitos, Bacha (2003) enfatiza que as noções que tratam os olhares psicanalíticos como antagônicas das realidades educacionais se prendem as possibilidades unitárias dos conhecimentos e práticas enfocadas pelas ideações da Psicanálise, pontuando que as existem diversas formas de articulações entre essas duas áreas.
Nesse sentido, Bacha (2003) comenta que as discussões psicanalíticas nunca se deixaram levar pelas inconsistências do senso comum ou pelas facilidades dos saberes internalizados ao longo de cada contexto histórico, lapidando concepções teórico-práticos concisas e capazes de se debruçar pelas amplitudes individuais-coletivas para além do superficial, desenvolvendo uma postura significativa em face dos panoramas educativos.
Para Andrade (2020), as suposições psicanalíticas podem valer as novas formatações pedagógicas nos sistemas educacionais e socioculturais atuais, indo além das formulações concentras e irredutível, dado que cada contexto apresentará as suas idiossincrasias, refletindo sobre os mal-estares encontradas entre a civilização e as relações pedagógicas
Desse modo, Nunes (2004) defende que os diálogos entre a Psicanálise e os meios educacionais ultrapassam os vieses unilaterais no sentido técnico e instrutivo, pontuando a necessidade de acolher e reconhece o sujeito insconsciente a partir das vivências propostas nas dinâmicas educativas e propriamente pedagógicas.
Em resumo, coloca-se que a psicanálise levanta discussões fundamentais sobre as contextualizações educacionais na atualidade, discorrendo sobre o sujeito desejante para além dos vieses unilaterais técnicos-metodológicos, (re)pensando as tendências de magnanimidade consciente e funcional nas dinâmicas da sala de aula, valorizando, acima de tudo, os sujeitos em suas historicidades pulsonais e subjetivas ao longo dos mal-estares educativas e civilizatórios.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio do avistado, conclui-se que a psicanálise serve de objeto de subsídio e investigação frente das dinâmicas psíquicas-emocionais e interacionais presentes nas entrelinhas educacionais da contemporaneidade, trazendo à tona o sujeito pulsional em suas formatações vivenciais, enfatizando os aspectos singulares nos campos educativos para além das unilateralidades técnicas-metodológicas.
No ponto de vista teórico-prático, aponta-se que os conceitos, fundamentos e exposições psicanalíticas, a exemplo das noções de estruturas psíquicas, inconsciente, relação transferencial, entre outras, podem ganhar significações essenciais no panorama pedagógico, servindo de ótica crítica para os professores perante das contingências educativas na atualidade.
Nos âmbitos experienciais, observa-se que a Psicanálise, mesmo que possa tecer determinadas dialógicas e intercessões com universo pedagógico e psicopedagógico, direciona-se para as objetivações e significações intrínsecas na qualidade do apreender e vivenciar nas vinculações dos processos de subjetivação nos espaços educacionais, não se atendo, necessariamente, as constantes das metodologias pedagógicas e instrutivas.
Para pesquisas posteriores, sugere-se trabalhos científicos pautados em metodologias qualitativas, a exemplo dos estudos de casos, das planificações transversais e dos processos longitudinais, elucidando como os aspectos vivenciais do sujeito, em suas prerrogativas desejantes-inconscientes-pulsionais, atravessam as constituições técnicas e experienciais dentro e fora da sala de aula, (re)pensando, por meio do viés psicanalítico, as entrelinhas da educação na contemporaneidade.
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¹Graduado em Psicologia pela UNIFIP, sendo especializado em TEA, TGD e Altas Habilidades (Faculdade Iguaçu), em Psicologia Infantil (Faculdade Iguaçu) e em Saúde Mental (FAVENI)
²Graduado em Letras/inglês pela Faculdade de Candeias
³Graduada em Psicologia pela Faculdade Integrada de Patos (FIP)
⁴Graduada em Psicologia pelo Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ.
⁵Mestre em Ciências da Educação. Pós-graduada em Educação de jovens e adultos. Graduada em Licenciatura Plena em Letra (Português/ Inglês)
⁶Graduado em Pedagogia pela UFPB
⁷Licenciatura em Pedagogia, sendo pós-graduada em Psicopedagogia Institucional, Clínica e Hospitalar pela FACSU
⁸Graduado em Licenciatura Plena em História, sendo pós-graduado em História Geral – Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada e Neuropsicopedagogia – Faculdade Evangélica do Meio Norte.
⁹Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio Grande- UERN
¹⁰Mestra em Ciências da Educação pela Universidade Católica Dom Bosco, tendo graduação em Pedagogia pelas Faculdades Integradas de Patos (FIP-PB).
¹¹Formada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN
¹²Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
¹³Graduada em Pedagogia pela Universidade Vale do Acaraú (UVA).
¹⁴Formada em Pedagogia pelo São Judas Tadeu
¹⁵Formado em Pedagogia com especialização em psicopedagogia institucional e clínica.