REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202409222031
Caroline Pereira de Lara ¹
Elgison da Luz dos Santos ²
Fernanda Maria Cercal Eduardo ²
Thayse Zerger Gonçalves Dias ²
A fibromialgia (FM) é uma doença reumatologia, que se manifesta no sistema musculoesquelético, sendo caracterizado por dor crônica e difusa, apresentando hipersensibilidade, principalmente em pontos específicos conhecidos como “Tender Points” e está frequentemente associada a fadiga, ansiedade, distúrbios de sono e incapacidade funcional, sua incidência vem aumentando ao longo dos anos. As causas da FM ainda são desconhecidas e sua fisiopatologia ainda segue como desconhecida. Com o desenvolver da tecnologia, novos recursos começaram a ser utilizados como complemento e aplicabilidade da fisioterapia, um dos recursos utilizados é o ILIB (Intravascular Laser Irradiation of Bload), que consiste na irradiação contínua do laser terapêutico sobre a região da artéria radial, através de um dispositivo fixado no punho do paciente. Essa técnica tem ação antioxidante e anti-inflamatória, que resulta em analgesia tornando-se uma grande aliada no tratamento de dores agudas e crônicas, incluindo a FM. Diante desta temática, esse estudo tem por objetivo estudar os efeitos do ILIB em portadores de FM por meio de uma revisão sistemática. As buscas nas bases de dados focou em artigos de estudos entre os anos de 2014 a 2024, que abordagem os efeitos do ILIB em pacientes com FM. A questão norteadora foi explorada a partir da ferramenta PICO. Os descritores selecionados foram fibromyalgia/fibromialgia e low intensity laser; espanhol: fibromialgia/fibromialgia e láser de baja intensidad / Laser de baixa Intensidade nos idiomas: Inglês, espanhol e português. Os estudos foram obtidos nas bases de dados National Library os Medicine (PUBMED), Physiotherapy Evidence Database (PEDRO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e SCOPUS. Foram localizados 1316 artigos sobre o tema, e somente 5 deles foram selecionados e incluídos nos resultados. As pesquisas ainda são incipientes e carecem de estudos com maiores especificidades. Apresentam-se uma tendência surgindo na literatura de que a terapia ILIB vem sendo útil no tratamento de portadores de FM, porém para uma resposta mais categórica, será necessário desenvolvimento de novas metodologias para trabalhos nesta área.
Palavras Chaves: Laser de Baixa Intensidade, Fibromialgia.
1. Introdução
A Fibromialgia (FM) é uma doença reumatológica, que se manifesta no sistema musculoesquelético, sendo caracterizado por dor crônica e difusa, apresentando hipersensibilidade, principalmente em pontos específicos conhecidos como “Tender Points”. A FM está frequentemente associada à fadiga, ansiedade, distúrbios de sono e incapacidade funcional (Silva et al, 2023; Silva et al, 2015; Cavalcante et al., 2006).
O termo “síndrome” origina-se de duas raízes gregas e tem como significado o conjunto de sintomas que definem um determinado estado clínico associado a problemas de saúde, que nem sempre tem as causas descobertas. (Carameli, 2020).
A FM é considerada umas das síndromes reumatológicas mais frequentes. Estudos realizados nos EUA e na Europa demonstram que cerca de 5% da população geral apresenta fibromialgia. No Brasil, a prevalência chega a 2,5% da população geral, com predominância entre mulheres em faixa etária de 35 a 45 anos (Silva et al., 2023; Heyman et al.,2017).
Devido à vasta sintomatologia e ao caráter crônico da FM, há uma necessidade atual em encontrar tratamentos efetivos, que sejam capazes de minimizar seu impacto no cotidiano desses pacientes. (Silva et al., 2023; Santana et al., 2022; Silva et al., 2015; Lorena et al., 2014;).
Nesse contexto, inúmeros recursos terapêuticos têm sido propostos com o objetivo de melhorar o quadro álgico a partir da avaliação dos Tenders Points e outros sinais, e também melhorar a qualidade de vida dos pacientes. (Silva et al., 2023; Santana et al., 2022; Ferreira, Marino Cavenaghi, 2011).
Durante as últimas três décadas, muitos estudos mostraram que a terapia a laser de baixa intensidade tem apresentado efeitos positivos no tratamento de várias doenças que cursam com a dor e processos inflamatórios. Uma das técnicas de laser terapia de baixo nível é o laser ILIB (Intravascular Laser Irradiation of Bload) (Silva et al., 2023; Silva & Porto, 2019; Souza & Ribeiro, 2022).
O ILIB consiste na irradiação contínua do laser terapêutico sobre a região da artéria radial, através de um dispositivo fixado no punho do paciente. Essa técnica tem ação antioxidante e anti-inflamatória, que resulta em analgesia tornando-se uma grande aliada no tratamento de dores agudas e crônicas, incluindo a fibromialgia e suas exacerbações, uma vez que esta síndrome interfere nas atividades de vida diária. Estudos tem analisado os efeitos terapêuticos do ILIB em muitas condições sistêmicas. (Silva et al ,2023)
Nos últimos anos, o ILIB tem mostrado eficiência em diferentes doenças crônicas, uma vez que promove uma cascata de reações no sistema imunológico, levando a melhora significativa da qualidade de vida dos pacientes. (Silva et al ,2023; Silva & Porto, 2019; Souza & Ribeiro 2022).
A terapia com base no emprego do ILIB tem mostrado eficiência em diferentes doenças crônicas, com isso, o laser de baixa intensidade pode proporcionar a redução do quadro álgico na Fibromialgia, podendo desencadear um efeito cascata para melhora dos demais sintomas. (Souza & Ribeiro, 2022; Santana et al, 2022; Silva et al, 2015.).
Apesar dos parâmetros e protocolos variados para a utilização desse tipo de terapia, em geral, os resultados são satisfatórios no quadro clínico dos pacientes. No entanto, pesquisas voltadas ao efeito dessa terapia, ainda são escassas na literatura. Portanto, há a necessidade de desenvolver mais pesquisas, para melhor compreender o papel do ILIB em várias doenças sistêmicas. (Silva et al., 2015; Santana et al.,2022; Souza, Ribeiro, 2022; Tomé et. al, 2020). Neste sentido, o presente estudo tem o objetivo de investigar, a partir de uma revisão sistemática da literatura, o uso da a irradiação sanguínea com ILIB no tratamento da FM e seus benefícios no tratamento desta síndrome.
2. Metodologia
O presente estudo trata-se de uma revisão sistemática, e iniciou-se a partir de leituras, sondagens da literatura e uma busca com a intenção de localizar informações relevantes a respeito dos benefícios do ILIB na Fibromialgia. A busca dos artigos se deu nas seguintes bases de dados: National Library os Medicine (PUBMED), Physiotherapy Evidence Database (PEDRO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e SCOPUS. A pesquisa foi realizada por meio das palavras chaves, selecionadas na plataforma Descritores em Ciências da Saúde (DEC’s), nos idiomas: Inglês, espanhol e português, de forma individual e combinadas por meio do operador booleano AND: Laser de Baixa Intensidade e Fibromialgia: Inglês fibromyalgia/fibromialgia e low intensity laser; espanhol: fibromialgia/fibromialgia e láser de baja intensidad / Laser de baixa intensidade , publicados entre 2014 a 2024. Esta revisão foi registrada na plataforma PROSPERO (CDRD 42024563242).
A questão norteadora (“O uso da irradiação sanguínea com ILIB no tratamento da Fibromialgia e seus benefícios no tratamento desta síndrome”) foi explorada com a ferramenta PICO ([P]população: sujeitos com Fibromialgia; [I]intervenção: O uso da ferramenta ILIB [C]comparação: não há aplicação do ILIB? [O]resultado: observar os objetivos e relação com os resultados obtidos para as diversas finalidades (BROWN, 2020; MAGGIO, SAMUEL, STELLRECHT, 2022).
Foram localizados 1316 artigos sobre o tema, objetivando selecionar os trabalhos sobre o tema proposto, foram rejeitados os artigos duplicados, revisões de literatura, capítulos de livros, estudos em animais e artigos que não estavam voltados ao tema proposto. Dois revisores avaliaram independentemente a base de dados selecionados, títulos de artigos, resumos e textos completos.
Dessa forma, após a análise de todos os 1316 trabalhos, 5 deles foram selecionados e 1311 foram excluídos por não abordarem o assunto pesquisado. Dessa forma apenas 05 artigos puderam ser incluídos no quadro de análises sobre o benefício do ILIB na Fibromialgia, conforme apresenta a figura abaixo.
Os artigos que tratavam de formas de avaliação e diagnóstico de Fibromialgia foram incluídos nos resultados desta pesquisa. Uma escala de avaliação individual (Physioterapia Evidence Database – PEDro) foi aplicada aos estudos selecionados, utilizando o formulário padronizado disponível na plataforma digital que auxilia na classificação de possíveis vieses. A Escala PEDro – Physioterapia Evidence Database possibilita a análise da qualidade metodológica de estudos na área de Fisioterapia, tanto ensaios controlados estatísticos, randomizados e quasi-randomizados. Pesquisas de Yamato et al. (2017) apontam que a escala PEDro pode ser utilizada como uma ferramenta válida e confiável para analisar o risco de viés em estudos sobre intervenções fisioterapêuticas.
Resultados
A tabela 01 resume os estudos revisados e mostra abordagens de investigação e métodos de avaliação de efeitos com ILIB em pacientes com Fibromialgia, como os principais resultados desta pesquisa.
| FONTE | OBJETIVOS | SUJEITOS | MÉTODO/AVALIAÇÃO | RESULTADOS | PONTUAÇÃO PEDRO |
| Wu et al, 2018 | Minimizar o uso intensivo de medicamentos e os efeitos colaterais através da terapia ILIB. | 15 pacientes com diagnóstico de fibromialgia. | Todos os participantes receberam 2 cursos do ILIB: Cada curso é composto por 10 sessões ILIB e a duração terapêutica foi de 60 minutos, dois cursos consecutivos tiveram um intervalo de descanso de 7 dias, durante 4 semanas. | O estudo mostra as comparações do antes e depois da terapia ILIB, e mostra uma melhora significativa nas seguintes escalas: EVA (p=0,001), FIQ (p=0,001), BDI (p=0,01), apresentando uma melhora nos sintomas das dores e a redução do uso de medicamentos. | 04 |
| Diniz, Vial, Alves, 2021. | Avaliar a eficácia do ILIB modificado na melhoria dos parâmetros clínicos da Fibromialgia. | 1 paciente do sexo feminino, 47 anos, com diagnóstico de Fibromialgia há 20 anos | Terapia ILIB modificada utilizada durante 30 minutos em duas sessões, com intervalo de 5 dias entre cada sessão, sendo realizada no pulso direito e outra no pulso esquerdo, acompanhada de laser de baixa intensidade em pontos gatilhos | Com apenas duas sessões de ILIB, a paciente relatou não sentir mais dores por um período de dois meses sem tomar nenhuma medicação, após esse período a paciente relatou que voltou a sentir dores. | 06 |
| Aquino, Carbinato, Bagnato, 2021 | Avaliar o efeito do tratamento sinérgico do laser de baixa intensidade em pacientes acometidos por fibromialgia. | 450 pacientes do sexo feminino com faixa etária entre 30 a 65 anos, com diagnostico de fibromialgia. | Fase I:10 sessões semanais com tempo de aplicação de 3 minutos.Fase II: avaliação dos resultados comparando com os questionários aplicados no início da fase I. | O estudo apresentou percentuais de melhora da qualidade de vida de ao menos 60% dos pacientes, e na escala visual analógica EVA 70% dos pacientes tiveram melhora de 50% nos sintomas da fibromialgia. | 04 |
| Lan, Wu, Chiang Chang, 2022 | Avaliar a eficácia do ILIB no tratamento da fibromialgia, fadiga muscular, fraqueza flutuante agravados por miastenia grave. | Homem, 59 anos, com diagnóstico de fibromialgia agravado por miastenia grave. | Receber 3 cursos de ILIB por 60 minutos cada sessão por 10 dias consecutivos, com intervalo de descanso de 1-2 semanas. | O estudo mostrou através de exames de imagem que o fluxo sanguíneo pode reperfundir, contribuindo para a melhora da fraqueza muscular e da fadiga, e também mostraram maior atividade no córtex cingulado anterior após a aplicação da terapia ILIB, o que indicou uma correlação entre o alívio da dor. | 05 |
| Fu, Wang, Cheng,Chang, 2022. | Revelar o resultado das mudanças na intensidade da dor após receber a terapia ILIB. | 76 pacientes com queixas músculo esqueléticas incluindo fibromialgia | Os pacientes receberam 3 cursos de ILIB por 60 segundos, cada curso incluiu 10 sessões do ILIB durante 10 dias consecutivos. | Os níveis de intensidade de dor ao longo de cada curso foram comparadas. Os níveis de intensidade da dor antes da primeira sessão era de: VAS (p=5.35), no segunda sessão estava em VAS (p= 4.17) e no terceira sessão estava em VAS (p=3.49). Isso indicou que todos os 44 participantes tiveram uma tendência diminuída de redução da dor durante as três sessões da terapia ILIB | 03 |
Discussão
A terapia ILIB vem sendo utilizada como uma nova tecnologia no tratamento da fibromialgia, atuando na diminuição das dores, redução do uso de medicamentos e melhora da fadiga muscular causada pela fibromialgia, levando para uma melhora da qualidade vida e apresentando vantagens por não ser invasiva, ser indolor e de fácil manuseio. A aplicação do laser ILIB se dá por meio de uma pulseira acoplada no punho que direciona irradiação para a artéria radial, levando à efeitos fisiológicos que vêm sendo sugeridos como benéficos para o tratamento dos sintomas da fibromialgia.
Em estudo Wu et al, (2018), selecionou 15 mulheres com média de idade de 53 anos, todas portadoras de fibromialgia, para receberem 10 sessões da terapia ILIB por 60 minutos, com um intervalo de 7 dias durante 4 semanas, os resultados apresentados foram uma melhora nas seguintes escalas: EVA (p=0,001), FIQ (p=0,001) e BDI (p=0,01), revelando resultados positivos nos sintomas com o uso da terapia ILIB. Em pesquisa semelhante, porém com um número maior de participantes, Fu, Wang, Cheng e Chang, (2022), selecionaram 76 pacientes para receberem 3 sessões de ILIB por 60 minutos, com intervalo de descanso de 1-2 semanas. A avaliação feita foi a partir da escala EVA com início de 3 (p=3,49) e após o final do tratamento, houve uma diminuição na pontuação da escala EVA 2 (p=2,20).
Wu et al (2018), comparando 15 pacientes em antes/depois da terapia ILIB havendo uma melhora nos sintomas observada por meio das pontuações nas escalas EVA (p=0,001), FIQ (p=0,001), BDI (p=0,001) e PSQI (p=0,01). Neste trabalho, também foi possível notar uma redução no uso de medicamentos após as sessões com a terapia ILIB. Corroborando para um bom resultado da terapia ILIB na qualidade de vida dos pacientes, como demonstrado pelas escalas com resultados satisfatórios.
A pesquisa de Aquino Junior (2021), corrobora com resultados positivos, observando percentuais de melhora da qualidade de vida dos pacientes. Neste estudo, ao menos 60% dos participantes tiveram mais de 50% de melhora, e na escala visual analógica EVA ao menos 70% dos pacientes tiveram mais de 50% de melhora.
Na tabela 01 que trouxe os resultados de nossa pesquisa, não foram evidenciadas nenhuma diferença em relação ao sono, aspecto importante relacionado à pacientes fibromiálgicos que possuem como sintoma típico, o sono não reparador (SBR, 2024). Silva et al, (2023), relatam que 75% dos pacientes apresentam sono não restaurador, provavelmente devido a emissão das ondas alfa e beta durante o sono, com a privação do estágio do sono não REM (Rapid Eye Movimenent), apresentando assim sintomas músculos esqueléticos e alterações de humor. Porém Tomazi, (2015), em sus resultados em que comparou que não obteve diferença significativa na qualidade do sono em sua pesquisa. No entanto, para este trabalho não foram encontrados outros estudos que avaliaram o efeito da terapia ILIB sobre a qualidade do sono dos pacientes com fibromialgia, impossibilitando a comparação dos resultados, mas abrindo uma lacuna para indicação de novos estudos com ILIB e outras intervenções.
Ribeiro, (2020), relatou em sua pesquisa que a utilização da terapia ILIB promove liberação de beta endorfinas, melhorando o limiar doloroso de forma equivalente aos analgésicos mais potentes disponíveis no mercado, além do uso da terapia ILIB, os pacientes precisam de orientação e mudança dos hábitos alimentares e a necessidade da inclusão da prática de exercícios físicos na rotina de forma a garantir um padrão de vida estável para tratar a dor crônica. Já Silva Porto, (2019), descrevem que a analgesia da terapia ILIB pode depender de ações tanto no sistema nervoso periférico, quanto central, inibindo mediadores químicos causadores de dor e estimulando a liberação de beta-endorfinas, que inibem a transmissão da dor e produzem sensações de relaxamento e bem estar , e também concluíram que a terapia ILIB ameniza os processos inflamatórios por reduzirem a liberação de mediadores como prostaglandinas e leucotrienos, o que também contribui para o efeito analgésico. A melhora da dor apontada nos estudos apresentados no quadro de resultados pode estar relacionados a essa fisiologia relatada por Ribeiro (2020) e Silva & Porto (2019).
Lan, Wu, Chiang, Chang, (2022), relataram em sua pesquisa que a terapia ILIB promove a síntese celular total de ATP e a atividade antioxidante que contribui para o alivio de condições crônicas como na medula espinal e fibromialgia, acreditando que a terapia ILIB possa aumentar a potência muscular, aumentando a síntese de ATP no mecanismo periférico. Ambos estudos corroboram para os benéficos da terapia ILIB no tratamento dos sintomas da fibromialgia.
Diniz, Vial e Alves (2021) demonstram em seu estudo que uma paciente com fibromialgia, submetida à terapia ILIB por meio de 2 sessões diárias de 30 minutos durante 5 dias, relatou o retorno das dores apenas dois meses após o término do tratamento. A pesquisa de Ribeiro, (2020), pode explicar os resultados de Diniz, Vial, Alves, (2021), pois para Ribeiro, (2020), descreve em sua pesquisa que em relação ao fator fisiológico há estimulação do fator de crescimento, aumento do número de lisossomos (devido a ativação da hidrólise responsável pela digestão intracelular e catalise, os efeitos levam a analgesia e duram até 41 dias no organismo.
Podemos observar nesta pesquisa que foram usados parâmetros semelhantes de dosimetria para a aplicação do laser ILIB, assim como Souza&Ribeiro, (2002), descreveram, que os comprimentos de ondas mais utilizados no ILIB incluem 630nm,650nm, 890nm, e mais recentemente 450nm, variando da fonte de luz azul (450nm) a fonte de luz vermelha (630nm, 650nm), a infravermelho (880nm). Esses parâmetros basicamente geram dois tipos de ações possíveis, o endotélio, vascular e o sangue.
Tomazi, (2015), aponta que embora haja diversos estudos sobre a terapia ILIB, são escassos os estudos sobre o uso do laser em pacientes com fibromialgia, principalmente utilizando um padrão específico o que corrobora com o estudo de Silva et al, (2015), que refere que as pesquisas trazem resultados conflitantes, segundo esses autores, não há metodologia similar sobre os parâmetros e ainda, muitos trabalhos não informam todos os parâmetros usados, proporcionando grande dificuldade na comparação dos dados. A dosimetria usada no tratamento da síndrome da fibromialgia ainda é limitada, mesmo sendo uma modalidade amplamente utilizada.
Diniz, Vial e Alves, (2021), consideram a terapia ILIB, uma opção terapêutica eficaz e segura sem contraindicações e efeitos colaterais, contrariando o estudo de Silva & Porto, (2019), que mencionaram sobre a necessidade de observar as contraindicações tais como: portadores de marca-passos, câncer, glaucomas, gravidez e fotos sensibilidade, inclusive apoiando a necessidade de novas pesquisas.
Para esta pesquisa foram selecionados 5 artigos, os quais totalizaram uma média de 4,4 pontos de qualidade metodológica na escala PEDRo, escala que varia de 0 a 10, onde quanto maior a pontuação maior a qualidade metodológica, esse valor está abaixo da média, apresentando baixa qualidade teórica e de dados. Esse resultado abaixo da média está relacionado a redução das pesquisas encontradas na literatura, baixo número de pessoas selecionadas para os trabalhos e poucos assuntos relacionados somente sobre a terapia ILIB para a melhora nos sintomas de fibromialgia, que corrobora com o estudo de Fu, Wang, Cheng, Chang, (2022), que denominam sobre poucos estudos que foram realmente conduzidos e que confirmam os efeitos da diminuição da dor através do tratamento com ILIB, sendo esses resultados obtidos apenas a partir de uma população de estudos relativamente pequena.
A terapia ILIB ainda é um recurso jovem no tratamento da fibromialgia. As pesquisas até aqui têm demonstrado contribuições positivas na melhora da qualidade de vida do paciente, porém, apesar dos resultados satisfatórios, identificar as lacunas existentes relacionadas a esta técnica é fundamental para que novas pesquisas sejam desenvolvidas e para que possamos obter melhores evidências científicas para seu uso.
Conclusão
Podemos concluir através desta pesquisa, que o uso da terapia ILIB vêm sendo sugerido como altamente benéfico para a melhora dos sintomas da fibromialgia, impactando na melhora da qualidade de vida dos pacientes.
Os resultados apresentados nesta pesquisa concluíram que a terapia ILIB levou a uma melhora considerável nas escalas EVA (Escala visual analógica) para dor, FIQ (Questionário sobre o Impacto da Fibromialgia ) que envolve questões relacionadas à capacidade funcional, situação profissional, distúrbios psicológicos e sintomas físicos e BDI (Beck Depression Inventory), diminuindo dor, melhorando capacidade funcional, reduzindo sintomas depressivos impactando diretamente na qualidade de vida e consequentemente reduzindo o uso de medicamentos.
Nos trabalhos encontrados para esta pesquisa, a terapia ILIB contribuiu significativamente para a melhoria dos principais sintomas da fibromialgia, como para a redução da fraqueza e fadiga muscular, além de aprimorar a qualidade do sono de pacientes fibromiálgicos. Foi descrito também que, esses benefícios podem persistir por um longo período após o término do tratamento com a terapia ILIB, proporcionando um alívio notável aos pacientes.
Embora a terapia ILIB ainda seja pouco pesquisada em relação à melhoria dos sintomas da fibromialgia, os estudos existentes indicam que ela vem sendo eficaz nesse contexto. Isso destaca a necessidade de mais pesquisas sobre o tema para obtermos resultados científicos conclusivos e aprofundarmos nosso entendimento sobre seus benefícios e mecanismos de ação.
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1 Graduando em Fisioterapia pelo Centro Universitário Internacional- UNINTER.
2 Docente de Fisioterapia da Centro Universitário Internacional- UNINTER.