THE EFFECTS OF KINESIOTHERAPY IN THE PHYSIOTHERAPEUTIC REHABILITATION OF PATIENTS ATTACKED BY A CEREBRAL STROKE: A LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10169969
Ian Reis de Araújo1
Adonias da Silva Ferreira1
Endryl Lucas Alves da Silva1
Leonardo da Silva Rocha1
Natália Gonçalves2
Resumo
Introdução: O acidente vascular cerebral é caracterizado como uma obstrução ou extravasamento de sangue em determinadas áreas do encéfalo, resultando em perda neurológica e/ou motora. Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar a utilização de exercícios cinesioterapêuticas na reabilitação fisioterapêutica em pacientes acometidos com acidente vascular cerebral, especificamente descrevendo as limitações funcionais nesses pacientes, identificando quais exercícios cinesioterapêuticas são utilizados na reabilitação e demostrar os exercícios utilizados. Materiais e método: Trata-se de uma pesquisa que possui abordagem qualitativa, a partir de uma revisão de literatura. O estudo foi realizado por meio da pesquisa em bancos de dados eletrônicos como LILACS, PUBMED, SCIELO (Scientific Eletronic Libray Online). Para cumprimento desta pesquisa foram selecionados literaturas e artigos em português e inglês publicados no período de 2018 a 2023, que oferecessem informações sobre o tema do trabalho, os critérios utilizados para inclusão dos artigos foram: Artigos no idioma inglês, artigos originais do tipo ensaio clínico e randomizado. Foi realizada nos meses de agosto a outubro de 2023 através de levantamento de obras literárias já publicadas, destacando a ideologia deles. Resultados: A cinesioterapia apresentou resultados promissores na reabilitação de pacientes acometidos com acidente vascular cerebral, através da associação ou não da cinesioterapia com outras ferramentas é possível identificar resultados positivos quanto a sua utilização. Dentre os tratamentos utilizados encontra-se desde a estimulação elétrica a cinesioterapia clássica. Conclusão: Através deste estudo evidenciou-se os efeitos positivos da cinesioterapia obtidos no tratamento de pacientes com sequelas de acidente vascular cerebral, identificando as principais limitações acometidas aos pacientes dessa condição e os exercícios utilizados para ajudar na reabilitação desses pacientes.
Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral. Cinesioterapia. Fisioterapia. Tratamento. Métodos.
Abstract
Background: A stroke is characterized as an obstruction or extravasation of blood in certain areas of the brain, resulting in neurological and/or motor loss. Pourpose: The objective of this study was to verify the use of kinesiotherapy exercises in physiotherapeutic rehabilitation in patients suffering from stroke, specifically describing the functional limitations in these patients, identifying which kinesiotherapy exercises are used in rehabilitation and demonstrating the exercises used. Methods: This is research that has a qualitative approach, based on a literature review. The study was carried out through research in electronic databases such as LILACS, PUBMED, SCIELO (Scientific Electronic Library Online). To fulfill this research, literature and articles in Portuguese and English published between 2018 and 2023 were selected, which offered information on the topic of the work. The criteria used to include the articles were: Articles in the English language, original articles of the clinical trial type and randomized. It was carried out from August to October 2023 through a survey of literary works already published, highlighting their ideology. Results: Kinesiotherapy has shown promising results in the rehabilitation of patients suffering from stroke. Through the association or not of kinesiotherapy with other tools, it is possible to identify positive results regarding its use. The treatments used range from electrical stimulation to classic kinesiotherapy. Conclusion: This study highlighted the positive effects of kinesiotherapy obtained in the treatment of patients with stroke sequelae, identifying the main limitations suffered by patients with this condition and the exercises used to help in the rehabilitation of these patients.
Keywords: Brain Stroke. Kinesiotherapy. Physiotherapy. Treatment. Methods.
1 INTRODUÇÃO
O acidente vascular cerebral é caracterizado como uma obstrução ou extravasamento de sangue em determinadas áreas do encéfalo, resultando em perda neurológica e/ou motora. Existem dois tipos principais de acidente vascular cerebral: o isquêmico e o hemorrágico. O acidente vascular cerebral isquêmico ocorre quando há uma falta de suprimento sanguíneo para o cérebro devido a uma obstrução em uma artéria cerebral. Já o acidente vascular cerebral hemorrágico ocorre quando há um rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro, resultando em sangramento na área afetada (Miranda, 2023).
Os fatores de risco para o acidente vascular cerebral incluem hipertensão arterial, diabetes, obesidade, tabagismo, sedentarismo e histórico familiar da doença. Além disso, idade avançada e sexo masculino também são fatores de risco. Os sintomas do acidente vascular cerebral podem variar de acordo com a área do cérebro afetada, mas geralmente incluem fraqueza ou dormência em um lado do corpo, dificuldade para falar, problemas de visão, tonturas e desequilíbrio (Sociedade Brasileira de Acidente Vascular Cerebral, 2023).
Além disso, as limitações podem estar relacionadas a problemas cognitivos, como dificuldade de memória, atenção, concentração e raciocínio, o que afeta a capacidade de realizar tarefas complexas. A fraqueza da musculatura é um dos principais problemas enfrentados pelos pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral. Isso ocorre porque o cérebro é responsável por enviar os comandos para os músculos se contraírem corretamente, mas a lesão cerebral causada pelo acidente vascular encefálico pode afetar esse processo, resultando em fraqueza muscular. As alterações do controle motor também são comuns após um acidente vascular cerebral. O controle motor envolve a habilidade de coordenar os movimentos e executar tarefas motoras de forma precisa. As áreas do cérebro responsáveis por esse controle podem ser afetadas pelo acidente vascular cerebral, causando dificuldades na execução de atividades simples, como segurar um objeto ou andar (Meireles et al., 2022).
Na prática fisioterapêutica, há possibilidade de executar treinos de alcance unimanuais e bimanuais. O treino de alcance unimanual pode promover neuroplasticidade no hemisfério afetado e uma ativação cortical bilateral das áreas motoras, sugerindo que o trajeto córtico-espinhal anterior, ipsilateral ao hemicorpo afetado, pode contribuir para o controle dos movimentos pós- acidente vascular cerebral, dessa forma melhorando o aprendizado motor. O treino unimanual é focado no fortalecimento e coordenação dos movimentos do membro superior parético individualmente, enquanto o treino bimanual envolve simultaneamente o uso dos membros superiores paréticos e não paréticos. Ambos os tipos de treinamento têm como objetivo melhorar a função motora do membro superior parético (Carvalho et al., 2019).
A fisioterapia, por sua vez, visa melhorar o controle muscular, a amplitude de movimento e a força do membro afetado. Os fisioterapeutas podem realizar exercícios específicos e alongamentos para fortalecer os músculos do braço, ombro e mão, e podem usar técnicas de facilitação neuromuscular para melhorar a coordenação dos movimentos. (Carvalho et al., 2019).
São utilizadas os exercícios terapêuticos, mobilizações articulares, estimulação elétrica, terapia manual, entre outras. É importante ressaltar que o acompanhamento da fisioterapia deve ser individualizado, levando em consideração as particularidades de cada paciente, como o grau de comprometimento motor, a presença de comorbidades e as limitações pessoais. Além disso, a fisioterapia pode ser realizada tanto na fase aguda, logo após o acidente vascular cerebral, quanto na fase crônica, buscando a manutenção e o aprimoramento dos ganhos funcionais alcançados. Portanto, o acompanhamento da fisioterapia respiratória e motora é fundamental para o tratamento completo e adequado dos pacientes acometidos pelo acidente vascular cerebral, contribuindo para o alcance de uma boa funcionalidade e melhora da qualidade de vida (Siqueira; Schneiders; Silva, 2021).
O acidente vascular cerebral deixa sequelas que afetam diretamente a vida do paciente, diante dos estudos e métodos aplicados, observa-se a importância de se realizar essa pesquisa na necessidade de buscar técnicas fisioterapêuticas que possam melhorar a capacidade de reabilitação de pacientes com sequela de acidente vascular cerebral, podendo proporcionar o retorno às atividades da vida diária.
O objetivo deste estudo foi verificar a utilização de exercícios cinesioterapêuticas na reabilitação fisioterapêutica em pacientes acometidos com acidente vascular cerebral, especificamente descrevendo as limitações funcionais nesses pacientes, identificando quais exercícios cinesioterapêuticas são utilizados na reabilitação e demostrar os exercícios utilizados.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa que possui abordagem qualitativa, a partir de uma revisão de literatura. O estudo foi realizado por meio da pesquisa em bancos de dados eletrônicos como LILACS, PUBMED, SCIELO (Scientific Eletronic Libray Online). Para a pesquisa dos artigos foram utilizadas as palavras-chaves: acidente vascular encefálico, cinesioterapia, fisioterapia, nos idiomas português e inglês.
Para cumprimento desta pesquisa foram selecionados literaturas e artigos em português e inglês publicados no período de 2018 a 2023, que oferecessem informações sobre o tema do trabalho, os critérios utilizados para inclusão dos artigos foram: Artigos no idioma inglês e português, artigos originais do tipo ensaio clínico e randomizado e foram excluídos artigos que não estavam disponíveis na íntegra, artigos que não mostraram a eficácia dos efeitos da cinesioterapia na reabilitação fisioterapêutica do paciente acometido por acidente vascular cerebral. Foi realizada nos meses de agosto a outubro de 2023 através de levantamento de obras literárias já publicadas, destacando a ideologia deles. Após a etapa de identificação das fontes, foi necessário analisar o material a ser descrito neste artigo, ocasionando uma seleção de ideias autorais, como também, observando e destacando o material necessário.
Para proceder à pesquisa, primeiramente foram identificadas as palavras chaves, sendo colocadas nas bases de dados e em seguida foram aplicados os critérios de inclusão e exclusão. Os artigos foram filtrados, lidos, analisados e selecionados, apenas o que atendiam todos os critérios.
3 RESULTADO
Encontrou-se 18 artigos nas bases de dados PUBMED e LILACS, na base de dados SCIELO não foi encontrado nenhum artigo dentro dos critérios de inclusão, sendo eliminados todos os artigos que não correspondiam com o propósito desse estudo. Completado o processo de busca dos artigos, foram encontrados 18 estudos com as palavras-chave selecionadas, e destes foram mantidos 10 estudos para leitura completa. Contudo, 4 artigos foram excluídos após a leitura completa por não condizerem com o objetivo deste estudo. Sendo assim, 6 artigos foram selecionados (Figura 1).
Figura 1 – Critérios de Inclusão e Exclusão adotados para este estudo.
*Após a leitura foi constado que os artigos não condiziam com o tema proposto;
**Artigos fora dos anos estabelecidos, nos idiomas inglês e português, originais, disponíveis na integra e que não mostraram a eficácia da cinesioterapia na reabilitação de pacientes com acidente vascular cerebral.
Quadro 1 – Principais características dos estudos selecionados.
Autor/Ano | Tipo de Estudo | Objetivo do Estudo | Instrumento da coleta de dados/Intervenção | Resultados |
Juliusz Huber, Katarzyna Kaczmarek, Katarzyna Leszczyńska, Przemysław Daroszewski/ 2022 | Estudos Clínicos e Neurofisiológicos | O objetivo deste estudo foi determinar a influência sustentada da estimulação elétrica funcional neuromuscular personalizada (NMFES) combinada com cinesioterapia (principalmente, facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP)) na atividade de unidades motoras musculares que atuam antagonicamente no punho e no tornozelo em uma grande população de pacientes pós-AVC. | Recrutamento de 145 pessoas após acidente vascular cerebral isquêmico, clinicamente confirmado, e 60 voluntários saudáveis. Ao final, utilizamos os dados de 120 pacientes divididos em dois grupos – um que foi tratado apenas com cinesioterapia (principalmente FNP) realizada e supervisionada pela equipe composta por um médico de medicina física e de reabilitação e um fisioterapeuta, o grupo K, e outro que recebeu não só o mesmo programa de cinesioterapia, mas também de eletroterapia, o grupo NMFES+K. Entre esses pacientes, em 65% encontramos sintomas de paresia nos músculos mais das extremidades superiores do que inferiores do lado direito. Ambos os grupos de pacientes e voluntários saudáveis não diferiram nas características demográficas e antropométricas; todos os pacientes foram tratados com os mesmos períodos. | Considerando os resultados de estudos clínicos e neurofisiológicos, supomos que a NMFES dos grupos musculares antagonistas que atuam no punho e no tornozelo possa evocar seus efeitos positivos em pacientes pós-AVC pela modulação da atividade mais nos centros motores espinhais, incluindo o nível de neurônios inibitórios Ia, do que apenas no nível muscular. |
Katarzyna Kaczmarek, Juliusz Huber, Katarzyna Leszczyńska, Przemysław Daroszewski/ 2022 | Estudo Clínico | Comparar a eficácia de um NMFES de grupos musculares antagonistas no punho e tornozelo e cinesioterapia baseada principalmente na facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP). | A ENG foi realizada uma vez em um grupo de 60 voluntários saudáveis e três vezes em 120 pacientes após AVC (T0, até 7 dias após o incidente; T1, após 21 dias de tratamento; e T2, após 60 dias de tratamento); 60 indivíduos receberam tratamento NMFES e FNP personalizado (NMFES+K), enquanto os outros 60 receberam apenas FNP (K). Um ENG estudou a transmissão do impulso neural periférico (gravações de onda M), raiz ventral C8 e L5 (gravações de onda F) nos nervos fibular e ulnar no lado hemiparético. | Ambos os grupos diferiram estatisticamente nas amplitudes dos parâmetros de registro da onda M após estimulação do nervo fibular realizada em T0 e T2 em comparação com o grupo controle. Após 60 dias de tratamento, apenas os pacientes do grupo NMFES+K apresentaram melhora significativa nos registros da onda M. A aplicação do algoritmo de eletroestimulação NMFES proposto combinado com FNP melhorou a transmissão neural periférica nas fibras nervosas motoras fibulares, mas não ulnares, em pacientes após acidente vascular cerebral isquêmico. A cinesioterapia combinada e a eletroterapia segura, personalizada e controlada após AVC proporcionam melhor resultados do que a cinesioterapia isoladamente. |
Małgorzata Paprocka Borowicz, Mona Wiatr, Maria Cialowicz, Wojciech Borowicz, Agnieszka Kaczmarek Adilson Marques, Eugenia Murawska Ciałowicz/ 2021 | Estudo Clínico | O estudo teve como objetivo avaliar o impacto da atividade física e do status socioeconômico do paciente na eficácia da recuperação da depressão e na gravidade dos sintomas de depressão. | O estudo foi realizado com 40 pacientes pós-AVC com idades entre 42 e 82 anos, e incluiu 10 mulheres e 30 homens que ficaram hospitalizados por duas semanas. A gravidade dos sintomas de depressão/ansiedade (D/A) foi avaliada duas vezes; na admissão e após duas semanas de fisioterapia. O questionário da escala hospitalar de ansiedade e depressão (HADS) foi utilizado para esse fim. O estatuto socioeconómico foi avaliado através de várias perguntas simples. | Foi revelado que a fisioterapia tem uma influência positiva no estado mental. A gravidade dos sintomas de D/A após AVC está relacionada à situação financeira dos pacientes (χ 2 = 11,198, p = 0,024). O estado de saúde (χ 2 = 20,57, p = 0,022) e a aptidão física (χ 2 = 12,95, p = 0,044) alteraram a gravidade dos sintomas de ansiedade e transtornos depressivos. A cinesioterapia no grupo de pacientes com depressão pós AVC teve efeitos positivos; no entanto, as condições económicas e de saúde podem influenciar o prognóstico da doença. |
De Souza Filho, Marcio Ribeiro; Ribeiro, Nildo Manoel da Silva; Souza, Daniele Costa Borges; Sales, Matheus; Melo, Ailton/ 2020 | Estudo Clínico | O objetivo deste estudo é analisar a eficácia da combinação da realidade virtual não imersiva através do console Nintendo Wii® e cinesioterapia na independência funcional de indivíduos hemiparéticos pós acidente vascular cerebral. | Trata-se de um ensaio clínico randomizado cego. 48 sujeitos foram randomizados, sendo 57,5 % do sexo masculino com idade média de 55,6 anos, alocados em três grupos de tratamento grupo Realidade Virtual (GRV), grupo Cinesioterapia (GCT) e grupo Realidade Virtual e Cinesioterapia (GRVCT). Cada grupo com 16 participantes realizaram 16 sessões com duração de 50 minutos cada, duas vezes por semana, durante 8 semanas. A avaliação da independência funcional foi realizada pelo Índice de Barthel Modificado pré e pós tratamento. | Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos com relação à idade, gênero, tempo de acidente vascular cerebral e hemicorpo afetado; os grupos foram homogêneos com relação a essas variáveis. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre nenhum dos três grupos (intergrupo) antes do tratamento em comparação com o pós-tratamento nas variáveis do Índice de Barthel Modificado. Na comparação intragrupo, em alguns domínios do Índice de Barthel Modificado foram observadas alterações positivas consideráveis, principalmente no grupo que realizou apenas realidade virtual não imersiva. |
Tong, SUN; Zi-shan, JIA; Han-xiao, GE; Zeng-zhi, YU / 2019 | Revisão de Literatura | Levantamento bibliográfico | Este artigo revisou as literaturas relevantes sobre fisioterapia para espasticidade de membros pós-AVC do Banco de Dados de Conhecimento Hospitalar Chinês (CHKD) e PubMed desde 2011, e resumiu a patologia, exame, estratégias de fisioterapia e vários métodos de fisioterapia | A fisioterapia incluiu principalmente terapia de fator físico, cinesioterapia e terapia de manipulação. É necessário otimizar a seleção de estratégias fisioterapêuticas na prática clínica para melhorar a eficiência da reabilitação. |
Paulina Klimkiewicz, Robert Klimkiewicz, Agnieszka Jankowska, Anna Kubsik, Patrycja Widłak, Adão Łukasiak, Katarzyna Janczewska, Natália Kociuga, Tomasz Nowakowski, Marta Woldańska Okońska | Estudo Clínico | O objetivo do estudo foi avaliar e comparar o estado funcional de pacientes após acidente vascular cerebral isquêmico com melhora da cinesioterapia clássica, cinesioterapia clássica e NDT-Bobath e cinesioterapia clássica e FNP. | O estudo envolveu 120 pacientes após acidente vascular cerebral isquêmico. Os pacientes foram tratados no Departamento de Reabilitação e Medicina Física USK da Universidade de Medicina em Lodz. Os pacientes foram divididos em 3 grupos de 40 pessoas. O grupo 1 foi reabilitado por cinesioterapia clássica. O grupo 2 foi reabilitado por cinesioterapia clássica e DTN-Bobath. O grupo 3 foi reabilitado por cinesioterapia clássica e FNP. Em todos os grupos de pacientes, a magnetoestimulação foi realizada utilizando o sistema Viofor JPS. O estudo foi realizado duas vezes: antes do tratamento e imediatamente após 5 semanas após a terapia. Os efeitos dos métodos de neurorreabilitação aplicados foram avaliados com base na Avaliação Motora Rivermead (RMA). | Nos três grupos de pacientes, houve melhora funcional. No entanto, uma melhora significativamente maior foi observada nos pacientes do segundo grupo, realçada com cinesioterapia clássica e NDT Bobath. |
Fonte: Autores, 2023.
As abordagens apresentadas pelos estudos apresentam resultados positivos quanto aos efeitos causados na reabilitação de pacientes acometidos com acidente vascular cerebral quando utilizada a cinesioterapia. Dentre os recursos cinesioterapêuticas utilizados podem ser encontrados desde estimulação elétrica como foi verificado por Juliosz et al. (2022) e a cinesioterapia clássica abordado por Klimkiewicz et al. (2018), Paprocka-Borowicz et al. (2021), Kaczmarek et al. (2021), Kaczmarek et al. (2022) e Souza et al. (2020). Segundo Pereira et al. (2021), a cinesioterapia é um recurso extremamente utilizado na fisioterapia para o tratamento de pacientes com acidente vascular cerebral. Ela consiste na aplicação de exercícios terapêuticos com o objetivo de melhorar a função neuromuscular, promover a reeducação neuro motora e prevenir ou corrigir deformidades.
4 DISCUSSÃO
A fisioterapia desempenha um papel crucial na recuperação pós acidente vascular cerebral, ajudando os pacientes a melhorarem a força muscular, a progressão motora e a mobilidade. Além disso, ela ajuda a reduzir a espasticidade, melhorar a função respiratória e auxiliar na reabilitação da fala. No entanto, é fundamental que o programa de tratamento seja personalizado para atender às necessidades individuais de cada paciente e atender às suas limitações de acordo com Sun et al. (2019). O fisioterapeuta responsável pela avaliação do paciente deve desenvolver um plano de tratamento atraente e adequado, estabelecendo metas realistas que possam ser alcançadas com comprometimento e dedicação (Arrais; Lima; Silva, 2016).
De acordo com os estudos analisados, os pacientes possuem limitações relacionadas a paresia nos músculos mais das extremidades superiores do que inferiores do lado direito, limitação de movimentos musculares nos punhos e tornozelos, dependência funcional e espasticidade. Para Figueiredo et al. (2021), em ambas as formas conhecidas de acidente vascular cerebral provocará diversas limitações funcionais para o paciente pela perda de autonomia desencadeada pelas incapacidades físicas e motoras. Dentre essas limitações se encontram as descritas pelos estudos analisados.
Em pacientes com sequelas de acidente vascular cerebral, a fisioterapia possui dois objetivos que são adequar o tônus muscular e fortalecer os músculos espásticos e seus antagonistas no domínio acometido. Baseado nos dados obtidos, a facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) abordada em todos os estudos encontrados, aparece como uma alternativa para reabilitação com sequelas de acidente vascular cerebral, pois o FNP favorece a inibição, facilitação, fortalecimento e relaxamento de grupos musculares promove o movimento funcional (Santos et al., 2020).
Além da FNP, a cinesioterapia clássica também foi encontrada como alternativa para a reabilitação de pacientes acometidos com acidente vascular cerebral, agregado a outros métodos, a cinesioterapia clássica apresentou resultados positivos nesses tratamentos, bem como sua utilização individual de acordo com os dados dos artigos. Rodrigues (2023), menciona que:
As técnicas de cinesioterapia clássica e FNP e os recursos da eletroestimulação funcional, da toxina botulínica e da bandagem funcional foram os elementos mais utilizados no processo reabilitação do ombro hemiplégico, tendo evidenciado a relevância e importância deles na condução do tratamento de pacientes acometidos com acidente vascular.
A partir dos dados obtidos, é possível observar a importância que a fisioterapia tem para a reabilitação de pacientes acometidos com acidente vascular cerebral, onde a cinesioterapia tem se tornado cada vez mais promissora nesse tipo de tratamento. De acordo com o levantamento, é possível perceber que a cinesioterapia associada com outras ferramentas auxilia no desenvolvimento desses pacientes, um modo eficaz que se bem desenvolvido de acordo com a especificidade de cada paciente se torna de fácil entendimento do paciente e de baixo custo.
Sun et al. (2019) sugere que outros estudos sejam realizados para melhor adequação dos tratamentos fisioterapêuticos e a obtenção de resultados promissores para a reabilitação de pacientes acometidos a essa condição.
5 CONCLUSÃO
O estudo evidenciou que a cinesioterapia associada as técnicas de facilitação neuromuscular proprioceptiva são benéficas no tratamento de pacientes com sequelas de acidente vascular cerebral, sendo utilizados para a recuperação funcional do paciente, visando a melhora da força muscular com aumento da progressão motora e promover a mobilidade. Associado a cinesioterapia o método de Facilitação Proprioceptiva Neuromuscular utiliza técnicas para facilitar a execução de movimentos com exercícios que são direcionadas a um objetivo funcional e o mais eficiente possível, utiliza princípios e procedimentos básicos e associa à técnicas específicas, como a irradiação de força ou educação cruzada, cuja função é estimular a musculatura fraca, por meio da movimentação ativa do cliente contra uma resistência adequada visando a recuperação funcional do paciente, promovendo a independência e a aumentando a qualidade de vida.
Sugerimos novas pesquisas na área para aumentar a confiabilidade das técnicas no tratamento fisioterapêutico.
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