REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202311210921
Rosivalda Pimentel Gomes¹;
Profª Orientadora. Drª Sandra Karina Barbosa Mendes².
RESUMO: A aquisição da leitura e da escrita se constitui numa tarefa complexa e difícil para qualquer criança, pois ritmos de aprendizagem diferenciam-se de uma criança para outra. Porém, é de se observar, também, que os ritmos se ampliam gradativamente e sistematiza-se no ambiente escolar, se este promove experiências que permitem ao alfabetizando transformá-las em vivências significativas e propícias à construção do conhecimento. A possibilidade do trabalho pedagógico valorizando as múltiplas linguagens na Educação fundamental deve envolver, além de professores e a estrutura educacional, propostas pedagógicas, planejamento, currículo além da diversidade de dinâmicas. Nesta perspectiva, acreditamos que o uso de atividades que envolvam leitura e escrita possibilitam um rico aprendizado aos alunos dentro da diversidade de linguagens. Frente a isso, este trabalho buscou identificar, através de um estudo investigativo, quais elementos influenciam no desenvolvimento do aprendizado da leitura e escrita dos alunos do 5º Ano “A” da escola Municipal Abelardo Leão, localizada no município de Limoeiro do Ajuru. Objetivo desta investigação é identificar os reais motivos da dificuldade de aprendizagem da leitura e escrita dos alunos e assim propor alguns métodos de ensino que venham contribuir para o processo e desenvolvimento da aprendizagem da leitura no ensino fundamental menor e assim, proporcionar às crianças o contato com essas diferentes formas de aprender. O trabalho está estruturado nos seguintes pontos: tratou a importância da leitura e escrita, buscou-se também colocar a leitura e sua contribuição para o desenvolvimento da aprendizagem e um pouco da leitura na escola. Em seguida mostraremos a metodologia desta pesquisa: caracterização do campo de pesquisa; discursão e análise de dados e por fim as considerações finais. Para isso, esta pesquisa se desenvolveu em cima de levantamento bibliográfico, e na análise realizada na Escola em estudo, composta de uma observação em sala de aula e de entrevista subjetiva realizada com um professor da turma e para demonstrar os resultados utilizou-se o método descritivo analítico.
Palavras-Chave: Práticas Leitura. Escrita. Educação. Aprendizado.
1 INTRODUÇÃO
Sem dúvidas a educação hoje não é mais a mesma. Aquele velho método de adquirir conhecimentos de forma mecânica, deu lugar a uma pedagogia mais humana e coletiva. Não usamos mais palmatórias para fazermos nossos alunos “aprenderem o alfabeto através das cópias”, ou conseguirem realizar as quatro operações com ajuda da tabuada, que mais parecia uma receita culinária.
Ganhamos outras perspectivas de ensinar e aprender, tudo isso com ajuda das muitas transformações. Senários que influencia significativamente na mudança no comportamento e aprendizado das crianças e assim consequentemente, no desenvolvimento da educação e do conhecimento.
As novas formas de aprender fazem com que as crianças se interessam mais pelo ramo da leitura. Claro que aqui vale ressaltar o grande avanço que os meios tecnológicos trouxeram para o meio educacional. Hoje é comum alunos (crianças) desde a educação infantil já terem acesso a letras, números através de computadores e celulares, tablete etc. também acabam deixando de lado a leitura dos livros impressos. Este talvez seja um desafio para este século. Com isso as crianças começam a se interessar pela escrita muito antes que os professores a apresentem formalmente. Elas muitos cedo ganham grandes habilidades de pintar, desenhar e ler.
Assim, vemos que, o grande desenvolvimento de sua capacidade de aprender a ler e escrever nos primeiros anos do ensino fundamental ganha destaque, inclusive nos meios de comunicação. Tudo isso porque os educadores já conseguem fazer relação com o que a criança vive em sua realidade como uso das tecnologias na educação, seu mundo linguístico com os conteúdos de sala de aula, livros didáticos etc.
Mas, apesar desta realidade ser grande em nossas escolas públicas, infelizmente não é maioria. Grande parte de nossos educadores ainda se utilizam de métodos e elementos pedagógicos ligados a teorias tradicionais, onde o que prevalece e o ensino estático e mecânico. Isso acaba influenciando nas altas taxas de evasão e desistência escolar. Além disso, apesar de acreditar que ao se chegar ao ensino fundamental os alunos já deveriam ter um certo domínio de leitura e escrita, pois estes conceitos deveriam ser construídos ainda na educação infantil.
Muitos de nossos alunos, maioria dos casos, em escolas públicas, têm grandes dificuldades de leitura e consequentemente da escrita. Também sabemos que tais saberes se diversificam em extensão e qualidade, pois cada criança elabora sua própria teoria atribuindo- lhe significados que trazem de suas vivências, conhecimentos prévios, muitas vezes, incompreensíveis para alguns professores.
Dentro desta perspectiva, esta pesquisa propôs o desafio identificar quais as dificuldades que os alunos do 5º Ano “A” da Escola EMEF Vereador Abelardo Leão, deste modo, investigar de que forma tais fatores influenciam o desenvolvimento da leitura e escrita de forma clara e coerente. Busca-se ainda entender ou detectar os motivos que fazem com que os alunos não tenham uma leitura continua ou habito na leitura, sendo um processo interativo entre autor e leitor. Pretendemos ainda identificar que métodos vêm sendo realizado pela escola para desenvolver o processo de aquisição da leitura e escrita dos alunos, verificar de que forma a prática pedagógica do professor contribui para o desenvolvimento da aprendizagem na área da leitura e ainda analisar a sala de aula como um espaço pedagógico propício para a construção da pratica da leitura e escrita.
Para tais analises o trabalho no primento momento, sobre a questão da leitura e escrita, seus desafios para o desenvolvimento da aprendizagem em sala de aula. Em seguida, uma abordagem sobre a leitura e escrita e sua utilização no meio social. Aqui a leitura foi colocada de forma geral, com conceitos, pois foi colocada de forma a mostrar sua grande utilidade na sociedade.
Por último será explanado a pesquisa em si. Com o tema: Leitura na Escola: práticas cotidianas na escola pesquisada. Buscaremos colocar os resultados da pesquisa e as conclusões pertinentes ao tema. Aqui vamos resumir a questão dos objetivos do trabalho, como foi realizada a pesquisa em si, sua metodologia e os resultados e as discursões.
Diante dessas colocações, acredita-se que é importante proporcionar ao aluno maiores diversidades de leituras, onde possa através da visualização, exploração, contato e manuseio desses objetos desenvolver uma leitura crítica e construtiva para a formação enquanto leitor. Dentro desta realidade, o professor pode usar a leitura através de histórias infantis que leva a criança a imaginar, comparar, relacionar e viver o mundo desconhecido.
A leitura é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, pois se for incentivada e tiver objetivos pode se tornar uma diversão para os alunos. O desenvolvimento da leitura facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita o processo de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.
Diante do exposto este trabalho mostra ainda recursos pedagógicos que facilitam o processo de alfabetização dos alunos, pois, a leitura e a produção de textos são procedimentos essenciais, utilizados nesse processo.
2 A LEITURA E ESCRITA E SUA ULTILIZAÇÃO NO MEIO SOCIAL.
A vida nos ambientes sociais necessita do mundo letrado. Pois tudo que o ser humano está ligado ao ambiente da escrita. Talvez ainda não pararmos para pensar nessa hipótese não incomum. O mundo sem a capacidade de ler é complicado, uma vez que praticamente tudo gira em torno de ler o mundo.
Desde o início de nossas atividades diárias até fim precisamos do ato de ler. Num simples ato de fazer uma compra em uma padaria ou apanhar um ônibus em uma esquina é algo complicado se não dominarmos o mundo letrado.
Já na escola, o prazer da leitura é antecedido pelo prazer da escrita, evoluindo para uma atitude de curiosidade leitora diante da vida. Por isso é importante procurar despertar na criança muito desde cedo, o prazer da leitura, sendo de uma simples forma, como contar uma história infantil, através da literatura infantil, faz com que ela ganhe desce muito cedo, curiosidade ler e intender o mundo. Quem ler o mundo ganha maiores chances de avanço na vida pessoal e social. Pois no momento que o aluno consegue ter certo domínio com as letras é porque construiu habilidades suficientes, domínio e o entendimento de certas palavras, frases, conhecimentos de símbolos, etc.
De acordo com as Diretrizes curriculares do Ensino Fundamental (2010), nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o aluno aumenta a competência de reprodução, imprescindível para o desenvolvimento da leitura. Elabora conceitos para o desenvolvimento de sua realidade cotidiana e em seguida de tudo ao seu redor.
A ampliação dos conceitos ligados à linguagem, estimula o aluno a construir ações e habilidades necessários pós os estágios de desenvolvimento, isso, pode demandar tempos e esforços diferenciados, dependendo assim da faixa etária da criança.
Durante o processo de ensino e aprendizagem da leitura, o aluno enfrenta o mundo cheio de palavras, frases, histórias e quando participa desse universo sua realidade é mais entendida.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais- PCNs, (1997) declaram que é bom observar a preocupação sobre o que se ensina dentro da escola dentro da leitura e escrita. Não se deve negar a importância que os textos trazem aos alunos a partir de uma reflexão crítica e imaginativa.
Quanto ao processo de ensino, segundo esta diretriz, salienta que a escola deve se livrar de certos mitos de que exista uma forma correta de falar e também de como se escreve, pois essas duas crenças produzem uma pratica de mutilação cultural, pois desvaloriza que o aluno sabe tanto no escrever quanto ler. Diante da conquista alfabética nada garante o aluno a possibilidade de compreender e produzir textos em linguagem escrita. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental: (2010)
A escola tem tido dificuldades para tornar os conteúdos escolares interessantes pelo seu significado intrínseco. É necessário que o currículo seja planejado e desenvolvido de modo que os alunos possam sentir prazer na leitura de um livro, na identificação do jogo de sombra e luz de uma pintura, na beleza da paisagem, na preparação de um trabalho sobre a descoberta da luz elétrica, na pesquisa sobre os vestígios dos homens primitivos na América e de sentirem o estranhamento ante as expressões de injustiça social e de agressão ao meio ambiente. (BRASIL, 2010).
As escolas devem propiciar ao aluno condições de desenvolver a capacidade de aprender, como quer a Lei nº 9.394/96, em seu artigo 32, mas com prazer e gosto, tornando suas atividades desafiadoras, atraentes e divertidas. Isso vale tanto para a base nacional comum como para a parte diversificada. Esta última, por estar voltada para aspectos e interesses regionais e locais, pode incluir a abordagem de temas que proporcionem aos estudantes maior compreensão e interesse pela realidade em que vivem. (BRASIL, 2010).
Apesar disso acreditamos que a escrita não se dá só no meio de rabiscos pode ser de desenhos livres que contam algo relacionado a eles ou não.
A escrita não pode ser considerada como parte desvinculada da leitura, pois por meio da leitura vamos construindo uma intimidade muito grande com a escrita, internalizando suas estruturas e possibilidades.
A leitura se constitui como um avanço na busca pelo conhecimento e do saber. Acredita-se que um melhor aprimoramento da leitura durante o processo de alfabetização é através de construção de conceitos para isso ele deve ter uma diversidade de textos. Desse modo é necessário que o mesmo tenha acesso a uma adversidade de textos, defronta-se com as reais questões que a escrita precisa receber ajuda de quem já sabe escrever. É preciso aproxima-los no mundo da escrita por meio de diferentes tipos de textos: ênfase nos textos e imagens de revistas em quadrinhos, jornais, livros didáticos, dentre outras.
No processo de aprendizagem da leitura e escrita, a criança defronta-se com um mundo cheio de atrações, sejam elas as palavras, textos e as histórias e se engajam neste universo muito mais facilmente se puder participar integralmente dele. Por isso a importância da criança ingressar na escola ainda na educação infantil.
De acordo com Nina (1999). A organização percepto – motora e o aprendizado da leitura e escrita em classe de alfabetização, apontam para necessidade de, desde o ensino pré- escolar, serem oferecidas as atividades motoras direcionadas para o fortalecimento e consolidação das funções psicomotoras, fundamentais para o êxito das atividades de leitura e escrita. Assim, se considerarmos a alfabetização a fase inicial de letramento da criança é importante ressaltar que a leitura é atividade fundamental para o desenvolvimento e formação de qualquer indivíduo dentro e fora da escola e por toda vida. Pois o domínio da leitura facilitará o crescimento intelectual, pois a creditasse que:
Ensinar a escrever textos torna-se uma tarefa muito difícil fora do convívio com textos verdadeiros, com leitores e escritores verdadeiros e com situações de comunicações que os tornem necessários. Todo texto pertence a um determinado gênero com uma forma própria, que se pode aprender. Quando entram na escola, os textos que circulam socialmente cumprem um papel modalizador, servindo como fonte de referência repertoria textual, suporte de atividade intertextual. Adversidade textual que existe fora da escola pode e deve estar a serviço da expansão do conhecimento letrado do aluno. (PCN/2001).
Entretanto, esta realidade é o inverso do que percebemos na grande maioria de nossas escolas públicas. Atualmente verifica-se que a maioria das escolas do país apresenta ainda dificuldade em colocar em prática novas atividades que contribuam para aperfeiçoar a prática da leitura entre os alunos. Isso acaba fazendo com que o ensino da leitura se torne algo monótono e rotineiro, tornando-se algo que o aluno não goste ou ignore.
As instituições de ensino na maioria das vezes não consideram que as crianças, alunos das series iniciais do ensino fundamental menor como leitores e escritores, uma vez que estão inseridos no contexto social em que a escrita está presente no dia-a-dia, sendo fundamental que a escola esteja voltada a um ensino da língua escrita que comtemple a descoberta e a recriação da mesma, especialmente aquelas crianças que nascem e crescem em um ambiente familiar e social com níveis baixos ou quase nulos.
Nesse aspecto, convém colocarmos que é fundamental a exploração de novos métodos de aperfeiçoamento da leitura e da escrita dos alunos, durante o processo de alfabetização, dentre eles está à prática de contar histórias, rescrevendo a leitura que os alunos ouvem e leem. Sejam elas infantis, causos de lendas, etc. para as crianças no ensino fundamental menor, ou seja, até o 5º ano.
Sob a ótica de desenvolvimento desta pratica de leitura no processo de aprendizagem durante as series iniciais, deve proporcionar momentos prazerosos de leitura que abarcam potencializando a formação de um sujeito crítico e reflexivo.
É importante ressaltar que a leitura é atividade fundamental para o desenvolvimento e formação de qualquer indivíduo dentro e fora da escola e por toda vida. O domínio ou não da leitura facilitará ou não o crescimento intelectual enquanto ser humano.
2.1 LEITURA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM.
A infância é o período mais adequado para haver maior concentração e preocupação no desenvolvimento da leitura, pois é necessário que se mostre a criança o que precisa ser construído por ela no âmbito aprendizado da leitura, no qual o adulto leitor experiente tem a função de tornar possível a aprendizagem desta atividade. Então, para melhor promover a criança no mundo letrado, é necessário de acordo com os (PCNEF):
A leitura é uma pratica social que envolve atitudes, gestos e habilidades que são mobilizados pelo, tanto, no ato da leitura em si, como no que antecede este período, ou seja, o processo de alfabetização. (BRASIL, Pró-letramento p.40).
De acordo com Cagliari (1999) a leitura é uma atividade essencialmente ligada à escrita, e como há vários de escrita assim também haverá os correspondentes tipos de leitura, compreendendo todo o processo de aprendizagem, e que o princípio inicia-se no instante do nosso nascimento.
O habito da leitura não está necessariamente ligada ao poder aquisitivo do cidadão, mas sim com as pessoas que tratam a leitura individualmente, ou nas famílias e também como ela é oferecida nas escolas.
Os processos de desenvolvimento e aprendizagem dependem de inúmeros fatores. Um deles é o desenvolvimento dos processos psicomotores que ajudam a identificar o processo de aquisição da leitura e da escrita na alfabetização. Pois a credita-se que esse processo é primordial para que se obtenha sucesso na sociedade atual.
É a través da leitura que as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes como atenção, a imitação, a imaginação e outros, amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização da experimentação de regras e papeis sociais.
Isso mostra que somente o desenvolvimento da capacidade de ler e escrever com clareza, pelas crianças não garante uma habilidade por completa como a facilidade de entender pequenos textos já nas series iniciais, pois estas competências são adquiridas ao longo do processo de alfabetização, desde a educação infantil, período onde as crianças ainda estão se apropriando de habilidades físicas e motoras. Então se acredita que quanto mais cedo for apresentada a criança maior a chance de torna-se um adulto leitor.
A motivação em relação ao ensino da leitura tem sido hoje um dos maiores desafios das escolas, haja vista, que quando estimulada de forma criativa, possibilita a descoberta do prazer de ler e dar subsídio para que o aluno desenvolva melhor a sua escrita.
Ou seja, os educadores devem sempre proporcionar aos educandos histórias onde eles possam identificar algo de sua própria realidade, favorecendo assim uma ligação entre o texto e sua realidade permitindo que o leitor realize uma interpretação coerente do que se leu. A prática da leitura deve ser inserida no contexto escolar, de maneira que o professor atribua uma real importância a ela, procuram meio que possibilite a criança desenvolver o gosto pela leitura.
Os métodos de ensino mais dinâmico e inovador, como a exploração de leitura de figuras, símbolos, teatro com fantoche podem ser tornar algo diferente e atraente para o aluno. Aquela prática de giz e conteúdo na lousa já caiu no senso comum. O professor deve ser tornar um ser facilitador da aprendizagem dos alunos. Nesta perspectiva tudo ligado a práticas e métodos de um ensino diferente deve sem dúvidas agradar e ser bem vista aos alunos.
É importante destacar que a questão da formação docente é um dos principais entraves a uma prática educativa de qualidade, especialmente no que se refere ao ensino da leitura. Entende-se que, ainda que todos os quesitos ideais a uma prática de ensino da leitura fossem efetivados na escola, seria indispensável à presença de professores leitores, que sentissem prazer em ler, que fossem bem informados e capacitados para tal prática.
Compreendemos a prática docente como trabalho humano e por isso, construída por sujeito inserido em um espaço histórico e socialmente localizado. Nesta perspectiva, torna-se essencial compreender o trabalho como uma dimensão fundamental na vida humana, capaz de transformar qualitativamente o meio tanto em seus aspectos objetivos como subjetivos.
Paulo Freire enfatiza a necessidade de uma reflexão crítica sobre a prática educativa, sem a qual a teoria pode se tornar apenas discurso e a prática uma reprodução alienada, sem questionamentos. Defende ainda que a teoria deve ser adequada à prática cotidiana do professor, que passa a ser um modelo influenciador de seus educandos, ressaltando que na verdadeira formação docente devem estar presentes a prática da criticidade ao lado da valorização das emoções.
3 A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS NA ESCOLA COMO INSTRUMENTOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO ENSINO E APRENDIZAGEM.
Os recursos tecnológicos podem ajudar consideravelmente o processo de ensino no espaço escolar. Entretanto, a escola deve-se ter em mente os objetivos para aplicação desses recursos e as formas de utilização do computador, da internet, sendo importante apresentar as suas várias possibilidades de aprendizagem. O importante é questionar o objetivo que se quer atingir ao utilizar um recurso tecnológico na prática pedagógica, avaliando suas qualidades e limitações.
A escola pode utilizar o computador, em especial a internet e outros instrumentos tecnológicos como ferramenta para complementos e sensibilizações disciplinares ou projetos educacionais. Para isso, os alunos precisam estar aptos a manusear o computador e a trabalhar com os programas nele contido.
Outro aspecto a ser considerado é que a escola deve preocupa-se em repassar para os alunos alguns conteúdos tecnológicos. Trabalhar apenas nesse enfoque pode provocar um desconhecimento, por parte dos alunos, sobre como relacionar as ferramentas tecnológicas apreendidas com suas tarefas, como aliadas para suas atividades básicas do dia-a-dia etc. mostra que a informática tem sua atividade no mundo social, dando exemplos em diversas áreas, como caixas eletrônicos dos bancos, caixas eletrônicos de supermercado e outros.
Assim, o computador e a internet, além de terem condições de ser aliados no processo ensino-aprendizagem, trazem para a escola várias vantagens em processar informações. A tecnologia modifica a expressão criativa do homem, modificando sua forma de adquirir conhecimento. Assim, a entrada da informática na educação deverá promover a democratização do ensino e instituir a formação dos alunos para que nos mesmos possam se tornar cidadãos participativos e críticos.
A informática, a internet, podem se tornarem excelentes recursos pedagógicos a serem explorados por professores e alunos quando utilizados de forma adequada e planejada. Para isso faz-se necessário um planejamento claro e objetivo por parte da escola, que deve levar em consideração as características, os interesses e as necessidades locais, para que a integração do computador ao processo educacional possa ser efetivada de forma positiva e eficaz.
Entende-se também que é necessário conscientizar os agentes da escola, em especial os alunos, da importância da tecnologia para o desenvolvimento social e cultural. A qualidade na educação só aumenta com a introdução de novas tecnologias em seu meio, isso poderá acontecer incentivando o processor a utilizar novas tecnologias de ensino em suas metodologias pedagógicas.
3.1 A IMPORTÂNCIA DE UMA FORMAÇÃO DOCENTE NA ÁREA TECNOLÓGICA.
Nas últimas décadas há de percebemos um acelerado desenvolvimento em vários campos, como ciências, meio ambiente e educação. Esse quadro de crescimento e desenvolvimento deve-se em parte pelo crescimento tecnológico nessas áreas. O avanço da tecnologia teve um ritmo mais acelerado em nossa vida cotidiana, não se podendo hoje conceber muitas de nossas rotinas e hábitos sem a atual tecnologia. E a educação foi um setor onde a tecnologia teve bastante relevante.
Mas, a introdução dos recursos tecnológicos da educação é hoje um grande desafio da mediação pedagógica, pois é necessário se discutir ou analisar a atuação do professor na utilização dos recursos tecnológicos para ensinar, para assim, entendermos os reais fatores que levam a escola não utilizar tais recursos e sua aplicabilidade como ferramenta para ensinar na sala de aula.
Sem dúvidas a informática é uma indispensável ferramenta no processo de ensino sistema educacional precisa pensar em inovações tecnológicas educacionais que antes de tudo, priorize os ambientes de aprendizagem e a capacitação dos profissionais da educação e não apenas a aplicação da técnica pela técnica. Pois o que se vê hoje é uma informática educativa cheio de dúvidas em alguns professores. Para Tajra (2001), a capacitação deve contemplar: “conhecimentos básicos de informática; conhecimento pedagógico; integração de tecnologia com as propostas pedagógicas; formas de gerenciamento da sala de aula com novos recursos”. Assim, os recursos tecnológicos da informática deverá ser instrumento para desenvolver habilidades nos alunos, de forma que, os conteúdos trabalhados na escola sejam significativos socialmente e provoquem mudanças individuais e coletivas.
4 LEITURA NA ESCOLA: PRÁTICAS COTIDIANAS NA ESCOLA PESQUISADA. METODOLOGIA DO TRABALHO.
De acordo com a visita em lócus, verificamos que a escola é bastante ampla, porém, as salas são pequenas para o grande número de alunos das turmas, principalmente as do 5º Ano. Uma das problemáticas encontradas. Outro fator importante observado, foi a alta temperatura dentro das salas de aula, a qual influencia negativamente na aprendizagem dos alunos, pois o calor é tão forte que gera inquietude nos mesmos.
Nas formações os professores recebem capacitação e participam de oficinas, sempre no início do ano letivo, para a concepção de diversos recursos didáticos, onde os mesmos usarão em sala de aula. A interdisciplinaridade foi umas das questões norteadoras de nossa observação. Foi diagnosticada que na maioria das salas, não há a ligação entre as disciplinas, seja os conteúdos são transmitidos isoladamente.
Nos dias observados, não foram identificados o uso contínuo da ludicidade, pois os dias de intervenção não foram suficientes para diagnosticarmos toda a metodologia usada em sala pelo professor.
No que se refere ao uso dos recursos didáticos, foram utilizadas várias metodologias usada como:
- No conteúdo de português, leitura de fábula, interpretação de texto.
- No conteúdo de matemática, foram trabalhados os numerais, algarismos romanos, números pares e impares, e canudinhos utilizados para adição e subtração e material dourado.
- No conteúdo de arte foi trabalhado a pintura e um diálogo sobre a importância da leitura.
Pode-se perceber durante a nossa observação que a grande dificuldade da maioria dos alunos é a questão da leitura e da escrita, o que dificulta o trabalho do professor e com isso a aprendizagem do aluno.
Notou-se também que a professora da turma na qual foi realizada a pesquisa, faz uso de alguns recursos para melhorar a dificuldades dos alunos, como o cantinho da leitura. Um espaço contendo livros didáticos como literatura infantil, fábulas etc, reservado para os alunos realizarem uma vez por semana leituras em grupo. Esta metodologia, entretanto, encontra dificuldade pela grande quantidade de alunos da turma para um professor, ou seja, em média, 35 alunos.
Entretanto, somente isso não é suficiente para suprir as necessidades dos alunos em relação ao conhecimento da leitura e escrita. As grandes maiorias dos alunos não dominam a leitura ou têm dificuldades em ler de forma coerente. Quanto à escrita essa realidade ainda é mais crítica, pois quase oitentas por cento das crianças da turma sabem apenas copiar pequenas frases, já textos, cem por cento dos alunos não conseguem manuscrever.
Já quando as considerações do segundo capítulo, que tratamos da questão da utilização e uso dos instrumentos tecnológicos em sala de aula, percebemos que infelizmente a escola ainda pouco utiliza, em virtude de possuir pouco acesso aos instrumentos como computadores, acesso à internet etc. Realidade que acaba prejudicando o aprendizado dos alunos não só dentro dos conhecimentos ligados ao processo de leitura e escrita, mas também dentro das áreas das exatas.
Considerando algumas falas do professor entrevistado, percebemos que o docente considera importante a utilização dos instrumentos tecnológicos, mas não pode falta destes em sala de aula, deixa de repassar aos alunos. Fato que ficou evidenciado como uma angustia.
Assim, depois desses diagnósticos, o que se percebe é que, grande parte dessa problemática que leva os alunos a não apropriação da leitura, fato que já deveria ser sanado antes dos mesmos chegarem a serie que ocupam, é o não habito da leitura. Falta de incentivo, ajuda da família na questão da alfabetização, projetos ligados à questão de letramento e alfabetização, falta de formação para professores, a falta de recursos didáticos pedagógicos ligados a tecnologia, como uso de computadores, tabletes, pois hoje a educação não pode viver sem uso das novas tecnologias, já que faz parte do dia – dia dos alunos e esta não pode ser isenta da escola. Estas questões que acabam acarretando a este fim. O aluno chegar ao 5º ano sem saber ler e escrever. Característica básica no ensino fundamental menor.
5 CONCLUSÃO
A leitura e a escrita são hoje um dos maiores desafios das escolas, visto que quando estimulada de forma criativa, possibilita a descoberta do prazer de ler, a utilização da escrita em contextos sociais e a inserção da criança no mundo letrado.
A atividade de leitura começa no período de alfabetização, quando a criança passa a compreender o significado potencial da escrita e continua durante toda a trajetória de vida do aluno. Nesse sentido acredita-se que os alunos só poderão avançar em sua compreensão sobre o funcionamento do sistema de escrita e a importância desse para sua vida, se desde cedo for identificado as vantagens de se conhecer essa realidade. Todo esse processo de leitura e escrita exigirá da criança, com a intervenção do professor, um esforço sistemático para ler com objetivo, escrever e reescrever textos, tornando-os qualitativos.
Portanto, entende-se que a leitura, desde a alfabetização até as formas mais complexas de encontro com textos na universidade, é uma forma de atribuição contínua de significados. Dessa forma, o leitor seja ele a criança que inicia na alfabetização ou adulto já na universidade está num contínuo de atribuição de significados, de expectativas de visão e de chegar à realidade daquilo que está sendo mostrado pela cartilha ou pelos diferentes tipos de texto.
As considerações aqui apresentadas se desenvolveram sob a perspectiva de mostrar que a leitura e escrita na educação no ensino fundamental menor é um processo sistemático da aquisição do conhecimento do ser humano e deve ser dado gradativamente. Portanto, a recuperação ou o nascimento do ato da leitura nas escolas só será possível se o educador demonstra boa relação com os textos se um bom leitor para os alunos se espelharem nele. O professor deve trabalhar com o intuito de promover a leitura como um ato significativo e prazeroso buscando estratégias que desenvolva na criança o prazer pela leitura mesma.
Nessa perspectiva, a relevância social e acadêmica deste estudo reside no fato de propiciar ao educador e às instituições de Educação fundamental uma compreensão acerca do trabalho desenvolvido junto às crianças, no sentido de lhes oferecer práticas de leitura e de escrita que permitam sua inserção na cultura letrada, considerando as interações e as brincadeiras como eixos norteadores das práticas pedagógicas. O estudo acerca dos usos da leitura e da escrita no ensino fundamental menor é uma importante questão, tendo em vista que é tempo de brincar também como processo de inserção e de produção cultural.
Atualmente no contexto escolar é fundamental deve criar no aluno a capacidade de levar o aluno a utilizar uma linguagem escrita de forma apropriada, informando com clareza e objetividade, o que se deseja realizar. Entretanto, esta habilidade pode ser desenvolvida através de muitos mecanismos dentre como de forma lúdica, através da literatura infantil, os jogos de memória com as letras do alfabeto brasileiro, etc. pois não podermos esquecer que os alunos são do ensino fundamental menor, ou seja, muitos ainda precisam desenvolver suas habilidades de forma lúdica.
Diante de toda a complexidade do desenvolvimento da leitura e da escrita, algumas estratégias de incentivo devem ser adotadas pela sociedade em prol da evolução da aprendizagem das nossas crianças. Então antes de tudo é necessário fazer com que a criança compreenda o que está sendo lido a ela. A criança só é capaz de compartilhar deste mundo quando compreende o seu significado. Esse descobrimento a faz descobrir a diferença entre a fala e a escrita, ambos necessários a aprendizagem inicial da leitura.
REFERÊNCIAS
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COSTA, Marta Morais da. Literatura Infantil. 2ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009. GAIO, Roberta (org.). Metodologia da pesquisa e produção do conhecimento. Petropolis, RJ: Vozes, 2008.
LAKATOS, E. M. &MARCONI, M. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1982.
LUDKE, Menga, ANDRÉ, Marli. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: EPU, 1982.
NINA, A. C. B. A Organização Percepto – Motora e o Aprendizado da Leitura e Escrita: Um Estudo Comparativo entre o Teste Metropolitano de Prontidão e o Teste de Habilidades Motoras Amplas em Alunos de Classes de Alfabetização. 1999.
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¹Pedagoga. Mestranda em Educação, pela Facultad Interamericana de Ciências Sociales
E-mail:rosivaldapgomes@yahoo.com.br
2Pedagoga. Doutora em Educação. Professora titular da UFPA
E-mail: karinamendes@ufpa.br