THE BENEFITS OF HAIR THERAPY FOR PATIENTS WITH ANDROGENETIC ALOPECIA: A LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11354190
Bianca Larisse Da Silva¹; Telma Fátima Ferreira Bolina²; Aline Francielle Da Silva Dos Santos³; Cinthia Silva Moura Neca4.
Resumo
Essa pesquisa apresenta como objetivo geral revisar a literatura sobre os benefícios da terapia capilar para pacientes com alopecia androgenética, reunindo evidências científicas e analisando criticamente sua eficácia e segurança. A terapia capilar representa uma área em rápido crescimento na medicina estética e dermatologia, oferecendo uma gama de opções terapêuticas que vão desde medicamentos tópicos e orais até procedimentos médicos e cirúrgicos. Assim, há uma necessidade de avaliações críticas e atualizadas sobre a eficácia dessas intervenções, para orientar práticas clínicas baseadas em evidências e melhorar os resultados. Portanto, esta pesquisa se justifica pela importância em elucidar as evidências disponíveis sobre os benefícios da terapia capilar para pacientes com alopecia androgenética, informando sobre as opções terapêuticas disponíveis e suas respectivas eficácias e seguranças. A metodologia foi a revisão de literatura, partindo de uma pesquisa bibliográfica, que forneceu o embasamento teórico e científico atualizado a respeito do tema abordado. Os resultados evidenciaram que o tratamento da alopecia androgenética tem avançado significativamente, com várias opções terapêuticas emergindo como promissoras. O Plasma Rico em Plaquetas (PRP) destacou-se por sua capacidade de estimular o ciclo de crescimento capilar e melhorar a densidade do cabelo, tanto em monoterapia quanto em combinação com outras técnicas. A terapia combinada revelou melhores resultados do que uma única intervenção. A busca contínua por tratamentos inovadores e a avaliação crítica das intervenções existentes são essenciais para melhorar os resultados clínicos e proporcionar melhor qualidade de vida para pacientes com alopecia androgenética.
Palavras-chave: Terapia capilar; Alopecia androgenética; Tratamentos.
Abstract
The general objective of this research is to review the literature on the benefits of hair therapy for patients with androgenetic alopecia, gathering scientific evidence and critically analyzing its effectiveness and safety. Hair therapy represents a rapidly growing area in aesthetic medicine and dermatology, offering a range of therapeutic options ranging from topical and oral medications to medical and surgical procedures. Thus, there is a need for critical and updated assessments of the effectiveness of these interventions to guide evidence-based clinical practices and improve outcomes. Therefore, this research is justified by the importance of elucidating the available evidence on the benefits of hair therapy for patients with androgenetic alopecia, informing about the available therapeutic options and their respective efficacy and safety. The methodology was a literature review, based on bibliographical research, which provided updated theoretical and scientific basis regarding the topic addressed. The results showed that the treatment of androgenetic alopecia has advanced significantly, with several therapeutic options emerging as promising. Platelet Rich Plasma (PRP) stood out for its ability to stimulate the hair growth cycle and improve hair density, both as monotherapy and in combination with other techniques. Combination therapy has shown better results than a single intervention. The continued search for innovative treatments and critical evaluation of existing interventions are essential to improve clinical outcomes and provide a better quality of life for patients with androgenetic alopecia.
Keywords: Hair therapy; Androgenetic alopecia; Treatments.
1. Introdução
A alopecia androgenética é uma condição médica comum que afeta homens e mulheres (TAI; KOCHHAR, 2020). Também conhecida como calvície de padrão masculino ou feminino, é caracterizada por uma perda de cabelo progressiva, muitas vezes começando com uma diminuição na densidade capilar e um afinamento dos fios, podendo eventualmente levar a áreas calvas visíveis no couro cabeludo ou ao recuo da linha do cabelo (ZOU et al., 2020). A influência dos hormônios androgênicos, especialmente a di-hidrotestosterona (DHT), é frequentemente associada ao desenvolvimento da alopecia androgenética. Além dos aspectos físicos da perda de cabelo, como a aparência estética, a alopecia androgenética pode ter um impacto profundo na qualidade de vida dos pacientes (NESTOR et al., 2021).
A perda de cabelo pode afetar negativamente a autoestima e a confiança pessoal, levando a sentimentos de constrangimento e insegurança em relação à própria aparência. Além disso, o impacto psicológico da alopecia androgenética pode se estender além da esfera individual, influenciando as interações sociais e os relacionamentos pessoais dos pacientes (SORBELLINI et al., 2023). O estigma social associado à calvície, muitas vezes perpetuado pela mídia e pela cultura popular, pode contribuir para o isolamento social e emocional dos indivíduos afetados, exacerbando os efeitos negativos sobre o bem-estar emocional e psicológico.
Nesse contexto, a terapia capilar emerge como uma abordagem promissora no manejo da alopecia androgenética, oferecendo uma variedade de tratamentos destinados a retardar a progressão da perda de cabelo e, em alguns casos, promover o crescimento capilar (DEVJANI et al., 2023). A partir de uma abordagem multidisciplinar da terapia capilar, combinando diferentes modalidades de tratamento e adaptando-se às necessidades específicas de cada paciente, é possível oferecer uma perspectiva otimista para o manejo eficaz da alopecia androgenética, proporcionando não apenas uma melhoria na aparência física, mas também um impacto positivo significativo na autoestima, bem-estar emocional e qualidade de vida dos pacientes afetados (SHAH et al., 2023).
Apesar dos avanços no campo da terapia capilar, ainda há incertezas e controvérsias em relação à eficácia e segurança dessas intervenções para pacientes com alopecia androgenética (ZOU et al., 2020; GHONEMY; ALARAWI e BESSAR, 2021; SACEDA-CORRALO et al., 2022; GRUPTA et al., 2023;). Além disso, a variedade de tratamentos disponíveis pode tornar desafiador para os profissionais de saúde e pacientes identificar a melhor abordagem terapêutica. Portanto, o problema de pesquisa central deste estudo é investigar de forma sistemática e crítica os tratamentos mais indicados, no contexto da terapia capilar, para pacientes com alopecia androgenética, fornecendo uma visão abrangente das evidências disponíveis e identificando lacunas no conhecimento que requerem mais investigação.
A alopecia androgenética é uma condição dermatológica prevalente que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes (PIRACCINI et al., 2022). A busca por tratamentos eficazes e seguros é fundamental para atender às necessidades clínicas e emocionais desses indivíduos. A terapia capilar representa uma área em rápido crescimento na medicina estética e dermatologia, oferecendo uma gama de opções terapêuticas que vão desde medicamentos tópicos e orais até procedimentos médicos e cirúrgicos. No entanto, há uma necessidade premente de avaliações críticas e atualizadas sobre a eficácia dessas intervenções, a fim de orientar práticas clínicas baseadas em evidências e melhorar os resultados para os pacientes. Portanto, esta pesquisa se justifica pela importância em elucidar as evidências disponíveis sobre os benefícios da terapia capilar para pacientes com alopecia androgenética, informando profissionais de saúde e pacientes sobre as opções terapêuticas disponíveis e suas respectivas eficácias e seguranças.
O objetivo geral deste estudo é revisar a literatura existente sobre os benefícios da terapia capilar para pacientes com alopecia androgenética, reunindo evidências científicas relevantes e analisando criticamente sua eficácia e segurança. Como objetivos específicos, foram definidos: Descrever as principais características da alopecia androgenética; identificar e sintetizar os diferentes tipos de terapia capilar disponíveis para o tratamento da alopecia androgenética; e discutir a eficácia dessas intervenções terapêuticas na redução da perda de cabelo e no estímulo ao crescimento capilar em pacientes com alopecia androgenética.
2. Metodologia
Essa pesquisa empregou como metodologia a revisão de literatura, partindo de uma pesquisa bibliográfica, que forneceu o embasamento teórico e científico atualizado a respeito do tema abordado. Para tanto, as informações foram analisadas de forma qualitativa com o intuito de apresentar os resultados da pesquisa em uma discussão assertiva e aprofundada.
Assim, foram realizadas buscas avançadas nas plataformas online Medline, Pubmed e Scielo, entre os meses de março, abril e maio de 2024, utilizando associações dos seguintes termos: “terapia capilar”, “tratamentos”, “alopecia androgenética” e “benefícios”. Os termos foram pesquisados em português e em inglês. Como estratégia de busca e forma de conseguir os melhores resultados, foram estipulados como critérios de inclusão: publicações mais recentes, publicações em qualquer idioma e preferencialmente estudos com pesquisas e testes práticos. Similarmente, para refinar as buscas, foram estipulados como critérios de exclusão: publicações anteriores a 5 anos, materiais duplicados e materiais sem acesso ao texto na íntegra.
Após realizar as pesquisas, foi feita a leitura de todos os títulos dos materiais encontrados, para avaliar se deveriam ser pré-incluídos ou descartados para a próxima etapa de seleção. Em seguida, os resumos de todos os materiais pré-selecionados foram lidos e avaliados se deveriam ser inseridos ou excluídos para a etapa seguinte. Na sequência, foi realizada a leitura integral de cada material incluído durante a etapa anterior. Ao término, foi concluída a seleção dos materiais, com a inclusão daqueles que realmente iriam contribuir para a pesquisa em andamento, e exclusão dos materiais irrelevantes ou inadequados para essa revisão.
Uma vez com os materiais selecionados, foi feita a releitura de cada um, ao mesmo tempo em que as principais informações eram organizadas e categorizadas, destacando informações como nome dos autores, ano, título, objetivo, principais resultados e conclusões. Por fim, após análise e coleta das informações de todos os materiais, a discussão foi redigida. Na figura 1, a seguir, é apresentado o percurso metodológico de seleção de artigos.
Figura 1 – Fluxograma – Percurso metodológico de seleção de artigos.
3. Resultados e Discussão
De acordo com Nestor et al. (2021), a alopecia androgenética (AAG), também conhecida como perda de cabelo de padrão masculino ou feminino, é uma condição hereditária autossômica dominante caracterizada pela conversão gradual dos fios de cabelo terminais em fios intermediários e velos. As mudanças no ciclo capilar incluem uma redução na duração da fase anágena e um aumento na duração da fase telógena, resultando em cabelos mais curtos. Bloch, Carlos e Sarruf (2023) explicam que essa doença é caracterizada pela miniaturização dos folículos, com um encurtamento da fase anágena e um aumento da fase telógena no ciclo de desenvolvimento capilar. Causado pela superativação dos receptores androgênicos, os pacientes com alopecia androgenética apresentam maior produção de di-hidrotestosterona com níveis mais elevados de 5α-redutase. Como a duração da fase anágena determina o comprimento do cabelo, o novo cabelo anágeno torna-se mais curto, levando a uma aparência calva (SHAH et al., 2023).
Estudos afirmam que 80% dos homens caucasianos e 40-50% das mulheres desenvolverão a alopecia androgenética ao longo da vida (SORBELLINI et al., 2023; SACEDA-CORRALO et al., 2022; NESTOR et al., 2021; IAMSUMANG; LEERUNYAKUL; SUCHONWANIT, 2020). No tocante à forma clínica da doença, Suchonwanit, Chalermroj e Khunkhet (2019) afirmam que os homens apresentam recessão anterior da linha do cabelo e queda de cabelo no vértice. Nas mulheres, esse distúrbio manifesta-se com afinamento difuso do cabelo, principalmente no couro cabeludo médio, e preservação da linha frontal do cabelo.
Em relação aos tratamentos e terapias capilares, foram encontrados na literatura científica a predominância de estudos e pesquisas que investigavam a eficácia dos tratamentos a partir de: Plasma Rico em Plaquetas (PRP), Minoxidil tópico, Finasterida, Mesoterapia, laser de baixa intensidade e microagulhamento. Ressalta-se que muitas pesquisas sugeriram terapias combinadas para um tratamento mais efetivo para a alopecia androgenética, revelando que a associação de diferentes técnicas pode contribuir de forma mais satisfatória para o tratamento da doença do que apenas uma terapia isolada.
O Plasma Rico em Plaquetas foi a terapia capilar com maior número de pesquisas encontradas. De acordo com Gentile e Garcovich (2020), o PRP é um concentrado de proteínas e fatores de crescimento derivados de sangue total centrifugado, sem glóbulos vermelhos. Butt et al. (2019) explicam que que o ciclo de crescimento do cabelo pode começar novamente se os folículos capilares forem estimulados por fatores externos; como o PRP é uma mistura de proteínas, citocinas e fatores de crescimento, ele pode desempenhar um papel na restauração do cabelo em pacientes com AAG, estimulando o ciclo de crescimento do cabelo.
Em 2019, duas pesquisas se destacaram, ao avaliarem a eficácia do PRP como tratamento para alopecia androgenética. Grupta et al. (2019) calcularam a diferença média padronizada geral na densidade capilar em pacientes tratados com injeções de PRP em comparação com o tratamento inicial e com placebo. Os resultados indicaram que o plasma rico em plaquetas é benéfico no tratamento da alopecia androgenética, e deve ser usado para melhorar os parâmetros de restauração capilar, como densidade capilar, em monoterapia ou terapia adjuvante, com a recomendação da utilização de 3 sessões mensais de PRP, seguidas de um período de manutenção de 3 a 6 meses. Similarmente a Grupta et al. (2019), Butt et al. (2019) obteve resultados similares em relação à melhora da densidade capilar em sua pesquisa, além de relatar também a redução no número de cabelos puxados no teste de tração e pontuações satisfatórias na avaliação global do paciente e do médico, indicando que o PRP é uma opção de tratamento eficaz para pacientes com AAG na restauração e queda de cabelo.
A pesquisa de Singh et al. (2023) investigou o efeito do plasma rico em plaquetas no tratamento da alopecia androgenética, a partir de um estudo comparativo randomizado e duplo-cego, com 80 pacientes. As intervenções foram feitas mensalmente durante três meses e acompanhadas pelos três meses seguintes. Os autores concluíram que o PRP proporcionou um aumento na contagem de plaquetas, o que levou a um aumento significativo na densidade e na espessura do cabelo após três e quatro meses. Grupta e Renaud (2021) afirmam que, na dermatologia, o PRP é usado para revisão de cicatrizes, rejuvenescimento da pele, cicatrização de feridas, estrias e restauração capilar, agindo principalmente da melhora da densidade capilar. Com os resultados de Singh et al. (2023), a afirmação de Grupta e Renaud (2021) são validadas.
Pakhomova e Smirnova (2020), Gentile et al. (2020) indicaram os benefícios do uso do PRP em associação com outras terapias capilares. De acordo com Zou et al. (2020) as terapias combinadas podem ser estratégias promissoras e com melhor eficácia terapêutica para a alopecia androgenética do que a monoterapia. Nesse contexto, a pesquisa de Pakhomova e Smirnova (2020) avaliou comparativamente a eficácia clínica da terapia com PRP, minoxidil e sua combinação no tratamento de homens com AAG. Como resultados, o tratamento combinado de PRP e minoxidil foi mais eficaz que a monoterapia com Minoxidil. No estudo de Gentile et al. (2020), os autores investigaram uso combinado da técnica de microagulhamento, terapia a laser de baixa intensidade e terapia com plasma rico em plaquetas para a recuperação do cabelo em pacientes com alopecia androgênica. Os resultados destacaram os efeitos construtivos da terapia capilar combinada, a partir da análise clínica e tricoscopia, sem efeitos colaterais significativos. Assim, a terapia combinada testada por Gentile et al. (2020) foi considerada um procedimento alternativo seguro e eficaz para tratar AAG, melhorando o crescimento do cabelo.
O Minoxidil, já citado no estudo de Pakhomova e Smirnova (2020), foi também estudado por Ghonemy, Alarawi e Bessar (2021), Mokhtari, Zavare e Iraji (2023), Balasundaram, Kumari e Ramassamy (2023) e Shah et al. (2023). Segundo Devjani et al. (2023), o minoxidil é um medicamento vasodilatador utilizado principalmente no tratamento da alopecia androgenética e da alopecia areata. Ao ser aplicado diretamente no couro cabeludo, o minoxidil ajuda a aumentar o tamanho dos folículos capilares e prolongar a fase anágena do ciclo capilar. Além de melhorar a circulação sanguínea no couro cabeludo, contribuindo para o crescimento de novos fios de cabelo. Os autores Ghonemy, Alarawi e Bessar (2021) compararam a eficácia e segurança do minoxidil tópico a 5% com o minoxidil tópico a 10%. Após 36 semanas de terapia, os pacientes tratados com minoxidil tópico a 5% obtiveram um resultado significamente maior do que aqueles tratados com Minoxidil tópico a 10% e os tratados com placebo. Além disso, os pacientes tratados com o Minoxidil tópico a 10% tiveram como efeitos colaterais irritação acentuada na área em que foi aplicado e estresse psicossocial e irritação, devido a alta expectativa. Guo et al. (2021) explicam que os medicamentos não são eficazes para todos os tipos de pacientes e podem ocorrer efeitos colaterais após a aplicação dos medicamentos.
Mokhtari, Zavare e Iraji (2023), ao avaliarem a eficácia do uso tópico do Minoxidil 5% para o tratamento da AAG, demonstraram que os pacientes do estudo apresentaram boa resposta ao tratamento e obtiveram melhora estatisticamente significativa, conforme avaliado por parâmetros como satisfação do paciente, pontuação fotográfica e resultados de dermatoscopia. Similarmente aos autores supracitados, Balasundaram, Kumari e Ramassamy (2023) investigaram a eficácia do minoxidil tópico no tratamento de homens com AAG. Assim como Mokhtari, Zavare e Iraji (2023), as conclusões de Balasundaram, Kumari e Ramassamy (2023) indicaram que houve satisfação dos pacientes que usaram o Minoxidil. Além disso, houve um aumento significativo na contagem e densidade de pelos na área em que foi administrado o produto.
Shah et al. (2023) teve como objetivo comparar a eficácia da terapia com PRP e minoxidil no tratamento da AAG em uma população paquistanesa. O estudo mostrou que a terapia com PRP demonstra maior eficácia em comparação ao minoxidil no tratamento de AAG, visto que o PRP pode ser uma melhor opção de tratamento para pacientes insatisfeitos ou que não aderem ao uso regular de minoxidil tópico, mas os autores indicam que mais estudos são necessários. Nesse contexto, Mokhtari, Zavare e Iraji (2023) destacam que a necessidade de uso a longo prazo, a baixa eficácia e os efeitos colaterais adversos do Minoxidil têm limitado o seu uso e eficácia.
No tratamento da AAG, alguns estudos destacaram o uso da Finasterida como terapia capilar eficiente (SUCHONWANIT et al., 2020). Tai e Kochhar (2020) esclarecem que a finasterida é um medicamento amplamente utilizado no tratamento da alopecia androgenética. De acordo com Iamsung, Leernyakul e Suchonwanit (2020), a Finasterida atua como um inibidor da enzima 5α-redutase tipo II, que é responsável pela conversão da testosterona em di-hidrotestosterona, um andrógeno potente que contribui para a miniaturização dos folículos capilares e a consequente queda de cabelo. A finasterida é geralmente administrada na forma de comprimidos para tratar a alopecia androgenética, com dose padrão de 1 mg por dia, tomada por via oral. Existe também uma forma tópica de finasterida, que é aplicada diretamente no couro cabeludo (DEVJANI et al., 2023).
Piraccini et al. (2022) desenvolveram uma pesquisa para comparar a eficácia e segurança da finasterida tópica e da finasterida oral em 323 pacientes com alopecia androgenética. Os resultados indicaram que a alteração da linha de base na contagem de cabelos na área-alvo foi significativamente maior com finasterida tópica do que com finasterida oral; houve também uma redução em relação ao valor basal na concentração sérica média de DHT com finasterida tópica. Assim, Piraccini et al. (2022) concluíram que a finasterida tópica melhora significativamente a contagem de cabelos em comparação ao uso oral, e é bem tolerada.
Em relação à mesoterapia, foram destacados os estudos de Saceda-Corralo et al. (2022), Grupta et al. (2023) e Bloch, Carlos e Sarruf (2023). Grupta et al. (2023) elucida que a mesoterapia (ou intradermoterapia) é uma técnica pela qual doses mais baixas de agentes terapêuticos e substâncias bioativas são administradas por meio de injeções intradérmicas na pele. Por meio de injeções, a mesoterapia pode aumentar o tempo de permanência dos agentes terapêuticos na área afetada, permitindo assim a utilização de doses mais baixas e intervalos mais longos entre as sessões. O estudo de Saceda-Corralo et al. (2022) evidencia os benefícios citados por Grupta et al. (2023), ao demonstrarem em suas pesquisas que a mesoterapia (nesse caso, realizada com dutasterida), foi eficaz na queda de cabelo masculina e feminina na prática clínica real, e os efeitos colaterais relacionados ao tratamento foram leves e autolimitados. Os autores indicaram que esta terapia pode ser uma opção eficaz para pacientes que desejam evitar o tratamento oral. Bloch, Carlos e Sarruf (2023) investigaram a mesoterapia, juntamente com microagulhamento e solução tópica para o tratamento da AAG, e constataram que a combinação das três terapias foi muito satisfatória. Dentre os resultados, nenhum dos pacientes avaliados apresentou agravamento do quadro de calvície no decorrer do período de tratamento, e 70% dos pacientes apresentaram melhora visível de perda capilar.
Outra terapia capilar encontrada na literatura foi o laser de baixa intensidade (Low-Level Laser Therapy, LLLT). Segundo Guo et al. (2021) também conhecido como fotobiomodulação, o laser é uma abordagem recentemente desenvolvida para o tratamento de várias circunstâncias clínicas, como dor em feridas, edema, úlcera crônica e inflamação. Jedlowski e Anthony (2023) explicam que a terapia com laser promove a estimulação dos folículos capilares, aumento da circulação sanguínea, capilares, prolongamento da fase anágena e redução da inflamação. A pesquisa conduzida por Suchonwanit, Chalermroj e Khunkhet (2019) indicou que o LLLT parece estimular a reentrada anágena dos folículos capilares telógenos e prolongar a duração da fase anágena. Assim, a modulação do ciclo capilar revela aumento da densidade e do diâmetro capilar, bem como diminuição da queda capilar, resultando na melhora clínica das alopecias.
O estudo de Sorbellini et al. (2023) teve como objetivo avaliar a eficácia da emissão do laser de baixa frequência no tratamento da alopecia androgenética em indivíduos do sexo feminino e masculino. Após os testes, os autores concluíram que no terceiro mês de acompanhamento e ao final do tratamento, ocorreu um aumento significativo na densidade das hastes capilares e redução de pontos amarelos e telangiectasias características da alopecia androgenética, resultando em redução de 60% do processo de miniaturização nas áreas tratadas sem efeitos colaterais. A pesquisa de Boveloni e da Cruz (2024), que também avaliou a eficácia do laser de baixa intensidade no tratamento de alopecia androgenética, teve resultados ainda mais rápidos do que Sorbellini et al. (2023). tratamento foi realizado por um período de 16 semanas, com aplicações do laser de baixa intensidade vermelho no local da alopecia duas vezes por semana. Notou-se melhora no aspecto visual da região da AAG desde o primeiro mês de aplicação do laser com preenchimento capilar local e consequente diminuição da amplitude da região de AAG.
Nos estudos de Ocampo-Garza et al. (2020), Gentile et al. (2020) e Faghihi et al. (2021), o tratamento indicado para o tratamento da AAG foi o microagulhamento. De acordo Ocampo-Garza et al. (2020), o microagulhamento é um procedimento minimamente invasivo que utiliza agulhas finas para criar microperfurações na pele. Essas pequenas lesões desencadeiam uma resposta de cicatrização do corpo, estimulando a produção de colágeno, bem como produção de fatores de crescimento e neovascularização. O estudo de Gentile et al. (2020) demonstrou que o tratamento com microagulhamento aumentou a vascularização das áreas alvo, além de aumentar a absorção de tratamentos tópicos, como minoxidil, permitindo que esses produtos penetrem mais profundamente e sejam mais eficazes. Faghihi et al. (2021), também constataram que, após a realização do microagulhamento, a absorção de soluções tópicas foi mais efetiva nos pacientes do estudo. Não obstante, Faghihi et al. (2021) também concluíram que, em comparação com a linha de base, houve um aumento significativo na contagem de cabelos, na espessura dos fios e no crescimento capilar.
4. Conclusão
A alopecia androgenética é uma condição comum que afeta significativamente a qualidade de vida de homens e mulheres, influenciada principalmente pela ação dos hormônios androgênicos, como a di-hidrotestosterona (DHT). A perda progressiva de cabelo não só afeta a aparência estética, mas também pode levar a impactos emocionais e psicológicos profundos, incluindo diminuição da autoestima e dificuldades nas interações sociais.
O tratamento da alopecia androgenética tem avançado significativamente, com várias opções terapêuticas emergindo como promissoras. Entre os tratamentos revisados, o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) destacou-se por sua capacidade de estimular o ciclo de crescimento capilar e melhorar a densidade do cabelo, tanto em monoterapia quanto em combinação com outras técnicas. O Minoxidil, apesar de ser eficaz em muitos casos, apresenta limitações devido à necessidade de uso contínuo e possíveis efeitos colaterais. A Finasterida, utilizada tanto de forma oral quanto tópica, demonstrou eficácia, especialmente a forma tópica, que apresentou menos efeitos adversos. A mesoterapia, particularmente quando combinada com microagulhamento e soluções tópicas, mostrou resultados positivos em aumentar a densidade capilar e reduzir a queda de cabelo. O laser de baixa intensidade também se revelou uma opção eficaz para promover o crescimento capilar e reduzir a miniaturização dos folículos.
Embora existam muitas opções de tratamento, a escolha da abordagem terapêutica ideal deve ser personalizada, levando em consideração as necessidades e preferências de cada paciente. A terapia combinada revelou melhores resultados do que uma única intervenção. No entanto, são sugeridos que mais estudos práticos sejam realizados para confirmar a eficácia e segurança a longo prazo dessas terapias. A busca contínua por tratamentos inovadores e a avaliação crítica das intervenções existentes são essenciais para melhorar os resultados clínicos e proporcionar melhor qualidade de vida para pacientes com alopecia androgenética.
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¹Centro Universitário UNA Divinópolis, MG, Brasil
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²Centro Universitário UNA Divinópolis, MG, Brasil
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4Centro Universitário UNA Divinópolis, MG, Brasil
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