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Os Benefícios da Técnica Ventosa Terapia em Mulheres com Dor Lombar do Município de Tabuleiro do Norte – CE.
The Benefits of the Windmill Technique Therapy in Women with Lorbar Pain of the Municipality of Tabuleiro do Norte – CE.
Maria Ferreira Souza1; Denilson de Queiroz Cerdeira 2; Daniel Corrêia Souza3; Iderlânia de Sousa Duarte4.
1. Fisioterapeuta. Graduado em Fisioterapia. Faculdade Vale do Jaguaribe.
2. Fisioterapeuta. Orientador. Doutor em Biotecnologia (UECE). Centro Universitário Estácio do Ceará e Faculdade Vale do Jaguaribe.
3. Fisioterapeuta. Mestre em Fisioterapia (UNICID). Faculdade Vale do Jaguaribe.
4. Fisioterapeuta. Especialista em Saúde da Família (ESP/CE). Faculdade Vale do Jaguaribe.
Como citar este artigo:
SOUZA, M F. CERDEIRA, D Q. SOUZA, D C. DUARTE, I S. Os Benefícios da Técnica Ventosa Terapia em Mulheres com Dor Lombar do Município de Tabuleiro do Norte – CE. Rev. Novafisio, Rio de Janeiro, v. 21, n. 101, p. 1-20, Abril. 2018.
RESUMO
Objetivo: Avaliou-se a eficácia da técnica ventosa terapia, em mulheres com dor lombar do município de Tabuleiro do Norte, CE. Metodologia: Tratou-se de uma pesquisa exploratória, experimental e quantitativa, com 30 mulheres cadastradas. Utilizou-se um questionário sócio demográfico, a aplicação da técnica ventosa terapia, a escala visual analógica de dor EVA e o teste de Finger- floor. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética e pesquisa do Centro Universitário Estácio do Ceará, protocolo n. 1.993.121. Resultados e Discussão: 41,33% (13) mulheres eram casadas e 41,33% (13) solteiras, com idade média de 40 anos. 36,66% (11) mulheres com ensino fundamental incompleto, 26,66% (08) médio completo. 53,33% (16) mulheres possuem renda de até 01 salário mínimo, 23,33% (07) não possuem nenhuma renda. 60% (18) mulheres possuem alguma doença crônica e 60% (18) mulheres fazem uso de medicamento. Apresentaram um escore de dor inicial de 7,43 e final de 3,07, com média final de 3,73. A flexibilidade inicial foi de 17.63 e final 12.56, com média de 5.07. Conclusão: Deste modo, o estudo comprovou que 70% das mulheres tiveram diminuição da dor e 60% melhora da flexibilidade. Trazendo grandes benefícios para essas mulheres, contribuindo em vários âmbitos da sua vida. Por isso, recomenda-se a realização de estudos longitudinais com objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o uso da técnica, o tratamento da afecção referenciada que acometem o sistema locomotor e a atuação da Fisioterapia junto ao público acometido por tal afecção.
Palavras Chaves: Dor lombar; Mulheres; Maleabilidade, Fisioterapia.
ABSTRACT
Objective: It was evaluated the effectiveness of suction therapy technique in women with low back pain in the municipality of Tabuleiro do Norte, CE. Methodology: It was an exploratory, experimental and quantitative research, with 30 women registered. We used a socio-demographic questionnaire, the application of the suction therapy technique, the visual analog scale of EVA pain and the Finger-floor test. The research was approved by the ethics and research committee of Estácio do Ceará University Center, protocol no. 1,993,121. Results and Discussion: 41.33% (13) women were married and 41.33% (13) were single, with an average age of 40 years. 36.66% (11) women with incomplete elementary education, 26.66% (08) complete middle. 53.33% (16) women have income of up to 01 minimum wage, 23.33% (07) do not have any income. 60% (18) women have some chronic disease and 60% (18) women use medication. They presented an initial pain score of 7.43 and final of 3.07, with a final average of 3.73. The initial flexibility was 17.63 and final 12.56, with an average of 5.07. Conclusion: Thus, the study showed that 70% of women had pain reduction and 60% improvement in flexibility. Bringing great benefits to these women, contributing in various areas of their lives. Therefore, it is recommended to carry out longitudinal studies in order to deepen the knowledge about the use of the technique, the treatment of the referenced condition that affects the locomotor system and the performance of the Physiotherapy with the public affected by such affection. Keywords: Lumbar pain; Women; Malleability, Physiotherapy.
INTRODUÇÃO
A dor segundo a IASP (associação Internacional de estudo da dor) pode ser considerada como uma manifestação do organismo em relação a uma determinada lesão ou deformação do tecido. Causa incômodo e alterações no ser humano em vários âmbitos da sua vida, tanto pessoal como social. Impossibilitando sua permanência no ambiente de trabalho e execução das suas AVD’s. Sendo um dos principais motivos da grande demanda ao serviço de saúde pública e privada. Gera desconfortos emocionais como a irritabilidade, a angústia e a depressão (ALMEIDA et al, 2008, p.97).
A dor lombar ou lombalgia refere-se à dor na coluna lombar. Segundo Briganó e Macedo (2005, p.76) “ela pode se dar de forma súbita ou compassada e tardia, perdurando por tempo prolongado. Durante movimentos repetitivos, com excesso de peso, ou má postura adotada principalmente no ambiente de trabalho”. Atinge indivíduos de ambos os sexos, e em fase produtiva, levando em alguns casos ao afastamento do trabalho (BRIGANÓ; MACEDO, 2005).
A coluna vertebral é formada por 7 vértebras cervicais,12 torácicas,5 lombares, sacro e cóccix. Possue 4 curvaturas, sendo duas cifoses e duas lordoses. O crescimento acentuado dessas curvaturas (hipercifose e hiperlordose) geram distúrbios e patologias no corpo humano, que podem levar a uma série de comprometimentos motor, nervoso e ligamentar com perca da capacidade funcional (ALEXANDRE; MORAES, 2001).
Pode ser considerada como uma epidemia, pois atinge uma média de 70% a 85% da população mundial. Quase todas as pessoas irão sofrer de dor lombar, em algum contexto de sua vida. Quando essa algia excede a seis meses é classificada como crônica e pode levar a perda da capacidade de locomoção de forma satisfatória, determinando altos custos para o sistema de saúde e afastamento do campo de trabalho e visa social (ALMEIDA et al, 2008).
Não há uma causa específica para essa determinada sintomatologia, uma vez que sua causa é decorrente de vários fatores. O tratamento da mesma é voltado inicialmente para o alívio dos sintomas, muito embora não se deva menosprezar as possíveis causas, que serão pré-determinadas durante a avaliação. (NOVAES; SHIMO; LOPES, 2006).
Podendo se estabelecer, através de lesões degenerativas ou traumáticas do disco intervertebral ou corpo vertebral, que pode se dar pela quantidade de carga sustentada, repetidos movimentos trabalhistas, fraqueza da musculatura abdominal e paravertebral, diminuição da flexibilidade, obesidade, sedentarismo, tabagismo e postura inadequada (POLITO; MARANHÃO NETO; LIRA, 2003).
O músculo transverso abdominal é um importante estabilizador da coluna lombar, ele age dando o suporte necessário a coluna durante a realização dos movimentos, prevenindo qualquer instabilidade causadora de dor lombar. Em pacientes sadios ele se contrai antes dos movimentos das extremidades, enquanto que em pacientes com lombalgia ele falha antes do movimento, ocasionando uma deformação no controle desse músculo (GOUVEIA; GOUVEIA, 2008).
Para Latey et al(2001) apoud Corrêa et al (2015) , a Fisioterapia desempenha um papel de suma importância no tratamento das patologias e disfunções da coluna lombar, utilizando recursos de eletroanalgesia, alongamento neural da musculatura posterior, exercícios de fortalecimento dos paravertebrais e abdominais, além do trabalho postural e a prática do método pilates, que estabelece um controle respiratório e contração da musculatura lombosacra e abdominal, gerando uma estabilidade durante a realização dos movimentos. Prevenindo assim possíveis lesões.
Segundo Cunha (1996) apud Farias (2009, p.34) “a ventosa terapia é uma técnica da medicina tradicional chinesa, que constitui na aplicação de copos de ventosa no corpo sobre a pele para gerar sugação do local, provocando alívio das dores e contraturas”.
Para Pereira et al. (2010 p. 79-80):
A ventosa é uma cúpula de vidro que, quando aplicada a superfície da pele, produz uma pressão interna negativa, essa pressão é formada por uma bomba aspirante chamada pistola, que, acoplada a cúpula, retira o ar da mesma. O mecanismo de ação da ventosa terapia está relacionado ao relaxamento muscular local provocado pala sucção da pele, ocasionado pela liberação miofascial dos músculos trabalhados.
Tem como finalidade ativar os pontos onde há uma maior concentração de estímulo nervoso e equilibrar os meridianos. Utiliza-se a ventosa em partes lesionadas ou no ventre do músculo, sendo mais comum à sua aplicação na região dorsal do tronco, em toda a musculatura dos paravertebrais (PEREIRA et al., 2010).
Sendo indicada no tratamento de lesões osteomioarticulares, espasmos musculares, algias e relaxamento muscular. É contraindicada em úlceras e inflamações da pele ou quando o paciente apresenta hipersensibilidade cutânea. (PEREIRA, 2014).
Sendo a fisioterapia, uma ciência que estuda as disfunções do corpo humano e suas sintomatologias, a técnica ventosa terapia é mais uma forma de tratamento que se baseia na liberação das fáscias e nutrição tecidual do local dar dor, objetivando um efeito analgésico e relaxante (PEREIRA, 2014).
Sendo a lombalgia considerada como uma sintomatologia que deriva de muitos fatores, a ventosa terapia será engajada de forma que venha a proporcionar o alívio desses sintomas, por meio do aumento do fluxo sanguíneo no local com efeito analgésico. Podendo melhorar através da liberação das fáscias, a flexibilidade dessas mulheres, possivelmente contribuindo para que tenham um melhor desempenho em suas funções do cotidiano e social.
Em meio a diversas formas de tratamento da dor lombar, a aplicação da técnica ventosa terapia será utilizada com o intuito de promover uma maior qualidade de vida para essas mulheres, que ainda em fase de vida produtiva necessitam desempenhar suas atividades domésticas e em meio a sociedade.
Contudo perante a funcionalidade da técnica remeto-me a seguinte problemática do inquérito científico: a ventosa terapia terá um efeito satisfatório da redução da dor e melhora da qualidade de vida dessas mulheres que residem no município de Tabuleiro do Norte? Desenvolvendo os seguintes questionamentos, sobre o assunto em questão:
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Quem são essas mulheres que referem fortes dores na região lombar?
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Qual o nível de dor inicial dessas mulheres?
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Como está sua flexibilidade?
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Há perda de funcionalidade?
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Como a técnica ventosa terapia poderá influenciar no alívio da sintomatologia dolorosa?
Diante da questão proposta, buscou-se analisar a eficácia dessa técnica na diminuição da dor dessas mulheres e aumento da sua flexibilidade, contribuindo para que tenham a sensação de bem-estar no seu dia a dia e desempenho satisfatório na execução de suas funções. Reduzindo o afastamento das mesmas do ambiente de trabalho e ainda possibilitando a inserção no mercado. Aumentando a sua renda familiar, autoestima e expectativa de vida.
Teve como objetivo mensurar os efeitos da técnica de ventosa terapia em mulheres com dor lombar do município de Tabuleiro do Norte-Ce. Traçar o perfil sócio demográfico e econômico das mulheres portadoras de lombalgia, participantes do estudo; mensurar a intensidade da dor lombar, antes e após a aplicação da técnica; avaliar o nível de flexibilidade das pacientes, antes e após a aplicação da técnica.
2 METODOLOGIA
A presente pesquisa foi do tipo exploratória e experimental com abordagem quantitativa. A pesquisa exploratória de acordo com Vieira (2002, p.65) delibera-se pela indagação de um assunto, até então pouco conhecido. Proporcionando uma melhor compreensão do tema, e formulação de possíveis soluções do problema, já a pesquisa experimental é criada condições de intervenções para determinada condição, buscando correlacionar causa e efeito.
Para Terence e Escrivão Filho (2006, p.07), “a pesquisa quantitativa preocupa-se em medir (quantidade, frequência e intensidade) e analisar as relações causais entre as variáveis, é restritiva e utiliza grandes amostras”.
A pesquisa foi realizada no período de agosto de 2016 a maio de 2017, na Unidade Básica de Saúde Maria de Fátima I e II, do município de Tabuleiro do Norte-Ce, referência no atendimento à saúde da mulher.
A Unidade Básica de Saúde Maria de Fátima I e II, funciona com duas equipes de programa saúde da família. Atende mais de 3.000 famílias. Conta com um total de 02 médicos, 02 enfermeiros, 04 técnicos de enfermagem, 02 recepcionistas, 02 auxiliares de serviços gerais, 01 motorista e 24 agentes comunitários de saúde. Funciona de segunda a quinta-feira de manhã das 07 às 11h e pela tarde das 13 às 17h, nas sextas-feiras das 07 às 13h. Juntamente com o NASF (núcleo de apoio a saúde da família).
O público alvo foi um grupo de mulheres, em fase de vida produtiva, atendidas na Unidade Básica de Saúde Maria de Fátima I e II, que residem no munícipio de Tabuleiro do Norte-Ce. O estudo fundamenta-se em um meio finito, dentro do limite de tempo, na ocasião da pesquisa.
Foram incluídas mulheres a partir de 18 anos, que se encontraram ativas e em fase de vida produtiva, independentemente de sua ocupação e escolaridade. Foram excluídas mulheres que apresentaram alguma deficiência auditiva, cognitiva ou neurológica, que impossibilitou a execução da técnica.
O acesso às mulheres ocorreu de forma direta, visto que a pesquisadora em ação desenvolve o trabalho de agente comunitário de saúde, sendo efetivada pelo município há 05 anos, por meio do termo de solicitação para ingresso no campo da pesquisa – Carta de Anuência (APÊNDICE A) e foi encaminhado para o comitê de ética (CEP) do Centro Universitário Estácio do Ceará, seguindo todos os regulamentos da bioética.
O projeto de pesquisa foi encaminhado para a direção da instituição da Unidade Básica de Saúde selecionada para o inquérito, para o andamento da pesquisa e exame do instrumento que foi aplicado para a coleta de dados, onde relatou a ausência de problemas em relação à aplicação dos mesmos pelo pesquisador que fez as suas considerações necessárias e registrou as informações referentes ao seu inquérito científico.
A fonte de coleta de dados foi primária, junto às mulheres participantes cadastradas na instituição escolhida no período estabelecido, seguindo os critérios de inclusão e exclusão do inquérito. Sendo utilizado um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) do participante (APÊNDICE B), onde constaram as informações sobre a confidencialidade dos dados e anonimato dos participantes, conforme preconiza a Resolução 466 / 12 do CONEP (BRASIL, 2012), que foram identificados apenas pela inicial do nome e pelo tempo de permanência na instituição.
Os participantes do inquérito foram avaliados antes e no término da aplicação do protocolo fisioterápico, que teve uma duração de 01 atendimento fisioterapêutico, pelo pesquisador. No protocolo de atendimento foi utilizado a Técnica de Ventosa Terapia na região lombar nos meses de fevereiro a abril de 2017 (ANEXO A).
Segundo Pereira et al (2010, p.79-80) a ventosa terapia é uma técnica que utiliza copos de vidro ou plástico, e uma bomba para sucção do local determinado, gerando uma pressão negativa. Pode ser aplicada de forma pontual ou em varredura, seguindo todo o trajeto das fibras musculares trabalhadas. Com o intuito de relaxar a musculatura e melhorar a circulação local.
A avaliação inicial e final foi realizada, pelo pesquisador do inquérito, com as mulheres portadoras de lombalgia. Nessa avaliação, os passos realizados foram os seguintes:
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a) A aplicação do questionário demográfico, socioeconômico e do perfil clínico (APÊNDICE C) que caracterizou os indivíduos da pesquisa quanto aos aspectos: sexo, idade, estado civil, grau de escolaridade, renda mensal e estado de saúde.
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b) O teste Teste de Finger-floor (GABRIEL; PETIT; CARRIL, 2001) (ANEXO A).
O teste constituiu uma avaliação global da flexão de tronco, na qual intervêm também as articulações coxofemorais e a musculatura posterior das extremidades inferiores. O paciente tenta alcançar o solo por flexão da coluna, mantendo os joelhos em extensão, o examinador irá anotar a distância entre a ponta do terceiro dedo ao solo em centímetros (GABRIEL; PETIT; CARRIL, 2001).
Figura 1 Mensuração da distância entre a ponta do dedo médio e o chão
Fonte: Hoppenfield (1999).
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c) A Escala Visual Analógica de Dor – EVA (AGNE, 2005) (ANEXO B).
A Escala Visual Analógica – EVA consiste em auxiliar na aferição da intensidade da dor no paciente, é um instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o tratamento e mesmo a cada atendimento, de maneira mais fidedigna. Para utilizar a EVA o profissional de saúde (fisioterapeuta) deve questionar ao participante (atleta) quanto ao seu grau de dor sendo que 0 significa AUSÊNCIA TOTAL DE DOR e 10 o nível de DOR MÁXIMA suportável pelo participante.
Fonte: Agne (2006).
Ao término da aplicação do protocolo selecionado para a pesquisa foi realizada à reaplicação do Teste de Finger-floor e da Escala Visual Analógica – EVA nos participantes, que foi feita pelo pesquisador.
As informações coletadas durante o estudo foram arquivadas em pastas e fichas de anotações sob a tutela do pesquisador responsável e ao término do inquérito científico as mesmas foram destruídas, visando o sigilo e a integridade dos participantes.
Dos itens avaliados foram enfatizados os benéficos da técnica de ventosa terapia e a sua associação na reabilitação da sintomatologia dolorosa e flexibilidade da coluna lombar como referência no tratamento da lombalgia. Todos os participantes da pesquisa foram avaliados por um único pesquisador que seguirá rigorosamente a metodologia escolhida.
A aplicação do questionário demográfico, socioeconômico e do perfil clínico (APÊNDICE C) e do protocolo de atendimento fisioterápico não apresentou nenhum risco de vida para os participantes, pois a aplicação do questionário e do protocolo selecionado para o inquérito científico foi realizada pelo pesquisador, que apresentou conhecimento e treinamento suficiente para aplicação dos mesmos.
A aplicação da técnica e a utilização do protocolo escolhido para a pesquisa não apresentou nenhum risco de vida para os participantes, mas caso apresentasse riscos de vida, o participante da pesquisa seria avaliado imediatamente no local do desenvolvimento da pesquisa, onde seria feito os primeiros atendimentos e as medidas emergenciais adequadas ao contexto da situação e logo em seguida encaminhados para a Unidade Básica de Saúde Maria de Fátima I e II, referência no município de Tabuleiro do Norte-Ce, para uma avaliação clínica mais precisa com um médico clínico geral da unidade.
Os resultados, adquiridos durante a pesquisa, foram organizados, tabulados e analisados pelo programa Excel 2013, sendo os resultados apresentados na forma de gráficos, e contrapostos com a literatura nacional e internacional, sobre os assuntos contemporâneos no inquérito científico.
As informações coletadas pelo pesquisador através da entrevista, só foi empregada no protocolo de pesquisa, depois da permissão livre e por escrito do participante. A concordância se deu por meio do registro da assinatura do mesmo no TCLE (APÊNDICE B), sendo deferido aos entrevistados discrição e privacidade de suas identidades, métodos, finalidades e tempo de aplicação. Onde os mesmos puderam optar por não participar do estudo ou desistir a qualquer momento no decorrer da pesquisa, sem sofrer nenhum tipo de dano ou prejuízo.
Os benefícios dessa pesquisa é proporcionar um direcionamento para tal problemática. As informações coletadas têm por objetivo comprovar a eficácia da técnica ventosa terapia em mulheres com lombalgia do município de Tabuleiro do Norte-Ce, mensurar a intensidade da dor lombar, após a aplicação da técnica; avaliar o nível de flexibilidade dessas mulheres, correlacionar os benefícios da técnica com a qualidade de vida no âmbito social e pessoal, analisar os benefícios na recuperação da funcionalidade em suas atividades do cotidiano e trabalhistas e apontar medida educativa e preventiva, no âmbito da fisioterapia, baseado nas políticas públicas, junto ao público alvo da pesquisa. Os riscos da pesquisa se deu pela presença de hipersensibilidade cutânea com formação de edema no local de aplicação da técnica e dor física muscular leve ou moderada durante a realização do teste de flexibilidade.
A presente pesquisa atendeu as normas do Conselho Nacional de Saúde, em consentimento com a resolução 466/12 do Conselho Nacional em Saúde-CNS (BRASIL,2012), passando pela avaliação do Comitê de Ética do Centro Universitário Estácio do Ceará, com número de aprovação 1.993.121.
O termo de consentimento livre e esclarecido deixou o participante consciente de que as informações coletadas foram utilizadas apenas para a pesquisa, que o mesmo poderia desistir a qualquer momento, sendo que suas informações se manteriam em sigilo e o anonimato ficaria preservado no interrogatório.
3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Foi aplicada a técnica ventosa terapia em 30 (trinta) mulheres, seguindo o protocolo de avaliação proposto no inquérito da pesquisa. Os resultados serão apresentados em forma de gráficos e tabelas, seguidas de suas análises e discussões como apresentamos logo abaixo, em relação ao perfil sócio demográfico dessas mulheres.
A dor lombar pode surgir através do processo natural de envelhecimento do corpo humano ao longo dos anos, como também há uma série de agentes que estão diretamente ligados ao surgimento deste sintoma. Entre eles podemos citar os fatores sócio demográfico, comportamental, excesso de cargas e posturas inadequadas (FERREIRA et al., 2011).
Tabela 1- Perfil socioeconômico e demográfico de mulheres com dor lombar. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte-Ce.
N=30
Gênero
Feminino
Idade (ano) 41,36
Estado civil
Solteira 13 (41,33%)
Casada 13 (41,33%)
Divorciada 01 (3,13%)
Viúva 03 (10%)
Escolaridade
Analfabeta 02 (6,66%)
Fundamental incompleto 11 (36,66%)
Fundamental completo 01 (3,33%)
Médio incompleto 03 (10%)
Médio completo 08 (26,66%)
Outros 05 (16,66%)
Religião
Católica 20 (66,66%)
Evangélica 03 (10%)
Protestante 02 (6,66%)
Outros 05 (16,66)
Renda
Até 01 salário 16 (53,33%)
01 a 02 05 (16,66%)
02 a 03 02 (6,66%)
Nenhum 07 (23,33%)
Raça
Branca 01 (3,33%)
Parda 29 (96,66%)
Habitação
Própria 28 (93,33%)
Alugada 01 (3,33%)
Cedida 01 (3,33%)
Com quem mora
Cônjuge 02 (6,66%)
Filhos 06 (20%)
Familiares 19 (63,33%)
Sozinho 02 (6,66%)
Outros 01 (3,33%)
De acordo com os dados obtidos no questionário sócio demográfico, pode-se perceber que a faixa etária que mais acomete mulheres com dor lombar é a partir dos 40 (quarentas) anos, com uma média de 41,36 do total de mulheres avaliadas. Estudos apontam que a prevalência de dor aumenta, conforme aumenta a idade dos indivíduos. E normalmente o pico de prevalência ocorre entre os trinta e cinquenta anos” (KRELING; CRUZ; PIMENTA, 2006). Para Maraschin, Vieira, Leguisamo (2010) apesar da prevalência da dor lombar ocorrer em torno dos 40 (quarenta) anos, ela também pode manifestar seu maior índice em mulheres com idades mais avançadas.
Em relação ao estado civil, tanto as mulheres solteiras como as casadas apresentaram o mesmo percentual para dor lombar. Sendo as solteiras com 41,33% (13 mulheres) casadas 41,33% (13 mulheres) divorciadas 3,13% (01mulher) e viúva 10% (03 mulheres). Em oposição a alguns autores, que apontam um maior índice de dor lombar em mulheres casadas e com baixo nível socioeconômico e de escolaridade (OLIVEIRA et al., 2013).
Conforme a tabela 1, 6,66% (02) das mulheres avaliadas são analfabetas, 36,66% (11) possuem o fundamental incompleto, 3,33% (01) fundamental completo, 10% (03) médio incompleto, 26,66% (08) médio completo e 16,66% (05) outros. A baixa escolaridade é um fator que contribui para o surgimento da dor lombar, segundo Salvetti e colaboradores (2012), ela reflete a realidade brasileira até mesmo nas metrópoles mais desenvolvidas.
Gráfico I- Escolaridade das mulheres avaliadas. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte-Ce.
Pessoas com baixa escolaridade tendem a apresentar um maior índice de dor lombar, pois os indivíduos com grau maior de escolaridade são mais preparados para procurar soluções e resolutividade para o determinado problema (PONTE, 2005; SILVA et al., 2004 apud BENTO; PAIVA; SIQUEIRA, 2009).
Gráfico II – Renda das mulheres avaliadas. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte-Ce.
De acordo com a pesquisa, 53,33% (16 mulheres) possuem renda de até 01 salário mínimo, 16,66% (05 mulheres) tem uma renda de 01 a 02 salários mínimos, 6,66% (02 mulheres) com renda de 02 a 03 salários mínimos, e 23,33% (07mulheres) não possuem nenhuma renda.
Segundo autores, mulheres com baixa renda são mais suscetíveis a sentirem dores lombares, pois geralmente trabalham com maior esforço e com serviços que utilizam posturas inadequadas prejudicando o bom funcionamento musculoesquelético, ocasionando uma má condição em saúde (SALVETI; PIMENTA; BRAGA, 2012).
Nesta tabela pode-se observar que 18 dessas mulheres (60%) possuem alguma doença, e que a mesma quantidade de mulheres faz uso de medicamentos. 21(70%) procuraram o serviço de saúde nos últimos 06 meses, o que determina o cuidado com a sua saúde de forma geral. Muito embora apenas dez delas sejam acompanhadas por algum profissional de saúde e somente 03 (10%) participam de programas de saúde.
Tabela 2: Perfil Clínico das mulheres. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte–Ce.
N=30
Doença
Sim 18 (60%)
Não 12 (40%)
Serviço de Saúde
Sim 21 (70%)
Não 09 (30%)
Medicamento
Sim 18 (60%)
Não 12 (40%)
Atividade Física
Sim 10 (33,33%)
Não 20 (66,66%)
Convívio Familiar
Ótimo 19 (63,33%)
Bom 11 (36,66%)
Atividades de Lazer
Sim 18 (60%)
Não 12 (40%)
Boa Alimentação
Sim 19 (63,33%)
Não 11 (36,66%)
Fuma
Sim 02 (6,66%)
Não 28 (93,33%)
Bebe
Sim 03 (10%)
Não 27 (90%)
Serviço público de Saúde
Sim 30 (100%)
Plano de Saúde
Sim 02 (6,66%)
Não 28 (93,33%)
Acompanhamento Profissional
Sim 10 (33,33%)
Não 20 (66,66%)
Programa de saúde
Sim 03 (10%)
Não 27 (90%)
Estudos apontam que quanto menos as pessoas compreenderem o significado da palavra “saúde”, maior será o índice de pessoas acometidas por doenças crônicas (FERREIRA et al., 2011), pois isso implicará na busca pela prevenção e resolutividade do problema. De acordo com Arcanjo, Valdés e Silva (2008) o objetivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), é manter as pessoas informadas sobre as principais desordens articulares e ósseas que geram dores crônicas e problemas graves de saúde, implicando no bem-estar físico e mental do ser humano.
Gráfico III- Mulheres que praticam atividade física. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte-Ce.
Com relação à prática de atividades físicas, apenas 10 mulheres (33,33%) tem o hábito de se exercitar, o que pode gerar muitos problemas musculoesqueléticos, metabólicos e psicológicos. Segundo Benedetti et al. (2008) a prática de atividades físicas retarda o desenvolvimento de doenças degenerativas crônicas como o Alzheimer e a Depressão. E que a prática regular de exercício por no mínimo três vezes na semana diminui o risco de demência em pessoas idosas.
Como mostra os dados coletados, 100% da amostra utilizam o serviço público de saúde. Para Siqueira, Facchini e Hallad (2005) apud Ferreira et al (2011), a dor lombar é uma das principais causas de procura pelo serviço público de saúde e fisioterapia. Já em relação ao uso de nicotina, apenas 02 mulheres (6,66%) são fumantes. A nicotina é considerada prejudicial para o organismo, ela estimula a produção catecolaminas, substância que desenvolve o aumento da pressão arterial, frequência cardíaca, diminuição da resistência periférica, formação de coágulos e diminuição de oxigênio nos glóbulos vermelhos (CAETANO, 2008).
Com base no estudo realizado por Pinto e Ugá (2010), relatam que o tabagismo foi responsável por grande parte das despesas com internações e quimioterapia fornecidas pelo SUS para os problemas de saúde em 2005. Para Baptista e Matos (2009), pessoas que fizeram uso da nicotina ou que ainda a utilizam, apresentam mais chances de desencadearem dores crônicas.
Das mulheres participantes do estudo 19 (63,33%), tem uma boa relação com seus familiares, sendo um dos pontos fundamentais para desenvolver uma boa qualidade de vida. No que diz respeito às dificuldades encontradas nos relacionamentos com familiares, Cade (2001) apud Arcanjo, Valdés e Silva (2008), o estresse e a insatisfação podem levar a uma perca da motivação para a prática de atividades direcionadas para a saúde.
Como refere-se na tabela 2, 60% (18 mulheres) possuem atividades de lazer. Para Benedetti et al (2008), mulheres desfrutam menos de atividades de lazer devido à redução de tempo disponível, pois desempenham sua função no mercado de trabalho e no lar, relacionando-se também, a cultura de que as mulheres não devem estar presentes em determinados ambientes.
Gráfico IV – Mulheres que participam de programas de saúde. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte-Ce.
Quanto à participação em programas de saúde 10% (03) mulheres estão engajadas nesses programas. O grande índice de dores lombares em jovens deixa-nos vigilantes quanto à necessidade de investimentos em programas de saúde, visando prevenir o agravo dessa sintomatologia e promovendo uma boa qualidade de saúde para esses jovens (SILVA et al., 2011).
Gráfico V- Mulheres que fazem uso de medicação. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte-Ce.
Segundo os achados da pesquisa, 60% (18) mulheres fazem uso de medicação para a redução da dor. Em estudo realizado por Dellaroza et al (2008), a utilização de medicamentos para o tratamento da dor crônica, pode resultar em efeitos colaterais significativos, gerando agravos e afetando ainda mais a saúde dos pacientes. Por esse motivo pode-se evidenciar a importância das técnicas de tratamento não farmacológico da dor, onde os resultados são satisfatórios, além de não causar danos para à saúde de seus usuários (DELLARAZO et al., 2008).
A maioria das mulheres avaliadas 63,33% (19 mulheres) tem uma boa alimentação. O uso de medicamento apropriado, a prática de atividade física diariamente, e uma boa alimentação, aumenta a produção de cálcio no organismo, fortalecendo a musculatura e nutrindo os tecidos, contribuindo assim para a ausência de dores musculoesqueléticas (TRINDADES; RODRIGUES, 2007).
Já em relação ao consumo de álcool, apenas 10% (03 mulheres) fazem uso. De acordo com Montini e Neman (2012), seria um ponto importante para ser analisado, pois o número de estudos sobre o efeito do álcool nas dores crônicas ainda são poucos, muito embora seja citada a eficácia do consumo em pequenas doses, para o alívio das dores e tensões musculares. Já para Leveille et al (2005) apud Sá et al (2009), o uso do álcool possui um maior fator determinante para o surgimento de dor crônica em homens, em relação as mulheres. Sendo necessário um maior número de estudos para fomentar tal discussão.
Em meio a todos esses fatores, observa-se que 70% (21mulheres), procuraram o serviço de saúde nos últimos 06 meses. O que gera uma demanda muito alta aos serviços de saúde públicos e privados. Para Almeida et al. (2008) é um causador de problemas sociais e psicológicos, podendo ocasionar patologias secundárias e dificuldades nas relações pessoais e comportamentais do dia a dia, implicando assim no bem esta geral dessa população.
A Escala Visual Analógica de Dor (EVA), é um método eficaz e seguro para avaliar a intensidade da dor do paciente. Podendo ser utilizada antes, durante e após o tratamento com o intuito de mensurar a intensidade da dor inicial e final do paciente, contribuindo com a evolução do quadro clínico.
Tabela 3. Escala analógica de dor em mulheres com dor lombar. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte-Ce.
Dor inicial N=30
Escore de dor 03 05 06 07 08 09 10
Número de mulheres 01 04 02 08 08 02 05
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Escore de dor 00 01 02 03 04 05 06 07 08
Número de mulheres 05 01 02 03 06 08 03 01 01
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Resultado da Média da Dor
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Dor inicial 7,43
Dor final 3,07
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Diferença 3.73
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É notável na tabela 3, a diferença entre a dor inicial e a final da amostra antes e após a aplicação da técnica ventosa terapia. Inicialmente apresentaram no geral um escore maior de dor (7,43) com diminuição da sintomatologia no resultado final (3,7) fazendo uma média de 3.73 na redução desse sintoma. Apenas duas mantiveram o mesmo escore de dor durante o tratamento e nenhuma das mulheres avaliadas apresentaram um agravo da sintomatologia dolorosa.
A ventosa terapia proporciona relaxamento total da musculatura, relacionando-se à liberação miofascial, liberando todo o tecido e melhorando a amplitude de movimento (ADM) das articulações compostas pelos grupos musculares afetados (PEREIRA et al., 2010).
De acordo com Lorenzetti et al (2006), a ventosa terapia por ser uma técnica da medicina tradicional chinesa, que trabalha o corpo como um todo, quando aplicada em um determinado local, sua eficácia alcança também áreas circunvizinhas como articulações e cadeias musculares, resultando em grande melhora do local da dor com aumento da mobilidade articular.
Com base em estudos de Barcala (2008), percebe-se que um dos principais efeitos do uso da ventosa terapia é a capacidade de renovação do sangue, com o aumento de células brancas e vermelhas, trocando o sangue ácido pelo alcalino ou neutro, deixando-o purificado.
Gráfico VI – Média de dor. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte-Ce.
A diminuição da dor ocorre pelo aumento da circulação local, que está lesionado, enfraquecido, rígido, trazendo para o tecido, nutrientes visando o seu fortalecimento e oxigênio para deixá-lo maleável ao movimento fisiológico executado pelo corpo, sendo considerados fundamentais para a recuperação daquele músculo, ligamento ou articulação acometido por fatores externos (PEREIRA et al., 2010).
Segundo Meirelles, Gonçalo e Sousa (2009), quando o corpo está em perfeito equilíbrio, ele consequentemente estará com saúde, já se houver uma desarmonia entre as passagens de energia e circulação ele adoecerá, devido a diminuição da passagem do fluxo causar a sintomatologia dolorosa no corpo.
Para Fernandes (2011) apud Pereira (2014), a ventosa terapia libera os canais de energia que estão bloqueados, melhorando a circulação sanguínea e a passagem de energias pelo corpo, harmonizando todo o sistema musculoesquelético e o seu interior, gerando alívio imediato da dor, principalmente em casos de dores agudas que promove dificuldades de locomoção, e dos movimentos executados pelas articulações e áreas circunvizinhas.
Além de ser uma técnica que utiliza a analgesia natural do corpo, não oferendo efeitos colaterais para o paciente e podendo ser feito de forma contínua, assim seja necessário (BRANCO et al., 2005).
A flexibilidade é desenvolvida por meio do relaxamento muscular, onde a musculatura é alongada ao máximo melhorando o desempenho das articulações. Quando a musculatura está muito rígida, pode causar dores dificultando a posição correta do alongamento (AGOSTINHO et al, 2016).
Tabela 4. Média da Flexibilidade. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte-Ce.
N=30
Flexibilidade inicial 17,63
Flexibilidade final 12,56
Diferença 5.07
Percebe-se na tabela 4, que a ventosa terapia teve efeito significativo no aumento da flexibilidade das mulheres com sintomatologia lombar, apresentando um escore de 17,63 na flexibilidade inicial e um escore de 12,56 na final, com uma diferença de 5.07 para melhoria desse sintoma.
De acordo com o estudo feito por Agostinho et al (2016), a ventosa terapia proporciona o relaxamento da musculatura trabalhada, nutrindo o tecido, liberando e umidificando as articulações, proporcionando maior liberdade de movimento, gerando estímulos sensoriais e diminuindo o processo doloroso local.
Desse modo, como foi citado por Barcala (2008) é uma técnica de medicina tradicional chinesa, que estimula a corrente sanguínea desobstruindo a circulação e liberando a musculatura, favorecendo a produção do líquido sinovial das articulações, aumentando a amplitude de movimento e contribuindo para uma vida mais confortável.
Gráfico VII- Média de flexibilidade. Amostra 2017; Tabuleiro do Norte-Ce.
Para Livramento et al (2010), quando a musculatura é sobrecarregada por algum esforço repetitivo no ambiente de trabalho, ou por conta de postura inadequada por período prolongado, há uma perca da força muscular gerada pela rigidez local, onde o fluxo sanguíneo é interrompido incapacitando a nutrição e oxigenação dos tecidos, podendo levar a perca da função.
A medicina tradicional chinesa trata essas incapacidades, trazendo o equilíbrio energético para todo o corpo através do aumento da circulação local e subjacente. Do meio externo para o interior dos órgãos, fazendo a comunicação com todo o corpo, possibilitando o alívio imediato dos sintomas (LIVRAMENTO et al., 2010).
Quando ganhamos flexibilidade, consequentemente melhora-se a qualidade de vida dessas mulheres, diminuindo a chance de adquirir problemas psicológicos, melhorando o humor, a ansiedade, trazendo bem está para sua rotina de trabalho e lazer, diminuindo o quadro doloroso (ZAVARIZE; WECHSLER, 2012).
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CONCLUSÃO
Com base no presente estudo, a idade média que mais acomete mulheres com dor lombar é a partir dos 40 anos. Sendo elas em sua maioria casadas 13 mulheres (43,33%) e solteiras 13 mulheres (43,33%). Com ensino fundamental incompleto 11 mulheres (36,66%), católica 20 mulheres (66,66%), e com renda de até 01 salário mínimo 16 mulheres (53,33%).
Inicialmente relataram um nível de dor correspondente a 7,43, avaliadas pela escala visual analógica de dor (EVA). Em seguida, após a aplicação da técnica ventosa terapia na região lombar, as mesmas tiveram uma diminuição desse sintoma para 3,07 do nível de dor, com uma média final de 3,73.
Obteve-se um ganho notável de flexibilidade do tronco, após a aplicação da técnica, com 17,63 de flexibilidade inicial para 12,56 de flexibilidade final, fazendo uma média de 5,07 no ganho total de flexão do tronco.
Diante aos resultados obtidos na pesquisa, constatou-se que a técnica de medicina tradicional chinesa ventosa terapia, desempenha um papel importante no tratamento da dor lombar das mulheres selecionadas para o inquérito científico. Agindo de forma eficácia no alívio imediato das dores e relaxamento da musculatura, melhorando o tônus muscular e amplitude de movimento articular (ADM).
Outro ponto importante foi o aumento da flexibilidade, estimulando a realização das atividades diárias, melhorando a deambulação. Proporcionando as mulheres melhora na qualidade de vida, evitando afastamento do trabalho, possibilitando inserção no mercado, aumentando à autoestima, melhorando o humor e vida social. Transmitindo segurança e realização emocional.
Contudo, vale ressaltar a necessidade de realizar novos estudos sobre tal temática, a fim de aprofundar os conhecimentos sobre o assunto e assegurar a sua eficácia, possibilitando o uso da técnica como forma de tratamento convencional pelo sistema público de saúde, diminuindo assim o uso das medicações contínuas e prevenindo a cronicidade.
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