THE BENEFITS OF HYDROTHERAPY WITH THE HALLIWICK METHOD IN CHILDREN WITH DOWN SYNDROME
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a Deus por ter me abençoado e guiado a chegar até aqui, aos meus pais Audenira Vieira e Antônio Borges por terem me incentivado e lutado junto comigo pelo meu sonho durante esses 5 anos de caminhada acadêmica. OBRIGADA
AGRADECIMENTO
Agradeço aos meus pais que nunca mediram esforço para darem o melhor para mim, por todo apoio, incentivo e por estarem ao meu lado em meios as lutas me dando força, sempre amarei vocês.
Agradeço a todos os meus familiares, amigas e todas as pessoas que de alguma forma ajudou e contribuiu indireta ou diretamente a concluir essa etapa da minha vida.
A minha orientadora professora Natália Gonçalves por todo apoio, atenção, dedicação, paciência e empenho durante toda elaboração desse artigo.
Por fim, quero agradecer a todos meus professores por cada ensinamento, experiências compartilhadas que contribuíram para construção do meu crescimento profissional.
EPIGRAFE
“Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar. (Josué 1:9)”.
Bíblia Sagrada
RESUMO
Introdução: A Síndrome de Down (SD) é uma anomalia cromossômica causada pelo excesso de um cromossomo 21, bastante conhecida por suas características físicas como: face redonda e achatada, mãos curtas e largas, orelhas anormais, tônus muscular diminuído, e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Objetivo: Relatar os benefícios da hidroterapia com o método Halliwick no tratamento fisioterapêutico em crianças com Síndrome de Down. Material e Métodos: Esta pesquisa trata de uma revisão sistemática, cujo os dados foram coletados através do levantamento de artigos no Pubmed, Scielo, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Ciências da Saúde (Lilacs) publicados no período de 2011 a 2021. Resultados e Discussão: O método Halliwick na hidroterapia no tratamento fisioterapêutico é bastante destacado na maioria dos autores pelos ganhos satisfatórios obtidos nas crianças portadores da Síndrome de Down. Considerações Finais: A utilização do método Halliwick na hidroterapia se mostra eficaz na reabilitação dos portadores com Síndrome de Down proporcionado pelos efeitos fisiológicos da água aquecida, oferecendo a adequação do tônus muscular, ganho de equilíbrio, ganho de controle postural, uma melhora da coordenação motora global, melhora da força muscular respiratória, melhora no desenvolvimento das habilidades motoras e na qualidade de vida.
Palavras-chave:, Halliwick, Hidroterapia, Síndrome de Down
ABSTRACT
Introduction: Down Syndrome (DS) is a chromosomal anomaly caused by an excess of chromosome 21, well known for its physical characteristics such as: round and flat face, short and wide hands, abnormal ears, decreased muscle tone, and developmental delay neuropsychomotor. Objective: To report the benefits of hydrotherapy with the Halliwick method in physical therapy treatment in children with Down syndrome. Material and Methods: This research is a systematic review, whose data were collected through a survey of articles in Pubmed, Scielo, Virtual Health Library (VHL) and Health Sciences (Lilacs) published from 2011 to 2021. Results e Discussion: The Halliwick method in hydrotherapy in physical therapy treatment is quite highlighted in most authors for the satisfactory gains obtained in children with Down syndrome. Final Considerations: The use of the Halliwick method in hydrotherapy is effective in the rehabilitation of patients with Down\’s Syndrome provided by the physiological effects of heated water, offering the adequacy of muscle tone, balance gain, gain in postural control, an improvement in motor coordination global, improvement in respiratory muscle strength, improvement in the development of motor skills and quality of life.
Key-words: Halliwick, Hydrotherapy, Down Syndrome
1. INTRODUÇÃO
A Síndrome de Down (SD) é considerada a anomalia cromossômica mais comum entre os nascidos vivos e desencadeia várias alterações, incluindo o retardo do desenvolvimento neuropsicomotor. Diante disso, acaba apresentando características físicas peculiares, como hipotonia generalizada, redução na capacidade intelectual, presença de cardiopatias e maior incidência de infecções respiratórias, alterações posturais, fraqueza muscular, déficit de equilíbrio e coordenação motora (SILVA et al., 2014).
A incidência de Síndrome de Down em nascidos vivos é de 1 para cada 200/800 nascimentos, tendo em média 8.000 nascimentos por ano no Brasil, segundo Silva; Kleinhans 2006, estudo realizado no último ano mostra-nos que existem cerca de 310 mil pessoas portadoras de Síndrome de Down no Brasil. (Jornal Folha Vitória, 2018). A etiologia ainda é associada à elevada idade materna e fatores genéticos. A estimativa de vida de uma pessoa com SD é de cerca de 60 anos para os dias atuais, isso devido ao melhor conhecimento da doença (MATIAS et al., 2016).
Segundo Ribeiro et al. (2017) afirma que as pessoas portadoras da SD apresentam alterações neuromusculares, como diminuição da força muscular; alterações osteo-articulares, frouxidão ligamentar ou deformidades; além de alterações no sistema nervoso, como número reduzido de neurônios e conexões nervosas. Essas alterações desencadeiam um atraso no desenvolvimento motor da criança.
Um recurso terapêutico bastante utilizado é a fisioterapia aquática (FA) com seus efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos advindos da imersão do corpo em piscina aquecida como recurso auxiliar da reabilitação ou prevenção das alterações funcionais. A ação terapêutica da água aquecida acarreta no aumento do metabolismo e na diminuição da tensão muscular, proporcionando assim um ambiente agradável, confortável e relaxante. Além disso, um dos efeitos provocados pela imersão na água, seria o aumento dos níveis de dopamina no sistema nervoso central, que se mantêm por algumas horas após a imersão (SILVA et al.,2013).
A hidroterapia é um método terapêutico que tem como recurso os princípios físicos da água em conjunto com a cinesioterapia, proporcionando vários tratamentos a diversas patologias; a técnica mais indicada para essa anomalia genética é o método Halliwick, que é composto pelo programa dos 10 pontos, abrangendo a adaptação psicomotora, ajuste mental, restauração do equilíbrio, sendo uma atividade recreativa que visa promover uma independência individual para cada paciente dentro e fora da água. (Fonseca 2010, Beck 2009, Bragança 2010.).
Por tanto esse estudo se justifica sobre a importância da fisioterapia em crianças com síndrome de down através da hidroterapia especialmente no início da vida, pois, quanto antes estimulados e assistidos maiores são os ganhos obtidos, visando a redução das disfunções e limitações da patologia, usando também o lúdico para reabilitar e minimizar os atrasos de desenvolvimento neuropsicomotor global da criança para que eles cresçam saudáveis e ativos.
Este artigo tem como objetivo mostrar a eficácia do uso da hidroterapia, destacando o método de Halliwick no tratamento fisioterapêutico em crianças portadores da Síndrome de Down, tendo como ênfase adequação do tônus muscular, além de desenvolver independência e habilidades funcionais proporcionando assim uma melhora na qualidade de vida dos pacientes que apresentam determinadas dificuldades ao longo da vida devido o diagnóstico da patologia.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Definição da Síndrome de Down
A Síndrome de Down (SD), descrita clinicamente pela primeira vez em 1866 por John Langdon Down, é uma disfunção genética causada pela trissomia do cromossomo 21, que leva a uma distribuição cromossômica inadequada durante a fase de meiose. Devido à disfunção genética, os indivíduos portadores da síndrome de Down apresentam, em comum, alguns traços típicos e características. Além disso, os portadores também têm probabilidade de nascer com problemas e/ou alterações congênitas, bem como predisposição ao desenvolvimento de certas patologias. Algumas dessas características e alterações influenciam diretamente o desenvolvimento motor dos portadores (TORQUATO et al., 2013; SOTORIVA E SEGURA, 2013; DÉA E DUARTE, 2009).
A SD corresponde a uma entidade clinica de origem genética, caracterizada por um erro na distribuição dos cromossomos das células durante a divisão celular do embrião, ilustrada na maior parte dos casos pela presença de três copias no cromossomo 21, ao invés de duas. A alteração genética da SD presente desde o desenvolvimento intra-uterino do feto pode ocorrer de três formas: trissomia 21 simples, translocação cromossômica ou mosaicismo. (COELHO, 2016, p. 2; BERTAPELLI, 2011).
Os portadores apresentam diversas características que estão relacionada a frouxidão ligamentar, fraqueza muscular, hiporreflexia, hipotonia, disfunção no controle postural e dificuldade na coordenação. Comumente o diagnóstico é realizado pela aparência facial. De fato, a agregação de sinais discretos é examinada na face dos pacientes que concedem o diagnóstico, principalmente nos recém-nascidos. (SOUZA,2019,p.6; MURPHY, 2017; OLIVEIRA, 2013)
Além disso os portadores da Síndrome de Down apresentam características físicas comuns como: perfil achatado, os olhos amendoados, orelhas pequenas, dedos curtinhos, fissuras palpebrais oblíquas, pescoço curto, ponte nasal achatada, língua protrusão, pescoço curto, baixa estatura, além de desenvolverem algumas alterações cardíacas, complicações respiratórias e principalmente hipotonia muscular.
Crianças com SD demonstram atrasos globais em seu desenvolvimento com reflexos importantes para o desenvolvimento da linguagem e para a aprendizagem escolar. Esses atrasos globais relacionam-se a alterações do desenvolvimento motor, cognitivo, linguístico, social e de autocuidados. As disfunções associadas podem interferir na aprendizagem motora dessas crianças, tornando-as vulneráveis ao conhecimento, à hipotonia está bastante associada aos atrasos motores, abrangendo retardos da motricidade fina e global. (LAMÔNICA; FERREIRA-VASQUES, 2015, p.2; SOUZA, 2019, p 8; CHIVIACOWSKY, 2013).
2.2 Abordar os benefícios da hidroterapia em crianças com Síndrome de Down
A atuação da Fisioterapia Aquática juntamente com os benefícios dos princípios físicos da água, garantem os efeitos terapêuticos necessários para a reabilitação neurológica como a normalização da tonicidade, melhorando a sensibilidade, a noção do esquema corpóreo, espacial e da propriocepção, facilitando as reações de correção de posturas antálgicas e da aquisição das habilidades motoras, promovendo suporte e auxílio no desenvolvimento da coordenação dos movimentos, facilitando o equilíbrio e a proteção, quando associadas com técnicas apropriadas desta especialidade. (PRADO, 2019, p. 11).
Com a imersão em água aquecida (ideal em torno de 32°- 34°C), em uma piscina que atenda todos os requisitos mínimos de segurança e adequação ao paciente, muitos efeitos poderão ser obtidos: como a redução do limiar de dor, a diminuição do grau de edema de extremidades, a correção em certas alterações de marcha e as disfunções posturais, aumento da mobilidade e flexibilidade articular, o fortalecimento e a resistência muscular poderão ser alcançados sem gerar sobrecarga nos membros inferiores, aumentando a resistência cardiorrespiratória, a evolução de habilidades diminuídas e também a interação social do paciente. (PRADO, 2019, p. 13).
As crianças com Síndrome de Down possuem incapacidades motoras na qual possuem aumento da probabilidade de desenvolver deficiências decorrentes da sua habilidade limitada em explorar o ambiente, consequentemente a criança apresentará atraso no desenvolvimento neuropsicomotor devido à imaturação nervosa e a não mielinização das fibras o que acaba dificultando as funções cognitivas. O atraso motor consiste na diminuição da força dos músculos que potencializa a incapacidade musculoesquelética, assim ocasionando limitações nos marcos iniciais da motricidade e por seguinte no funcionamento motor (RIBEIRO et al, 2011).
As dificuldades de equilíbrio causam limitações nas habilidades funcionais dos indivíduos com SD, como, por exemplo, vestir-se sozinho, participar de jogos, brincadeira escolares, deambular, subir e descer escadas, sendo, portanto, necessárias intervenções precoces para melhorar a independência desses indivíduos. As crianças com SD possuem afinidade natural com a água, sendo fundamental utilizar o ambiente ao máximo para melhorar o seu desenvolvimento psicomotor (MATIAS et al, 2016).
A hidroterapia vem cada vez mais se destacando no tratamento complementar em indivíduos com Síndrome de Down, segundo Janaina et al (2011) é importante, pois promove a liberdade dos movimentos, e aumenta a sociabilização, sendo representada por um ambiente agradável e rico em estímulos, auxiliado por atividades lúdicas envolvidas por objetivos terapêuticos.
2.3 Apresentar os efeitos terapêuticos proporcionados pelo método Halliwick na hidroterapia como tratamento fisioterapêutico;
O método Halliwick que foi desenvolvido em 1949 na Halliwick School for Girls, em Southgate, Londres. MC Millian foi o criador da técnica, tendo como principal objetivo proporcionar momentos de inteira independência no ambiente aquático podendo ser utilizado em qualquer pessoa que apresente dificuldades físicas ou de aprendizado. Esse método é baseado nos princípios da hidrodinâmica e da mecânica corporal enfatizando as habilidades dos indivíduos na água ao invés das suas limitações além de ser recreativa.
Silva et al (2018) aborda em seu estudo um outro recurso comumente utilizado no tratamento de crianças com SD, a hidroterapia. Segundo o autor as propriedades específicas da água como pressão hidrostática, força de flutuação, viscosidade e fluxo turbulento promove o estímulo do sistema sensório-motor, que resulta em um feedback sensorial no qual adequa o controle neuromuscular e, consequentemente o equilíbrio postural. O autor deu ênfase que a pratica de hidroterapia especificamente o método Halliwick em crianças com síndrome de down mostrou uma melhora no controle motor, ganho da independência funcional e aprendizado sensorial e cognitivo.
O método de Halliwick propicia o ganho de força muscular, dando mais mobilidade, melhora a autoestima, a autoconfiança, controlando o equilíbrio, adequação do tônus muscular, auxiliando no desenvolvimento motor, adquirindo independência na água, onde consecutivamente terá uma melhora na qualidade de vida, em respeito na adequação do tônus. (Lima Katellen, Meija Dayana 2011).
O Halliwick é composto pelo programa de dez pontos, que envolve a aprendizagem psicomotora, ajuste mental, restauração do equilíbrio, inibição e facilitação, atualmente o programa se constituiu de onze pontos, pois na década de 90 foi incluída a rotação sagital, mas é conhecido pela denominação original. (Fonseca etal, 2010).
O programa dos 10 pontos cujo tratamento tem etapas como:
1 – Ajustamento mental que é a adaptação ao meio liquida de forma que a confiança na água possa ser estabelecida;
2- Desprendimento é o meio pelo qual o nadador se torna mental e fisicamente independente;
3- Rotação vertical implica no movimento em torno do eixo transversal do corpo; onde vai ter a mudança da posição deitada para a em pé;
4- Rotação lateral é o movimento em volta da coluna vertebral, aplicando o rolamento de decúbito ventral para decúbito dorsal;
5- Rotação combinada seria a combinação das duas anteriores sendo realizada em um único movimento;
6- Empuxo se potencializa pela compressão de força de flutuação da água;
7- Equilíbrio onde o nadador é capaz de manter a posição do corpo enquanto flutua com descanso; fazendo pequenos ajustes quando se há turbulência;
8- Deslize turbulento se pontua quando o nadador flutua sendo levado através da água pela turbulência criada pelo fisioterapeuta;
9- Progressão simples efetivada pelo nadador quando o mesmo realiza movimentos das mãos junto ao corpo, denominado como “Sculling” propriamente com significado de remadas curtas,
10- Abordado o último e não menos importante a braçada básica sendo acarretados com o nadador em decúbito dorsal, os braços são movimentados de forma lenta e amplamente sobre a água.
O programa de 10 pontos é um processo de aprendizagem programado para facilitar a execução da fisioterapia no ambiente aquático proporcionando independência e liberdade com atividades em grupos e de forma lúdica com jogos motivando o paciente e favorecendo a interação social e melhorando sua capacidade funcional em geral.
2.3.1 Método lúdico
As propriedades físicas da água como turbulência, pressão hidrostática, empuxo, viscosidade e tensão superficial viabilizam que os movimentos dos indivíduos se tornem mais lentos, proporcionando desta forma, que sua reação seja mais eficaz, gerando ao indivíduo um tempo menor para estabelecer respostas e reação ao desequilíbrio. O lúdico utilizado nos exercícios aplicados estimularam o interesse e a participação na realização dos exercícios por tempo maior, gerando assim, alterações no sistema neural, aumentando a capacidade funcional do cérebro na organização e processamento de informações sensoriais, estimulando o desenvolvimento motor (MATIAS etal.,2016).
O lúdico pode ser utilizado durante as sessões de hidroterapia da crianças com atividades recreativas fazendo a socialização dela com outras crianças, estimulando o seu desenvolvimento cognitivo, físico, mental, e social. Além do trabalho de fortalecimento e equilíbrio muscular e postural realizado através da turbulência da água, e a normalização de tônus muscular com exercícios resistidos contra a flutuação e a viscosidade da água. O simples fato de estar em imersão em ambiente aquecido,as atividades dinâmicas potencializam a reabilitação, e estimulo ainda maior ao paciente a realizar o exercício com mais vontade obtendo um melhor resultado final.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa trata de uma revisão sistemática do tipo exploratório e quantitativo com seleção de artigos em bases de dados eletrônicas: PEDro (Physiotherapy Evidence Database), PubMed (Public Medline or Publisher Medline), SciELO (Scientific Electonic Library Online), Lilacs (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS).
De inicio para realização deste estudo foram encontrado 30 artigos. Depois de analisados foram selecionados apenas 20 e excluídos 10 por não serem referentes ao ano de 2011 a 2021 ou por não se enquadrarem no enfoque proposto do presente trabalho.
Como critérios de inclusão foram adotados: artigo original, que tivesse como objetivo avaliar os benefícios proporcionados na hidroterapia com o método halliwick no tratamento fisioterapêutico em crianças com SD; publicados entre os anos de 2011 a 2021.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Existem diversos tipos de métodos utilizados na hidroterapia, mas o método de Halliwick vem se destacando cada vez mais no tratamento neurológico, pois segundo Fonsêca et al, (2010), o principal objetivo desse método é proporcionar momentos de inteira independência no ambiente aquático. Pode ser utilizado em qualquer pessoa que apresente dificuldades físicas ou de aprendizado. A terapia deve enfatizar as habilidades do paciente e não suas limitações.
Braga et al. (2019) abordam, em seu estudo, o uso da hidroterapia em pacientes com Síndrome de Down que melhorara a força muscular respiratória de forma significativa, e, corroborando com mesmos autores, Polese (2012) aborda, em seu estudo, que o uso da hidroterapia aumentou a força muscular de alguns grupos musculares, como o membro inferior, superior e, principalmente, a musculatura respiratória e que os resultados podem ser aceitos, em parte, como base para a prática clínica, uma vez que a hidroterapia pode ser um meio lúdico para tratamento de pacientes com SD, desencadeando resistência devido à turbulência e, assim, permitindo o fortalecimento muscular. É citado que a hidroterapia é um método que, além de proporcionar melhorias físicas, aperfeiçoa, também, a parte psicossocial e mental nos portadores de SD.
Silva et al (2018) aborda em seu estudo um outro recurso comumente utilizado no tratamento de crianças com SD, a hidroterapia. Segundo o autor as propriedades específicas da água como pressão hidrostática, força de flutuação, viscosidade e fluxo turbulento promove o estímulo do sistema sensório-motor, que resulta em um feedback sensorial no qual adequa o controle neuromuscular e, consequentemente o equilíbrio postural. Em seu estudo o autor evidenciou que, com a pratica da hidroterapia, especificadamente o método Halliwick, crianças com SD apresentam uma melhora no controle motor, independência funcional, aprendizado sensorial e cognitivo..
Pode-se constatar ainda os benefícios do método de Halliwick no estudo de caso de Garcia (2010a), com uma criança com SD de 1 ano e 8 meses no setor de hidroterapia, baseados na hidrocinesioterapia e o método de Halliwick. O protocolo de exercícios foi realizado de 30 a 40 minutos com objetivos de fortalecimentos muscular global, controle postural e equilíbrio. As principais atividades realizadas foram retirar e colocar a criança na água, rotação vertical e longitudinal, turbulência, batidas de pernas dorsal e ventral, saltos e treinos de marcha. Concluindo que os exercícios realizados foram positivos para o desenvolvimento motor de uma criança com SD.
Já o desenvolvimento motor analisado por Toble (2013) verificou que a terapia realizada em ambiente aquático apresentou uma pontuação mais elevada, fortalecendo os músculos do tronco, aperfeiçoando o controle de tronco do indivíduo e o autor também enfatizou a importância de o trabalho fisioterapêutico ser iniciado de forma imediata, ou seja, ainda lactente, contribuindo assim para maior ganho das respostas sobre seu envolvimento.
Através das citações dos autores acima foi possível concluir sobre os resultados positivos que foram obtidos nas crianças portadores da Síndrome de Down que passaram pelo tratamento fisioterapêutico da hidroterapia com método Halliwick trazendo melhorias para esses pacientes terem uma melhor qualidade de vida.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através desta pesquisa foi entendido que os portadores da síndrome de down apresentam caraterísticas físicas comuns que precisam ser trabalhadas desde cedo, por isso é fundamental a intervenção fisioterapêutica com estimulados precoces minimizando os efeitos negativos da própria disfunção genética. Na hidroterapia com as propriedades físicas da agua como viscosidade, pressão hidrostática, empuxo e fluxo turbulento auxiliam no tratamento dessas características físicas.
Conclui-se com esse presente estudo que a utilização da hidroterapia com método Halliwick é uma das técnicas mais aplicadas nesta área e se mostra eficaz no conceito de adequação de tônus muscular, ganho de força muscular associada a resistência da água, melhora das habilidades motoras, melhora da estabilidade postura, melhora de equilíbrio e também melhora do desempenho da criança nas atividades funcionais. Com esse método podemos dizer que favorece a criança na relação da socialização, no seu emocional e melhora na qualidade de vida.
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