O USO DE JOGOS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISMO E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10065388


 Solange Oliveira Dourado1
Júlia Marta de Aquino2
  Emerson Júlio Sampaio da Cruz3


RESUMO

A temática em questão tratará de um estudo sobre o uso dos jogos na prática pedagógica de crianças com transtorno espectro autismo e deficiência intelectual, uma vez que uso de recursos pedagógicos facilita o ensino e aprendizado dos alunos com TEA e deficiências, onde são considerados transtornos do neuro desenvolvimento, diante do exposto nota-se a necessidade de estudar a temática promovendo estratégias que melhorem o aprendizado dos mesmos, os objetivos do estudo e verificar a atuação profissional do professor com crianças com transtorno do espectro autismo e deficiência intelectual, compreendendo os jogos pedagógicos que melhorem o ensino e aprendizado. A pesquisa é de extrema relevância uma vez que é necessário preparar profissionais educacionais que auxiliem os alunos com esses tipos de transtorno para conviverem  socialmente e educacionalmente. Com isso, se observa a relevância do estudo de realizar pesquisas para compreender o assunto, apresentando ações que melhorem as condições dos alunos com tais especificidades. Sendo um tema expressivo que merece um olhar dos professores, garantindo o acesso educacional de qualidade, a importância para a comunidade acadêmica serve como acervo bibliográfico para as demais pesquisas.  A metodologia utilizada na pesquisa surgiu mediante levantarmos obras bibliográficas, livros e revistas científicas, onde foi realizado um estudo do assunto escolhido, quanto à abordagem realizada da pesquisa foi de natureza qualitativa. No entanto, o estudo é necessário para incluir o aluno no ambiente escolar, onde o professor irá aplicar ferramentas pedagógicas que melhorem o ensino e aprendizado da criança autista e com deficiência intelectual. 

PALAVRAS-CHAVE: Jogos, Prática pedagógica, TEA, deficiência intelectual

1 INTRODUÇÃO

O trabalho proposto visa trazer um estudo sobre o uso dos jogos na prática pedagógica de crianças com transtorno do espectro autismo e deficiência intelectual, diante da temática proposta notou-se que é necessário que faça o uso de jogos que venham interferir diretamente na vida dos alunos com especificidades, através de estudos levantados por diversos autores se tornou possível à compreensão da importância do estudo da citada temática, uma vez que se observa que ao longo dos anos, existem mais crianças com TEA e deficiência intelectual e a partir de estudos, que os profissionais da educação poderão interferir melhorando o ambiente educacional do aluno. 

Cabe ressaltar que o tema demonstra a importância do estudo aprofundado sobre o TEA e deficiência intelectual, onde o uso dos jogos pedagógicos desenvolvem o ensino e aprendizado da criança. Diante do estudo exposto, evidencia-se a necessidade de empreender um estudo sobre o uso dos jogos e compreender de que forma ele irá auxiliar o aluno no que se refere ao desenvolvimento escolar. 

Entretanto, tem-se evidenciado que os professores não tem conhecimentos de muitos transtornos que permeiam os alunos no âmbito escolar e com isso, terminam tirando conclusões precipitadas impedindo de favorecer a continuidade de oportunidades e desenvolvimento de habilidades dessas crianças com transtorno e deficiência intelectual. 

A temática escolhida partiu diante de questionamentos que permeiam o campo educacional, bem como também a dificuldade e falta de conhecimento sobre o assunto. Evidencia-se que a partir de jogos pedagógicos a crianças com tais especificidades possam desenvolver-se de maneira saudável, tendo acesso a direitos educacionais. Tanto o TEA quanto a deficiência intelectual são considerados transtornos do neuro desenvolvimento e geralmente aparecem na fase infantil, sendo de características a partir de déficit de desenvolvimento que implicam no âmbito emocional, educacional, familiar e psicológico.  

Cabe ressaltar que os alunos com transtorno do espectro autismo e deficiência intelectual, precisam de auxílio de profissionais educacionais que viabilizem ferramentas ou uso de recursos pedagógicos que promovem o acesso ao ensino de forma efetiva, assim sendo, o professor precisa primeiramente conhecer a temática para assim promover ações estratégicas, usando recursos pedagógicos necessários para o desenvolvimento da criança, favorecendo um ensino de qualidade independente do transtorno ou deficiência apresentada. 

Desta forma, o objetivo principal da citada pesquisa, aponta um estudo sobre o uso de jogos na prática pedagógica de crianças com transtorno do espectro autismo e deficiência intelectual, verificando a atuação profissional do professor com crianças com transtorno do espectro autismo e deficiência intelectual, compreendendo quais são os jogos pedagógicos para crianças com TEA e deficiência intelectual. 

Conforme aborda o estudo a pesquisa é de extrema relevância uma vez que é necessário preparar profissionais educacionais que auxiliem os alunos com esses tipos de transtorno auxiliando-os a conviver socialmente e educacionalmente, tendo acesso a todos os direitos que concerne nas legislações que amparam o direito e acesso gratuito a educação. Com isso, se observa a necessidade de desenvolver diversas pesquisas que sirvam para compreender o assunto, apresentando ações que melhorem as condições dos alunos com tais especificidades. 

Contudo, no que se refere à relevância da pesquisa nota-se que é decorrente ser um tema expressivo que merece um olhar dos professores, preparação para garantir o acesso educacional de qualidade, como também o interesse pelo tema servindo como conhecimento para profissionais, demonstrando ferramentas pedagógicas dentro do ambiente escolar, facilitando o ensino e aprendizado dos alunos, alcançando seu desenvolvimento e empenho. No que se trata a importância para a comunidade essa temática serve de esclarecimentos para saber como tratar uma criança com TEA e com deficiência intelectual. Deste modo, a importância para a comunidade acadêmica serve como acervo bibliográfico para as demais pesquisas. 

A metodologia utilizada na pesquisa surgiu mediante levantamentos de obras bibliográficas em livros e revistas científicas, onde foi realizado um estudo do assunto escolhido, quanto à abordagem realizada da pesquisa foi de natureza qualitativa. 

Quanto à divisão da pesquisa está subdividida em três tópicos onde o primeiro tópico abordará sobre o uso de jogos na prática pedagógica de crianças com transtorno do espectro autista e deficiência intelectual, onde trata um breve relato explanando como o uso de jogos pode melhorar o ensino e o aprendizado dos alunos com tais especificidades. O tópico dois trará considerações sobre a atuação do professor com crianças com TEA e deficiência intelectual. O tópico três abordará sobre os jogos pedagógicos para crianças com transtornos e deficiências. Assim, esse tópico irá propor uma breve abordagem sobre os jogos explicando a importância do uso nas práticas pedagógicas. 

2. O USO DE JOGOS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISMO E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL.

O capítulo II irá abordar sobre o uso de jogos na prática pedagógica de crianças com transtorno do espectro autismo e deficiência intelectual, sendo assim, irá propor um importante estudo sobre a importância da utilização desses jogos para o desenvolvimento físico e intelectual do aluno, independente de qualquer especificidade.

Entretanto, cabe ressaltar que Lei n.º 13.146 de julho de 2015, assegura o acesso e garantia ao ensino aos alunos com TEA ou deficiência intelectual dentre outras. Dispondo sobre os direitos necessários para que o discente tenha acesso a todos os benefícios requerentes a sua condição especial. 

 2.1 ESTUDO SOBRE O USO DE JOGOS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISMO E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL.

O tema demonstra uma grande relevância por ser tratar do uso de jogos na prática pedagógica de crianças com transtorno do espectro autista, e com deficiência intelectual, assim se observa que o desenvolvimento deste aluno está ligado diretamente à inclusão no meio social, como também no ambiente escolar de ensino regular independente da condição promovendo o acesso à educação de qualidade. Dessa forma a escola deverá contar com profissionais preparados para trabalhar com alunos com TEA e deficiência intelectual, incluindo-os na sala de aula. 

De acordo com o disposto na Lei n.º 13.146 de julho de 2015, na qual propõe sobre a inclusão de pessoas com deficiências, o artigo 27º acorda que institui o direito à educação e acesso do aluno com deficiência, desenvolvendo tanto habilidades sociais e físicas, quanto educacionais. Diante disto, a família, comunidade e Estado devem promover ações eficazes capaz de inserir o aluno na escola, e contribuindo com a participação da família. 

Para o autor: 

[…] esses alunos não podem apenas contar com oportunidades semelhantes, mas devem ter seus direitos iguais e garantidos como seres humanos e participantes das diferentes esferas sociais. Sendo assim, devem receber condições diferenciadas de desenvolvimento e educação, possibilitando maior dignidade para sua existência e vivência cultural (GARCIA, 2012, p.81).

A respeito deste assunto Garcia (2012), aponta que independente de qualquer deficiência os alunos com TEA e com deficiência intelectual deve fazer parte de esferas sociais, sendo capaz de realizar diversos tipos de oportunidades tendo seus direitos garantidos, onde deverá ter acesso igualitário e gratuito e caso seja necessários receber condições especiais para o desenvolvimento integral e saudável. Os jogos são facilitadores de aprendizado uma vez que favorece o aluno criando possibilidades novas de aprendizado. 

Conforme aponta o autor “é nisto que a escola deve centrar sua atenção: como se podem criar possibilidades de aprendizagem no contexto escolar, interpondo uma substancial mudança de foco, onde as dificuldades não são aprendidas simplesmente como fatores inerentes à condição biológica” (OLIVEIRA, 2012, p.18).

Entretanto, cabe ressaltar a necessidade da escola ter uma parceria com a família, promovendo ações estratégicas, criando possibilidades de aprendizado.  Nota-se que no que se refere à educação é considerado um processo devendo acontecer à evolução do aluno independente da condição de autismo e deficiência intelectual que a criança tenha, a escola têm como papel ofertar um ensino inclusivo e de qualidade trazendo oportunidades para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem.  Porém a escola só será inclusiva se prestar serviços educacionais com trabalho de uma equipe multidisciplinar para a realização de ações comprometidas com a inclusão.  

Ainda de acordo com Oliveira (2012), o educacional é de extrema importância na vida dos alunos, sendo necessário que o professor venha proporcionar aprendizagens significativas, fazendo com que participe do grupo social e escolar.  

Ressalta-se, porém que a inclusão é de extrema importância por ser tratar de uma questão necessária dentro do ambiente escolar, através da inclusão que o aluno se desenvolva em um ambiente educacional propício para ter uma aprendizagem significativa, favorecendo as habilidades e potencialidades que visem à mudança na vida escolar, à educação é um importante processo que visa favorecer a autonomia do estudante fazendo com que o mesmo faça parte do ambiente escolar. Tanto o TEA quanto a deficiência intelectual deverá ser trabalhada por profissionais da educação em ambientes de aprendizes permitindo ao aluno o compartilhamento de novas experiências. 

O autor denota em suas reflexões: 

A presença de alunos com deficiência intelectual em ambientes comuns de aprendizagem é uma conquista da escola brasileira e poderá nos permitir reconhecer as suas possibilidades de compartilhar experiências educacionais significativas, capazes de destacar a dimensão constitutiva da escola para o desenvolvimento humano, através da construção de espaços mistos de aprendizagem. Cabe ao meio escolar se organizar para explorar as esferas da atividade simbólica, num processo dialógico, para possibilitar as transformações do funcionamento intelectual, para todos, ou seja, alunos com e sem deficiências (SÃO PAULO, 2008, p. 27).

Desta forma, compara-se o ensino educacional com um compartilhamento de vivências educacionais que promove a construção do aluno tanto com TEA e deficiência intelectual. Com isso, a escola deve se organizar e mediante de um trabalho ajudar o estudante com especificidades a se desenvolverem no meio escolar mediante a construção de conhecimentos sendo realizados através do professor. Diante do uso de jogos pedagógicos se torna mais fácil o processo prático vivencial do aluno, favorecendo a inclusão social no meio escolar. 

Ainda de acordo com São Paulo (2008), entende-se que antigamente os alunos com deficiência intelectual não frequentavam a escola, e hoje como um grande marco na história eles estão inseridos na sala de aula, compartilhando momentos e acontecimentos rotineiros, sendo capazes de desenvolver habilidades, conhecendo efetivamente as capacidades e fazendo parte de uma educação construtiva, possibilitando transformações intelectuais. 

Assim sendo, referente á: 

A deficiência intelectual é comum entre pessoas com transtorno do espectro autista. Sua investigação pode ser complicada por déficits sociocomunicacionais e comportamentais, inerentes ao transtorno do espectro autista, que podem interferir na compreensão e no engajamento nos procedimentos dos testes. Uma investigação adequada da função intelectual no transtorno do espectro autista é fundamental, com reavaliação ao longo do período do desenvolvimento, uma vez que escores do QI no transtorno do espectro autista podem ser instáveis, particularmente na primeira infância (DSM-5, 2014, p. 40).

Cabe ressaltar que a deficiência intelectual ocorre em pessoas que também têm  TEA e observa-se a necessidade de fazer uso de ferramentas pedagógicas que melhorem o aprendizado do aluno, portanto o professor deve promover o acesso do aluno a jogos na sala de aula, e com isso favorecer o ensino e aprendizado, desenvolvendo a capacidade cognitiva do discente. 

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) N.º 9.394 / 96, dispõe que a educação é um direito de todos e o acesso deverá ser gratuito. Assim sendo, nota-se que essa legislação pertinente denota a necessidade de incluir os alunos com TEA e com deficiência intelectual, uma vez que o aluno deverá ter acesso gratuito a um ensino de qualidade. No que se refere a inclusão ela e parte do ambiente escolar para inserir o aluno com especificidade, e se preciso for a escola devera ofertar um atendimento educacional especializado ao aluno com TEA e com deficiência intelectual.  Nota-se que a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015), em seu Art. 27 que a educação é um direito da criança com deficiência sendo assim, o aluno é amparado por lei. (BRASIL, 2015).

Ressalta-se ainda que a educação é de suma importância para a criança, assim como estabelece no Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), que toda criança tem direito a proteção integral, tendo acesso à saúde, educação, alimentação e todos os direitos inerentes à pessoa humana. Esse direito é assegurado também na Constituição Federal (1988), e Lei de Diretrizes e Base da Educação (1996), em consonância com todas as legislações se observa que a educação deverá ser promovida para todos os cidadãos, facilitando o ensino e aprendizado, alcançando o desenvolvimento educacional social e físico. 

De acordo com Braga e Xavier (2013, p. 36), com relação a que se refere ao atendimento educacional especializado: 

 […] o AEE visa transpor barreiras, proporcionando o desenvolvimento daquilo que impõe limitações, saindo do “não saber” para o “saber”, do “incapaz” para o “capaz”, tornando possível a inclusão de fato e de direito de todos, mediante mudanças metodológicas e organizacionais no sistema educacional.

Relacionado ao Atendimento Educacional Especializado, nota-se a necessidade que os profissionais visem propor ações e estratégias interventivas que auxilie o aluno com TEA e com deficiência intelectual, auxiliando na inclusão de todos os alunos com transtornos ou deficiências sendo capaz de ter um bom desempenho escolar, assim outro ponto a ser tratado e que verificasse a necessidade do AEE, para essas crianças proporcionando situações propícias para o desenvolvimento do mesmo. 

Cabe ressaltar que diante de todos os estudos apresentados nota-se que o uso de jogos é relevante para melhorar o conhecimento e aprendizado do aluno com TEA e com deficiência intelectual. Para afirmar no que se refere ao ensino do educando com necessidades especiais a LDB (1996), aponta que: 

especiais: I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização especifica, para atender ás suas necessidades; III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos na classe comuns; V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível de ensino regular (LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996)

Conforme a LDB (1996), ressalta a necessidade de professores capacitados que assegurem o acesso dos alunos com transtornos e deficiências atendendo diretamente a necessidade destes com recursos educativos que nesse caso seria considerado o uso de jogos para auxiliar a criança, tendo acesso a uma educação de qualidade, onde possa desenvolver as habilidades. 

Portanto, os jogos na educação especial tem um papel primordial na vida de educandos com TEA e com deficiência intelectual, onde se faz necessário que profissionais da educação se qualifiquem e que trabalhem diretamente com crianças com diversidade de transtorno e após o educador desenvolver jogos promovam um melhor desempenho do aluno. 

3. ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO PROFESSOR COM CRIANÇAS COM TEA E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL. 

 O professor deve buscar a qualificação especialmente para lidar com alunos com transtornos e deficiências intelectuais promovendo estratégias que viabilizem o ensino do aluno, diante das necessidades cada vez apresentada no ambiente escolar, onde muitos profissionais não sabem quais ações são eficazes ao se deparar com a criança com TEA e com deficiência intelectual, devendo realizar adaptações curriculares e socializar o aluno na escola, incluindo o aluno autista e com deficiências, alcançando as necessidades urgentes, favorecendo o aprendizado e ao mesmo tempo incluindo nos ambientes escolares. 

Com isso, o professor da educação especial: 

Nos casos de indivíduos com TEA, a ampla variação da expressão sintomática requer a obtenção de informações que ultrapassem, em muito, o diagnóstico categorial tais como nível de comunicação verbal e não verbal, o grau de habilidades intelectuais, a extensão do campo de interesses, o contexto familiar e educacional e a capacidade para uma vida autônoma. (BRASIL, 2015, p. 39)

É necessário que a criança com esses tipos de transtornos e com TEA, necessitam ter um diagnóstico para que o professor possa  ajudá-lo a ser inserido no ambiente escolar. Porém o que se observa na atualidade é outra realidade , pouco investimento em profissionais especializados na área de educação especial, entretanto, a escola tem um papel importante na vida das crianças, observa-se a necessidade do professor se qualificar e buscar conhecimento da área da educação especial. O autor traz a reflexão que “É fundamental pensar na escola como lócus de formação docente, pois é um espaço que possibilita a construção de mudanças nas práticas pedagógicas, no currículo, no ensino e na aprendizagem dos alunos” (CUNHA, 2013, p.19).

Ainda de acordo com Cunha (2013), é na área educacional que o professor aplica o saber profissional investiga situações que estão no ambiente escolar buscando compreender o aluno, verificando se este tem alguma especificidade e quando busca qualificação, a partir do momento que compreende a criança abre caminhos facilitando o aprendizado do mesmo especialmente com os estudantes com TEA e com deficiência intelectual, onde o papel principal do professor é viabilizar o conhecimento buscando a inclusão deste. 

Para Baptista (2011a, p. 13) demonstrar que: 

No que se refere ao conceito AEE, defendo uma prática do educador especializado que não se restrinja a um espaço físico e não seja centralizado em um sujeito a ser ‘corrigido’, mas que seja uma ação plural em suas possibilidades e suas metas, sistêmica ao mirar (e modificar) o conjunto de relações que contribuem para a estagnação do sujeito e sua provável dificuldade de aprendizagem e desenvolvimento. É possível que tenhamos que problematizar o AEE como sinônimo de ação pedagógica em educação especial.

Conforme apontam as considerações do autor o atendimento educacional especial se faz necessário para conhecimento do educador da deficiência ou do transtorno que está acometendo o aluno, onde se verifica a necessidade de ter o conhecimento para então promover ações que inclua o aluno no ambiente escolar, trabalhando na dificuldade de aprendizado do mesmo, promovendo efetivamente o acesso educacional especializado onde o professor irá propor ações que melhorem a situação da criança buscando o desenvolvimento como um todo.  

4. JOGOS PEDAGÓGICOS PARA CRIANÇAS COM TEA E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL. 

Os jogos pedagógicos são de extrema importância no campo educacional especificamente no desenvolvimento de habilidades das crianças com TEA e deficiência intelectual, assim entende-se que o jogos é uma atividade lúdica que proporciona ao aluno socialização desenvolvendo hábitos de convivência, e através do jogos o aluno aprende a controlar impulsos e sentimentos, tendo uma convivência saudável com os demais, sendo mais participativo. 

Conforme reflexões do autor: 

O jogo é fundamental na construção deste molde, porque auxilia a obtenção do insight (a satisfação que a gente sente quando de repente aprende ou compreende o que estava confuso); fornece ambiente social tangível para a descoberta e experimentação; ensina as crianças que elas podem soltar suas defesas e continuar protegidas. (FERREIRA, 2001, p. 22)

O jogo é considerado peça fundamental para melhorar o aprendizado do aluno com TEA e com deficiência intelectual, auxiliando na socialização do aluno, concretizando propostas necessárias para desenvolver habilidades, trazendo um ambiente associável ao aluno, contribuindo com o ensino. Diante disso, se observa a necessidade do uso de jogos pedagógicos na sala de aula, porém a falta de preparo de professores tem dificultado o ensino na escola. Os jogos são uma forma divertida e lúdica, além de ser considerada uma ferramenta primordial para promover a aprendizagem de forma divertida. 

O que diz o autor sobre isso: 

Ao levar o lúdico para as escolas está se promovendo algo diferenciado que ajuda os alunos a resgatar o prazer, mudar sua visão de escola e dar um novo sentido ao processo de aprendizagem, pois trabalhar com as emoções, além de contribuir na concretização de propostas cognitivas que levam a construir conceitos e dominar habilidades, pode transformar as metodologias do ensino. Assim, os jogos, os brinquedos, as brincadeiras e as dinâmicas são ferramentas indispensáveis para a criação de um ambiente criativo, diferente, inovador e significativo. (SANTOS, 2010, p.12).

Entretanto, o uso de jogos além de auxiliar no aprendizado do aluno, ajuda a criança a ser participativa, se divertir de forma lúdica, uma vez que busca atender as necessidades dos estudantes com autismo e deficiência intelectual. Assim sendo, eles passam a ter prazer em ir para a escola, participando de um ambiente criativo, e significativo na vida dos educandos. Quando se trata de jogos, nota-se que é uma ferramenta imprescindível para trabalhar com alunos com dificuldades em aprendizagem, porém de forma divertida e lúdica. 

Marchesin, (2018, p.44):

As crianças que apresentam necessidades educativas especiais devem ser primeiramente incluídas na sala de aula, tem os mesmos direitos que as demais crianças e devem participar dos jogos igualmente, com adaptações ou não, mas devem ser socializadas e incluídas nessas atividades.

Portanto, observa-se a necessidade da inserção dos jogos pedagógicos no ambiente escolar, especialmente com alunos com TEA e deficiência intelectual, onde se visualiza a necessidade do educador em propor novos deveres ao educando, fazendo uso de metodologias e ferramentas pedagógicas necessárias para melhorar o desempenho escolar do aluno. O jogo traz uma grande satisfação para o participante, favorece o desenvolvimento de habilidades, auxilia diretamente no ensino, além de socializar o educando. 

No entanto, o que se tem evidenciado no ambiente escolar é profissionais despreparados para lidar com alunos com transtorno e certos tipos de deficiências, assim diante deste estudo se nota a necessidade de capacitação de profissionais para atender alunos com necessidades especiais, alunos com diversificados tipos de transtornos, que conforme proposto na Constituição Federal (1988).

Em consonância da LDB (1996), ECA (1990), e Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (2015), que dispõe sobre o acesso igualitário e gratuito a educação, assim como acesso como obrigação da família, Estado e escola, propondo acesso a todos direitos legais.  

SIGLA

AEE – Atendimento Educacional Especializado.
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. 
LDB – Lei de Diretrizes e Base da Educação. 
TEA – Transtorno de espectro autismo. 

5.CONCLUSÃO

Conclui-se que o tema abordado na pesquisa trouxe importante reflexão sobre o uso de jogos pedagógicos para crianças com TEA e deficiência intelectual, favorece o ensino e aprendizado da criança, ajudando a mesma a se socializar, ter um bom desempenho e rendimento escolar. Diante de estudos relevantes compreende-se ainda que é necessário educadores qualificados que busquem estratégias que visem favorecer o ensino do aluno com transtornos e deficiências. 

Outro ponto importante a ser tratado na pesquisa foi que os alunos com as especificidades precisam ser inclusos no ambiente escolar, esse também é o papel do jogo sendo uma importante aliada uma vez que favorece a socialização, diversão do aluno, incentiva e motiva o mesmo diante do desafio de jogar trabalhar habilidades e emoções. 

Portanto, a temática estudada, trouxe uma importante reflexão sobre a necessidade da inserção dos jogos como ferramentas pedagógicas para facilitar o aprendizado do aluno com TEA e deficiência intelectual, melhorando a socialização tanto no campo educacional, quanto na vida social, tendo oportunidade de aprendizagens assim como os demais alunos, uma vez que esse educando passa a entender que tem habilidades que podem ser desenvolvidas a partir dos jogos pedagógicos. 

6. REFERÊNCIAS

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FERREIRA, Márcia. Ação psicopedagógico na sala de aula: Uma questão de inclusão. São Paulo: Paulus,2001.

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OLIVEIRA, Gilvan M. de; ALTENHOFEN, Cléo V. O in vitro e o in vivo na política da diversidade linguística do Brasil: inserção e exclusão do plurilinguismo na educação e na sociedade. In: MELLO, Helianta et al. (org.) Os contatos linguísticos no Brasil. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2011.

PACHECO. D. Jogo, Educação e Tendências atuais. Uma Viagem pelo Hemisfério da emoção. BK Editora, Manaus 2012. 

SÃO PAULO (Município). Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Referencial sobre avaliação da aprendizagem na área da Deficiência Intelectual. Secretaria Municipal de Educação – São Paulo: SME/DOT, 2008.

SANTOS, Santa M. P. dos. O brincar na escola: Metodologia Lúdico-vivencial, coletânea de jogos, brinquedos e dinâmicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.


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