Autores:
Roberto Lucio Guerra Silva de Souza1
Keiciane Pinto Vieira2
Denilson da Silva Veras3
1Acadêmico do curso de Bacharelado em Fisioterapia da CEUNI/FAMETRO.
2Acadêmica do curso de Bacharelado em Fisioterapia da CEUNI/FAMETRO.
3Graduado em Fisioterapia/UNIP, residente em fisioterapia em terapia intensiva neonatal/UFAM, Mestrado em ciências da saúde/UFAM.
RESUMO
A doença pulmonar obstrutiva crônica pode-se manifestar de duas formas, enfisema pulmonar ou bronquite crônica. Entre as suas principais causas estão a inalação de produtos nocivos sendo o tabagismo o principal. A principal característica observada no indivíduo com DPOC é a aparência raquítica (enfisema pulmonar) e o tórax com aspecto de tonel (bronquite crônica) Objetivo: Relatar os efeitos dos exercícios resistidos em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica na melhora da força muscular periférica. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, onde utilizou-se artigos científicos em bases de dados eletrônicos (LILACS, SCIELO, PUBMED), livros e revistas no período de 2010 a 2020 e adotando critérios de inclusão e exclusão. Resultados e Discussão: Foram identificados 157 artigos, onde levando em consideração os itens de inclusão e exclusão, permaneceram 11 artigos. Na qual a liberação miofascial se mostrou eficaz para redução do quadro álgico dos pacientes, porém comparada a outras técnicas de fisioterapia não apresentou grande diferença. Conclusão: Os exercícios resistidos são benéficos ao paciente com DPOC pois além de efeitos deletérios da doença no sistema cardiorrespiratório ela causa diminuição de trofismo e tônus. E com a exposição aos exercícios de forma controlada mostrou-se benéfico tanto para melhora de força e trofismo.
Palavras-chave: DPOC, Exercícios resistidos, Força Muscular
ABSTRACT
Chronic obstructive pulmonary disease can manifest in two ways, pulmonary emphysema or chronic bronchitis. Among its main causes are the inhalation of harmful products and smoking, which is the main risk factor. The main characteristic observed in the individual with COPD is the rickety appearance (pulmonary emphysema) and the barrel-like chest (chronic bronchitis) Objective: To report the effects of resistance exercise in patients with chronic obstructive pulmonary disease in improving strength peripheral muscle. Methodology: This is a literature review, which used scientific articles in electronic databases (LILACS, SCIELO, PUBMED), books and magazines from 2010 to 2020 and adopting inclusion and exclusion criteria. Results and Discussion: 157 articles were identified, where, taking into account the inclusion and exclusion items, 11 articles remained. In which myofascial release proved to be effective in reducing the pain of patients, however, compared to other physical therapy techniques, it did not show any great difference. Conclusion: Resistance exercises are beneficial to patients with COPD because, in addition to the harmful effects of the disease on the cardiorespiratory system, it causes a decrease in trophism and tone. And with exposure to exercises in a controlled manner, it proved to be beneficial both for improving strength and trophism.
Keywords: COPD, Resistance Exercises, Muscle Strength.
INTRODUÇÃO
De acordo com Costa et al. (2015), a doença pulmonar obstrutiva crônica DPOC é altamente prevalente na população adulta acima de 40 anos de idade, chegando a 10% de prevalência, acarretando altos índices de mortalidade e morbidade. E a DPOC está relacionada a efeitos deletérios extrapulmonares, tais como doenças cardiovasculares, anemia, osteoporose e caquexia.
Em concordância com Xiao (2020), o paciente acometido por DPOC tem grande parte da sua função muscular respiratória prejudicada, passando por sucessivas adaptações, regredindo sua resistência a fadiga e força muscular. Essas adaptações se devem ao fato de que um paciente com DPOC tem uma quantidade menor de fibras do tipo l (resistentes a fadiga) do que um indivíduo saldável, e uma quantidade maior de fibras do tipo II, o que pode levar ao aumento de da fatigabilidade e intolerância ao exercício.
Embora a DPOC seja uma doença principalmente pulmonar, a história natural da doença está associada com inúmeras manifestações sistêmicas e comorbidades como perda de peso significativa, fraqueza dos músculos respiratórios, diminuição da força e/ou resistência da musculatura dos membros superiores e inferiores, osteoporose, anemia e desiquilíbrio hormonal (VIEIRA et al., 2018).
Segundo Ike et al. (2010), a diminuição de força muscular é equivalente a perda de massa muscular, principalmente em MMII pois é comum o uso predominante de MMSS nas atividades de vida diária (AVD). Porém as AVD’s são pouco aceitas pelos indivíduos com DPOC grave, pois os movimentos que exigem movimentos de MMSS estão relacionadas com alterações metabólicas e respiratórias importantes.
Ainda que a musculatura dos MMII seja a principal responsável pela limitação em atividades como andar e subir ladeiras ou escadas, é constatado que as atividades de vida diária (AVD) realizadas com os membros superiores (MMSS), principalmente de maneira não sustentada (MMSS na altura dos ombros sem apoio), apresentam limitações pelos pacientes com DPOC. O prejuízo funcional entre os MMSS e os MMII parece diferir, não acontece da mesma forma e pode ser explicado pela teoria dos compartimentos. Pode-se afirmar então que a funcionalidade dos músculos respiratórios e dos músculos de MMII está afetada por mudanças estruturais e funcionais. Tanto a estrutura quanto a função da musculatura de MMSS estão parcialmente preservadas, graças à manutenção de AVD que envolvem os braços ou mesmo a utilização de alguns desses músculos durante o trabalho ventilatório (MIRANDA, MALAGUTI & CORSO, 2011).
Este componente sistêmico levará a diminuição da qualidade de vida relacionada à saúde e impacto no estado de saúde. Várias pesquisas informam que, quando comparado com outros tipos de tratamentos, como broncodilatadores ou teofilina oral, um programa regular de exercício físico revela uma taxa mais alta de melhorias na capacidade funcional e qualidade de vida de pessoas com DPOC (LOTTERMANN, SOUSA & LIZ, 2017).
Conforme aponta Adolfo, Dhein & Sbruzzi (2019) o exercício físico é parte integrante dos programas de reabilitação pulmonar. Os princípios de treinamento incluem a duração do exercício, sua frequência, progressão, modalidade, individualidade e, principalmente, a intensidade, admitida como importante determinante em relação aos benefícios fisiológicos conquistados na reabilitação.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão de literatura, utilizando a base de dados do Portal SciELO, Pubmed e LILACS. Publicados no período de 2010 a 2020, pesquisados no período de setembro a novembro de 2021, onde foram adotados critérios de inclusão e exclusão. O levantamento de dados foi de 11 artigos, que foram utilizados para o desenvolvimento do estudo, utilizando como fonte os seguintes descritores: “DPOC”, “Exercício resistido” e “Força muscular”. Foram utilizados descritores na língua inglesa: COPD” “Resistance Exercises” e “peripheral muscle strengthening’’. O critério de seleção adotado foram artigos que apresentassem os resultados de exercícios resistidos em pacientes com DPOC na melhora da força muscular periférica. Artigos que não atenderam esse critério, foram excluídos, bem como aqueles que não abordavam interesse fisioterapêutico. Em sequência, foram reunidos e sistematizados os dados dos estudos primários, estabelecendo assim, a análise crítica com a finalidade de gerar novos conhecimentos sobre exercícios resistidos em pacientes com DPOC.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na investigação de Silva et al., 2016 os 19 indivíduos incluídos no estudo foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos nomeados de acordo com o tipo de programa de treinamento: um que realizava treinamento resistido com tubo elástico (ETG) e outro que realizava treinamento resistido convencional (CRG). O treinamento foi realizado durante 12 semanas com três sessões semanais, totalizando 36 sessões de treinamento, com intervalos recuperativos de 24 a 72 horas entre as sessões. Foi observado que ambos os programas de treinamento resistido promoveram melhorias semelhantes na força muscular periférica e diminuição da dispneia, porém, apenas o grupo de treinamento resistido convencional apresentou melhora no domínio dispneia, e para o mesmo grupo houve correlação entre os ganhos de força dos movimentos de membros superiores.
Ike et al., 2010 obteve como resultado em seu estudo que o treinamento de força de MMSS com duração de seis semanas foi capaz de aumentar a força muscular, mas não a funcionalidade de pacientes com DPOC moderada a muito grave. Nesta pesquisa participaram doze pacientes com DPOC que foram divididos em dois grupos: controle (GC) e treinado (GT). O GT realizou treinamento de força, três vezes por semana, durante seis semanas, com carga de 80% de uma repetição máxima.
Trevisan, Porto & Pinheiro, 2010 realizaram seu estudo com uma amostra de nove indivíduos com idades entre 49 e 76, antes aplicaram um protocolo de fortalecimento da musculatura inspiratória, dos músculos quadríceps e abdominais. As sessões de exercícios foram realizadas duas vezes por semana durante dois meses. Foi verificada melhora em todas as variáveis avaliadas, com diferença significativa na pressão inspiratória máxima (p<0,05). Os autores afirmam então que, o treinamento da musculatura respiratória e de quadríceps proposto apresentou benefícios para o desempenho funcional de indivíduos com DPOC. Foi sugerido por eles a utilização do fortalecimento muscular respiratório e periférico como recurso coadjuvante no tratamento desses indivíduos.
Ao avaliar a eficácia de um programa de treino combinado (exercícios aeróbios e exercícios de força muscular dinâmica) comparativamente com um programa de treino aeróbio, e de fisioterapia respiratória, ao nível do estado de saúde de indivíduos com DPOC, Pereira et al, 2010 descobriu que o treino combinado, em indivíduos com DPOC, parece ser um método mais eficaz, que promoveu alterações clinicamente significativas, com uma melhoria ao nível da percepção do estado de saúde incluindo desempenho físico. Da mesma forma que Pereira et al., 2010, Lima et al, 2019 também analisou na sua investigação um programa de treino combinado por exercícios aeróbicos e resistidos e descobriu que tal treinamento pode aumentar as atividades físicas diárias e a funcionalidade.
Probst et al., 2011 não encontrou em seu estudo nenhum programa de treinamento aplicado que melhorou significativamente o tempo gasto ativo ou gasto de energia na vida diária. Os regimes de treinamento melhoraram a qualidade de vida e o estado funcional. A capacidade de exercício e a força muscular melhoraram significativamente apenas no grupo de resistência que treinou 3x por semana, 60 min por sessão, 12 exercícios resistidos diferentes com 15 repetições.
O estudo de Camillo et al., 2011 mostrou que o treinamento físico de alta intensidade melhora a velocidade da frequência cardíaca, da força muscular e do nível de atividade física diária. A amostra foi composta por dois grupos com um total de 40 indivíduos, 20 no Grupo de Alta Intensidade (AI) e 20 no Grupo de Baixa Intensidade (BI).
Os resultados encontrados por Zambom-Ferraresi et al., 2017 revelaram que o programa de exercícios de manutenção aplicado na pesquisa proporcionou um estímulo de treinamento significativo para preservar os ganhos na força máxima, potência muscular e qualidade de vida observados após 3 meses de RP em homens idosos com DPOC.
A pesquisa publicada por Sagrillo, Meereis & Gonçalves, 2016 avaliou um programa de treinamento muscular através de estimulação elétrica neuromuscular (EENM) e exercícios resistidos, o desfecho demonstrou ser efetivo para aumentar a força e a resistência muscular de pacientes com DPOC grave. A amostra foi constituída por 5 sujeitos e a intervenção foi realizada três vezes/semana, totalizando 18 sessões de 30 min de Estimulação elétrica neuromuscular (EENM) e 30 min de treinamento membros superiores, com uso de diagonais do Método Kabat.
Sousa, Ruas & Volpe, 2014 fizeram sua análise baseadas em dois momentos, um período inicial e sua continuidade. O programa de RP padrão, de moderada intensidade, realizado em pacientes com DPOC mostrou-se efetivo após curto período de intervenção por ter proporcionado melhora da capacidade de exercício, da força muscular inspiratória e da qualidade de vida. No entanto, a continuidade do tratamento pareceu otimizar os benefícios atingidos em curto prazo.
Jimenez, Ugas & Rojas, 2017 utilizaram um programa de intervenção que durou 3 meses, com frequência de 3 vezes por semana e por uma hora. A amostra foi constituída por 13 pacientes. Corroborando com os estudos anteriores o programa de RP melhorou a dispneia, a capacidade de exercício, a qualidade de vida e a força e resistência dos músculos respiratórios.
ANO | AUTOR | OBJETIVO | TIPO DE ESTUDO | RESULTADO |
2010 | Ike et al., | Avaliar o efeito do exercício resistido de membros superiores (MMSS) em pacientes com DPOC moderada a muito grave no ganho de força e na capacidade funcional. | Ensaio clínico randomizado. | Após o tratamento, verificou-se aumento significativo da força muscular no Grupo Treinado (aumento de 52% no supino sentado e 22% no pulley, com p < 0,05); e quanto ao PBRT, não houve diferença significativa em ambos os grupos. |
2010 | Pereira et al., | Avaliar a eficácia de um programa de treino combinado (exercícios aeróbios e exercícios de força muscular dinâmica) comparativamente com um programa de treino aeróbio, e de fisioterapia respiratória, ao nível do estado de saúde de indivíduos com DPOC, durante 10 semanas. | Ensaio clínico controlado. | O grupo CG ( submetido a treino combinado) apresentou diferenças (p<0,0001) nas taxas de modificação no estado de saúde relativamente, aos grupos AG ( submetido a treino aeróbio) e FR ( exercícios de reeducação respiratória e técnicas de desobstrução brônquica), nos domínios da actividade (64±9%; 19±7%; 1±15%), impacto (35±5%; 20±18%; 1±14%), e total (41±9%; 26±17%; 1±15%), avaliados pelo SGRQ; e nas dimensões da função física (109±74%; 22±12%; 0,1±18%), desempenho físico (52±36%; 11±15%; 1,3±21%) e vitalidade (83±39%; 14±38%) avaliadas pelo SF-36. |
2010 | Trevisan , Porto & Pinheiro , | Verificar a eficácia de um treinamento da musculatura respiratória e de quadríceps no desempenho funcional de indivíduos com DPOC. | Ensaio clínico controlado. | Foi verificada melhora em todas as variáveis avaliadas, com diferença significativa na pressão inspiratória máxima (p<0,05). O treinamento da musculatura respiratória e de quadríceps proposto mostrou-se benéfico ao desempenho funcional de indivíduos com DPOC, sugerindo a utilização do fortalecimento muscular respiratório e periférico como recurso coadjuvante no tratamento desses indivíduos. |
2011 | Camillo et al., | Investigar alterações na FC em relação ao tempo e frequência após 3 meses com exercícios randomizados de alta ou baixa intensidade em pacientes com DPOC. | Ensaio clínico randomizado. | Melhorou a função autonômica cardíaca e reduziu a frequência cardíaca somente após o protocolo de alta intensidade. Melhorou variabilidade da frequência cardíaca, da força muscular dos membros superiores e da atividade física da vida diária. |
2011 | Probst et al., | Comparar os efeitos de dois regimes de exercícios físicos (aeróbio com resistido de alta intensidade e calistenia de baixa intensidade com exercícios respiratórios) na vida diária, na capacidade de exercício, força muscular, na qualidade de vida relacionada à saúde, e no estado funcional de pacientes com DPOC. | Estudo clínico randomizado. | Melhorou a capacidade de exercício e a força muscular apenas no GR após o treinamento de alta intensidade. Os escores de dispneia e fadiga melhoraram apenas no GCR. A qualidade de vida melhorou nos dois grupos. Nenhum grupo melhorou a escore de atividade da vida diária. |
2014 | Sousa, Ruas & Volpe, | Relatar os efeitos de um programa de RP padrão – caracterizado por englobar exercícios de força e de resistência de musculatura sistêmica e respiratória – após um período mínimo (12 sessões) e longo (cinco meses) de tratamento. | Estudo piloto. | Após um período mínimo de 12 sessões, os pacientes apresentaram melhora significante da pressão inspiratória máxima, da distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos e da qualidade de vida (p <0,05). Após cinco meses de intervenção, as variáveis analisadas apresentaram melhor evolução em relação as primeiras 12 sessões, porém sem diferença estatística significante. |
2016 | Sagrillo, Meereis & Gonçalv es, | Analisar os efeitos de um programa de treinamento muscular através da EENM de membros inferiores (MMII) e exercícios ativos resistidos de MMSS em pacientes portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) grave. | Estudo experimental. | Mostraram aumento da força muscular (p = 0,01) e da resistência muscular (p = 0,01). Verificou-se uma tendência à melhora na qualidade de vida (p = 0,16) e na aptidão cardiorrespiratória (p = 0,11). |
2016 | Silva et al., | Analisar os efeitos do treinamento resistido com tubos elásticos e aparelhos de musculação (convencionais) na força muscular, qualidade de vida e dispneia em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). | Ensaio clínico randomizado. | A força isométrica aumentou em ~25% em ambos os grupos em todos os movimentos (p<0,05). MRC e o domínio dispneia de CRQ apresentaram melhoras de -28,70% e 6,05 % no ETG, e -33,33% e -16,23% no CRG, respectivamente. Força de flexão de ombro e cotovelo apresentaram correlação negativa com a variável MRC (p<0,05) para CRG. Ambas intervenções foram benéficas para aumento da força e redução do MRC, com aumento da força de membros superiores correlacionado à redução da sensação de dispneia nos pacientes com DPOC. |
2017 | Zambo m- Ferrares i et al., | Avaliar um programa comunitário supervisionado de 24 meses de exercícios de manutenção precedido de 3 meses de reabilitação pulmonar (RP) em comparação com um programa de 27 meses de aconselhamento de atividade física, quanto aos efeitos na força muscular máxima, potência muscular e capacidade de exercício em indivíduos com DPOC. | Estudo retrospectivo não randomizado. | Um programa comunitário supervisionado de manutenção é uma estratégia de longo prazo bem sucedida para preservar os benefícios da RP na função muscular periférica e capacidade de exercício em indivíduos com DPOC. No entanto, o aconselhamento de atividade física consegue manter a força muscular máxima e a capacidade de exercício nesses indivíduos. |
2017 | Jimenez, Ugas & Rojas, | Demonstrar os efeitos de um programa de reabilitação pulmonar (PR) elaborado na atenção primária e com recursos limitados em um grupo de pacientes com DPOC. | Estudo de corte prospectivo. | Nosso programa de RP melhorou a dispneia, a capacidade de exercício, a qualidade de vida e a força e resistência dos músculos respiratórios, o que se refletiu em um CGI mais alto para cada paciente pós- treinamento. Portanto, afirmamos que é possível desenhar um programa de RP na atenção básica com poucos recursos e obter excelentes resultados. |
2019 | Lima et al., | Avaliar os efeitos de curto prazo e sustentados da combinação de um programa de circuito funcional com um programa de treinamento composto por exercícios aeróbicos e resistidos. | Ensaio clínico randomizado. | A inclusão de um protocolo de treinamento físico funcional no treinamento convencionalmente realizado por pacientes com DPOC como alternativa para aumentar AFVD e funcionalidade pode fornecer subsídios para o tratamento desses pacientes, representando um avanço e impactando no treinamento físico de pacientes com DPOC. |
CONCLUSÃO
O objetivo da presente revisão sistemática foi relatar os efeitos dos exercícios resistidos em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica na melhora da força muscular periférica. Os resultados encontrados indicam que o treino utilizando o exercício resistido é uma abordagem terapêutica segura para esses pacientes. Os exercícios resistidos são benéficos ao paciente com DPOC pois além de efeitos deletérios da doença no sistema cardiorrespiratório ela causa diminuição de trofismo e tônus. E com a exposição aos exercícios de forma controlada mostrou-se benéfico tanto para melhora de força e trofismo. Ademais encontrou-se na literatura pesquisada resultados positivos e melhoras significativas na execução de atividades de vida diária e melhora na capacidade de exercício. É preciso enfatizar que quando os exercícios resistidos são aliados a outras técnicas, o treinamento obtém sucesso e ainda acarreta outros benefícios para os pacientes com DPOC.
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