O USO DE CORTICóIDE PARA TRATAMENTO DE ASMA EM CRIANÇAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10576520


FREIRE, Moises Ferreira 1
SALES, Carlos Roberto 2
DE ALBUQUERQUE, Tiago Pereira 3
DOS SANTOS, Matheus Dutra 4
SANTANA, Daiane Oliveira 5
AMORIM, Krishna Sisnando Araújo 6
RAASCH, Jonas 7
FREIRE, Juliana Veras Mourão 8
ROCHA, Camila De Moraes Ramos 9
ROCHA, Bárbara De Moraes Ramos 10


RESUMO

A presente pesquisa aborda o uso de corticoides no tratamento da asma infantil, uma temática de grande relevância no contexto da pediatria e saúde respiratória. Objetivou-se analisar a eficácia e os desafios associados ao emprego desses medicamentos, tanto inalatórios quanto sistêmicos, buscando compreender sua influência na gestão clínica da asma em crianças. A metodologia empregada consistiu em uma revisão bibliográfica abrangente, explorando estudos científicos e revisões sistemáticas recentes. A análise crítica dos resultados permitiu identificar os benefícios terapêuticos dos corticoides inalatórios como primeira linha de tratamento, destacando sua capacidade de controlar os sintomas e prevenir exacerbações. Paralelamente, examinou-se a necessidade de monitorização cuidadosa devido aos potenciais efeitos colaterais, ressaltando a importância da personalização do tratamento conforme as características individuais de cada criança asmática. A conclusão destaca a relevância da pesquisa na orientação de práticas clínicas informadas, reconhecendo a complexidade do manejo da asma infantil e a importância da avaliação de risco-benefício. 

Palavras-chave: asma infantil, corticoides, tratamento.

ABSTRACT

This research addresses the use of corticosteroids in the treatment of childhood asthma, a highly relevant topic in the context of pediatrics and respiratory health. The objective was to analyze the effectiveness and challenges associated with the use of these medications, both inhaled and systemic, seeking to understand their influence on the clinical management of asthma in children. The methodology employed consisted of a comprehensive literature review, exploring recent scientific studies and systematic reviews. The critical analysis of the results identified the therapeutic benefits of inhaled corticosteroids as the first line of treatment, highlighting their ability to control symptoms and prevent exacerbations. Simultaneously, the need for careful monitoring due to potential side effects was examined, emphasizing the importance of personalized treatment according to the individual characteristics of each asthmatic child. The conclusion highlights the relevance of the research in guiding informed clinical practices, recognizing the complexity of childhood asthma management and the importance of a risk-benefit assessment. 

Keywords: childhood asthma, corticosteroids, treatment.

INTRODUÇÃO

A utilização de corticoides no tratamento da asma em crianças tem sido uma temática de relevância considerável no contexto médico. A asma, uma condição crônica caracterizada pela inflamação persistente das vias aéreas, tem sua incidência aumentada na infância, apresentando-se como um desafio para profissionais de saúde e familiares que buscam estratégias eficazes para o controle dos sintomas. O emprego de corticóides, tanto inalatórios quanto sistêmicos, destaca-se como uma abordagem terapêutica comum, sendo essencial compreender seu impacto e eficácia nesse contexto específico.

No âmbito delimitado deste estudo, buscou-se explorar o uso de corticoides no tratamento da asma pediátrica, considerando a variedade de manifestações clínicas e a heterogeneidade de respostas ao tratamento. A relevância do tema fundamenta-se na necessidade de aprimorar as práticas clínicas relacionadas ao manejo da asma em crianças, considerando a eficácia, segurança e impactos a longo prazo dos corticoides utilizados. Além disso, a asma infantil apresenta particularidades que demandam uma abordagem cuidadosa e personalizada, evidenciando a importância de estudos específicos para nortear a conduta médica.

A contextualização do tema remonta à complexidade da asma como uma condição crônica que afeta milhões de crianças em todo o mundo, influenciando significativamente sua qualidade de vida e implicando custos substanciais para o sistema de saúde. Nesse sentido, a efetividade do tratamento torna-se uma questão central, levando em consideração não apenas a gestão dos sintomas agudos, mas também a prevenção de exacerbações e a minimização do impacto a longo prazo na saúde respiratória e no desenvolvimento geral da criança.

A problemática associada ao uso de corticoides para tratar a asma em crianças reside na necessidade de balancear os benefícios terapêuticos com os potenciais efeitos adversos, especialmente em um grupo populacional ainda em fase de crescimento e desenvolvimento. A pergunta de pesquisa que orienta este estudo centra-se em compreender como o uso de corticoides impacta o tratamento da asma em crianças, explorando tanto os benefícios quanto às possíveis repercussões negativas dessa abordagem terapêutica.

Os objetivos desta pesquisa incluem analisar a eficácia dos corticóides no controle da asma pediátrica, identificar possíveis efeitos colaterais associados a essa terapia, e propor recomendações embasadas em evidências para otimizar a prática clínica. Nesse sentido, a justificativa para este estudo reside na necessidade de preencher lacunas de conhecimento existentes, contribuindo para uma abordagem mais embasada e personalizada no tratamento da asma em crianças.

A justificativa desdobrada em três parágrafos destaca-se pela urgência em aprimorar as práticas clínicas, pela necessidade de considerar especificidades da asma infantil e pelos potenciais benefícios de uma intervenção terapêutica mais assertiva. Metodologicamente, este trabalho baseia-se em uma revisão bibliográfica, explorando estudos científicos, revisões sistemáticas e diretrizes clínicas para compreender os avanços e desafios no uso de corticoides no tratamento da asma em crianças.

DESENVOLVIMENTO

Os glicocorticóides, também conhecidos como corticoides, representam uma categoria de hormônios sintetizados pelas glândulas suprarrenais, localizadas acima dos rins. Estes hormônios exercem impactos abrangentes tanto no âmbito metabólico quanto imunológico. Suas influências se estendem por diversas funções no corpo, abrangendo desde o metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras até a regulação da pressão arterial, resposta inflamatória e função imunológica (MORGAN, et.al., 2020).

A introdução dos corticóides no contexto da asma aguda remonta a 1900, com o estudo pioneiro de Solis-Cohen, que utilizou um extrato bruto de glândula adrenal para este propósito (SOUZA, et.al., 2023). A eficácia da cortisona no alívio de crises asmáticas agudas e no controle da asma crônica grave foi inicialmente evidenciada em 1950 por Haydon Carrier. A administração diária de 100 mg de cortisona por via intramuscular, conforme estudo duplo-cego controlado, destacou a notável eficácia da substância no tratamento dessa condição (SOUZA, et.al., 2023).

Mesmo antes da compreensão da asma como uma doença inflamatória, o uso de corticoides inalados já estava em prática (SOUZA, et.al., 2023). A primeira aplicação ocorreu em 1951, conduzida por Gelfand®, utilizando 50 mg de acetato de cortisona por duas semanas em pacientes asmáticos. Apesar da resposta favorável, a brevidade do tratamento não permitiu uma avaliação minuciosa. Em 1958, Franklin et. al., ao administrar prednisolona em spray, obtiveram parâmetros de função pulmonar semelhantes aos alcançados por doses mais elevadas via oral. Estudos subsequentes com outras substâncias, como hidrocortisona e dexametasona, confirmaram a eficácia do tratamento, embora sinais de hipercorticismo, incluindo supressão da supra renal, fossem observados devido à absorção sistêmica elevada (SOUZA, et.al., 2023).

Diante desses resultados, os pesquisadores passaram a buscar um corticoide inalado ideal, capaz de combinar alta potência tópica com baixa biodisponibilidade sistêmica. O dipropionato de beclometasona (DPB) emergiu como a primeira substância amplamente utilizada no tratamento tópico da rinite e asma em 1972, seguido por outras, como valerato de betametasona, acetonido de triancinolona, flunisolida, budesonida, propionato de fluticasona e furoato de mometasona (SOUZA, et.al., 2023).

O principal corticoide endógeno com efeito biológico é o cortisol, também conhecido como hidrocortisona. A liberação do cortisol ocorre em resposta a estímulos fisiológicos, como o estresse, por meio de mecanismos de feedback (BERTHELOT, et.al., 2013). Os corticosteroides, uma classe de hormônios esteróides produzidos naturalmente pelas glândulas suprarrenais, atuam ligando-se a receptores específicos chamados de receptores de glicocorticóides, presentes em diversos tipos celulares no organismo (FONSECA, BOTELHO, 2006).

Ao se unirem aos glicocorticóides, os corticosteróides desencadeiam uma série de atividades intracelulares que impactam a expressão gênica e a síntese de proteínas, resultando em efeitos biológicos como anti-inflamatórios, imunossupressores e antiproliferativos (DUSTERDIECK, et.al., 2017). Essas substâncias reduzem a produção de mediadores inflamatórios, como prostaglandina e interleucina, além de inibir a migração de células inflamatórias e diminuir a permeabilidade vascular e a formação de edema. Tal propriedade torna os corticosteróides eficazes no tratamento de doenças inflamatórias crônicas, incluindo asma, artrite reumatóide e doença inflamatória intestinal (BARNES, 2017).

Adicionalmente, os corticosteróides apresentam efeito imunossupressor, inibindo a resposta imune do organismo a agentes infecciosos, alergias e substâncias estranhas. Essa característica se mostra benéfica no tratamento de doenças autoimunes, como lúpus e doença de Crohn, assim como na prevenção da rejeição de transplantes (ALANGARI, 2014). Em resumo, os corticosteróides constituem uma classe eficaz de medicamentos anti-inflamatórios e imunossupressores, agindo por meio da ligação a receptores específicos nas células-alvo e desencadeando uma cascata de mudanças intracelulares que resultam em diversos efeitos biológicos (MILLER, 2019).

No contexto dos corticosteróides inalados, destaca-se que esses não agravam a condição, mas sim suprimem, controlam e revertam a inflamação e os sintomas a longo prazo. Esses corticosteróides inalados reduzem significativamente a necessidade de terapia de manutenção com corticosteroides orais. Quanto aos efeitos adversos locais, como disartria e candidíase oral, associados aos corticosteróides inalados, sua ocorrência pode ser evitada ou minimizada quando os pacientes são aconselhados a utilizar um espaçador e/ou enxaguar a boca com água após a administração dessas substâncias. Em relação aos efeitos sistêmicos, estes estão relacionados à dose, possivelmente associados às formulações orais ou inalatórias, sendo mais predominantes em doses superiores a 800 μg/dia (ORTEGA, IZQUIERDO, 2022).

Os estabilizadores de mastócitos atuam inibindo a liberação de histamina pelos mastócitos, reduzindo a hiperresponsividade das vias aéreas e bloqueando respostas alérgicas imediatas e tardias. Esses medicamentos são administrados de forma profilática por inalação em pacientes com asma induzida por esforço e alérgenos, sendo considerados os mais seguros, embora sua eficácia seja menor após o início dos sintomas (ORTEGA, IZQUIERDO, 2022).

Já os moduladores de leucotrienos, administrados oralmente, são indicados para controlar e prevenir sintomas a longo prazo em pacientes com asma persistente de leve a grave. Embora associados ao aumento das enzimas hepáticas (no caso do zileuton), apresentam riscos raros, como a síndrome semelhante ao granuloma eosinofílico com poliangiite (ORTEGA, IZQUIERDO, 2022).

As metilxantinas, uma classe de broncodilatadores, agem relaxando o músculo liso brônquico e podem melhorar a contratilidade miocárdica e diafragmática. Suas propriedades incluem a inibição não seletiva das fosfodiesterases, a redução do vazamento microvascular para a mucosa das vias aéreas e a supressão de respostas tardias a alérgenos, diminuindo a infiltração de eosinófilos na mucosa brônquica e células T no epitélio (ORTEGA, IZQUIERDO, 2022).

A teofilina-metilxantinas, usada como adjuvante de β2-agonistas para controle de longo prazo, é benéfica no tratamento da asma noturna. No entanto, devido ao estreito índice terapêutico, é crucial monitorar regularmente os níveis séricos de teofilina, mantendo-os entre 5 e 15 μg/mL (28 e 83 μmol/L), considerando a interferência de diversas drogas no metabolismo e eliminação das metilxantinas (ORTEGA, IZQUIERDO, 2022).

Diversos imunomoduladores, como omalizumabe e anticorpos contra IL-5, IL-4 e IL-13, são empregados no tratamento de casos graves de asma não responsivos a terapias convencionais. A escolha do medicamento ideal é individualizada, considerando fatores como forma de administração, frequência, custo e outras condições associadas, com o objetivo de reduzir a inflamação alérgica subjacente aos sintomas graves de asma (ORTEGA, IZQUIERDO, 2022).

O Omalizumabe é indicado para pacientes com asma alérgica grave que apresentam elevados níveis de IgE. Este medicamento, administrado por meio de injeção subcutânea a cada duas a quatro semanas, demonstra a capacidade de reduzir a frequência de crises asmáticas, a dependência de corticoides e os sintomas associados, com a dosagem determinada considerando o peso do paciente e os níveis de IgE (ORTEGA, IZQUIERDO, 2022).

No caso do Mepolizumabe, destinado a pacientes asmáticos cronicamente dependentes de corticoides sistêmicos, sua administração subcutânea a cada quatro semanas, com uma dose de 100 mg, é capaz de reduzir a frequência das crises, aliviar os sintomas e diminuir a necessidade de terapia com corticoides sistêmicos. A eficácia desse medicamento é notável quando as contagens absolutas de eosinófilos no sangue ultrapassam 150/microL (ORTEGA, IZQUIERDO, 2022).

Da mesma forma que o Mepolizumabe, o Reslizumabe revela-se eficaz na redução da frequência das crises asmáticas e no alívio dos sintomas, especialmente em pacientes com contagens absolutas de eosinófilos em torno de 400/microL. Sua administração, realizada por via intravenosa a cada quatro semanas, com uma dose de 3 mg/kg, destaca-se como uma opção no tratamento da asma eosinofílica (ORTEGA, IZQUIERDO, 2022).

O Benralizumabe, um anticorpo monoclonal conectado aos receptores de IL-5, é utilizado como complemento para tratamento de manutenção em pacientes com asma grave de fenótipo eosinofílico. Administrado por via subcutânea, a dose recomendada é de 30 mg uma vez a cada quatro semanas durante três doses, seguida por 30 mg uma vez a cada oito semanas. Este medicamento tem se mostrado eficaz na redução da frequência de crises asmáticas e na diminuição ou até mesmo eliminação do uso de corticoides orais (ORTEGA, IZQUIERDO, 2022).

O Dupilumabe, um anticorpo monoclonal que bloqueia a subunidade IL-4R alfa, atua inibindo simultaneamente a sinalização da IL-4 e da IL-13. Indicado como complemento no tratamento de manutenção em pacientes com asma moderada a grave de fenótipo eosinofílico ou dependentes de corticoides orais, sua dosagem inicial recomendada é de 400 mg por via subcutânea, seguida por 200 mg a cada duas semanas, ou uma dose inicial de 600 mg seguida de 300 mg a cada duas semanas. Para pacientes que necessitam de corticoides orais concomitantes, a dosagem mais elevada é recomendada com o objetivo de reduzir e, eventualmente, interromper o uso de corticoides sistêmicos (ORTEGA, IZQUIERDO, 2022).

No uso de imunomoduladores, os profissionais de saúde devem estar preparados para identificar e tratar reações alérgicas, sendo essencial considerar a possibilidade de anafilaxia, mesmo em casos previamente bem tolerados. Há relatos de reações alérgicas de hipersensibilidade ao Mepolizumabe, e o seu uso está associado à infecção por VZV, sendo recomendada a vacinação contra o VZV antes do início do tratamento, a menos que contraindicado (ORTEGA, IZQUIERDO, 2022).

Diversos tipos de corticosteróides são empregados no tratamento da asma, sendo categorizados como corticoides inalatórios e corticoides sistêmicos (MCKEEVER T, et.al., 2020). Exemplificando, corticoides inalatórios como beclometasona, budesonida, fluticasona e ciclesonida são considerados a primeira opção para o controle asmático, agindo diretamente nos pulmões para reduzir a inflamação e prevenir sintomas, sendo prescritos para uso diário a longo prazo (MCKEEVER T, et.al., 2020).

Por outro lado, corticoides sistêmicos, como prednisona, metilprednisolona e dexametasona, são reservados para crises de asma mais intensas ou quando os sintomas não são adequadamente controlados pelos corticoides inalatórios. Esses medicamentos, administrados por via oral ou injetável, têm uma ação mais abrangente em todo o corpo (MCKEEVER T, et.al., 2020).

É fundamental ressaltar que o uso de corticosteróides deve ser estritamente supervisionado por um profissional de saúde, seguindo as doses recomendadas e a duração do tratamento prescrita, garantindo uma abordagem segura e eficaz no controle da asma (MCKEEVER T, et.al., 2020).

Os corticóides, hormônios produzidos naturalmente pela glândula adrenal, podem ser administrados externamente para tratar distúrbios inflamatórios e imunológicos (EL MLILI; AHABRACH; CAULI, 2021). Fisiologicamente, esses compostos atuam como anti-inflamatórios e imunossupressores, reduzindo a inflamação e a resposta imune em condições inflamatórias e autoimunes. Além disso, apresentam implicações no aumento da glicemia, podendo elevar os níveis de glicose no sangue, aumentando o risco de diabetes esteróide, especialmente em indivíduos com diabetes pré-existente ou predispostos ao desenvolvimento dessa condição. Adicionalmente, os corticoides podem resultar na redução da densidade óssea, aumentando a suscetibilidade à osteoporose e fraturas, e influenciar os padrões de sono, levando a distúrbios como a insônia (EL MLILI; AHABRACH; CAULI, 2020).

Farmacologicamente, o uso de corticoides está associado ao aumento do risco de infecções devido à redução da resposta inflamatória do organismo. Além disso, podem ocasionar uma variedade de efeitos colaterais, incluindo ganho de peso, edema, alterações de humor, acne, queda de cabelo, catarata e um aumento no risco de doenças cardíacas. Há também a possibilidade de interferência com outros medicamentos, como anticoagulantes e fármacos para controle da pressão arterial (EL MLILI; AHABRACH; CAULI, 2021).

A eficácia dos corticóides pode variar conforme a condição tratada e as características individuais do paciente. Em determinados casos, observa-se uma melhora significativa nos sintomas a curto prazo, enquanto, em outros, essa melhoria pode ocorrer de maneira mais gradual. É crucial considerar que o uso prolongado ou em doses elevadas de corticóides pode acarretar efeitos colaterais significativos, destacando a importância de uma prescrição e monitoramento adequados por profissionais de saúde. Em síntese, embora os corticoides possam representar uma opção eficaz para diversas condições, é fundamental discutir os riscos e benefícios com um profissional de saúde antes de iniciar o tratamento (RASHID et al., 2021).

Os corticoides são uma classe de fármacos amplamente empregada em diversas condições clínicas, abrangendo desde doenças inflamatórias até alergias, asma e artrite, entre outras. A janela terapêutica dos corticoides refere-se ao período em que o medicamento é capaz de proporcionar um efeito terapêutico desejado, minimizando efeitos colaterais. Essa janela terapêutica varia conforme a dose, o método de administração e a duração do tratamento, sendo geralmente maior em casos de doses menores e tratamentos de curta duração (DALE, RANG, 2012).

Contudo, é vital ressaltar que mesmo dentro da janela terapêutica, alguns pacientes podem manifestar efeitos colaterais, especialmente quando o uso é prolongado ou a dose é elevada. Por essa razão, a administração de corticóides deve ser orientada por profissionais da saúde, e os pacientes devem dialogar com seus médicos acerca dos potenciais riscos e benefícios do tratamento. Além disso, é essencial seguir as orientações médicas quanto à dose e à duração do tratamento para assegurar uma janela terapêutica apropriada e minimizar os riscos de efeitos colaterais (DALE, RANG, 2012).

De acordo com Ferrara et al. (2019), o emprego de corticosteróides em crianças, conhecido como corticoterapia infantil, apresenta diversos benefícios no tratamento de determinadas condições médicas. Entre esses benefícios, destaca-se a capacidade de redução da inflamação, característica antiinflamatória dos corticosteróides, especialmente benéfica em condições como asma, dermatite, rinite alérgica e artrite reumatoide juvenil. Além disso, esses medicamentos são indicados para o controle de doenças autoimunes, atuando na modulação da resposta imunológica em condições como lúpus, artrite reumatoide juvenil e doença de Crohn.

No âmbito respiratório, os corticosteróides desempenham um papel crucial no tratamento de distúrbios, como a asma, ao reduzirem a inflamação das vias aéreas, proporcionando alívio à falta de ar e diminuindo a frequência e gravidade dos ataques. Crianças com alergias graves também se beneficiam da corticoterapia, que auxilia na redução da resposta inflamatória e alérgica do organismo, aliviando sintomas como coriza, coceira e erupções cutâneas. Para doenças dermatológicas, como eczema ou psoríase, os corticosteróides tópicos são aplicados diretamente na pele afetada, reduzindo a inflamação e aliviando os sintomas.

É imperativo destacar que a administração de corticosteróides em crianças exige supervisão médica rigorosa, pois a monitorização cuidadosa é essencial para minimizar os efeitos colaterais e assegurar a segurança e eficácia do tratamento. Sempre recomenda-se consultar um profissional de saúde para orientações específicas e adequadas ao caso em questão (FERRARA et al., 2019).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, a presente pesquisa proporcionou uma abordagem abrangente sobre o uso de corticoides no tratamento da asma em crianças, destacando-se como uma contribuição relevante para o entendimento clínico dessa condição complexa. Ao longo desta investigação, examinamos a eficácia dos corticóides, tanto inalatórios quanto sistêmicos, na gestão da asma pediátrica, considerando os benefícios terapêuticos e os potenciais riscos associados.

Os resultados desta revisão bibliográfica indicam que os corticoides inalatórios continuam a ser a principal linha de tratamento para o controle da asma em crianças, proporcionando uma redução significativa dos sintomas e prevenindo exacerbações. No entanto, a complexidade da asma infantil requer uma avaliação cuidadosa dos fatores individuais de cada paciente, a fim de personalizar a abordagem terapêutica.

Os potenciais efeitos colaterais, como supressão do eixo adrenal e redução da densidade mineral óssea, ressaltam a importância da monitorização regular durante o tratamento com corticoides. A necessidade de uma cuidadosa avaliação de risco-benefício e de estratégias para minimizar impactos adversos torna-se evidente, respeitando-se sempre as particularidades de cada criança.

A pergunta de pesquisa, que visava compreender o impacto dos corticóides no tratamento da asma em crianças, foi respondida através da análise crítica da literatura especializada. Os resultados obtidos proporcionam uma base sólida para orientar profissionais de saúde na tomada de decisões, enfatizando a importância da personalização do tratamento e da consideração dos aspectos específicos da asma infantil.

Dessa forma, os objetivos desta pesquisa foram alcançados ao oferecer uma visão aprofundada dos aspectos terapêuticos e dos desafios associados ao uso de corticoides no contexto da asma pediátrica. As conclusões obtidas contribuem não apenas para o entendimento da eficácia desses agentes terapêuticos, mas também para a promoção de práticas clínicas mais informadas e individualizadas, alinhadas com o compromisso de otimizar a qualidade de vida das crianças diagnosticadas com asma.

Por fim, esta pesquisa proporciona uma base sólida para futuras investigações, incentivando a continuidade do avanço científico no tratamento da asma em crianças e ressaltando a importância da busca por abordagens terapêuticas inovadoras e personalizadas.

REFERÊNCIAS

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1 Acadêmico de Medicina, UNINASSAU, Cacoal – Rondônia, moisesferreira2021@hotmail.com
2 Acadêmico de Medicina, UNINASSAU, Cacoal – Rondônia, laboratorioexame_espigao@hotmail.com
3 Acadêmico de Medicina, UNINASSAU, Cacoal – Rondônia, tiagosaude10@hotmail.com
4 Acadêmico de Medicina, UNINASSAU, Cacoal – Rondônia, matheusdutra283@gmail.com
5 Acadêmica de Medicina, FIMCA, Jaru – Rondônia, danyaninh@hotmail.com
6 Acadêmica de Medicina, FMO, Olinda – Pernambuco, krishnamorim@gmail.com
7 Acadêmico de Medicina, FMO, Olinda – Pernambuco, jonasaasch12@gmail.com
8 Acadêmica de Medicina, FMO, Olinda – Pernambuco, julianaverasmf@gmail.com
9 Acadêmica de Medicina, FMO, Olinda – Pernambuco, mr2.camila@gmail.com
10 Acadêmica de Medicina, FMO, Olinda – Pernambuco, barbaramrr@hotmail.com