REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202411261919
Michelle Aparecida Cangussu Santos;
Orientadora: Profª. Drª. Paola Almeida de Araújo Goes
RESUMO
A acupuntura é explorada como uma alternativa no tratamento da laminite em equinos, uma condição que compromete a saúde e o bem-estar desses animais devido à intensa dor e inflamação nos cascos. Originada na Medicina Tradicional Chinesa, a acupuntura se destaca por sua capacidade de modular a dor e reduzir a inflamação, estimulando pontos específicos do corpo que promovem analgesia, relaxamento muscular e melhora da circulação nos tecidos afetados. Essa prática complementa o tratamento convencional, diminuindo a necessidade de analgésicos e anti-inflamatórios e auxiliando na estabilização clínica do animal. A revisão apresentada neste trabalho destaca a importância da acupuntura no tratamento da laminite em equinos, abordando questões de interesse para médicos veterinários. Esta técnica, além de promover o alívio da dor e melhorar a circulação sanguínea, apresenta efeitos anti-inflamatórios e imunomoduladores que podem ser especialmente úteis no manejo da laminite. O estudo revela a acupuntura como um recurso terapêutico promissor que, ao complementar o tratamento convencional, reduz a necessidade de medicamentos e minimiza efeitos colaterais, beneficiando a qualidade de vida dos animais. A revisão busca fornecer aos profissionais uma base para entender a eficácia e as limitações dessa prática, auxiliando na decisão clínica e propondo uma abordagem integrativa que potencializa os resultados no tratamento da laminite.
Palavras-chave: tratamento complementar; analgesia; inflamação; Medicina Tradicional Chinesa.
ABSTRACT
Acupuncture is explored as an alternative treatment for laminitis in horses, a condition that compromises the health and well-being of these animals due to intense pain and inflammation in the hooves. Originating from Traditional Chinese Medicine, acupuncture stands out for its ability to modulate pain and reduce inflammation by stimulating specific points on the body that promote analgesia, muscle relaxation, and improved circulation in affected tissues. This practice complements conventional treatment, reducing the need for analgesics and anti-inflammatory drugs, aiding in the animal’s clinical stabilization. The review presented in this paper highlights the importance of acupuncture in treating laminitis in horses, addressing relevant issues for veterinarians. In addition to promoting pain relief and improving blood circulation, this technique has anti-inflammatory and immunomodulatory effects that can be especially useful in managing laminitis. The study reveals acupuncture as a promising therapeutic resource that when complementing conventional treatment reduces the need for medication and minimizes side effects, benefiting the animals’ quality of life. The review aims to provide professionals comprehension about the efficacy and limitations of this practice, supporting clinical decision-making and proposing an integrative approach that enhances outcomes in the treatment of laminitis.
Keywords: complementary treatment; analgesia; inflammation; Traditional Chinese Medicine.
1 INTRODUÇÃO
A laminite é uma das doenças mais desafiadoras e debilitantes na medicina equina, caracterizada por inflamação das lâminas do casco, estruturas responsáveis por unir a falange distal à parede do casco (Pollitt, 2016). Essa inflamação compromete a integridade e funcionalidade das lâminas, resultando em dor intensa, claudicação e, em casos graves, rotação ou afundamento da falange distal, um quadro conhecido como “fundamento” (Belknap et al., 2017). A gravidade e o prognóstico da doença dependem da rapidez no diagnóstico e no início do tratamento, exigindo intervenções eficazes para preservar a saúde e o desempenho dos animais (Orsetti et al., 2020).
Diversos fatores estão envolvidos na etiologia da laminite. Alterações metabólicas, como a resistência à insulina e a síndrome metabólica equina, junto a distúrbios endócrinos, como a doença de Cushing (PPID), são causas primárias (Robinson et al., 2019). Além disso, a sobrecarga mecânica, o excesso de carboidratos na dieta e a endotoxemia provocada por distúrbios gastrointestinais são fatores comuns de desencadeamento (Merck & Co. Inc., 2023). Estima-se que cerca de 15% dos equinos enfrentem ao menos um episódio de laminite ao longo da vida, o que destaca a importância de tratamentos eficazes e abordagens que vão além dos métodos convencionais baseados em anti-inflamatórios e analgésicos (DVM360, 2020).
Durante o processo inflamatório, ocorrem várias reações bioquímicas, incluindo a ativação de citocinas pró-inflamatórias, como TNF-α e IL-6, que contribuem para edema e dano tecidual (Belknap et al., 2017). A circulação nos cascos é comprometida pela vasoconstrição e formação de microtrombos, fatores que exacerbam a isquemia e aumentam o risco de necrose tecidual (Pollitt, 2016). Esse ciclo inflamatório é agravado pela dor intensa, que leva à imobilidade do animal e ao agravamento do quadro clínico, tornando o controle da inflamação e da dor essenciais para a recuperação (Orsetti et al., 2020).
Nesse contexto, a acupuntura surge como uma alternativa promissora na medicina veterinária, destacando-se por sua capacidade de atuar sobre os sistemas nervoso e imunológico (Xie; Preast, 2013). A técnica, que tem origem na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), consiste na inserção de agulhas em pontos específicos para equilibrar o fluxo energético do corpo e promover a homeostase (Koh et al., 2020). Sob uma perspectiva ocidental, a acupuntura induz a liberação de neurotransmissores, como endorfinas e serotonina, aliviando a dor e melhorando a circulação sanguínea periférica, essencial para reverter a isquemia nos cascos (Xie; Preast, 2013).
Além dos efeitos analgésicos e circulatórios, a acupuntura pode contribuir para o equilíbrio hormonal e metabólico, sendo particularmente útil em cavalos com síndrome metabólica ou doença de Cushing. A técnica pode reduzir a liberação de cortisol e melhorar a sensibilidade à insulina, auxiliando no controle de fatores predisponentes da laminite (Robinson et al., 2019).
A combinação desses efeitos faz da acupuntura uma abordagem terapêutica promissora não só para o alívio sintomático, mas também para interromper os mecanismos patológicos subjacentes à laminite (Merck & Co. Inc., 2023). A integração da acupuntura com outras intervenções, como ajustes na dieta e controle do estresse mecânico, pode potencializar os resultados e ampliar as opções terapêuticas disponíveis na medicina veterinária (DVM360, 2020).
Este trabalho tem como objetivo investigar e sintetizar o conhecimento disponível sobre a aplicação da acupuntura no tratamento da laminite em equinos, buscando avaliar sua eficácia e os mecanismos pelos quais ela contribui para o alívio da dor e a recuperação dos tecidos. Além disso, o estudo visa identificar as vantagens, limitações e os desafios da acupuntura como prática complementar na medicina veterinária, fornecendo aos profissionais uma visão abrangente sobre sua aplicabilidade e relevância no manejo dessa condição debilitante.
2 METODOLOGIA
O presente estudo caracteriza-se como uma revisão bibliográfica de caráter descritivo, com o objetivo de sintetizar e analisar criticamente a literatura existente sobre o uso da acupuntura no tratamento de equinos com laminite. Para a coleta de dados, foram selecionados artigos científicos publicados entre 2010 e 2024, abrangendo um período recente que permite a análise de desenvolvimentos atuais na pesquisa sobre acupuntura veterinária. As bases de dados utilizadas incluem PubMed, SciELO, Google Scholar e ScienceDirect, reconhecidas por sua relevância e abrangência na disseminação de conhecimento científico. Os termos de pesquisa aplicados foram “acupuntura equina”, “laminite em cavalos” e “acupuntura veterinária”, buscando capturar uma gama de estudos que abordassem diretamente a interseção entre a acupuntura e a laminite em equinos.
Os critérios de inclusão foram definidos para assegurar a relevância e a qualidade dos estudos selecionados. Foram incluídos artigos que tratam diretamente do uso da acupuntura em equinos com laminite ou que discutem suas aplicações gerais na medicina veterinária. Por outro lado, foram excluídos artigos que não apresentavam uma aplicação direta em laminite ou acupuntura veterinária, bem como aqueles que apresentavam metodologias pouco claras ou resultados inconclusivos, garantindo, assim, a integridade da revisão.
Adicionalmente, priorizaram-se textos redigidos em inglês, português e espanhol, permitindo uma compreensão mais ampla e acessível dos dados disponíveis. A análise dos dados coletados foi organizada em categorias temáticas específicas, que facilitam a compreensão dos diferentes aspectos do uso da acupuntura na gestão da laminite.
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 LAMINITE: DEFINIÇÃO, OCORRÊNCIA E ETIOLOGIA
A laminite é uma doença ortopédica complexa e de manejo desafiador que afeta diretamente as lâminas responsáveis por unir a parede do casco ao osso pedal (Belknap et al., 2017). Essa condição prejudica a locomoção dos equinos e provoca dor intensa, sendo considerada uma das principais causas de claudicação (Merck & Co. Inc., 2024). Como se trata de uma patologia multifatorial, pode ser desencadeada por alterações metabólicas, desequilíbrios endócrinos, falhas na nutrição e sobrecarga mecânica nos cascos (Anderson et al., 2022)
Embora não seja contagiosa, a laminite pode ocorrer de forma esporádica, afetando vários animais expostos a condições semelhantes de manejo (Pollitt, 2023) e ser mais comum nos membros anteriores. Em casos mais graves, pode afetar os quatro membros simultaneamente (Leite et al., 2022). A doença envolve um processo inflamatório nas lâminas do casco e frequentemente apresenta consequências sistêmicas, como a redução da perfusão capilar, presença de desvios arteriovenosos, necrose isquêmica e dor severa (Laat; McGowan, 2020).
A patogênese é complexa, com danos nas lâminas sensíveis do casco sendo uma manifestação comum (Belknap et al., 2017). Entretanto, o problema envolve um conjunto de processos que pode comprometer a interação entre as lâminas epidérmicas e dérmicas (Anderson et al., 2022). Em estágios avançados, essa condição pode levar à rotação ou descida da falange distal, comprometendo severamente a biomecânica do casco e aumentando o risco de lesões irreversíveis (Stashak, 2004; Croser; Pollitt, 2023). A gravidade das lesões pode ser avaliada em exames histopatológicos, que frequentemente mostram desintegração das lâminas e perda de sua capacidade estrutural (Laat; Patterson-Kane, 2019).
A doença se desenvolve em fases. A fase inicial de desenvolvimento ocorre antes dos sintomas clínicos, quando o processo inflamatório está em curso, mas o animal ainda não apresenta sinais evidentes de dor (Burns et al., 2019). A fase aguda se caracteriza pela manifestação de claudição significativa, geralmente entre 24 e 72 horas após o início dos sintomas (Burns et al., 2019). Caso não haja controle eficaz da doença, ela evolui para a fase crônica, por alterações estruturais permanentes, frequentemente identificadas em exames radiográficos (Leite et al., 2022).
Diversos fatores predisponentes podem desencadear a laminite. A doença pode ser consequência secundária de problemas sistêmicos, como cólicas, metrites após retenção de membranas fetais, pleuropneumonias ou outras condições que induzem endotoxemia (Burns et al., 2019). Além disso, dietas ricas em carboidratos fermentáveis, como grãos e pastagens, são fontes de risco conhecidos (Anderson et al., 2022). Outras causas incluem apoio excessivo em um membro devido à claudicação de outro, problemas como síndrome de Cushing, hipotireoidismo e obesidade, além do uso prolongado de corticosteroides e antiparasitário (Belknap et al., 2017).
Fatores adicionais que podem precipitar a doença incluem estresse prolongado, transporte, vacinação a superfícies duras durante o exercício e até a ingestão de água fria em condições de baixa temperatura (Laat; McGowan, 2020). Em cavalos com hiperadrenocorticismo, que apresentam níveis elevados de cortisol, há maior predisposição aomento da laminite, sendo que cerca de 50% dos equinos diagnosticados com síndrome de Cushing também manifestam essa condição (Laat; McGowan, 2020).
A abordagem terapêutica varia de acordo com a fase em que a doença se encontra. A intervenção precoce é essencial para conter o agravamento do quadro e minimizar as alterações estruturais permanentes (Anderson et al., 2022). Manejos nutricionais adequados, controle metabólico e tratamentos que visam reduzir a dor e a inflamação são fundamentais para restaurar a funcionalidade do animal (Merck & Co. Inc., 2024)
3.1.1 Anatomia e fisiologia do casco
De acordo com Laat e Patterson-Kane (2019), o casco dos equinos compreende todas as estruturas presentes na cápsula do casco (Figura 1), incluindo componentes ósseos, vasculares e tendíneos. Dentro dessa estrutura, há mais veias do que artérias, as quais são altamente sensíveis a substâncias vasoativas e se ramificam para garantir a nutrição, a regulação da pressão e a termorregulação do casco.
Laat e Patterson-Kane (2019) afirmam ainda que no casco, os nervos são compostos por 75% de fibras sensoriais e 25% de fibras do sistema nervoso autônomo simpático e, embora seja um órgão sensorial relevante, o casco não possui camadas musculares nem neurônios motores, sendo que a presença de mecanorreceptores, proprioceptores e nocioceptores possibilita que os cavalos ajustem a posição dos cascos conforme as condições ambientais.
Figura 1 – Estrutura do casco
Fonte: Horse Machines, 2023.
3.1.2 Diagnóstico
O diagnóstico da laminite em equinos envolve uma anamnese detalhada, com o objetivo de identificar possíveis fatores desencadeantes, como dieta e manejo inadequados, e uma avaliação cuidadosa dos sinais clínicos, como claudicação, aumento do pulso digital e alterações na postura, como o deslocamento dos membros posteriores para frente, configurando a postura de “camelo” (Eleutério et al., 2024; Nardi, 2021).
A análise radiográfica é fundamental nesse processo, pois permite a identificação de sinais de rotação ou afundamento da falange distal em relação à muralha do casco, um indicador importante do grau de severidade da doença (Pollitt, 1996; Laskoski et al., 2010). Projeções como lateral-medial, dorso-palmar e antero-posterior são as mais utilizadas, e o uso de marcadores radiopacos ajuda a identificar áreas-chave do casco para um exame mais preciso e eficaz (Burns et al., 2019). Além disso, condições metabólicas como a síndrome metabólica equina (SME) e resistência à insulina estão frequentemente associadas à laminite, o que torna essencial a análise do histórico do animal (Eleutério et al., 2024; Nardi, 2021).
3.2 ORIGEM DA ACUPUNTURA
A acupuntura, originada na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), é uma técnica terapêutica baseada na inserção de agulhas em pontos específicos do corpo para restaurar o equilíbrio energético e promover a autorregulação do organismo (Silva; Andrade, 2020)
A MTC adota uma perspectiva holística, enxergando a saúde como resultado da harmonia entre as funções internas do organismo e sua interação com o meio ambiente (Maciocia, 2018). Diferente da medicina ocidental, que se concentra na identificação e tratamento de sintomas específicos, a MTC entende a doença como um desequilíbrio energético, podendo ser causado tanto por fatores externos, como mudanças climáticas e alimentação, quanto por fatores internos, como estresse e emoções não resolvidas (Maciocia, 2018).
De acordo com Silva e Andrade (2020), o termo “acupuntura” tem origem nos radicais latinos acus e pungere, que significam “agulha” e “perfurar”, respectivamente. A técnica busca estimular respostas fisiológicas naturais por meio de pontos específicos chamados acupontos, distribuídos ao longo dos meridianos, que são canais energéticos no corpo. Embora não se baseie diretamente nos conceitos científicos modernos de fisiologia e anatomia, a acupuntura tem demonstrado eficácia no alívio da dor e na promoção do bem-estar por meio de mecanismos ainda em investigação (Menezes; Moreira; Brandão, 2010).
De acordo com a MTC, o Qi, uma forma de energia vital, circula pelos 12 meridianos principais e dois canais centrais que percorrem o corpo. Quando o fluxo do Qi é interrompido, podem ocorrer disfunções e dor (Maciocia, 2018). A inserção de agulhas em pontos estratégicos estimula esses canais e favorece o equilíbrio homeostático do organismo, o que é fundamental na recuperação de condições patológicas (Han, 2011).
No contexto da laminite, a acupuntura oferece benefícios relevantes ao estimular respostas neurológicas, hormonais e circulatórias (Tanaka et al., 2020). Estudos indicam que a técnica promove a liberação de neurotransmissores como endorfinas e serotonina, contribuindo para o alívio da dor e o relaxamento muscular (Vincent; Richardson, 1986). Além disso, ao melhorar a circulação nos tecidos afetados, a acupuntura auxilia na redução da isquemia e na minimização da inflamação, fatores-chave no tratamento da laminite (Hood, 2011).
A modulação do sistema nervoso autônomo pela acupuntura também desempenha um papel importante (Chen; Li; Huang, 2021). Ao reduzir a atividade do sistema nervoso simpático, a técnica promove uma resposta de relaxamento, diminuindo o estresse e melhorando a perfusão sanguínea nas áreas afetadas (Deng et al., 2014). Além dos efeitos neurológicos, a prática também pode regular a resposta imunológica, aumentando a atividade das células de defesa e reduzindo a produção de mediadores inflamatórios, o que contribui significativamente para o manejo da inflamação (Zhou et al., 2018).
3.3 USO DA ACUPUNTURA NA LAMINITE EQUINA
A aplicação da acupuntura em pontos estratégicos do corpo dos equinos pode reduzir significativamente o desconforto e melhorar sua qualidade de vida, especialmente no controle da dor e da inflamação (Tanaka et al., 2020). Essa técnica é amplamente utilizada como parte do manejo terapêutico complementar da laminite. Ainda de acordo com Tanaka (2020), a acupuntura atua como uma técnica eficaz para minimizar os sintomas da laminite, promovendo analgesia e contribuindo para a melhora da função locomotora.
O controle da dor é um dos principais objetivos no tratamento da laminite, e a acupuntura se mostra eficaz nesse aspecto ao estimular a liberação de neurotransmissores, como endorfinas, que têm efeito analgésico natural (Chen; Li; Huang, 2021). Ainda segundo Chen (2021), a estimulação dos pontos de acupuntura resulta na liberação de substâncias químicas que promovem analgesia e relaxamento muscular. Esse efeito permite a redução do uso de medicamentos convencionais, como analgésicos e anti-inflamatórios que, em tratamentos prolongados, podem provocar efeitos colaterais indesejáveis (Chen et al., 2021; Fan et al., 2020; Hiel, 2023).
Além do alívio da dor, a acupuntura melhora a circulação sanguínea nos cascos inflamados, facilitando a recuperação tecidual (Crandell, 2019). Estudos indicam que a técnica promove vasodilatação e aumenta o fluxo sanguíneo para as áreas lesionadas, auxiliando na cicatrização ao garantir maior fornecimento de nutrientes e oxigênio aos tecidos afetados (Wang et al., 2022). Segundo Robinson (2004), a acupuntura melhora a perfusão dos tecidos e acelera o processo de cicatrização. Embora a acupuntura não induza inconsciência, como observado por Massone (2011), ela é especialmente útil para o manejo da dor crônica e pós-operatória, oferecendo benefícios como menor dependência de medicamentos, ausência de efeitos adversos e custo reduzido, o que torna a técnica uma opção valiosa no contexto veterinário.
Akhondzadeh (2020) afirma que é de suma importância uma avaliação criteriosa após as sessões de acupuntura, uma vez que cada acuponto pode ter múltiplas funções terapêuticas. A sensibilidade detectada em determinados pontos pode não apenas indicar alterações no casco, mas também refletir disfunções em outros sistemas, como bexiga, intestino ou membros contralaterais, dependendo do acuponto utilizado (Yang et al., 2024).
3.3.1 Acupontos
A estimulação dos acupontos (Figura 2) leva à degradação dos mastócitos e à liberação de vários neurotransmissores endógenos, incluindo endorfinas, opioides, monoaminas, ocitocina, serotonina e encefalinas (Fan et al. 2024). Esses efeitos fazem parte do mecanismo humoral da acupuntura, que promove antinocicepção, vasodilatação com aumento da perfusão sanguínea local, estimula a regeneração dos tecidos e o relaxamento muscular (Wei; Hsieh, 2020).
A ativação dos acupontos também pode impedir que o estímulo doloroso alcance o sistema nervoso central, além de induzir a liberação de opioides naturais, como a beta-endorfina, na corrente sanguínea, interceptando o estímulo da dor (Ma et al., 2023). Além disso, ocorre a liberação de hormônios, como o ACTH (hormônio adrenocorticotrópico), que ativa a glândula adrenal, resultando em liberação de cortisol no sangue, atuando como um anti-inflamatório natural e reduzindo a dor nas áreas afetadas (Wei; Zhang; Lee, 2020).
Oh e Kim (2022) acrescentam que, além desses efeitos, a inserção de agulhas pode causar microtraumas que desencadeiam uma resposta inflamatória local com liberação de mediadores inflamatórios, fatores de ativação plaquetária, prótons e radicais livres. Isso contribui para o aumento da resposta inflamatória local, promovendo vasodilatação, neuromodulação e reparo tecidual.
Figura 2 – Acupontos em equino
Fonte: Schoen, 2006.
3.3.2 Meridianos
De acordo com Schoen (2006) os meridianos constituem canais por onde o Qi e o sangue circulam, integrando todas as partes do corpo e ligando os órgãos internos à superfície, o que preserva a harmonia e o equilíbrio do organismo, Schoen (2006) afirma ainda que os órgãos, chamados de Zang-Fu, são classificados em Yin e Yang e estão associados a 12 meridianos regulares. Além desses, existem oito meridianos extraordinários, que possuem trajetos distintos e não se conectam com os meridianos dos órgãos Zang-Fu. Dentre esses extraordinários, os meridianos Du e Ren, juntamente com os 12 regulares, formam os 14 meridianos principais, amplamente empregados na acupuntura contemporânea tanto para diagnóstico quanto para tratamento
3.4 FORMA DE APLICAÇÃO
Os pontos de acupuntura não apresentam nenhuma estrutura anatômica exclusiva, sendo encontrados em áreas cutâneas com concentrações elevadas de terminações nervosas livres, feixes e plexos nervosos, mastócitos, linfáticos, capilares e vênulas (Zhang et al., 2022).
Com base em sua relação com estruturas nervosas específicas, incluindo pontos motores musculares, os acupontos tem focos de nervos no plano sagital e áreas próximas de plexos nervosos ou nervos cutâneos superficiais (Caruso, 2021). As evidências até agora indicam três propriedades principais da acupuntura: estímulo sensorial moderado e intenso para alívio da dor; estímulo em locais distantes da dor e estímulo sensorial breve, que pode aliviar dores crônicas por dias ou, em alguns casos, de forma permanente (Ahn et al., 2021; Langevin, 2023).
A estimulação de terminações nervosas possibilita o ajuste da função de certos órgãos (Zhang et al., 2018). Por exemplo, a aplicação no ponto E-36 aumenta a motilidade intestinal em equinos e outras espécies, sendo particularmente útil no pós-operatório de cirurgias de abdômen agudo em cavalos (Garland, 2023).
Os acupontos motores, localizados próximos à inserção dos nervos nos músculos e outros acupontos, situados em fossas superficiais e plexos nervosos, são escolhidos com base na resposta desejada (Zhang et al., 2022). Esses pontos podem seguir tanto os descritos pela Medicina Tradicional Chinesa quanto aqueles definidos pela International Veterinary Acupuncture Society. (IVAS, 2023).
Diversos estudos indicam que a estimulação por acupuntura pode não precisar de pontos específicos, conforme os mapeamentos tradicionais, e que uma área maior, se bem estimulada, pode ser eficaz (BMC Complementary Medicine and Therapies, 2020; Liu et al., 2021).
Os pontos gatilho são áreas hipersensíveis em estruturas miofaciais que, quando palpadas, podem provocar dor em áreas próximas ou mais distantes (Guzmán-Pavón et al., 2022). Esses pontos também podem estar presentes na pele, em cicatrizes, tendões, cápsulas articulares, ligamentos e periósteo (Schoen, 2006). A duração do tratamento nos acupontos varia entre 5 a 30 minutos, dependendo do ponto escolhido, das condições específicas e da cronicidade do problema (Xie; Holyoak, 2020).
Segundo Shmalberg e Xie (2011), é recomendado cerca de três a cinco sessões de acupuntura para tratar ou reduzir os sinais clínicos de laminite causada por lesões musculares. No entanto, em casos associados a lesões ortopédicas ou degenerativas, o tratamento pode levar mais tempo para alcançar resultados semelhantes (Smith, 2021). Os autores também destacam a importância de orientar os clientes, explicando que, para uma resolução completa, pode ser necessário um número maior de sessões.
3.5 BENEFÍCIOS CLÍNICOS NO TRATAMENTO DA LAMINITE
O principal benefício clínico da acupuntura em equinos é o alívio da dor, sendo que a aplicação de agulhas em pontos específicos estimula a liberação de endorfinas e serotonina, substâncias que ajudam a reduzir a sensação de dor (Hoof; Horn, 2020). De acordo com Xie e Preast (2013), a acupuntura pode reduzir a dor crônica e melhorar a função locomotora em animais afetados por doenças debilitantes. Essa técnica ajuda a minimizar o uso de analgésicos e anti-inflamatórios, o que é vantajoso para equinos que necessitam de longo período de recuperação (Hunter, 2023).
Além da analgesia, a acupuntura tem mostrado eficácia na redução de processos inflamatórios, com estudos apontando para o aumento da perfusão sanguínea nos cascos e a aceleração da recuperação dos tecidos lesados (Waller, 2023; Horsesport, 2024). Essa melhora circulatória é essencial, já que a laminite é frequentemente caracterizada por falhas na irrigação dos tecidos, agravando o quadro de dor e comprometendo a regeneração das lâminas (Oke, 2023; Van Eps, 2024).
Outro aspecto positivo da acupuntura é seu efeito anti-inflamatório, que é especialmente útil em casos de laminite (Van Eps, 2024). A técnica atua modulando o sistema imunológico do animal, ajudando a reduzir o processo inflamatório no casco (Liu, 2020). Segundo Zhao (2023), a acupuntura tem uma ação reguladora sobre o sistema imunológico, contribuindo para a diminuição da resposta inflamatória e acelerando o processo de recuperação, esse efeito modulador é fundamental para estabilizar a condição do animal e evitar o agravamento da doença. Por fim, a acupuntura pode melhorar a resposta imunológica do animal, ajudando na resolução de processos inflamatórios (Zhao, 2023).
3.6 LIMITAÇÕES E DESAFIOS
De acordo com May (2023), o uso da acupuntura no tratamento de equinos com laminite apresenta alguns desafios que podem impactar sua eficácia e aplicabilidade e um dos principais desafios é a necessidade de profissionais qualificados, dado que a aplicação inadequada pode comprometer o bem-estar do animal e reduzir os benefícios terapêuticos.
Como observado por May (2023), a prática requer conhecimento profundo de anatomia e fisiologia, além da habilidade para localizar os pontos de acupuntura com precisão. Outro desafio importante é o tempo necessário para que os efeitos da acupuntura se manifestem de forma consistente (May, 2023). Diferente dos tratamentos farmacológicos, May (2023) ainda afirma que frequentemente eles produzem alívio imediato. A acupuntura demanda múltiplas sessões realizadas ao longo de semanas ou meses, essa necessidade de continuidade pode desmotivar alguns proprietários, especialmente aqueles que esperam resultados rápidos.
A variabilidade nas respostas ao tratamento é outro fator que pode limitar o uso da acupuntura. Enquanto alguns cavalos apresentam melhorias significativas, outros mostram apenas respostas modestas ou até ausência de progresso (May et al., 2016). May (2023) ressalta que a gravidade da laminite, a idade do animal e suas condições físicas influenciam diretamente a resposta ao tratamento. Essa variação individual dificulta a criação de protocolos padronizados para todos os casos, tornando o tratamento menos previsível.
Além dos fatores intrínsecos ao animal, as condições ambientais e de manejo desempenham um papel crucial na eficácia da acupuntura, como cavalos que vivem em locais inadequados, como superfícies duras, ou que não recebem os cuidados necessários podem ter uma resposta reduzida à terapia, segundo Xie e Holyoak (2020). Os autores ainda ressaltam que o ambiente e o manejo são determinantes para o sucesso do tratamento, sendo essencial garantir um local apropriado e práticas de cuidado adequadas para maximizar os benefícios da técnica.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É evidente que a acupuntura se apresenta como uma alternativa promissora para o tratamento da laminite em equinos, especialmente por proporcionar alívio da dor e melhora da circulação, contribuindo para a estabilização clínica dos animais. De acordo com Xie e Preast (2013), a técnica é eficaz na liberação de neurotransmissores e na melhora da circulação periférica, aspectos essenciais para reverter a isquemia nos cascos e reduzir o processo inflamatório.
No entanto, como discutido ao longo desta revisão, a acupuntura também possui limitações, como a variabilidade nas respostas individuais dos animais e a necessidade de profissionais qualificados para sua aplicação. May (2023) enfatiza que fatores como a idade do animal, a gravidade da laminite e as condições físicas influenciam diretamente a eficácia do tratamento, exigindo uma abordagem personalizada e cuidadosa.
Portanto, com base na literatura revisada e na prática clínica, este estudo conclui que a acupuntura é mais eficaz quando integrada a um protocolo terapêutico amplo, que inclua ajustes na dieta, controle da sobrecarga mecânica e manejo ambiental adequado. Conforme aponta o Merck Veterinary Manual (Merck & Co. Inc., 2023), essas abordagens complementares podem potencializar os efeitos terapêuticos da acupuntura, resultando em uma recuperação mais rápida e duradoura, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida aos equinos afetados pela laminite. Dessa forma, a acupuntura é consolidada como um recurso valioso e complementar para o tratamento da laminite, contribuindo para o avanço de práticas mais integrativas e holísticas na medicina veterinária.
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