O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202412221342


Joana Josiane Andriotte Oliveira Lima Nyland1; Eliane Batista da Silva2; André Luiz de Queiroz Oliveira3; Eliana de Oliveira da Silva4; Arilena Antônia Carneiro5; Antônio Igo Barreto Pereira6; Kleber Souza de Oliveira7; Maria Luciana Constantino8; Rejane Gomes Martins9


RESUMO: A internet é caracterizada por um entrelaçamento complexo de informações textuais e audiovisuais, fazendo com que os usuários tenham uma enorme possibilidades de ferramentas e estas serem potencializadoras de aprendizagem, principalmente em crianças do ensino fundamental. Justifica-se esta escrita o fato das crianças estarem em contato direto com as tecnologias e estas serem potentes aliadas em seu processo de ensino. O objetivo maior deste projeto é identificar as principais contribuições do uso das tecnologias digitais durante as aulas em séries iniciais do Ensino Fundamental. A metodologia adota é a de revisão e literatura onde através de consultas em sites especializados, revistas e livros, as fontes imediatas de informações. E diante, destas consultas, podemos perceber que as tecnologias são fundamentais, porem é preciso que professores tenham a disponibilidade de acesso e também o domínio da tecnologia.

PALAVRAS-CHAVES: Tecnologias. Ensino Fundamental. Acessibilidade.

1. INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, as tecnologias digitais vêm demonstrando que é possível o desenvolvimento de um novo paradigma educacional. Cada vez mais cedo as crianças estão em contato com as novas tecnologias. Este fator pode trazer consigo mudanças nos modos de comunicação e de interação. Essas mudanças serão positivas, desde que aconteça uma re-contextualização das habilidades comunicativas, pois, segundo (Avala, 2003), o ciberespaço oferece oportunidades que acabam com obstáculos como tempo e espaço e através do acesso e do domínio das novas tecnologias são desenvolvidas novas competências fundamentais: como o senso crítico; o pensamento hipotético e dedutivo; as faculdades de observação e de pesquisa; o julgamento; a capacidade de memorizar e classificar; a leitura e a análise de textos e de imagens; a imaginação; a representação em redes e os procedimentos e estratégias de comunicação.

A Educação, influenciada pela globalização, avança no desenvolvimento dos indivíduos. As novas tecnologias, como a Internet, forçam a adaptação ao meio e ao ambiente social. O professor se torna um elo de conhecimento dessas tecnologias inovadoras, transformando o processo de aprendizagem. Os recursos tecnológicos usados na Educação devem caminhar buscando um objetivo único: a otimização do processo de ensino e aprendizagem. O uso das tecnologias digitais possibilita a transformação dos velhos paradigmas de educação, propiciando atividades pedagógicas inovadoras. O computador tem que ser visto como uma ferramenta de ensino e deve ser o facilitador da aprendizagem, buscando fascinar o aluno para as novas descobertas.

Com base nesta perspectiva, o presente trabalho justifica-se pela ta,anhá importância do aluno não ficar isolado das novas tecnologias e tentar de uma certa forma aliá-las ao seu processo ensino-aprendizagem. Temos como objetivo principal identificar as principais contribuições do uso das tecnologias digitais durante as aulas em séries iniciais do Ensino Fundamental. A metodologia empregada para esta pesquisa ser a revisão bibliográfica onde consultas em livros, revistas e jornais especializados sobre o assuntos, servirão de base para as nossas discussões, pois se conclui através de fontes confiáveis que a tecnologia é aliada ao processo de ensino e que esta ferramenta depende da acessibilidade do professor e, principalmente, do seu domínio sobre o software.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O uso das tecnologias, é um processo evolutivo que a cada dia se transforma e na atualidade não há como se pensar no nosso dia a dia sem a tecnologia, sem apoio das mídias presentes o tempo todo, são tantas as formas e meios diversos que as utilizamos para comunicação, expressão, diversão, e porque não também nos estudos (Kenski, 2008).

Valente (1999) aponta que a utilização de computadores voltada para a educação não é algo novo, iniciando-se na década de 60. Primeiramente, foi implantada a idéia de transmitir a informação ao aprendiz, utilizando o computador apenas como um instrumento tecnológico para ensinar técnicas sem se preocupar em desafiar o educando idealizado. Já posteriormente, se pensou no ensino da informática educacional, o qual pode proporcionar ao educando possibilidades de desafios, de forma que o sujeito passe de mero executor de funções para agente ativo no processo de ensino e de aprendizagem.

Para se obter bons resultados nesse processo educacional é fundamental a formação de professores com conhecimentos sobre tecnologias na educação e principalmente o saber metodológico contextualizado de como trabalhar as tecnologias nas suas práticas pedagógicas em sala de aula, possibilitando proporcionar condições de aprendizagem de seus conteúdos específicos com o apoio dos recursos tecnológicos, tornando suas aulas mais interessantes. Os recursos, em especial o uso dos softwares educativos, podem assim proporcionar-nos mais diferentes ambientes de aprendizagens situações dinâmicas e motivadoras com o auxílio do professor, sendo que o objetivo seja levar o aluno a buscar um saber contextualizado. É, também, capaz de tornar o aluno mais autônomo em busca do conhecimento científico (Valente, 1999).

Ainda na idéia de Kenski (2008), a tecnologia é algo tão antigo quanto à espécie humana e sua evolução, porém é comum hoje se pensar nesses termos como algo novo e de grandes complexidades, visto que, a tecnologia não se refere apenas às máquinas e aos computadores, bem como seus softwares de última geração. A tecnologia, principalmente no âmbito escolar, pode ser enquadrada, também, ao se usar lápis e papel, quadro de giz e caneta esferográfica, ali está presente muita tecnologia e grande processo tecnológico envolvido para se chegar a toda essa aplicação de utilidade. Dessa maneira, utilização de softwares no ambiente de aprendizagem, além de provocar a curiosidade do aprendiz em relação ao conteúdo que está sendo ensinado, pode provocar construção do conhecimento mais autônomo e significativo. Para Moran (2010) a mediação pedagógica é entendida quando o professor se coloca como um facilitador, incentivador, motivador da aprendizagem do seu aluno, colaborando para que este atinja seus objetivos.

Assim, para Kenski (2008) a maioria dessas tecnologias são utilizadas na educação como novos recursos, ou ferramentas de apoio pedagógico apenas, estão presentes nas aulas, mas não como algo que movimente o conhecimento e desperte o saber, a curiosidade do aluno, que desperte para aprendê-lo. As tecnologias educacionais vão depender muito do procedimento pedagógico do mediador (professor), ele quem vai direcionar e fazer toda a diferença nesse processo de ensino.

Com isso, para Borba e Penteado (2010), não se pode deixar de destacar a importância de se estabelecer a relação entre os objetivos a serem atingidos e qual mídia utilizar. Nesse aspecto não significa necessariamente abandonar as tecnologias mais tradicionais, visto que, deve-se primeiramente diagnosticar o que quer ser utilizado e enfatizar qual a mídia mais adequada para atender nosso propósito, principalmente em sala de aula.

As tecnologias digitais estão na Educação através de aplicativos educacionais que podem ser: desde simples atividades de exercício e prática, que se caracterizam pela realização de atividades repetitivas para treinar habilidades ou recapitular conteúdos já trabalhados; como tutoriais sobre determinado conteúdo; ou softwares do tipo enciclopédias para consultas; ou ainda softwares de simulação, que servem para mostrar efeitos que não poderiam ser gerados na realidade, criando modelos do mundo real e permitindo a exploração de situações fictícias, de experiências impossíveis ou muito complicadas de serem obtidas. Têm-se também os jogos educacionais, que de acordo com (Tajra, 1998), são ferramentas disponíveis para o professor utilizar em suas aulas, tornando-as mais divertidas e animadas; os softwares de testes com grau de dificuldades variadas, apresentadas de forma randômica com ou sem referência cruzada. Os escores dos alunos são computados de forma automática e é possível apresentar as estatísticas relacionadas ao desempenho.

Existem pacotes de softwares de testes disponíveis comercialmente tal como o Hotpotatoes. As histórias infantis digitais também representam um material didático rico, com funções cognitivas, que auxiliam na construção do conhecimento. Elas são intrinsecamente motivadoras, normalmente, baseadas em fatores sociais e culturais, todos relacionados ao ato de brincar e imitar com características de fantasia, de desafios, de curiosidade e de controle. Todos esses materiais educativos para cumprirem com o objetivo de recurso didático precisam ser utilizados por professores que saibam explorar a potencialidade do software selecionando as atividades específicas para cada fase de aprendizagem e possibilitando ao aluno trabalhar através da descoberta. O computador é um recurso cuja eficácia depende daqueles que o usam, daí ser necessário que o professor esteja capacitado e que haja mudanças nas práticas pedagógicas.

A multimídia é a combinação de texto, som, imagem, animação e vídeo, ou seja, incorpora todas as mídias existentes para representar uma informação. É, por isso, uma forma poderosa de comunicação, pois ganha e mantém a atenção e o interesse do aluno e com isto promove a retenção da informação. Para a Educação, uma atividade didática multimídia bem empregada, é um recurso poderoso, pois, estimula todos os sentidos e pode oferecer uma experiência melhor que qualquer outra mídia sozinha. As atividades digitais multimídia, na sua maioria, possuem grande apelo visual, acabam encantando pelo layout com cores vibrantes, som e movimento e fascinando até o professor que muitas vezes tem um conhecimento limitado de computação e se impressiona com a interface colorida, o áudio e os vídeos, principalmente nos produtos direcionados às crianças. Os empresários contam com isto para venderem seus produtos. É preciso uma análise criteriosa, antes de se usar materiais multimídia, ditos educacionais, pois, muitos destes produtos são desenvolvidos sem a orientação de profissionais como pedagogos, psicólogos, tecnólogos educacionais e por isso mesmo não possuem o comprometimento com o processo de ensino e aprendizagem.

Um material educativo bem concebido e utilizado de forma adequada oferece muitas vantagens, entre elas: fixa os conteúdos; permite a tomada de decisão; dá significado a conceitos de difícil compreensão; requer participação ativa; motiva; desperta a criatividade; a participação, e o prazer de aprender. O aluno deve conseguir, sem maiores dificuldades, entender as atividades propostas, os comandos mais elementares e as opções de navegação para se orientar rapidamente, sem dificuldades. O desenvolvimento de um software educacional, ou seja, de uma aplicação hipermídia educativa normalmente envolve o esforço de profissionais das mais diversas áreas trabalhando em conjunto.

A formação da equipe depende do tipo de aplicação a ser desenvolvida e da definição do tema. Inclui um profissional da área, um especialista em tecnologia educacional, um professor experiente, o projetista de mídias (imagem, som, vídeo) e um programador para, através de uma ferramenta de autoria, reunir todas as mídias e criar um material didático eficiente para o processo de ensino e aprendizagem tendo como meta dar subsídios ao aprendiz para construir o conhecimento conforme seu ritmo e de forma agradável. Porém, com as facilidades de uso dos sistemas de autoria é possível a criação de materiais didáticos digitais pelos próprios professores que tenham um conhecimento razoável das ferramentas de autoria. Vale salientar que, os softwares educacionais são programas que visam atender necessidades vinculadas à aprendizagem, devem possuir objetivos pedagógicos e sua utilização deve estar inserida em um contexto e em uma situação de ensino baseados em uma metodologia que oriente o processo, através da interação, da motivação e da descoberta, facilitando a aprendizagem de um conteúdo.

Para Ruas e Lima (2015) o acesso à informação e à construção do conhecimento pode se tornar uma atividade coletiva e acessível, visto que, os recursos tecnológicos digitais educacionais podem ser utilizados como instrumentos educacionais que podem contribuir para o desenvolvimento das ações pedagógicas e da interação entre todos os envolvidos, possibilitando, assim, auxiliar na construção do conhecimento e na dinamização dos processos de ensino e de aprendizagem, evidenciando que a integração das tecnologias digitais nos espaços e processos educativos podem provocar a reflexão para um novo modelo de ensino que desafie os educadores. Na atualidade, a comunicação e a informação que a Internet provoca na sociedade tem influenciado muito no ambiente escolar. É preciso saber aproveitar toda essa tecnologia e transformá-la em possibilidades de aprendizagens em sala de aula, para tanto é necessário a formação dos professores para que saibam relacionar e aproveitar bem esses recursos em um contexto escolar (Pitongonçalves; Lamorato, 2015). Ainda, segundo os autores supracitados, a formação de professores deve propor condições capazes de promover conhecimento sobre as técnicas computacionais, para integrar sua prática pedagógica e superar barreiras em todas as áreas, principalmente na Matemática, visto a diversidade de conceitos a serem contextualizados em sala de aula. Dessa forma, é importante possibilitar e tentar superar um sistema de ensino fragmentado para uma abordagem integradora de conteúdo voltado para o interesse do aluno, o qual propicie condições ao professor em sua formação para que possa auxiliar nas necessidades pedagógicas.

Para Ávila et al. (2014) faz-se necessário pensar na formação de professores, principalmente na formação de professores de Matemática, de modo que estes se tornem capazes de explorar os mundos virtuais como espaços para a promoção de uma aprendizagem mais satisfatória para seus alunos. Entretanto, docentes ainda se mostram bastante reticentes com o uso dos recursos digitais educacionais em sala de aula, alegando despreparo ao uso dos instrumentos tecnológicos educacionais no contexto escolar.

Assim, para Menegais, Fagundes e Sauer (2014) na formação de professores se torna fundamental a inserção de tecnologias digitais do cotidiano da sala de aula, com propostas inovadoras e focadas que despertem o interesse dos estudantes, assim despertando seus interesses e estimulando suas reflexões, argumentações no processo de aprendizagem, principalmente na área de Matemática. Não se trata apenas em pensar que as tecnologias digitais serão a solução para todos os problemas enfrentados na educação, nem dizer que as outras formas e tendências metodológicas são inadequadas ou não terão sucesso. Esse contexto é muito mais complexo dadas as relações de ensino e de aprendizagem.

Ainda, com base em Silva, Carvalho e Maciel (2012), as tecnologias não são um milagre em mudanças no sentido de práticas educativas de ensino, estas devem ser adequadas com muita coerência, visando todas as possibilidades para a melhoria na qualidade no processo de ensino e de aprendizagem.

Ribeiro (2013) argumenta que as tecnologias não são as únicas alternativas didáticas de uso obrigatório. Deve-se interpretá-las adequadamente e criticamente como novas possibilidades pedagógicas, possíveis de contribuir na formação de aluno crítico, reflexivo que deseja formar, principalmente em uma formação de professores críticos a utilizá-las em sala de aula. Ponte (2000) afirma que as tecnologias apresentam problemas em suas aplicações como qualquer outro meio de recurso pedagógico, dessa forma, alguns problemas podem acontecer como perder informações já arquivadas, os vírus, ou algo que de errado. Mas as facilidades de estratégias, as eficiências em trabalhar em equipes, entre tantas outras vantagens as coloca como algo indispensável e fundamental. Ainda para o autor, as Tecnologias da Informação e Comunicação podem ser uma alternativa de informações dinâmicas que possibilitam aos indivíduos um interesse em desenvolver uma interação social. Segundo Garcia (2005) é preciso reelaborar a formação do professor que, por sua vez, deve ser um formador e assim necessita estar reorganizando constantemente suas ações pedagógicas. É de sua responsabilidade propor atividades que gerem momentos de investigação aos futuros professores, onde sejam capazes de refletir e questionar conceitos nas mais diferentes situações que se envolverem nos ambientes de aprendizagem, quer seja sobre as escolas, os currículos, os estudantes, os conteúdos, os recursos utilizados ou qualquer outro objeto de aprendizagem.

Assim, para os autores Bona et al. (2011) com o apoio da tecnologia digital e a cooperação de todos os envolvidos, esses instrumentos podem tornar-se capazes de levantar hipóteses e estratégias matematicamente, criar e resolver situações que a envolvem, de forma que a aprendizagem aconteça mediada num espaço digital onde o tempo não precisa ser determinado e estabelecido. Enfim, são vários os meios com apoio de recursos tecnológicos digitais para se tentar uma metodologia alternativa que propõe situações de aprendizagem que pode ser favorável ao educando. O professor é quem precisa estar decidido a saber o melhor momento e qual freqüência pretende utilizar esses apoios tecnológicos.

Contar com o apoio de professores e outros colaboradores no processo de adotar a tecnologia na escola é fundamental, afinal, são eles que irão lidar diretamente com a questão, por isso, quanto mais a favor da mudança estiverem, melhor. Além de motivar o uso da tecnologia entre esses profissionais, é preciso ainda ajudá-los a empregá-la da melhor maneira possível, oferecendo treinamentos, aulas de informática e até funcionários auxiliares para deixá-los mais seguros com o uso dos novos recursos.

Acompanhar a relação de cada um com as tecnologias adotadas a fim de diagnosticar problemas, receber feedbacks e promover uma melhoria constante também é essencial. O envolvimento dos pais na educação de seus filhos é de grande importância para o sucesso dos estudantes. Diante disso, promover a participação dos familiares nas mudanças a serem implementadas para a adoção da tecnologia em sala de aula é outro passo fundamental.

Por meio de reuniões, notificações e uma comunicação aberta entre os pais e a escola, é possível que eles contribuam para a introdução da tecnologia, aumentem o engajamento dos filhos, ofereçam feedbacks enriquecedores e, mais importante, compreendam e apóiem a iniciativa.

Com a geração Z nascida e criada em um mundo dominado pela tecnologia, é difícil imaginar que possa haver qualquer tipo de resistência por parte dos alunos na implementação da tecnologia em sua educação. Ainda assim, é preciso cuidar de sua preparação para receber a novidade justamente para que a familiaridade com os recursos digitais não os leve para longe do aprendizado, restringindo seu uso da tecnologia ao entretenimento ou a atividades que poderiam ser feitas fora da sala de aula.

Os motivos por trás da introdução das ferramentas tecnológicas, bem como os objetivos de cada uma delas, devem ser bem conhecidos pelos alunos, e a atitude esperada deles em relação a isso deve ser sempre clara e relembrada quando necessário. Outro ponto importante para a escola que deseja realmente aproveitar os benefícios que a tecnologia pode oferecer no lugar de simplesmente adicioná-la a gama de recursos disponíveis nas salas de aula é pesquisar e entender as principais demandas dos alunos.

Dessa maneira, é possível empregar justamente os recursos de que eles precisam para melhorar seu desempenho, além de garantir que a medida terá efeito em sua motivação e engajamento.

Para tal, é interessante procurar saber:

– que tipos de aparelhos tecnológicos os alunos mais usam fora da sala de aula;

– quais são os programas e aplicativos mais usados por eles, tanto para atividades relacionadas à escola quanto para seu próprio entretenimento;

– qual é a familiaridade de cada um com os diferentes tipos de recursos disponíveis no mercado;

– de que tipo de informação ou conhecimento do uso da tecnologia os alunos mais podem precisar em suas futuras vidas profissionais;

– o que eles gostariam de aprender ou dominar quando o assunto é tecnologia.

A partir daí, os gestores da escola podem entender quais ferramentas e recursos terão mais utilidade e aceitação em sala de aula (tablets, e-readers, smartphones). Além disso, é possível criar atividades específicas relacionadas à tecnologia, como oficinas de edição de vídeo, aulas de informática, programação básica, etc.

Para usar a tecnologia com o objetivo de sanar problemas em sala de aula, deve-se, em primeiro lugar, localizar esses problemas. Dessa forma, as chances de que as mudanças surtam efeitos positivos são muito maiores. Realizado tanto antes quanto após a implementação da tecnologia, o mapeamento das dificuldades, dos alunos e dos professores, é crucial para a melhoria constante do ensino, e pode ocorrer da seguinte maneira. Além da pesquisa realizada entre os alunos para entender suas principais demandas, vale pedir ainda a professores e colaboradores que observem, em sala de aula, quais são as principais dificuldades no dia a dia, da falta de motivação dos estudantes à escassez de oportunidades e conhecimento para adotar novas práticas de ensino, por exemplo. A partir desse levantamento, podem-se estudar os recursos disponíveis para escolher aqueles que melhor atendem a essas demandas e traçar um plano de melhoria em longo prazo.

Nas primeiras semanas após a adoção da tecnologia em sala de aula, deve-se acompanhar a adaptação de professores e alunos para sanar possíveis resistências e dificuldades iniciais. Depois disso, o monitoramento deve continuar não apenas para prevenir problemas e garantir que as ferramentas continuem a ser usadas da forma correta como, também, para analisar os resultados obtidos a fim de continuar avançando. Vale lembrar que, após a implementação, é possível que problemas que passaram despercebidos antes dela se revelem como, por exemplo, dificuldades de alunos específicos com o uso da tecnologia, devendo ser então estudados e devidamente sanados.

Na era da comunicação, a formação continuada é exigência em praticamente qualquer área. Entretanto, mesmo antes da revolução trazida pela informática, a atualização constante dos profissionais da educação já era um requisito para seu sucesso. Afinal, ensinar requer, antes de tudo, aprender, e, para isso, professores, coordenadores e diretores precisam estar por dentro das descobertas e tendências mais atuais da educação.

Ademais, a própria forma de ensinar vem passando por transformações aceleradas nos últimos anos, com o surgimento da chamada educação 3.0, por exemplo. Nesse contexto, manter-se informado acerca das inovações em pedagogia é imprescindível para que o profissional do ensino continue realizando seu trabalho com qualidade.

Ao se familiarizar com as tendências relacionadas à tecnologia na educação, os professores entrarão em contato com novas formas de ensinar e poderão desenvolver caso ainda não o tenham o hábito de continuar atualizando-se para descobrir outros usos das ferramentas disponibilizadas, novos programas e aplicativos de ensino, e por aí vai. Com isso, se ganha flexibilidade, aumentando a capacidade dos profissionais de se adaptar a mudanças e aprender a lidar com novidades na escola.

À medida que se acostuma a usar as novas ferramentas, o educador consegue ainda melhorar sua gestão de tempo dentro e fora da sala de aula, assim como estreitar seu relacionamento com os alunos por meio da interação com os aparelhos eletrônicos, tão presentes no dia a dia deles.

A atualização impulsionada pela adoção da tecnologia, portanto, permitirá ao profissional da educação não apenas manter-se em dia com o que há de mais recente em sua área, como também trará benefícios diversos para a sua rotina, sua relação com os estudantes e o funcionamento da própria escola.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cabe ao professor estimular o aluno e direcioná-lo para os objetivos que a atividade se propõe. As atividades possibilitam ao professor criar interações e instigar o aluno despertando sua curiosidade. É, portanto, um bom instrumento para o professor, que pode propor o estudo de um tema de outra maneira e dar subsídios à criança para construir o seu conhecimento conforme seu ritmo, de forma agradável, agregando entretenimento, informação e ludicidade.

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1Especialização em Orientação Educacional, Gestão e Supervisão Escolar – Instituto de Educação e Tecnologias

2Especialização em Orientação Educacional, Gestão e Supervisão Escolar – Instituto de Educação e Tecnologias

3Especialização em Orientação Educacional, Gestão e Supervisão Escolar – Instituto de Educação e Tecnologias

4Graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia – UNOPAR

5Especialização em Gestão Escolar – UNITINS

6Doutorado em Educação – UFSCar

7Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física – UESC

8Graduação em Pedagogia – Faculdade Fizo

9Especialista em Gestão Escolar e Docência no Ensino Superior – Universidade do Estado do Mato Grosso