O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR EM CONTABILIDADE: UM ESTUDO NAS UNIVERSIDADES DA CIDADE DE SALINAS/MG

THE USE OF NEW TECHNOLOGIES IN TEACHING HIGHER EDUCATION IN ACCOUNTING: A STUDY IN THE UNIVERSITIES OF SALINAS CITY / MG

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102410161108


Ellen Sandra Eduarda Santos[1]
Jonatas Sena Oliveira[2]
Esdra Erica Gonçalves Dias[3]
Luciana Canário Mendes[4]


RESUMO

A sociedade é passível a constantes modificações devido às novas posturas e comportamentos humanos. Assim, como o indivíduo estar suscetível a influência do meio social e a maneira como a definição de verdade é imposta a ele. A educação é uma ferramenta que determina como serão os homens de um país, impondo ideologias ou tornando-os pessoas reflexivas acerca das próprias ações. Nesse sentido, as transformações sociais também exigem das instituições de ensino, adequações do seu currículo à realidade do aluno. Contudo, há limitações na educação quanto a essa adaptação voltada para o novo cenário social, que está moderno e repleto de tecnologias integradas no cotidiano das pessoas. Sendo assim, este estudo procurou responder: quais as limitações apresentadas pelas universidades da cidade de Salinas/MG para a inserção das novas tecnologias na docência do ensino superior em contabilidade? Para solucionar a problemática, realizou-se pesquisas bibliográficas e de campo. Essa última teve como instrumento de coleta de dados o questionário que aplicou-se aos professores do ensino superior em contabilidade da cidade de Salinas/MG. Percebeu-se que há mais limitações na instituição pública, do que na privada, quanto ao uso das novas tecnologias no ensino superior em contabilidade. Constatou-se que a falta de investimentos e currículos inflexíveis foram apontados como limitações à adoção das novas tecnologias na graduação de ciências contábeis.

Palavras-chave: Educação. Novas Tecnologias. Ensino Superior. Contabilidade.

ABSTRACT


The society is subject to constant modifications due to the new postures and human behaviors. Just as the individual is susceptible to the influence of the social environment and the way the definition of truth is imposed on him. Education is a tool that can determine how the men of a country will be, imposing ideologies or making them reflective about their own actions. In this sense, the social transformations also demand from the educational institutions, adaptations of their curriculum to the reality of the student. However, there are limitations in education regarding this adaptation geared to the new social scene, which is modern and full of technology integrated into people’s daily lives. Thus, this study sought to answer: what are the limitations presented by the universities of the city of Salinas / MG for the insertion of new technologies in teaching higher education in accounting? To solve the problem, a bibliographical and survey research was carried out. The latter had as instrument of data collection the questionnaire that was applied to teachers of higher education in accounting of the city of Salinas / MG. It was noticed that there are more limitations in the public institution, as in the private, regarding the use of new technologies in higher education in accounting. Lack of professional training, lack of financial resources, and inflexible curricula were considered as limitations by most respondents.

Keywords: Education. New technologies. Higher education. Accounting.

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento tecnológico foi responsável por diversas mudanças ocorridas na sociedade, substituiu a manufatura das indústrias por produção em massa, possibilitou a comunicação entre pessoas de localizações distantes, proporcionou transportes mais rápidos e seguros, assim como trouxe à população a oportunidade de navegar nas redes web mediante a internet.

Na medida em que as rotinas humanas modificaram, a necessidade de implantar recursos tecnológicos no processo de ensino aumentou. Diante disso, a escola como espaço de ensino-aprendizagem, possui a premissa de ensinar aos alunos para que se desenvolvam no ambiente social. Nesse sentido, a instituição de ensino deve acompanhar a evolução da sociedade e consequentemente as mudanças decorrentes das tecnologias.

Nesse sentido, a partir de reflexões pedagógico-sociais como evidenciados anteriormente, surgem questionamentos quanto ao uso das novas tecnologias frente ao modelo tradicional educativo, considerando as limitações que o sistema brasileiro de ensino público apresenta, seja ele no ensino fundamental e médio, assim como no ensino superior. A partir dessa premissa surgiu o questionamento que sustentou essa pesquisa, quais as limitações apresentadas pelas universidades da cidade de Salinas/MG para a inserção das novas tecnologias na docência do ensino superior em contabilidade? Cujo tema é o uso das novas tecnologias na docência do ensino superior em contabilidade: um estudo na cidade de Salinas/MG.

O objetivo primordial desse trabalho é analisar as limitações apresentadas pelas universidades da cidade de Salinas/MG para a inserção das novas tecnologias na docência do ensino superior em contabilidade. Enquanto os objetivos específicos pretendem: verificar se as instituições de ensino na cidade de Salinas/MG fazem uso das novas tecnologias na docência do ensino superior em contabilidade; averiguar se os professores do ensino superior em contabilidade possuem capacitação em informática; identificar as ferramentas tecnológicas que são utilizadas em sala de aula pelos docentes; verificar se o currículo das universidades de Salinas/MG contribuem para que elas adotem as novas tecnologias em seu processo de ensino aprendizagem.

Para alcançar aos objetivos evidenciados, realizou-se uma pesquisa de natureza aplicada, com abordagem qualitativa e quantitativa, cujos objetivos possuem teor explicativo. Em se tratando dos procedimentos técnicos, realizou-se um estudo bibliográfico e de levantamento. Nesse último, utilizou-se como instrumento de coleta de dados o questionário eletrônico, aplicado por intermédio da plataforma Google Form e encaminhado aos professores da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) e Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) via correio eletrônico e redes sociais. Tais universidades foram selecionadas devido ministrarem o cursos de ciências contábeis na modalidade presencial ou semipresencial.

REVISÃO DE LITERATURA

A influência da educação sob a sociedade versus sociedade, influência da educação

Boyer (2015) assevera que ao longo do tempo grandes pensadores como Émile Durkheim promoveram estudos relacionando a educação com as mudanças da sociedade. O referido autor, ainda destaca que mesmo em face de realidades distintas entre a atualidade e épocas em que viveram grandes sociólogos como Durkheim, a sociedade ainda é passível de constantes transformações.

Diante das mudanças relacionadas à sociedade e educação, Pacheco; Mendonça (2006) afirmam que os países desenvolvidos há cerca de cem anos, conseguiram ofertar educação a todos os seus cidadãos, enquanto o Brasil enfrenta uma série de problemas na oferta gratuita de ensino com qualidade e democracia. Burgos et al. (2015), apontam que a educação deve ser exercida mesmo se os educadores não saibam com clareza agir diante de situações conflituosas e de dificuldades, evidenciando limitações para o país, em adequar modificações na educação frente a indisponibilidade de recursos.

Em consonância ao relato anterior, Boyer (2015) retrata que existem vários desafios que as instituições de ensino presenciam, principalmente, no que diz respeito a mudanças relacionadas à globalização. A não utilização das novas tecnologias são fatores que contribuem para a crise escolar, em que os jovens e adolescentes gradativamente vem perdendo o interesse pela escola com currículo tradicional.

Mediante essa sociedade repleta de recursos inovadores, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), levantaram questionamentos já evidenciados em outros períodos, quanto ao modelo único de se educar. Uma das principais vertentes, estão relacionadas as desigualdades sociais que existem na sociedade, exigindo das escolas um currículo flexível, para que possa adaptar à necessidade do indivíduo e o meio em que vive. Muitas pessoas ainda não estão preparadas para modificar um sistema tradicional que exclui e aumenta a desigualdade, mas que de certa forma foi importante para desenvolver a sociedade (BOYER, 2015).

Nesse sentindo, Nôvoa (1994), acrescenta que a saída dessa crise na educação, exige a reflexão de maneira radical em relação ao elo estabelecido entre sociedade e escola.  É necessário deixar ideologias antigas no passado, uma vez, que a nova implantação do ambiente escolar na sociedade necessita de mudanças, pois o mal-estar dos professores está na defasagem da imagem e exercício da docência em contradição com a realidade atual.

Primeiros passos da informática educacional brasileira

Nascimento (2007) afirma que em 1971 houveram discussões sobre a utilização máquinas computadorizadas na docência em física, na Universidade de São Paulo (USP) campus São Carlos. Essa questão foi ponderada em um seminário com o apoio da Universidade de Dartmouth\EUA. Segundo o autor a Universidade Federal do Rio de Janeiro foi a primeira instituição que utilizou o computador no processo de ensino, possível, graças ao Departamento de Cálculo Científico, fundado no ano de 1966, que originou o Núcleo de Computação Eletrônica (NCE). Nesse período o computador era objeto de estudo e pesquisa, no qual proporcionava uma disciplina para a educação em informática (NASCIMENTO, 2007).

Após 1973, o Centro Latino-Americano de Tecnologia Educacional (Clates) e o Núcleo de Tecnologia Educacional para Saúde (Nutes) da UFRJ, iniciaram estudos voltados para o uso da informática na condição de tecnologia educacional no estudo da disciplina de química. Nesse mesmo período, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) iniciou diferentes bases teóricas e também linhas de ação voltadas para a inserção da informática na docência, como na avaliação de alunos (NASCIMENTO, 2007).

Já em 1975, o autor supracitado, pondera que surgiu estudos como “Introdução de Computadores nas Escolas de 2º Grau” realizada pela Universidade de Campinas (Unicamp), financiada pelo Ministério da Educação (MEC) em comum acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio do convênio existente na época com o Programa de Reformulação do Ensino (Premen) – MEC.

Entre as décadas de 70 e 80 foram realizadas novas experiências baseadas em teorias de Jean Piaget e nos estudos de Papert, realizados pela UFRGS, o autor destaca o trabalho realizado pelo Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC) dessa instituição que buscou explorar a potencialidade do computador usando a linguagem Logo, utilizado crianças estudantes da rede pública com dificuldades de aprendizagem em leitura, escrita e cálculo (NASCIMENTO, 2007).

Vidal e Maia (2017) destacam que é antiga a presença da tecnologia na escola, e houve preconceito dos educadores em geral na adoção dessas novas tecnologias.  Os autores mencionam que o uso delas estavam associadas a uma visão tecnicista, instrumental, baseada apenas em dispositivos, artefatos e equipamentos utilizadas em funções distintas do campo educativo e que integram a finalidades instrucionais.

Os autores supramencionados indicam que historicamente a relação entre as tecnologias e a escola, iniciou com a utilização de diversas produções como: gravador, vídeo, televisão, material impresso e as novas tecnologias da informação e comunicação. Vidal e Maia (2017) asseveram que a aplicação desses recursos na educação foram implementados conforme assuntos econômicos e políticos e algumas vezes por questões ideológicas.

Nascimento (2007) afirma que em relação às ações governamentais no âmbito federal, o país a partir de 1970 implementou políticas públicas voltadas para o crescimento da garantia de segurança e desenvolvimento da nação, que influenciaram em medidas protecionistas para a área da informática educativa.

Nesse sentido, o governo brasileiro criou a Comissão Coordenadora das Atividades de Processamento Eletrônico (Capre), a Empresa Digital Brasileira (Digibras) e à Secretaria Especial de Informática (SEI).  Esta última, se tornou responsável por coordenar e executar a política nacional de informática da sociedade brasileira, com a finalidade de promover a autonomia do país por meio da capacitação científica e tecnológica (NASCIMENTO, 2007).

Nascimento (2007) narra uma série de marcos que impulsionaram a utilização de tecnologias no processo educacional, na década de 70 e também nas décadas seguintes. Quanto aos estudos e informatização educacional brasileira, nos anos 80 passou a ser liderado pelo MEC, que procurou se organizar para cumprir as novas obrigações.

Nesse mesmo período, Nascimento (2007) afirma que devido a deficiência nacional na área de educação em informática surgiu o Projeto Formar que possuía a finalidade de formar profissionais para que trabalhassem nos centros estaduais e municipais de informática educacional. A partir desse momento histórico, cada Secretaria de Educação, definiu como seria suas propostas de desenvolvimento e ensino em informática, e coube ao MEC repassar os recursos necessários para o desenvolvimento dessas atividades, assim como novos projetos.

Nascimento (2007) ainda afirma que o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO) é um programa com grande relevância no desenvolvimentos dos estudos em informática na educação do país. O objetivo dele é proporcionar o uso pedagógico da informática na rede pública de educação básica.
O programa leva às escolas computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO) e se encontra ativo na atualidade.

O currículo como definição do aluno

Conforme o Ministério da Educação (2013) a aprendizagem escolar está interligada ao currículo, que possui a finalidade de organizar, orientar, nos diferentes níveis educacionais e nas atitudes docentes. Conforme o autor não é fácil conceituar o termo currículo, devido aos vários ângulos envolvidos. Silva (2010, p.150) afirma que o “currículo é lugar, espaço, território (…) o currículo é texto, discurso, documento. O currículo é documento de identidade”. O Ministério da Educação também afirma que:

Essas experiências representam, em sentido mais amplo, o que o currículo exprime e buscam concretizar as intenções dos sistemas educacionais e o plano cultural que eles personalizam (no âmbito das instituições escolares) como modelo ideal de escola defendido pela sociedade. Nessa concepção, o currículo é construído a partir do projeto pedagógico da escola e viabiliza a sua operacionalização, orientando as atividades educativas, as formas de executá-las e definindo suas finalidades. Assim, pode ser visto como um guia sugerido sobre o que, quando e como ensinar; o que, como e quando avaliar. A concepção de currículo inclui, portanto, desde os aspectos básicos que envolvem os fundamentos filosóficos e sociopolíticos da educação até os marcos teóricos e referenciais técnicos e tecnológicos que a concretizam na sala de aula. Relaciona princípios e operacionalização, teoria e prática, planejamento e ação. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2013, p. 32)

Silva (2010) destaca que há três teorias sobre o currículo, sendo elas as Teorias Tradicionais, Teorias Críticas do Currículo e Teorias Pós Críticas. As Teorias Tradicionais definem que a instrução é igual para todos, de maneira mecânica, os assuntos são listados e impostos, cabendo ao professor a obrigação de ensinar e ao aluno de memorizá-los.

Já nas teorias críticas do currículo a instrução permite uma estrutura crítica, libertadora e favorece massas populares, espaço de defesa das lutas. Enquanto as teorias pós-críticas do currículo defendem a ideia que não há um conhecimento único e verdadeiro, levando em consideração a perspectiva histórica e a adaptação do ensino conforme costumes e práticas da sociedade e respeitando as diferenças (SILVA, 2010).

METODOLOGIA DA PESQUISA

Marconi e Lakatos (2003) asseveram que a pesquisa é um processo formal no qual é utilizado o pensamento reflexivo, com rigor científico, além de traçar um caminho para alcançar determinada realidade ou verdades parciais. Para Gil (2008) não há como realizar uma pesquisa científica sem a utilização do método, para o autor, essa terminologia é definida como o caminho para se alcançar uma finalidade.

O método científico, de acordo com Gil (2008) diz respeito aos procedimentos técnicos e intelectuais utilizados para o alcance do conhecimento científico. Nesse sentido, com a finalidade de buscar resultados científicos para a problemática inicialmente levantada, serão utilizados métodos e técnicas descritas nesse capítulo.

Quanto à sua natureza, esse trabalho classifica-se como uma pesquisa aplicada, haja vista, que produz conhecimentos relacionados ao desenvolvimento tecnológicos e sua aplicação prática voltou-se para a solução de problemas definidos. Em se tratando da sua abordagem este estudo é quantitativo, uma vez, que os problemas foram solucionados por meio de métodos mensuráveis.

Essa pesquisa, quanto aos seus objetivos classifica-se como pesquisa explicativa e quanto aos procedimentos técnicos como bibliográfica e pesquisa levantamento. Na pesquisa bibliográfica foram utilizados livros, dissertações, teses, artigos e outras fontes bibliográficas que agregaram conhecimento a este trabalho.

O instrumento de coleta de dados utilizado para a pesquisa-levantamento foi o questionário eletrônico, elaborado por meio do aplicativo Google Form, e encaminhado aos pesquisados via correio eletrônico e redes sociais. Aplicou-se os questionários aos professores que lecionam para graduandos em ciências contábeis das Universidade Estadual de Montes Claros- (Unimontes) e Universidade Norte do Paraná (Unopar), uma vez, que estas instituições ministram o curso de ciências contábeis de maneira presencial ou semipresencial. Quanto as demais universidades ministram totalmente a distância, esse mesmo curso, sem professor ou tutor presencial e foram eliminadas da pesquisa.

Em sua totalidade, a UNIMONTES possui 14 professores que lecionam presencialmente no campus Salinas, no segundo semestre de 2018. Enquanto a UNOPAR têm apenas 2 professores nessas mesmas condições, os demais profissionais lecionam a distância e não fizeram parte da amostra da pesquisa.

Os questionários possuíam perguntas fechadas e abertas. Após a aplicação e resolução dos mesmos por parte dos respondentes, o próprio aplicativo Google Form tabulou os dados e utilizou-se o Excel para elaboração dos gráficos, diante da vasta configuração gráfica que o mesmo apresenta, com a finalidade de suprir as necessidades do tópico resultado e discussão.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Neste capítulo serão abordadas as análises de dados e discussão dos resultados, obtidos por meio de aplicação do questionário eletrônico às universidades da cidade de Salinas/MG. Cabe destacar que entre a amostra evidenciada na metodologia dessa pesquisa, um dos professores do ensino superior público não respondeu ao questionário, e foi eliminado dos percentuais gráficos. Quanto aos profissionais que participaram dessa pesquisa, 86,70 % lecionam para graduandos no curso de ciências contábeis, pela modalidade de ensino presencial, enquanto 13,30% semipresencial.

Identificação dos respondentes

Há uma predominância de pessoas do sexo masculino da docência do ensino superior em contabilidade, que lecionam presencialmente, na cidade de Salinas/MG. Em se tratando dos percentuais, as mulheres representam 33,30% dos respondentes enquanto os homens, 66,70% do total.

Quanto à faixa etária dos pesquisados, 53,33% possuem de 35 a 44 anos; 26,67% se enquadram na faixa de 25 a 34anos; 13,33% possuem entre 45 a 54 anos; e 6,67% não informaram a idade. Entre os profissionais pesquisados, há uma variância do tempo que atuam como docente no ensino superior em contabilidade, esse período compreende de 2 meses a 33 anos de carreira. Evidenciou-se que entre os pesquisados há pessoas de pouca a elevada experiência profissional na docência em contabilidade, cuja formação acadêmica esboçou-se no gráfico 01, abaixo:

GRÁFICO 01 – Área de formação acadêmica do profissional.
Fonte: Elaboração própria.

A maioria dos respondentes são formados em contabilidade, no qual, representam 86,70% do total de pessoas. Outros 6,65% possuem formação em administração e 13,30% em direito. Cabe destacar que 6,65% dos profissionais graduados em contabilidade também são bacharéis em direito. Além de graduados, 86,70% são especialistas, enquanto 13,30% são mestres e não há nenhum doutor entre os pesquisados.

O uso das novas tecnologias no ensino superior em contabilidade nas universidades da cidade de Salinas/MG

Richit e Maltempi evidenciam que os avanços tecnológicos trouxeram mudanças na comunicação e aprendizagem dos indivíduos, principalmente com a chegada da internet e outros recursos. Nesse sentido, questionou-se aos respondentes, se nas instituições de ensino em que lecionam há laboratório de informática e também quais as condições dos computadores que o compõem, conforme demonstração do gráfico 02:

GRÁFICO 02 – Laboratório de informática nas universidades de Salinas/MG.
Fonte: Elaboração própria.

Constatou-se que a instituição privada de ensino em contabilidade, possui laboratório em informática e todos os respondentes afirmaram que os computadores estão em bom estado de conservação. Enquanto, na instituição pública há laboratório de informática, contudo, apenas 38,46% firmaram que os computadores estão em bom estado de conservação, em contrapartida, 61,54% afirmaram que no laboratório há alguns computadores danificados.

Richit e Maltempi afirmam que na década de 80 e 90 surgiu à necessidade de se implantar computadores nas escolas públicas, contudo, essa alternativa era submissa a ações governamentais. Logo após a implantação de laboratórios em informática nas instituições de ensino fomentadas pelo governo, os referidos autores, evidenciaram a não utilização desses recursos de maneira adequada indicando como o início de um novo problema.

Nesse período, a utilização do computador era baseada em atividades de secretaria ou apenas para familiarização dos alunos com os recursos tecnológicos que estavam ganhando a sociedade. Sendo assim, os laboratórios de informática, ficaram abandonados (RICHIT, MALTEMPI).

 Diante da observação nas instituições de ensino superior em contabilidade, percebeu-se que ambas as escolas possuem laboratório de informática, sendo que na universidade particular, todos os respondentes, afirmaram que estão em boas condições enquanto na autarquia pública a maioria evidenciou que há máquinas danificadas.

A realidade descrita acima, pode ser justificada devido a escola semipresencial, ensinar também a distância, no qual, exige recursos tecnológicos que funcionem para dar suporte tanto o professor quanto ao aluno. Evidenciou-se também que a instituição privada possui suporte técnico mais eficiente do que na instituição pública, levando em consideração que esta última necessita de ações e recursos governamentais para realizar benfeitorias e se depara com vários processos burocráticos.

Richit e Maltempi afirmam que essas mudanças impulsionam para que os professores busquem dinamizar o ensino, integrando as tecnologias em sala de aula, sem perder suas características sociais e pedagógicas. Os autores ainda destacam que essas mudanças, também exigem dos professores que se capacitem na área de informática, para que possam inserir tais recursos tecnológicos em suas aulas. Dessa maneira, questionou-se aos pesquisados se eles possuem qualificação em informática, conforme evidenciou-se no gráfico 03:

GRÁFICO 03 – Capacitação dos professores em informática.
Fonte: Elaboração própria.

Percebeu-se que a maioria dos docentes do ensino superior em contabilidade da cidade de Salinas/MG, possuem pelo menos curso profissionalizante em informática básica. Apenas 6,65% informaram que não possuem capacitação alguma nessa área. Nenhum dos pesquisados possuem graduação ou pós graduação em informática, em contrapartida, 60,10%, possuem capacitação em informática básica, 13,30% média, 6,65% avançada e 6,65% técnico em informática. 6,65% assinalaram outros e apontaram a formação prática como fonte de conhecimento em informática, levando em consideração, o acesso fácil e ilimitado de informação e conhecimento.

Sendo assim, a ausência em capacitação profissional na área de informática, não é uma limitação para implantação das novas tecnologias no ensino superior em contabilidade nas universidades da cidade de Salinas/MG, uma vez que 93,35% possuem algum tipo de capacitação nessa área. Perguntou-se também quais recursos tecnológicos, os docentes utilizam em suas aulas que por sua vez, os resultados estão dispostos no gráfico 04:

GRÁFICO 04 – Recursos tecnológicos utilizados em sala de aula.
Fonte: Elaboração própria.

Todos os respondentes afirmaram que utilizam apresentação multimídia em suas aulas. 66,70% dos pesquisados utilizam editores de textos; 53,30% inserem planilha eletrônica no seu planejamento docente. Já 33,30% dos professores responderam que inserem os softwares da receita federal no processo de ensino aprendizagem. Enquanto 20,00% responderam que utilizam softwares educacionais em contabilidade e o mesmo percentual de 20,00% aplicam games voltados para o curso de ciências contábeis.

Questionou-se aos docentes também, no sentido de identificar quais as ferramentas tecnológicas eles utilizam para comunicarem com os seus alunos, fora da sala de aula tradicional, acerca de conteúdos escolares, cujos resultados foram expostos no gráfico 05, que se encontra exposto abaixo:

GRÁFICO 5 – Ferramentas tecnológicas utilizadas para comunicação entre professores e alunos.
Fonte: Elaboração própria.

Todos os professores comunicam com os seus alunos, por meio do correio eletrônico. 76,90% afirmaram que utilizam redes sociais como WhatsApp, Skype e Menssenger. Entre os docentes 53,80% indicaram que realizam ligações telefônicas, enquanto 7,70% enviam mensagens SMS, outros 7,70% utilizam comunidades virtuais de aprendizagem e não foi manifesto nenhum outro recurso tecnológico para a comunicação entre professores e alunos.

Constatou-se que há a utilização de recursos tecnológicos em sala de aula, contudo, percebeu-se que a maioria dos docentes aderem recursos considerados como velhas tecnologias. Richit e Maltempi, apontam que as velhas tecnologias possuíam a premissa de integrar o computador às atividades bases de ensino, limitados a edições textuais e softwares básicos que essa máquina oferece. Contudo, a utilização de games, softwares educacionais e comunicação por recursos considerados por Richit, Maltempi como novas tecnologias, ainda é pouco utilizado pelas universidades da cidade de Salinas/MG que ofertam o curso de ciências contábeis.

Indagou-se aos professores sobre qual recurso utilizado em sala de aula, em sua percepção, faz com que os alunos se interessem mais pelo conteúdo didático aplicado. O gráfico 06, dispõe os resultados obtidos.

  GRÁFICO 06 – Método de ensino que mais chama a atenção dos alunos.
Fonte: Elaboração própria.

Diante do gráfico exposto acima, percebeu-se que grande parcela dos docentes em contabilidade compreendem que os alunos se interessam mais pela aula quando há utilização de softwares, representado pelo percentual de 38,47%. Em contrapartida, 30, 77% dos professores apontaram que os alunos se interessam quando se utiliza apresentações multimídias na docência. Já 15,38% reconhecem que os alunos preferem que o professor escreva no quadro, e eles transcrevam para o caderno o conteúdo didático.

Indagou-se aos professores quanto a teoria curricular que eles entendem que a instituição de ensino em que trabalha utiliza, no curso superior em contabilidade. Os resultados evidenciou-se que todos os docentes da instituição privada acreditam que a instituição de ensino em que trabalha, se enquadra nas teorias curriculares pós-críticas.

Enquanto na instituição pública, os pesquisados dividiram-se nas respostas.  46,15% dos respondentes, alegaram que o currículo do curso se enquadra nas teorias críticas, outros 30,77% apontaram que se encaixam nas teorias pós-críticas do currículo, enquanto, os demais 23,08% indicaram que classificam-se nas teorias tradicionais, conforme o gráfico 07.

GRÁFICO 07 – Classificação do currículo das universidades de Salinas/MG por teorias.
Fonte: Elaboração própria.

A partir do gráfico acima, constatou-se que a instituição de ensino privado valoriza a etnia, a diferença, a cultura, o gênero e a linguagem, uma vez que essas características são atribuídas por Silva (2010) como pós-críticos, indicando que o currículo da instituição está aberta a novas mudanças, valorando a identidade social e cultural. Na universidade pública, houveram respondentes que alegaram que a instituição utiliza essa tipologia curricular, entretanto, apenas um terço dos respondentes acreditam nessa vertente.

Entretanto Silva (2010) assevera que as teorias críticas do currículo enfatizam a economia, o poder, a valorização de classe, assim como o conflito. O mesmo autor aponta que foi através dessa teoria que o currículo foi identificado como uma construção social e a partir de sua aplicação poderá ser formado dominantes ou dominadores, que permitiu uma estrutura libertadora e espaço de defesas das lutas, que não era possível nas teorias tradicionais curriculares. Nesse sentido, grande parcela dos professores da instituição alegaram essa particularidade curricular do curso de ciências contábeis.

Há docentes da universidade pública, que acreditam que a instituição possui um currículo pautado na repetição onde o professor tem o papel apenas de transmitir e o aluno de recepcionar tais conhecimentos, ignorando a diversidade sócio-cultural. Diante dessa assertiva, perguntou-se aos docentes se a instituição de ensino em que leciona está preparada para integrar as novas tecnologias no processo de ensino. Que por sua vez, O gráfico 08, retrata a percepção dos respondentes em relação a essa pergunta.

GRÁFICO 08 – Preparação das universidades da cidade de Salinas/MG para à adoção às novas tecnologias.
Fonte: Elaboração própria.

Na instituição privada de ensino superior em contabilidade 100% dos respondentes alegaram que sim, a universidade está preparada para integrar as novas tecnologias na docência superior em contabilidade. A justificativa mencionada pelos professores é que esta escola investe em recursos tecnológicos, capacita os seus docentes e ajustam o seu currículo as necessidades da sociedade contemporânea.

Já na entidade pública, 61,54% alegaram que a instituição está preparada para à adoção das novas tecnologias no ambiente educacional. Enquanto 30,77% afirmaram o contrário e outros 7,69% não opinaram sobre o assunto. Entre os respondentes que acreditam na preparação dessa instituição de ensino, a essa nova adaptação tecnológica, 53,85% indicaram que mesmo com baixos investimentos em capacitação profissional e recursos tecnológicos a instituição possui um currículo que procura integrar as novas tecnologias no curso superior em contabilidade. Entretanto, 7,69% assinalaram que a universidade investe sim em tecnologia e capacitação, bem como ajusta o seu currículo às necessidades sociais.

Quanto aos respondentes que alegaram que a universidade pública não está preparada para aderir às novas tecnologias na educação superior em contabilidade, 23,08% evidenciam como limitação a ausência de investimento necessário em recursos tecnológicos e em capacitação dos seus docentes, além de possuir um currículo tradicional e inflexível. Já os demais 7,69% acreditam que a instituição possui recursos humanos, financeiros e tecnológicos para adotar as novas tecnologias, contudo, há comodismo institucional que não permite que isso aconteça.

Sendo assim, a universidade privada possui recursos tecnológicos, capacitação profissional e currículo adaptado às novas tecnologias no ensino superior em contabilidade, ou seja, não apresentou limitações para essa mudança educacional. Em contrapartida, a maioria dos respondentes da universidade pública apresentou impasses quanto a essa mudança como falta de investimentos em recursos tecnológicos e humanos, assim como alguns dos pesquisados apontaram inflexibilidade curricular.

Entendeu-se também que a capacitação em informática existente entre os pesquisados foram realizadas de maneira autônoma, uma vez, que a maioria dos respondentes da instituição de ensino pública, indicaram a ausência de qualificação profissional, nessa área, por parte da universidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da pesquisa realizada, verificou-se que as instituições de ensino da cidade de Salinas/MG possuem laboratório em informática, em particular, a instituição de ensino público possui alguns computadores danificados. Os professores das escolas pesquisadas utilizam muitos recursos tecnológicos considerados como velhas tecnologias. Enquanto as novas tecnologias são pouco utilizadas.

A maioria dos professores do ensino superior em contabilidade possuem capacitação na área de informática, que por sua vez, verificou que são capazes de instruir utilizando recursos tecnológicos aos alunos do curso de ciências contábeis. Dessa maneira, fica evidente que a falta de capacitação dos professores não é limitação para a não adesão das novas tecnologias no ensino superior, do curso supracitado, em Salinas/MG.

Identificou-se que as principais ferramentas tecnológicas que são utilizadas em sala de aula pelos docentes são: apresentação multimídia, planilha eletrônica e editor de textos. Esses recursos não são considerados como novas tecnologias de aprendizagem. Porém, alguns respondentes apontaram que utilizam softwares e games educacionais e também se comunicam por meio de CVA, tornando se claro que há indícios de implantação das novas tecnologias no ensino superior em contabilidade na referida cidade, mas que ainda precisa eliminar barreiras curriculares.

Verificou-se que a universidade privada, possui um currículo que se enquadra nas teorias pós-críticas e tem investimentos necessários, bem como capacitação profissional para inserir as novas tecnologias no ensino superior em contabilidade. Contudo, a instituição pública apresenta dificuldades nessa adoção devido situações apresentadas pelos respondentes como a falta de investimentos, currículos tradicionais e inflexíveis.

Essa pesquisa contribuirá para que os docentes do ensino superior reavaliem a sua metodologia de ensino e apliquem as novas tecnologias em sala de aula; fornecerá nova fonte bibliográfica para consultas de alunos e professores na realização de novos trabalhos voltados para a utilização da informática no processo educacional; e também será útil para a sociedade em geral na construção e desenvolvimento do conhecimento científico.

REFERÊNCIAS

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[1]Graduada em Ciências Contábeis pela UNIMONTES – Salinas; Pós-Graduada em Informática na Educação – IFNMG. E-mail: ellensandra.eduarda@gmail.com

[2] Graduado em Ciências Contábeis pela UNIMONTES – Salinas; Pós-Graduado em Informática na Educação – IFNMG. E-mail: jonatassenaoliveira@gmail.com

[3] Graduanda em Pedagogia pelo IFNMG – Salinas. E-mail: esdraerica@gmail.com

[4] Professora orientadora. Graduada em Pedagogia/UESB, Especialista em Fundamentos Sociais e Políticos da Educação/UESB. Mestre e Doutora em Memória: Linguagem e Sociedade (UESB) na linha de pesquisa Memória, Cultura e Educação. E-mail: lucianacanario@gmail.com