O USO DA COMPOSTAGEM NA TRANSFORMAÇÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS DE HORTALIÇAS PARA A CONFECÇÃO DE SUBSTRATO NA PRODUÇÃO DE MUDAS DO QUIABEIRO (Abelmoschus esculentus (L.) Moench)

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7615358


Tamila Almeida de Abreu1
Tayná Ellen Lima Santos1
Gilmar Fritz Moreira Júnior1
Guilherme Lima Sales1
João Vitor Santos Silva1
Erllens Éder-Silva2


Resumo

O uso de composto orgânico de resíduos sólidos de hortaliças na confecção de substratos para o sistema de produção de mudas orgânicas, poderá ser uma excelente alternativa para a obtenção do substrato ideal para cada espécie e a diminuição resíduos poluidores do ambiente.

Nesse sentido, o presente trabalho visou avaliar a viabilidade do uso de compostos orgânicos obtidos com resíduos sólidos de hortaliças como substratos inteiramente orgânico para avaliar o crescimento inicial de mudas do quiabeiro (Abelmoschus esculentus (L.) Moench) na composição do substrato ideal. Os materiais utilizados em diferentes proporções foram: composto orgânico de resíduos sólidos de hortaliças, esterco bovino e areia lavada. O ensaio foi conduzido em casa de crescimento durante o período de 32 dias a pós a emergência e as variáveis agronômicas avaliadas foram os parâmetros fitotécnicos para o comprimento de raiz, parte aérea e total de plântula, diâmetro do caule, número de folhas definitivas, massa seca da parte aérea, raiz e total. Quanto aos sete substratos confeccionados e avaliados, observamos que o desenvolvimento das mudas quanto ao crescimento inicial nos substratos de composto orgânico (C0) + areia lavada (AL) + esterco bovino curtido (EB), para os tratamentos nas diferentes proporções para T6 (CO:AL:EB = 80:10:10 v/v) e T7 (CO = 100 v), apresentaram respostas agronômicas superiores de crescimento.

Palavras-chave: Manejo. Horta. Orgânico. Plantas Jovens. Quiabo.

1 INTRODUÇÃO

A cultura do quiabo (Abelmoschus esculentus (L.) Moench), originário da África, pertencente à família Malvaceae, e é tradicionalmente cultivado em regiões tropicais, com destaque para a variedade Santa Cruz 47 largamente cultivada no Brasil (GALATI et al., 2013).

Para Souza et al. (2014), a produção de mudas para esta cultura constitui-se numa das etapas mais importantes do sistema de produção, influenciando diretamente o desempenho nutricional e produtivo. O quiabeiro é uma hortaliça de clima quente e foi base da alimentação dos escravos africanos, que a introduziram no Brasil. Desde então, a hortaliça passou a fazer parte da culinária brasileira em preparados com frango, abóbora, brócolis, batata doce, angu, linguiça, bacon, moqueca, camarão e bacalhau.

Diante das dificuldades na produção de hortaliças em sistemas orgânicos a obtenção de substrato para a produção de mudas com interesse comercial em qualidade e quantidade, compreende uma das fases mais importantes para a implantação de uma horta. Nesse sentido, o agricultor deve fundamentar-se na escolha do substrato certificado como orgânico, de baixo custo, de fácil obtenção e/ou produção local em quantidade, que melhor promova a produção de mudas viáveis e seja eficiente na produção de diversas espécies.

Em um sistema de produção de mudas diversos fatores podem afetar a qualidade de mudas, dentre os quais podemos citar: fatores climáticos, nutrição, substratos, recipientes, qualidade da água e manejo da irrigação, tratos culturais, controle de pragas e doenças, idade para transplante, a qualidade das sementes, germinação e o estabelecimento de plantas (FEITOSA, et al., 2017; SOMMER 2022 et. al.).

Os substratos são caracterizados por constituírem a base de materiais onde se desenvolvem as raízes das plantas para suprir as necessidades em sustentação, nutrientes, oxigênio e água (SAAD 2007). O desenvolvimento promissor na fase inicial de crescimento das plantas depende em parte das propriedades químicas, físicas e biológicas dos substratos.

Então, não existe um padrão de substrato, pois cada espécie vegetal tem suas exigências quanto a aeração, nutrição e água. O substrato ótimo é aquele capaz de garantir a qualidade adequada ao desenvolvimento da planta jovem cultivada.

Quanto a relevância do tipo de substrato os fatores como firmeza, volume constate, maturação, porosidade, aeração, estrutura, capacidade de retenção e disponibilização de água, disponibilidade de nutrientes, limpeza e higienização, baixa quantidade de sais, estrutura e granulometria adequadas, podem variar de um substrato para outro, favorecendo ou prejudicando a germinação das sementes (BARBOSA et al.,1985). Entretanto, é difícil encontrar um material que sozinho atenda a todas estas exigências, necessitando para isso à formulação de misturas que confeccionem o substrato, nas quais se visa obter o maior número possível de características desejáveis (JUNIOR et al., 2012).

A compostagem é largamente utilizada para o processamento dos mais diversos tipos de resíduos orgânicos e ao final do processo é gerado um produto de alto valor agregado, chamado de composto, que tem uso na adubação orgânica. Essa técnica possibilita a substituição ou a redução do uso de fertilizantes químicos solúveis na agricultura, podendo reduzir os custos de produção, importante no ponto de vista econômico e ambiental (ZAPAROLI; BARROS, 2016).

Composto orgânico bem produzido de boa qualidade pode conter a totalidade dos nutrientes que a planta precisará até o momento do transplanto (JORGE et al. 2020). A matéria orgânica é um dos componentes fundamentais dos substratos, cuja finalidade básica é aumentar a capacidade de retenção de umidade e nutrientes para as mudas (SOMMER 2022 et. al.).

Nesse sentido, o presente trabalho visou avaliar a viabilidade do uso de compostos orgânicos obtidos com resíduos sólidos de hortaliças como substratos inteiramente orgânico para avaliar o crescimento inicial de mudas do quiabeiro (Abelmoschus esculentus (L.) Moench) na composição do substrato ideal.

2 REVISÃO DA LITERATURA

Mudas de quiabeiro

O sucesso da cultura está na produção de mudas com qualidade, que devem ser realizadas em recipientes no viveiro, a fim de minimizar os gastos excessivos com sementes e no controle de insetos pragas no processo produtivo das mudas, que para a cultura do quiabeiro são mais importantes do sistema produtivo, influenciando no desenvolvimento das plantas (ZACCHEO et al., 2013). As sementes de quiabo são conhecidas como sementes “duras”, ou seja, tem um tegumento impermeável à água (MARCOS FILHO, 2005). Eichelberger e Moraes (2001) relatam que devido a esta característica, o quiabeiro pode apresentar emergência lenta e irregular, gerando desuniformidade de plântulas no campo, o que contribui para elevar o gasto com sementes. O substrato pode vir a influenciar na emergência dessa espécie.

O substrato

A palavra substrato é substantivo masculino originário do latim substrato; é o que constituí aparte essencial do ser; a essência e, por extensão, é base, resto, resíduo (FERREIRA, 2000). Em biologia, significa qualquer objeto ou material sobre o qual um organismo cresce ou ao qual está fixado; substância, ou estrato, subjacente a esse organismo. Em agronomia, mais precisamente na área de propagação de plantas, o substrato substitui o solo, é o meio para o desenvolvimento das raízes e a fonte de nutrientes, água, oxigênio para as mudas (KÄMPF & FERMINO, 2000). O substrato pode ser composto por material de origem vegetal, animal ou mineral que, sozinho ou em mistura com outros materiais, é utilizado para a formação de mudas ou cultivo de plantas envasadas. O substrato é colocado em recipientes como sacos de polietileno, bandejas, tubetes, vasos, entre outros ou em leito de canteiros para formação de mudas ou cultivo de plantas.

O substrato é um dos fatores mais importantes na produção de mudas, com efeito direto na retenção de água tornando-a facilmente disponível, fornecimento de nutrientes, desenvolvimento do sistema radicular e influencia diretamente na germinação e formação das mudas (ALVES et al., 2021). Na formulação de um substrato, faz-se necessária a mistura de diferentes matérias-primas (MONTEIRO et al., 2019). Por isso, se faz necessária a caracterização dessas misturas, a fim de conhecer suas propriedades e definir seu uso e manejo (FERMINO; KÄMPF, 2012).

Importância na escolha e uso de materiais para compor o substrato em cultivo orgânico na escolha do substrato, devem-se observar, principalmente as suas características físicas e químicas, a espécie a ser plantada, além dos aspectos econômicos, como por exemplo, baixo custo e disponibilidade (FONSECA, 2001). É importante desenvolver pesquisas buscando utilizar materiais alternativos, que sejam ambientalmente corretos, de boa qualidade e de baixo custo, para produção de substratos nas propriedades agrícolas (CARMO ALVES e tal., 2020).

Segundo JORGE et al. (2020) para a formulação de substratos que atendam o sistema orgânico de produção de mudas certificadas a atenção deve ser redobrada, pois, muitos materiais do sistema convencional não podem ser utilizados, tais como: fertilizantes químicos, perlita, espuma fenólica triturada e flocos de poliestireno, os quais, são frequentemente incorporados aos substratos disponíveis no mercado.

E estudos são necessários, visando ao fornecimento de novos produtos a serem utilizados como substratos, a fim de se apresentarem novas alternativas de formulação, como o uso de resíduos agroindustriais, industriais florestais e urbanos para a produção de mudas, pois grandes volumes desses produtos são gerados, representando um problema ambiental caso não sofram destinação final adequada (KRATZ, et al. 2013).

Composto Orgânico

Atualmente a compostagem é largamente utilizada para destinação e tratamento dos mais diversos tipos de resíduos e ao final do processo é gerado um produto de alto valor agregado, chamado de composto orgânico, que tem sido amplamente utilizado para adubação agrícola. Essa técnica possibilita a substituição ou a redução do uso de fertilizantes químicos solúveis na agricultura, podendo reduzir os custos de produção, sendo, portanto, interessante do ponto de vista econômico e ambiental (ZAPAROLI & BARROS, 2016).

Entre esses materiais alternativos para formulação de substratos, encontram-se os compostos orgânicos, os quais apresentam boas propriedades químicas, físicas e biológicas adequadas para o desenvolvimento de mudas de diversas espécies (WATTHIER et al., 2017; SILVA et al., 2018), com efeito nos processos microbianos, na aeração, estrutura, capacidade de retenção de água e fornecimento de nutrientes (RODRIGUES et al., 2016).

3 METODOLOGIA

O experimento foi conduzido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, campus Teixeira de Freitas, no município de Teixeira de Freitas, Bahia (17°32’45” de latitude sul, 39°43’26” de longitude oestes e altitude de 109 m). No período compreendido entre 17 outubro a 08 de dezembro de 2022. O clima é tropical do tipo Af (classificação climática de Köppen- Geiger), com chuvas na maioria dos meses, de precipitação acumulada com média anual de 1.099 mm e temperatura média anual de 24,3 °C.

O delineamento experimental utilizado no presente estudo foi inteiramente atualizado (DIC), com sete tratamentos e 36 repetições. A unidade experimental (parcela) foi constituída por cada planta, que totalizou 256 parcelas experimentais.

O ambiente protegido para o crescimento das mudas apresentou a estrutura construída com a finalidade de proporcionar proteção às plantas durante todo o processo de crescimento. Logo foi confeccionado com ferragens tubulares no formato de arco, cercado e coberto com tela preta permitindo 50% de luminosidade e boa ventilação em seu interior, bem como melhor manejo do vento e diminuição dos custos. Dimensionada nas proporções de 10m de largura por 16m de comprimento.

Foi utilizada a espécie do quiabeiro cultivar Santa Cruz-47 que é a mais plantada no Brasil e aceita na região, por apresentar uma produção precoce e obter produtividades elevadas. O Quiabo Santa Cruz 47 é uma hortaliça vigorosa, uniforme, de porte alto, é uma variedade tradicionalmente consumida pela população. Planta de alta produtividade e com boa resistência à podridão bacteriana, seus frutos são uniformes e de coloração verde brilhante, cilíndricos, com ponta e sem fibras. Possui melhor adaptação em temperaturas quentes e amenas.

Para a produção de mudas, em ambiente protegido, foram utilizados o sistema com oito suportes para tubetes (célula) de polietileno preto, adicionados por 50 células cada, totalizando 354 tubetes, dos quais, 256 tubetes foram úteis, com um volume de 280 cm3. Os mesmos foram adicionados de substratos compostos por diferentes combinações, que resultaram das confecções do composto orgânico (CO), mais areia lavada (AL) e mais esterco bovino curtido (EB). Para avaliar a eficiência agronômica do composto orgânico na produção de mudas do quiabeiro, os substratos avaliados foram: T1 CO:AL:EB (20:40;40 v/v); T2 CO:AL:EB (33:33:33 v/v); T3 CO:AL:EB (40:30:30 v/v); T4 CO:AL:EB (50:25:25 v/v); T5 CO:AL:EB (60:20:20 v/v); T6 CO:AL:EB (80:10:10 v/v) e o T7 CO (100 v).

O composto orgânico utilizado foi produzido a partir da compostagem de resíduos vegetais obtidos de podas e restos culturais de hortaliças (80%, v/v), juntamente com esterco bovino fresco (20%, v/v). A pilha de composto foi mantida por um período de aproximadamente 100 dias, sendo o material revolvido quinzenalmente quando necessário durante o processo. O composto orgânico utilizado na produção de mudas de quiabo foi adquirido do processo de compostagem realizada no sistema de leiras revolvidas (Windows). O formato das leiras foi trapezoidal, com medidas variando de 0,90 m de base por 1,35 m de comprimento e 0,60 m de altura, tendo o volume de aproximadamente 0,7 m3, de acordo com os resíduos estruturantes utilizados no processo. Primeiro foi colocado uma camada suporte como fontes de carbono (o resíduo de origem vegetal obtido de gramíneas resultante da limpeza dos canteiros, hortaliças como tomateiro e repolho ao termino do cultivo, galhos finos com folhas verdes de gliricídia, folha de bananeira entre outras. Os resíduos estruturantes de origem vegetal utilizados foram obtidos no Sistema Mandala de produção orgânica de hortaliças. Distribuído de forma uniforme em camadas alternadas com espessura de 10cm) com fonte de nitrogênio (o resíduo de origem animal utilizado foi o esterco bovino não curtido oriundo do estábulo do campus, distribuído de forma uniforme em camada alternadas com espessura de 3cm). As leiras foram dispostas na área de maneira a facilitar o escoamento da água das chuvas, facilitar revolvimentos e controles necessários (de temperatura, umidade e aeração). Posteriormente, peneirado com peneira com malha de 4 mm.

Tabela 1. Composição química média de matérias-primas compostáveis.

MatériaM.O (%)C/N(%)C(%)N(%)P2O5 (%)K2O(%)
Banana: folhas***88,9919/149,02,560,19
Esterco de bovinos***16,0020/134,51,650,200,15
Gliricídia**88.5419/195,955,050,971,30
Hortaliças*30,00<30/116,30,96
Poda de árvores*91,4750/148,01,910,150,83

Fonte: *Senar (2016); **Marin et al. (2006); ***Jorge et. al.(2020).

A irrigação foi realizada duas vezes por dia, a primeira no período da manhã e a segunda no período da tarde, mantendo a capacidade de campo do substrato.

Realizou-se o processo de quebra de dormência tegumentar das sementes de quiabo utilizando a recomendação da imersão em água destilada 24h. Procedeu-se a semeadura dia 17 de outubro de 2022, onde foram semeadas quatro sementes em substrato por tubete a 0,05 m de profundidade. O desbaste foi realizado aos 10 dias após a emergência das plântulas, deixando apenas uma plântula por recipiente, a mais vigorosa, com altura mínima de 4cm e dois pares de folhas, descartando aquelas com defeitos, que estiveram incidência de doença ou fora do padrão predeterminado. O período de avaliação do crescimento das mudas compreendeu 32 dias após a emergência.

Os indicadores de qualidade fito técnica avaliados foram comprimento de raiz, comprimento da parte aérea, comprimento total da plântula, diâmetro do caule, número de folhas definitivas, massa seca da parte aérea, massa seca das raízes e massa seca total.

A altura da planta (ALT; cm), foi feita medindo a distância com o uso da régua graduada desde a superfície do solo na altura do colo até a extremidade da folha mais expandida da planta, o comprimento do sistema radicular (CSR; cm), do mesmo ponto de referência até a coifa do sistema radicular da raiz mais longilínea também determinada com o uso de uma régua graduada e o comprimento total da planta (CTP; cm) a soma das duas referências citadas. O diâmetro do caule (DC, mm) foi determinado com o auxílio de um paquímetro digital (Zaas 150 mm 6 ̈) de aço a 1cm do colo da planta. O Número de folhas por planta (NF) foi determinado por contagem direta e auxílio do contador digital, para folhas maiores que 1cm de comprimento. A parte aérea das plantas foi cortada rente ao solo, seccionada em diferentes partes (parte aérea, raiz e total). O sistema radicular foi lavado em água corrente com utilização de peneira com malha de 0,053 mm. Posteriormente, as diferentes partes da planta foram acondicionadas em sacos de papel e secas em estufas de circulação forçada de ar a 65 °C, até atingirem a massa constante obtido em 72 horas, de acordo com a metodologia de Hunter (1974). Procedeu-se, então, à determinação da massa seca em balança de precisão, obtendo-se a Massa Seca do Sistema Radicular (MSSR; g. planta-1), Massa Seca da Parte Aérea (MSPA,g.planta-1), e a Massa Seca Total da Planta (MSTP, g.planta-1).

Ao final, foram avaliados os indicadores de qualidade fito técnica relativos ao crescimento das mudas do quiabeiro, que foram submetidos à análise de variância (teste F) e as médias foram comparadas com o teste de Tukey, sendo as diferenças consideradas significativas quando os valores de probabilidade foram iguais ou menores do que 5% de probabilidade. A análises estatísticas foram realizadas a partir da tabulação dos dados no software Microsoft Excel 2010 e processadas no software livre SISVAR/DES/UFLA versão 5.8 (Build 2018).

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

De acordo com a análise de variância (Tabela 2) verificou-se diferença significativa pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade para as variáveis analisadas altura de planta, comprimento do sistema radicular, comprimento total de planta, massa seca do sistema radicular e massa seca total da planta.

De acordo o resumo da análise de variância podemos verificar que a média das variáveis filotécnicas avaliadas das mudas de quiabeiro apresentaram valores médios de: altura da planta de 11,32cm; comprimento do sistema radicular de 20,24cm, comprimento total médio da planta de 31,55cm, número total de folhas por plântula de 3,88, e massa seca do sistema radicular da planta de 0,09g, massa seca da parte aérea 0,17g e massa seca total 0,26g.

Tabela 2. Resumo da análise de variância (ANOVA) para as variáveis fito técnicas submetidas aos substratos para a produção de mudas de quiabeiro.

Quadrados Médios (QM)

FVG
L
ALT
(cm)
CSR
(cm)
CTP
(cm)
DC
(mm)
NTFMSSR
(g.plant a-1)
MSPE
(g.plant a-1)
MSTP
(g.plan
ta-1)
Sub estratos60,8488 70*10,2104 24*53,1151 07*0,00141 5ns0,08664 9ns0,0007 12*0,00178 7ns0,0055 81*
Repetição37,8820 296,832510,3921 080,00009 90,04826 10,0000 320,00014 60,0001 18
Resíduo181,4078 814,09050 026,30780,00034 90,05458 80,0001 070,00061 90,0001 76
CV (%)10,499,9915,8210,316,0211,5515,6713,24
Média 11,3120,2431,550,193,880,090,170,26

FV = Fonte de Variação; GL = Grau de Liberdade; CV = Coeficiente de Variação.
ALT = Altura de Planta (cm); CSR = Comprimento do Sistema Radicular (cm); CTP = Comprimento Total de Planta (cm); DC = Diâmetro do Caule (mm); NTF = Número Total de Folhas; MSSR = Massa Seca do Sistema Radicular (g.planta-1); MSPE = Massa Seca da Parte Aérea (g.planta-1); MSTP = Massa Seca Total (g.planta-1).

As mudas de quiabeiro produzidas no período de 32 dias após a emergência das plântulas (Figura 1) em substrato orgânico a partir da compostagem de resíduos orgânicos de hortaliças, apresentaram padrão de crescimento adequado, saudáveis e baixo custo de produção em decorrência da aquisição dos materiais na propriedade. As plantas com padrão de crescimento uniforme de: coloração verde escuro brilhante; com comprimento total da planta de 31,55cm; diâmetro médio de 1,9mm; número de folhas em torno de quatro; e massa seca total de plantas de 0,26 g.planta-1.

Figura 1. Plântulas de quiabeiro 32 dias após a emergência produzido em substrato orgânico obtido a partir da compostagem.

De acordo com a Tabela 3, verificou-se que para altura de planta, diâmetro do caule, número total de folhas, massa seca da parte aérea e massa seca total da planta, os tratamentos que proporcionaram melhores respostas foram o 80% e 100% de composto orgânico de resíduos de hortaliças (12cm; 0,21mm; 3,92; 0,19g), porém estes não diferiram estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade dos demais tratamentos.

Tabela 3. Foram avaliados os indicadores de qualidade fito técnica relativos ao crescimento das mudas do quiabeiro submetidos aos diferentes substratos.

 ALTCSRDCNTFMSPEMSSRMSTP
T111,26b19,06b0,19a3,61a0,15a0,07b0,22d
T211,09b19,64b0,19a4,08a0,16a0,07b0,23cd
T311,22b18,67b0,16a3,87a0,14a0,07b0,21d
T410,91b20,21ab0,20a3,80a0,17a0,09ab0,26cb
T510,92b20,18ab0,17a3,92a0,17a0,11a0,28ba
T612,16a22,13a0,21a3,96a0,20a0,11a0,30ba
T712,04a22,10a0,21a3,91a0,20a0,11a0,31a

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5%. ALT = Altura de Planta (cm); CSR = Comprimento do Sistema de Radicular (cm); CTP = Comprimento Total de Planta (cm); DC = Diâmetro do Caule (mm); NTF = Número Total de Folhas; MSSR = Massa Seca do Sistema Radicular (g.planta-1); MSPE = Massa Seca da Parte Aérea (g.planta-1); MSTP = Massa Seca Total da Planta (g.planta-1).

Nos parâmetros altura de planta (ALT) e comprimento do sistema radicular (CSR) os substratos apresentaram diferenças entre si em relação as variáveis, sendo que o T6 e T7, foram os que proporcionaram a formação de mudas com as maiores médias, acima de 12,16cm e 22,13cm, respectivamente. Segundo Modolo e Neto (1999) o uso de substrato comercial Gil acrescido de arroz carbonizado e suplementação mineral, nas proporções de 1:1 apresentou valores médios de 10,49cm, inferiores aos tratamentos obtidos neste experimento. Este valor diverge mais, quando comparado ao tratamento que obtivemos o maior crescimento das plantas que atingiu 12,16cm. Os valores médios de 12,14cm de altura obtidos no tratamento utilizando 50% húmus de minhoca e 50% de solo para mudas de quiabeiro por Oliveira et al. (2014), demonstram que a composição de material orgânico no substrato melhora o crescimento das mudas. Os substratos que têm na sua composição matéria orgânica, apresentam melhores propriedades físicas, químicas e biológica, beneficiando para o crescimento das mudas (CARNEIRO et al., 2010).

O diâmetro caulinar das mudas de quiabeiro (Tabela 3), os substratos T1, T2, T3, T4,T5, T6 e T7 não apresentaram diferenças significativas entre si, pelo teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade, porém os substratos T6 e T7 são semelhantes por apresentaram as maiores médias em torno de 2,1mm. O substrato T3 proporcionou diâmetro caulinar em mudas de quiabeiro com a menor média de 1,6 mm. Isso representa uma superioridade de 23,80% em comparação aos extremos referente aos substratos com seus valores médio, respectivamente.

Quanto ao número de folhas das plantas jovem do quiabeiro (Tabela 3) não apresentaram diferenças significativas entre si, pelo teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade. As plantas apresentaram valores em torno de quatro folhas. Contudo, os valores médios dos tratamentos variaram entre 3,61 a 4,08.

Para os valores médios de matéria seca da parte aérea da planta houve variação entre 0,14 a 0,20g, mas sem diferença estatística significativa entre os tratamentos (Tabela 3). Na mesma tabela 3 são apresentados os resultados da influência dos compostos orgânicos utilizados, onde é possível observar que a matéria seca do sistema radicular das mudas de quiabo cultivado no substrato T5, T6 e T7 Apresentaram as maiores porcentagens de compostos orgânicos na composição, apresentaram os resultados superiores aos demais tratamentos com média de 0,11 g planta-1.

As melhores respostas para a matéria seca total em mudas de quiabeiro, de acordo com a Tabela 3, foram obtidas nos substratos T5, T6 e T7 com combinações de composto orgânico + areia lavada + esterco na proporção de 6:2:2, 8:1:1 e 100% de composto orgânico. Segundo Oliveira et al. (2014) o húmus de minhoca na composição do substrato para produção de mudas de quiabeiro, observa-se que apresentaram nutrientes em bons níveis, podendo também estar relacionado com uma maior retenção de umidade, bem como a melhor estrutura física o que contribuiu para um melhor desenvolvimento das mudas. Estas características compreendem elementos fundamentais os quais os compostos orgânicos também disponibilizam. Segundo Malavolta (1989), o composto biológico completo de nutrientes essenciais, que pode ser disponibilizado para as plantas aplicado no solo, na irrigação ou por via foliar, possibilita a obtenção de boas produções. O uso de compostos orgânicos para formulação de substratos, apresentam boas propriedades químicas, físicas e biológicas adequadas para o desenvolvimento de mudas de diversas espécies (SILVA et al., 2018), com efeito nos processos microbianos, na aeração, estrutura, capacidade de retenção de água e fornecimento de nutrientes (RODRIGUES et al., 2016).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados observados no experimento permitem concluir que o substrato formulado com a mistura confeccionada a partir de composto orgânico de resíduos sólidos de hortaliças 80%, esterco bovino 10%, combinados à areia lavada 10%, mostra-se adequado e pode ser utilizado na produção de mudas de quiabeiro para sistema orgânico de produção de hortaliças a baixo custo.

REFERÊNCIAS

ALVES, J. C.; ALVES PÔRTO, M. L.; ARRUDA, J. A.; SILVA, J. M. Produção de mudas de paineira em substratos com rejeito da indústria de caulim. Gaia Scientia. ISSN 1981-1268, Volume 15(2): 123-138.

CARMO, A. J. et al. Níveis de esterco bovino em substratos para produção de mudas de abóbora. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, v. 3, n. 2, p. 685-694, 2020.

CARNEIRO, S.; GODOY, WI; F., D; WURTZIUS; V. Produção de mudas de alface em diferentes tipos de bandejas com substratos alternativos. 2010. Horticultura Brasileira, V.28: P. 2316-2322, 2010. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rca/a/d8CdH3LpKCt47Ssn5fdSMJK/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 04 jan. 2023.

EICHELBERGER, L.; MORAES, D. M. de. Preparo de sementes de quiabo (Abelmoschusesculentus (L.) Moench) para o teste tetrazólio. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.23, n. 1, p. 154-158, 2001.

FEITOSA, F. R. C., GUIMARÃES, M. A., HENDGES, A. R. A. A., SILVA, B. N., & TAKANE, R. J. Efeitos de temperaturas, recipientes e substratos no desenvolvimento de Brassica rapa subsp. nipposinica. Revista de la Facultad de Agronomía, 116, 39-50. 2017. Disponivel em: <http://sedici.unlp.edu.ar/bitstream/handle/10915/61828/Documento_completo.pdf-PDFA.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 30 de dez. 2022.

FERMINO, M. H.; KÄMPF, A. N. Densidade de substratos dependendo dos métodos de análise e níveis de umidade. Horticultura Brasileira, v. 30, n. 1, p. 75-79, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-05362012000100013.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da Língua Portuguesa. 4.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. p.430-601.

FONSECA, T. G. Produção de mudas de hortaliças em substratos de diferentes composições com adição de CO2 na água de irrigação. 2001. 72f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2001.

FREIRE, A. L. O.; RAMOS, F. R.; GOMES, A. D. V.; SANTOS, A. S.; ARRIEL, E. F. Crescimento de mudas de craibeira (Tabebuia aurea (Manso) Benth. & Hook) em diferentes substratos. Agropecuária Científica no Semiárido, v.11, n.03, p.38-45, 2015. Disponível em: < http://revistas.ufcg.edu.br/acsa/index.php/ACSA/article/view/639>. Acesso em: 20 de dez.2022.

JORGE, M. H. A.; MELO, R. A. C.; RESENDE. F. V.; COSTA, E.; SILVA, J.; GUEDES, I. M. R.; Informações técnicas sobre substratos utilizados na produção de mudas de hortaliças. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças (Documentos 180 / Embrapa Hortaliças, ISSN 1415-2312; 180) 2020. 30 p. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/216955/1/DOC-180-18-set-2020.pdf>. Acesso em: 30 de dez. 2022.

KÄMPF, A.N.; FERMINO, M.H. (Ed.). Substrato para plantas: a base da produção vegetal em recipientes. Porto Alegre: Gênesis, 2000. 312 p.

KOHLER, T. W.; MASCARENHAS, L. S.; LEMÕES, L. S.; HÄRTER, A.; CERQUEIRA, V. S.; SILVA, S. D. A. Substratos a base de compostos orgânicos destinados à produção de mudas de cana-de-açúcar via minitoletes. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente – RAMA, v. 15, n. 2, e9295, 2022. Disponível em: <https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/rama/article/view/9295/7009>. Acesso em: 29 de dez. 2022.

KRATZ, D.; WENDLLING, I.; NOGUEIRA, A. C.; ZOUZA, P. V. Propriedades físicas e químicas de substratos renováveis. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.37, n.6, p.1103-1113, 2013.

LIZ, R. S.; CARRIJO, O. A. Substratos para produção de mudas e cultivo de hortaliças. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, 2008. 83 p. Disponível em: < http://www.infoteca.cnptia. embrapa.br/infoteca/handle/doc/781301>. Acesso em: 26 dez. 2022.

MALAVOLTA, E. ABC da adubação. São Paulo: Agronômica Ceres, 292p.1989.

MARCOS FILHO, J. Fisiologia de Sementes de Plantas Cultivadas, FEALQ, Piracicaba, ed.1., 495p., 2005.

MODOLO, V. A.; NETO, J. T. DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE QUIABEIRO [Abelmoschus esculentus (L.) Moench] EM DIFERENTES TIPOS DE BANDEJA E SUBSTRATO. Scientia Agricola (Piracicaba, Braz.) 56 (2) 1999. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/sa/a/3ffXvd6scrBbDHCS5tGYLfR/?lang=pt#>. Acesso em: 03 de jan.2023.

MONTEIRO, A. B.; BAMBERG, A. L.; PEREIRA, I. D. S.; STÖCKER, C. M.; TIMM, L. C. Características físico-hídricas de substratos formulados com lodo de esgoto na produção de mudas de acácia-negra. Ciência Florestal, v. 29, n. 3, p. 1428-1435, 2019. DOI: https://doi.org/10.5902/1980509834590.

OLIVEIRA, S. P.; MELO, E. N.; MELO, D. R. M.; COSTA, F. X.; MESQUITA, E. F. Formação de mudas de quiabeiro com diferentes substratos orgânicos e biofertilizante. Rev. Terceiro Incluído. ISSN 2237-079X NUPEAT–IESA–UFG, v.4, n.2, Jul../Dez., 2014, p. 219-235, Artigo 78. Disponível em: <https://revistas.ufg.br/teri/article/view/35280/18488>. Acesso em: 03 de jan. 2023.

RODRIGUES, L. A.; MUNIZ, T. A.; SAMARÃO, S. S.; CYRINO, A. E. Qualidade de mudas de Moringa oleifera Lam. cultivadas em substratos com fibra de coco verde e compostos orgânicos. Revista Ceres, v. 63, n. 4, p. 545-552, 2016. https://doi.org/10.1590/0034-737X201663040016. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rceres/a/W8M4BQGLfgLKWvsDcgmJgcc/abstract/?lang=pt>. Acesso em: 04 de jan. 2023.

RODRIGUES, L. A.; MUNIZ, T. A.; SAMARÃO, S. S.; CYRINO, A. E. Qualidade de mudas de Moringa oleifera Lam. cultivadas em substratos com fibra de coco verde e compostos orgânicos. Revista Ceres, v. 63, n. 4, p. 545-552, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rceres/a/W8M4BQGLfgLKWvsDcgmJgcc/abstract/?lang=pt. Acessoem: 17 de jan. 2023.

SILVA, A. D. C. D.; SMIDERLE, O. J.; OLIVEIRA, J. M. F.; JESUS SILVA, T. Tamanho da semente e substratos na produção de mudas de açaí. Advances in Forestry Science, v. 4, n. 4,p. 151-156, 2018. Disponível em: <https://doi.org/10.34062/afs.v4i4.4590>. Acesso em: 04/01/2023.

SILVA, E. D.; MATOS, H. R. R.; BARROS, B. G. A.; OLIVEIRA, F. J. V. Esterco caprino na composição de substratos para germinação e emergência de Lablab purpureus. Scientific Electronic Archives. Disponível em: < https://sea.ufr.edu.br/SEA/article/view/1505>. Acesso em: 21 de dez. de 2022.

SOMMER, L. R. COPATTI, A. S.; OLIVEIRA, A. B. S.; CAMARGO, R. R.; ZÜGE, P. G. U.;FRÖLECH, D. B.; SILVA, P. S.; NAGEL, J. C. Recipientes, substratos e dias de cultivo no desenvolvimento de amoreira-preta ‘Xavante’. Research, Society and Development, v. 11, n. 12, e127111234320, 2022. Disponível em: <file:///C:/Users/Erllens%20%C3%89der/Downloads/34320-Article-383128-1-10-20220909.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2022.

WATTHIER, M.; SILVA, M. A. S.; SCHWENGBER, J. E.; FERMINO, M. H.; CUSTÓDIO, T. V. Produção de mudas de alface em substratos a base de composto de tungue em sistema orgânico de produção, no período de verão. Horticultura Brasileira, v. 35, n. 2, 2017. Disponível em: <http://www.abhorticultura.com.br/EventosX/Trabalhos/EV_6/A5485_T9012_Comp.pdf>.Acesso em: 15 de jan. 2023.

ZACCHEO, P. V. C.; AGUIAR, R. S.; STENZEL, N. M. C.; NEVES, C. S. V. J. Tamanho de recipientes e tempo de formação de mudas no desenvolvimento e produção de maracujazeiro- amarelo. Revista Brasileira de Fruticultura. 35 (2) Jun 2013. Disponível em:<https://www.scielo.br/j/rbf/a/3c8vrctZkNdQBSQVNvdDTbv/abstract/?lang=pt>.Acesso em:15 de jan. 2023.

ZAPAROLI, M. R.; BARROS, R. D. V. Viabilidade do uso de resíduos orgânicos na agricultura como composto para melhoria de sua gestão mediante agregação de valor. In: CONGRESSOBRASILEIRO DE GESTÃO AMBIENTAL, 7. Campina Grande: ConGeA, 2015.


1Discente do Curso Superior de Engenharia Agronômica do Instituto Federal Baiano Campus Teixeira de Freitas
e-mail: nome@provedor.com.br
2Docente do Curso Superior de Engenharia Agronômica do Instituto Federal Baiano Campus Teixeira de Freitas.
Doutor em Agronomia (UFPB/CCA). e-mail: erllens.silva@ifbaiano.edu.br; erllensedersilva@gmail.com