REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10679440
Anaelza Nogueira Marculino Oliveira1
Ana Maria Rodrigues Silva do Nascimento2
Edriano Pereira da Silva3
Emanuelle Jacqueline Bernardo da Silva4
João Nogueira da Silva5
Jaciele Batista da Silva6
Jeiciane Batista da Silva Adelaide7
John Lennon Oliveira da Silva8
Poliana Carneiro de Oliveira9
Veralúcia Félix Nogueira10
RESUMO: Ao analisar o processo de ensino e aprendizagem para alunos com deficiência nas instituições escolares deve-se atentar ao fato de que modo estes discentes se encontram inseridos em meio ao ensino regular e inclusivo. Diante disso, o referido trabalho tem como foco apontar a relevância do trabalho psicopedagógico juntamente dos docentes, da família e dos demais profissionais da educação tem sido fator oportuno para a integração efetiva destes educandos em paralelo com a perspectiva de romper eventuais barreiras que a sociedade venha relativizar dos mesmos. Como objetivo central desta pesquisa tem-se que visa apontar como a atuação do psicopedagogo possibilita a construção da educação especial como sendo um movimento de inclusão escolar. A partir desse pressuposto, a metodologia será pautada na pesquisa de cunho bibliográfico, descritiva e qualitativa com o emprego de um estudo de caso. Dentre os principais autores que embasaram o aporte teórico da pesquisa estão: Acampora (2019), Bossa (2011), Mantoan (2003), Rosa (2020), Sampaio (2011) e Weiss (2012). Seguindo tal premissa será enfatizado quais os principais desafios do psicopedagogo na atuação na educação regular e como a inclusão escolar remete a construção de um trabalho coletivo e contínuo para elencar as mudanças que se espera nas redes de ensino e na sociedade como um todo.
PALAVRAS-CHAVE: Trabalho Psicopedagógico. Educação e Escola. Desenvolvimento Integral. Educação Especial.
1 INTRODUÇÃO:
Percebe-se que é obrigatória a matrícula dos alunos com algo tipo de deficiência e/ou transtorno de aprendizagem na educação básica no Brasil, porém, o professor deve estar inteirado de outras frentes que possam complementar as ações didáticas- pedagógicas que ocorrem dentro do contexto escolar tendo em vista as limitações dos alunos em cada nível de ensino e modalidade da educação.
Contudo, se faz presente o trabalho da Psicopedagogia a fim de que à inclusão na escola possam atender as particularidades dos educandos que apresentam algum tipo de necessidade educativa especial. Com essa ótica, cabe um estudo teórico e prático que alicerce resultados concretos de um trabalho interventivo que está para além da sala de aula. Ao refletir nessa questão, o profissional de educação deve reiterar que o aluno com deficiência não pode estar incluso no ambiente de ensino, mas sentir parte integrante dessa realidade e que possam transcorrer as várias fases da educação básica conforme suas limitações sem focar eventualmente na sua deficiência.
Na Educação Infantil, o Ensino Fundamental I e II, o Ensino Médio e/ou o Ensino Superior, o acesso, a garantia e a permanência do aluno na educação são apontados pelas diretrizes que regulamentam as políticas educacionais de modo que os assistidos sejam incentivados a construção do conhecimento de maneira uniforme ao desenvolver as capacidades intelectuais, psicossociais, cognitivas e físico-motoras do indivíduo ao angariar cada nova descoberta. Dito isto, muito mais do que dosar de um trabalho conciliador, o psicopedagogo age de maneira justaposta com o professor na sala regular e multi-funcional.
Na ótica de Souto (2014) descreve que a cooperação do psicopedagogo em sala de aula regular com estudantes deficientes tem caráter fundamental para ratificar o quanto a educação inclusiva precisa estar entrelaçada de modo interdisciplinar com outros atuantes para que venha desmistificar eventuais preconceitos presentes na história da sociedade de que deveria haver uma separação dos estudantes em sala regular que não apresentam nenhum tipo de deficiência.
Ao respeitar os limites do aluno e suas condições de desenvolvimento em relação àqueles que são ditos “normais”, há uma ruptura do olhar social de que deve haver uma segregação dos grupos e suas perspectivas de alcance do conhecimento mediado em sala de aula. Na Educação Infantil e no Ensino Fundamental requer uma atenção especial visto que é nesse período que desperta na criança e adolescente o interesse pelo aprender. Nesse cenário, se as bases educativas elencadas não forem bem construídas o aluno sentirá desmotivado para aprender e sentir-se sujeito do seu avanço escolar, o psicopedagogo junto do professor tem uma tarefa crucial ao inculcar no aluno saberes e experiências que nortearão suas vidas futuras. (ROSA, 2020)
Um dos direitos fundamentais apontados pela Lei nº 9.394/1996 ressalta que a educação deverá intercalar em todas as instâncias formativas seja na família, no trabalho, nas relações humanas, movimentos sociais, espaços de ensino e pesquisa, bem como nas organizações da sociedade civil e de manifestações culturais; ainda nessa vertente, a educação especial deve ser ofertada preferencialmente na rede regular de ensino obedecendo cada tipo de deficiência e regimento legal que atribui uma equidade na formação educativa e social de ambos. (BRASIL, 1996)
A metodologia da pesquisa pauta numa análise empírica e crítica da realidade ao obedecer ao que corrobora os instrumentos de coleta de dados e informações traçando assim uma visão coercitiva dos passos que conduzirão a construção de um trabalho voltado a um fenômeno da sociedade (o psicopedagogo e sua atuação profissional perante os educandos com necessidades educativas especiais) e a partir disso, traçar uma revisão bibliográfica que possa abranger as inferências do pesquisador segundo ao que foi levantado anteriormente para com uma pesquisa alinhada conforme as resoluções técnicas e sociais. (DELORY-MOMBERGER, 2016).
Desta maneira, a estrutura do trabalho subdivide em: tema/título, resumo, introdução, desenvolvimento, conclusão e referências de modo que cada estabelecimento nessa ordem prescinde da construção de ideias ao tornar com que o objeto da pesquisa seja desmembrado aos poucos com foco para um estudo teórico- prático sobre como o trabalho do psicopedagogo possibilita uma escola que seja inclusiva não por encontrar alunos com deficiência matriculados em sua rede de ensino, mas sobretudo, por tornar útil e necessário a urgência ao redefinir os planos para uma educação em torno da cidadania plena, longe de preconceitos e que reconheça e valorize todas as diferenças.
Ao debater sobre esta temática leva a crer o fato de que os indivíduos com deficiência ao ingressarem na escola carrega consigo diferentes desafios seja devido a sua limitação impedir de realizar todas as tarefas que desejaria de forma plena, além do comportamento dos seus colegas acerca de conviver com alguém que não permeia o “padrão” da maioria e em meio a isso, prescinde um trabalho interventivo para que aspectos de segregação, exclusão ou mera inclusão sejam extintos e sobressaia o foco da integração socioeducativa como fator central no desenvolvimento da pessoa com deficiência.
2 DESENVOLVIMENTO
Logo, uma das questões atuais consiste na ideia de que muitas escolas ainda não conseguem se estruturar adequadamente para atender a todas as demandas que lhe são apresentadas de maneira uniforme, tal desafio perpassa pelo ato de cumprir com uma educação inclusiva que possa estabelecer vínculos entre todos com viés para reformulação de suas práticas, atualização do currículo e mudança dos valores hierarquizados pelo ensino tradicional.
Para Weiss (2012) o conceito incluir num primeiro momento sugere a ideia de que alguém esteja fora do lugar e requer ser inserido dentro de um espaço, por outro lado esse termo aponta que para incluir seja necessário excluir algo para que se faça presente dentro de um mesmo contexto da escola regular, quando na verdade o objetivo maior consiste em dimensionar todos os educandos sem distinção dentro de um mesmo espaço de ensino e aprendizagem ao respeitar suas características particulares.
Necessário pontuar e saber que apesar da lei garantir o acesso das pessoas com deficiência no ensino regular, não há uma efetivação desta prática nas escolas de modo que haja um trabalho educativo que respalde essas exigências e resistências da administração pública e daqueles que não dispõem um olhar diversificado para uma educação pública, de qualidade e inclusiva.
Para, além disso, cabe reiterar que é na primeira infância que as crianças são instigadas ao verdadeiro sentido do aprender de maneira que oportunize seu desenvolvimento global em todas as áreas de conhecimento. Gestores públicos, diretor, professores, alunos, pais e responsáveis e os profissionais da educação devem estar atentos às novas variantes que englobam o campo educacional e tornam o processo ainda mais complexo e dinâmico ao requerer um apanhado de esforços de como as novas exigências e dimensões da realidade os possibilitam estabelecer marcos regulatórios e práticas educativas. (SOARES e SENA, 2017)
A Psicopedagogia surgiu por volta do século XIX tendo o intuito de estabelecer uma pedagogia curativa para atender crianças que apresentavam algum tipo de lesão neurológica, cerebral, congênita ou adquirida para dispor assim a recuperação destas que manifestavam dificuldades no aprendizado e não estariam na mesma frequência de acompanhamento dos demais alunos da classe. Tal ciência chegou ao Brasil em meados do século XX sendo ministrada em cursos por especialistas do Uruguai e da Argentina para que aplicassem tais práticas com alunos com desvios de aprendizagem. (PICAGLIE; OLIVEIRA, 2019)
Subsequente a isso, interpõe que a Psicopedagogia debruça sobre a aprendizagem humana no princípio de acentuar problemas de aprendizagem e explorar as interfaces por trás destas dificuldades cabendo num primeiro momento uma análise justaposta de como relativizar os processos pelos quais ocorre a aprendizagem humana e seus estágios evolutivos em cada fase da vida e o porquê de predominar tais alterações nesse processo, além de dispor conceitos sobre o reconhecimento, tratamento e prevenção dessas vertentes num trabalho clínico e/ou preventivo. (BOSSA, 2011)
Na sociedade atual, a Psicopedagogia parte do pressuposto de que o ato de aprender é complexo e amplo ao mesmo tempo na medida em que engloba uma área interdisciplinar e que demanda diferentes aportes teóricos e demandas para a adoção de saberes e práticas para o desenvolvimento e progressão do educando com necessidade educativa especial. Em meio a esse contexto, se encontra o psicopedagogo que pode ser um pedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo ou qualquer outro profissional que tem especialização nesta referida área e que seus conhecimentos e práticas interdisciplinares fazem ponte com as diferentes disciplinas do currículo, níveis da educação e modalidades do ensino ao compartimentar métodos capazes de criar laços e sentidos na construção de conhecimento dos sujeitos aprendizes independente de suas limitações específicas.
As matérias do currículo da educação básica devem ser estudadas de maneira justaposta sem separação uma das outras e que a intercalação dos conceitos destas sejam fator precursor para uma aprendizagem humana com o fortalecimento de vínculos entre os povos e as ciências levando em conta as barreiras que levam o indivíduo a não aprender ou aprender com dificuldades cada teoria, conceito e definição.
A psicopedagogia clínica objetiva acentuar quais os obstáculos e incidências para com o problema de aprendizagem apresentado; já a psicopedagogia preventiva atribui o estudo das condições evolutivas da aprendizagem como meio de apontar os percursos para o estabelecimento de uma aprendizagem mais significativa e engajada com o mundo e as implicações entorno da dimensão da realidade na instância espaço- tempo.
Para Mantoan (2003) vê-se que o sistema educativo ainda é falho quanto ao estabelecimento de processos didático-metodológicos dentro de uma dinâmica institucional que atenda a todos os perfis de alunos sem vir a direcionar um padrão único e normativo. Se o direito não é assegurado ou ao menos defendido de forma unilateral, dispõe a necessidade de rever o que legitima a educação de qualidade dentro de uma prática socioeducativa que ultrapasse os próprios limites da aprendizagem e sobressaia na arte de ser intrapessoal e interpessoal concomitantemente.
Para tanto, o âmbito da exclusão deve ser rompido daquilo que o impede uns aprenderem conforme os demais sujeitos dentro de um mesmo período de tempo e espaço físico havendo assim as diferenças individuais como um meio de integração das pessoas, reconhecendo entre si e transformação o mundo, reformando seus pensamentos e aprendendo a partir do papel intersocial de que concepções sociais, orgânicas, pedagógicas e emocionais elencam a valorização das diferenças dentro do espaço coletivo. (SILVA, 2016)
O primeiro passo para com a aceitação das diferenças de alunos com deficiência na comunidade escolar consiste em incluir a todos obedecendo a organicidade da estrutura escolar e um currículo diversificado que atenda as necessidades dos educandos. Os psicopedagogos apontam que o emprego de conteúdos escolares não requer ser cumulativo e sim produtivo a fim de que o educador seja capaz de inovar e situar o alunado para participação direta na abordagem dos mesmos de modo lúdico e proveitoso.
O respeito aos interesses e particularidades das crianças também é fator decisivo que complementa a atuação docente, cooperação de pais e responsáveis e gestão pedagógica a fim de que as barreiras que se encontram presentes no campo da educação especial possa aos poucos ser sanado a partir da formação continuada dos docentes para atender as crianças dentro de suas capacidades, ambientes físicos e recursos pedagógicos adaptados para que às necessidades de cada discente seja atendido.
Presume-se também a importância do acompanhamento assistencial como meio de dar suporte ao trabalho fonoaudiólogo, físico-motor, e psicopedagogo, por exemplo. Desde o século XX, a temática educação escolar e educação especial foram ganhando cada vez mais aportes a partir de especialistas, novas áreas de estudo, regulamentos, leis e políticas públicas e educacionais que viessem garantir o acesso ao ensino, ao trabalho e a sociedade de maneira igualitária reduzindo a discriminação existente e as visões errôneas presentes.
Ao analisar sobre uma sala de aula o professor não deve conceber que sua turma seja homogênea pelo qual todos os educandos aprenderiam de modo uniforme com dificuldades e facilidades habituais de aprender conforme as variadas disciplinas do currículo, mas pelo contrário, nenhum aluno tende empregar uma estratégia para dado assunto abordado. Para Bini (2014) se o discente não consegue aprender um conteúdo, não significa que este não tenha inteligência ou capacidade suficiente, o modo como este aprende fará toda a diferença em sua vida e para isso, conhecer bem nossos alunos é tarefa crucial para ingressar no mundo da criança e favorecer no desenvolvimento de sua aprendizagem.
Pautado nisso, nota-se que a escola tem grande papel na formação do sujeito, nesse aspecto o trabalho psicopedagógico na escola visa o exercício de mediar a socialização dos saberes voltados na identificação de problemas de aprendizagem ao construir normas de conduta intervencionistas dentro de um projeto educacional figurado num aprendizado interdisciplinar.
A superação dos problemas de aprendizagem dos discentes ainda é um obstáculo enfrentado por grande parte das escolas quando estas não dispõem de projetos interventivos que possibilitem superar os problemas enfrentados na esfera socioeducativa e que trabalhos psicopedagógicos fomentem na descrição crítica da realidade voltado na observação desta e promover orientações didático-metodológicas dentro do espaço escolar perante os desvios de aprendizagem do aluno ou do grupo que ele faz parte. (MANTOAN, 2003)
Em muitas das vezes dentro da sala de aula os professores não conseguem identificar os problemas de aprendizagem ou tem dificuldades em apontá-las de maneira assertiva, cabendo ao psicopedagogo atuar nesse contexto para vir identificar e traçar possíveis soluções desses problemas de aprendizagem. Só a partir dessa perspectiva é que angaria um acompanhamento contínuo para que haja um auxílio consolidado para que possa reduzir e/ou prevenir as dificuldades de aprendizagem que os alunos apresentam de modo específico. (SARMENTO, 2015)
Em meio a essa questão, vê-se relevante a participação do psicopedagogo no espaço escolar ao contribuir junto da equipe pedagógica na tratativa de metodologias que condicionam a inclusão das variadas individualidades dos educandos dentro de um mesmo espaço de ensino ao orientar os professores na identificação de dificuldades de aprendizagem, além de estabelecer meios de prevenção destas e indicativos de como intervir e fortalecer os vínculos em sala de aula.
Acampora (2019) enfatiza que a avaliação e intervenção dos alunos que manifestam desvios de aprendizagem é papel do psicopedagogo devido ao mesmo dispor maiores conhecimentos desta área, bem como ponderar um caráter de investigação e traçar hipóteses, com essa ressalva remete a ideia de que a aplicação de testes e análise do contexto pelo qual o sujeito dispõe dificuldades é tarefa fundamental para elencar o desenvolvimento dos mesmos.
Visto que as dificuldades de aprendizagem dos alunos encontram-se mais notadas no espaço escolar sugere que as instituições sejam capazes de lidar com tal realidade vislumbrando uma reflexão construtiva que aponte os ideais para com o desenvolvimento discente independente de seus impasses ao organizar um trabalho diretivo com a contribuição de profissionais especializados e que venham somar esforços ao atender a todos Independente da idade, nível de ensino e problemas de aprendizagem que apresentam vindo a colaborar na prevenção, diagnóstico e tratamento clínico ou institucional destas distorções.
Por sua vez, é fundamental que os docentes respeitem o ritmo de aprendizagem de crianças e adolescentes ao estabelecerem metodologias de ensino que sejam fatores determinantes para o progresso de aprendizado destes em cada série/ano de estudo. Muito embora, em alguns casos o fracasso escolar está atrelado com salas superlotadas pelo qual os professores não conseguem ter uma atenção especial com todos os educandos e eventuais problemas de aprendizagem passam despercebidos.
Sobre isso, Picaglie e Oliveira (2019) reiteram que os psicopedagogos são os profissionais que acabam tendo esse papel de vir inferir um diagnóstico do aluno quando este não vem apresentando uma regularidade do ritmo de aprendizagem e nessa interlocução a individualidade deve ser respeitada em meio ao grupo escolar que pertence, além de pautar mecanismos que sirvam para fomentar uma educação colaborativa com o bem comum ao respaldar as finalidades educacionais no que tange a alfabetização, o exercício da cidadania, o respeito à diversidade e a preparação para o mercado de trabalho.
Parafraseando com a ideia acima, encontra-se a psicopedagogia como sendo uma ciência que propõe métodos e soluções condizentes para contribuir com professores ao resolver diferentes fatores que impedem o desenvolvimento pleno dos educandos. O progresso escolar nem sempre percorre o curso natural para alguns sujeitos seja por fatores cognitivos, físico-motores, sensoriais, metodológicos ou resultado da própria atuação docente cabendo assim um estudo analítico de como professores e psicopedagogos podem mediar um trabalho educativo que venha amenizar e/ou solucionar tais características levantadas.
As tecnologias e os recursos midiáticos tem forte influência para que os paradigmas escolares possam ser reduzidos no campo educacional visando a transformação social, mas para isso é cabível estabelecer novas metodologias e modos de inclusão para superar as barreiras do conhecimento e da integração das pessoas com deficiência dentro dos grupos pelos quais pertencem, de outro modo essa finalidade ainda requer um longo período para atingir os níveis que se espera.
Sampaio (2011) legítima que da mesma forma que cada criança é única na sua essência de ser e aprender, cada uma aprende no seu tempo, devido a isso é prudente ao professor não dispor de uma metodologia única e exclusiva ao ensinar. Presume-se a capacitação docente e dos membros da escola e a orientação das famílias acerca de cada aluno com necessidade especial.
Ao promover a quebra de tabus e paradigmas nos espaços de ensino, a educação inclusiva transcende o simples ato de educar para fazer acontecer uma singularidade de promoção de ensino e a ideia de pertencimento aos diferentes tipos de ambiente de ensino-aprendizagem e construção de experiências dentro e fora da escola. De modo geral, a psicopedagogia visa descrever possíveis perturbações que interferem no processo de aprendizagem, além de mediar orientações e estratégias para integrar a comunidade e a escola conforme as particularidades de cada pessoa.
Em meio ao caráter assistencial, Soares e Sena (2017) enfatizam que através da construção de planos e projetos voltados às políticas educacionais, a fim de que docentes, coordenadores e gestores escolares possam rever como seu trabalho atribui papel relevante diante das necessidades de aprendizagem de cada estudante. Subsequente a essa premissa, a participação efetiva na rotina escolar contribui no desenvolvimento dos alunos; relação professor, aluno e turma; e processo didático- metodológico ao indicar atividades orientadoras, apoio emocional e aprimorar o desenvolvimento tanto dos professores como também dos alunos.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Contudo, a temática do trabalho viu-se que o desempenho docente para com o trabalho voltado a alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem depende de um preparo contínuo em lidar com os diferentes casos presentes e que comprometem o desenvolvimento social, afetivo e cognitivo dos educandos em sala de aula. Por sua vez, a atuação do psicopedagogo vem ganhando destaque no processo de aprendizagem destes alunos ao estabelecer intervenções e a integração dos mesmos na instância escolar e social.
Qualidade no meio educacional é um termo ambíguo e que requer cuidado ao visar um ensino que seja gratuito e garantido a todos os indivíduos através da valorização dos profissionais da educação, os recursos didáticos e estruturais dos espaços de ensino, além de legitimar o bem comum das redes de ensino, há um empecilho por parte das escolas em fomentar a educação inclusiva como algo necessário e que perpassa a ótica de que discentes que apresentam diferenças no processo de aquisição da aprendizagem requerem de recursos diferenciados para preencher tais desvios de aprendizagem.
Em análise, o diagnóstico do aluno por parte do psicopedagogo não deve ser algo isolado, mas em cooperação com a instituição escolar perante a cultura que está inserida, a prática docente e as redes de apoio dentro da estrutura administrativa escolar e as famílias, respectivamente.
De acordo com os autores estudados, ainda é um desafio grande tornar efetivada a educação inclusiva para que tal processo disponha resultados significativos ao propor soluções capazes de integrar os educandos com necessidades educativas especiais na sala regular tornando com que a interação e a participação sejam facilitadas por meio dos recursos assistenciais para cada aluno.
Diante das indagações levantadas, reitera que os caminhos para a promoção da educação inclusiva na escola são e serão consolidados mediante o acolhimento dos alunos no respaldo para oportunizar o diálogo, a formação continuada, a diversidade do currículo escolar, inserção das tecnologias assistivas, atualização do Projeto Político-Pedagógico (PPP) e os vínculos entre família e escola enfatizando um projeto de inclusão que seja comum a todos os sujeitos.
Outra situação levantada na pesquisa elenca a ideia de que o planejamento escolar voltado a psicopedagogia não deve mediar ações pedagógicas apenas em torno dos alunos que apresentam dificuldades no processo de aprendizagem, mas sim, a toda a classe de modo que para cada sujeito e/ou grupo tenha atenção especial quanto a metodologia didático-pedagógica que expresse/respeite a prática docente em função dos ritmos de aprendizagem de cada integrante da turma.
Assim sendo, compreende que a presença do psicopedagogo na escola institui fator determinante no auxílio dos profissionais da educação, diálogo com pais e responsáveis e parceria de instituições assistenciais que venham cooperar no desenvolvimento de novas estratégias de ensino, oficinas psicopedagógicas e conversação juntamente dos alunos, professores, gestores da educação e sociedade civil.
Muito mais do que empregar um olhar reflexivo entre aluno e professor requer a superação da inclusão escolar dos alunos com necessidades educativas especiais na para que haja uma integração como fonte para sobrepor os paradigmas presentes na estrutura social e assim construir um futuro que seja pautado no respeito a diferença no seu caráter coercitivo.
4 REFERÊNCIAS:
ACAMPORA, Bianca. Psicopedagogia clínica: o despertar das potencialidades. 4ª ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2019.
BINI, Renato Cesar. Quem disse que seu aluno tem problema de aprendizagem? Rio de Janeiro: Wak Editora, 2014.
BOSSA, Nádia Aparecida. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 4ª ed. Rio de Janeiro: Wak Editores, 2011.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB: Lei n° 9394/96 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, MEC, 1996.
DELORY-MOMBERGER, Christine. A pesquisa biográfica ou a construção partilhada de um saber do singular. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica, V1-1, nº 1, 133-147, 2016.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? 1ª edição. São Paulo: Moderna, 2003.
PICAGLIE, Gladys Batista; OLIVEIRA, Antonella Carvalho de (Orgs.). Conhecimentos e saberes da psicopedagogia clínica e institucional. Ponta Grossa (PR): Atena Editora, 2019.
ROSA, Adriano (Org.). Educação inclusiva e especial. Rio de Janeiro: Pembroke Collins, 2020. v. 1; 250 p.
SAMPAIO, Simaia. Dificuldade de aprendizagem: a psicopedagogia na relação sujeito, família e escola. 3ª ed. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2011.
SARMENTO, Teresa. Identidades profissionais e contextos de trabalho na educação de infância. Maceió/AL: De Facto Editores, 2015.
SILVA, A. J. B. M. O psicopedagogo e as intervenções nas dificuldades de aprendizagem. Monte Alegre/RN, 2016.
SOARES, Matheus; SENA, Clério. A contribuição do psicopedagogo no contexto escolar. São Paulo/SP, 2017.
SOUTO, M. T. de. Educação Inclusiva no Brasil. Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande/PB, 2014.
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 14ª ed. ver e ampl. Rio de janeiro: lamparina, 2012.
1 Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
E-mail: anaelzanogueira@hotmail.com
2 Universidade Vale do Acaraú
E-mail: aninharodrigues1980@gmail.com
3 Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
E-mail: edrianops1981@gmail.com
4 Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
E-mail: manu.manumrj@gmail.com
5 Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
E-mail: dandidireito86@gmail.com
6 Faculdade São Judas Tadeu
E-mail: jacielebatista7@gmail.com
7 Faculdade Três Marias
E-mail: jeiciane06@gmail.com
8 Universidade Norte do Paraná (UNOPAR)
E-mail: johnnn.lennnonnn@gmail.com
9 Faculdade Evangélica Cristo Rei
E-mail: poliana.prof1987@gmail.com
10 Faculdade Evangélica Cristo Rei
E-mail: veranogueirapedagoga@gmail.com