O TRABALHO DE ANIMAÇÃO CULTURAL NO LAZER NOTURNO: UMA EXPERIÊNCIA EM UM BAR DE KARAOKÊ

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12568463


Giullia Mendonça de Arruda1


RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência na função de Mestre de Cerimônias em um bar temático de karaokê por uma estudante de Educação Física. Através de um estudo qualitativo, foi realizada uma autoetnografia referente ao período do verão de 2023 em um bar na cidade de Porto Alegre que oferece como atrativo principal o serviço de karaokê, onde o Mestre de Cerimônias e DJ da casa conduz a atividade proposta, bem como é responsável pelo entretenimento do público durante a noite. Foi identificado que as experiências prévias da autora com animação cultural com outras faixas etárias foram capazes de fornecer uma base para exercer a função, bem como foi também demonstrada a necessidade de mais produções científicas acerca do trabalho do profissional de Educação Física no ramo de Lazer Noturno e Animação Cultural para o público adulto.

Palavras chave: animação cultural, recreação adulta, lazer noturno, karaokê

ABSTRACT: The present work aims to report the experience as Master of Ceremonies in a themed karaoke bar by a Physical Education student. Through a qualitative study, an autoethnography was carried out regarding the summer period of 2023 in a bar in the city of Porto Alegre that offers as its main attraction the karaoke service, where the Master of Ceremonies and DJ of the house conducts the proposed activity, as well as it is responsible for entertaining the public during the night. It was identified that the author’s previous experiences with cultural entertainment with other age groups were able to provide a basis for carrying out the role, as well as demonstrating the need for more scientific productions about the workfield of Physical Education in the Night Leisure sector and Cultural Entertainment for adult audiences.

Key words: cultural animation, adult recreation, night leisure, karaoke

INTRODUÇÃO

Durante o período da noite, os locais como bares, pubs e casas noturnas são populares por aqueles que buscam entretenimento e socialização, e encontram nos estabelecimentos temáticos a oportunidade de se entreter com jogos e atividades, para além das bebidas, comidas e luzes indiretas, e nas palavras de Sinelli, “Quando você trabalha com a paixão das pessoas é mais fácil atrair esse público, a frequência é maior. Quando há uma temática voltada a algo que a pessoa gosta, é maior a probabilidade dela voltar, pois será atraída naturalmente” (FOOD MAGAZINE, 2014, p.34).

O Mestre de Cerimônias, um dos cargos da área de Recreação, permite a condução de diversos tipos de cerimônias e solenidades, e por vezes, eventos de entretenimento. Nas atribuições do cargo estão a função de captar a atenção dos presentes para o cronograma e regras do evento, interagir, envolver e entreter o público nas atividades propostas e, mais do que tudo, manter o clima de divertimento, geralmente ocorrendo em um palco ou posição central dentro de um ambiente que ocorre o evento, como um salão (Silva, 2007).

Não há atualmente uma exclusiva formação  para a profissionalização da área de Recreação – em nível superior, as graduações e pós-graduações em Educação Física, Turismo e Lazer apresentam grandes contribuições no que diz respeito aos estudos teóricos e práticas de Lazer, bem como existem cursos livres e de aperfeiçoamento específicos em Recreação e Animação Cultural. Para Mestres de Cerimônias solenes, há também cursos livres específicos. Não há uma exigência por parte dos contratantes, sejam do setor público ou privado, com relação à formação desejada para os cargos, como diz Stoppa:

“Com raras exceções são exigidos dos candidatos competência técnica específica para a seleção, o que, segundo o mesmo autor, é muito importante porém não exclusivo na realização de um bom trabalho. O que prevalece, portanto, é um profissional com um estereótipo voltado para uma pessoa bem apessoada, alegre e que gosta de criança, e de acordo com o trabalho desenvolvido” (2000)

Dada a escassa literatura relacionada aos saberes oriundos da área do Lazer e da Animação Cultural aplicados ao lazer noturno e para adultos no que diz respeito ao conhecimento adquirido na graduação, este trabalho através de uma autoetnografia se propõe a contribuir para a literatura acerca do tema do Lazer Noturno como área de trabalho do profissional de Educação Física, para além do papel de recreador infanto-juvenil e dos estudos socioculturais, relatando a minha experiência atuando com animação cultural como Mestre de Cerimônias e DJ em um bar temático na cidade de Porto Alegre, sendo responsável pelo andamento das atividades com o público adulto.

MÉTODO

Este trabalho trata de uma autoetnografia do período de trabalho durante o verão de 2023 na função de Mestre de Cerimônias e DJ em um bar temático de karaokê na cidade de Porto Alegre, por uma estudante de Educação Física. Segundo Dos Santos (2015), a autoetnografia é uma produção em que o pesquisador-autor discorre sobre o contexto cultural enquanto também faz parte na posição de participante ativo, como alguém que participa e decide extrair informações na posteridade ao observar o passado.

O TRABALHO NO BAR

A experiência ocorreu no período do verão do ano de 2023, em um bar na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, estabelecimento esse que tem horário de funcionamento a partir das 18h até 00h30 em dias úteis e 18h até 1h30 em finais de semana e pré-feriados. A partir de agora, irei me referir ao bar como Estrela ao longo deste trabalho, a fim de manter a privacidade sobre a empresa e as pessoas envolvidas. O local tem como seu pilar principal o serviço e temática de karaokê, um tipo de entretenimento musical onde o público canta e performa as músicas que desejar. A prática surgiu nos anos 70 no Japão (G1, 2021) , onde é muito popular e vinculada com alívio de estresse e as pressões do dia de trabalho, o que pela minha experiência, também é uma das principais motivações para o público do Estrela: o pós-expediente em dias de semana eram muito procurados. Houve pelo menos uma equipe empresarial por dia fazendo happy hour no Estrela, alguns dias mais de uma empresa inclusive. O fato do bar se localizar numa região da cidade com muitos edifícios comerciais possivelmente também contribui para isso.

A minha posição no Estrela era fundamental para o andamento da proposta do bar, a de Mestre de Cerimônias, mas também de DJ. Eu já possuía experiência no ramo de Recreação, majoritariamente com o público infantil, há quase uma década e experiência como DJ há cerca de 5 anos – e esta oportunidade no Estrela seria uma união destas minhas duas competências. No período das 18h às 20h eu apenas discotecava, passeando por diversos estilos musicais para fazer uma leitura do público do dia e focar mais no tipo de música que eu notava que mais estava engajando o público. A partir das 20h se iniciava o karaokê, e então eu começava a animação do público de modo ativo, com o uso do microfone. Havia um certo cronograma diário das minhas atividades:

Tabela 1 – Cronograma das atividades da DJ/MC

 HorárioAtividade
18h – 20hDiscotecar recepcionando o público
19h30Cumprimentar e anunciar as regras
20hKaraokê + discotecar
23h30Anunciar finalização em breve

Todos os aparelhos e materiais necessários para a execução da função foram disponibilizados pela empresa, como o microfone da DJ e o computador de serviço, os principais itens para desempenhar as atribuições, bem como toda a aparelhagem de som da casa. Além disso, também era necessário acesso ao telefone da DJ, um número específico para o contato direto entre o público e a DJ para fazer o pedido de música para cantar. Para se conectar com este contato os clientes realizam a leitura de um QR code disponibilizado na própria mesa.

A cabine do DJ se localiza ao fundo do bar, na ponta oposta em frente ao palco, onde quem necessitasse poderia vir falar pessoalmente, mas era incentivada apenas a comunicação via mensagem instantânea, para que não atrapalhasse o andamento da atividade, já que estava concentrada em diversas tarefas ao mesmo tempo: manter a comunicação no microfone conduzindo a noite; responder as mensagens; procurar no acervo as faixas de karaokê solicitadas; selecionar as músicas que tocam entre cada performance para animar o público; e preparar a lista de faixas/mesas de cada rodada.

O karaokê no palco do Estrela funciona em rodadas, onde cada rodada é composta por uma música performada por cada mesa, e a ordem é pelo número das mesas, de 01 à 14. Para cantar, cada mesa faz apenas um pedido por rodada.

Entre cada performance, um trecho de alguma música era tocada por mim, discotecando, para manter o clima animado do bar. Entre o final de uma rodada e início da outra, eu anunciava a “pausa musical”, momento onde discotecava por mais tempo e estimulava as mesas a fazerem seus pedidos de performance para a rodada seguinte, bem como seus pedidos do menu do Estrela aos garçons, pois afinal, não deixa de ser um bar e o consumo de bebidas e comidas é incentivado. Instaurei essa estratégia da pausa musical prolongada pois percebi que em algumas rodadas o público estava tão contagiado em cantar junto na performance dos outros, que esquecia que também poderia cantar no palco, então proporcionando uma pausa para a mesa discutir qual a próxima música, haveriam mais mesas cantando nas rodadas. Essa prática se provou eficaz e inclusive haviam mesas que faziam seus pedidos somente durante a pausa musical.

Em dias de casa lotada, o tempo de música entre cada performance era menor, bem como a pausa musical, e em dias de casa mais vazia e público não tão participativo, o inverso ocorria, por vezes tocando de duas a três músicas na pausa musical.

Ao final de cada performance era meu papel animar a plateia, elogiar quem performou, incentivar o próximo a performar e por vezes fazer comentários a fim de entreter todos os presentes. Minhas intervenções entre cada performance eram improvisos que dependiam do que ocorria ou em feedbacks, como chamar as palmas, parabenizar pela performance ou agradecer a plateia por ter cantado junto, quando numa música muito popular. Um exemplo de improviso que pode ser citado foi quando ao anunciar a próxima mesa a cantar, houve um pequeno atraso entre meu comando no computador e a letra da música aparecendo na tela para o cliente. Para não deixar a plateia no silêncio e não perder a atenção do público, mencionei que a música escolhida pela mesa da vez, Endless Love, de Lionel Richie, é uma música que foi tema de novela, trilha sonora de filme e eleita pela revista Billboard como a música mais romântica de todos os tempos. Enquanto eu fazia esse breve comentário sobre a música, foi o tempo do cliente se dirigir ao palco,o problema ser resolvido e pode ser feita a performance sem chamar a atenção do público para a intercorrência. Ao finalizar a música, realizei uma das intervenções padronizadas, que foi pedir uma salva de palmas para a belíssima performance.

A chamada para as palmas foi um das falas padrões, assim como pedir “muito barulho” quando seria uma estreia no palco, ou seja, a primeira vez que aquela pessoa iria cantar no palco naquela noite. O incentivo do público foi algo que pude observar, pela postura corporal, que influenciava diretamente o conforto das pessoas no palco. Músicas que engajam muito o público e fazem todos cantarem junto também contribuem para os participantes fruirem de suas performances. Algumas músicas eu categorizei como “clássicos de karaokê”, primeiramente por aparecerem todas (ou praticamente todas) as noites, e segundo pelo nível de participação coletiva nas mesmas. Quando uma mesa fazia um pedido desse tipo, fazer a chamada da mesa ao palco citando isso ajudava a preparar o clima para todos cantarem juntos. O discurso era desta forma:

“E agora chamando para o palco a mesa 7 com um pedido daqueles, um pedido da nossa lista de clássicos do karaokê, não é uma noite de karaokê de verdade até alguém cantar uma dessas né Estrela? Então bora pro palco mesa 7 com…. Evidências!”

“Estrela, agora vai ser trabalho em grupo porque a mesa 12 pediu um clássico de karaokê e eu quero ver todo mundo cantando junto! Mesa 12 ao palco pra cantar Mulher de Fases!!”

Essa lista não era uma lista real, era baseada totalmente na minha experiência trabalhando no Estrela, na minha experiência como entusiasta de karaokê e na minha expertise como DJ. Em algumas ocasiões o público do dia entrava em sintonia e vários pedidos de música seguiam um mesmo tema, como por exemplo, uma noite ocorreram vários pedidos de rock e não era incomum uma sequência de clássicos de trilha sonora de filmes de Hollywood também acontecer. Outros temas comuns foram clássicos da MPB e temas de novela. Houveram poucas vezes que me foi solicitada uma lista física de músicas disponíveis para cantar, uma herança do modo de como funcionavam karaokês antigamente, porém no Estrela não era mais padrão oferecer essa ferramenta, pois não haviam listas suficientes para todas as mesas, então só era fornecido quando excepcionalmente solicitado.

A minha comunicação com a plateia permitia além da animar, auxiliar quem estava no palco, fazendo uma voz guia para quando se perdessem na letra ou no ritmo, mas também chamar o público para cantar o refrão junto das músicas muito populares que já grande parte da plateia já estava cantando junto, de modo que deixassem de cantar baixo e cantassem alto com quem estava no palco, criando uma conexão e momento especial entre todos naquele momento. Pela minha localização dentro do bar ser no fundo e numa área não tão iluminada, eu utilizava um bastão de led multicolorido balançando no ritmo da música, para tentar contagiar a plateia e incentivar quem estava cantando, principalmente em músicas animadas, ou então puxar palmas ritmadas em certas músicas populares. Estas ações eram mais voltadas para quando eu percebia que a plateia não estava dando atenção para quem estava no palco, contrastando com alguma outra performance anterior que foi muito engajada pelo público, numa tentativa de promover a mesma boa experiência para todos os presentes.

A leitura da pista era crucial para não promover favoritismos e deixar alguém desconfortável. Manter a distância, saber quando alternar entre voz ativa e voz passiva, e manter um sorriso no rosto foram procedimentos padrões. Mas não posso deixar de observar que, nas vezes que considerei estar acontecendo uma situação problemática com algum cliente não satisfeito, fiz como faria com qualquer aluno de Jardim A, dando opções controladas, como por exemplo uma vez em que o cliente reclamou que eu não realizei a troca de música solicitada, mas ele não tinha de fato me solicitado a troca pelo telefone, então eu o ofereci duas opções: “eu entendo sua frustração, então vamos fazer assim: você quer cantar agora essa música que você já me mandou antes ou você prefere ficar no final da rodada?”. Apenas com uma única cliente essa comunicação não foi efetiva, solicitei auxílio de um colega garçom, que a conduziu para o gerente e ele resolveu a situação.

O único momento menos atarefado era ao final de cada rodada, ao qual chamava de “pausa musical”, deixando a música tocar por mais tempo, incentivando as mesas a fazerem seus pedidos para a rodada seguinte e seus pedidos para consumir as opções do menu do Estrela, enquanto eu poderia ir ao banheiro, tomar água e descansar a garganta um pouco. A depender da duração da pausa, teria tempo o suficiente para uma rápida consulta na internet sobre as músicas solicitadas da próxima rodada, para incluir informações nas chamadas para o palco de músicas que eu já não soubesse uma curiosidade, como por exemplo o ano de lançamento ou se já foi regravada por outros artistas.

Além disso, em noites em que a casa não estava lotada, não era incomum eu e outros funcionários cantarmos no palco também. Isto acontecia em dois momentos: ou no início, quando o movimento para o palco estava fraco e queríamos incentivar os clientes; ou no final, quando a casa já estava esvaziando, para mantermos os clientes ali consumindo, proporcionar entretenimento e mostrar nossos talentos. Fiz algumas amizades que levei para fora do bar, graças a esses momentos, pela valiosa troca.

DISCUSSÃO

Segundo Reckziegel (2009), “o lazer no período noturno representa uma grande parcela do mercado turístico e de entretenimento, pois está associado a estabelecimentos que “servem” diversão, lazer e prazer a usuários através de música, comida, bebida, shows e diversos outros atrativos”. De fato, a oportunidade de diversão e lazer oferecida no Estrela é um grande atrativo para seus clientes, que costumam ser fiéis. O horário de happy hour do estabelecimento é dedicado às rodadas duplas de drinks antes do horário que inicia o karaokê, e mesmo assim, a maioria dos clientes chega durante o horário do karaokê, demonstrando uma prevalência pela brincadeira do que por aproveitar a bebida em dobro. Esta questão não incomum foi também apontada por Gimenes (2004) quando diz “O consumo de comidas e  bebidas é notadamente deixado em segundo plano – muitas vezes tido como um complemento e  não oferta principal do estabeleci mento – diante da possibilidade de usufruir um ambiente descontraído, prazeroso e propício para o contato entre pessoas.”.

No que se refere à busca por paralelos entre minha prática e a literatura, não muito foi encontrado. Pouco se produz sobre a área de Animação Cultural para o público adulto, principalmente em questão teórica, mas mesmo que houvesse um livro específico sobre Educação Física e Lazer Noturno nesta data, ainda não teria sido suficiente para preparar qualquer profissional para atender pessoas sob o efeito do álcool. O improviso foi a maior ferramenta da minha prática, bem como a minha experiência já trabalhando como DJ em festas.

O trabalho na área de Recreação é comumente vinculado ao atendimento ao público infanto-juvenil pois se relaciona com a ludicidade presente na infância. Na realidade, é uma prática relacionada à conduzir atividades de entretenimento, independente da idade, pois o objetivo será o mesmo: proporcionar divertimento de modo direcionado a determinado público, e que o profissional de Educação Física, no seu papel de animador cultural, pode contribuir para a retomada do lúdico para a vida adulta, por vezes questão afastada da sua realidade, pelas atribuições e responsabilidades com o trabalho e produtividade. (Alves, Marcellino, 2010).

É crucial para o animador cultural o bom-humor para “agitar” os envolvidos, principalmente por se tratar de um local onde o objetivo é a diversão, e essa intencionalidade no discurso de modo alegre é algo que adquiri ao longo da minha experiência trabalhando com Recreação infantil. Sendo a condutora da noite, os comentários proporcionando momentos de risos e entretenimento fazem parte dos improvisos, como diz Meirelles, “fazendo com que a platéia reconheça seu trabalho, siga seu comando, entusiasme-se com suas palavras” (2006). O momento de feedback > incentivo à próxima mesa > curiosidade musical foi a minha parte favorita da prática, pois contava com a atenção do público quase que em sua totalidade e realizava uma transição entre as performances quando os gêneros musicais destoava muito, como quando era uma sequência saindo de um rock pesado para uma bossa nova melancólica.

Na pesquisa de Braga e Santos (2019) sobre a concepção do lazer para o adulto, foi entendido que a prática do lazer é de grande importância para suas vidas, associando este momento positivamente à questões de manutenção da saúde mental e aquisição de qualidade de vida. A temática do bar Estrela ser centrada em um elemento lúdico e artístico, que é o karaokê e a música, é um objeto de apreço dos seus clientes e um diferencial na rotina de quem o frequenta. A oportunidade de se libertar da persona rígida do horário de trabalho e se render a brincadeira do palco, interpretando um artista ou realizando seus desejos interiores de expressão através da arte, é valiosa e muito bem aproveitada no Estrela, e permite que seu palco seja sempre retornado por quem ali passa, incluindo clientes fiéis que vão pelo menos uma vez na semana ou mais, por tamanho apreço ao momento das suas rotinas em que podem se divertir cantando.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Posso no momento presente analisar que a experiência que tive como Mestre de Cerimônias no bar Estrela foi valiosa para contribuir com as competências que concernem o meu trabalho de animadora cultural, principalmente o domínio de público adulto, a capacidade de improvisar e meu acervo de informações acerca da indústria musical. Este último item sendo relevante aquisição para expertise de quem pretende atuar na área de Lazer Noturno, no qual a música é ferramenta relevante na prática.

Este trabalho se propôs a relatar brevemente esta experiência e espera que futuramente mais trabalhos acerca do lazer noturno sejam produzidos pela perspectiva do profissional de Educação Física para contribuir para a comunidade acadêmica e seus profissionais em formação.

REFERÊNCIAS

ALVES, Cathia; MARCELLINO, Nelson Carvalho. Adulto e lúdico: a atuação do profissional de Educação Física no lazer. Motriz Revista de Educação Física, p. 103-112, 2010.

BRAGA, Iara Falleiros; DOS SANTOS, Andrêza Roberta Bezerra. Concepções de lazer sob a perspectiva dos adultos. LICERE-Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer, v. 22, n. 4, p. 285-316, 2019.

DOS SANTOS, Leonardo Augusto N.; DAVEL, Eduardo. Improvisação como competência cultural: uma autoetnografia da atividade gerencial no setor público. Revista Gestão & Conexões, v. 4, n. 1, p. 91-115, 2015.

FOOD MAGAZINE. Bares temáticos. 1. ed. São Paulo, 16 dez. 2004. Disponível em: <http://www.foodmagazine.com.br/food-service-noticia-fique-por-dentro/bares-temati cos> Acesso em: 17 mar 2024

G1, o portal de notícias da Globo. Como o karaokê virou febre mundial sem deixar seu inventor rico.  7 ago. 2021. Disponível em: <https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2021/08/07/como-o-karaoke-virou-febre-mund ial-sem-deixar-seu-inventor-rico.ghtml> Acesso em: 06 fev. 2024

GIMENES, Maria Henriqueta Sperandio Garcia. Bares e casas noturnas: um estudo exploratório sobre consumo e sociabilidade. Revista Turismo em Análise, v. 15, n. 1, p. 73-88, 2004.

MEIRELLES, G. F. (2006) Mestre-de-Cerimônias. Apostila de curso realizado em São Paulo.

RECKZIEGEL, Daniela. Lazer noturno: aspectos configuracionais e formais e sua relação com a satisfação e preferência dos usuários. 2009.

SILVA, Renata Almeida de Souza Aranha et al. O discurso do mestre-de-cerimônias: perspectiva dialógica. 2007.

STOPPA, Edmur Antônio. Lazer e o mercado de trabalho. LICERE-Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer, v. 3, n. 1, 2000.


1Licenciada em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2023).
Graduanda em Bacharelado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.