O PROCESSO DE NEGAÇÃO DA CIÊNCIA NO CONTEXTO PANDÊMICO DA COVID-19

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7882030


Gilmara Rocha de Oliveira¹
Ciro Domingues Anunciação Silva²
João Carlos Silva de Oliveira³


RESUMO: 

O momento em que vivemos evidencia que já estamos na Era da desinformação e a pandemia do coronavírus é um ambiente consentâneo para propagação de notícias falsas. No Brasil, os bons serviços voltados à imunização (PNI/SUS) mostraram pontos positivos, porém a ideia do movimento antivacina continua viva. O objetivo deste artigo foi investigar e descrever o processo do negacionismo científico no contexto pandêmico da Covid-19 utilizando o método de pesquisa exploratório, descritivo e explicativo. Observou-se que o negacionismo gerou um levante de profissionais e instituições de pesquisa contra a desinformação. Foi notório o aumento da participação de pesquisadores, profissionais de saúde e acadêmicos no combate à desinformação (fake News) no decorrer da pandemia, sobretudo através das redes sociais. O bom senso, a análise crítica, a educação e a não isenção da nossa responsabilidade nesse processo de combate à desinformação e negação da ciência são a chave para reduzirmos esse desserviço à sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: negação da ciência, notícias falsas, desinformação, vacinação.

ABSTRACT

The moment when we witness evidence that we are already in the Age of disinformation and the coronavirus pandemic is a suitable environment for prescribing fake news. In Brazil, good services aimed at immunization (PNI/SUS) received positive points, but the idea of ​​the anti-vaccination movement is still alive. The aim of this article was to scientifically investigate and describe the process of denialism in the context of the Covid-19 pandemic using the exploratory, descriptive and explanatory research method. Note that denialism generated an uprising of research professionals and institutions against misinformation. The increased participation of researchers, health professionals and academics in the fight against misinformation (fake news) during the pandemic, especially through social networks, was notorious. Common sense, critical analysis, education and the preservation of our responsibility in this process of combating disinformation and denial of science are the keys to reducing this disservice to society.

KEYWORDS: denial of science, fake news, misinformation, vaccination

1. INTRODUÇÃO

No contexto atual, o Brasil e o mundo ainda enfrentam uma emergência sem precedentes na história em virtude da Covid-19, trazendo consequências gravíssimas para a saúde pública, atividade econômica e a própria vida humana. Duas crises paralelas têm ocorrido no mundo por conta da Pandemia da Covid-19, uma voltada às questões sanitárias, onde se tem uma grande proporção de óbitos decorrentes do efeito da doença e outra gerada pela crise econômica.

O movimento antivacina existe desde o final dos anos 90 na Europa e vem ganhando proporção. Uma situação se mostra preocupante nos Estados Unidos, especificamente no que se refere à vacinação contra Sars-Cov-2, pois pesquisas de opinião mostram que apesar de 50% dos norte-americanos aderirem aos imunizantes contra a Covid-19, existem os 25% que estão indecisos (CORNWALL, 2020).

A ideia da vacina (1749-1823) teve sua origem quando o médico britânico Edward Jenner, que teve a brilhante ideia de conceber uma vacina contra a varíola, doença que causava mal-estar e erupções na derme. Incitado por declarações de uma camponesa, de que não seria contaminada por ter contraído a versão bovina da doença, resolveu inocular (1796) o vírus da varíola, da forma bovina, em um menino, que posteriormente apresentou apenas sintomas leves. Após dois meses, o médico injetou o vírus novamente, porém da varíola humana e não bovina. Supreendentemente, a criança não adoeceu e ficou comprovado cientificamente que a exposição anterior tinha imunizado o garoto contra a varíola em sua forma mais letal (FERNANDES, 1999).

Surgia, introduzido pelo médico Jenner, o conceito de vacina. Através dela tornou-se possível erradicar a varíola da terra. Como a ciência do Brasil, através do plano Nacional de vacinação, conseguiu erradicar as doenças que assolavam os brasileiros (pólio, difteria), alguns erroneamente acham que as vacinas não são mais necessárias. Esse pensamento é equivocado, pois ao analisarmos o surgimento de novos casos de doenças infectocontagiosas, temos o crescimento dos casos de sarampo, conforme pode ser visto na figura 1. Essa recente epidemia fez o Brasil perder o status, que é conferido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), de nação livre do sarampo, no ano 2016.

Figura 1 – Casos de sarampo no Brasil (SVS, 2019).

Uma das causas que incorreu para que o Brasil perdesse o certificado foi queda de 20% da cobertura vacinal, mesmo o sarampo tendo sido importado da Venezuela. Não haveria surto se a cobertura vacinal estivesse sendo aplicada adequadamente. Os especialistas em saúde pública reforçam que temer ou disseminar temor às vacinas representam um imenso retrocesso, pois estes são os itens mais seguros e eficazes que a ciência já desenvolveu (USP, 2019).

O sarampo foi responsável por uma das maiores causas de mortalidade infantil do século XX, no Brasil. A primeira vacina foi introduzida na década de 1960. O ministro de saúde, em 1973, gestou o Programa Nacional de Imunizações (PNI), visando reduzir o volume de importação das vacinas, a dependência externa e fomentar o desenvolvimento de imunobiológicos. Somente em 1992, o Ministério criou o Plano Nacional de Eliminação de Sarampo, tendo como principal objetivo a extinção do sarampo (FIOCRUZ, 2014).

No Brasil, os bons serviços voltados à Imunização (PNI/SUS) mostraram pontos positivos, mas não afastaram a ideia do movimento antivacina, que continua viva. No ano de 2019, o estado de São Paulo foi o epicentro da doença, concentrando 98% dos infectados por sarampo. Dentre os fatores que favoreceram esta situação há consensos que apontam para a diminuição da cobertura vacinal, o que foi decisivo para o surto no país, resultante do desfinanciamento do SUS, após Emenda Constitucional 95 de 2016 e, possíveis ideologias provindas de movimento mundial antivacinas. Com a grande proporção que vem sendo apresentada a pandemia de Covid-19, no imaginário da população, essa ideia deve atenuar a adesão voltada a essa ideologia, entretanto, é relevante mencionar esse entrave, caso ele se manifeste na população a fim de combatê-la (GUIMARAES, 2020).

A covid-19 é uma doença respiratória aguda causada pelo coronavírus. O vírus foi cientificamente detectado pela primeira vez no final de 2019, em Wuhan, na China, disseminando-se rapidamente por vários países, tornando-se uma pandemia (NUNES et.al., 2020). Em meados de fevereiro de 2020, surgiu o primeiro caso de Covid-19 no Brasil. Um paulista com 61 anos que esteve na Itália (BRASIL, 2020). O primeiro óbito ocorrido no Brasil deu-se em 17 de março de 2020, uma pessoa do sexo masculino com 62 anos, que apresentava comorbidades (diabetes e hipertensão), internado em rede especializada para a população idosa (BRASIL, 2020b). Com transparente fragilidade, os idosos estão entre os mais afetados pela pandemia Covid-19, por terem respostas imunológicas mais lentas e carecerem de atenção especializada.

Catastroficamente, na segunda semana do mês de março do ano de 2021, de cada 4 pessoas que morreram em decorrência da Covid no mundo, 1 estava no Brasil. Embora o país tenha somente 2,7% da população mundial, existe uma rápida escalada de óbitos, fazendo com que respondamos por 23% das mortes de Covid-19 no planeta (FOLHA, 2021). Em 2020 havia 1,1 bilhão de idosos e a projeção para 2100 é de cerca de 3,1 bilhões. No cenário brasileiro, tínhamos aproximadamente 30 milhões em 2020 com previsão de 72,4 milhões para 2100 (WHO, 2018). A maior taxa de mortalidade da Covid-19, cerca de 14,8%, está entre os idosos acima de 80 anos de idade. Esse índice cai para 8% quando comparados aos idosos com idade entre 70 e 79 anos e 8,8% entre aqueles de 60 a 69, representando uma taxa aproximada 4 vezes maior que a média geral, justificando as apreensões e transtornos da população idosa (WHO; CHEN et.al., 2020). Zhang (2020) explica que o risco de morte cresce de modo diretamente proporcional à idade devido à imunossenescência, causando o aumento de vulnerabilidade às doenças infectocontagiosas.

Podemos comparar o negacionismo existente hoje ao comportamento da sociedade em relação a Galileu, no século XVII, quando recebeu uma sentença pela acusação de defender a teoria de que o planeta Terra dava voltas em torno do Sol. Semelhantemente, quatro séculos depois, uma pesquisa do Instituto Datafolha em 2019 apontou que 7% dos brasileiros acreditam que o planeta Terra tem formato plano (BBC, 2020).

Interessante salientar que, Samuel Birley Rowbotham, o pai do terraplanismo contemporâneo, (1816-1884), citava a fidelidade à Bíblia como sua motivação principal. Segundo ele, uma das provas do terraplanismo se encontrava na passagem bíblica descrita no livro de Apocalipse 7:1, no qual haviam anjos nos quatro cantos da terra (ORSI, 2020). Porém, a teoria terraplanista entra em contradição com o texto bíblico encontrado em Isaías 40:22, que se refere à terra como tendo formato circular.

Galileu lutou, desassistido e desamparado, contra a negação da ciência de forma incessante. A Igreja, durante a idade média, queria impor a verdade universal sobre todos os assuntos religiosos e da natureza, concentrando autoridade sob ameaças de terríveis punições. As motivações para a não aceitação da ciência no século XXI têm um escopo de motivações mais amplas que as do século XVII. Considero que os atuais movimentos de negação da ciência são oriundos da desinformação (fake news), motivações políticas e religiosas.

2 DESENVOLVIMENTO Era da Desinformação

O momento em que vivemos evidencia que já estamos na Era da desinformação e a pandemia do coronavírus é um ambiente consentâneo para propagação das fake News. Infelizmente ainda não há uma legislação específica para conter a propagação de notícias falsas e elas representam um grande poder viral, ou seja, alta capacidade de disseminação. As mídias sociais e websites podem ser facilmente administradas devido ao baixo custo de produção. Os domínios criados (.com) são difíceis de serem monitorados e as páginas passam a ser controladas por softwares, com ips ocultos, onde contas falsas são programadas para interagir com usuários reais e disseminar notícias enganosas.

As fake news são informações que visam representar um episódio público sob um ponto de vista pautado em informações inverídicas. Conforme Delmazo e Valente (2018), a desinformação é extremamente perigosa para a saúde pública. Por este motivo,

  • necessário se opor à desinformação, destacando incessantemente a relevância das vacinas, que são alvos de campanhas falsas, movimentos antivacinas e boatos em redes sociais, que poderão prejudicar a saúde mental e física da população.

Segundo a Agência Estadual de Notícias (2021) do Rio Grande do Sul, fazem parte da lista de fake news propagados em 2021:

  • imunizantes podem causar HIV e câncer;
  • vacina pode infectar com o vírus da Covid-19;
  • voluntários morreram complicações causadas pela vacina, na fase de testes;
  • vacinas são produzidas com células de fetos abortados.

Um panfleto popular publicado no ano de 1885 (Figura 2), durante a epidemia de varíola, que possuía uma taxa de mortalidade entre 30% e 40%, ilustra o movimento antivacinação ocorrido em Montral, que visava contestar o processo de vacinação, apesar da eficácia comprovada. (GALILEU, 2020).

Figura 2 – panfleto publicado em 1885 durante a epidemia de varíola (GALILEU, 2020).

A situação é tão grave e ameaçadora que, no ano de 2019, a resistência à vacinação foi listada pela Organização Mundial da Saúde como uma das dez maiores ameaças à saúde global (ANAHP, 2019). Atualmente temos a benesse de viver em um planeta que erradicou a varíola através da vacina. Contudo, os modernos movimentos antivacina tornaram-se perigosos para a saúde global, por fazer oposição e crítica à vacinação de modo organizado, com alcance mundial, utilizando tecnologia avançada, recursos da internet e se baseando em factoides sem comprovação científica, além de teorias da conspiração.

A Liderança Política Antivacinação

Segundo Laurent-Henri Vignaud, professor da Universidade de Borgogne, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi o único líder político da história a desencorajar a vacinação (BBC, 2020). Por meio de lives em rede sociais, entrevistas e outros meios de comunicações, o presidente descartou a possibilidade de ser vacinado.

Segundo uma pesquisa realizada pela Datafolha (2020), o percentual de brasileiros motivados a se vacinar contra a Covid-19 caiu de 89% para 73% entre agosto e dezembro do mesmo ano, com rejeição de 50% dos brasileiros adultos para uma vacina chinesa. O ex-presidente do Brasil, enquanto representante do povo, pode ter falhado na condução e promoção da ordem interna e paz social. A declaração de que “ninguém poderia obrigar ninguém a tomar vacina, ou que “se tomasse a vacina e virasse jacaré”, foram preocupantes e irresponsáveis, pois geraram suspeitas contra as imunizações, colocando em risco a importância das vacinas.

O ex-chefe do executivo, por vezes, rejeitou a utilização de máscaras, criticou ostensivamente as medidas de distanciamento social e defendeu a utilização de medicamentos sem comprovações científicas como formas de profilaxia. Essa postura não contribuiu para o combate à pandemia. Como líder da nação, deveria ressaltar veementemente a importância da imunização e instar que a vacina adquirida pelo Ministério da Saúde passou por todos os processos de controle de qualidade e que, mesmo não sendo 100% eficiente, seria capaz de trazer benefícios à população. A postura adotada pelos representantes políticos, se fossem bem direcionadas e alicerçadas em evidências científicas, poderiam contribuir para reduzir o número de contágios, mortes e recessão econômica.

Fundamentalismo Religioso e Movimento Antivacina

O movimento antivacina, ainda que de forma desorganizada, apresenta um movimento crescente e tem se espalhado também nas igrejas através dos líderes religiosos. Muitos pastores poderiam, através de influência que exercem, fomentar a adesão ao imunizante, mas não é isso que se presencia.

O fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus divulgou o feijão milagroso com capacidade de curar os adoentados por covid-19 (PACHECO, 2021), enquanto outro pastor afirmou publicamente que a vacina Corona Vac trazia o vírus HIV em seu ingrediente farmacêutico ativo, causando câncer e modificando o DNA. O mesmo foi intimado pelo Ministério Público onde foi responsabilizado civil e criminalmente (G1, 2020). Outro ponto a ser mencionado é que o fechamento das igrejas reduziria a entrada financeira que era utilizada para o pagamento de aluguéis, contas dos templos e as ajudas de custos dos pastores. Por este motivo muitos líderes se opuseram às medidas de isolamento social. Biblicamente, cabe ao pastor o dever de cuidar, orientar e exercer liderança, promovendo paz e união. Seus pronunciamentos têm muito poder e influência, por isso devem ser proferidos com responsabilidade. Os líderes evangélicos precisam auxiliar os fiéis a semearem confiança na ciência, nos profissionais de saúde pública e nas vacinas contra o coronavírus.

3. CONCLUSÃO

Os movimentos de negação da ciência não são recentes. Porém, desde o tempo de Galileu, a negação da ciência passou do campo religioso para o político, deixando de ter natureza exclusivamente religiosa. Atualmente as ações negacionistas, sobretudo no contexto pandêmico da covid-19, têm sido motivadas, geralmente, pelo conservadorismo político. Apesar das motivações serem um tanto distintas, o efeito é o mesmo! A ciência está sendo posta de lado e seus conselhos não estão sendo levados a sério. É inacreditável que pessoas rejeitem a aplicação da vacina colocando em risco a sua vida e a de seus familiares.

Como a rede mundial de computadores, conhecida como internet, está cada vez mais acessível a todas as camadas sociais, as fake news e teorias da conspiração se espalham e viralizam com muita eficiência, de forma sofisticada, inspirando ainda mais os negacionistas. Embora existam mecanismos informatizados nas redes sociais para excluir mecanismos de ódio, ainda é muito difícil apagar cabalmente os conteúdos e rastrear os autores, por isso a prática tem se tornado cada vez mais preocupante é o seu combate, desafiador. Alguns websites, utilizam as notícias falsas e manchetes sensacionalistas de modo proposital visando aumentar a quantidade de acessar o obter lucro com a publicidade digital.

O artigo 5º da Constituição Federal do Brasil de 1988 proclama que sem lei penal não existe crime. Não sendo uma difamação pessoal, o ato de divulgar e disseminar fake News não constitui crime. No entanto, alguns projetos de lei estão tramitando no Congresso Federal visando coibir essa prática e criminalizar as notícias falsas que possam corromper a verdade acerca da saúde, segurança pública, processo eleitoral, economia e demais.

De acordo com um estudo realizado pelos pesquisadores do realizado por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, as fake news são 70% mais eficientes, importantes e abrangentes que as notícias verdadeiras (CASTRO, 2018). Sendo assim, o papel da imprensa é de fundamental relevância para a divulgação correta das descobertas científicas.

As empresas responsáveis pelas redes sociais (Twitter, Instagram, Facebook, Google, Linkedin), com a responsabilidade social e ética que detêm, devem desenvolver tecnologias integradas para rastrear os autores das postagens, via protocolo de identificação (IP), e puni-los com bloqueio de todas as contas das redes sociais vinculadas ao e-mail, visando coibir a divulgação das notícias falsas. Acadêmicos e profissionais de instituições privadas também precisam se unir para desenvolver pesquisas e tecnologias sofisticadas para o enfrentamento do problema.

Uma das armas mais fortes que a sociedade brasileira dispõe é o senso crítico. Um efeito coletivo para a alfabetização digital pode ser uma das saídas. Por meio da inclusão e educação digital a sociedade será capaz de verificar a credibilidade do autor do conteúdo, do website (protocolo whois), checar os erros de ortografia e o assunto em outras fontes de veiculação na mídia, comparando-as.

As instituições de pesquisa, principalmente as mais citadas dentro do contexto pandêmico da covid-19, tais como Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Butantan, precisam fortalecer ainda mais o marketing no sentido de veicular, em suas redes sociais, informações factuais sobre a pandemia. A comunidade científica já observou a relevância em se comunicar com a sociedade. 

De modo incessante, pesquisadores do Brasil inteiro compartilham vídeos, dados e relatos em suas redes sociais, servindo como fontes confiáveis de inspiração para o público e a imprensa. O negacionismo gerou um levante de profissionais e instituições de pesquisa contra a desinformação. Enquanto o governo federal continua omisso frente a catástrofe que está sendo enfrentada, com a falta de campanhas, esclarecimentos e incentivos à vacinação, diversas universidades, instituições de pesquisa e organizações lançam campanhas próprias.

Portanto, não há futuro na negação da ciência, apenas atraso e desesperança. Uma árdua batalha está sendo travada: ciência versus negacionismo. A sociedade e a ciência estão diante de um sério problema. É imprescindível a participação responsável de todos nas redes sociais. O bom senso, a análise crítica, a educação e a não isenção da nossa responsabilidade nesse processo de combate à desinformação e negação da ciência são a chave para reduzirmos esse desserviço à sociedade.

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1Mestre em Enfermagem. Oficial de Saúde do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Amazonas (CBMAM).
2Especialista em Enfermagem. Oficial de Saúde do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Amazonas (CBMAM).
3Doutorando em Saúde Pública (Fiocruz). Analista de Sistemas da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa).