O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO SOCIOEDUCATIVA DA CRIANÇA COM ESPECTRO DO AUTISMO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11132542


Maria Lucenilda da Silva Rodrigues Mendes1,
Raimunda Maria Dos Santos Silva1,
Renivaldo De Sousa Silva2,
Orientador: Profa.  Thiago Matos Saltão


RESUMO

A pessoa autista é aquela que reconhece o transtorno como parte da sua identidade, com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista. Tratamentos variam, de medicamentos a equipe multiprofissional. No campo clinico e institucional, o Psicopedagogo atua como mediador entre escola, educando e equipe terapêutica, facilitando integração e suporte. O presente estudo de abordagem qualitativa, fundamenta-se principalmente nas obras de Rodrigues; Spencer (2021), Cunha (2020), Da Silveira (2020) e Araújo; Rosado (2018). Explorando as particularidades manifestadas por crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), é relevante ressaltar os aspectos psicopedagógicos direcionados a essa comunidade, os quais foram examinados através de uma revisão bibliográfica. O objetivo geral consistiu em analisar o papel do psicopedagogo no processo de adaptação socioeducativa de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). As pesquisas indicam que o psicopedagogo, reconhecido como o profissional capacitado, auxilia no desenvolvimento educacional, respeitando as limitações dos escolares. Com o aumento de crianças com TEA enfrentando desafios educacionais, a intervenção psicopedagógica se torna crucial, promovendo inclusão e oferecendo suporte diante das dificuldades enfrentadas pela escola e pela família. Conclui-se que o papel do psicopedagogo na facilitação do processo de adaptação socioeducacional de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é primordial. O seu envolvimento é fundamental para garantir a adaptação socioeducativa holística das crianças com PEA, sublinhando a sua importância na promoção de ambientes educativos inclusivos.

Palavras-chave: TEA, Adaptação socioeducativa, Crianças, Psicopedagogo.

ABSTRACT

An autistic person is one who recognizes the disorder as part of their identity, diagnosed with Autism Spectrum Disorder. Treatments vary, from medications to a multidisciplinary team. In the clinical and institutional field, the Psychopedagogue acts as a mediator between school, student and therapeutic team, facilitating integration and support. This qualitative study is based mainly on the works of Rodrigues; Spencer (2021), Cunha (2020), Da Silveira (2020) and Araújo; Rosado (2018). Exploring the particularities expressed by children with Autism Spectrum Disorder (ASD), it is relevant to highlight the psychopedagogical aspects aimed at this community, which were examined through a literature review. The general objective was to analyze the role of the psychopedagogue in the socio-educational adaptation process of children with Autism Spectrum Disorder (ASD). Research indicates that the psychopedagogue, recognized as a trained professional, assists in educational development, respecting the limitations of students. With the increase in children with ASD facing educational challenges, psycho-pedagogical intervention becomes crucial, promoting inclusion and offering support in the face of difficulties faced by school and family. It is concluded that the role of the educational psychologist in facilitating the socio-educational adaptation process of children with Autism Spectrum Disorder (ASD) is essential. His involvement is essential to guarantee the holistic socio-educational adaptation of children with ASD, highlighting its importance in promoting inclusive educational environments.

Keywords: ASD, Socio-educational adaptation, Children, Psychopedagogue.

1 INTRODUÇÃO

A escola, além de ambiente de aprendizagem, enfrenta múltiplas demandas da sociedade contemporânea. Diante desse cenário, os professores reconhecem a importância de apoio tanto pedagógico quanto psicológico para promover eficazmente a educação dos alunos. O psicopedagogo clínico e institucional desempenha o papel crucial de oferecer novas abordagens educativas, facilitar a aprendizagem e mitigar problemas educacionais em todos os níveis de ensino (ARAÚJO; ROSADO, 2018). 

Este estudo tem como tema o papel do psicopedagogo na adaptação socioeducativa de crianças com TEA, destacando a compreensão holística do aluno e o desenvolvimento de estratégias para superar dificuldades escolares. A Psicopedagogia, como campo interdisciplinar, considera o indivíduo, sua família, a escola e o contexto social, aplicando diferentes abordagens teóricas para resolver desafios educacionais. 

Suas metas incluem promover a aprendizagem, fomentar a inclusão social e escolar, desenvolver pesquisas científicas e mediar conflitos relacionados ao processo de ensinoaprendizagem em diversos contextos educacionais, entre eles as crianças com Transtorno do Espectro Autista (RODRIGUES; SPENCER, 2021).

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) representa uma condição de neurodesenvolvimento que se distingue por um progresso atípico, expressões comportamentais singulares, lacunas na comunicação e na interação social, além de padrões repetitivos e estereotipados de comportamento, muitas vezes acompanhados por uma gama limitada de interesses e atividades.

Diversos profissionais contribuem para esse processo, incluindo psicólogos, terapeutas comportamentais, fonoaudiólogos e especialistas em treinamento de habilidades sociais, entre outros. Intervenções que abrangem psicoeducação, apoio aos pais, terapia comportamental, desenvolvimento de habilidades sociais e, em alguns casos, medicação, são essenciais para melhorar a qualidade de vida da criança com TEA.

O TEA é categorizado em três níveis distintos de severidade: 1 (requer apoio), 2 (requer apoio substancial) e 3 (requer apoio substancial considerável). Cada nível está correlacionado com a quantidade de suporte necessário pela pessoa para desempenhar suas tarefas cotidianas (SILVA; RUIVO, 2020). O processo de intervenção destinado às pessoas com TEA demanda uma equipe interdisciplinar unida e coordenada, cujo papel é primordial para assegurar uma prestação de cuidados completa e efetiva.

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) engloba uma maneira singular de perceber, processar e manifestar comportamentos sociais e cognitivos. As teorias comportamentais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e têm um profundo impacto na jornada das crianças com TEA, influenciando os aspectos pessoais, sociais, acadêmicos e, posteriormente, profissionais (ARAÚJO; ROSADO, 2018).  A busca por acompanhamento psicopedagógico ocorre quando surgem queixas na escola sobre aprendizagem e desempenho acadêmico, ou quando os pais observam dificuldades na criança ou adolescente, como realização de tarefas, memorização e resultados em avaliações. 

O primeiro encontro com o psicopedagogo envolve entrevista com os pais para relatar as dificuldades enfrentadas. O profissional avalia aspectos afetivos, cognitivos e sociais, reconhecendo que as dificuldades não são apenas individuais, mas resultado de interações complexas entre criança, família e escola. Essa abordagem reconhece a importância das relações no processo de aprendizagem (TAVARES, 2017).

A Análise Aplicada do Comportamento (ABA) representa um pilar fundamental nas intervenções psicopedagógicas, especialmente no contexto do TEA e em face de diversos desafios de aprendizagem. Fundamentada nos princípios científicos da análise do comportamento, a ABA coordena intervenções sistemáticas e adaptadas para estimular mudanças comportamentais nas crianças (RODRIGUES; SPENCER, 2021). 

Considerando o exposto, surge a indagação: De que forma o psicopedagogo pode estimular o progresso e o processo de aprendizagem na criança com TEA? O objetivo geral deste artigo é analisar o papel do psicopedagogo no processo de adaptação socioeducativa de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Como objetivos específicos almeja-se: refletir as questões conceituais relacionadas ao TEA, discorrer sobre a atuação do psicopedagogo com crianças com TEA e destacar as possíveis intervenções psicopedagógicas no processo de adaptação socioeducativa de crianças com TEA. 

Justifica-se a escolha do tema uma vez que a Psicopedagogia tem despertado interesse entre educadores e profissionais envolvidos no desenvolvimento humano, especialmente aqueles que lidam com crianças e adolescentes. Ela desempenha papéis preventivos e terapêuticos: prevenção ao intervir nos processos educativos para evitar problemas escolares e terapêutica ao compreender as barreiras individuais ao aprendizado, promovendo uma melhor relação com o conhecimento.

2 METODOLOGIA

Este estudo se baseia em uma pesquisa bibliográfica e exploratória-descritiva, cujo propósito, conforme enfatizado por Alexandre (2021), é proporcionar uma compreensão mais profunda do fenômeno em análise e das questões levantadas. Isso nos permite conduzir a análise de forma mais alinhada ao que tem sido produzido sobre o tema em questão e descrever os resultados das observações dos autores deste estudo.

Quanto à pesquisa bibliográfica, Severino (2017) ressalta que esta oferece acesso a uma ampla gama de informações e possibilita a utilização de dados dispersos em diversas publicações. Além disso, auxilia na construção ou na melhor definição do quadro conceitual que envolve o objeto de estudo proposto (SEVERINO, 2017). 

2.1 Procedimentos técnicos metodológicos

Os métodos empregados neste estudo incluíram a pesquisa bibliográfica, utilizando uma abordagem qualitativa. Este projeto teve início em março de 2024. A escolha do tema foi baseada nas observações dos autores deste artigo, que são profissionais da educação especializados em Psicopedagogia. Durante suas práticas, eles identificaram a problemática previamente descrita, o que motivou o início da pesquisa exploratória do material bibliográfico para fundamentar a abordagem teórica sobre a influência do TEA no cotidiano escolar e no papel do psicopedagogo como profissional especializado atuando no ambiente institucional.

Assim, optou-se por adotar uma abordagem hipotético-dedutiva. A partir das inferências e observações cotidianas dos autores, busca-se preencher uma lacuna que se mostra de fundamental importância para as escolas em geral, especialmente aquelas localizadas em áreas distantes de centros urbanos ou de grandes cidades.

Para conduzir a pesquisa descrita, primeiramente foram realizadas observações sobre o cerne do problema abordado neste estudo, focando na prática diária do trabalho do psicopedagogo. Isso foi feito por meio de trocas de informações com colegas pedagogos e especialistas em Psicopedagogia, juntamente com experiências e observações individuais relacionadas às dificuldades de aprendizagem, especialmente aquelas associadas ao Transtorno do Espectro Autista.

Com o intuito de fundamentar empiricamente as práticas observadas, foram buscados estudos correlatos nas referências bibliográficas para embasar o desenvolvimento teórico. Assim, esta pesquisa adotou uma abordagem eminentemente qualitativa, conforme destacado por De Carvalho (2021), que se baseia em metodologias cujo propósito é realizar uma análise crítica, contextualizada e exploratória da relação entre fenômenos sociais, destacando-se a atuação do psicopedagogo na escola e as dificuldades de aprendizagem relacionadas ao TEA.

2.2 Etapas da pesquisa bibliográfica

A coleta e análise de dados foram realizadas com base em categorias definidas previamente: levantamento bibliográfico e observações dos autores. Na pesquisa bibliográfica, buscou-se identificar estudos que abordassem: (a) conceitos, definições e práticas do psicopedagogo relacionadas ao TEA no ambiente escolar; (b) os desafios e oportunidades de intervenção socioeducacional do psicopedagogo em casos de TEA na escola; e (c) a importância da intervenção e acompanhamento do psicopedagogo em casos de Transtorno do Espectro Autista.

Os materiais físicos utilizados incluíram livros, teses, dissertações e artigos que serviram como suporte. Durante a identificação de citações e orientações relevantes para os temas abordados, foram registradas para uso posterior. Como método de operacionalização da pesquisa, optou-se pela busca bibliográfica em bases de dados online, como SciELO (Scientific Electronic Library Online) e Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

Para conduzir a etapa da pesquisa bibliográfica em bases de dados online, foram utilizados descritores como critério inicial, focando em estudos realizados entre 2017 e 2024. Os dados obtidos de qualquer base de pesquisa foram devidamente atribuídos à fonte, seguindo os preceitos éticos necessários para este estudo e as diretrizes da ABNT.

Ao adotar a abordagem qualitativa, conforme os ensinamentos de Alexandre (2021), busca-se responder a questões muito específicas, sendo uma das principais formas de pesquisa nas Ciências Sociais e Médicas. Essa abordagem busca identificar o nível de realidade em estudo, que muitas vezes não pode ou não deve ser quantificado.

De forma prática, o processo começou com a seleção do material bibliográfico a partir da leitura dos resumos (no caso de materiais online) ou dos prefácios/introduções. Em seguida, buscou-se identificar o material que estivesse relacionado com as temáticas a serem abordadas, destacando os pontos de interesse para possível utilização. Paralelamente, iniciou-se a produção do artigo.

3 RESULTADOS
3.1 O Transtorno do Espectro do Autista

Os transtornos do espectro autista são identificados por deficiências duradouras na comunicação social e na interação social, manifestando-se em diversos contextos. Estas deficiências abrangem desde dificuldades na reciprocidade social até comportamentos de comunicação não verbal para interação social, bem como habilidades limitadas para estabelecer, manter e compreender relacionamentos (CUNHA, 2020).

O transtorno do espectro do autismo é um transtorno de início precoce caracterizado por mudanças significativas no desenvolvimento da linguagem e na interação social. Estas características são muito importantes para o diagnóstico, mais ou menos em todas as pessoas que sofrem desta doença. Uma série de condições comportamentais caracterizadas por habilidades sociais, comunicação e desenvolvimento cognitivo deficientes em crianças. É importante conhecer as principais características para fazer um diagnóstico precoce, o que aumenta as chances da criança desenvolver condições do espectro.

A maioria das histórias de autismo começa na década de 1940 onde psicólogo infantil Leo Kanner publicou um artigo descrevendo um novo distúrbio, o autismo em crianças, à medida que a pesquisa do pediatra Hans Asperger desenvolveu um distúrbio semelhante conhecido como síndrome de Asperger (BERTOLDI; BRZOZOWSKI, 2020).

O portador da síndrome não consegue interagir com outras pessoas; incapacidade de comunicar verbalmente em situações sociais; Resistência à mudança e ênfase em manter as coisas iguais; Focar nas coisas não nas pessoas; Boas habilidades psicológicas; São mais sensíveis ao meio ambiente;

A adesão às rotinas pode perturbar os rituais individualista de cada indivíduo. As emoções podem ser perturbadas; linguagem alternativa, incluindo a capacidade de repetir respostas literais e usar pronomes corretos.

A principal ideia defendida por Kanner é a teoria da mãe geladeira, segundo a qual a criança se retrai em seu próprio mundo para escapar da falta de amor e carinho da mãe. Hoje, a teoria de que o autismo é causado pela emoção foi amplamente refutada.

Em 1943, Hans Asperger descreveu uma síndrome semelhante à síndrome de Kanner. Os aspectos não-verbais da sua comunicação também são diferentes, incluindo expressões faciais frias e gestos inadequados (CAMPOS; SILVA; CIASCA, 2018). O autismo não é um problema que pode ser encontrado em um teste, mas é um problema que ocorre no comportamento e no desenvolvimento da criança.

O autismo é um transtorno que surge nos primeiros três anos de vida, afetando o desenvolvimento normal do cérebro, especialmente nas habilidades sociais e de comunicação. Trata-se de uma condição física relacionada a alterações biológicas e químicas no cérebro, cujas causas exatas ainda são desconhecidas, embora sejam objeto de intensa pesquisa. É provável que uma combinação de fatores contribua para o autismo.

O Transtorno do Espectro Autista se caracteriza por dificuldades no desenvolvimento social e na interação interpessoal. Embora alguns sinais possam ser observados precocemente, o diagnóstico geralmente ocorre após o início da vida escolar, período em que as habilidades sociais e interações com outras crianças se tornam mais evidentes e são facilmente observadas por educadores (ZANON; BACKES; BOSA, 2017).

Segundo Soares et al., (2020), o nascimento e desenvolvimento de uma criança despertam expectativas nos pais e familiares, as quais podem ser drasticamente modificadas após o diagnóstico de TEA. Após entrevistas com pais e cuidadores de crianças com TEA, os autores relatam que metade das mães, ao receber o diagnóstico, experimentaram sentimento de insegurança, tristeza, temor e angústia (SOARES et al., 2020).

De acordo com Dos Anjos e Morais (2021), nesse estágio, os pais passam por um período de adaptação e instabilidade emocional, oscilando entre a aceitação e a rejeição do diagnóstico. É comum surgir um sentimento de luto ou perda emocional (DE SOUZA; DE SOUZA, 2021). Portanto, o apoio aos pais, aliado à capacitação e informação sobre o transtorno, pode torná-los mais seguros e preparados para desempenhar sua função de cuidadores. 

Além disso, eles podem desempenhar um papel crucial no acolhimento e apoio a outros pais (MAIA et al., 2016). A função do psicopedagogo está intrinsecamente ligada ao aprimoramento da aprendizagem. É responsabilidade desse profissional estar vigilante em relação às barreiras de aprendizagem enfrentadas pelas crianças, particularmente aquelas com transtornos de desenvolvimento, buscando potencializar seu progresso.

3.2 O Psicopedagogo e a Construção do Vínculo com a Criança com TEA

De acordo com Constantinidis e Pinto (2020), as mães são as primeiras a identificar deficiências no desenvolvimento de seus filhos e, na maioria das vezes, são responsáveis por buscar diagnóstico e tratamento. Os autores destacam que essas mães, em geral, acabam se tornando os principais cuidadores e, consequentemente, costumam ser as mais afetadas pela sobrecarga emocional.

O primeiro sintoma que geralmente levanta suspeitas nos pais quanto à atipicidade é o atraso no desenvolvimento da fala (ZANON; BACKES; BOSA, 2017). Após os 13 meses, outros sinais se tornam mais evidentes, como falta de contato visual, desinteresse em interações sociais e ausência de resposta ao ser chamado pelo nome (DE SOUZA; DE SOUZA, 2021).

É crucial que o diagnóstico e a intervenção ocorram precocemente para o desenvolvimento saudável da criança, visto que a neuroplasticidade desempenha um papel significativo nas respostas positivas ao tratamento. No entanto, é preocupante o fato de que poucas crianças recebem o diagnóstico antes dos 5 anos (ZANON; BACKES; BOSA, 2017). Diversos fatores contribuem para esse diagnóstico tardio, incluindo a falta de acesso a serviços públicos de saúde, diferenças étnicas e raciais, bem como preconceitos institucionalizados entre os pais.

Desde antes do nascimento, a criança começa a existir no imaginário da família, gerando expectativas e idealizações. Após o nascimento, as características individuais dos pais e filhos, juntamente com as expectativas e representações sociais, moldam as interações e os vínculos (CARLEIAL, 2020).

A percepção de que a criança não se encaixa nos padrões de tipicidade, ou está fora do que é considerado “normal”, pode causar nos pais um impacto significativo, levando à desilusão ao confrontar o filho idealizado com a realidade (CARLEIAL, 2020). Esse sentimento pode ser equiparado ao processo de luto.

Portanto, ao iniciar os serviços, os psicopedagogos e as famílias devem estabelecer uma forte ligação emocional com a criança e permitir intervenções baseadas na interação. Nesse sentido, Da Silveira (2020) destaca o DIR, um modelo Floortime que aborda conexões e interações entre crianças e adultos com TEA. Modelo DIR e a “Diferenças” de desenvolvimento, individuais, baseadas em relacionamento, desenvolvimento, diferenças individuais e relacionamentos com outras pessoas. 

Fundada por Stanley Greenspan e Serena Stanley no início da década de 1990, a empresa foi motivada pela necessidade de ajudar as crianças a atingirem o seu potencial. O objetivo desse modelo é ajudar as crianças a interagir e desenvolver uma base para o desenvolvimento social, emocional e intelectual.

Segundo os pesquisadores, esse padrão é caracterizado por adultos que começam a interagir com crianças com TEA com base em seus próprios interesses. Por exemplo, se uma criança está interessada em dinossauros, os adultos podem brincar imitando os sons dos dinossauros. Você pode ser como um dinossauro ou perguntar sobre as espécies de dinossauros. Para implementar este modelo, é importante que os adultos conheçam os desejos das crianças com TEA e se interessem pelas suas sugestões. O modelo DIR permite que psicoeducadores e a família treinados criem formas para as crianças com TEA interagirem com seu mundo real.

Machado (2020) destaca a abordagem Floortime, desenvolvida por Greenspan como parte do modelo DIR, onde crianças e adultos sentam juntos no chão e realizam atividades de interesse das crianças. Você pode iniciar a atividade com os brinquedos preferidos, como carros, instrumentos musicais e livros. O objetivo é que adultos e crianças compartilhem ou utilizem os mesmos objetos.

Cunha (2020) explica que as famílias que passam mais tempo com os seus filhos com ASD podem utilizar esta abordagem sempre que possível. As intervenções não devem exceder 20 minutos. Floortime está centrado na ideia de que brincar é fundamental para o desenvolvimento das crianças. Floortime define as interações espontânea que ocorrem durante a brincadeira como base da prática lúdica, e percebe que a evolução do desenvolvimento e maior quando a brincadeira coincide com as atividades lúdicas das crianças. Pode aumentar ainda mais a eficácia do tratamento em crianças.

Neste contexto, é crucial ressaltar o papel do psicoeducador no apoio às famílias no que tange às estratégias adotadas. Um exemplo destacado é o modelo Son-Rise, desenvolvido na década de 1970 por Barry Kaufman e Samahria Kaufman, após o diagnóstico de TEA grave em seu filho, Raun Kaufman. Reconhecendo a necessidade de intervenção terapêutica para o desenvolvimento de habilidades de Raun, o casal iniciou as intervenções diretamente em seu ambiente familiar.

Rodrigues; Spencer (2021) explica que este modelo é desenvolvido exclusivamente através das crianças, dos adultos com quem irão interagir e dos brinquedos e atividades que lhes interessam, motivando assim a implementação das recomendações. O ambiente deve ter cores neutras e livre de distrações para que as crianças possam se concentrar na atividade, nos adultos e em si mesmas.

O objetivo do modelo Son-Rise é demonstrar o potencial de interação social, emocional e cognitiva com crianças com TEA. Segundo os autores, tanto o modelo Son-Rise quanto o DIR-Floortime são recomendados principalmente para familiares e cuidadores treinados porque passam a maior parte do tempo com a criança. Ambos os modelos apresentam bons resultados, mas ainda não São comprovações científicas.

Por outro lado, Tavares; De Jesus (2017) defende que o modelo DIR-Floortime pode ser utilizado tanto por profissionais, familiares treinados, quanto por cuidadores. Além disso, os autores constataram que pais e educadores utilizam o modelo Son-Rise para aprender a interagir com crianças com TEA e que proporciona desenvolvimento emocional e cognitivo. Os psicoeducadores são, portanto, incentivados a aprofundar o modelo proposto para uso psicopedagógico e orientar familiares e cuidadores de crianças com TEA.

3.3 O Papel do Psicopedagogo na Adaptação Psicossocial da Criança com Autismo

Integrar alunos com autismo na escola transcende simplesmente colocá-los na sala de aula. Muitas vezes, a falta de preparo da instituição, que parece ter estagnado no tempo em relação à atualização social e inclusiva, resulta em diversos equívocos no apoio aos alunos que necessitam de um segundo professor, como se isso fosse suficiente para a inclusão. No entanto, a inclusão vai muito além desse aspecto, envolvendo profissionais como Psicoeducadores (RODRIGO; SPENCER, 2021).

Rodrigues (2020) ressalta que, por um lado, é responsabilidade da escola buscar e ampliar seu conhecimento sobre a inclusão desses alunos, investindo em cursos de aprimoramento e capacitação para os professores e demais funcionários, não apenas na infraestrutura física, mas também na criação de um ambiente onde todos se sintam acolhidos e ocorra uma integração harmoniosa entre todos na escola. Por outro lado, o suporte de Psicopedagogos é fundamental para tornar a inclusão de alunos com TEA mais efetiva e eficaz.

Conforme Stravogiannis (2020) salienta, o diagnóstico de TEA é feito por meio de observação clínica e comportamental da criança. Embora muitos pais só percebam os sinais por volta dos dois anos de idade, suspeitas desse diagnóstico podem surgir já aos seis meses de vida da criança. Por exemplo, quando durante a amamentação elas não fazem contato visual com a mãe (mesmo que seja apenas por breves momentos de observação), ou quando não demonstram reconhecimento ou consciência da presença dela. Além disso, a falta de resposta a brincadeiras, ausência de sorrisos e desatenção a objetos apresentados são indicadores de que a criança pode estar desconectada do que ocorre ao seu redor.

Cunha (2020) destaca que ao longo do tempo, o desenvolvimento da comunicação, especialmente da fala, nessas crianças se torna evidente. Antes mesmo dos dois anos de idade, elas começam a utilizar palavras soltas, embora inicialmente possa ser apenas para se comunicar com os pais ou outras pessoas próximas. Por volta dos dois anos, muitas já conseguem articular palavras com verbos, formando pequenas frases para expressar seus pensamentos, fazer perguntas e compartilhar experiências com os pais.

Nesse contexto, a interação e a comunicação vão além da simples repetição de palavras, números, músicas ou frases de filmes ou desenhos. Elas envolvem perguntas, respostas e compartilhamento de informações, inclusive sobre o que estão aprendendo. Assim, a fala precisa ter o propósito de comunicar-se efetivamente.  Martins e Xavier (2017) ressaltam que outro sintoma característico é o movimento repetitivo, como parar para observar folhas se movendo, abrir e fechar portas e gavetas repetidamente, girar objetos ou até mesmo as próprias mãos, e buscar incessantemente brilhos intensos. Esses comportamentos são observados tanto com brinquedos quanto com o próprio corpo, manifestando-se na repetição de movimentos sem propósito aparente.

No entanto, quando se trata de imitação, algo natural para crianças típicas ao serem solicitadas a bater palmas, piscar os olhos ou até mesmo colocar a língua para fora, as crianças com TEA enfrentam mais dificuldades. Embora possam eventualmente imitar tais ações, geralmente só o fazem se estiverem interessadas, e muitas vezes demonstram desinteresse, ignorando as instruções e continuando a fazer apenas o que desejam (RODRIGO; SPENCER, 2021).

As crianças com TEA enfrentam dificuldades para reconhecer e compreender emoções, sejam elas de felicidade, tristeza ou raiva, em diferentes situações. Por exemplo, quando estamos tristes ou chorando, elas podem não perceber a emoção e até mesmo rir, devido à dificuldade em discernir nuances emocionais. O diagnóstico clínico do TEA não é realizado por um único profissional, mas sim por uma equipe multidisciplinar que utiliza tanto abordagens comportamentais quanto clínicas para investigar se a criança se enquadra no transtorno do espectro autista. Especialistas como neuropediatras, neuropsicólogos, neurologistas, fonoaudiólogos, psiquiatras infantis, psicopedagogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais trabalham em conjunto para fechar esse diagnóstico (XAVIER; MARTINS, 2020).

O tratamento usualmente envolve uma abordagem multidisciplinar, com a participação de médicos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e, não apenas para a criança, mas também para a família, visando auxiliá-los na gestão dessas situações cotidianas e desafios. Além disso, pedagogos, professores e fisioterapeutas são envolvidos em determinadas circunstâncias. Os tratamentos propostos para essas crianças incluem:

  • Atividades físicas desempenham um papel crucial no desenvolvimento infantil, sendo a natação um dos esportes mais recomendados para iniciar desde cedo. A prática da natação não só promove estimulação motora devido ao ambiente aquático, mas também melhora a coordenação física, equilíbrio, flexibilidade, lateralidade e orientação espacial e corporal. Conforme afirmado por Acampora (2019), a prática regular de atividade física traz benefícios que se refletem em todos os aspectos do organismo, incluindo fortalecimento muscular e ósseo, melhora do tônus muscular e flexibilidade, e fortalecimento das articulações.
  • Existem diferentes abordagens de tratamento para crianças com autismo, geralmente combinando técnicas comportamentais, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), que é fundamentada na ciência da Análise do Comportamento. A ABA oferece uma variedade de programas destinados a promover a interação social, cognitiva e incentivar comportamentos positivos. Dentro da ABA, são aplicadas técnicas que apoiam o aprendizado passo a passo, tanto individualmente quanto em grupo, contribuindo para o desenvolvimento da comunicação e comportamento (ACAMPORA; ACAMPORA, 2023).
  • A Equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo como recurso para benefícios físicos e psíquicos. Essa abordagem contribui para o fortalecimento muscular, relaxamento, aprimoramento da coordenação motora e equilíbrio, além de promover autoconfiança, autoestima e socialização. O uso da equitação terapêutica para crianças dentro do espectro autista tem sido cada vez mais explorado na literatura recente. Nesse contexto, um terapeuta manipula diversos aspectos da interação com o cavalo para alcançar objetivos individualmente traçados para a criança (PIRES et al., 2020).
  • Certos tratamentos envolvendo cães têm sido eficazes na promoção da socialização, redução da ansiedade e melhoria da linguagem corporal. A presença simples do animal em um ambiente com o paciente desperta a observação, promovendo atenção e interação tanto com o cão quanto com outras pessoas ao redor (RUBINSTEIN, 2023).
  • A Musicoterapia é outra abordagem que contribui para o desenvolvimento de competências intelectuais e emocionais em crianças com TEA. Por meio do uso de sons, voz, corpo e instrumentos, a musicoterapia não só promove habilidades, mas também tem um papel preventivo, atuando no desenvolvimento e na restauração de funções e potencialidades individuais (CUNHA, 2020).
  • Além disso, a Arte desempenha um papel significativo no desenvolvimento sensorial das crianças, ampliando a capacidade de abstração, estimulando a criatividade, sensibilidade e afetividade, além de promover a organização interna (CARLEIAL, 2020).

É importante ressaltar que nenhum desses tratamentos por si só substitui o tratamento médico e psicoterápico, mas quando utilizados em conjunto, podem potencializar os benefícios. O tratamento medicamentoso, por sua vez, é prescrito por médicos especializados, como neuropediatras ou psiquiatras infantis.

Quando os tratamentos terapêuticos não conseguem minimizar os sintomas comportamentais, e estes continuam afetando o desenvolvimento e a qualidade de vida das crianças, é considerado o início do tratamento medicamentoso. No entanto, é fundamental compreender que não há cura para o autismo (MAPELLI et al., 2018).

Os medicamentos, como antipsicóticos, antidepressivos, ansiolíticos ou estimulantes e estabilizadores de humor, podem ajudar a controlar comportamentos como agressividade, autoflagelação, ansiedade, insônia, agitação e irritabilidade, promovendo uma melhor concentração e potencializando o desempenho tanto nas atividades pedagógicas quanto nas terapias ocupacionais. O tratamento farmacológico é uma opção para atenuar comportamentos significativamente indesejáveis (ARAÚJO; ROSADO, 2018).

O papel do psicoeducador é ajudar os professores a compreender e identificar os pontos fortes e as dificuldades dos alunos com autismo para que possam trabalhar juntos no planejamento de conteúdos, na adaptação de materiais e na sua aplicação. Ao longo do caminho, às vezes um diagnóstico de um profissional de saúde pode prejudicar o trabalho porque afasta e talvez até assuste o professor. Portanto, é importante ressaltar que o papel do professor é mediar as relações de aprendizagem dos alunos, e não ser um especialista no diagnóstico de autismo ou qualquer outra condição (DA SILVEIRA, 2020).

A ABA demonstra eficácia promissora na melhoria das habilidades sociais, de comunicação e acadêmicas de crianças enfrentando TEA e desafios de aprendizagem diversos, contribuindo para a criação de ambientes educacionais inclusivos e de excelência. Contudo, para alcançar o sucesso, é fundamental uma implementação ética e competente por parte de profissionais comprometidos com os direitos e a dignidade das crianças atendidas (SILVA; RUIVO, 2020).

Há necessidade de capacitar os professores, pois isso se baseia na avaliação do ensino e com a ajuda dos psicoeducadores é preciso começar a planejar e desenvolver estratégias de aprendizagem para alunos autistas. O que deve estar presente em todo o processo de aprendizagem do aluno com autismo é que ele seja um aluno como qualquer outro aluno.

Outra vertente do trabalho do psicopedagogo é o conhecimento e a capacidade de ajudar pessoas com autismo a desenvolver habilidades e aumentar conhecimentos, utilizando diversas técnicas e métodos de acordo com a necessidade de cada pessoa. A análise comportamental aplicada, ou ABA, continua a desenvolver-se e os seus princípios são utilizados para apoiar uma variedade de intervenções.

É um processo que envolve avaliar o comportamento de uma pessoa e utilizar métodos específicos para transformá-lo em um formato socialmente aceitável. A aplicação dos princípios desta ciência para resolver problemas que afetam a sociedade é chamada de Análise Aplicada do Comportamento, ou abreviada como ABA, abreviatura derivada da palavra original em inglês “Applied Behavior Analysis” (ARAÚJO; ROSADO, 2018). A aplicação dos princípios da análise do comportamento não ocorre apenas no campo do autismo, mas é utilizada em áreas muito amplas, como psicologia clínica, educação, economia, esportes, etc.

Os processos de intervenção psicoeducacional baseados nos conceitos da abordagem histórico-cultural enfatizam a importância da subjetividade e de outros fatores mediadores no desenvolvimento humano, independentemente do diagnóstico. Como aponta Rodrigues; Spencer (2021), a experiência da mediação acompanha os humanos desde o início dos tempos e deixou a sua marca no conhecimento experiencial e na cultura. Experiências significativas com objetivos claros. 

Esta hipótese alinha a função da mediação psicoeducacional como facilitadora do desenvolvimento humano, estimulando o desenvolvimento de funções psicológicas superiores. Esse aprendizado facilitará e promoverá processos de inclusão e maior engajamento com todo o ambiente escolar, minimizando as falhas vivenciadas pelos alunos com autismo.

Cabe salientar que o psicopedagogo é um profissional de importância primordial no tratamento da criança com autismo. Para que isso ocorra, é imprescindível primar pela qualificação da formação desse profissional, com o intuito de construir como base uma boa sustentação teórica aliada ao desejo de atualização permanente de conhecimentos.

No contexto educacional, o papel do psicopedagogo é crucial para aprofundar a compreensão da dinâmica de ensino-aprendizagem de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Eles fornecem um suporte valioso, não apenas no diagnóstico, mas também na orientação dos professores sobre estratégias eficazes para interagir com alunos com TEA. As intervenções pedagógicas recomendadas pelo psicopedagogo visam capacitar os professores a se tornarem facilitadores inclusivos, sob orientação do psicopedagogo que fornece conhecimentos essenciais para suas práticas diárias (CONSTANTINIDIS; PINTO, 2020).

Isso destaca a necessidade urgente, nos ambientes educacionais, de profissionais com formação especializada em pedagogia e aprendizagem, especialmente por meio de cursos de pós-graduação em psicopedagogia. Essa formação abrangente permite que os profissionais explorem as intersecções da pedagogia e da psicologia, examinando não apenas temas específicos, mas também fatores contextuais mais amplos, como técnicas e fundamentos políticos e sociais que influenciam os cenários educacionais.

Equipados com ferramentas especializadas, sistemas de avaliação e estratégias personalizadas, os psicopedagogos são hábeis em atender às necessidades únicas de cada aluno, ajudando-os não apenas em suas metas acadêmicas, mas também em seu desenvolvimento pessoal mais amplo (DOS ANJOS; DE MORAIS, 2021). Seu trabalho em casos de TEA começa com um diagnóstico abrangente dos sintomas e a identificação de possíveis obstáculos no processo de aprendizagem. Em seguida, oferecem propostas de intervenção fundamentadas em análises minuciosas, visando desenvolver estratégias eficazes que atuem como ligação entre a escola, o aluno e a família, promovendo um ambiente de aprendizagem favorável e colaborativo.

4 CONCLUSÃO

O presente estudo nos fez constatar que a superação de preconceitos facilita a integração dos indivíduos com necessidades especiais no tecido social, reduzindo assim a dependência da intervenção judicial.  No âmbito do trabalho pedagógico escolar, a atuação do psicopedagogo assemelha-se à do educador especial, com objetivos preventivos e terapêuticos. Seu trabalho abrange a construção de conhecimento e a promoção do bem-estar educacional para alunos e professores. Por meio da reflexão, análise, observação e diagnóstico, facilitam intervenções psicopedagógicas para enfrentar situações-problema em sala de aula.

Dessa forma, ao diagnosticar e intervir nas escolas, os psicopedagogos podem levar os professores e as instituições educativas a reavaliarem os seus papéis na abordagem aos desafios de aprendizagem dos alunos. Isto envolve mediar estratégias, metodologias e objetivos para reformular práticas de avaliação e redefinir sucesso e fracasso, contribuindo assim para a adaptação socioeducativa do aluno com TEA. 

O papel do psicopedagogo, tanto na vertente clínica quanto na escolar, é intermediar a interação do aluno autista com a escola e o educador. Para desempenhar essa função de maneira eficaz, é fundamental estar familiarizado e estudar técnicas e abordagens utilizadas no tratamento de pessoas com autismo, tais como ABA, método TEACCH, PECS, entre outras. 

Por fim, conclui-se que na Psicopedagogia é primordial a busca contínua pelo conhecimento e pela troca de informações. Esse diálogo contínuo enriquece nossas experiências docentes e trajetória profissional, potencializando a comunicação e a compreensão. Esta comunicação refinada serve como uma força persuasiva, promovendo clareza, determinação e visão crítica na navegação pelas complexidades da sociedade contemporânea.

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1Graduanda em Psicopedagogia no Centro Universitário Fametro

2Graduando em Psicopedagogia no Centro Universitário Fametro.