THE ROLE OFPET-CT IN THE DETECTION OF PROSTATE CANCER
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10936400
Bruna Sabrina dos Santos Guimarães1; Emerson dos Santos Lago1; Juan Gabriel da Cruz Vono1; Carlos Gouveia1
RESUMO
A próstata é uma glândula localizada na pélvis do homem. Segundo cálculos do estudo “Estimativa da incidência de câncer no Brasil 2020-2022”, apoiado pelo instituto do Cancro (INCA), são registrados anualmente cerca de 625 mil novos casos de câncer. A suspeita de câncer de próstata é aumentada pelo exame de toque retal anormal, antígeno prostático específico (PSA) sérico elevado ou ambos. No entanto, o PSA é específico do órgão e não específico do câncer de próstata e pode estar elevado em pacientes com doença benigna (por exemplo, prostatite) ou hiperplasia prostática benigna. Consequentemente, o exame histopatológico tecidual de biópsias de próstata é necessário para confirmar o diagnóstico e avaliar sua agressividade, sendo esta classificada de acordo com o escore de Gleason. A tomografia computadorizada por emissão de pósitrons do antígeno de membrana específica da próstata (PET-CT) é um método cada vez mais utilizado. O objetivo deste trabalho é discutir a funcionalidade do (PET-CT) na detecção do câncer de próstata.
Palavras-chave: Câncer de próstata; PET-CT; Diagnóstic
ABSTRACT
The prostate is a gland located in the man’s pelvis. According to calculations from the study “Estimating the incidence of cancer in Brazil 2020-2022”, supported by the Cancer Institute (INCA), around 625 thousand new cases of cancer are recorded annually. Suspicion of prostate cancer is increased by an abnormal rectal examination, elevated serum prostate-specific antigen (PSA), or both. However, PSA is organ- specific and not prostate cancer-specific and may be elevated in patients with benign disease (e.g., prostatitis) or benign prostatic hyperplasia. Consequently, tissue histopathological examination of prostate biopsies is necessary to confirm the diagnosis and evaluate its aggressiveness, classified according to the Gleason score. Prostate-specific membrane antigen positron emission tomography-computed tomography (PET-CT) is an increasingly used method. The objective of this work is to discuss the functionality of (PET-CT) in detecting prostate cancer.
Keywords: Prostate cancer; PET-CT; Diagnos
A próstata é um órgão que está localizado na região pélvica e faz parte do órgão reprodutor masculino; a lesão se desenvolve em homens normalmente a partir dos seus 50 anos de idade, a faixa etária que é mais atingida pela doença são os de 65 anos de idade ou mais. A doença atua de diversas maneiras no corpo, alguns homens apresentam quadro mais desenvolvido e agressivo da doença e outros um quadro menos agressivo, porém com a presença do câncer.1
Por não estar relacionado a um fator de risco modificável, não há medidas preventivas específicas para o câncer de próstata. A grande forma de combater o câncer é com os diagnósticos precoce, aqueles feitos antes mesmo de qualquer tipo de sintomas, nesse caso há grande chance de combater o câncer com sucesso.2
O exame mais comum e recomendado para esse tipo de câncer é o do toque retal e do PSA, esses exames podem ser feitos anualmente pelo médico urologista; muitos homens tem receio e vergonha de fazer esses tipos de exames, porém são necessários e se mostram muito eficazes diante a doença.2
Existem também além dos diagnósticos algumas formas de se prevenir contra o câncer, como se alimentar bem, uma alimentação rica em vegetais e proteínas fortalece a imunidade e saúde do corpo; com a boa alimentação regula-se o peso, que é um fator importante para se evitar a doença, e por último e não menos importante é se manter ativo ou seja, praticar exercícios físicos, a pratica de atividade física vai manter uma boa circulação sanguínea e aumentar a sensação de bem-estar sem contar que contribui com a imunidade do corpo.3
JUSTIFICATIVA
O câncer de próstata está entre os tumores que mais matam no mundo, sendo uma preocupação global, onde o PET-CT vem destacando-se por sua capacidade única de fornecer informações detalhadas sobre o tumor e seu estadiamento, sendo uma ferramenta promissora nesse cenário.
OBJETIVOS
Essa pesquisa visa entender como o PET-CT pode melhorar a tomada de decisões clínicas ao oferecer informações metabólicas e anatômicas. A análise aprofundada do PET-CT pode influenciar práticas clínicas, otimizando seu uso e beneficiando a detecção precoce do câncer de próstata.
Além disso, a pesquisa busca contribuir para o avanço científico ao identificar o papel específico do PET-CT, visando melhorar a detecção precoce e, assim, impactar positivamente a qualidade de vida dos pacientes com câncer de próstata.
A pesquisa desse tipo tem como objetivo principal a descrição das características de uma determinada população, fenômeno ou o estabelecimento das relações entre variáveis.
METODOLOGIA
Este estudo consistiu em um método qualitativo baseado em uma revisão da literatura especializada sobre o papel do PET-CT na detecção do câncer de próstata. A pesquisa descritiva apresenta características que correspondem às necessidades do referido estudo, visto que, se baseia em aprofundar e compreender traços de um determinado fenômeno e assim descrevê-los.
A pesquisa baseou-se em artigos científicos obtidos nos bancos de dados do Google Acadêmico e SciELO, abrangendo o período de 1990 a 2021. Onde foram utilizadas as seguintes palavras-chaves: Câncer de próstata; Técnica PET/CT, Medicina Nuclear.
CÂNCER DE PRÓSTATA
A próstata é uma glândula do sistema genital masculino responsável pela produção do sêmen, um líquido constituído pelos espermatozoides que serão liberados durante as relações sexuais. Seu tamanho varia de acordo com a idade, sendo maior em homens mais velhos. Está localizada na frente do reto e abaixo da bexiga envolvendo a porção inicial da uretra.4
O câncer de próstata é caracterizado pelo crescimento desordenado das células da glândula, podendo apresentar evolução lenta em sua fase inicial sem a presença de sintomas evidentes.4
É considerado como sendo um câncer da terceira idade por afetar principalmente idosos a partir dos 65 anos, representando cerca de 75% dos casos no mundo. Além da idade, o excesso de peso, excesso ingestão de bebida alcoólica, tabagismo, sedentarismo e antecedente familiar associados a um estilo de vida prejudicial são fatores de risco para o desenvolvimento da doença.5
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que o rastreamento do câncer de próstata seja realizado pelos homens a partir dos 50 anos, já o Ministério da Saúde não recomenda visto que não há evidências cientificas que comprovem uma redução da mortalidade de câncer de próstata por meio de seu rastreamento. Mesmo que não recomendado, o rastreamento se torna uma medida de prevenção para a detecção precoce da doença.5
A detecção precoce é uma maneira de identificar o tumor, visto que em sua fase inicial ele tem uma evolução lenta e geralmente sem sinais e sintomas evidentes, tendo como objetivo proporcionar uma maior chance de cura e em casos avançados um maior controle da doença.6
Seu diagnóstico se dá através de uma investigação a partir da realização de exames clínicos e laboratoriais em indivíduos com fatores de risco para o desenvolvimento da doença que apresentam sinais e sintomas sugestivos, como a dificuldade de urinar, diminuição do jato de urina, maior necessidade de urinar e presença de sangue na urina. 6
Os exames realizados são o exame digital da próstata ou toque retal e exame de sangue que avalia a dosagem do PSA (antígeno prostático específico). A partir da realização desses exames é analisado a indicação de uma biópsia. O diagnóstico da doença é determinado a partir da biopsia da próstata (transretal ou transperineal) associado a uma ultrassonografia e/ou ressonância magnética.6
PET CT
O PET, conhecida no Brasil como tomografia por emissão de pósitrons, é um exame baseado em imagens nucleares que revela funções e atividades moleculares e pode detectar anormalidades antes que ocorram alterações estruturais. O exame é realizado quando partículas subatômicas são emitidas a partir de uma substância radioativa administrada ao paciente, geralmente associada a molécula de glicose.7
Classificada como um exame não invasivo, o PET tem como princípio fundamental, a utilização de compostos biológicos marcados com elementos emissores de pósitrons; ou seja, partículas com mesma massa do elétron, mas com carga oposta, entre eles estão o: carbono-11, nitrogênio-13, oxigênio-15 e flúor-18.8
A instrumentação PET passou por vários processos de desenvolvimento técnico. Inicialmente possuía apenas um anel com vários detectores, capazes de produzir um único corte tomográfico por vez. Esses dispositivos foram associados a vários outros do lado oposto para circundar o campo de visão do objeto ou órgão estudado.8
Através do método PET, um detector de coincidência é capaz de identificar a presença de dois fótons resultantes de uma única aniquilação. Isso ocorre devido a uma janela de coincidência com cerca de 10 nanossegundos, que é responsável por reconhecer os eventos genuínos que acontecem simultaneamente dentro desse intervalo de tempo.7
Além disso, o sistema possui excelente resolução espacial. Isto é restringido por dois fenômenos relacionados aos pósitrons e sua desolação. A primeira ocorre quando são liberados pósitrons com energia cinética diferente, que podem percorrer vários milímetros através do tecido antes que ocorra sua aniquilação. No segundo caso, o processo de aniquilação inclui energias iguais das massas restantes de dois elétrons. A energia cinética restante do pósitron e a energia do elétron negativo que ele combina. Ou seja, acaba na não linearidade da destruição dos fótons.7
Bombarda assinala que o PET produz imagens tridimensionais e tomográficas baseadas na distribuição de radioisótopos no corpo. A maior vantagem desta técnica é que este processo marca substâncias que fazem parte de compostos orgânicos e permite estudos metabólicos. Isso explica a importância do PET em oncologia.9
Nas clínicas especializadas, o principal radiofármaco utilizado para aquisição de imagens PET é o 2-desoxi-2 [F-18] fluoro-D-glicose, denominado fluorodesoxiglicose (FDG), constituindo um marcador que provê informações através da imagem tanto com caráter qualitativo quanto aspecto quantitativo sobre a distribuição do metabolismo da glicose. 9
O FDG é um elemento com meia-vida curta de 110 minutos, o que facilita seu transporte e utilização sem maiores riscos ligados à proteção radiológica. As células neoplásicas são caracterizadas pelo aumento do metabolismo da glicose, ao qual o FDG é equivalente e atua como traçador desse metabolismo.10
RESULTADOS
Conforme as pesquisas realizadas na revisão de literatura, os estudos dinâmicos envolvendo o PET/CT são bastante úteis pois fornecem informações mais detalhadas sobre a distribuição de um traçador na região de interesse, ao longo do tempo e, que além disso, permite identificar com facilidade lesões que se encontrem próxima as da bexiga, evitando metástases.10
Um estudo investigativo delineou uma abordagem metodológica padronizada para integrar achados de imagem, especialmente por meio da técnica de tomografia por emissão de prótons/tomografia computadorizada (PET/CT), visando a detecção de um câncer altamente agressivo, notoriamente desafiador de identificar nos estágios iniciais da doença. O câncer de próstata, conforme evidenciado, pode representar a fase avançada da doença prostática, sendo que a tomografia por emissão de prótons/tomografia computadorizada desempenha uma função essencial na avaliação do desenvolvimento e progressão desse tipo de câncer..11
A pesquisa destacou a eficácia do radiofármaco 18F-FDG, utilizado no PET/CT, para realizar uma avaliação não invasiva do desenvolvimento do câncer de próstata secundário. A padronização deste modelo experimental sugere a viabilidade de aplicação futura desta ferramenta em estudos posteriores, visando o monitoramento in vivo e não invasivo da progressão do câncer de próstata. Esses achados oferecem contribuições significativas para a compreensão e abordagem clínica desse desafiador panorama de saúde.11
No planejamento da radioterapia externa para o câncer de próstata, trata sobre quando o tratamento tradicional não surte efeito devido à má localização dos focos de metástases. Segundo o estudo, imagens obtidas pelos métodos tradicionais de imagem possuem sensibilidade limitada na detecção do câncer de próstata, tanto naestadia mento inicial quanto na recorrência bioquímica.12
Estudos envolvendo PET/CT podem ser muito úteis, pois proveem informações mais detalhadas sobre a distribuição de um traçador na região de interesse ao longo do tempo e, além disso, permitem fácil identificação das lesões na bexiga, evitando metástases. O trabalho combina o tratamento com a técnica PET/CT, em que pacientes em tratamento radioterápico poder ter melhor acompanhamento durante o exame PET/CT, e neste sentido o objetivo da pesquisa foi alcançado, num momento em que confirmou a existência de uma relação positiva entre tumores mais vascularizados e o sucesso do tratamento com radioterapia, demonstrando também a importância da realização de estudos PET/CT dinâmicos no contexto de diversas patologias oncológicas.12
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As pesquisas analisadas acima confirmam a eficácia do exame PET/CT em termos de melhor precisão na localização de tumores, mesmo em estágios iniciais, auxiliando no tratamento simultâneo de quimioterapia, radioterapia ou pacientes que ainda não realizaram o tratamento oncológico, isto é, pacientes com suspeita de doença, além de metástases iniciais.
Os artigos objetivaram em mostrar os diferentes comportamentos apresentados pelo exame PET/CT na detecção de determinados tipos de câncer, pois é necessário, antes de utilizar o procedimento identificar os tipos de reagentes que podem funcionar para que a precisão diagnóstica seja eficaz. Desse ponto de vista, o potencial do PET/CT como técnica de detecção precoce do câncer depende de algumas variáveis: como o tipo de câncer a ser analisado ou se o paciente está em tratamento adjuvante.
REFERÊNCIAS
1. Instituto Nacional de Câncer. Câncer de próstata [Internet]. Brasil; 24 ago. 2021 [citado em 22 de abril de 2022]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de- cancer/cancer-de-prostata Acesso em: 22 de setembro de 2023.
2. DAMIÃO, Ronaldo et al. Câncer de próstata. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, v. 14, 2015.
3. YIP I, Heber D, Aronson W: Nutrition and prostate cancer. Urol Clin North Am 1999; 26(2): 403-11.
4. CIGNA – CIGNA MEDICAL COVERAGE POLICY. Positron emission tomography. Med. Cover. Policy, n. 91, p.1-14, 2010. Disponível em: <http://www.cigna.com/…/mm_0091_coveragepositioncriteria_positron_emission_tomography.pdf>. Acesso em 11 de outubro de 2023.
5. TERRA-FILHO, M.; BOMBARDA, S.; SOARES JÚNIOR, J.; MENEGHETTI, C. Tomografia por emissão de pósitrons (PET) no tórax: resultados preliminares de uma experiência brasileira. J. Pneumol., v. 26, n. 4, p. 183-188, 2000. Disponível em:<http://www.jornaldepneumologia.com.br/PDF/2000_26_4_4_portugues.pdf>. Acesso em 11 de outubro de 2023.
6. BEARARI, Carla Dayana Sartori. RELEVÂNCIA DA IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE PRÓSTATA A PARTIR DE ALTERAÇÕES DE PSA E TOQUE RETAL. Unitoledo, Araçatuba, p. 1-14, nov. 2019. Disponível em: http://www.unitoledo.br/repositorio/handle/7574/2356. Acesso em: 23 de outubro de 2023.
7. THRALL, J.H.; ZIESSMAN, H.A. Medicina nuclear. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,p.408, 2003.
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9. PINÉO, J. T. L. A importância do PET/CT no diagnóstico precoce do câncer the importance of PET/CT diagnostic early câncer. Trabalho de conclusão de curso (TCC), Curso de Pós-Graduação em Tomografia Computadorizada e Medicina Nuclear, no Instituto Cimas, Especialização em Tomografia e Medicina Nuclear, p. 13, São Paulo –SP, 2010.
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12. CALAIS, J.; CAO, M.; NICKOLS, N. G. The Utility of PET/CT in the Planning of External Radiation Therapy for Prostate Cancer. Journal of Nuclear Medicine, v. 59, n.4, p. 557–567, 2018.
1Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – Av. da Liberdade, 899 Liberdade, São Paulo – SP, 01503-001