THE ROLE OF THE MANAGER IN ORGANIZATIONS: LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202411090341
Jhonatan Hoffmann Zanelato1,
Rafael Telch Flores2
RESUMO
Apresenta-se, como tema, o papel do gestor na atualidade, devido às mudanças da cultura organizacional que exige uma capacidade maior: liderança, motivação, espiritualidade, domínio das relações interpessoais entre ele e seus colaboradores, ademais da condução dos recursos administrativos, financeiros e humanos, na luta constante de promover maior produtividade e benefícios para a empresa e funcionários. Objetivou-se demonstrar a importância do papel de um gestor para que uma organização seja eficiente e se mantenha competitiva no mercado global. A partir de uma revisão de literatura atualizada, buscou-se levantar dados importantes sobre a gestão empresarial e o papel do gestor eficiente. Empregou-se o método dedutivo com abordagem qualitativa e técnica de pesquisa exploratória documental. A seleção da amostra baseou-se em 15 artigos pertinentes ao objeto de estudo para, posteriormente, realizar uma análise destes dados e elaborar o referencial teórico. A pesquisa corroborou que um gestor eficiente deve ter domínio de liderança, capacidade de motivar sua equipe, capacidade de motivação, entre outros atributos. Espera-se que este trabalho, com dados atualizados, sirva como base de consulta para acadêmicos e profissionais da área de Administração.
Palavras-chave: Gestão empresarial. Funções. Atributos. Cultura organizacional.
ABSTRACT
The theme of this study is the role of the manager today, due to changes in organizational culture that require greater capacity: leadership, motivation, spirituality, mastery of interpersonal relationships between the manager and his/her employees, in addition to the management of administrative, financial and human resources, in the constant struggle to promote greater productivity and benefits for the company and employees. The objective was to demonstrate the importance of the role of a manager for an organization to be efficient and remain competitive in the global market. Based on a review of updated literature, we sought to gather important data on business management and the role of the efficient manager. The deductive method with a qualitative approach and exploratory documentary research technique were used. The sample selection was based on 15 articles relevant to the object of study, to subsequently perform an analysis of these data and develop the theoretical framework. The research corroborated that an efficient manager must have leadership mastery, the ability to motivate his/her team, the ability to motivate, among other attributes. It is hoped that this work, with updated data, will serve as a reference for academics and professionals in the area of Administration.
Keywords: Business management. Functions. Attributes. Organizational culture.
INTRODUÇÃO
O gestor, nas palavras de Chiavenato (2004), é o componente humano de toda organização com sua cultura organizacional e capacidade de liderança, cujo papel precípuo é planejar, organizar, dirigir e controlar, para que a organização tenha resultados positivos e se destaque no mercado atual. Portanto, um gestor eficiente deve dominar as interrelações humanas, convertendo-se em um líder dentro do ambiente de trabalho, acorde às mudanças atuais devido à globalização do mercado mundial e ao avanço das tecnologias que mudaram o paradigma das relações sociais e laborais (Milkovich & Boudreau, 2000; PAVÃO & MARINO, 2014; SILVA, 2021; campilho & medeiros, 2021).
A função de todo gestor é desempenhar-se em três campos, segundo Antonello et al. (2017) e Santos et al. (2023), sendo eles: recursos humanos, planejamento de estratégias empresariais e tomada e decisões, com o objetivo de alcançar eficiência e bom desempenho organizacional. O tema apresentado reveste-se, portanto, de importância dentro do campo da Administração, uma vez que é preciso formar futuros gestores capazes de administrar eficientemente uma organização e seus recursos humanos.
Destarte, que tipo de abordagem e recursos deve adotar um gestor para obter o sucesso da empresa e o apoio de seus colaboradores? De fato, toda organização atual precisa de gestores líderes motivacionais, capazes de demonstrar a sua equipe, confiança e integridade de caráter, ademais do comprometimento com as metas da empresa e sua cultura organizacional (SANTOS et al., 2023).
O objetivo principal analisa as principais contribuições teóricas e práticas sobre a importância do papel atual de um gestor para que uma organização seja eficiente e, no caso de uma empresa, possibilite a manutenção dela no mercado global. Neste trabalho, a definição constitutiva empregou os termos “gestor”, “liderança”, “motivação” e “ambiente organizacional” para referir-se ao conceito amplo de gestão empresarial e/ou organizacional, na atualidade. Por sua vez, a definição operacional estudou os seguintes tópicos: liderança e motivação dentro de uma empresa e a gestão de pessoas.
A metodologia é uma revisão de literatura baseada em artigos científicos, livros on-line, teses e dissertações disponíveis em bases de dados acadêmicas como Google Scholar, Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), periódicos da Scientific Electronic Library Online (SciELO), Web of Science, e a Revista de Administração de Empresas (RAE), Selecionaram-se, como amostra, 17 trabalhos publicados nos últimos 10 anos (2013 – 2023), com o objetivo de garantir a relevância e atualidade das informações. Espera-se que este trabalho sirva para incentivar novos estudos investigativos sobre o tema e os entraves que enfrenta cotidianamente um gestor neste momento histórico dominado pela globalização, as tecnologias e a competitividade.
1 REVISÃO DA LITERATURA
Referencial teórico
Apresentam-se trabalhos escolhidos de autores que discorrem sobre o conceito de gestor e sua função dentro de uma organização na atualidade, destacando a importância deste profissional na maximização da produtividade no ambiente de trabalho; sua capacidade de liderança e motivação dos colaboradores visando a permanência da empresa no mercado atual.
1.1 CONCEITO DE GESTOR
O gestor, segundo Chiavenato (2004), é a pessoa que, dentro de uma organização, tem a função de obter a colaboração dos funcionários para alcançar os objetivos organizacionais e individuais. Para Araújo e Garcia (2009), um gestor é a pessoa que planeja, organiza, dirige e lidera a outras pessoas. A definição do termo parece ter mudado desde Chiavenato até Oliveira (2016), pois este último autor sustenta que, na atualidade, o papel do gestor é dar valor às pessoas, atuando como líder dinâmico capaz de criar fluxos mais lucrativos para as organizações do mundo empresarial de hoje.
Assim, percebe-se uma mudança de paradigma do gestor, de planejador para líder, talvez associada às mudanças constantes provocadas por diversos fatores (socioeconômicos, ambientais, culturais) e fenômenos (globalização e tecnologias) que, nas palavras de Fernandes (2014), desafiam às empresas, exigindo a modificação da gestão. Na segunda década do século XXI, alguns autores definiriam ao gestor empresarial como um executivo cujas funções principais são as de planejar, organizar, coordenar e controlar ações dentro de uma organização. Quatro ações que funcionam como “uma espécie de guia” para qualquer gestor (BRITO, 2017; Pizette & Birck, 2019; CAMPILHO & MEDEIROS, 2021).
Ademais das quatro funções supracitadas, para ser um ótimo gestor é preciso ter liderança, zelando pela melhoria nas condições de cada atividade, conhecendo as competências que podem ser desenvolvidas pelos colaboradores e os fatores motivacionais necessários para que a empresa funcione adequadamente e dê lucros (ANTONELLO et al., 2017).
1.2 O GESTOR NO AMBIENTE DE TRABALHO
Autores como Gusmão (2011), Milkovich & Boudreau (2013), Oliveira (2016), entre outros, destacam que o papel do gestor – no atual mundo corporativo – é de liderar às pessoas, sabendo usar as relações interpessoais, independentemente da estrutura organizacional da empresa. No Brasil, o papel do gestor público, por exemplo, está referido no art. 37 da Constituição Federal de 1988, estabelecendo o comportamento dos gestores em conformidade com os princípios da administração pública, sendo eles: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (Gusmão, 2011).
A forma como um gestor lida cotidianamente com os aspectos relacionados à liderança, dentro de uma empresa, deve apresentar uma maneira mais humanista, a diferença do formato de gestor empregado em tempos passados. Destarte, a globalização acirrou a competitividade entre as organizações e assim, o papel preponderante de todo gestor é a liderança, mantendo os colaboradores estimulados e focados nas metas propostas pela organização (Oliveira, 2016).
Para Pimentel (2016), o gestor eficiente é aquele com talento de dominar a gestão dos colaboradores, adequando-os às funções ou trabalhos de acordo com os objetivos estratégicos da organização ou empresa. Desta forma, o ato de gerir abrange muitas responsabilidades e não é qualquer pessoa que possui perfil para ser gestor, principalmente se não tem controle da liderança que, segundo Gusmão (2011), está relacionada com os princípios constitucionais antes mencionados, principalmente com o princípio da eficiência, planejando suas ações com neutralidade, humanidade, visando o bem-comum de todos os envolvidos no processo.
Acerca do ambiente de trabalho, Maximiniano (2011), afirma que ele pode afetar as relações de interdependência, as fontes de recursos, os destinatários de serviços e produtos e as regras impostas pelo gestor. Na atualidade, o ambiente laboral deve atender às necessidades de seus trabalhadores, oferecendo-lhes um espaço dinâmico, otimizado e eficiente, onde as relações interpessoais influenciam no comportamento das pessoas que ali trabalham. Por isso, a importância de um gestor com capacidade de liderança (OLIVEIRA, 2016).
Da mesma forma argumentam Pizette e Birck (2019), afirmando que o ambiente de trabalho é lugar para que o gestor exerça a liderança sobre as atividades individuais e grupais, a fim de atingir o resultado esperado. Moura-Paula et al. (2020), discorrem acerca das relações que se estabelecem no ambiente de trabalho nas organizações atuais, explicando que as mesmas se constituem pela implantação das técnicas de gestão organizacional, incorporando a singularidade, a particularidade e a universalidade de conceitos, crenças e formas de administração e liderança.
1.3 A Liderança: uma das Ferramentas do Gestor
Um aspecto importante no papel de todo gestor é a liderança, mediante a qual pode-se evitar que as experiências individuais sejam aplicadas no ambiente de trabalho, porque muitas vezes, elas podem ser prejudiciais para a empresa. É necessário, portanto, que a liderança exercida pelo gestor possibilite alicerçar parâmetros importantes para desenvolver eficazmente os recursos humanos de uma empresa (Borges & Mendes, 2014).
Para Ribeiro & Silveira (2013), o líder deve possuir aptidão para trabalhar eficientemente com pessoas, manter um bom relacionamento com colaboradores, fornecedores e clientes, ademais de estar permanentemente engajado com o bem estar de sua equipe, para assim atingir os objetivos e metas propostos para a empresa. O conceito de liderança, portanto, representa um novo paradigma da Administração moderna, associado a outro conceito: a “espiritualidade”, constituída por 5 práticas que a tornam mais eficaz e permitem alcançar resultados positivos para uma organização: ter mente “aberta” (menos subjetiva e mais flexível); valorizar a equipe; recriar o espirito; inovar o trabalho ou atividade da equipe e fazer empreendimento para o futuro (Antonello et al., 2017).
Liderar não é tarefa fácil. Para Pizette & Birck (2019), precisa-se de criatividade, astucia e conhecimento, qualidades que, quando aplicadas de maneira eficiente, ajudarão ao gestor a obter resultados positivos para sua empresa. Nas palavras de Ribeiro & Silveira (2013), um bom líder precisa desenvolver uma gestão transdisciplinar, abrangendo outras áreas do conhecimento como a Psicologia, a Sociologia, o Direito e as Relações Públicas.
Somente assim conseguirá vencer os obstáculos que se lhe apresentam como, por exemplo, as mudanças rápidas das tecnologias digitais, a gestão de pessoas e as continuas transformações do mercado consumidor. Em relação a um destas mudanças, Santos & Cruz (2019), afirmam que, na atualidade, a gestão de pessoas apresenta uma ruptura de paradigmas nos diferentes contextos profissionais devido, principalmente, à ascensão exponencial da inteligência artificial (IA) e das novas tecnologias digitais.
Portanto, nas organizações, públicas ou privadas, a liderança é uma peça-chave porque mediante ela, o gestor poderá chefiar e conduzir seus colaboradores para enfrentar crises e mudanças que sempre acontecer dentro e fora de uma organização (LIMA, 2019).
1.4 A GESTÃO DE PESSOAS
A gestão de pessoas é uma função principal do gestor, tida como o motor de toda organização. Para Pizzete e Birck (2019), esta função pode ser determinada pela forma como uma empresa gerencia e orienta o comportamento de seus colaboradores no desempenho de suas funções. Assim, é importante que a empresa, através de seu(s) gestor(es), defina os princípios, estratégias, políticas e processos da gestão, implementando orientações e diretrizes para que o(s) gestor(es) utilizem a relação interpessoal com seus colaboradores.
Chiavenato (2009), destaca a importância de compreender que as pessoas – definidas como colaboradores dentro de uma empresa – são diferentes entre si, pois cada uma delas possui sua “cultura”, entendida como as habilidades e competências individuais. Por isso, faz parte da gestão a compreensão dessas várias culturas, entendendo que as pessoas são elementos vivos, capazes de serem motivados e liderados, para que uma empresa tenha sucesso.
Para Lima (2019), a gestão de pessoas precisa ser eficiente, evitando ou restringindo as crises que acontecem entre seus colaboradores, dentro da empresa, liderando da melhor maneira para que o grupo que lidera se mantenha coeso e atinja os resultados planejados para a empresa.
No novo modelo da Administração, as pessoas deixam de ser consideradas apenas como “seres humanos” e passam a ser valorizadas como “importante recurso” de grande utilidade para as organizações.
De qualquer maneira, embora o paradigma tenha mudado de forma, as pessoas, dentro e fora da cultura organizacional, são vistas pelas empresas como possíveis recursos que podem, de uma ou outra maneira, dar-lhes lucros. Decerto, o paradigma aparenta ser mais humanístico (Chiavenato, 2009; Oliveira, 2016), mas sempre será necessária a figura do gestor como motivador-líder das pessoas (colaboradores/funcionários), para que uma organização consiga alcançar seus objetivos, maioritariamente de sucesso e lucros.
Pizette e Birck (2019) sustentam que a gestão de pessoas constitui a união de políticas e práticas indispensáveis para administrar aspectos relacionados com o gestor-líder, apontando os setores onde ele pode atuar, como o recrutamento e seleção de pessoas; avaliar o desempenho dos colaboradores, recompensando-os com benefícios e remuneração, além de brindar treinamento e propor mudanças. Assim, a motivação exsurge como outro dos requisitos importantes que todo gestor atual precisa incorporar em sua gestão de pessoas.
1.5 A MOTIVAÇÃO DENTRO DE UMA ORGANIZAÇÃO
A motivação ou ato e efeito de motivar, é um fator fundamental no atual cenário das empresas que visam crescimento, inovação e atualização permanente. Este conceito é muito empregado atualmente pelas empresas, para que seus empregados contribuam com resultados positivos no atingimento das metas propostas (Oliveira, 2016).
A Teoria dos Dois Fatores sustenta que a motivação não depende de incentivar aos funcionários e sim, do trabalho propriamente dito, dividindo a motivação dentro de uma empresa em duas categorias: fatores extrínsecos (condições de trabalho, salários, entre outros aspectos) e fatores de motivação ou intrínsecos, associados a sentimentos positivos e relacionados com o “conteúdo do cargo” (realização pessoal, reconhecimento, responsabilidades). Ressalta-se que os fatores extrínsecos podem provocar, nos funcionários, a insatisfação, pois estão relacionados com o contexto do “cargo” (Borlot & Marques, 2012).
Para Oliveira & Passos (2013), a motivação é a busca pela satisfação de necessidades pessoais e, dentro de uma organização, ela converte-se na “estratégia” do gestor para alcançar os objetivos institucionais e a obtenção de resultados positivos. Lima (2019), afirma que o líder inspirador precisa trabalhar 5 forças: planejar tarefas e metas unidas a uma causa comum; formar outros líderes e não apenas seguidores; liderar em todos os campos; fazer mais do que o planejado, surpreendendo com resultados; inspirar pelos valores e não apenas pelo carisma.
Desta maneira, pode-se dizer que com base em Oliveira & Passos (2013) e De Brito (2017), a motivação depende da excelência comunicativa do gestor e sua capacidade de liderança com seus colaboradores, pois a motivação é o principal elemento influenciador da produtividade e do lucro de toda empresa. Em resumo, a motivação é uma das principais estratégias de todo líder que possibilita atingir os objetivos da organização na qual ele faz parte, conseguindo que sua equipe esteja melhor preparada para enfrentar as continuas mudanças no mundo dos negócios, cada vez mais globalizados.
1.6 O AMBIENTE DE TRABALHO
No ambiente de trabalho, o gestor deve dar primazia à motivação de sua equipe, levando em consideração as diferenças particulares deles, valorizando o acionar de cada uma dela dentro do ambiente organizacional. A capacidade de liderança do gestor repousa na responsabilidade dele pela integração e convergência entre os objetivos da empresa e aqueles dos colaboradores (Oliveira, 2016). Lima (2019), sustenta que o gestor, dentro do ambiente de trabalho, deve agir equilibradamente entre a resolução de conflitos e os problemas da gestão de sua equipe para não perder o controle do grupo de dos objetivos da empresa. Decerto, um ambiente de trabalho ideal é aquele onde o líder exerce continuamente a motivação, possibilitando que seus colaboradores desenvolvam algumas ações positivas que beneficiem a organização (Reichembach & Araújo, 2019; PIZETTE & BIRCK, 2019).
Moura-Paula et al. (2020), discorrem acerca das relações que se estabelecem no ambiente de trabalho nas organizações atuais, explicando que as mesmas se constituem pela implantação das técnicas de gestão organizacional, incorporando a singularidade, a particularidade e a universalidade de conceitos, crenças e formas de administração e liderança.
A pesquisa de Correia Neto (2023), apresentou a problemática das relações interpessoais entre os gestores e seus colaboradores, demonstrando que o ambiente de trabalho é, acima de tudo, o palco de conflitos, exigindo do gestor, o desenvolvimento de estratégias a fim de conciliar os interesses individuais com os da organização à qual eles pertencem, seja ela privada ou pública. Assim, a gestão no ambiente de trabalho é um desafio para todo gestor de pessoas, precisando administrar os conflitos entre seus colaboradores.
2 METODOLOGIA
A pré-seleção de trabalhos (artigos, TCC, dissertação e tese) se realizou mediante leitura do título, resumo e conclusões. Posteriormente, seguiu-se estas etapas metodológicas: coleta de dados; análise interpretativa dos dados obtidos; elaboração de um quadro sinóptico (amostra) com os autores escolhidos. O critério de exclusão foi aplicado a artigos que não eram condizentes com o tema e objeto de estudo deste trabalho, bem como resumos de Seminários, Congressos e artigos não originais ou cuja consulta devia ser paga.
Os 5 descritores usados, relacionados com o tema e objeto de estudo foram: “gestão de pessoas”; “gestão empresarial”; “o gestor e a motivação”; “liderança empresarial”; “espiritualidade no trabalho”. Empregou-se estes descritores nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa. O seguinte Fluxograma (Figura 1) apresenta o resultado da pesquisa exploratória bibliográfico-documental realizada nos sites supracitados, com os artigos encontrados (excluídos, incluídos na pré-seleção e os escolhidos como amostra, sendo eles um total de 17 trabalhos).
Figura 1 – Fluxograma de artigos pré-selecionados, excluídos e incluídos
Fonte: arquivo pessoal, 2024
Usando o critério de elegibilidade, realizou-se uma segunda pré-seleção consistente na leitura completa de cada artigo, escolhendo-se assim um total de 35, excluindo os restantes por não se relacionar totalmente com o objeto de estudo deste trabalho. Assim, escolheu como amostra, um total de 17 artigos, publicados entre 2013 e 2023.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A seleção de autores direcionou-se àqueles que discorrem sobre o papel do gestor nas organizações atuais, destacando estudos que aportem maiores informações sobre o tema mencionado e abordem aspectos relacionados ao gestor como: liderança e tomada de decisão do gestor, cultura organizacional atual, motivação da equipe. Para concretizar o desenvolvimento do trabalho, adotou-se a revisão de literatura de cunho qualitativo por ser uma estratégia que sumariza resultados de um conjunto de trabalhos sobre o mesmo tema, estabelecendo explicações mais abrangentes através da síntese e análise das amostras escolhidas, publicadas entre 2013 e 2023.
3.1 ANÁLISE DA LITERATURA
Neste tempo globalizado, as empresas que pretendam ficar dentro do competitivo mercado global precisarão de gestores que saibam redesenhar uma nova estratégia organizacional eficiente, repensando a forma de interrelacionar-se com as pessoas, mudando velhos hábitos laborais e adquirindo novas competências como, por exemplo, o domínio das novas tecnológicas da informação (TI’s) necessárias para as empresas, ajudando-as a melhorar seu desempenho (Fernandes, 2014).
Outro aspecto importante exigido a todo gestor atual, é seu papel ativo na tomada de decisões que beneficiem à empresa ou instituição para a qual trabalha; assim como liderar e motivar sua equipe assumindo a função de líder, influenciando-a com suas ações para cumprir com as metas comuns ou compartilhadas (GUSMÃO, 2011; SOUZA, 2013; MARTINS et al., 2017).
Decerto, a função do gestor contemporâneo é diferente daquela que as organizações exigiam no século XX, pois, como afirmam Abreu e Alcântara (2014), os gestores têm uma função importante na atualidade: a capacidade de gestão dos Recursos Humanos, aplicando os princípios e práticas da gestão de pessoas nessa área de toda empresa, promovendo assim a capacidade de liderança e domínio das relações interpessoais.
Nas palavras de Martins et al. (2017), um gestor precisa conhecer a sua equipe, percebendo as necessidades de cada um de seus integrantes para evitar surgimento de conflitos no ambiente de trabalho e, para isso, deve ter a capacidade de liderança, pois um líder que está à frente de uma equipe deve conhecer a cada uma das pessoas que a compõem, para manter um clima organizacional equilibrado.
O tema da liderança é muito abordado dentro do campo de estudos de Administração, neste início do século XXI e isso é resultado da percepção de que a capacidade de um gestor em liderar outras pessoas pode influenciar positiva ou negativamente nas empresas, dependendo como as organizações manejam com o assunto. Nas palavras de Pereira (2014), a ausência de liderança ou um mau emprego dela, pode levar ao insucesso empresarial.
Alguns autores como Sampaio neto (2011) e Abud Junior e Gonçalves (2022), entre outros, definem a liderança como uma “ferramenta” (conceito metafórico) útil dentro de determinados ambientes como o educacional para obter uma gestão eficaz. Essa forma de conceituar a liderança baseia-se na “Teoria da Liderança Situacional” proposta por Hersey & Blanchard (2007), a qual aborda a maturidades para o trabalho e o emprego da psicologia como elementos influenciadores do desempenho dos funcionários. Desta maneira, a liderança converte-se na ferramenta onde estão esses elementos.
Para Borlot & Marques (2012), a liderança serve como motivadora para manutenção das equipes, visando o cumprimento de metas e objetivos organizacionais, ademais de influenciar comportamentos dos liderados, para que cada um deles consiga conquistas pessoais e alcance o bem-estar dentro da organização/instituição. Por sua parte, Rego & Cunha (2011), a liderança na atualidade, está inter-relacionada com uma característica importante que todo gestor de “nível 5” precisa: a humildade pessoal junto à força de vontade profissional. Percebe-se assim que o novo conceito de liderança na gestão de pessoas implica em lideres modestos, humildes, tenazes e determinados.
Corroborando com Pereira (2014), Lima (2019), sustenta que um gestor, na atualidade, precisa ter uma qualidade muito valorizada pelas organizações: capacidade de liderança, uma qualidade que adquiriu papel fundamental nas organizações atuais, públicas ou privadas, dotando ao gestor o papel de chefe, capaz de conduzir sua equipe em momentos de mudanças ou crises.
Da mesma forma, Pizzete e Birck (2019), afirmam que com a globalização e o avanço da competitividade entre as organizações, a mudança mais profunda nas empresas está relacionada com a exigência de maiores conhecimentos e habilidades de seus colaboradores e a função de líder, também conhecido como “gestor de pessoas”. Junto com a liderança, está a capacidade do gestor em motivar sua equipe. A motivação ajuda ao gestor a concentrar esforços para atingir determinada meta, unindo persistência, intensidade e direção. O resultado é a reação do sujeito ator a determinada situação.
Segundo Borlot & Marques (2012), se uma pessoa se sentir satisfeita a partir de uma motivação eficaz, seu sistema funcional (corpo-mente) não sentirá frustração. De forma similar ao sustentado por estes autores, Chiavenato (2014), afirma que todo ciclo motivacional se inicia com uma necessidade que “tensionará” uma pessoa, alterando sua psique e exigindo uma reação diante do imprevisto ou acontecimento (agradável ou desagradável).
A motivação é, pois, mais uma “ferramenta” imprescindível de todo gestor contemporâneo. Segundo Oliveira & Passos (2013), um gestor competente deve ser motivador de seus colaboradores. Essa motivação é similar para todos: plano de carreira, dinheiro, ambiente favorável, entre outros fatores. Para Chiavenato (2014), o termo motivação representa o comportamento causado por necessidades do indivíduo, direcionado aos objetivos que satisfaçam essas necessidades.
Desta forma, liderança e motivação são qualidades inerentes a todo gestor eficiente, tido como líder que direciona as ações, confia no potencial de sua equipe e empregue continuamente a iniciativa, capacidade de ouvir e dialogar e mantenha as relações interpessoais de maneira positiva. Nas palavras de Santos (2023), as empresas atuais, para sobreviver no mercado global, precisam motivar seus colaboradores criando um clima organizacional eficiente, alinhado com os objetivos estratégicos da empresa. Isso, é função de todo gestor.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho abordaram-se três tópicos importantes relacionados com o papel do gestor na atualidade: liderança, motivação e gestão de pessoas no ambiente de trabalho. Da pesquisa de literatura realizada e possível deduzir que o papel do gestor atual, discutido e destacado nas últimas duas décadas está inter-relacionado com a globalização dos negócios, a evolução tecnológica e a reestruturação das organizações.
Esses fatores incidiram na revalorização das pessoas, consideradas como colaboradores dentro de uma organização ou empresa, fazendo mudar a concepção de como um gestor, para ser eficiente em sua função, deve gerenciar a sua equipe. A resposta simplificada é que ele precisa, dentro do ambiente de trabalho, manter a sua equipe motivada. Isso requer de todo gestor, capacidade de liderança e motivação. A temática apresentada é relevante porque aborda os estudos organizacionais mais atuais que destacam a importância dos conceitos supracitados para o êxito empresarial, uma vez que, conforme autores consultados, a maioria dos problemas de interrelação social a nível organizacional podem ser resolvidos pela motivação liderada por uma pessoa: o gestor.
Assim, o papel do gestor será eficaz quando em sua gestão organizacional consiga demonstrar capacidade de liderança, conceito basilar de toda atual empresa, uma vez que quem domina essa capacidade, poderá conduzir os sujeitos tidos como colaboradores, motivando-os eficazmente. Destaca-se que o termo “líder”, utilizado pela literatura organizacional, não é sinônimo de poder, autoridade e gestão por contraste e sim, representação da capacidade – talvez inata – que um gestor eficaz deve ter.
Neste momento histórico, as organizações precisam de um novo tipo de gestão orientada a resultados e, portanto, os gestores precisam dar mais valor à cultura das pessoas, fortalecendo a capacidade de liderá-las e motivá-las de forma eficiente para benefício de si mesmos e da empresa a través de uma gestão eficaz e moderna.
O enfoque, neste trabalho, serviu para esclarecer conceitos e discorrer sobre as habilidades que todo gestor precisa ter na atualidade para que sua equipe se desenvolva e seja motivada corretamente, tanto em suas competências técnicas quanto nos aspectos comportamentais de cada indivíduo. Desta forma, as habilidades de um gestor têm relação direta com seus liderados.
Espera-se que esta pesquisa sirva para atingir os resultados esperados, discorrendo sobre as responsabilidades do gestor na atualidade e sua percepção acerca das funções do mesmo dentro de uma organização, ademais de [re]conhecer e apresentar as habilidades e competências do gestor moderno.
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1Discente do Curso Superior de Administração da Faculdade Educacional de Medianeira, PR. E-mail: jhonatanhoffmannz@gmail.com
2Docente do Curso Superior de Administração da Faculdade Educacional de Medianeira, PR. Doutor em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (Administração de Empresas). E-mail: raffa_adm@hotmail.com