THE ROLE OF THE NURSE IN PROMOTING PRENATAL CARE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202511132356
Ademilton da Silva Borges1
Cleide do Socorro Alves de Sousa²
Diana Mendes de Oliveira³
Ester Nascimento Santa Brígida Alves4
Isabelle Tayene Brito da Silva5
Orientador (a): Jamilly Karoliny da Silva Miranda6
Resumo
Introdução: A assistência de enfermagem no pré-natal é fundamental para a promoção da saúde materna e infantil, prevenção de complicações e redução da mortalidade materna e neonatal. O pré-natal realizado pelo enfermeiro envolve consultas de acompanhamento, monitoramento clínico, orientação sobre hábitos de vida saudáveis, prescrição de suplementação, solicitação de exames e educação em saúde. Assim, a enfermagem se consolida como peça-chave na atenção integral e humanizada dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: Mostrar a importância da Assistência de enfermagem no pré-natal. Metodologia: Revisão integrativa de literatura que teve como base de dados o Repositório Institucional da Scientific Eletronic Library Online (SciELO), bem como o Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Conclusão: Demonstram que o enfermeiro desempenha papel estratégico na consolidação do pré-natal como serviço essencial dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo cuidado seguro, equânime e de qualidade para todas as gestantes por igual, além da dimensão técnica, o profissional oferece suporte emocional, acolhimento humanizado e encaminhamento para serviços especializados quando necessário. A atuação do enfermeiro contribui para o fortalecimento do vínculo com a gestante, aumento da adesão às consultas, detecção precoce de fatores de risco e empoderamento da mulher em relação ao próprio cuidado. Estudos indicam que a presença do enfermeiro durante o pré-natal reduz complicações gestacionais, promove parto seguro e melhora os desfechos neonatais Palavras- chave: Assistência de Enfermagem. Promoção da saúde. Pré- Natal.
1 INTRODUÇÃO
A assistência de enfermagem no pré-natal constitui um componente fundamental da atenção à saúde da mulher, representando uma estratégia essencial para a promoção da saúde materna e infantil. O pré-natal é definido como o acompanhamento sistemático da gestante, destinado a monitorar o desenvolvimento fetal, prevenir complicações e garantir condições adequadas para a gestação, parto e puerpério. Nesse contexto, o enfermeiro exerce papel estratégico, sendo responsável por consultas de acompanhamento, educação em saúde, orientação sobre hábitos de vida saudáveis, solicitação de exames, prescrição de suplementação e suporte emocional (Oliveira,2024).
Ainda é possível, mesmo que apesar dos avanços nas políticas públicas de saúde, muitas gestantes ainda enfrentam dificuldades no acesso e na qualidade do pré-natal, o que pode resultar em complicações maternas e neonatais evitáveis. A problemática centra-se na necessidade de compreender como a assistência de enfermagem contribui para a promoção da saúde da gestante e do bebê, prevenindo agravos e fortalecendo o cuidado integral. No Brasil, ainda existem desigualdades regionais e sociais que influenciam a adesão ao pré-natal, a detecção precoce de fatores de risco e a continuidade do acompanhamento, tornando fundamental investigar a atuação do enfermeiro nesse contexto (Batista et al., 2021).
Outra questão relevante é a identificação dos desafios enfrentados pelo enfermeiro na implementação de ações educativas, no monitoramento clínico e no suporte emocional das gestantes. Muitas vezes, a sobrecarga de trabalho, a limitação de recursos e a falta de integração entre os níveis de atenção à saúde dificultam a efetividade do cuidado. Além disso, a gestante pode apresentar resistência ou desconhecimento sobre a importância das consultas de pré-natal, afetando a adesão e, consequentemente, os resultados em saúde (Cá et al., 2021).
Diante desse cenário, torna-se necessário compreender de que forma a enfermagem pode atuar de forma humanizada, preventiva e educativa, promovendo a autonomia da gestante, a detecção precoce de complicações e a articulação com a rede de atenção à saúde. A problemática também envolve a avaliação de estratégias que possam melhorar o vínculo entre gestante e profissional, a comunicação eficaz e a participação ativa da mulher no cuidado, garantindo que o pré-natal seja seguro, completo e contínuo (Oliveira, 2024).
Assistência de Enfermagem no Pré-natal, justifica-se pela relevância do acompanhamento gestacional para a promoção da saúde materna e infantil, prevenção de complicações e redução da mortalidade materna e neonatal. O pré-natal é um momento estratégico de cuidado, no qual a atuação do enfermeiro é fundamental para garantir atenção integral, humanizada e contínua à gestante. Considerando o contexto brasileiro, em que ainda existem desigualdades no acesso aos serviços de saúde e barreiras socioeconômicas, torna-se essencial compreender e valorizar o papel da enfermagem na identificação precoce de fatores de risco e na orientação sobre hábitos saudáveis e sinais de alerta (Teixeira et al., 2025).
Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo mostrar o papel da assistência de enfermagem no pré-natal, destacando suas funções, contribuições para a saúde materno-infantil, importância do cuidado humanizado e o impacto positivo na redução de complicações durante a gestação.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 PRÉ-NATAL
O pré-natal consiste em um conjunto de cuidados oferecidos à gestante durante o período gestacional, com a finalidade de garantir a saúde materna e fetal, bem como prevenir possíveis complicações. Segundo o Ministério da Saúde, o início precoce do acompanhamento, preferencialmente no primeiro trimestre, possibilita a detecção de fatores de risco e a implementação de estratégias de promoção da saúde. A atenção pré-natal deve ser pautada em consultas regulares, exames laboratoriais e de imagem, avaliação clínica da gestante e monitoramento do desenvolvimento fetal (Brasil, 2022).
A primeira fase corresponde ao primeiro trimestre, até a 12ª semana de gestação. Nessa etapa, ocorre a primeira consulta, considerada fundamental para o registro da gestante no serviço de saúde. São realizados a anamnese completa, exame físico detalhado, aferição da pressão arterial, avaliação do estado nutricional e solicitação de exames laboratoriais iniciais, como hemograma, sorologias para HIV, sífilis, hepatites, glicemia e tipagem sanguínea. Também é orientado o início da suplementação de ácido fólico e ferro, além da atualização do calendário vacinal (Sousa et al., 2025).
A segunda fase corresponde ao segundo trimestre, entre a 13ª e a 27ª semana. Nessa etapa, a gestante é acompanhada em consultas periódicas, onde são monitorados o ganho de peso, a pressão arterial, a altura uterina e os batimentos cardíacos fetais. São solicitados exames de controle, como o teste oral de tolerância à glicose, para rastrear diabetes gestacional, além da repetição de sorologias quando necessário. O enfermeiro ou médico reforça orientações sobre alimentação equilibrada, prática de atividade física, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e incentivo ao aleitamento materno (Teixeira et al., 2025).
A terceira fase corresponde ao terceiro trimestre, da 28ª semana até o parto. Nesse período, o acompanhamento torna-se mais frequente, visando monitorar complicações como hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia. São avaliados a posição fetal, o crescimento do bebê, a presença de edemas e a movimentação fetal. Além disso, a gestante recebe orientações sobre os sinais de trabalho de parto, cuidados no puerpério, importância do parto humanizado e da presença de acompanhante. O suporte psicológico e social também é intensificado, uma vez que este é um período de maior ansiedade para a gestante e sua família (Silva, 2024).
Assim, as fases do pré-natal estruturam um acompanhamento contínuo e integral, que vai além do aspecto clínico, envolvendo promoção de saúde, prevenção de agravos e suporte emocional. Estudos recentes apontam que gestantes que realizam todas as fases do pré-natal têm menor incidência de complicações, contribuindo significativamente para a redução da mortalidade materna e neonatal (Nunes, 2024).
2.2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL
De acordo com o Ministério da Saúde, o enfermeiro está apto a realizar consultas de pré-natal de baixo risco, atuar na prevenção de agravos, solicitar exames de rotina, prescrever medicamentos e suplementos, além de desenvolver ações educativas com as gestantes e seus familiares. A atuação desse profissional baseia-se em princípios como acolhimento, vínculo e humanização, garantindo que a gestante tenha acompanhamento integral durante a gravidez (Brasil, 2022).
Na prática, o enfermeiro realiza a consulta de enfermagem, na qual coleta informações sobre o histórico de saúde, realiza exame físico, verifica sinais vitais, acompanha o crescimento uterino, escuta os batimentos cardíacos fetais e solicita exames complementares. Além da parte clínica, sua atuação envolve a educação em saúde, fornecendo orientações sobre nutrição adequada, importância do aleitamento materno, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, saúde mental e identificação de sinais de risco na gestação. O profissional também tem a função de estimular a participação da família no processo gestacional, fortalecendo a rede de apoio da gestante (Camargo et al., 2024).
Outro aspecto essencial da assistência de enfermagem no pré-natal é o suporte emocional. Muitas mulheres enfrentam situações de vulnerabilidade social, ansiedade, depressão ou até mesmo violência doméstica, exigindo sensibilidade e encaminhamentos adequados por parte do enfermeiro. Nesse sentido, a consulta de enfermagem ultrapassa a dimensão técnica, abrangendo também aspectos psicológicos e sociais. Estudos recentes apontam que a presença ativa da enfermagem no pré-natal está associada ao aumento da adesão ao acompanhamento, melhora nos indicadores de parto e maior satisfação das gestantes com o atendimento recebido (Silva, 2024).
A assistência de enfermagem no pré-natal, todavia não pode ser deixado de ser um cuidado fundamental para a saúde materna e fetal, garantindo acompanhamento adequado durante a gestação e prevenindo intercorrências, principalmente o pré-natal sendo um conjunto de ações sistematizadas voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de complicações, a detecção precoce de riscos e a preparação da mulher e de sua família para o parto e o puerpério (Batista, 2021).
Portanto, a assistência de enfermagem no pré-natal é indispensável para assegurar uma gestação saudável, prevenir complicações, promover vínculo entre mãe e bebê e contribuir para a redução da mortalidade materna e neonatal, onde deve estar pautada nas diretrizes do Ministério da Saúde, garantindo que a gestante tenha no mínimo seis consultas pré-natal, vacinação em dia e acesso a exames essenciais. A prática deve ser humanizada, centrada na mulher, considerando seus aspectos biopsicossociais e respeitando sua autonomia (Campagnoli et al., 2023).
Dessa forma, a assistência de enfermagem no pré-natal deve ser entendida como prática essencial e estratégica dentro da atenção primária à saúde. Sua atuação amplia o acesso ao cuidado, promove autonomia da mulher sobre seu processo gestacional e contribui para a efetivação de um modelo de atenção integral, humanizado e seguro (Oliveira, 2024).
2.3 REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE DA GESTANTE
A Rede de Atenção à Saúde da Gestante é composta por um conjunto de serviços articulados do Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de garantir assistência integral e humanizada à mulher durante o ciclo gravídico-puerperal. Essa rede está organizada a partir dos princípios da universalidade, equidade e integralidade, visando assegurar acesso às ações de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação em todos os níveis de atenção, independentemente de qualquer pessoa que necessite do atendimento. O pré-natal, o parto e o puerpério, devem ser acompanhados de maneira contínua, garantindo a redução da morbimortalidade materna e neonatal (Camargo et al., 2024).
Um marco importante na organização da rede foi a criação da Rede Cegonha, instituída em 2011 pelo Ministério da Saúde, com a finalidade de estruturar e ampliar o cuidado à gestante, parturiente e recém-nascido. A Rede Cegonha estabelece diretrizes como o início precoce do pré-natal, garantia de transporte para consultas e parto, acesso a exames laboratoriais e de imagem, além da oferta de leitos obstétricos e de UTI neonatal. Além disso, busca assegurar o parto humanizado, o direito à presença de acompanhante, o estímulo ao aleitamento materno e o acompanhamento da criança até os dois anos de idade (Brasil, 2022).
A rede de atenção é organizada em diferentes níveis. Na Atenção Primária à Saúde, o enfermeiro e o médico da Estratégia Saúde da Família realizam o acompanhamento da gestante de baixo risco, por meio de consultas, solicitação de exames, vacinação e educação em saúde. Na Atenção Secundária, são atendidas gestantes de médio risco, com suporte especializado em ambulatórios de referência. Já a Atenção Terciária é destinada às gestantes de alto risco, que necessitam de cuidados em hospitais especializados, com equipe multiprofissional e suporte intensivo (Nunes, 2024).
A articulação entre esses níveis garante a continuidade do cuidado, evitando desassistência e fragmentação do acompanhamento. Estudos recentes demonstram que a organização da rede, aliada à atuação multiprofissional, contribui para melhorar a adesão ao pré-natal, reduzir complicações gestacionais e promover maior segurança das gestantes com o atendimento recebido. Dessa forma, a Rede de Atenção à Saúde da Gestante deve ser fortalecida como estratégia prioritária para a consolidação da saúde materno-infantil no Brasil, e atualmente já contemplou muitas mulheres gestantes (Gádia, 2021).
2.4 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO PRÉ- NATAL DE ALTO RISCO
O pré-natal de alto risco é definido como o acompanhamento especializado destinado a gestantes que apresentam condições clínicas, obstétricas ou sociais que aumentam a probabilidade de complicações durante a gestação, parto e puerpério. Segundo o Ministério da Saúde, essas gestantes devem ser atendidas em serviços de atenção secundária ou terciária, com equipes multiprofissionais que garantam cuidado integral, contínuo e humanizado. O acompanhamento precoce e frequente é essencial para identificar fatores de risco, prevenir agravos e reduzir a morbimortalidade materna e neonatal (Locatelli, 2024).
Entre os fatores que caracterizam alto risco estão hipertensão arterial, diabetes mellitus gestacional ou pré-existente, cardiopatias, doenças renais, distúrbios autoimunes, gestação múltipla, idade materna avançada ou abaixo de 18 anos, histórico obstétrico com complicações, tabagismo, uso de drogas e vulnerabilidade social ou violência doméstica. A identificação precoce desses fatores possibilita monitoramento rigoroso da gestante e do feto, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento fetal, e intervenção imediata diante de intercorrências clínicas (Severino, 2022).
A articulação entre os níveis de atenção à saúde, desde a atenção primária até a terciária, garante encaminhamentos rápidos, continuidade do cuidado e respostas adequadas às intercorrências, promovendo saúde integral e segura à paciente gestante. Portanto, o pré-natal de alto risco constitui uma estratégia indispensável para garantir cuidado seguro, humanizado e de qualidade. O investimento na capacitação profissional, na educação da gestante e na ampliação do acesso ao atendimento especializado reforça o papel do Sistema Único de Saúde (SUS) na atenção integral à mulher, contribuindo para melhores desfechos maternos e neonatais e para a redução das desigualdades em saúde (Gádia, 2021).
A assistência de enfermagem, também atua principalmente realizando consultas de acompanhamento, monitoramento de sinais vitais, avaliação do estado nutricional, verificação de ganho de peso, escuta dos batimentos cardíacos fetais, solicitação de exames complementares e orientação sobre uso de medicamentos e suplementação vitamínica, também na atuação educativa inclui informações sobre hábitos saudáveis, prevenção de infecções, aleitamento materno, autocuidado e preparação para o parto, promovendo maior adesão às recomendações e empoderamento da gestante (Andrade; Cunha e Farias, 2024).
3 METODOLOGIA
O estudo caracteriza-se como revisão de literatura, esse tipo de estudo deixa o pesquisador de frente com pesquisas relacionadas ao seu assunto com ideias iguais ou divergentes tendo que se ater a verificação de dados que confirmem a veracidade, levando em conta possíveis incoerências e contradições que os estudos obtidos venham a apresentar.
A pesquisa teve como base de dados o Repositório Institucional da Scientific Eletronic Library Online (SciELO), bem como o Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).
Foram utilizados os referidos descritores em Ciências da Saúde (Descs): “Assistência de enfermagem” (AND) “Pré-Natal” (AND) “Promoção da saúde”. A busca pelos resultados da pesquisa ocorreu no período de 20 de janeiro de 2025. Com o intuito de haver uma maior confiabilidade da presente pesquisa, os estudos passaram por critérios de inclusão e exclusão de acordo com a definição das informações desejadas em cada etapa do estudo, excluindo os artigos que não abrangem os temas relacionado ao “Papel do enfermeiro na promoção do pré-natal” e que não estavam dentro do período delimitado dos estudos da revisão. Foram inclusas todos as revisões que faziam referência ao tema. O nível de confiabilidade de cada informação obtida passou por avaliações criteriosas para que o estudo apresenta resultados verídicos e imparciais.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A assistência de enfermagem no pré-natal tem se mostrado de acordo com Silva (2024), essencial para a promoção da saúde materno-infantil, sendo uma estratégia central na redução da mortalidade materna e neonatal. Estudos recentes indicam que gestantes que recebem acompanhamento sistemático por enfermeiros apresentam maior adesão às consultas, maior conhecimento sobre autocuidado e menor ocorrência de complicações durante a gestação. A consulta de enfermagem, regulamentada pela Lei nº 7.498/1986 e pela Resolução COFEN nº 195/1997, garante ao profissional autonomia para acompanhamento de gestantes de baixo risco, realização de exames físicos, solicitação de exames laboratoriais, prescrição de suplementação vitamínica e orientações educativas.
Sousa et al., (2025) mostram que durante o pré-natal, a atuação do enfermeiro vai além da esfera clínica, envolvendo a promoção de saúde, prevenção de agravos e educação da gestante. A construção de vínculo entre enfermeiro e gestante é um resultado importante observado em diversos estudos, pois facilita a adesão às orientações sobre nutrição adequada, prática de atividade física, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e incentivo ao aleitamento materno. Essa relação de confiança também permite que o profissional identifique sinais de risco, como hipertensão, diabetes gestacional ou alterações no desenvolvimento fetal, possibilitando encaminhamento imediato para atenção especializada quando necessário, principalmente para identificação da gravidez de risco.
Outro resultado relevante nos estudos de Camargo et al., (2024), é o suporte emocional proporcionado pelo enfermeiro, que promove acolhimento e escuta qualificada. Muitas gestantes enfrentam situações de vulnerabilidade social, ansiedade, depressão ou violência doméstica, exigindo que a atenção de enfermagem contemple aspectos psicológicos e sociais. A identificação precoce dessas situações permite encaminhamentos adequados para outros serviços da rede de atenção à saúde, fortalecendo o cuidado integral. A educação em saúde desempenha papel complementar, capacitando a gestante a reconhecer sinais de alerta, compreender o desenvolvimento fetal, prevenir complicações e se preparar para o parto e o puerpério.
Observa-se também que a atuação do enfermeiro no pré-natal é importante para a humanização da assistência, de acordo com Nunes (2024), a abordagem humanizada favorece a redução da ansiedade e do medo da gestante, promovendo maior participação nas decisões relacionadas ao seu cuidado. Estudos indicam que a presença ativa do enfermeiro está associada a melhores desfechos obstétricos, maior satisfação com o atendimento e redução da incidência de complicações que poderiam ser evitadas com acompanhamento adequado. Além disso, o enfermeiro atua como mediador no acesso a serviços especializados, articulando a rede de atenção à saúde e garantindo continuidade do cuidado.
Logo, Brasil (2022), mostra que assistência de enfermagem no pré-natal não se limita à dimensão técnica, mas contempla cuidado integral, educativo e humanizado. Os dados apontam que a intervenção da enfermagem melhora significativamente a qualidade do atendimento, fortalece a autonomia da gestante, promove práticas de autocuidado e contribui para a redução da mortalidade materna e neonatal.
Segundo Campagnoli et al., (2023), seus estudos sustentam a grande importância que a assistência de enfermagem tem sobre a orientação, acerca da alimentação saudável, prática de atividades físicas adequadas, importância do aleitamento materno, sinais de risco durante a gestação e preparo para o parto e puerpério. Essa função educativa contribui para o empoderamento feminino, estimulando a autonomia da gestante em relação às decisões sobre seu corpo e sobre o processo reprodutivo. Ademais, a escuta ativa e o acolhimento promovem vínculos de confiança entre profissional, gestante e família, o que favorece a adesão ao pré-natal e fortalece a rede de apoio social.
Todavia, de acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (2025) a assistência de Enfermagem à gestante, parturiente e puérpera, o acompanhamento da evolução e do trabalho de parto e a execução do parto sem distócia estão entre as atribuições dos enfermeiros generalistas enquanto integrantes das equipes de Saúde, conforme o artigo 11 da Lei 7498/86, ou seja, cada integrante da equipe multiprofissional de saúde deve conduzir a assistência pré-natal de acordo com sua habilitação, conforme os protocolos instituídos pelo Ministério da Saúde. Por seu impacto na melhoria da assistência pré-natal e na redução da mortalidade materna, a atuação qualificada da Enfermagem obstétrica é um dos pilares da Portaria 1.459/2010 do Ministério da Saúde, que cria a Rede Cegonha, promovendo atenção humanizada e segura, e isso facilita muito a atuação dos enfermeiros na rede de saúde.
Portanto, os resultados demonstram que o enfermeiro desempenha papel estratégico na consolidação do pré-natal como serviço essencial dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo cuidado seguro, equânime e de qualidade para todas as gestantes por igual (Cá et al., 2022).
5 CONCLUSÃO
O enfermeiro desempenha um importante papel na promoção da saúde durante o pré-natal, contribuindo para a redução da mortalidade materna e neonatal. O acompanhamento realizado pela assistência de enfermagem, permite a identificação precoce de fatores de risco, prevenção de complicações obstétricas e fortalecimento do vínculo entre a gestante e a equipe de saúde. Além da dimensão clínica, a assistência de enfermagem atua na educação em saúde, orientando sobre hábitos de vida saudáveis, aleitamento materno, vacinação, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e reconhecimento de sinais de risco.
A atuação do enfermeiro também envolve suporte emocional e acolhimento humanizado, especialmente para gestantes em situação de vulnerabilidade social, ansiedade ou violência doméstica. O profissional promove autonomia, empoderamento e adesão às recomendações do pré-natal, contribuindo para melhores desfechos clínicos e maior segurança no parto. Observa-se ainda que a articulação com a rede de atenção à saúde garante encaminhamentos adequados para gestantes de médio e alto risco, evidenciando a importância do cuidado multiprofissional e contínuo.
Outro aspecto relevante é a capacidade de acolhimento e escuta qualificada, que possibilita vínculos de confiança entre a gestante e o profissional, estimulando maior adesão ao acompanhamento pré-natal. Nesse sentido, o enfermeiro atua como mediador entre os serviços de saúde e a usuária, ampliando o acesso às políticas públicas e promovendo um cuidado humanizado, resolutivo e multiprofissional.
Entretanto, ressalta-se a necessidade de investimentos em infraestrutura, capacitação contínua e valorização da enfermagem, a fim de superar barreiras que ainda limitam a qualidade do pré-natal em algumas regiões, que é notável algumas lacunas serem preenchidas, porém as políticas públicas trabalham para melhoria.
Portanto, a assistência de enfermagem vai muito além do cuidado técnico, integrando prevenção, educação, promoção de saúde e apoio psicossocial. E investir na capacitação de profissionais, na humanização do atendimento e na ampliação do acesso ao pré-natal é trivial para melhorar os indicadores de saúde materno-infantil no Brasil.
REFERÊNCIAS
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1Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UNIPLAN Campus Bragança-Pa. e-mail:
ademilton0706@gmail.com
2Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UNIPLAN Campus Bragança-Pa. e-mail:
cleidealves020876@gmail.com
3Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UNIPLAN Campus Bragança-Pa. e-mail:
dioliver88@gmail.com
4Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UNIPLAN Campus Bragança-Pa. e-mail:
esternascimentoestrela@gmail.com
5Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UNIPLAN Campus Bragança-Pa. e-mail:
is9030634@gmail.com
6Docente do Curso Superior de Enfermagem do Centro universitário UNIPLAN Campus Bragança-Pa. e-mail:
jamillymiranda854@gmail.com
