O PAPEL DO ENFERMEIRO EM PACIENTES GRÁVIDAS, VÍTIMAS DE TRAUMAS GESTACIONAIS

THE ROLE OF THE NURSE IN PREGNANT PATIENTS, VICTIMS OF PREGNANCY TRAUMA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202408162142


Kallyne Vitória Macedo Silva;
Orientadora Professora: Naianne Georgia Sousa de Oliveira


Introdução: Qualquer ato invasivo contra a mulher ou o bebê durante o parto, o que o torna desumano, desconfortável e marcado pela presença de intervenções desnecessárias e agressivas, transformando a experiência de nascer, uma experiência ruim. O enfermeiro desempenha um papel importante no cuidado de pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais, já que mulheres em estado gravídico são vulneráveis tanto física quanto emocionalmente. É importante fornecer cuidados de enfermagem individualizados, incluindo avaliação e monitoramento. Metodologia: Para descrever a assistência da enfermagem em casos de mulheres grávidas que passaram por traumas, foi utilizado o método de revisão integrativa, dessa forma, foram feitas buscas nas bases Scientific Electronic Library Online (SciELO), Google Acadêmico, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando-se nas buscas buscas dos artigos serão realizadas no Google Acadêmico, SciELO, Lilacs, Trabalhos Publicados, Livros. Irá se utilizar de artigos escritos por enfermeiros, estudantes e outros profissionais da saúde. Como descritores teve a combinação de palavras em língua portuguesa e língua inglesa. Utilizando termos descritores ‘‘Gravidez’’, ‘‘Profissionais de enfermagem’’ e ‘‘Violência Obstétrica’’ e em língua inglesa: ‘‘Coping’’, ‘‘Nursing professionals’’ and ‘‘Obstetric Violence’’. Resultados: Foram identificados 296 artigos relevantes, dos quais 8 foram considerados para a revisão. Que destacaram que o enfermeiro deve estar atento a possíveis complicações e assim relatar qualquer mudança no estado da paciente para a equipe médica responsável.  Conclusão: Pode concluir que chá uma certo destaque na importância da conscientização à violência obstétrica, que pode gerar traumas obstétricos o que cabe ressaltar que os atos de violência são frequentemente cometidos por profissionais de saúde durante o parto. Destacando-se a necessidade de respeito à autonomia da mulher, informação e consentimento durante o processo de parto. Sendo relevante a presença de um profissional de enfermagem apto, capacitado que possa atuar no enfrentamento e combate a essas situações.

Palavras-chave: Gravidez; Parto; Violência; Enfermagem; Direito à saúde.

Introduction: Any invasive act against the woman or the baby during childbirth, which makes it inhumane, uncomfortable and marked by the presence of unnecessary and aggressive interventions, transforming the birth experience into a bad experience. Nurses play an important role in the care of pregnant patients who are victims of pregnancy trauma, as pregnant women are vulnerable both physically and emotionally. It is important to provide individualized nursing care, including assessment and monitoring. Methodology: To describe nursing care in cases of pregnant women who have experienced trauma, the integrative review method was used, thus, searches were made in the Scientific Electronic Library Online (SciELO), Google Scholar, Virtual Health Library ( VHL), using article searches in Google Scholar, SciELO, Lilacs, Published Works, Books. It will use articles written by nurses, students and other health professionals. The descriptors were a combination of words in Portuguese and English. Using descriptor terms ‘‘Pregnancy’’, ‘‘Nursing professionals’’ and ‘‘Obstetric Violence’’ and in English: ‘‘Coping’’, ‘‘Nursing professionals’’ and ‘‘Obstetric Violence’’. Results: 296 relevant articles were identified, of which 8 were considered for review. They highlighted that the nurse must be alert to possible complications and thus report any change in the patient’s condition to the responsible medical team.  Conclusion: It can be concluded that tea highlights the importance of raising awareness of obstetric violence, which can generate obstetric trauma, which is worth highlighting that acts of violence are often committed by health professionals during childbirth. Highlighting the need to respect women’s autonomy, information and consent during the birth process. The presence of an able, qualified nursing professional who can act in confronting and combating these situations is important.

Keywords: Pregnancy; Childbirth; Violence; Nursing; Right to health.

1.INTRODUÇÃO

A gravidez é um momento de grande alegria e expectativa para muitas mulheres, no entanto, algumas delas podem sofrer traumas que afetam tanto a mãe quanto o feto. Nesses casos, o papel do enfermeiro é fundamental para garantir que a paciente receba o melhor cuidado possível em um momento tão delicado. O enfermeiro possui uma ampla gama de habilidades e conhecimentos que são essenciais para fornecer cuidados individualizados, avaliar e monitorar a mãe e o feto, administrar medicamentos, dá suporte emocional e estar alerta para possíveis complicações. Nesta perspectiva, este trabalho tem como objetivo discutir o papel do enfermeiro em pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais.

O enfermeiro desempenha um papel importante no cuidado de pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais, já que mulheres em estado gravídico são vulneráveis tanto física quanto emocionalmente. É importante fornecer cuidados de enfermagem individualizados, incluindo avaliação e monitoramento (Lima et al.,2018,p.45). O enfermeiro deve estar atento a possíveis complicações e assim relatar qualquer mudança no estado da paciente para a equipe médica responsável.

Essas mulheres são consideradas pacientes de alto risco, o enfermeiro precisa estar preparado para oferecer suporte emocional. O primeiro passo é realizar uma avaliação cuidadosa da mãe e do feto, realizando a verificação dos sinais vitais, a realização de exames laboratoriais e a monitorização das contrações uterinas. O enfermeiro também deve estar atento a possíveis complicações, como sangramento vaginal, ruptura prematura de membranas, dor abdominal e contrações uterinas intensas (Melo et al., 2020, p.64).

Além disso, o enfermeiro deve fornecer suporte emocional para a mãe, que pode estar passando por um momento de grande estresse e ansiedade. Isso inclui fornecer informações sobre o que está acontecendo, responder a perguntas e fornecer apoio psicológico. O enfermeiro envolve a família da paciente na assistência, informando sobre o estado da mãe e do feto e fornecendo suporte emocional para eles também (Almeida et al., 2019, p. 76).

Outra função importante do enfermeiro é garantir que a paciente esteja recebendo a medicação e terapia intravenosa corretas e monitorar possíveis efeitos colaterais. Além disso, o enfermeiro deve estar preparado para agir rapidamente em caso de emergência, como a necessidade de realizar uma cesariana de emergência (Santos et al., 2017, p.92)

Dessa for o presente estudo terá como base, a seguinte pergunta problema, Qual é o impacto do suporte oferecido pelo enfermeiro na recuperação das pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais? Haja vista o suporte fornecido pelo enfermeiro está diretamente relacionado com a recuperação mais rápida das pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais. O conhecimento específico dos enfermeiros sobre o cuidado de pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais pode melhorar a tomada de decisões e os resultados clínicos em casos de traumas gestacionais.

Assim o objetivo geral foi analisar o papel do enfermeiro em pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais, considerando aspectos como avaliação e monitoramento da mãe e do feto, administração de medicamentos, suporte emocional e prevenção de complicações.

Sendo os específicos, identificar as principais complicações que podem ocorrer em pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais e como o enfermeiro pode preveni-las; Analisar o conhecimento e a capacitação dos enfermeiros em relação ao cuidado de pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais; Avaliar a efetividade do suporte fornecido pelo enfermeiro na recuperação das pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais.

A assistência à paciente grávida vítima de trauma gestacional é um desafio para os profissionais de saúde, especialmente para os enfermeiros, que desempenham um papel fundamental no cuidado dessas pacientes. De acordo com Lima et al. (2018), o enfermeiro deve fornecer um cuidado individualizado, oferecendo suporte e monitoramento constante da paciente e do feto. Além disso, o enfermeiro deve estar preparado para identificar possíveis complicações e preveni-las, garantindo a segurança da mãe e do feto (Melo et al., 2020).

No entanto, a capacitação e o conhecimento específico dos enfermeiros em relação ao cuidado de pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais são aspectos que merecem atenção. Almeida et al. (2019) afirmam que a falta de preparação dos enfermeiros para lidar com essas situações pode impactar negativamente a qualidade da assistência prestada. Santos et al. (2017) destacam ainda que a presença de um enfermeiro especializado em emergências obstétricas pode melhorar a tomada de decisões e os resultados clínicos em casos de traumas gestacionais.

Por outro lado, o suporte fornecido pelo enfermeiro é fundamental para ajudar a paciente a lidar com o estresse e a ansiedade decorrentes do trauma gestacional. Almeida et al. (2019) destacam que o enfermeiro deve estar atento aos aspectos emocionais da paciente, fornecendo apoio e orientação adequados para promover uma recuperação mais rápida.

Por fim, a pesquisa sobre o papel do enfermeiro diante de pacientes grávidas, vítimas de traumas gestacionais, é relevante porque pode contribuir para a produção de evidências científicas que subsidiem a tomada de decisões clínicas baseadas em dados concretos e relevantes.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar o papel do enfermeiro em pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais.

2.2 Objetivos específicos

Identificar as principais complicações que podem ocorrer em pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais e como o enfermeiro pode preveni-las;

Analisar o conhecimento e a capacitação dos enfermeiros em relação ao cuidado de pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais;

Avaliar a efetividade do suporte fornecido pelo enfermeiro na recuperação das pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O papel do enfermeiro é crucial em todos os aspectos da assistência às gestantes, incluindo aquelas que foram vítimas de traumas gestacionais. Como a gravidez é um período de grande vulnerabilidade tanto para a mãe quanto para o feto, o enfermeiro precisa ter um conhecimento aprofundado sobre as implicações do trauma na gestação, para poder garantir o bem-estar da mãe e do bebê.

“O trauma na gravidez é uma situação rara, mas potencialmente grave, que requer uma abordagem multidisciplinar e individualizada, de modo a garantir a segurança materna e fetal.” (Teixeira et al., 2016).

A literatura destaca a importância da abordagem interdisciplinar na assistência às gestantes vítimas de traumas, para garantir uma avaliação ampla e integrada das condições clínicas e emocionais das pacientes. O enfermeiro deve estar preparado para atuar em conjunto com outros profissionais da saúde, como médicos obstetras, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros, para prestar cuidados seguros e eficazes às pacientes. “O cuidado pré-natal adequado pode ajudar a identificar fatores de risco para complicações obstétricas após o trauma e garantir uma resposta mais rápida e efetiva da equipe de saúde.” (Garcia et al., 2018)

Entre as principais responsabilidades do enfermeiro neste contexto, estão: avaliar os sintomas e condições da paciente, monitorar a saúde do feto, administrar medicamentos e outros tratamentos que possam ser necessários, prevenir e tratar complicações decorrentes do trauma, educar a paciente sobre os cuidados que devem ser tomados durante a gestação e pós-parto, entre outros.

IMAGEM 01- Trauma na gestação

Fonte: Silva et al (2019)

“O enfermeiro desempenha um papel fundamental na assistência à paciente grávida vítima de trauma, colaborando com os demais profissionais de saúde para garantir uma abordagem integrada e humanizada.” (Silva et al., 2019).

Além disso, o enfermeiro deve estar preparado para lidar com questões emocionais e psicológicas relacionadas ao trauma, como o estresse pós-traumático, a ansiedade e depressão. Neste sentido, é importante que o enfermeiro saiba reconhecer os sinais de sofrimento na paciente e encaminhá-la para profissionais especializados caso seja necessário.

“A avaliação contínua do bem-estar fetal é essencial na assistência à paciente grávida vítima de trauma, permitindo a identificação precoce de complicações obstétricas e a tomada de decisões acerca do manejo clínico.” (Garcia et al., 2018)

Em suma, a assistência ao paciente vítima de traumas gestacionais requer uma abordagem multidisciplinar e multiprofissional, na qual o enfermeiro tem um papel importantíssimo a desempenhar. O conhecimento e a formação especializada são fundamentais para que o enfermeiro possa assumir essa responsabilidade de forma eficaz e segura, garantindo o melhor cuidado possível para a paciente e para o seu bebê.

“A assistência à paciente grávida vítima de trauma deve ser pautada por princípios éticos e legais, garantindo o respeito à autonomia da paciente e a proteção da integridade física e materna e fetal.” (Conselho Federal De Enfermagem, 2018)

Além das responsabilidades citadas acima, existe uma série de cuidados específicos que o enfermeiro deve ter na assistência às mulheres vítimas de traumas gestacionais. Alguns exemplos incluem: – Avaliar o risco de aborto espontâneo, parto prematuro ou outras complicações decorrentes do trauma, e tomar medidas para prevenir ou tratar essas condições;- Monitorar a pressão arterial e a presença de sangramento vaginal, que podem indicar problemas como pré-eclâmpsia ou descolamento de placenta; – Monitorar a frequência cardíaca fetal, para garantir que o bebê esteja recebendo oxigênio e nutrientes suficientes; – Avaliar a dor e o desconforto da paciente e administrar medicamentos analgésicos, se necessário; – Incentivar a paciente a descansar e se alimentar adequadamente durante a hospitalização; – Proporcionar conforto e apoio psicológico para a paciente e sua família; – Preparar a paciente para o parto, auxiliar na posição e no alívio da dor, e garantir que ela esteja segura e confortável durante o processo (Carvalho et al. 2012)

Figura 02- Procedimentos diante de trauma gestacional

Fonte: Carvalho (2012)

Além disso, é importante que o enfermeiro esteja atento às questões de comunicação e respeito às escolhas da paciente. A vítima de trauma gestacional pode estar vivenciando uma situação muito difícil e é fundamental que o enfermeiro seja empático e saiba se comunicar adequadamente, transmitindo informações de forma clara e respeitando as escolhas e crenças da paciente.

De acordo com o Ministério da Saúde, as principais causas de traumas gestacionais são quedas e acidentes automobilísticos, responsáveis por cerca de 60% dos casos (Brasil, 2013). Diante dessa realidade, torna-se fundamental o papel do enfermeiro no cuidado a pacientes grávidas vítimas de traumas.

O enfermeiro deve estar preparado para atuar em situações de emergência, identificando possíveis riscos à saúde da gestante e do feto. Segundo Carvalho et al. (2012), “o enfermeiro intervém de forma rápida, inteligente e segura, identificando e corrigindo os aspectos que possam agravar o trauma, a gestação e o feto”.

Além disso, é importante que o enfermeiro atue no controle da dor e no suporte da gestante, uma vez que o trauma pode gerar estresse e ansiedade. Segundo Silva et al. (2014), “o enfermeiro tem um papel importante na assistência à gestante vítima de trauma, oferecendo suporte e controle da dor”.

No entanto, o cuidado não deve se restringir apenas ao momento do atendimento emergencial. O enfermeiro deve orientar a gestante sobre cuidados com a saúde e acompanhamento médico durante todo o período gestacional. De acordo com Carvalho et al. (2012), “a orientação em relação aos cuidados com a gestação, avaliação do feto e acompanhamento clínico devem ser desenvolvidos em conjunto com a equipe de saúde”.

Assim, o papel do enfermeiro diante de pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais envolve a atuação em situações de emergência, controle da dor e suporte, orientação sobre cuidados com a saúde e acompanhamento durante o período gestacional. Para isso, é fundamental que o enfermeiro esteja preparado e capacitado para atender a essa demanda de cuidado em saúde. Por fim, o enfermeiro deve estar atualizado em relação às evidências científicas e às boas práticas de assistência a gestantes vítimas de traumas. A educação continuada é fundamental para que o enfermeiro possa oferecer a melhor assistência possível, baseada em evidências científicas atualizadas e práticas clínicas éticas e seguras (Silva et al. 2014)

Pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais representam uma população vulnerável e necessitam de cuidados especiais para garantir a saúde e bem-estar da mãe e do feto. Nesse contexto, o enfermeiro desempenha um papel fundamental na assistência à gestante, oferecendo cuidados essenciais durante todo o processo, desde o atendimento emergencial à orientação sobre cuidados pré-natais e acompanhamento clínico. No atendimento emergencial, o enfermeiro deve estar preparado para avaliar o estado de saúde da gestante e identificar possíveis complicações, como sangramento ou choque hipovolêmico. O controle da dor é outro aspecto importante da assistência, podendo ser realizado por meio de medidas farmacológicas ou não farmacológicas, dependendo do estado de saúde da gestante e do feto. Além disso, o enfermeiro deve fornecer suporte emocional e psicológico à gestante, uma vez que o trauma pode gerar estresse, ansiedade e medo (Carvalho et al., 2012)

Após o atendimento emergencial, é importante que o enfermeiro oriente a gestante sobre a importância do acompanhamento médico e cuidados pré-natais adequados. O enfermeiro deve fornecer informações claras e objetivas sobre a importância do pré-natal, incluindo a realização de exames, consultas regulares, cuidados com a alimentação e atividade física. O acompanhamento regular pode ajudar a identificar possíveis complicações na saúde da gestante e do feto, permitindo intervenções precoces para garantir a saúde e bem-estar de ambos(Silva et al. 2014)

O enfermeiro também pode atuar de forma preventiva, fornecendo informações sobre medidas de segurança que ajudem a evitar acidentes ou traumas gestacionais. Isso pode incluir dicas sobre o uso adequado do cinto de segurança em veículos, precauções para evitar quedas ou acidentes domésticos e medidas de prevenção de violência doméstica (Garcia et al., 2018)

Em resumo, o papel do enfermeiro diante de pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais envolve uma série de ações e cuidados, desde a atenção emergencial, passando pelo controle da dor e suporte emocional, até a orientação e acompanhamento clínico durante o período gestacional. Para tanto, o enfermeiro deve estar preparado e capacitado para fornecer uma assistência de qualidade e atender às necessidades dessa população vulnerável (Silva et al. 2014).

A assistência à gestante e puérpera precisa ser integral, acolhedora e cuidadosa. “a integralidade deve ser fruto do esforço e confluência dos vários saberes de uma equipe multiprofissional, no espaço concreto e singular dos serviços de saúde”. Corroborando, Waldow (2004) explica que a gestão do cuidado ultrapassa o cumprimento de um papel profissional, mas sim de um relacionamento que ultrapasse a metodologia, a técnica e encontre caminhos no respeito, confiança, interesse, preocupação e apoio que extrapolam os processos formativos, pois são, sobretudo, humanos (Silva et al, 2020).

O fortalecimento do modelo assistencial é relevante para a formação de profissionais humanizados. Há a necessidade de preparar a parturiente efetivamente e oferecer uma assistência harmônica nesse ciclo gravídico-puerperal, que se resume em técnica, procedimento e embasamento teórico. Vale salientar que a falta de informação gera maiores riscos de complicações no pós-parto para a parturiente. (Teixerense, 2018).

A assistência obstétrica no país ainda está distante do ideal, principalmente quando se trata do sistema prisional brasileiro que não contempla o atendimento humanizado à gestantes e puérperas. As agressões físicas e psicológicas são constantes e deturpam a ideia da expectativa do “momento especial” que ao menos deveria ser a gravidez. As experiências são, em sua maioria, negativas e traumáticas, sem dignidade e humanização. Se em ambientes onde a gestante tem um aparato familiar e social melhor, essas situações já ocorrem, a situação é agrava quando se adentra o espaço de detentas, que por si só, são marginalizadas perante a sociedade (Silva et al, 2020).

No Brasil, vive-se hoje, o que se pode denominar de paradoxo perinatal: ao mesmo tempo em que há melhoras significativas na ampliação do acesso das mulheres aos serviços de saúde e à disponibilização de tecnologias para diagnóstico, há uma intensa medicalização do parto e do nascimento, com a manutenção de taxas elevadas de morbimortalidade materna e perinatal. Isto sinaliza uma baixa qualidade da atenção ao pré-natal  e  ao  parto.  A  taxa  de  53,7%  de  cesarianas  no  Brasil  é  um  dos  exemplos  mais  enfáticos  desta realidade (Lansky, et. al. 2014).

Partindo dessa premissa, alguns profissionais de saúde investidos de sua autoridade técnico-científica deixam de observar as regras e protocolos sobre as interações humanas, fazendo com que o vínculo entre seus pacientes e a relação de confiança seja quebrado, causando a perda da autonomia da mulher e do direito de decidir sobre o próprio corpo, ferindo assim o princípio básico e primordial da dignidade da pessoa humana. Ações arbitrárias fazem um terreno fértil para a consolidação das várias formas de violência que ocorrem durante o trabalho de parto. (Jardim, 2018).

Segundo Jardim, Lima, Reis, Menezes e Mercês (2017), “as ações dos profissionais devem seguir critérios pautados em evidências científicas”. Assim a Enfermagem pode e deve combater a violência obstétrica, de modo, primeiramente, a esclarecer à mulher os seus direitos e também acerca dos conceitos mais amplos que abrangem a violência obstétrica. Podem além disso, proporcionar uma assistência humanizada e digna para essas pacientes.

A RESOLUÇÃO COFEN 737 DE 2024 Destaca-se que, para compreender as contribuições do cuidado humanizado, é necessário que os especialistas possuam um papel essencial no cuidado à mulher durante o pré-natal, utilizando práticas clínicas pautadas em evidências, na experiência cuidativa baseada no respeito e apoio emocional. Portanto, torna-se pertinente a identificação de fatores socioculturais, fisiológicos e assistenciais para contribuição no processo de renovação da pesquisa científica. Nesse sentido, justifica-se a reflexão acerca dos profissionais no serviço do pré-natal, pois são os primeiros que precisam ser sensibilizados no âmbito biopsicossocial, garantindo integralidade.(Balde, 2017).

No contexto desses casos, o enfermeiro tem papel primordial na contribuição de apoio educativo e na realização de boas práticas, gerando uma prestação de serviço hospitalar ética e humana, resgatando assim os direitos fundamentais de autonomia no momento do parto e reconquistando o papel de cidadania da mulher. É dever da enfermagem fornecer informações sobre os sinais e sintomas do parto e de como aliviar as dores, explicar também sobre a evolução do trabalho de parto e os cuidados no pós parto e perguntar sobre dúvidas ou preocupações da cliente (Costa, 2019).

Diante disso nasceu do Plenário do Conselho Nacional de Saúde (CNS), em sua Trecentésima Quinquagésima Reunião Ordinária, realizada nos dias 31 de janeiro e 01 de fevereiro de 2024, e no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990; pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990; pela Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012; pelo Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006, e cumprindo as disposições da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e da legislação brasileira correlata; e Considerando a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que, entre outras garantias, dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que, entre outras providências, dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. Assim a Resolução nº734/2023 aprovada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) durante a 559ª Reunião Ordinária de Plenário, normatiza a atuação do Enfermeiro em cuidados e educação às pessoas, o que ocorre nesses casos de enfermeiros obstetras, tal resolução buscou normalizar a atuação do enfermeiro na assistência à mulher, recém nascido e família no parto. Ocorrendo isso a resolução atua diretamente na busca de diminuições de violências no campo obstétrico (CUNHA et al., 2024)

Costa (2019) diz que é basilar que haja a atenção para o “além do ambiente de saúde”, embora isso não signifique que atividades possam ser desenvolvidas no âmbito da saúde também. Nesse sentido, cabe falar das visitas familiares, que são de suma relevância para os pacientes doentes, além de proporcionar ao enfermeiro um conhecimento acerca do seu ambiente de atuação, bem como de inserção na comunidade.

A ocorrência de trauma gestacional é uma realidade que devem ser combatidas, através da qualidade da assistência  prestada,  e  a  participação  da  mulher  no  processo  do  cuidado,  levando  em  consideração as informações  repassadas  pela  gestante  e  seu  consentimento  em  relação  a  sua  situação  real  de  saúde, a explicação real dos riscos e benefícios de cada procedimento a ser realizado, e a garantia do direto de ter um acompanhante nesse processo tendo com foco uma política de humanização do atendimento (Ministério Da Saúde, 2014)

Nesse sentido, Pinelle (2002) discorre que a educação para a saúde da população é de suma importância, tendo em vista que é a base do êxito das ações priorizadas na atenção primária à saúde. O enfermeiro é o profissional hábil para a percepção do uso das estratégias cabíveis à aprendizagem, sabendo como utilizar os serviços de saúde para o usuário.

A assistência de qualidade ofertada pelos profissionais da saúde para estas mulheres, a humanização do parto é uma necessidade da parturiente que tem o direito de ser protagonista do seu parto, de receber auxilio de forma humanizada. Porém apontam-se ainda muitas dificuldades como a necessidade de capacitação profissional e a falta de estrutura física (Balde, 2017).

A violência obstétrica causa medo, tristeza e ansiedade na saúde de quem sofreu, provocando impactos negativos na qualidade de vida dessas mulheres. Políticas públicas adequadas e eficazes no combate contra esse tipo de violência são precisas. Salienta-se que os programas de qualificação e campanhas para  precaver tal violência, devem ser originados e desenvolvidos pelo Sistema Único  de Saúde, para que assim seja prestada uma assistência humanizada e apta para o cuidado e à saúde no contexto do parto e nascimento. A enfermagem tem um papel fundamental perante a prevenção das violências obstétricas, sendo responsável pela educação em saúde tanto para a equipe dos enfermeiros como para as mulheres, se tornando uma peça principal durante o momento do parto, sendo este o profissional de grande compromisso para impedir as situações agravadores a saúde da mulher e do bebê (Souza et al.,2020)

Embora o mecanismo do trauma nas gestantes ou puérperas seja bastante similar ao das pessoas não grávidas, existem algumas diferenças que devem ser ressaltadas. Com o volume uterino aumentado e ocupando a pelve, as vísceras se encontram relativamente protegidas durante os traumas penetrantes, e com o avançar da gestação, o risco para lesões do útero se torna gradativamente aumentado. A mesma observação ocorreu em pacientes que sofreram ferimentos que tiveram como porta de entrada o dorso. Em contraste com estes resultados, não houve envolvimento visceral em seis mulheres com locais de entrada anterior e abaixo do fundo uterino e em nenhuma delas o projétil chegou a atravessar a parede posterior do útero. Nesta publicação a taxa de mortalidade perinatal atingiu 50% dos casos7. Em geral, nos casos que envolvem acidentes penetrantes, a mortalidade materna atinge aproximadamente 5% dos casos (Cruz et al., 2019)

4. METODOLOGIA

4.1 TIPO DE PESQUISA

A presente pesquisa consistiu em uma revisão integrativa, esta revisão é baseada em uma análise de publicações de artigo, que discorram sobre a temática, artigos estes publicados entre os anos de 2019 á 2024, que tenham como temática o papel do enfermeiro frente ao enfrentamento da violência obstétrica.

A revisão integrativa que tem por objetivo fornecer informações abrangentes sobre o evento estudado, podendo influenciar na tomada de decisão e na melhoria da prática clínica, além de apontar lacunas no conhecimento. O método é confiável e facilita a utilização do conhecimento científico já que condensa os resultados de várias pesquisas, tornando-os mais acessíveis ao leitor (Mendes; Silveira; Galvão, 2008 p.98).

4.2 SELEÇÃO DOS ESTUDOS

As buscas dos artigos foram realizadas no Google Acadêmico, SciELO, Lilacs, Trabalhos Publicados, Livros. Se utilizou de artigos escritos por enfermeiros, estudantes e outros profissionais da saúde. Como descritores terá a combinação de palavras em língua portuguesa e língua inglesa.

Utilizando termos descritores ‘‘Enfrentamento’’, ‘‘Profissionais de enfermagem’’ e ‘‘Trauma Gestacional’’ e em língua inglesa: ‘‘Coping’’, ‘‘Nursing professionals’’ and ‘‘Obstetric Violence’’.

Assim, foram os Critérios de Inclusão: CI1- Artigos nos idiomas inglês, português que abordem a temática, frente a isso a elegibilidade de cada artigo serão escolhidos os que melhores se enquadrarem na pesquisa.

Critérios de Exclusão: CE1-Trabalhos duplicados, CE2- Estudos que vão antemão à temática e que fujam do tema.

4.3 COLETA DE DADOS

Tal mapeamento, buscou analisar de forma mais apurada os estudos, identificando dados que serão pertinentes para a presente revisão integrativa que tem por objetivo fornecer informações sobre a temática estudada.

A priori se desenvolveu uma seleção preliminar onde serão selecionados artigos que tragam em seu conteúdo informações importantes e dados fidedignas e que sejam relacionados à questão de pesquisa principal. Cada estudo deverá ser analisado minuciosamente, respeitando critérios de inclusão e/ou exclusão.

Posteriormente, chegou-se a seleção final, que será posterior a leitura das informações, constatando se o artigo é suficiente e relevante para a pesquisa, caso contrário tal estudo estará inapto para a seleção, sendo descartado, tornando-se necessário realizar a leitura completa de outros estudos.

4.4 ANÁLISE DOS ESTUDOS

Adiante ocorreu a avaliação de qualidade dos artigos, para se chegar a um conjunto de artigos, que serão aceitos para a revisão integrativa, e destes irá se coletar dados para responder às questões de pesquisa. A descrição do objetivo da pesquisa se encontra descrita da seguinte forma: Analisar; Conceituar; Descrever; Explicar. Com escopo de: Identificar o papel dos enfermeiros frente ao combate da violência obstétrica. Sob o ponto de vista: De autores e pesquisadores. Em relação a questão de Pesquisa que será: Quais os desafios dos profissionais de enfermagem na assistência ao combate da violência obstétrica.

4.5 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Nesta seção se descreveu a forma de interpretação dos resultados encontrados nas bases de dados supracitadas, utilizando todos os procedimentos de seleção. Respeitando os critérios de inclusão e exclusão.

Após á analise, realizou a interpretação dos dados, utilizando-se para interpretação os resultados que vão ao encontro do objetivo da pesquisa e que possa responder e resolver a a questão problema da pesquisa. Essa questão será refletida na representação da população feminina, com intervenção, acerca das ações dos enfermeiros que atuam no processo de repressão á prática de Violência Obstétrica, isto sob a interpretação e perspectiva de autores e pesquisadores.

Como já explicitado os idiomas dos artigos foram o inglês, português, dos estudos relacionados ao tema. E a seleção de artigos, será aqueles cujo os termos que foram utilizados serão agrupados e combinados, tanto na língua inglesa e portuguesa, as palavras-chave, serão:

‘‘Enfrentamento’’ e ‘‘Profissionais de enfermagem’’; ‘‘Enfrentamento’’ e ‘‘Trauma Gestacional’; ‘‘Profissionais de enfermagem’’ e ‘‘Trauma Gestacional’ e  em língua inglesa: ‘‘Coping’’ e ‘‘Nursing professionals’’; ‘‘Coping’’ e ‘‘Obstetric Violence’’; ‘‘Nursing professionals’’ e ‘‘Obstetric Violence’’.

4.6 Riscos

a) Risco de causar estresse emocional: o tema da pesquisa envolve situações de trauma e pode trazer à tona emoções negativas tanto para as pacientes quanto para os enfermeiros envolvidos.

b) Risco de conflitos éticos: há questões éticas envolvidas no cuidado de pacientes grávidas, especialmente quando se trata de traumas gestacionais. É importante ter cuidado para não violar a privacidade e confidencialidade das pacientes.

c) Risco de generalização inadequada: a pesquisa pode ser utilizada erroneamente para generalizar o cuidado de pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais, sem considerar que cada caso é único e requer um cuidado personalizado.

d) Risco de obter resultados imprecisos ou distorcidos: a pesquisa pode produzir resultados imprecisos e distorcidos se as perguntas não forem bem formuladas, ou se a amostra de pacientes e enfermeiros envolvidos não for adequadamente representativa.

e) Risco de negligência ou mau atendimento: a pesquisa pode destacar a importância da atuação do enfermeiro diante de pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais, mas isso não deve servir como justificativa para negligenciar o cuidado adequado ou falhar na prestação de um serviço de qualidade.

4.7 Benefícios

A pesquisa sobre o papel do enfermeiro diante de pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais pode trazer benefícios significativos, como:

a) Melhoria do atendimento: a pesquisa pode identificar as melhores práticas para atendimento de pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais, contribuindo para a melhoria da qualidade do cuidado.

b) Identificação de lacunas na formação dos enfermeiros: a pesquisa pode apontar as competências e habilidades essenciais para o atendimento dessas pacientes, promovendo a atualização e capacitação dos profissionais.

c) Prevenção de complicações: ao identificar as necessidades específicas das pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais, a pesquisa pode contribuir para a prevenção de complicações no decorrer da gestação.

d) Maior consciência sobre o tema: a pesquisa pode aumentar a conscientização sobre a importância do cuidado especializado para pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais, promovendo a sensibilização dos profissionais de saúde e da sociedade em geral.

e) Potencial de gerar novas pesquisas: a pesquisa pode fornecer insights e ideias para novas pesquisas na área da saúde materno-infantil, além de estimular grupos de pesquisa e a colaboração entre instituições.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A pesquisa teve como objetivo analisar  o papel do enfermeiro no atendimento às pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais. Dessa forma, identificou-se as competências e habilidades essenciais desse profissional nesse tipo de situação, a identificação de lacunas na formação dos enfermeiros, sugerindo aprimoramentos na capacitação desses profissionais. A percepção e a satisfação das pacientes em relação ao atendimento recebido pelos enfermeiros também serão avaliadas. A pesquisa teve potencial de contribuir para a prevenção de complicações na gestação e no parto de pacientes vítimas de traumas gestacionais e promover a conscientização dos profissionais de saúde e da sociedade em geral sobre a importância do cuidado especializado nesses casos.

Foram encontrados estudos nas bases de dados supracitadas anteriormente, após rigorosos critérios de exigibilidade, apenas 08 que tiveram compatibilidade com o tema, foram escolhidos que foram revisados ​​por pares, para os desfechos, organizou em subgrupos por tempo e por tipo de realização buscando assim uma alta qualidade de evidência, esta seleção pode ser observada no Quadros que seguem.

QUADRO 1 – DESCRIÇÃO DOS ESTUDOS INCLUÍDOS NA REVISÃO SISTEMÁTICA, SEGUNDO AUTOR (ES), TÍTULO E ANO DE PUBLICAÇÃO.

Fonte: (Próprio autor, 2024).

4.1 URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

A gravidez  se  constitui  em  um  fenômeno fisiológico  que  se  caracteriza  por  modificações  e  adaptações  biológicas  e  psicossociais,  que geralmente evolui de forma saudável. Contudo, em uma parcela desta população, por fatores ou características específicas, algumas gestantes evoluem com intercorrências e/ou agravos, ao que se classifica como gravidez de alto risco, o que poderá gerar uma evolução desfavorável ao binômio  mãe/filho.  Quando  esse  risco  é  evidenciado,  necessita-se  que  o  enfermeiro  com  a equipe de saúde realize os cuidados adequados e com qualidade (Lacerda et al., 2021)

A gestante traumatizada é uma paciente singular, porque são vitimadas duas pessoas simultaneamente. Ademais, as adaptações fisiológicas do organismo materno durante a gravidez alteram o padrão normal de resposta frente às diferentes variáveis envolvidas no trauma(1/4). Estas alterações da estrutura e função orgânicas podem influenciar a avaliação da gestante traumatizada pela alteração dos sinais e sintomas das lesões, alterar a abordagem e a resposta à ressuscitação volêmica, bem como o resultado dos testes diagnósticos. A gestação pode afetar, também, o padrão e a gravidade das lesões (Cruz et al., 2019)

Considerando o trauma, como principal causa não obstétrica de mortalidade materno-fetal e a falta de conhecimento das gestantes acerca dos riscos que estão expostas na rotina diária, elaborou-se uma cartilha de orientações quanto à prevenção de acidentes no período gestacional que podem causar traumas, intitulada “Prevenir acidentes durante a gestação: cuide bem da embalagem do seu melhor presente”, como mostra (Martins et al.,, 2019)

Gestantes vítimas de trauma, fenômeno antigamente raro, têm sido um problema cada vez mais comum a engrossar as estatísticas de morbimortalidade, em especial nos grandes centros urbanos, em geral às custas dos acidentes automobilísticos e do uso de armas de fogo. As mortalidades materna e perinatal relacionadas ao trânsito de veículos automotores podem ser reduzidas de maneira significativa, já que dependem em primeiro lugar de atitudes de prevenção primária tomadas pelos indivíduos, pelos fabricantes de veículos, pelos engenheiros de trânsito, pelos legisladores e, secundariamente, ao treinamento da equipe de saúde das emergências hospitalares no atendimento das gestantes vítimas de trauma (Martins et al.,2019)

As  doenças  que  mais  acometem  as  gestantes,  na maioria das vezes, produzem manifestações clinicamente detectáveis no decorrer da gestação. Porém,  usualmente  os  sinais  e  sintomas  aparecem  apenas  no  último  trimestre  da  gestação, quando  as  alterações  patológicas  se  encontram  em  um  estágio  avançado,  gerando  condições ameaçadoras à vida da mãe e/ou do concepto, expondo as gestantes desprovidas de assistência especializada  a  situações  de  urgências/emergências  obstétricas,  que  exigem  intervenções imediatas e, em alguns casos, até mesmo a interrupção da gravidez (Lacerda et al., 2021)

Ao longo da gestação, as mudanças hormonais afetam, emocionalmente, à mulher. Em cada trimestre da gestação há manifestações emocionais características que diferem a cada trimestre Devido às alterações emocionais, a gestante pode perder o equilíbrio, ficar desatenta e mais vulnerável a traumas. Na população brasileira poucos estudos têm avaliado as repercussões do trauma nas gestantes. Corsi et al.5 analisaram retrospectivamente 26 gestantes traumatizadas durante um período de nove anos. A média de idade destas pacientes foi de 23,7 anos. A idade gestacional esteve entre a 10ª e a 40ª semana, com uma média de 21,5 semanas, estando a maioria delas no segundo trimestre (46,1%). O principal mecanismo envolvido foi o trauma abdominal fechado por acidente automobilístico (Martins et al.,2019)

As Urgências e Emergências Obstétricas são situações que põem em risco a vida da  grávida  e  do  feto. Suas  prioridades  não  se  diferenciam  da  paciente  não  gestante  e  o atendimento  pré-hospitalar  móvel  surgiu  visando  reduzir  o  número  de  óbitos,  o  tempo  de internação em hospitais e as sequelas decorrentes do retardo terapêutico, em traumas, doenças agudas e PCR. As  vezes para ajudar na RCP é preciso um parto de emergência, quando esse risco  é  evidenciado,  precisa-se  de  uma  assistência  de  qualidade. Essa parcela de gestantes irá dar entrada no serviço de Urgência e Emergência apresentando algum agravo a sua saúde, sendo os mais comuns as Hemorragias do  primeiro  e  segundo  trimestres  da  gravidez,  Crise  Hipertensiva  incluindo  Pré-Eclampsia  e Eclâmpsia  (Lacerda et al., 2021)

 A mortalidade materna em 11,5% dos casos envolveu o choque hemorrágico e a fetal foi de 30,7%, sendo que 37,5¨% destes óbitos fetais foram provocados pela morte materna. A principal causa de mortalidade fetal envolveu o descolamento de placenta (50% dos casos. Neste fascículo da RBGO, Fraga et al. apresentam estudo no qual avaliaram retrospectivamente 13 gestantes vítimas de trauma abdominal grave submetidas a laparotomia na cidade de Campinas entre 1990 e 2002. Quarenta e seis porcento destas pacientes tiveram trauma abdominal penetrante produzido por arma de fogo, com metade destas pacientes apresentando lesão uterina. Em todos os casos nos quais houve lesão uterina os fetos morreram (Cruz, 2019)

O óbito de uma gestante ou puérpera vítima de trauma não é incluída no cálculo da razão  de  mortalidade  materna.  Tais  mortes  classificam-se  como  morte  “não  relacionada”  ou “morte  materna  não  obstétrica”,  diferentemente  das  mortes  maternas  obstétricas  diretas  e indiretas por, de forma presumida, não serem desencadeadas (diretas) nem agravadas (indiretas) pelo  estado  gravídico-puerperal. Observa-se  que  nas  unidades  hospitalares  analisadas  por outros autores, que os óbitos das gestantes em sua maioria foram por choque hemorrágico. Na população  brasileira,  poucos  estudos  avaliam  as  repercussões  do  trauma  nas  gestantes (Lacerda et al., 2021)

Embora o mecanismo do trauma nas gestantes ou puérperas seja bastante similar ao das pessoas não grávidas, existem algumas diferenças que devem ser ressaltadas. Com o volume uterino aumentado e ocupando a pelve, as vísceras se encontram relativamente protegidas durante os traumas penetrantes, e com o avançar da gestação, o risco para lesões do útero se torna gradativamente aumentado. A mesma observação ocorreu em pacientes que sofreram ferimentos que tiveram como porta de entrada o dorso. Em contraste com estes resultados, não houve envolvimento visceral em seis mulheres com locais de entrada anterior e abaixo do fundo uterino e em nenhuma delas o projétil chegou a atravessar a parede posterior do útero. Nesta publicação a taxa de mortalidade perinatal atingiu 50% dos casos7. Em geral, nos casos que envolvem acidentes penetrantes, a mortalidade materna atinge aproximadamente 5% dos casos (Cruz et al., 2019)

5.2 TRAUMA GESTACIONAL

Trauma é definido como um conjunto de perturbações provocadas inesperadamente por um agente físico, de etiologia multifatorial, com extensão variável, em que o dano pode ser geral ou localizada em segmentos do corpo. Pode ser por acidentes ou por violências, podendo levar óbito ou morbidades. A cada ano 5,8 milhões de pessoas morrem ou ficam debilitadas devido a acidentes traumáticos, em que 90% dos óbitos são em países de baixa e média renda interna bruta. Quanto aos custos, é interessante ressaltar que o trauma representa 12% dos custos das doenças do mundo (Lima e Santos, 2019).

A incidência de traumatismos durante o período gestacional vem aumentando nos últimos anos. protocolos das unidades de pronto atendimento 24 h oras [242] As causas mais comuns são: acidentes automobilísticos, atropelamentos e outros tipos de agressão. O trauma é a principal causa não-obstétrica de mortalidade materno fetal. Cerca de 80% das gestantes com choque hemorrágico tem morte do feto. A gestação provoca alterações em praticamente todos os órgãos e sistemas do organismo materno. O organismo da gestante apresenta reações diferentes diante de agressão traumática. As prioridades no tratamento da grávida traumatizada são as mesmas de uma paciente não gestante. Atenção deve ser dada ao segundo paciente, ou seja, o feto, depois que a mãe foi estabilizada. No trauma penetrante as outras vísceras ficaram relativamente protegidas pelo útero aumentado, que fica muito mais vulnerável. No trauma fechado, o líquido amniótico atua como um protetor fetal (Lima e Santos, 2019).

O trauma na gestação é uma das principais causas de mortes maternas não obstétricas em todo mundo. O uso do cinto se segurança de forma correta reduz a mortalidade e os desfechos negativos materno-fetais, sendo de extrema importância que o socorrista saiba interpretar a posição do cinto encontrada na vítima ou nas marcas deixadas por ele, relacionando assim, possíveis danos internos. Outras causas comuns de traumas na gestação são quedas, agressão física por parceiro íntimo, assaltos e perfurações causadas por armas brancas ou de fogo. Portanto um atendimento sistemático e de qualidade é necessário a fim de garantir maior sobrevivência e redução de agravos ao binômio materno fetal, exigindo que os socorristas sejam capazes de avaliar e conduzir a gestante, levando em consideração diferenças anatômicas, alterações fisiológicas e considerando o feto como segundo paciente (Cruz et al., 2019)

As evidências mostram que o trauma é a causa não obstétrica mais frequente de morbidade 6-7% em gestantes. O trauma na gestante pode estar relacionado às causas acidentais e intencionais. No primeiro estão os traumas advindos de acidentes domésticos, automobilísticos, atropelamentos, quedas etc. Destes 55% são representados pelos acidentes automobilísticos; 44% são traumas fechados apresentados especialmente por quedas. Assim, a mortalidade materna está associada a uma taxa de 10-11% no trauma. Entre as causas intencionais, inclui-se principalmente, a violência contra a mulher que se apresenta como um grave problema social e de saúde pública a ser enfrentado no Brasil. Por atingir a mulher em um momento de grande fragilidade física e emocional, a violência na gestação exige atenção especial dos serviços de saúde. Entre a população que mais sofre por traumas estão as gestantes, principalmente por acidentes automobilísticos que representam 3% dos acidentes que as gestantes estão envolvidas que podem ocasionar óbito ou risco de vida. O mecanismo do trauma na gestação se difere dos demais porque o corpo a gestante passa por diversas alterações, onde 3 ao decorrer da gestação o principal exposto a sofrer lesões é o útero devido a seu aumento de volume, o qual está composto por diversos anexos do útero na gestação, sendo um dos principais mais afetados nos traumas a placenta, podendo ocasionar deslocamento de placenta em 58,8% dos casos (Fernandes, 2022).

As emergências traumáticas são entendidas como situações que podem representar risco de óbito para o paciente, necessitando de intervenções imediatas. O atendimento inicial de um paciente em situação de emergência demanda uma avaliação sistemática e objetiva³. Neste cenário, é possível observar que a incidência de traumatismos durante o período gestacional, acompanha os indicadores globais, e vem aumentando nos últimos anos, devido à crescente participação da mulher na sociedade, mesmo durante a gravidez, tornando-a mais sujeita a situações da violência urbana (Pontes et al., 2020)

O consumo de O2 está aumentado durante a gestação e a manutenção de oxigenação adequada é importante na fase de reanimação da paciente grávida traumatizada. Na gestante, há um aumento do volume plasmático, levando a uma diminuição da hemoglobina, que fica em aproximadamente 11 g/dl e do hematócrito, que pode chegar a 31 a 35% no final da gestação. Algumas pacientes podem exibir profunda hipotensão quando em decúbito dorsal devido à compressão da veia cava inferior e da própria aorta abdominal pelo útero aumentado. Esta situação é resolvida quando se coloca a paciente em posição de decúbito lateral esquerdo. Nas grávidas o tempo de esvaziamento gástrico está aumentado e o estômago fica comprimido pelo útero, tornando a paciente mais vulnerável a aspiração pulmonar. A hemorragia é a principal causa de morte no período pós-traumático e plenamente passível de um tratamento rápido e eficiente no próprio cenário extra-hospitalar (Lima e Santos, 2019).

Embora o mecanismo do trauma nas gestantes seja bastante similar ao das pessoas não grávidas, existem algumas diferenças que devem ser ressaltadas. As alterações fisiológicas observadas na gestação são decorrentes, principalmente, de fatores hormonais e mecânicos, e os ajustes verificados no organismo da mulher devem ser considerados normais durante o estado gravídico, embora determinem, por vezes, pequenos sintomas que afetam a saúde da paciente4 . A partir do exposto acima destaca-se que durante o atendimento a uma gestante vítima de trauma, além da presença do feto, deve-se também estar atento para as adaptações fisiológicas da gestação, que podem alterar vários parâmetros morfológicos e funcionais no organismo materno (Pontes et al., 2021)

As hospitalizações decorrentes de acidentes em gestantes são normalmente traumas fechados, relacionados a mecanismos automobilísticos, quedas, atropelamentos, motociclista, são os mais encontrados na literatura relacionados a traumas em gestantes. Esses traumas podem não estar devidamente notificados, pois as mulheres com acidentes menores podem não ir ao hospital, e também as que morrem no local não são notificadas no hospital. As gestantes traumatizadas são pacientes especiais, devidos as alterações psicológicas e fisiológicas da gestação, como aumento de volume uterino, frequência cardíaca, hipotensão, que podem por exemplo permitir que a gestante perca cerca de 30% do volume circulante sem alterações de sinais vitais diretamente da mulher, mas que pode influencia diretamente do feto. E esse aumento de volume uterino permite que os traumas penetrantes afetem principalmente o útero, diminuindo a possibilidade de atingir outros órgãos (Fernandes, 2022).

As prioridades no tratamento da gestante traumatizada são as mesmas de uma paciente não grávida. Entretanto, a reanimação e a estabilização devem ser adequadas às alterações anatômicas e fisiológicas que ocorrem durante a gravidez. A presença do útero gravídico saliente no abdome é uma das modificações fisiológicas e anatômicas mais importantes durante o trauma. À medida que o útero cresce em volume, aumenta a exposição do feto a possíveis traumas abdominais diretos. Além disso, a compressão do útero gravídico sobre a veia cava inferior, quando a paciente se encontra em decúbito dorsal horizontal, promove redução da pré-carga e consequentes sintomas de redução do débito cardíaco (Pontes et al., 2020).

5.3 O PAPEL DA ENFERMAGEM NOS CUIDADOS COM GESTANTES TRAUMATIZADAS.

As gestantes traumatizadas são pacientes especiais, devidos as alterações psicológicas e fisiológicas da gestação, como aumento de volume uterino, frequência cardíaca, hipotensão, que podem por exemplo permitir que a gestante perca cerca de 30% do volume circulante sem alterações de sinais vitais diretamente da mulher, mas que pode influencia diretamente do. E esse aumento de volume uterino permite que os traumas penetrantes afetem principalmente o útero, diminuindo a possibilidade de atingir outros órgãos (Lima e Santos, 2019).

Em relação ao atendimento às urgências, evidencia a necessidade de estabelecer competências para a capacitação e habilitação para esse tipo de atendimento com vista a reforçar e aperfeiçoar os conhecimentos. A sensação de segurança adquirida pelo profissional com treinamento proporciona o preparo necessário para prestar um atendimento satisfatório às vítimas de politrauma. A equipe de enfermagem deve ter um raciocínio clínico visando promover a assistência adequada para cada tipo de trauma, respeitando os protocolos. Em casos de assistência a gestante, o profissional precisa estar atento às modificações fisiológicas e anatômicas da vítima (Cruz, 2019)

Por isso, a abordagem da assistência a gestante traumatizada deve-se ter uma atenção especial, uma vez estão sendo tratados dois pacientes, sendo priorizado a atenção materna, uma vez que o feto demente do estado da mãe. Em que, nas primeiras quatros horas após o trauma grave é preciso monitoramento intenso após a 20ª semana de gestação, e se nesse período a gestante apresentar pelo menos seis contrações por hora, ou alto grau de lesão com risco fetal, é preciso aumentar o monitoramento para 24 horas pois há grande probabilidade de descolamento de placenta, sendo de extrema importância o treinamento específico da equipe de saúde de atendimento a gestante traumatizada. O gerenciamento desses pacientes especiais é preciso ser realizado por uma equipe multidisciplinar e treinadas para esses casos específicos, sendo outro fator fundamental para a diminuição taxas de morbimortalidade materna-fetal (Lima e Santos, 2019).

A conduta nos casos de gestantes traumatizadas, do mesmo modo que fora da gestação, requer um acesso rápido às lesões e a instituição de medidas terapêuticas de suporte à vida no menor tempo possível (“hora de ouro”), dentro de um tratamento sistematizado que já é consagrado no âmbito da medicina de emergência (Almeida et al., 2019)

Figura 03- Protocolo de conduta no trauma em gestante.

Fonte: Almeida et al., (2019)

Assim como, o cuidado em alguns tratamentos que devem ser quando realmente não há outra opção, uma vez que tem potencial para prejudicar feto, como por exemplo na utilização de alguns fármacos, ou até mesmo na radiografia sabendo-se que a exposição de radiação durante o primeiro trimestre pode ocasionar efeitos teratogênicos, e até mesmo oncogênicos quando a exposição ocorre após a 20º semana de gestação. Salientando também que para diminuir as taxas de morbimortalidade materna e fetal é através de prevenção dos acidentes, em ações que parecem simples como a utilização correta do cinto de segurança, airbags em automóveis, capacetes, educação no trânsito, que podem reduzir significativamente o risco de lesões nas gestantes e não aumenta o risco de alterações no feto (Lima e Santos, 2019).

A utilização e o conhecimento acerca dos protocolos apoiam o profissional na determinação das prioridades clínicas, pois está fundamentado em parâmetros objetivos e pautados em evidências clínicas11 . Além de configurar instrumentos importantes na redução da mutabilidade do comportamento assistencial entre os profissionais da equipe de enfermagem e possibilitar maior segurança para os atores envolvidos no processo de cuidar e nos seus resultados12 . As condutas preconizadas na gestante com PCR seguem a mesma doutrina recomendada às não grávidas. Todavia, deve-se atentar a algumas peculiaridades decorrentes das alterações fisiológicas durante a gestação. Porém, apesar dos profissionais de enfermagem terem consciência de que existem diferenças no atendimento à gestante vítima de trauma, estes profissionais não sabiam dizer quais diferenças seriam estas. Quando foi questionado sobre a priorização do atendimento a gestante em relação ao feto, os profissionais relataram que o atendimento deve ser voltado para a estabilização desta gestante, porém, não sabiam justificar o porquê, embasando somente em suas opiniões pessoais e experiências vividas. É recomendado avaliar e ressuscitar a mãe primeiro, e então, avaliar o feto, de forma a garantir um melhor resultado para ambos (De Boer, 2019).

O fortalecimento do modelo assistencial é relevante para a formação de profissionais humanizados. Há a necessidade de preparar a parturiente efetivamente e oferecer uma assistência harmônica nesse ciclo gravídico-puerperal, que se resume em técnica, procedimento e embasamento teórico. Vale salientar que a falta de informação gera maiores riscos de complicações no pós-parto para a parturiente.(Teixerense, 2018).

A assistência obstétrica no país ainda está distante do ideal, principalmente quando se trata do sistema prisional brasileiro que não contempla o atendimento humanizado à gestantes e puérperas. As agressões físicas e psicológicas são constantes e deturpam a ideia da expectativa do “momento especial” que ao menos deveria ser a gravidez. As experiências são, em sua maioria, negativas e traumáticas, sem dignidade e humanização. Se em ambientes onde a gestante tem um aparato familiar e social melhor, essas situações já ocorrem, a situação é agrava quando se adentra o espaço de detentas, que por si só, são marginalizadas perante a sociedade (Silva et al, 2020).

No  Brasil, vive-se hoje, o que se pode denominar de paradoxo perinatal: ao mesmo tempo em que há melhoras significativas na ampliação do acesso das mulheres aos serviços de saúde e à disponibilização de tecnologias para diagnóstico, há uma intensa medicalização do parto e do nascimento, com a manutenção de taxas elevadas de morbimortalidade materna e perinatal. Isto sinaliza uma baixa qualidade da atenção ao pré-natal  e  ao  parto.  A  taxa  de  53,7%  de  cesarianas  no  Brasil  é  um  dos  exemplos  mais  enfáticos  desta realidade (Lansky, et. al. 2014).

Avaliar as vias aéreas com controle da coluna cervical. Utilizar a manobra manual de elevação modificada da mandíbula com concomitante estabilização manual da cabeça e pescoço. Lembrar que pela compressão do estômago pelo útero e pelo tempo de esvaziamento gástrico aumentado, que o estômago da grávida deve ser considerado como cheio. Observar medidas para evitar a aspiração do conteúdo gástrico para as vias aéreas, ou seja, a rotação lateral do corpo em bloco e aspiração apropriada das vias aéreas superiores. Administrar O2 suplementar sob máscara com reservatório. Ventilar a vítima caso a ventilação esteja inadequada na frequência de 12 a 16/min.

Posicionar a paciente imobilizada sobre prancha longa inclinada para a esquerda, ou alternativamente o útero pode ser deslocado manualmente para a esquerda enquanto a paciente não estiver sobre a prancha. Avaliar a possibilidade de cesárea de emergência em caso de PCR. Obter acesso venoso a duas veias periféricas de extremidade superior, com cateteres de calibre mínimo de 16, e a reposição de um volume líquido inicial de 1 a 2 litros de Ringer Lactato ou soro fisiológico administrados tão rapidamente quanto possível. Obter Ht, gasometria arterial, glicemia, eletrólitos e função renal. Reavaliar a paciente após a infusão de líquido e a infusão suspensa se a PA chegar a 90 mmHg de sistólica. protocolos das unidades de pronto atendimento 24 h oras [244]. Efetuar o transporte da paciente para o hospital em todos os casos. Incluir no exame a avaliação da irritabilidade uterina (presença de contrações e seu ritmo) e a altura do fundo de útero. Prestar atenção a saída de líquido amniótico ou sangramentos vaginais. Anotar todos os dados observados e comunicá-los ao médico do hospital de referência (De Boer, 2019).

Além disso, é importante que o enfermeiro esteja atento às questões de comunicação e respeito às escolhas da paciente. A vítima de trauma gestacional pode estar vivenciando uma situação muito difícil e é fundamental que o enfermeiro seja empático e saiba se comunicar adequadamente, transmitindo informações de forma clara e respeitando as escolhas e crenças da paciente. De acordo com o Ministério da Saúde, as principais causas de traumas gestacionais são quedas e acidentes automobilísticos, responsáveis por cerca de 60% dos casos. Diante dessa realidade, torna-se fundamental o papel do enfermeiro no cuidado a pacientes grávidas vítimas de traumas. (De Boer, 2019).

O enfermeiro deve estar preparado para atuar em situações de emergência, identificando possíveis riscos à saúde da gestante e do feto. Segundo Carvalho et al. (2012), “o enfermeiro intervém de forma rápida, inteligente e segura, identificando e corrigindo os aspectos que possam agravar o trauma, a gestação e o feto”.

Além disso, é importante que o enfermeiro atue no controle da dor e no suporte da gestante, uma vez que o trauma pode gerar estresse e ansiedade. Segundo Silva et al. (2014), “o enfermeiro tem um papel importante na assistência à gestante vítima de trauma, oferecendo suporte e controle da dor”.

No entanto, o cuidado não deve se restringir apenas ao momento do atendimento emergencial. O enfermeiro deve orientar a gestante sobre cuidados com a saúde e acompanhamento médico durante todo o período gestacional. De acordo com Carvalho et al. (2012), “a orientação em relação aos cuidados com a gestação, avaliação do feto e acompanhamento clínico devem ser desenvolvidos em conjunto com a equipe de saúde”.

Assim, o papel do enfermeiro diante de pacientes grávidas vítimas de traumas gestacionais envolve a atuação em situações de emergência, controle da dor e suporte, orientação sobre cuidados com a saúde e acompanhamento durante o período gestacional. Para isso, é fundamental que o enfermeiro esteja preparado e capacitado para atender a essa demanda de cuidado em saúde. Por fim, o enfermeiro deve estar atualizado em relação às evidências científicas e às boas práticas de assistência a gestantes vítimas de traumas. A educação continuada é fundamental para que o enfermeiro possa oferecer a melhor assistência possível, baseada em evidências científicas atualizadas e práticas clínicas éticas e seguras (Silva et al. 2014)

A pesquisa realizada nos mostra um déficit de conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre o atendimento a gestante vítima de trauma, sendo também evidenciado desconhecimento a respeito de protocolos voltados a este atendimento e sobre as diferenças e prioridades que a gestante pode apresentar em tais circunstâncias. Destaca-se ainda um déficit a respeito de protocolos emergenciais para vítimas de trauma de um modo geral. Através das análises evidencia-se a necessidade de uma capacitação sobre ambos os temas, a fim de melhorar a qualidade da assistência prestada a esse público, bem como a inserção desta temática nos cursos de graduação de forma mais aprofundada (De Boer, 2019).

6. CONSIDEREÇÕES FINAIS

Gestantes vítimas de trauma, na sociedade era antes um fenômeno raro, porém com o passar dos tempos se tornou um problema cada vez mais comum, tento aumentos significativos e engrossando as estatísticas de morbimortalidade, tendo impactos nos índices de mortalidades materna e perinatal, observou-se que a diminuição de tais estatísticas depedem em primeiro lugar de atitudes de prevenção e, secundariamente, ao treinamento da equipe de saúde das emergências hospitalares no atendimento das gestantes vítimas de trauma.

A morte de uma gestante ou puérpera vitimada por trauma são classificadas como morte “não relacionada” ou “morte materna não obstétrica”, diferenciando-se das mortes maternas obstétricas diretas e indiretas. A presente pesquisa alcançou seus objetivos, nos quais ao decorrer da mesma foi demonstrado o que é trauma gestacional, os impactos, desde e ainda a importância de profissionais de enfermagem nesse momento, na mesma perspectiva observou-se um déficit de conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre o atendimento a gestante vítima de trauma, evidenciado um certo desconhecimento a respeito de protocolos voltados a este atendimento e assim através das análises evidencia-se a necessidade de uma capacitação sobre os temas, a fim de melhorar a qualidade da assistência prestada bem como a inserção desta temática em outros estudos de forma mais aprofundada.

Os resultados permitiram concluir que a equipe de enfermagem deve estar ciente das peculiaridades da gestante para realizar uma assistência de eficiência e estar sempre se atualizando dos protocolos que o permita oferecer um atendimento de qualidade. Além disso sugere-se estudos que destaca-se ainda mais a importância e necessidade do enfermeiro que atua no atendimento com o objetivo de proporcionar a gestante um cuidado excelência.

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