O PAPEL DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NO ENSINO À CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN: UMA REVISÃO DE LITERATURA

THE ROLE OF ASSISTIVE TECHNOLOGY IN TEACHING CHILDREN WITH DOWN SYNDROME: A LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10718243


Rejanea Alves Machado[1]
Leandro Mota Feitosa[2]
Weliton Mariano de Assis[3]
Rafael Vilas Boas Garcia [4]


RESUMO:  A tecnologia assistiva é importante para o aprendizado dos alunos com deficiência, devido o contato dos mesmos com os materiais digitais. Na relação do aluno com o computador, por exemplo, as limitações de coordenação e compreensão são amenizadas com a utilização da máquina, nesta interação o aluno com deficiência age de maneira autônoma, assim, como consequência, melhorando sua cognição, desta maneira o presente estudo tem por objetivo de analisar na literatura a importância da tecnologia assistiva no ensino à criança com síndrome de down. Trata-se de uma revisão de literatura Trata-se de uma revisão de literatura, descritiva e qualitativa estruturadas com estudos relativos aos papel das tecnologias assistivas no ensino a criança com síndrome de down , que obteve como fonte de pesquisa filtragem em bases de dados indexadas. Os estudos utilizados foram em nos idiomas inglês e português publicados nos últimos 10 anos.  Os resultados e discussões deste estudo foram divididas em três tópicos sendo eles: Abordagem da síndrome de down e a educação inclusiva, abordagem das tecnologias assistivas de ensino na educação inclusiva, estratégias utilizadas por professores para o ensino ao aluno com síndrome de down. Espera-se que a presente revisão impulsione estudos locais sobre a temática, uma vez que o objetivo é otimizar e ampliar o uso das tecnologias assistivas na educação.

Palavras-chave: Tecnologia Assistiva (TA); Educação; Síndrome de Down.

ABSTRACT: Assistive technology is important for the learning of students with disabilities, due to their contact with digital materials. In the student’s relationship with the computer, for example, the limitations of coordination and understanding are alleviated with the use of the machine. In this interaction, the student with disabilities acts autonomously, thus, as a consequence, improving their cognition, in this way the present study aims to analyze in the literature the importance of assistive technology in teaching children with down syndrome. This is a literature review This is a descriptive and qualitative literature review structured with studies relating to the role of assistive technologies in teaching children with down syndrome, which obtained filtering in indexed databases as a research source . The studies used were in English and Portuguese published in the last 10 years. The results and discussions of this study were divided into three topics: Approach to down syndrome and inclusive education, approach to assistive teaching technologies in inclusive education, strategies used by teachers to teach students with down syndrome. It is hoped that this review will encourage local studies on the topic, since the objective is to optimize and expand the use of assistive technologies in education.

KEYWORDSAssistive Technology (AT); Education; Down’s syndrome.

1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos o Brasil tem buscado vencer o preconceito relacionado aos indivíduos que possuem algum tipo de deficiência. Em 2012 o censo do IBGE evidenciou uma população de 45.606.048 brasileiros, e deste total 23,9% possuem algum tipo de deficiência, seja ela visual, auditiva, física ou intelectual. Esse número continua a aumentar com o passar dos anos, e com isso vem a luta da sociedade para garantir direitos e políticas públicas inclusivas a todos (ANTUNES, 2017).

Por muitos anos a síndrome de down ficou conhecida como uma doença, porém hoje ela é reconhecida como uma deficiência que é evidenciada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maioria das células do indivíduo. Por este  motivo, não se deve falar em tratamento ou cura para a trissomia 21, pois esse processo ocorre no momento de concepção da criança (COSTA; BRAGA, 2023).

As crianças com síndrome de down possuem algumas características específicas, sendo elas olhos amendoados, maior predisposição para o desenvolvimento de algumas doenças e hipotonia muscular, em geral essas crianças são menores em tamanho e podem apresentar desenvolvimento físico e intelectual diferentes da esperada para a idade. Desta maneira, para que haja melhor desenvolvimento é necessário que desde da primeira  infância criança esteja inserida em um ambiente de aprendizagem escolar (COSTA; BRAGA, 2023).

O ensino à pessoa com deficiência ainda é uma temática muito discutida e desafiadora. Quando se fala de criança com síndrome de down, o processo de ensino torna-se desafiante, pois apesar dos inúmeros avanços tecnológicos os professores ainda encontram dificuldade em sua prática ao ensinar, uma vez que esses são atravessados por condições estruturais precárias que vão desde a falta de estrutura física adequada, recursos humanos qualificados e financeiros que direcionam aos déficits no acolhimento e ensino dos alunos com síndrome de down nas escolas (ANTUNES, 2017).

Além do que foi abordado anteriormente, as crianças com síndrome de down tendem a perder a concentração rapidamente e possuem um grau de déficit de aprendizagem, o que torna o processo de ensino mais trabalhoso (CARBONE; CASTALDI;  SZPUNAR, 2023). Os professores costumam fazer uso dos recursos disponíveis nas escolas para ensino, e um deles são as tecnologias assistivas, na qual esta tecnologia tem facilitado cada vez mais a vida cotidiana das pessoas, e na educação ela vem promovendo diversos proveitos e facilidades no processo de ensino e aprendizagem. No que se refere a tecnologia assistiva na educação, esta é de suma importância, pois, otimiza a aprendizagem, aumentando as potencialidades de cada aluno (BERSCH, 2017).

Entende-se que a tecnologia assistiva é importante para o aprendizado dos alunos com deficiência, devido o contato dos mesmos com os materiais digitais. Na relação do aluno com o computador, por exemplo, as limitações de coordenação e compreensão são amenizadas com a utilização da máquina, nesta interação o aluno com deficiência age de maneira autônoma, assim, como consequência, melhorando sua cognição (SILUK, 2013). Penso que dessa maneira conseguimos cobrir tanto quais são, quanto descrever como são utilizadas, se são efetivas, o uso de estratégias e tecnologias assistivas educacionais que possibilitam a acessibilidade e efetividade nas ações de ensino para essas crianças e outras demandas que podem surgir durante a pesquisa.

Diante do atual contexto, o presente estudo objetiva analisar na literatura a importância da tecnologia assistiva no ensino à criança com síndrome de down.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Quando se fala em educação inclusiva, é sempre importante resgatar a história, os movimentos e desafios enfrentados pela população para alcance dos direitos que se tem garantido hoje a pessoa com deficiência. A partir da década de 80, passou-se a falar de educação inclusiva no Brasil, outrora, a pessoa era vista apenas com uma “deficiência” privada de seus direitos, e na maioria das vezes a assistência prestada era apenas nas instituições privadas. Ou seja, na sociedade e nas escolas havia a separação de alunos “normais” e “anormais”, não havendo investimentos e nem olhares voltados a este público (BONDAN; WERLE; SAORIN, 2022).

O educação especial foi vista por muitos anos apenas como assistência ao aluno com “deficiência”, na qual este aluno não possuía direitos garantidos, não havia capacitações e nem se falava sobre o ensino as pessoas com deficiência, a assistência ofertada pelo governo a estes indivíduos era apenas de saúde, não havia uma educação em saúde sobre as patologias, o que acabava tornando a população ignorante sobre a temática, o que consequentemente fazia com que a sociedade visse esse publico como marginais, que não podiam ter uma vida social, até mesmo impedidos de se comunicarem e que deveriam ser excluídos  (BUENO; BUENO; PORTILHO, 2023).

O conhecimento é algo que liberta o indivíduo, pois a partir do momento que passou-se a falar sobre, o cenário começou a mudar. Anteriormente no século de XIX quando começou-se a falar de educação especial, este ensino atendia apenas indivíduos com deficiências auditivas e visuais, excluindo as pessoas com outros tipos de necessidades especiais. É importante ressaltar, que os direitos começaram a ser reivindicados a partir de uma minoria que não se conformava com a atual situação, desta maneira, foram surgindo grupos, em defesa dessa educação inclusiva (BONDAN;WERLE; SAORIN, 2022).

Um marco importante durante este processo foi em 1930, no qual iniciou-se de maneira efetiva a educação escolar das pessoas com deficiência. Com profissionais despreparados para o ensino a essas crianças, em 1954 surgiu a associação de pais e amigos excepcionais, na qual essa associação predominou o Brasil durante este período, pois estes conseguiam prestar um ensino integrado ao público com necessitava de atendimento especial, o governo neste cenário passou a contribuir com associação, e essas instituições começaram a partilhar e disseminar as metodologias e materiais específicos para o ensino a estes alunos, trazendo uma capacitação aos professores (BUENO; BUENO; PORTILHO, 2023).

A década de 70 foi marcada pela política de Educação Especial, que foi orientada pelo ministério da educação (MEC), no qual este instituiu a criação de classes especiais e escolas especiais para as instituições de ensino. Em 1988 a constituição também trouxe alterações significativas aos indivíduos com deficiência . Nos anos 90, especificamente em junho de 1994, teve-se um marco importante para a história da educação especial, que foi a Declaração de Salamanca que foi idealizada para direcionar organizações e governos em suas atividades para que as escolas estivessem com estrutura tanto para alunos com necessidades especiais quanto para alunos bem dotados, a partir disso foi disseminado no Brasil o direito de educação para todos (BRASIL, 1994; BEZERRA; ANTERO, 2022).

Em 1996 tem-se como marco a criação da Lei de Diretrizes Bases da Educação (LDB), na qual esta traz um capítulo específico para a educação especial, na qual esta traz que em casos de necessidades haverá um apoio especializado para atendimento a indivíduos com deficiência. Em 2002 começou a ser inserido na grade curricular do professor o ensino inclusivo a pessoas com deficiência, além de outros decretos e políticas criados ao longo dos anos. Em 2015 por fim, foi criado a Lei nº 146, que dispõe da inclusão da pessoa com deficiência (LDI) (BRASIL, 1996; 2015; BEZERRA; ANTERO, 2022).

3 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão de literatura, descritiva e qualitativa estruturadas com estudos relativos aos ruídos e seus impactos na unidade neonatal, que obteve como fonte de pesquisa filtragem em bases de dados.

As buscas foram realizadas nas bases de dados indexadas: Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Web Of Science, Scopus,  Literatura atino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram utilizados como descritores as palavras: Tecnologia Assistiva (TA), Educação, Síndrome de Down. Foram incluídos no estudo artigos científicos e periódicos que abordassem sobre a temática, disponível na íntegra, no idioma português, e que foram publicados nos últimos 5 anos.

O presente estudo foi realizado durante o mês de julho de 2023 e os estudos foram realizados com base na literatura datada no período de 2018 a 2022, considerando as palavras chaves: Tecnologia Assistiva (TA), Educação, Síndrome de Down

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para melhor abordagem dos resultados e discussões, a presente seção foi dividida em três tópicos, sendo elas: Abordagem da síndrome de down e a educação inclusiva, abordagem das tecnologias assistivas de ensino na educação inclusiva, estratégias utilizadas por professores para o ensino ao aluno com síndrome de down.

4.1 Abordagem da síndrome de down e a educação inclusiva

A educação inclusiva abrange o ensino a indivíduos com inúmeras patologias, e dentre elas uma é a síndrome de down, na qual é mundialmente conhecida por se tratar de uma desordem cromossômica, conhecida como a trissomia do 21, na qual esta progride para deficiência intelectual ou de desenvolvimento (OPOKU et al, 2019).

A literatura aponta que indivíduos com diagnósticos de síndrome de down, denotam déficits de aprendizagem, organizacionais e comportamentais, e ao longo dos anos estes alunos tem tido um ensino especial, muitas países no mundo dispõem de escolas especiais apenas para alunos com síndrome de down, mas estudos apontam que a participação deste aluno em uma sala regular contribui para o desempenho de habilidades linguísticas, acadêmicas, de autoajuda, e socialização, quando comparado aos indivíduos que estudam em escolas especiais (FARAGHER;CLARKE, 2016). 

A Arábia Saudita é conhecida hoje por ser o país com maior incidência de casos de síndrome de down, onde essa patologia acomete um a cada 550 nascimentos, isso se dá, em grande possibilidade, devido ao índice de gestação em mulheres com idade avançada (ALABRI, 2017).

E apesar de a Arábia Saudita ser o país com maior incidência, não há investimentos na educação das crianças com síndrome de down, geralmente as crianças que possuem essa patologia não possuem acesso ao ensino de qualidade e pautado em suas necessidades, pois não há profissionais capacitados na rede de ensino para os mesmos, sendo vários fatores que abraçam esse cenário como religião, vulnerabilidade social, falta de apoio financeiro, social que o governo não disponibiliza (ALABRI, 2023).

Por outro lado, o IBGE no ano de 2021 evidenciou com o censo que no Brasil 300 mil brasileiros nasceram com síndrome de down, sendo a incidência dos casos de 1 em cada 700 nascimentos. Diante os casos no país, hoje, o Brasil investe nas instituições de ensino buscando promover uma educação de qualidade para os mesmos, trazendo a inclusão e capacitação dos professores que se encontram nas redes municipais e estaduais (IBGE, 2021).

Hoje no Brasil as escolas públicas oferecem a educação especial (ensino no qual há um professor especialista em educação inclusiva para prestar assistência a um aluno especifico) e o ensino regular na mesma instituição o que possibilita que o aluno com síndrome de down tenha acesso a uma metodologia singular, voltada ao seu aprendizado, mas permite também que este individuo interaja na sala regular com outros alunos, promovendo a inclusão do mesmo no meio (BONDAN;WERLE; SAORIN, 2022).

Um estudo realizado na Irlanda por Lusby e Heinz (2020), traz a importância dos pais no ensino a criança com síndrome de down, pois apesar do ensino escolar, esta deve ter um acompanhamento e incentivo pelos pais em casa para que haja um melhor desenvolvimento da linguagem. O grande desafio é que devido ao acúmulo de atividades realizadas pelos pais durante o trabalho, muitos não priorizam este momento com as crianças, dificultando o ensino e desenvolvimento da mesma. Desta maneira, o ensino a criança com síndrome de down é realizado por várias mãos, e uma delas é o ceio familiar, pois se houver uma resposta positiva deste âmbito, consequentemente o professor em sala de aula terá maior facilidade para ensino do indivíduo (LUSBY; HEINZ, 2020).

Em Gana, os estudos reforçam a importância do governo ao investir em um ensino diferenciado para pessoas com deficiência, uma vez que no pais a educação é um direito garantido na constituição, porem com a privatização do ensino a elite consegue ter um ensino de qualidade nas escolas particulares, e as pessoas em situação de vulnerabilidade dependem do governo que por vezes não ofertam materiais de ensino, cobram taxas abusivas, dificultam a educação pública, o que proporciona ao professor um ambiente sem recursos para ensino de crianças com deficiência, pois estas precisam de ferramentas e materiais diferenciados (OPOKU et al, 2019).

No Brasil a educação é um direito garantido também em constituição, mas com os inúmeros movimentos sociais cada vez mais ela tem sido vivenciada na prática. A educação especial tem sido implementada no decorrer dos anos, capacitações e especializações são ofertadas no mercado para melhor conhecimento dos profissionais das estratégias que estes podem utilizar, para crianças com síndrome de down, o uso das tecnologias assistivas de ensino são bastante relevantes, uma vez que estas conseguem prender a atenção e desenvolver habilidades no indivíduos, e estas podem ser utilizadas tanto no ensino pelo professor, quanto como complemento pelos pais de maneira residencial (BONDAN;WERLE; SAORIN, 2022).

4.2 Abordagem das tecnologias assistivas de ensino na educação inclusiva

A tecnologia assistiva é uma ciência que está conquistando o seu espaço em especial devido as políticas voltadas a inclusão e seus moderadores. A tecnologia assistiva pode ser conceituada como uma palavra usada para identificar o conjunto de recursos e serviços que promovem ou ampliam as habilidades de indivíduos com deficiência, objetivando proporcionar ao individuo independência, autonomia, inclusão social e melhora na qualidade de vida (ARPACIK.; KURŞUN; GÖKTAŞ, 2018).

É comum as pessoas assimilarem tecnologias assistivas ao mundo da tecnologia, mas na verdade a abordagem dessa temática vai muito além. São exemplos de tecnologias assistivas as rampas de acesso a calçadas e prédios, andadores, softwares ampliadores de tela, aparelhos para surdez, avatares de libras, hardwares com impressoras braile, dentre outros (COSTA; BRAGA, 2023).

De modo geral os recursos da tecnologia assistiva são classificados de acordo com cada grupo e seus níveis de dificuldade, possibilitando qualquer pessoa com necessidade especial usufruir destes recursos. No âmbito da educação, essa ciência pode ser facilmente identificada como as estratégias que buscam integrar e incluir o aluno com deficiência na sala de aula. Sabe-se que em uma turma, cada aluno possui a sua singularidade, e os alunos com deficiência por vezes precisam de uma atenção mais especializada, pois possuem uma dificuldade de socializar, aprender, mentalizar, dentre outras limitações (BERSCH, 2017).

Buscando um atendimento inclusivo, em 2008 com o decreto 6.571 foi implementado nas escolas do Brasil o atendimento educacional especializado, que visava um atendimento especializado a indivíduos com deficiência, o que possibilitou uma melhor abordagem da tecnologia assistiva na educação. Para alunos com síndrome de down, o ensino e aprendizado por vezes é mais desafiador, porém as tecnologias assistivas contribuem para o melhor desempenho e desenvolvimento dessas crianças (ANTUNES, 2017).

Costa & Braga (2022) trazem que:

No contexto educacional a Tecnologia Assistiva pode potencializar as possibilidades de aprendizado da criança com síndrome de Down, pois proporciona novas oportunidades para que os professores possam explorar de forma dinâmica e lúdica os conceitos estudados. Entretanto como mediador ele precisa ter consciência que a TA é uma área de conhecimento aplicado e não somente uma coleção de recursos e serviços, este conhecimento lhe permitirá diagnosticar e avaliar quais recursos poderão ser utilizados em cada caso como estratégias de mediação pedagógica, levando em consideração questões como a adequação dos conteúdos de acordo com as limitações individuais e o uso de métodos de ensino que possibilitem a participação ativa e autônoma.

O professor possui inúmeros desafios ao ensinar a criança com síndrome de down, porém os recursos como comunicação alternativa e aumentativa, que são disponibilizados pelas tecnologias assistivas contribuem para a otimização do ensino e maior interação entre aluno e professor, investigações comprovam que a criança com síndrome de down deve ser estimulada a interagir e  expressar seus desejos e emoções, o que consequentemente possibilitara o seu desenvolvimento social e cognitivo, e tudo isso é possível a partir dos recursos de tecnologia assistidas, pois essas possibilitam a criação de metodologias de ensino especificas de acordo com a singularidade do aluno, resultando na inclusão (ANTUNES, 2017).

4.3 Estratégias utilizadas por professores para o ensino ao aluno com síndrome de down

A educação especial ao longo dos anos tem conquistado o seu espaço na sociedade, o ensino a criança com deficiência vai além do uso de uma lousa, pincel e livros, o ensino a esse aluno deve ser especializado com professores capacitados, materiais específicos e estratégias diferenciadas para prender atenção e transmitir conhecimento ao aluno (OPOKU et al, 2019).

Cada professor possuí uma singularidade na forma de ensinar, que vai variar de acordo com o tipo de aluno que o mesmo dará assistência. O aluno com síndrome de down possui um déficit de linguagem que dificulta no momento da alfabetização, além disso, a maioria deles possuem dificuldade na concentração, em se manter fixo em uma determinada atividade por um determinado período de tempo, desta maneira, a forma de ensino a esses alunos deve ser realizada com ferramentas educativas que prendam a atenção do indivíduo, possibilitando uma aprendizagem significativa do mesmo, desta maneira, conhecer a particularidade da síndrome de down é de extrema importância neste processo, pois reconhecer que estes possuem maior habilidades visuoespaciais, direciona o professor a realizar atividades com recursos visuais (CARBONE; CASTALDI; SZPUNAR, 2023).

Um instrumento utilizado como estratégia de ensino para alunos com deficiência  e que se aplica a crianças com síndrome de down, é a lousa interativa, na qual esta é uma tecnologia assistiva de ensino que proporciona ao professor e aluno uma interação de maneira digita, o seu grande diferencial é que ela consegue suportar materiais de multimídia como textos, imagens, áudio e vídeo, o que a torna um recurso atraente e de destaque para manter a atenção do aluno, pois esta consegue promover uma interação e manter o aluno concentrado (GONÇALVES, 2023).

Em um estudo realizado na Turquia com crianças com déficit intelectual, foram utilizadas em salas de aula de ensino regular as lousas interativas e foi percebido que os alunos conseguiram um melhor aprendizado, mas para isso é de extrema importância que o professor saiba manusear e aproveitar todos os recursos disponíveis. Dentre os benefícios evidenciados foi a maior interação dos alunos com os arquivos de multimídia, e em vez de usarem pinceis usavam a própria tela digital da lousa, o que possibilitou um melhor desempenho no aprendizado e maior foco no desenvolvimento das atividades (ARPACIK; KURŞUN; GÖKTAŞ, 2018).

Outra estratégia utilizada por professores para ensino é o uso da gameficação, que é uma forma de tecnologia assistiva de ensino com jogos recreativos, que visam o ensino desta criança, hoje em smartphone e tablets é possível fazer uso de aplicativos para aprendizagem, no qual estes envolvem, cores, musicas, trabalham memoria, e prendem a atenção das crianças, sendo uma ótima ferramenta, além disso, jogos físicos com papeis também são bem utilizados, sendo algo tangível, desta maneira, é importante que o professor possua conhecimento sobre jogos didáticos voltados a alunos com síndrome de down, pois o aluno pode aprender brincando, contribuindo tanto para o aprendizado quanto para a redução do estresse do mesmo (ZAMBRANO; VILLAFUERTE, 2020; SILVA et al, 2022).

Outra estratégia de ensino é o uso da comunicação alternativa e aumentativa que é uma tecnologia assistiva na qual essa objetiva a ampliação de habilidades de comunicação, sendo desta maneira, extremamente necessária pois além de contribuir para comunicação do indivíduo, auxilia o professor como um método de ensino, sendo uma ferramenta essencial, na qual é necessário que o professor tenha conhecimento dos instrumentos que vai utilizar para que se possa ter um maior aproveitamento das habilidades. Dentro dos métodos utilizados, tem-se imagens, livros, computadores e outros instrumentos da tecnologia assistiva que vão desde os mais básicos, até os de alta tecnologia (BARBOSA et al, 2018).

São inúmeras as estratégias de ensino utilizadas pelos professores para o ensino de alunos com deficiência e em especificamente com síndrome de down, na qual nestas estratégias são utilizadas tecnologias assistivas. As estratégias utilizadas não universais, mas variam de acordo com a realidade, capacitações e recursos disponibilizados aos professores nas instituições. Estudos trazem que o futuro do ensino a este público está voltado a inteligência artificial, uma vez que esta é uma reprodução do cérebro humano por meio da tecnologia, o que facilita o ensino a crianças com deficiência, pois esta quando utilizada por professores capacitados pode auxiliar na inclusão e processo de ensino-aprendizagem do aluno (GONÇALVES, 2023).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desta maneira o presente estudo possibilitou contextualizar e compreender na literatura a importância das tecnologias assistivas tanto para a sociedade, quanto na educação aplicada ao ensino da criança com síndrome de down.

Sabe-se que a criança com síndrome de down possui maior facilidade para se distrair com sons e não absorve muito através deles, sendo importante para estes individuo o uso de imagens, desta maneira implementa-se o uso de visuais, aparelhos tecnológicos que proporcionem um aprendizado a criança de maneira que aos poucos essa venha tendo autonomia, independências nas suas atividades e desenvolvimento intelectual.

Espera-se que a presente revisão impulsione estudos locais sobre a temática, uma vez que o objetivo é otimizar e ampliar o uso das tecnologias assistivas na educação.

REFERÊNCIAS

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[1] Mestranda em Educação Especial pelo Universidade Federal de Roraima.
https://orcid.org/0009-0007-2545-5609
Rejaneaalves11@gmail.com

[2] Mestrando em Educação Especial pelo Universidade Federal de Roraima.
https://orcid.org/0009-0005-8537-8102
oipapai@gmail.com

[3] Especialização em Direito Criminal pela Faculdade Damásio.
https://orcid.org/0009-0008-9289-2566
welitonassissadv@gmail.com

[4] Doutor em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos.
https://orcid.org/0000-0001-5714-7028
Rafael.garcia@ufrr.br