“O PAPEL DA PSICOLOGIA NA PROMOÇÃO DA DIVERSIDADE E INCLUSÃO DA MULHER NAS ORGANIZAÇÕES: UMA ANÁLISE DA EVOLUÇÃO, DESAFIOS E ESTRATÉGIAS”

“THE ROLE OF PSYCHOLOGY IN PROMOTING DIVERSITY AND INCLUSION OF WOMEN IN ORGANIZATIONS: AN ANALYSIS OF EVOLUTION, CHALLENGES AND STRATEGIES”

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202409141602


Gisele de Barba Provin1;
Roni Allison Pereira dos Santos2;
Polyane Christina Ghiggi Werner3


Resumo

Este estudo analisa o papel da Psicologia na promoção da diversidade e inclusão de mulheres nas organizações, abordando a evolução, desafios e estratégias. Através de uma revisão de literatura, a pesquisa avalia como a Psicologia pode influenciar a eficácia das políticas de inclusão de gênero no ambiente corporativo. Os resultados demonstram que uma comunicação clara e transparente, a participação ativa dos colaboradores e a percepção de justiça organizacional são essenciais para o sucesso dessas políticas. A análise revela que uma estratégia de comunicação bem estruturada e uma abordagem participativa não só facilitam a aceitação das políticas, como também reduzem a resistência e promovem um ambiente de trabalho mais colaborativo e inclusivo. Além disso, o estudo destaca a importância das intervenções psicológicas, como treinamentos sobre preconceitos inconscientes e programas de mentoria, para avançar na equidade no ambiente de trabalho. As conclusões destacam que a integração de princípios psicológicos é importante para a reformulação das práticas organizacionais e para a implementação efetiva de uma cultura de inclusão de gênero. Este estudo oferece uma análise sobre como a Psicologia pode ser fundamental na promoção da inclusão, contribuindo para a criação de um ambiente organizacional mais justo e equitativo.

Palavras-chave: Psicologia. Diversidade. Inclusão de gênero. Políticas organizacionais. Intervenções psicológicas.

1 INTRODUÇÃO

Os conceitos voltados ao tema abordado são intrinsecamente mutáveis, e nos últimos anos assistimos a um aumento significativo do discurso sobre diversidade e inclusão da mulher, especialmente nos contextos organizacionais. Este tema evolui para uma estratégia central em grandes empresas, tornando-se uma obrigatoriedade, uma vez que a valorização da subjetividade humana adquire maior destaque, gerando novas oportunidades para uma ampla variedade de indivíduos. 

O artigo em análise adota uma abordagem mais abrangente e inclusiva ao empregar o termo “mulher”, com o objetivo de englobar mulheres com diversas orientações sexuais, como heterossexuais, homossexuais, bissexuais, pansexuais, assexuais, entre outras. 

Além disso, a pesquisa explora a questão da identidade de gênero, que diz respeito à autopercepção de gênero de um indivíduo, podendo ou não corresponder ao sexo atribuído ao nascer. Esse conceito abrange mulheres cisgêneras, cuja identidade de gênero está alinhada com seu sexo biológico, e mulheres transgêneras, que se identificam com um gênero diferente do atribuído ao nascer.

A utilização inclusiva do termo “mulher” pelos autores reflete o reconhecimento e a valorização da diversidade de experiências e identidades no espectro de gênero e orientação sexual femininos, contemplando mulheres cis e trans, bem como diversas orientações sexuais.

No entanto, a realidade nem sempre foi assim. O mundo experimentou profundas transformações, acompanhadas por mudanças nos sistemas de valores, crenças e atitudes. Hoje, presenciamos uma sociedade na qual as pessoas lutam pelo reconhecimento de seus direitos e pela expressão genuína de suas identidades. Em contraste, em épocas passadas, esses mesmos indivíduos ocultavam suas subjetividades devido às normas sociais que os relegam a posições de inferioridade. 

É importante ressaltar que esses conceitos ultrapassados ainda permeiam nosso cotidiano. No entanto, à medida que a conscientização acerca da liberdade individual e do direito à vida e ao trabalho se fortalece, aqueles que antes eram marginalizados por uma maioria que adere a ideias obsoletas encontram seu empoderamento com espaço para se afirmar (Souto, Silva Junior, Oliveira, Nogueira & Gouvea, 2016).

Neste cenário, o presente projeto de pesquisa visa aprofundar a compreensão da relevância da psicologia no âmbito da diversidade e inclusão da mulher no ambiente organizacional. Através deste estudo, exploramos o papel fundamental desempenhado pela psicologia na promoção de ambientes de trabalho mais inclusivos e na garantia da igualdade de oportunidades para todos os colaboradores, independentemente de sua origem étnica, orientação sexual, identidade de gênero, faixa etária, condição de saúde ou quaisquer outras características que contribuam para a singularidade de cada indivíduo.

Para iniciar nossa jornada nesse campo, é essencial estabelecer uma definição geral do conceito de diversidade e inclusão nas organizações. A diversidade, nesse contexto, refere-se à presença de uma ampla variedade de características e identidades entre os membros de uma organização, enquanto a inclusão implica na criação de um ambiente de trabalho no quais todas as pessoas se sintam valorizadas, respeitadas e capacitadas a contribuir plenamente. Em essência, a diversidade é a realidade e a inclusão é o objetivo a ser alcançado.

A discussão sobre a diversidade e inclusão nas organizações da mulher não é um fenômeno recente. Ela tem raízes profundas na história e na evolução das sociedades. Ao longo do tempo, testemunhamos transformações significativas nos valores, crenças e atitudes em relação à temática. Movimentos sociais, legislações e pressões da sociedade levam as organizações a repensar suas práticas e políticas para refletir a crescente conscientização sobre a importância da diversidade e inclusão.  

Hoje, a diversidade e inclusão da mulher são encaradas como imperativos não apenas em termos éticos, mas também como vantagens competitivas para as organizações. Empresas que promovem um ambiente inclusivo atraem e retêm talentos diversos, promovem a inovação e a criatividade e se tornam mais adaptáveis em um mundo em constante mudança. Além disso, a diversidade reflete as comunidades em que as organizações estão inseridas, contribuindo para uma melhor compreensão das necessidades dos clientes e um relacionamento mais harmonioso com as partes interessadas.  

A psicologia desempenha um papel estratégico de significativa relevância no contexto corporativo. Especificamente, na área de desenvolvimento humano organizacional, os profissionais da psicologia direcionam seus esforços para desenvolver métodos e estratégias voltados à promoção do conhecimento e da diversidade e inclusão da mulher, contribuindo de maneira direta para a transformação do Comportamento Organizacional. Adicionalmente, no que concerne à gestão e à cultura organizacional, diversas empresas manifestam uma crescente preocupação com a responsabilidade social, buscando criar ambientes de trabalho mais diversificados e, consequentemente, mais inovadores. É dentro desse contexto que se fundamenta a relevância científica e acadêmica do presente estudo (Teixeira, 2019).

Diante o exposto, a psicologia desempenha um papel importante nesse cenário, fornecendo as ferramentas e conhecimentos necessários para entender, promover e manter ambientes de trabalho inclusivos e diversos. Psicólogos organizacionais e do trabalho desempenham funções fundamentais, desde a seleção e treinamento de funcionários até a resolução de conflitos e promoção do bem-estar psicológico dos colaboradores. 

A atuação estratégica no campo da psicologia organizacional e do trabalho continua a ser um desafio significativo. Conforme observado por Marcondes et al. (2013), em um cenário caracterizado pela complexidade e diversidade de fatores presentes nos ambientes de trabalho contemporâneos, a gestão de pessoas se configura como um elemento importante na busca pelo bem-estar, justiça organizacional e qualidade de vida dos colaboradores. Portanto, para desempenhar essa atividade de maneira eficaz, é essencial que os profissionais estejam bem preparados e compreendam a interconexão entre todas essas dimensões. 

Segundo as observações de Campos et al. (2011), o papel do psicólogo nas organizações envolve atuar como um facilitador e um agente de conscientização para os diversos grupos que integram a instituição. Isso implica considerar a saúde e a subjetividade dos indivíduos, compreender a dinâmica da empresa e sua integração no contexto mais abrangente da organização. 

Nos próximos parágrafos, exploramos em maior profundidade o papel da psicologia no contexto da diversidade e inclusão da mulher nas organizações. Destacamos como os psicólogos podem contribuir para a promoção de um ambiente de trabalho inclusivo, bem como para o desenvolvimento de estratégias e políticas que garantam a igualdade de oportunidades para todos os colaboradores. 

O propósito geral deste projeto de pesquisa é investigar o papel da psicologia no fomento da diversidade e inclusão da mulher nas organizações. Para atingir esse objetivo, é fundamental explorar as contribuições da psicologia para a promoção de ambientes de trabalho inclusivos e para a compreensão das complexidades da diversidade no contexto organizacional. Nesse sentido, a pergunta que norteará nossa pesquisa é: “De que maneira a psicologia pode contribuir para a promoção da diversidade e inclusão da mulher nas organizações e quais são os benefícios resultantes desse enfoque?”. 

Desta forma, a pesquisa assume a forma de uma revisão bibliográfica para aprofundar o conhecimento acerca do tema em questão através do estudo de artigos, periódicos e documentos pertinentes relacionados à temática em consideração. Trata-se de uma investigação de natureza exploratória que almeja ampliar a compreensão do assunto, fortalecendo conceitos e delineando possíveis abordagens às questões identificadas. Esta abordagem favorece e, de fato, fomenta investigações subsequentes, destinadas a um exame mais minucioso e à exploração de fontes ricas em conteúdo, envolvendo análise de conteúdo, interpretação e construção discursiva. 

Nesse contexto, os estudos serão orientados pela perspectiva da psicologia organizacional, que proporcionará uma compreensão mais profunda das estruturas empresariais e das estratégias para promover a diversidade e inclusão da mulher no ambiente organizacional. Adicionalmente, a pesquisa também incorpora princípios da psicologia social, para lançar luz sobre as dimensões relacionadas à saúde mental desses indivíduos no contexto laboral. 

2 REVISÃO DA LITERATURA

A pesquisa que aborda a relevância da psicologia na promoção da diversidade e inclusão da mulher nas organizações se apresenta como um empreendimento acadêmico de significativa importância, carregando consigo diversas razões que destacam a sua relevância tanto para a sociedade em geral quanto para a comunidade da psicologia.

De acordo com Siqueira e Andrade (2012), as organizações costumam adotar uma cultura que preza pela homogeneidade, onde todas as pessoas são tratadas de maneira igual. Contudo, essa abordagem já não é mais sustentável. Portanto, torna-se essencial que todos os colaboradores vivenciem e compreendam diariamente todas as partes que, juntas, compõem o sistema complexo da organização, resultando em sua plenitude e integralidade (BornayBarrachina, López-Cabrales e Valle-Cabrera, 2016).

Ao abordarmos “todas as pessoas”, estamos nos referindo verdadeiramente a todas, e não apenas àquelas pertencentes a grupos minoritários. Conforme salientado por Siqueira e Andrade (2012) e Block e Noumair (2017), é de extrema importância que qualquer iniciativa de diversidade e inclusão nas organizações tenha como meta efetuar uma reformulação da cultura organizacional, o que requer o desenvolvimento de abordagens que não se restrinjam mais exclusivamente aos representantes da diversidade.

Promover ambientes inclusivos nas organizações é uma imperativa necessidade em um mundo em constante evolução. À medida que a diversidade se estabelece como uma realidade incontestável, compreender como as organizações podem criar ambientes de trabalho que abracem essa diversidade torna-se uma questão crítica. Isso não diz respeito somente ao respeito pelos direitos individuais, mas também à promoção do bem-estar e da produtividade dos colaboradores. Ambientes inclusivos não apenas respeitam a individualidade de cada membro, mas também criam condições para que todos possam contribuir plenamente, maximizando o potencial humano.

Além disso, a pesquisa nesta área é fundamental, pois demonstra que a promoção da diversidade e inclusão da mulher nas organizações não é apenas uma questão ética, mas também uma estratégia com vantagens competitivas claras. Empresas que adotam e abraçam a diversidade têm a capacidade de atrair uma força de trabalho mais diversificada, composta por indivíduos com diferentes perspectivas, experiências e habilidades. Esse caldeirão de diversidade pode levar a um aumento significativo na inovação e criatividade, uma vez que diferentes pontos de vista são considerados na resolução de problemas. Além disso, em um ambiente de negócios em constante mudança, a adaptabilidade é um ativo importante, e a diversidade de pensamento fortalece a capacidade de uma empresa de enfrentar desafios e explorar oportunidades.

Com base em toda a discussão teórica, é fundamental compreender que a diversidade não é prejudicial para a empresa; pelo contrário, hoje, todos os colaboradores são reconhecidos como parte do capital humano, sendo um recurso de imenso valor para a organização. 

Nesse processo de consolidação da empresa, surge a necessidade de contar com colaboradores dinâmicos, criativos, visionários e adaptáveis, capazes de se ajustar às novas estratégias corporativas. Alves et al. (2004) destacam que uma gestão eficaz da diversidade resulta em benefícios significativos para a corporação, especialmente através da implementação de políticas de ações afirmativas, demonstrando que os ganhos para a empresa são de grande magnitude. 

À medida que as empresas promovem ambientes mais inclusivos, essas práticas se refletem nas comunidades onde estão inseridas. Compreender as necessidades dos clientes e manter relacionamentos harmoniosos com partes interessadas como comunidades locais, pode melhorar a imagem e a reputação das empresas. Além disso, à medida que as empresas buscam servir às necessidades diversificadas de seus clientes e comunidades, elas desempenham um papel vital na construção de uma sociedade mais justa e equitativa.

O estudo também oferece uma contribuição valiosa para o campo da psicologia organizacional. Destaca o papel central desempenhado pelos psicólogos na promoção da diversidade e inclusão da mulher nas organizações. A psicologia organizacional está em constante evolução, e este estudo pode fornecer percepções importantes sobre o desenvolvimento de métodos e estratégias na área de desenvolvimento humano organizacional. Além disso, ao identificar como os psicólogos podem contribuir de maneira significativa para a transformação dos ambientes organizacionais em direção a ambientes mais inclusivos, este estudo potencialmente direciona e influencia o desenvolvimento de melhores práticas nesse campo.

A atuação estratégica ainda apresenta um desafio significativo para os psicólogos organizacionais e do trabalho. De acordo com Marcondes et al. (2013), em um contexto caracterizado pela complexidade e diversidade de fatores presentes nos ambientes de trabalho contemporâneos, a gestão de pessoas assume um papel fundamental na busca pelo bem-estar, justiça organizacional e qualidade de vida dos trabalhadores. Portanto, o desempenho eficaz desta função requer a intervenção de profissionais altamente capacitados, capazes de reconhecer a interconexão de todas essas dimensões.

Segundo Campos et al. (2011), o psicólogo desempenha o papel de facilitador e conscientizador dentro das organizações, trabalhando para promover a compreensão dos diferentes grupos que integram a instituição. Isso envolve a consideração da saúde e da subjetividade dos indivíduos, a análise da dinâmica da empresa e a sua inserção em um contexto mais amplo dentro da organização.

Em síntese, a pesquisa sobre a importância da psicologia na promoção da diversidade e inclusão da mulher nas organizações é relevante e importante, pois lida com temas com um impacto substancial na sociedade, no mundo dos negócios e no avanço da psicologia organizacional. É um campo de pesquisa que não apenas explora a interseção de diversas áreas, mas também oferece a oportunidade de criar mudanças positivas significativas no ambiente de trabalho e na sociedade em geral.

3. METODOLOGIA 

Neste projeto de pesquisa, a metodologia utilizada baseia-se na pesquisa bibliográfica narrativa. Isso significa que todo o desenvolvimento do trabalho é fundamentado na revisão crítica de fontes bibliográficas, abrangendo livros, artigos acadêmicos, relatórios técnicos, periódicos e outros documentos publicados relacionados à diversidade e inclusão da mulher nas organizações, bem como ao papel desempenhado pela psicologia nesse contexto.

A pesquisa bibliográfica narrativa serve como nossa principal abordagem para coletar informações, teorias, conceitos, dados e evidências que fundamentarão os argumentos e análises ao longo deste projeto. A seleção das fontes consultadas segue critérios rigorosos, priorizando trabalhos de alta qualidade e relevância, incluindo contribuições de autores renomados e instituições de pesquisa respeitadas.

Essa metodologia nos habilita a uma série de abordagens fundamentais, permitindo a exploração da evolução do discurso relacionado à diversidade e inclusão nas organizações, com o intuito de identificar alterações nos sistemas de valores, crenças e atitudes que permeiam essa temática ao longo do tempo.

Também possibilita uma análise minuciosa das implicações éticas e estratégicas associadas à promoção da diversidade e inclusão no contexto organizacional. Esse exame enfatiza os benefícios competitivos resultantes da adoção dessa abordagem, considerando o cenário empresarial em constante evolução.

A metodologia também viabiliza a investigação do papel desempenhado pela psicologia na área de desenvolvimento humano organizacional. O foco recai no desenvolvimento de métodos e estratégias destinados a promover a diversidade e a inclusão da mulher nas organizações, bem como na análise da contribuição da psicologia para a transformação do comportamento organizacional.

Além disso, a metodologia adotada permite uma compreensão aprofundada das dimensões relacionadas à saúde mental da mulher em ambientes de trabalho. Essa análise é conduzida sob a perspectiva da psicologia organizacional, abordando questões importantes relativas ao bem-estar psicológico da mulher.

A revisão bibliográfica é conduzida de forma narrativa e abrangente, incluindo análise crítica das fontes selecionadas. Nesse processo, identificamos lacunas na literatura, contradições, tendências e oportunidades para futuras pesquisas. Além disso, a análise de conteúdo, interpretação e construção discursiva são elementos intrínsecos à revisão bibliográfica.

Essa abordagem nos permite construir uma base sólida e embasada em conceitos e teorias já existentes, fornecendo uma visão abrangente da temática da diversidade e inclusão da mulher nas organizações, bem como do papel da psicologia nesse contexto. Esta metodologia é conduzida com rigor acadêmico e crítico, assegurando a confiabilidade e validade dos argumentos apresentados ao longo da pesquisa.

4. EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS DE INCLUSÃO FEMININA NAS ORGANIZAÇÕES: DO MARCO CONSTITUCIONAL À INTEGRAÇÃO ESTRUTURAL. 

A trajetória das políticas de inclusão feminina nas organizações brasileiras reflete um processo contínuo de evolução influenciado por transformações legais e sociais significativas. O marco inicial para essa mudança pode ser observado com a promulgação da Constituição Federal de 1988, que estabeleceu o princípio da igualdade de direitos e oportunidades para todos, independentemente do gênero. Esta Constituição representou um avanço importante, incentivando as organizações a reverem e ajustarem suas práticas para alinhar-se com os novos padrões de igualdade (ACKER, 2006).

A partir da década de 1980, as organizações começaram a implementar políticas mais estruturadas voltadas para a inclusão feminina. Este período foi caracterizado pela formalização de práticas que visavam a redução das desigualdades de gênero. Redes de apoio como grupos de afinidade e comitês de diversidade começaram a surgir, refletindo uma crescente conscientização sobre a importância da presença feminina em diversos setores e cargos de liderança (VOJVODIC et al., 2022). Esses grupos foram fundamentais para criar um ambiente mais inclusivo e promover a igualdade de oportunidades.

Durante os anos 1990 e início dos anos 2000, as políticas de inclusão feminina passaram a incorporar medidas mais sofisticadas e abrangentes. A introdução de licenças parentais mais generosas e opções de trabalho flexível exemplificam um esforço para equilibrar as responsabilidades profissionais e pessoais das mulheres, reconhecendo as complexas demandas enfrentadas pelas trabalhadoras (PERREGIL, 2021). 

Além disso, programas de mentoria e estratégias específicas para enfrentar a desigualdade de gênero se tornaram comuns. Esses programas visavam apoiar as mulheres no avanço profissional e reduzir as barreiras que limitavam seu acesso a posições de liderança e crescimento dentro das organizações (MENDES, 2020).

O reconhecimento da importância da diversidade de gênero e a implementação de políticas de inclusão também foram impulsionados por uma compreensão crescente dos benefícios que a diversidade traz para o desempenho organizacional. A diversidade de gênero não só promove uma representação mais equitativa, mas também contribui para a inovação e a resolução criativa de problemas, refletindo uma mudança de paradigma nas práticas corporativas em relação à inclusão feminina.

Atualmente, a evolução das políticas de inclusão feminina nas organizações brasileiras continua a se aprofundar, refletindo uma integração mais robusta e estratégica dessas práticas. Muitas empresas agora incorporam a diversidade de gênero como um componente central de suas estratégias corporativas e de responsabilidade social. Políticas como o acompanhamento de métricas de diversidade e a inclusão de metas específicas de representação feminina nos conselhos e cargos executivos são cada vez mais comuns (CALDAS DE-LEMOS, 2023; SILVEIRA, 2023).

Além disso, a integração de tecnologias avançadas e a análise de dados têm permitido um monitoramento mais preciso das iniciativas de inclusão, facilitando ajustes contínuos e melhorias. A atenção à interseccionalidade considerando como gênero interage com outras dimensões de identidade como raça, orientação sexual e classe social enriquecem as abordagens e ajudam a criar ambientes de trabalho ainda mais inclusivos (AMATO, 2023; RAMOS, 2023).

As organizações também estão se adaptando às mudanças nas expectativas sociais, com uma maior ênfase em oferecer suporte holístico que vai além das licenças parentais e do trabalho flexível, incluindo programas de saúde mental, redes de apoio e iniciativas de desenvolvimento profissional direcionadas para mulheres em todas as fases de suas carreiras. Essas medidas visam não apenas a igualdade de oportunidades, mas também o fortalecimento e o empoderamento contínuo das mulheres no ambiente de trabalho (AMMERMAN & GROYSBERG, 2023).

O progresso nas políticas de inclusão feminina é um reflexo do avanço contínuo desde a Constituição de 1988 até as práticas atuais, que buscam criar ambientes corporativos mais justos e equitativos. A trajetória das políticas de inclusão feminina não só demonstra um compromisso com a igualdade de gênero, mas também evidencia o reconhecimento crescente dos benefícios tangíveis que a diversidade traz para as organizações e para a sociedade como um todo.

4.1 TRANSFORMAÇÕES CULTURAIS E ORGANIZACIONAIS: O IMPACTO DAS MUDANÇAS DE VALORES SOBRE A DIVERSIDADE DE GÊNERO. 

As transformações culturais e organizacionais desempenham um papel importante na formação das práticas relacionadas à diversidade de gênero nas empresas. As mudanças culturais, impulsionadas por movimentos sociais e alterações nas percepções públicas sobre igualdade e justiça, têm pressionado as organizações a revisar e adaptar suas políticas e práticas para atender às novas demandas da sociedade (HOFSTEDE, 2001; KELLERMAN, 2012).

Os movimentos feministas, ao longo das suas diferentes ondas, tiveram um impacto significativo nas práticas organizacionais relacionadas à diversidade de gênero. A Primeira Onda do feminismo se concentrou na luta pelos direitos legais básicos das mulheres, como o direito ao voto, enquanto a Segunda Onda enfatizou a igualdade de oportunidades no ambiente de trabalho e na educação. A Terceira Onda do feminismo, por sua vez, introduziu o conceito de interseccionalidade, abordando como as diferentes formas de discriminação se sobrepõem e afetam as mulheres de maneiras variadas. 

Esses movimentos foram fundamentais para estabelecer a base para políticas e práticas mais igualitárias dentro das organizações, promovendo uma maior inclusão e representação feminina (AMATO, 2022).

Com o aumento da conscientização sobre a importância da diversidade e a pressão social por mudanças, muitas organizações passaram a adotar práticas mais robustas e inclusivas. Treinamentos sobre viés inconsciente e estratégias de recrutamento diversificado tornaram-se comuns, refletindo uma adaptação das empresas às novas demandas sociais. Esses treinamentos visam sensibilizar os funcionários sobre preconceitos sutis que podem afetar a igualdade de oportunidades e promover uma cultura de inclusão. 

Além disso, estratégias de recrutamento diversificado visam garantir que as práticas de contratação sejam mais inclusivas e representativas da diversidade da sociedade (CINTRA FRANCO, 2006). A promoção de mulheres para cargos de liderança e a implementação de políticas de igualdade salarial também são exemplos de como as organizações estão se adaptando para refletir um compromisso mais profundo com a equidade de gênero.

A mudança nos valores organizacionais, impulsionada pela crescente demanda por práticas empresariais mais éticas e inclusivas, tem sido uma força motriz na evolução das políticas de diversidade de gênero. As organizações estão cada vez mais reconhecendo o valor da diversidade como um ativo estratégico que contribui para a inovação e a melhoria do desempenho.

No entanto, a implementação dessas mudanças não é isenta de desafios. Dentre as dificuldades encontradas estão a resistência cultural à mudança e a desconexão entre as políticas adotadas e sua aplicação prática. Estudos revelam que muitas empresas enfrentam resistência interna significativa, o que pode dificultar a efetiva integração de novas práticas e valores (AMMERMAN & GROYSBERG, 2023). Além disso, a falta de recursos adequados e suporte contínuo podem levar a uma execução inconsistente das políticas de diversidade, resultando em progresso limitado e, por vezes, em retrocessos.

Pesquisas de Caldas de-Lemos (2023) e Amato (2023) destacam que, apesar das boas intenções e dos compromissos públicos, muitas organizações ainda lutam para transformar suas promessas de diversidade em resultados concretos. A falta de treinamento adequado e a sobrecarga de trabalho associada aos papéis de diversidade também são barreiras que podem prejudicar a implementação bem-sucedida dessas políticas. Além disso, Johnson (2020) aponta que a falta de uma verdadeira integração cultural pode fazer com que as políticas de inclusão sejam vistas como iniciativas superficiais, em vez de mudanças sistêmicas profundas.

Portanto, enfrentar esses desafios requer uma abordagem bem planejada, que inclua uma comunicação clara, a alocação adequada de recursos e o compromisso genuíno de todos os níveis da organização. A avaliação contínua e o ajuste das práticas de diversidade com base em feedbacks e análises são essenciais para garantir que as políticas não apenas atendam às expectativas, mas também se traduzam em melhorias reais e duradouras.

4.2 VALORES ORGANIZACIONAIS E INCLUSÃO FEMININA: A CONVERGÊNCIA ENTRE RESPONSABILIDADE SOCIAL E EQUIDADE DE GÊNERO. 

A transformação dos valores organizacionais refletiu uma mudança significativa do foco tradicional na maximização dos resultados financeiros para uma abordagem mais integrada que inclui a Responsabilidade Social Corporativa (RSC) como um valor central. A partir dos anos 1990, a RSC emergiu como uma resposta às crescentes expectativas dos stakeholders, que passaram a exigir que as empresas não apenas gerassem lucro, mas também contribuíssem positivamente para a sociedade (CARROLL & BUCHHOLTZ, 2014).

Com a ascensão da RSC, a inclusão feminina passou a ser incorporada como um valor fundamental nas práticas organizacionais. Muitas empresas começaram a adotar políticas e práticas destinadas a promover a igualdade de oportunidades e combater a discriminação de gênero. Essas práticas incluem a criação de programas de diversidade e inclusão, a revisão das práticas de recrutamento para assegurar uma representação equitativa de gêneros e a implementação de treinamentos sobre viés inconsciente (PORTER & KRAMER, 2011). Essas iniciativas visam criar um ambiente de trabalho mais inclusivo e justo, alinhando-se com os princípios da responsabilidade social corporativa e respondendo às expectativas de uma sociedade mais igualitária.

A relação entre responsabilidade social e inclusão feminina é particularmente relevante, pois demonstra como os valores organizacionais podem impactar positivamente a reputação da empresa e sua capacidade de atrair e reter talentos. Políticas de suporte como licenças parentais generosas e opções de flexibilidade no trabalho, têm mostrado benefícios significativos para a criação de um ambiente de trabalho mais equitativo.  

Estas práticas não só ajudam a construir um ambiente corporativo mais equilibrado, mas também sustentam uma cultura organizacional que valoriza a diversidade e promove a igualdade de gênero, reforçando o compromisso da empresa com a justiça social (PERREGIL, 2021).

A integração de valores relacionados à diversidade e inclusão nas estratégias organizacionais demonstra um reconhecimento da importância da equidade de gênero não apenas como uma questão ética, mas como um fator estratégico que pode contribuir para o sucesso e a sustentabilidade em longo prazo das empresas. A crescente ênfase em práticas de inclusão feminina reflete uma mudança fundamental na forma como as organizações entendem e implementam a responsabilidade social e o valor da diversidade.

5 DIVERSIDADE DE GÊNERO E SUCESSO ORGANIZACIONAL: A INFLUÊNCIA DA INCLUSÃO FEMININA NA COMPETITIVIDADE. 

A presença de mulheres em posições de liderança tem se revelou um fator importante para o sucesso e a competitividade das organizações. O engajamento feminino em cargos de liderança propicia a introdução de diferentes pontos de vista e abordagens, que podem, por sua vez, levar a decisões mais inovadoras e eficazes. Estudos demonstram que a diversidade de gênero dentro das equipes de liderança está correlacionada com uma maior capacidade de adaptação e criatividade na resolução de problemas.

Um exemplo notável dessa correlação é evidenciado por Silveira (2023), que revela que organizações com maior diversidade de gênero apresentam uma eficácia superior na implementação de estratégias inovadoras. Essa inovação não só melhora o desempenho financeiro das empresas, mas também aumenta sua capacidade de adaptação às mudanças do mercado.

Práticas concretas dessas descobertas são observáveis em empresas como Natura e Banco do Brasil. O Relatório Anual de 2022 da Natura destaca a conquista de uma representação de 50% de mulheres em cargos de liderança. Esta paridade de gênero reflete não apenas um compromisso significativo com a equidade, mas também demonstra como a diversidade pode funcionar como um motor para inovação e sucesso organizacional.

Da mesma forma, o Banco do Brasil, conforme descrito em seu Relatório de Sustentabilidade de 2023 exemplifica a integração bem sucedida de políticas de diversidade de gênero. A instituição tem aumentado continuamente a participação feminina em posições de liderança, reforçando a ideia de que a diversidade de gênero não apenas promove um ambiente de trabalho mais justo, mas também fortalece a posição competitiva da organização no mercado financeiro. 

A crescente presença de mulheres em cargos de liderança no Banco do Brasil ilustra como a diversidade pode contribuir para a excelência organizacional, ajudando a instituição a se destacar em um setor altamente competitivo. Esses exemplos sustentam a premissa de que a diversidade de gênero transcende a questão da justiça social, funcionando também como uma estratégia eficaz para promover inovação e sucesso organizacional. 

Segundo Johnson (2020), a inclusão e a diversidade enriquecem o ambiente de trabalho e conferem vantagens competitivas claras, destacando a importância de uma gestão inclusiva e de práticas que fomentem a equidade de gênero. Assim, a integração de mulheres em posições de liderança não só equilibra o ambiente corporativo, mas também potencializa a capacidade das organizações de se destacarem no mercado.

Para que as políticas de inclusão de gênero sejam implementadas de forma ética e eficaz, é fundamental adotar um planejamento estratégico robusto e práticas de gestão bem definidas. A definição de políticas claras e transparentes é um aspecto importante nesse processo. 

Camilo, Fortim e Aguerre (2019) argumentam que políticas bem documentadas e amplamente comunicadas garantem que todos os funcionários compreendam os objetivos e os critérios das iniciativas de inclusão. Isso não apenas facilita a adesão e a eficácia das práticas implementadas, mas também reduz incertezas e mal entendidos, promovendo uma maior aceitação das mudanças e um alinhamento mais efetivo com os objetivos organizacionais.

Além disso, promover uma inclusão genuína é vital para o sucesso das políticas. Amato (2023) ressalta a importância de criar oportunidades reais para grupos sub representados, o que pode ser alcançado através de programas de mentoria e desenvolvimento de carreira. Esses programas são essenciais para apoiar a progressão de diversos talentos e para criar um ambiente de trabalho mais inclusivo e equitativo. 

Ao oferecer orientação e oportunidades de desenvolvimento, as organizações não apenas ajudam a reter talentos, mas também fomentam uma cultura de apoio e crescimento contínuo, fundamental para a construção de um ambiente de trabalho diversificado e bem sucedido.

A criação de um ambiente de trabalho igualitário também é importante para a eficácia das políticas de inclusão. Rodrigues (2016) explora a necessidade de implementar práticas que garantam igualdade de oportunidades, como horários flexíveis e remuneração justa. A adoção dessas práticas é fundamental para promover a equidade e reduzir disparidades, assegurando que todos os colaboradores tenham acesso às mesmas oportunidades de desenvolvimento e crescimento. 

A implementação de políticas de igualdade de oportunidades contribui para a construção de um ambiente de trabalho mais inclusivo e justo, onde todos os funcionários têm a chance de atingir seu pleno potencial.

Ramos (2023) recomenda o uso de indicadores chave de desempenho e a realização de pesquisas regulares de clima organizacional como ferramentas para avaliar o impacto das políticas. A avaliação contínua permite que as organizações ajustem suas políticas com base em feedbacks e análises, assegurando que elas permaneçam eficazes e justas. Essa abordagem proativa possibilita que as organizações façam melhorias contínuas nas práticas de inclusão, promovendo um ambiente de trabalho mais equitativo e produtivo.

Assim, a implementação ética de políticas de inclusão envolve uma combinação de clareza na comunicação, criação de oportunidades reais, promoção da igualdade de oportunidades e monitoramento constante. Essas estratégias são fundamentais para assegurar que as políticas de inclusão sejam verdadeiramente eficazes e beneficiem todos os membros da organização.

5.1 ASPECTOS ÉTICOS NA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS DE INCLUSÃO. 

Apesar dos benefícios evidentes da diversidade de gênero, a implementação de políticas de inclusão exige uma abordagem cuidadosa dos aspectos éticos para assegurar que tais iniciativas sejam verdadeiramente justas e eficazes. A discriminação positiva, frequentemente empregada para corrigir desigualdades históricas e promover a equidade, pode ser interpretada como favoritismo por alguns, gerando percepções de injustiça entre aqueles que não se beneficiam diretamente dessas políticas.

Veiga (2024) discute a relevância de uma comunicação clara e transparente sobre os objetivos e práticas das políticas de inclusão para minimizar mal entendidos e resistências. A transparência é importante para reduzir percepções de favoritismo e promover uma maior aceitação e compreensão das políticas de inclusão pelos colaboradores. Sem uma comunicação eficaz, a falta de clareza pode alimentar ressentimentos e desconfiança, prejudicando a implementação bem sucedida das iniciativas.

Outro desafio significativo é a resistência à mudança, que pode ocorrer quando os colaboradores percebem as alterações como ameaças à estrutura existente ou aos seus interesses pessoais. Rocha (2017) observa que essa resistência pode ser mitigada por meio de abordagens participativas, que envolvem os funcionários no desenvolvimento e na execução das políticas. 

A participação ativa dos colaboradores no processo de mudança facilita uma integração mais harmoniosa das novas políticas, promovendo um ambiente de trabalho mais colaborativo e menos conflituoso. Além disso, essa abordagem participativa não só reduz a resistência, mas também fomenta um sentimento de pertencimento e engajamento entre os funcionários.

A percepção de justiça organizacional é igualmente essencial para o sucesso das políticas de inclusão. Faintuch (2021) enfatiza que é necessário garantir que as políticas sejam vistas como justas e equitativas por todos os membros da organização. 

Implementar mecanismos de feedback contínuo e avaliações periódicas é fundamental para ajustar as políticas conforme necessário e assegurar que elas atendam às necessidades e expectativas de todos os colaboradores. Esses mecanismos permitem que as organizações identifiquem e corrijam falhas nas políticas de inclusão, promovendo um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo.

Portanto, a eficácia das políticas de inclusão não depende apenas de sua implementação, mas também da forma como são percebidas e aceitas dentro da organização. A consideração cuidadosa dos aspectos éticos, uma comunicação transparente, uma abordagem participativa e a garantia de justiça organizacional são elementos fundamentais para assegurar que as políticas de inclusão sejam realmente eficazes e benéficas para todos.

6 INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS PARA PROMOVER A INCLUSÃO DA MULHER: MÉTODOS E ABORDAGENS. 

A Psicologia desempenha um papel importante na promoção da inclusão da mulher no ambiente de trabalho, utilizando intervenções que visam superar barreiras e criar um espaço mais equitativo. Entre as abordagens mais eficazes estão os treinamentos sobre preconceitos inconscientes, o aconselhamento de carreira e a implementação de programas de mentoria e redes de apoio. Essas estratégias são fundamentais para transformar práticas e atitudes no ambiente corporativo, assegurando a verdadeira inclusão e a equidade de gênero.

Os treinamentos de conscientização sobre preconceitos inconscientes são uma ferramenta essencial para esse processo. Kerr (2021) destaca que preconceitos inconscientes são atitudes e estereótipos automáticos que afetam decisões de maneira não intencional. Programas de treinamento, fundamentados em teorias psicológicas sobre viés implícito, foram projetados para ajudar os funcionários a reconhecer e gerenciar essas atitudes automáticas. 

Por meio de métodos reflexivos e discussões orientadas, esses treinamentos promovem a autorreflexão e incentivam práticas mais justas, reduzindo o impacto negativo desses preconceitos nas decisões de recrutamento e avaliação. Aumentar a consciência sobre esses vieses permite aos participantes adotar comportamentos mais equitativos e inclusivos no ambiente de trabalho (Kerr, 2021; Rodrigues, Assmar & Jablonski, 2015).

Além dos treinamentos, o aconselhamento de carreira é importante para apoiar a inclusão. Freitas et al. (2022) destacam que as mulheres frequentemente enfrentam barreiras estruturais e culturais que limitam seu avanço profissional. O aconselhamento de carreira oferece suporte na definição de metas, planejamento de trajetórias e desenvolvimento de competências, ajudando as mulheres a superar esses obstáculos e alcançar seu pleno potencial. Esse suporte contínuo é essencial para garantir que as mulheres tenham as ferramentas e o apoio necessário para avançar em suas carreiras (Freitas et al., 2022; Ammerman & Groysberg, 2023).

Programas de mentoria e redes de apoio desempenham um papel igualmente importante. Moura e Roma (2022) afirmam que esses programas oferecem orientação, suporte emocional e oportunidades de networking. A mentoria, ao proporcionar acesso a modelos de papel e conselhos valiosos, e as redes de apoio, ao facilitar conexões profissionais e suporte emocional, são recursos indispensáveis para garantir que as mulheres recebam o suporte necessário para seu crescimento e progresso profissional (Moura & Roma, 2022; Nunes, 2019).

A criação e a implementação de políticas de inclusão e diversidade são práticas significativas para promover um ambiente de trabalho mais equitativo. Bertoni (2022) observa que políticas de compliance voltadas para a inclusão e diversidade ajudam a garantir uma avaliação justa dos candidatos e evitam práticas e linguagem tendenciosas. Essas políticas asseguram que todos os funcionários, independentemente do gênero, tenham acesso igual às oportunidades e ao desenvolvimento profissional (Bertoni, 2022; Spector, 2015).

A avaliação contínua do impacto dessas políticas e práticas é importante para assegurar sua eficácia. Camilo, Fortim e Aguerre (2019) ressaltam que metodologias psicológicas são essenciais na coleta e interpretação de feedback dos funcionários, na análise de dados e na medição dos resultados das iniciativas de inclusão. Ferramentas como pesquisas de clima organizacional e análises detalhadas de dados são indispensáveis para monitorar o progresso das estratégias de diversidade, identificar áreas que necessitam de melhorias e ajustar as abordagens conforme necessário. 

Essas práticas garantem que as políticas e iniciativas não apenas atinjam os objetivos desejados, mas também evoluam continuamente para atender às necessidades e expectativas de todos os membros da organização (Camilo, Fortim & Aguerre, 2019; Paulino-Pereira, 2022).

Assim, a aplicação dos princípios da Psicologia é fundamental para transformar o comportamento organizacional e promover a inclusão de gênero. Ao integrar liderança eficaz, comunicação estratégica e uma abordagem inclusiva fundamentada em teorias psicológicas, é possível criar um ambiente de trabalho que apoie a diversidade e permita que todos os funcionários alcancem seu pleno potencial. Esta abordagem não apenas melhora a equidade de gênero, mas também contribui para a inovação e o sucesso organizacional (Johnson, 2020; Bruns & Souza, 2020).

6.1 TRANSFORMAÇÃO DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL ATRAVÉS DA PSICOLOGIA: O PAPEL DA INCLUSÃO DE GÊNERO. 

Transformar o comportamento organizacional para promover a inclusão de gênero é um processo complexo que exige mudanças culturais profundas e a aplicação de técnicas psicológicas específicas. A liderança efetiva, a gestão da resistência às mudanças e a avaliação contínua do impacto são aspectos centrais desse processo. O apoio da liderança é fundamental para o sucesso da transformação cultural organizacional. 

Ammerman e Groysberg (2023) destacam que líderes devem demonstrar um compromisso visível e ativo com a inclusão de gênero. A Psicologia oferece ferramentas valiosas para treinar líderes em habilidades de comunicação eficaz e estratégias para enfrentar a resistência às mudanças. Esse suporte é importante para estabelecer uma cultura organizacional que valorize e apoie a diversidade de gênero. As práticas de liderança comprometida podem facilitar a quebra de barreiras e promover um ambiente onde a equidade de gênero se torna uma prioridade (Spector, 2012).

A gestão da resistência às mudanças culturais é outra área onde a Psicologia desempenha um papel significativo. Kerr (2021) aponta que mudanças culturais frequentemente enfrentam resistência devido a normas e atitudes estabelecidas. Técnicas de comunicação eficaz e programas de treinamento são utilizados para ajudar os funcionários a compreender e aceitar as novas políticas e práticas. Essas estratégias são projetadas para abordar preocupações e construir um entendimento comum sobre a importância das mudanças, garantindo que todos os membros da organização apoiem as iniciativas de inclusão (Rodrigues, Assmar & Jablonski, 2015). 

Programas de treinamento que abordam preconceitos inconscientes, por exemplo, ajudam a reduzir a resistência e a fomentar uma cultura mais inclusiva. A avaliação contínua do impacto das mudanças culturais é essencial para assegurar a eficácia das transformações organizacionais. Camilo, Fortim e Aguerre (2019) destacam a importância de utilizar ferramentas de avaliação, como pesquisas de clima organizacional e análise de dados, para monitorar o progresso das iniciativas de inclusão. 

Paulino-Pereira (2022) reforça que metodologias psicológicas permitem medir o impacto das transformações e ajustar as estratégias conforme necessário, garantindo que as políticas e práticas sejam eficazes e sustentáveis. A monitorização contínua permite a adaptação das políticas e a implementação de ajustes que assegurem a eficácia das estratégias de inclusão.

Além da liderança e da gestão da resistência, a inclusão de diversas dimensões de identidade, como diversidade sexual e de gênero, é importante para uma transformação cultural bem sucedida. Bruns e Souza (2020) discutem a importância de integrar questões de gênero e direitos sexuais nas políticas e práticas organizacionais. 

Ramos e Cerqueira-Santos (2021) destacam que compreender e respeitar a diversidade sexual é essencial para garantir que todos os funcionários se sintam valorizados e incluídos. A integração dessas dimensões promove um ambiente mais acolhedor e igualitário para todos os colaboradores.

Programas de mentoria e redes de apoio também desempenham um papel significativo durante a transformação cultural. Moura e Roma (2022) indicam que esses programas oferecem orientação, suporte emocional e oportunidades de networking, ajudando os funcionários a se adaptarem às mudanças e a alcançar seu potencial máximo. A integração desses programas contribui para um ambiente de trabalho mais justo e equitativo, facilitando a inclusão de gênero e a aceitação das mudanças culturais (Freitas et al., 2022; Nunes, 2019).

Portanto, a aplicação dos princípios da Psicologia é importante para transformar o comportamento organizacional e promover a inclusão de gênero. A Psicologia fornece uma base sólida para entender e implementar práticas que favorecem um ambiente de trabalho mais equitativo. Elementos essenciais incluem a liderança eficaz, que deve demonstrar um compromisso genuíno com a diversidade; a comunicação estratégica, fundamental para disseminar e reforçar as políticas inclusivas; e a avaliação contínua, que permite monitorar e ajustar as iniciativas para garantir sua eficácia. 

Uma abordagem inclusiva, fundamentada em teorias psicológicas, é vital para criar um ambiente de trabalho que apoie a diversidade e permita que todos os funcionários alcancem seu pleno potencial (Kahhale, 2018; Mota, Bispo, Miranda & Caldas De-Lemos, 2023).

Ao integrar essas práticas, a Psicologia desempenha um papel fundamental na criação de uma cultura organizacional que não apenas valoriza a diversidade de gênero, mas também cultiva um espaço de trabalho dinâmico e inovador, onde cada indivíduo pode alcançar seu pleno potencial e colaborar de forma eficaz para o sucesso coletivo da organização.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A integração de abordagens psicológicas confirma a importância e eficácia das políticas de inclusão de gênero nos ambientes organizacionais. Os resultados indicam que uma comunicação clara e transparente sobre as políticas de inclusão é fundamental para garantir sua aceitação e eficácia. A falta de clareza pode gerar percepções de injustiça e prejudicar a implementação. Portanto, estratégias de comunicação eficazes são necessárias para esclarecer objetivos e garantir o comprometimento dos colaboradores.

A gestão da resistência à mudança é essencial. Incluir colaboradores no desenvolvimento e na execução das políticas reduz a resistência e promove um ambiente colaborativo. Essa participação ativa facilita a integração das políticas e fortalece o engajamento dos funcionários.

A percepção de justiça organizacional é decisiva para o sucesso das políticas de inclusão. Mecanismos de feedback contínuo e avaliações periódicas asseguram que as políticas atendam às necessidades dos colaboradores e mantenham uma percepção de equidade. A justiça organizacional sustenta um ambiente de trabalho coeso e eficiente.

As intervenções psicológicas, como treinamentos sobre preconceitos inconscientes e programas de mentoria, são práticas eficazes para promover a inclusão. Esses métodos aumentam a conscientização sobre preconceitos implícitos e oferecem suporte essencial ao desenvolvimento profissional das mulheres, criando um ambiente que valoriza a diversidade e promove a equidade.

As principais contribuições teóricas da pesquisa incluem a confirmação da importância dos princípios psicológicos na transformação cultural organizacional. A gestão da resistência e a comunicação eficaz são fundamentais para a implementação bem-sucedida das políticas de inclusão. A pesquisa demonstra que práticas de liderança comprometida e uma abordagem inclusiva são essenciais para alcançar os objetivos de diversidade e inclusão.

Entre as limitações do estudo, destaca-se a ausência de uma análise longitudinal, que poderia fornecer uma visão mais aprofundada sobre a sustentabilidade das políticas ao longo do tempo. Futuras pesquisas devem incorporar tais análises e considerar variáveis culturais e regionais adicionais para enriquecer a compreensão da eficácia das políticas.

Para concluir, a Psicologia desempenha um papel importante na promoção da diversidade e inclusão de mulheres nas organizações. A combinação de práticas psicológicas com estratégias comunicativas é essencial para criar ambientes de trabalho inclusivos e equitativos. O sucesso das políticas de inclusão depende de uma comunicação eficaz, uma abordagem participativa e uma percepção constante de justiça organizacional. As intervenções psicológicas não apenas melhoram a equidade de gênero, mas também promovem um ambiente inovador e colaborativo, permitindo que todos os colaboradores, especialmente as mulheres, alcancem seu pleno potencial e contribuam para o sucesso coletivo da organização.

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1Discente do Curso Superior de Psicologia do Centro Universitário Univel Campus Cascavel-PR
e-mail: gisele0provin@gmail.com 

2Docente do Curso Superior de Psicologia do Centro Universitário Univel Campus Cascavel-PR Mestre em Educação (UNIOESTE)
e-mail: polyane.werner@univel.br 

3Discente do Curso Superior de Psicologia do Centro Universitário Univel Campus Cascavel-PR
e-mail: roniallison@hotmail.com