O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DOS TRAÇOS DE CARÁTER DA CRIANÇA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10248141456


Márcio Gonçalves dos Santos1
Sidinéia dos Santos Conrado2
Leila Cleuri Pryjma3
Drausio Honorio Morais4
Letícia Cristina Rambo Lopes5
Elaine Cristina Arantes6


Abstract:
Backgroud:O presente trabalho tem por objetivo analisar o processo de construção dos traços de caráter na infância e as influências da escola, na  etapa da educação infantil, que podem influenciar a formação desses traços.
Materials and Methods: A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa descritiva e exploratória, utilizou-se os seguintes descritores para as buscas nas bases de dados: educação infantil, escola e traços de caráter, e filtrou-se apenas artigos científicos, revistas e livros. Utilizou-se as seguintes bases de dados: portal de periódicos da CAPES, Scielo e Scopus.Para análise dos dados utilizou-se o método de análise de conteúdo.
Results: Os resultados evidenciaram a categorização dos traços de caráter em cinco tipos sendo esquizóide, oral, psicopata, masoquista e rígido e foi possível identificar conteúdos a serem trabalhados na educação infantil que favorecem à formação do caráter da criança (respeito, cooperação e honestidade), além de evidenciar estratégias pedagógicas positivas, como o incentivo à criatividade, ao discurso, a liderança, a expressão dos sentimentos, ao trabalho em equipe e a cooperação. E como influências pedagógicas negativas que geram medos e ansiedades em cada um dos cinco traços, atividades que fazem as crianças sintirem-se expostas (esquizóide), exigir que ela fique muito tempo calada (oral), isolá-lo dos demais (oral, psicopata e rígido), cobrar agilidade e rapidez na resolução de atividades (masoquista), comparar atividades da criança com os demais (rígido).
Conclusion: Verificou-se a relevância dos educadores conhecerem como se dá o processo de formação dos traços de caráter das crianças, ainda na primeira infância, e definir estratégias pedagógicas específicas que favoreçam os traços predominantes dos estudantes. Tais estratégias pedagógicas podem influenciar positivamente e/ou negativamente a percepção da criança no processo ensino-aprendizagem.

KeyWord: Character trace; Early childhood education; School; Character Theory.

1  INTRODUÇÃO

Várias teorias surgiram, ao longo do tempo, sobre a relação mente-cérebro, bem como sobre os fatores que a definem (CASTRO et al, 2006; MAIA; REIS, 2006). Na era moderna, Rene Descartes destacou que o ser humano era formado por um componente imaterial do pensamento e por uma estrutura corporal, distintamente separadas, mas tão intimamente relacionadas que, de alguma forma, o entendiam como um todo unificado e indivisivel (URBAN, 2018). Já no século XX, com o desenvolvimento da teoria psicanalítica, Freud por meio do conceito de determinismo psíquico, resgata a importância dos aspectos internos do homem e sugere que existe uma mente dentro do corpo (CASTRO et al, 2006). Reich sugeriu que a mente e o corpo são um só, e Lowen dis que o indivíduo é uma relação complexa entre corpo, mente e espírito (CASTRO et al, 2006; MAIA; REIS, 2006; OLIVEIRA; LIMA, 2015).

Os teóricos psicanalíticos enfatizaram a importância das experiências da primeira infância na relação entre a mente e o corpo humano e, afirmam que são essas experiências que proporcionam á pessoa “traços de caráter” ao longo da vida (MAIA; REIS, 2022). Convém destacar que importantes psicanalistas como Sigmund Freud, Alfred Adler, Abraham Harold Maslow, Sándor Ferenczi e Wilhelm Reich tem feito referências ao caráter a partir destas apropriações psicanalísticas (SILVA, 2001). Destaca-se que a formação dos traços de caráter, na primeira infância, compreende o período da gestação aos 6 – 7 anos, aproximadamente, a partir das relações primárias da criança com os pais e o ambiente onde ela está inserida.

Na infância se estabelecem os primeiros níveis da formação da personalidade do indivíduo. Leontiev (1978) afirma que este é o período espontâneo do desenvolvimento deste sistema. É nos primeiros anos de vida que a criança aprende valores, normas de conduta e capacidades especificamente humanas e torna-se capaz de expressar-se de maneira singular diante do mundo: ela forma uma consciência cada vez mais complexa sobre os objetos e seu conhecimento, sobre as relações humanas e, sobretudo, sobre si mesma (a autoconsciência).

A educação não é apenas aprender assuntos como matemática, ciências, inglês. Uma definição mais abrangente de educação aborda também as emoções, a personalidade e o caráter (NAVARRO, 1995). Segundo a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, as escolas precisam ajudar os estudantes a se tornarem adultos saudáveis emocionalmente, equilibrados e a desenvolver as competências emocionais. Nesse aspecto, compreender as fases de formação dos traços de caráter da criança e o papel da educação nesse período, é de fundamental relevância, podendo contribuir para futuros educadores, na compreensão de como os estudantes se comportam durante o processo ensino-aprendizagem.

No contexto escolar infantil (maternal, jardim I, II e III e pré escolar) quando a criança é inserida na primeira infãncia, é extremamente importante compreender como a criança  percebe o ambiente de aprendizagem e como ele está relacionado com cada traço de caráter. Assim, o objetivo deste estudo é analisar a influência do processo educacional na construção dos traços de caráter da criança. Para isso, buscou-se, ao longo do artigo, identificar o período de formação dos traços, percepções e tendências de   comportamento da criança; relacionar as etapas das séries iniciais com o período de desenvolvimento dos traços de caracter e, identificar os fatores que influenciam, positiva ou negativamente, a formação de cada traço de caráter.

2  MÉTODO

A metodologia utilizada trata-se de uma revisão sistemática de literatura de abordagem descritiva e exploratória sobre a formação dos traços de caráter na primeira infância e o papel da escola. As bases de dados utilizadas nas buscas foram o portal de periódicos da CAPES, Scielo e Scopus. As buscas foram realizadas em artigos, livros e revistas que tinham relação direta com a temática do estudo. Os descritores utilizados na busca foram: “educação infantil”, “escola” e “traços de caráter”.

Os critérios de inclusão definidos para a escolha dos artigos foram: relação direta com os descritores; idiomas em inglês e português; acesso na íntegra disponível online, indexados nas bases de dados citadas; e artigos nos quais a pesquisa foi realizada em instituições de ensino. Já os critérios de exclusão foram artigos repetidos; textos incompletos que não se encontravam acessíveis ou que não abordaram o conteúdo proposto na revisão. No fluxograma abaixo está o esquema representativo da busca de artigos.

Por fim, os resultados foram discutidos de forma a elucidar a temática do estudo e  expor os principais resultados alcançados, por meio da análise de conteúdo, como proposto por Bardin (2004), que valoriza os significados presentes nos dados e sua correlação com os objetivos do trabalho. A análise foi realizada em duas etapas: na primeira (pré-análise), foi realizado contato exaustivo com o material, por meio de leituras repetidas, e foram criados indicadores que nortearam a interpretação final. A partir dos indicadores norteadores (núclo de análise) foram separadas as unidades de contexto do texto. A segunda fase deu-se por meio da exploração do material ou codificação, na qual as unidades de registros foram classificadas e agrupadas conforme seus significados e emergiram as categorias de análise, que deram origem a tabela 1 (Resultados).

Fonte: Elaborado pelos Autores, 2024.

3  RESULTADOS E DISCUSSÕES

Wilhelm Reich foi o precursor do que chama-se hoje de psicologia corporal. Em sua obra “Análise do Caráter” (1972) Reich descreve o que chamou de tipos de caráter humano, lançando as bases para o conhecimento ao qual chamamos hoje de caracterologia de caráter (NAVARRO, 1995). Para Reich, caráter é o jeito específico de existir de uma pessoa, o modo típico de reagir; o caráter seria delimitado como um elemento individual e distintivo (SILVA, 2001).

Freud destacou que, frequentemente, a interação de divesos fatores inconscientes (multideterminados) são significativos na ocorrencia de uma variedade de transtornos psicológicos, uma vez que, a personalidade é construída em estágios que podem ser afetados por traumas e gerar mecanismos de defesa específicos (KUPFERSMID, 2019). Entretanto, foi Reich o responsável por definir a concepção do desenvolvimento do caráter (MILLON, 2012). A análise do caráter foi um trabalho sistemático guiado pelo corpo, que colocam em evidência os processos emocionais do indivíduo, alcançando o inconsciente e indo além da compreensão da linguagem falada (VOLPI; VOLPI, 2012).

Reich (1972) desenvolveu sua teoria, tentando compreender doenças e neuroses humanas que geram a imobilidade vital e emocional e paralisam-nos diante da vida. O autor apresenta-nos o corpo como uma armadura que se desenvolve no nosso corpo a partir das experiências que vivenciamos e acumulan-se ao longo da vida influenciando inconscientemente a construção de nossa personalidade (OLIVEIRA; LIMA, 2015), ou seja, o corpo contém a história emocional do indivíduo e é constituído a partir das relações que ele estabelece, inicialmente com seus pais ou com seus cuidadores quando bebê, e são aprofundadas ao longo de sua vida. Nesse percurso, as situações que geraram medo e ansiedade podem também gerar uma rigidez corporal, inibindo as relações do indivíduo com o meio que o cerca. E serão esses sentimentos, ansiedade e medo que poderão estrangular um crescimento e uma aprendizagem saudável.

Partindo de princípios defendidos por Reich, Lowen (2017), sistematizou uma teoria do caráter, considerando as fases do desenvolvimento infantil de Freud, associando os elementos da dinâmica funcional e energética à constituição das defesas de caráter. Como discípulo de Reich, Lowen encontrou subsídios para formular sua própria teoria – a Bioenergética. A proposição que fundamenta a Bioenergética está na funcionalidade idêntica do corpo e da mente, ou seja, o que ocorre na mente reflete o que está ocorrendo no corpo, e vice-versa (LOWEN, 2017).

Desde a concepção à fase de vida adulta, o desenvolvimento de nosso caráter se dá através de etapas. Cada uma destas etapas traz consigo valores, desafios, descobertas, e formas específicas de se relacionar com o mundo, experimentar a satisfação e afirmar-se enquanto indivíduo. Cada uma destas etapas deixa suas marcas, boas ou traumáticas, que se incorporarão à estrutura do nosso corpo e da nossa mente formando os nossos traços de caráter (ELIAS, 2019; LOWEN, 2017).

Lowen (2017) propôs uma biopsicotipologia, que atualmente é a teoria de abordagem energética do caráter mais difundida, que classifica as diversas estruturas de caráter em cinco tipos básicos: esquizoide, oral, psicopático, masoquista e rígido (VOLVI; VOLPI, 2012; LOWEN, 2017). Uma descrição sucinta dos traços de caráter será apresentada na sequência. Porém, ressalta-se que a nomenclatura dos traços de caráter não tem nenhuma relação com patologias clínicas e, optou-se por manter a nomenclatura original dos traços.

3.1  Traço de caráter Esquizoide

A primeira etapa da vida de um indivíduo inicia-se no período gestacional e vai até  os primeiros dias após o nascimento do bebê. Este período se refere às primeiras interações da criança com o meio através dos seus sentidos. Nesse período, situações de  estresse poderão gerar traumas na criança podendo ocasionar rupturas no contato com o mundo, formando o núcleo psicótico, caracterizado pelo retraimento, pela esquiva e isolamento (VOLPI e VOLPI, 2003, p.112). Essas sensações experimentadas pela mente da criança, durante o período inicial de desenvolvimento, levam a um formato corporal caracterizado pela desarmonia, enrijecido, estreito e contraído, com rosto alongado semelhante a uma máscara, olhar vazio, braços pendurados, pés contraídos e voltados para dentro (ALVEZ; REIS, 2022; OLIVEIRA; LIMA, 2015). Seus conflitos internos demonstram dificuldade de interagir com pessoas, timidez e diálogo interno excessivo (Lowen, 2017). Suas habilidades estão centradas na criatividade e no raciocínio; Ao observar as possibilidades pedagógicas desse traço, temos as orientações de Santos (2021) Incentivar a criatividade, realizar atividades em áudio, incentivar a interação e o trabalho em equipe.

3.2  Traço de caráter Oral

A segunda etapa de desenvolvimento da criança ocorre na fase oral, período descrito por Volpi e Volpi (2002) como etapa de incorporação. Essa fase compreende o primeiro mês de vida até um ano, aproximadamente. Nessa fase, o contato com o mundo e a experiência de satisfação se dá predominantemente através da boca. Este é o período da amamentação, em que todo prazer e gratificação provêm através da experiência de ser amamentado.

Amamentação em excesso ou uma amamentação deficitária ou o desmame precoce são os traumas típicos desta fase, os quais acarretarão uma vulnerabilidade ligada à emoção de perda, resultando em tendências à depressão, ao sentimento de carência e dependência do outro (LOWEN, 2017). Apresenta como características corporais um corpo mais arredondado, musculatura pouco desenvolvida, pés pequenos, ombros caídos e olhar carente (ALVES; REIS, 2022; LOWEN, 2017; VOLPI;VOLPI, 2012)

Lowen (2017) aponta os conflitos vivenciados pelo  traço, dificuldade de pensar e agir quando sozinho, medo de ser esquecido e/ou abandonado, ao que Santos (2021) aponta como possibilidades pedagógicas: incentivar ao discurso, expor suas produções, incentivar a expressar as emoções percebidas.

3.3  Traço de caráter Psicopata

A terceira etapa do desenvolvimento inicia-se com um ano e vai até os dois anos e meio, aproximadamente. Na formação do traço de caráter psicopata, o desenvolvimento das habilidades motoras está concentrada na região da coluna torácica e entrando na coluna lombar. Nessa fase a criança começa a interagir com o mundo além da mãe. Ela começa a perceber o mundo à sua volta e sente que o simples fato de existir não a faz tão importante assim, seu destaque vem do que ela faz. Sente que só é importante e só  ganha a atenção de quem a cerca, quando faz o que querem que ela faça, fazendo com que se sinta manipulada (OLIVEIRA; LIMA, 2015). Como há mais energia na parte superior do corpo, no tronco, e menos energia na parte de baixo, o corpo ganha um formato de triângulo de cabeça para baixo: com a parte superior do corpo maior, com um olhar penetrante e imponente (ALVES; REIS, 2022). O queixo vai ser pontudo, o ombro vai ser mais largo que o quadril, o sorriso tende a ser torto, o olhar extremamente compenetrado. O tórax é tenso e hiperextendido, manifestação somática da necessidade de manter a ostentação e a aparência de superioridade (ELIAS, 2019). Para Lowen (2017) esse traço de caráter carrega a desconfiança, necessidade de troca e barganha. Como orientação pedagógica Santos (2021) propõe Incentivar a liderança, apontando claramente possíveis ganhos por seu desempenho.

3.4  Traço de caráter Masoquista

Forma-se entre dois anos e meio até por volta de três anos e meio período em   que acontece o desfralde. As sensações e o desenvolvimento motor chegou até a região lombar. Quando a criança começa a ter novas sensibilidades na região do esfíncter anal. Ocorre que, se a criança passar por situações de exposição e repressão por fazer “nas calças” ela vai se sentir humilhada e vai segurar o xixi e o cocô o máximo possível. Para conseguir segurar o cocô a criança trava o bumbum. É o que dá um tipo físico baixo, grosso, corpo mais quadrado, com musculatura mais tensa, nádegas achatadas e olhar sofrido (ALVES; REIS, 2022). O recurso do masoquista é uma mente e um corpo programados para suportar. Sua dor se dá pela insegurança, medo de exposição, medo excessivo de errar. Como recursos pedagógicos Santos (2021) nos demonstra Incentivar a práticas e treinos para reduzir erros, incentivar a expressar suas emoções com interações professor – aluno, realizar atividades sem exposição pessoal.

3.5  Traço de caráter Rígido

Nesta fase do desenvolvimento as habilidades motoras e as sensações chegam à região sacral e vai trazer novas ramificações nervosas para a região genital. Quando essa        nova percepção chega na região genital, por volta dos três anos e meio aos cinco anos de  idade, surge a sexualidade na vida da criança, o que Reich (1972) denominou de caráter genital. A criança começa a perceber o mundo em pares e é onde vai se apresentar o triângulo edípico de Freud. Para obter o amor do pai, a menina vai competir com a mãe e o menino vai competir com o pai pelo amor da mãe, porém ambos perdem nessa disputa  e a criança se sente traída. Só que agora esse corpo já tem como se defender e, para não  passar por essa dor de novo, para sobreviver nesse mundo de pares sem ficar de fora, ele desenvolve na mente um recurso de competitividade: ele não quer mais perder.

Com o tempo, seu corpo se aperfeiçoa, ganhando formas mais atraentes e imponentes. Os rígidos têm corpos mais harmônicos, cabera ereta, coluna ereta, e musculatura rígida (ALVES; REIS, 2022), além do corpo tender a proporcionalidade, com formas curvas e níveis de energia bem distribuídos, sensual e atraente, olhos brilhantes e gestos mais leves com agilidade corporal (LOWEN, 2017; OLIVEIRA; LIMA, 2015). A dor do rígido também explicada por Lowen é o egoísmo, a competitividade usada de forma desordenada, e  a necessidade de priorização. Para um trabalho pedagógico, Santos (2021) traz como propostas incentivar a liderança, incentivar a cooperação e participação em equipe, experienciar o aprendizado de perdas e frustrações e situações que envolvem competições, como jogos e dinâmicas.

Destaca-se a importância de conhecer os postulados de Reich e Lowen para orientar o trabalho do professor, que ao entender a leitura da expressão corporal de seus estudantes, compreenderá suas necessidades, e partindo desse ponto desenvolverá seu trabalho de maneira mais eficiente.

A partir da identificação das situações traumáticas que causam “dor” e das habilidades para lidar com essas situações “os recursos”, apresentados de cada traço de caráter, é possível desenvolver orientações pedagógicas que potencializam o aprendizado. Para tal, faz-se necessário entender o ambiente que a criança está inserida durante a formação  de seus traços, para além do ambiente familiar, ou seja, o ambiente escolar.

Educação na primeira infância

No transcorrer da história da humanidade a criança nem sempre foi vista como um ser especial e inacabado, em desenvolvimento e com necessidade de atendimento diferenciado. Por muito tempo a criança era percebida como um adulto em miniatura; a  ela eram incumbidas tarefas de igual teor e responsabilidade que os demais.

“[…] à arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la. É difícil crer que essa ausência se devesse à incompetência  ou à falta de habilidade. É mais provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo” (ARIÉS, 1978, p. 50).

Observa-se que durante muito tempo, as crianças não tinham tempo nem o direito de brincar, se divertir, interagir com os demais, conviver com os adultos e aprender  através do exemplo e orientações recebidas. No ponto de vista educacional os saberes davam-se de acordo com a necessidade de cada época, os pequenos aprendiam através do convívio, observando a prática dos adultos (ARIÉS, 1978; KUHLMANN JR., 2007).

Pode-se dizer que no Brasil, por exemplo, os primeiros contatos com a educação formal propriamente dita, deu-se com a chegada dos padres missionários que ensinavam a catequese, leitura do evangelho e mesmo o estudo da língua para que pudessem serem entendidos, com a finalidade de conversão ao cristianismo (SAVIANI, 2013). No caso indiano, em que as culturas lá presentes quando da chegada dos portugueses já tinham desenvolvido religião (teologicamente organizada), escrita e eram diferentes do ponto de vista das culturas indígenas do Brasil, a educação formal dos padres não foi exatamente a  primeira. Mas foi, para muitos daqueles atores sociais, crianças inclusive, o primeiro contato com a educação ocidental formal (BORGES, 2015). A educação lá empreendida pelos missionários tinha viés religioso, ou seja, era voltada para a “salvação”, para a conversão do gentio:

As atividades de catequese e evangelização, dessa forma, facilitaram, do ponto de vista cultural, a penetração portuguesa nos reinos orientais bem como a convivência com os povos locais. Considere-se que ao mesmo tempo em que os missionários ensinavam o evangelho e a doutrina cristã, ensinavam paralelamente a língua e os costumes portugueses. (BORGES, 2015, p. 74)

Segundo Ariès (1978), foi no século XV que começou a surgir um novo olhar em relação às crianças, quando as famílias e pessoas de seu convívio passam a    demonstrar sentimento de afeto, carinho e atenção. Conforme afirma Ariès (1978, p. 158) “[…] em que a criança, por sua ingenuidade, gentileza e graça se tornava uma fonte de distração e de relaxamento para os adultos, um sentimento que poderíamos chamar  de ‘paparicação’”.

As primeiras instituições escolares surgem em meados do século XVIII, com a chegada da era industrial, quando as crianças são separadas dos adultos e sente-se a necessidade de fornecer maiores conhecimentos a todos, pois até então o ensino era oferecido aos filhos da elite e dos proprietários, seus futuros herdeiros (ARIÉS, 1978; KUHLMANN JR., 2007). Nessa época percebe-se a necessidade de ensinar os filhos dos empregados para que possam assim trabalhar com a tecnologia que estava chegando, porém sabendo-se que sua função seria servir aos patrões. A preocupação com a educação pedagógica e a inserção das crianças na sociedade propriamente dita, são ideias e inquietações do fim do século XIX e início do século XX (ARIÉS, 1978; KUHLMANN JR., 2007).

A infância vem sendo construída historicamente desde então, passando por muitas fases muitas transformações até chegarmos hoje na concepção de infância que temos assegurada pela legislação desde a Constituição Federal de 1988, onde trata dos direitos e deveres das crianças e adolescentes no artigo 227 garantindo direito à vida, à saúde à alimentação e a educação.

A educação na primeira infância proporciona às crianças o melhor começo da vida. Ela oferece oportunidades importantes para entender e se desenvolver. A educação infantil pode ajudar as crianças a fazerem amigos, desenvolver independência e aprender novas rotinas.

De acordo com Vygotsky (2008), o desenvolvimento cognitivo do aluno se dá por meio da interação social, ou seja, de sua interação com outros indivíduos e com o meio. Para substancialidade, no mínimo duas pessoas devem estar envolvidas ativamente trocando experiência e ideias. Nesse sentido, a interação entre os indivíduos possibilita a geração de novas experiências e conhecimento, pois a aprendizagem é uma experiência social, mediada pela utilização de instrumentos e signos, de acordo com os conceitos utilizados pelo próprio autor. Um signo, dessa forma, seria algo que significaria alguma coisa para o indivíduo, como a linguagem falada e a escrita.

No desenvolvimento da criança, a leitura tem um papel eficaz no processo do ensino e aprendizado, pois ela propõe e colabora de forma ativa para o desenvolvimento cognitivo, pois, através dos livros, das histórias e dos desenhos, a criança se desenvolve  e se apropria da linguagem (VYGOTSKY, 2008).

Para Leontiev (2010), os cérebros das crianças são influenciados por seus genes e seu ambiente. Os bebês nascem prontos para aprender, com mais de um milhão de conexões neurais se formando a cada segundo durante os primeiros anos de vida. Os primeiros anos são importantes, pois a forma com que o cérebro cresce é fortemente influenciada pelo que está acontecendo no ambiente de uma criança e suas interações com a pessoa ao seu redor.

As vias de visão e audição se desenvolvem primeiro, seguidas por habilidades de linguagem precoce e funções cognitivas superiores. O vocabulário de uma criança geralmente quadruplica entre os dois e quatro anos de idade. Essas conexões se tornam mais complexas com o tempo à medida que as crianças crescem e influenciam o desenvolvimento do cérebro para criar comportamentos de aprendizagem positivos desde   tenra idade (LEONTIEV, 2010).

No Brasil, a educação infantil corresponde ao período de vida escolar, com faixa etária de 0 a 6 anos. Na Educação Infantil as crianças são despertadas, através de ações lúdicas e jogos, a praticar suas capacidades motoras, fazer descobertas e iniciar o processo de alfabetização (SILVA, et al., 2016).

Para Krammer et al. (2011), o ingresso da educação infantil nos sistemas de ensino tem implicações nas demais etapas, modalidades e níveis de ensino, conduzidos a  repensar concepções, rever práticas e adequar posições a partir das novas relações estabelecidas. Por outro lado, tem provocado o retorno, o reforço e a continuidade de práticas que associam educação à instrução, com atividades mecânicas onde as crianças são treinadas a seguir instruções (cobrir pontilhados, copiar, decorar e repetir).

Educação do caráter

Existem várias objeções comuns à educação do caráter, baseadas em algumas crenças naturais, mas equivocadas, sobre o papel adequado das escolas no desenvolvimento do caráter. Muitas vezes, as pessoas assumem que os pais certamente tenham um imenso papel a desempenhar a esse respeito, eles não podem carregar essa responsabilidade sozinhos (SPALLINO, 2017).

Oliveira (2004) diz que a definição mais básica de educação do caráter é uma abordagem à educação que incorpora valores, ética, maturidade emocional e senso cívico. Para Silva et al. (2006), os valores construídos e aprendidos na fase infantil, correspondem à aprendizagem de conceitos como certo e errado, mau e bom presentes nas relações humanas. São trabalhados através do conjunto entre sociedade e o próprio indivíduo, mediante valores culturais e hábitos morais que ajudarão na construção do seu próprio eu. Nessa visão, a educação moral assume um importante papel na socialização. Valores como justiça, liberdade e igualdade aprendidas pelo sujeito  no ambiente escolar, são imprescindíveis na formação da personalidade.

Neste sentido, desde cedo a criança reconhece e lida com diversos objetos, estabelecendo o contato com a sociedade em que ela vive. Diante disto, podemos perceber que o processo de desenvolvimento da personalidade, tem o objetivo de formar estruturas mentais estáveis como a consciência moral, autoconceito e a personalidade, pois ela se desenvolve através das capacidades individuais como a autoconsciência, autocrítica e não unicamente por incitamentos comuns a toda espécie. Por isso a importância de estimulá-la em seu convívio de forma a proporcionar um conceito voltado para realidade e não algo fictício levando a criança a criar uma mentalidade lógica  racional.

Percebe-se que não existe uma fórmula precisa para um currículo que incorpore a    educação nos traços de caráter. Isso também difere de acordo com a cultura e a idade dos alunos. Existem no entanto certos princípios gerais com os quais os defensores da educação do caráter concordam. Na educação infantil, as crianças são incentivadas a compartilhar e brincar com seus colegas. Por meio dessas interações, elas aprendem a desenvolver importantes qualidades interpessoais, como empatia e cooperação, que os ajudarão a se relacionar com outras pessoas na pré-escola e depois dela. (ROSA, 2018).

Ao passar tempo com seus colegas, as crianças aprendem a incluir ideias de outras pessoas em suas brincadeiras e começam a entender os sentimentos umas das outras. As crianças pequenas são naturalmente egocêntricas, portanto aprender  habilidades como a empatia pode ser um desafio, mas a boa notícia é que elas podem aprender muito observando e interagindo com seus colegas. Essas habilidades sociais dos primeiros anos podem ajudar a criança a desenvolver amizades por toda vida.

Conforme Spallino (2017), os educadores devem promover valores éticos e de desempenhos essenciais para incutir o caráter positivo nos alunos, que inclua pensamentos, emoções e ações. Traços como respeito, cooperação e honestidade são algumas das coisas mais importantes no processo de ensino da construção do caráter. Essas características ajudam os alunos a fazer boas escolhas, desenvolver auto-estima e tornar-se cidadãos responsáveis e pessoas atenciosas. Os educadores que pretendem implementar a educação do caráter em seu currículo devem considerar essas ideias para criar oportunidades de discussão e modelagem em seu espaço de aprendizagem.

A School Specialty (2018) propôs algumas estratégias para construir o caráter de uma criança. A primeira delas é a necessidade de discutir sobre conceitos relacionados  ao caráter (positivo e negativo) com os alunos. Começando com conversas sobre respeito, honestidade, responsabilidade ou trabalho em equipe. Depois de ouvir histórias ou exemplos, pode-se direcionar a conversa para temas relacionados aos personagens fazendo perguntas importantes como: Por que você acha que seu amigo ou colega de classe agiu assim? O que você poderia ter feito para ajudar? Você acha que foi a coisa certa a fazer? Por que? Como aquilo fez você se sentir?

Este mesmo estudo enfatiza a importância do professor ser modelo, visto que, as crianças imitam os adultos em suas vidas. Dessa forma, é necessário que os docentes reservem um tempo para refletir sobre suas palavras e ações para garantir que eles mesmos retratam os traços de caráter que desejam que seus alunos desenvolvam. Também é relevante dar espaço para respirar. As crianças — e os adultos — desenvolvem o caráter quando vivenciam as coisas na prática. Quando apropriado, dar um passo para trás e permitir que os alunos resolvam seus desentendimentos com os amigos, cometam  e corrijam seus próprios erros e lidem com outras situações da vida real, serão de grande ajuda (SCHOOL SPECIALTY, 2018).

Rosa (2018, p. 61) afirma:

Quanto aos conteúdos escolares, a questão que se apresenta é quais conteúdos são necessários à compreensão cada vez mais desmistificada e objetiva do mundo. Estes conteúdos devem, necessariamente, obedecer à relação conteúdo-forma-destinatário, o que significa que, no trabalho pedagógico, tanto conteúdo quanto forma se alteram com o destinatário, ou seja, com as possibilidades de ensino já criadas pelo desenvolvimento psíquico do indivíduo.

Entretanto, cabe destacar que a interferência dos atos realizados pelo professor no processo de formação do aluno não ocorre somente nas circunstâncias em que ele busca, conscientemente, ensinar algo que quer que o aluno aprenda, pois, sua influência sobre o psiquismo do aluno efetiva-se por meio da forma e do conteúdo manifestos em cada um de seus atos dirigidos aos alunos. Com isso, busca-se enfatizar que nem todo  ato realizado por professores em contexto escolar garantirá a promoção do desenvolvimento dos alunos na direção almejada pelo professor.

Consequências claras devem ser comunicadas. Todas as escolhas, positivas ou negativas, têm consequências. Para que sejam eficazes, devem ser consistentes e claramente compreendidos pelos alunos. As consequências imediatas funcionam melhor para reforçar o comportamento positivo e impedir o comportamento negativo.

Os princípios da educação do caráter certamente não são novos. De muitas maneiras, eles são consistentes com as ideias mais tradicionais sobre educação. Ao mesmo tempo, os educadores modernos que adotam esse modelo não estão tentando recapturar o passado. Eles estão, ao contrário, buscando criar um ambiente que ajude os alunos a enfrentar os desafios de viverem em um mundo complexo e em rápida mudança (SPALLINO, 2017).

Os pais, assim como os alunos, desfrutam dos benefícios da educação do caráter. Em uma sociedade onde influências como a mídia e a internet constantemente bombardeiam as crianças com mensagens, é extremamente importante fornecer orientação e equilíbrio, tanto em casa quanto em sala de aula. É irreal esperar que os pais  sozinhos vigiem e orientem as crianças o dia todo. As escolas fornecem uma das poucas influências estáveis na vida das crianças. A educação do caráter é um modelo que fornece aos alunos valores essenciais junto com a instrução acadêmica. Este tipo de educação é essencial para criar a próxima geração (SPALLINO, 2017).

Está na LDB – Lei Diretrizes e Base Da Educação Nacional que é dever da escola o compromisso de educar os alunos dentro dos princípios democráticos. Neste sentido é importante que o aluno perceba que há coerência entre esses valores e o que ele espera da vida, para que ao respeitar esses valores torne-se uma pessoa íntegra e equilibrada.

O papel da escola é justamente esse:

[…] fazer compreensível o significado dos conceitos das normas e valores, se esforçar para torná-los visíveis, assimilar os valores no seu comportamento ao conscientizá-los na sua relação com os outros alunos afirmando sua autonomia, estabelecer limites aos exercícios da liberdade, contribuir para uma convivência democrática (BRASIL, 2006, p. 4).

Desta forma, a escola deve preocupar-se, possibilitando condições para que a sociedade que a abriga interesse em seu meio, assumindo assim seu compromisso com o  local da transmissão de saber e construção do conhecimento o papel da escola neste mundo que se transforma, deve estar equilibrado entre uma função sistêmica de preparar cidadão tanto para desenvolver suas qualidades como para a vida em sociedade. Ao mesmo tempo, deve exercitar sua função crítica ao estudar os principais problemas que interferem em sua localidade, devendo apontar soluções.

Percebe-se então, que o papel da escola é socializar o conhecimento, e seu dever é atuar na formação moral dos alunos, é essa soma de esforço que promove o pleno desenvolvimento do indivíduo como cidadão. A escola é o lugar onde a criança deverá encontrar os meios de se preparar para realizar seus projetos de vida, a qualidade de ensino é, portanto, condição necessária tanto na formação intelectual quanto moral, sem formação de qualidade a criança poderá ver seus projetos frustrados no futuro.

4  CONCLUSÃO

O presente estudo teve por intuito analisar o processo de construção dos traços de caráter na educação infantil e o papel da escola. Foi possível perceber que a educação infantil em sua especificidade de primeira etapa da educação básica, exige ser pensada na perspectiva da complementaridade e da continuidade. Tendo em vista que os primeiros  anos de escolarização são momentos de intensas e rápidas aprendizagens para as crianças.

Os resultados indicaram conteúdos específicos para serem abordados nas séries iniciais, que vão ao encontro do desenvolvimento do caráter da criança (honestidade, respeito e cooperação) e algumas estratégias pedagógicas que vão ao encontro do desenvolvimento para formação dos traços de caráter nos alunos.

Tabela 1 – Formato Corporal dos traços, conflitos e possibilidades pedagógicas e a educação do caráter.

Fonte: Elaborado pelos autores

Colocando a importância dos traços de caráter positivos em perspectiva; também promover valores éticos e de desempenhos essenciais para incutir um caráter positivo nos alunos, que inclua pensamentos, emoções e ações.

Os educadores também podem utilizar uma abordagem intencional, proativa e abrangente. Lembrando que o docente terá papel fundamental nesse processo. Observa-se que as crianças, quando entram na escola, a depender da idade, já desenvolveram alguns traços de personalidade. Estes estão longe de serem imutáveis, no entanto. À medida que as crianças interagem com seus colegas e professores, elas constroem novas percepções do ambiente, positivo ou negativo, o que podem contribuir para melhorar o processo de aprendizagem ou gerar medos e ansiedade, dificultando o processo.

Para uma melhor representação dos resultados deste trabalho, apresenta-se na tabela 1, a junção dos aspectos teóricos abordados, onde verifica-se a relação entre os traços de caráter (formato do corpo, conflitos internos), educação para o caráter e as influências da escola, positivas ou negativas, por meio de atividades pedagógicas que vão acionar os conflitos emocionais da criança (medo e ansiedade) ou gerar maior resiliência (capacidade de enfrentar os desafios das relações escolares), visando o processo ensino-aprendizagem.

Para Oliveira Júnio (2016) “o caráter se posiciona como o eixo que norteia a discussão do diálogo interno do indivíduo, expressas pela musculatura corporal”, o qual fica explícito na tabela 1, demonstrando que os traços de caráter podem promover experiências curriculares no ensino-aprendizagem, se articulados às práticas pedagógicas adequadas a cada traço e seguindo as orientações da educação do caráter, que indicam qual a melhor abordagem para cada traço. A coluna conflitos internos, parte da pesquisa de Lowen (2017), onde são elucidadas as características que predominam em cada traço, sendo, sentimentos, pensamentos, emoções subjetivas. A coluna educação do caráter parte dos estudos de Spallino (2017), onde relaciona-se às características de cada traço com as indicações de como estimular positivamente o bom caráter do aluno.

E por fim expostas nas quintas e sexta colunas, as práticas pedagógicas que podem influenciar a percepção do estudante sobre a vivência escolar, contribuindo para melhorar ou retardar o processo de apropriação da aprendizagem.

A procura pelas correlações de aprendizagem e caráter, embora não sejam categóricas e nem determinantes, podem orientar a prática pedagógica, tendo potencial para maior compreensão às intervenções, também entre interações da criança com a sociedade e os processos de ensino-aprendizagem. Neste estudo fica evidente que conhecer as primícias de Reich e Lowen serve como um aparato para orientar o trabalho do docente, que ao compreender as expressões corporais de seus estudantes, entenderá suas necessidades, e partindo desse ponto, poderá desenvolver seu trabalho de forma mais eficaz.

Logo, este trabalho contribui para a formação dos educadores mostrando a importância de conhecer as etapas da construção dos traços de caráter da criança e como ela percebe o ambiente externo. Os educadores podem evitar situações que geram sentimentos de medo e ansiedade, em cada etapa das séries iniciais, e contribuir para melhorar o processo de desenvolvimento da personalidade dessas crianças, utilizando-se estratégias que valorizem as resiliências de cada traço de caráter (por meio da ação pedagógica) e utilizar conteúdos que tratam dos aspectos positivos da formação do caráter do indivíduo.

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1 Doutor em Engenharia de Produção, professor do Instituto Federal do Paraná (IFPR), Campus Colombo;

2 Pedagoga, pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR), Campus Pitanga;

3 Doutora em Educação, professora do Instituto Federal do Paraná (IFPR), Campus Arapongas;

4 Doutor em Ciências, professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Campus Monte Carmelo;

5 Pedagoga, pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR), Campus Pitanga;

6 Doutora em Administração, professora do Instituto Federal do Paraná (IFPR), Campus Colombo.